instruction
stringclasses
1 value
output
stringlengths
240
320
input
stringclasses
1 value
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Esta lhe dá com o título excelente De Imperador, que sobre os outros mande. Isto feito, se parte diligente Para onde em santa vida acabe, e ande. E daqui fica o nome de potente Samori, mais que todos digno e grande, Ao moço e descendentes; donde vem Este, que agora o Império manda e tem.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"A Lei da gente toda, rica e pobre, De fábulas composta se imagina: Andam nus, e somente um pano cobre As partes, que a cobrir natura ensina. Dois modos há de gente, porque a nobre Naires chamados são, e a menos digna Poleás tem por nome, a quem obriga A Lei não misturar a casta antiga.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Porque os que usaram sempre um mesmo ofício, De outro não podem receber consorte, Nem os filhos terão outro exercício, Senão o de seus passados, até morte. Para os Naires é certo grande vício Destes serem tocados; de tal sorte, Que quando algum se toca, por ventura, Com cerimónias mil se alimpa e apura.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Desta sorte o Judaico povo antigo Não tocava na gente de Samária. Mais estranhezas ainda das que digo Nesta terra vereis de usança vária. Os Naires sós são dados ao perigo Das armas; sós defendem da contrária Banda o seu Rei, trazendo sempre usada Na esquerda a adarga e na direita a espada.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Brâmenes são os seus religiosos, Nome antigo e de grande proeminência: Observam os preceitos tão famosos Dum que primeiro pôs nome à ciência: Não matam coisa viva, e, temerosos, Das carnes têm grandíssima abstinência; Somente no venéreo ajuntamento Têm mais licença e menos regimento.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Gerais são as mulheres, mas somente Para os da geração de seus maridos: Ditosa condição, ditosa gente, Que não são de ciúmes ofendidos! Estes e outros costumes variamente São pelos Malabares admitidos. A terra é grossa em trato, em tudo aquilo Que as ondas podem dar da China ao Nilo."
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
Assim contava o Mouro; mas vagando Andava a fama já pela cidade Da vinda desta gente estranha, quando O Rei saber mandava da verdade. Já vinham pelas ruas caminhando, Rodeados de todo sexo e idade, Os principais, que o Rei buscar mandara O Capitão da armada, que chegara.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
Mas ele, que do Rei já tem licença Para desembarcar, acompanhado Dos nobres Portugueses, sem detença Parte, de ricos panos adornado. Das cores a formosa diferença A vista alegra ao povo alvoroçado. O remo compassado fere frio Agora o mar, depois o fresco rio.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
Na praia um regedor do Reino estava, Que na sua língua Catual se chama, Rodeado de Naires, que esperava Com desusada festa o nobre Gama. Já na terra, nos braços o levava, E num portátil leito uma rica cama Lhe oferece, em que vá, costume usado, Que nos ombros dos homens é levado.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
Desta arte o Malabar, destarte o Luso Caminham, lá para onde o Rei o espera: Os outros Portugueses vão ao uso Que infantaria segue, esquadra fera. O povo que concorre vai confuso De ver a gente estranha, e bem quisera Perguntar: mas no tempo já passado Na torre de Babel lhe foi vedado.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
O Gama e o Catual iam falando Nas coisas, que lhe o tempo oferecia; Monçaide entre eles vai interpretando As palavras que de ambos entendia. Assim pela cidade caminhando, Onde uma rica fábrica se erguia De um sumptuoso templo, já chegavam, Pelas portas do qual juntos entravam.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
Ali estão das deidades as figuras Esculpidas em pau e em pedra fria; Vários de gestos, vários de pinturas, A segundo o Demónio lhe fingia: Vêem-se as abomináveis esculturas, Qual a Quimera em membros se varia: Os Cristãos olhos, a ver Deus usados Em forma humana, estão maravilhados.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
Um na cabeça cornos esculpidos, Qual Júpiter Amon em Líbia estava; Outro num corpo rostos tinha unidos, Bem como o antigo Jano se pintava; Outro com muitos braços divididos A Briareu parece que imitava; Outro fronte canina tem de fora, Qual Anúbis Menfítico se adora.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
Aqui feita do bárbaro gentio A supersticiosa adoração, Direitos vão, sem outro algum desvio, Para onde estava o Rei do povo vão. Engrossando-se vai da gente o fio, Com os que vêm ver o estranho Capitão; Estão pelos telhados e janelas Velhos e moços, donas e donzelas.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
Já chegam perto, e não com passos lentos, Dos jardins odoríferos formosos, Que em si escondem os régios aposentos, Altos de torres não, mas sumptuosos. Edificam-se os nobres seus assentos Por entre os arvoredos deleitosos: Assim vivem os Reis daquela gente, No campo e na cidade juntamente.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
Pelos portais da cerca a sutileza Se enxerga da Dedálea facultade, Em figuras mostrando, por nobreza, Da Índia a mais remota antiguidade. Afiguradas vão com tal viveza As histórias daquela antiga idade, Que quem delas tiver notícia inteira, Pela sombra conhece a verdadeira.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
Estava um grande exército que pisa A terra Oriental, que o Idaspe lava; Rege-o um capitão de fronte lisa, Que com frondentes tirsos pelejava; Por ele edificada estiva Nisa Nas ribeiras do rio, que manava, Tão próprio, que se ali estiver Semele, Dirá, por certo, que é seu filho aquele.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
Mais avante bebendo seca o rio Mui grande multidão da Assíria gente, Sujeita a feminino senhorio De uma tão bela como incontinente. Ali tem junto ao lado nunca frio, Esculpido o feroz ginete ardente, Com quem teria o filho competência: Amor nefando, bruta incontinência!
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
Daqui mais apartadas tremulavam As bandeiras de Grécia gloriosas, Terceira Monarquia, e sojugavam Até as águas Gangéticas undosas. Dum capitão mancebo se guiavam, De palmas rodeado valerosas, Que já, não de Filipo, mas sem falta De progénie de Júpiter se exalta.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
Os Portugueses vendo estas memórias, Dizia o Catual ao Capitão: "Tempo cedo virá que outras vitórias Estas, que agora olhais, abaterão; Aqui se escreverão novas histórias Por gentes estrangeiras que virão; Que os nossos sábios magos o alcançaram Quando o tempo futuro especularam.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"E diz-lhe mais a mágica ciência Que, para se evitar força tamanha, Não valerá dos homens resistência, Que contra o Céu não val da gente manha; Mas também diz que a bélica excelência, Nas armas e na paz, da gente estranha Será tal, que será no mundo ouvido O vencedor, por glória do vencido,"
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
Assim falando entravam já na sala, Onde aquele potente Imperador Numa camilha jaz, que não se iguala De outra alguma no preço e no lavor. No recostado gesto se assinala Um venerando e próspero senhor; Um pano de ouro cinge, e na cabeça De preciosas gemas se adereça.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
Bem junto dele um velho reverente, Com os giolhos no chão, de quando em quando Lhe dava a verde folha da erva ardente, Que a seu costume estava ruminando. Um Brâmene, pessoa proeminente, Para o Gama vem com passo brando, Para que ao grande Príncipe o apresente, Que diante lhe acena que se assente.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
Sentado o Gama junto ao rico leito, Os seus mais afastados, pronto em vista Estava o Samori no trajo e jeito Da gente, nunca de antes dele vista. Lançando a grave voz do sábio peito, Que grande autoridade logo aquista Na opinião do Rei e do povo todo, O Capitão lhe fala deste modo:
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Um grande Rei, de lá das partes Onde O céu volúvel, com perpétua roda, Da terra a luz solar com a terra esconde, Tingindo a que deixou de escura noda, Ouvindo do rumor que lá responde O eco, como em ti da Índia toda O principado está, e a majestade, Vínculo quer contigo de amizade.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"E por longos rodeios a ti manda, Por te fazer saber que tudo aquilo Que sobre o mar, que sobre as terras anda De riquezas, de lá do Tejo ao Nilo, E desde a fria plaga de Gelanda Até bem donde o Sol não muda o estilo Nos dias, sobre a gente de Etiópia, Tudo tem no seu Reino em grande cópia.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"E se queres com pactos e alianças De paz e de amizade sacra e nua Comércio consentir das abastanças Das fazendas da terra sua e tua, Por que cresçam as rendas e abastanças, Por quem a gente mais trabalha e sua, De vossos Reinos, será certamente De ti proveito, o dele glória ingente.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"E sendo assim, que o nó desta amizade Entre vós firmemente permaneça, Estará pronto a toda adversidade, Que por guerra a teu Reino se ofereça, Com gente, armas e naus, de qualidade Que por irmão te tenha e te conheça; E da vontade em ti sobre isto posta Me dês a mim certíssima resposta."
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
Tal embaixada dava o Capitão, A quem o Rei gentio respondia Que, em ver embaixadores de nação Tão remota, grã glória recebia; Mas neste caso a última tenção Com os de seu conselho tomaria, Informando-se certo de quem era O Rei, e a gente, e terra que dissera..
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
E que entanto podia do trabalho Passado ir repousar, e em tempo breve Daria a seu despacho um justo talho, Com que a seu Rei resposta alegre leve. Já nisto punha a noite o usado atalho As humanas canseiras, por que ceve De doce sono os membros trabalhados, Os olhos ocupando ao ócio dados.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
Agasalhados foram juntamente O Gama e Portugueses no aposento Do nobre Regedor da Índica gente, Com festas e geral contentamento. O Catual, no cargo diligente De seu Rei, tinha já por regimento Saber da gente estranha donde vinha, Que costumes, que lei, que terra tinha.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
Tanto que os ígneos carros do formoso Mancebo Délio viu, que a luz renova, Manda chamar Monçaide, desejoso De poder-se informar da gente nova. Já lhe pergunta pronto e curioso, Se tem notícia inteira e certa prova Dos estranhos, quem são; que ouvido tinha Que é gente de sua pátria muito vizinha;
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
Que particularmente ali lhe desse Informação mui larga, pois faria Nisso serviço ao Rei, por que soubesse O que neste negócio se faria. Monçaide torna:--"Posto que eu quisesse Dizer-te disto mais, não saberia; Somente sei que é gente lá de Espanha, Onde o meu ninho e o Sol no mar se banha.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Têm a lei dum Profeta, que gerado Foi sem fazer na carne detrimento Da mãe, tal que por bafo está aprovado Do Deus, que tem do mundo o regimento, O que entre meus antigos é vulgado Deles, é que o valor sanguinolento Das armas no seu braço resplandece, O que em nossos passados se parece.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Porque eles, com virtude sobre-humana, Os deitaram dos campos abundosos Do rico Tejo e fresco Goadiana, Com feitos memoráveis e famosos: E não contentes ainda, e na Africana Parte, cortando os mares procelosos, Nos não querem deixar viver seguros, Tomando-nos cidades e altos muros.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Não menos têm mostrado esforço e manha Em quaisquer outras guerras que aconteças, Ou das gentes belígeras de Espanha, Ou lá dalguns que do Pírene desçam. Assim que nunca enfim com lança estranha Se tem, que por vencidos se conheçam, Nem se sabe ainda, não, te afirmo e asselo, Para estes Anibais nenhum Marcelo.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"E se esta informação não for inteira Tanto quanto convém, deles pretende Informar-te, que é gente verdadeira, A quem mais falsidade enoja e ofende: Vai ver-lhe a f rota, as armas e a maneira Do fundido metal, que tudo rende, E folgarás de veres a polícia Portuguesa na paz e na milícia."
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
Já com desejos o Idolatra ardia De ver isto, que o Mouro lhe contava. Manda esquipar batéis que ir ver queria Os lenhos em que o Gama navegava. Ambos partem da praia, a quem seguia A Naira geração, que o mar coalhava. A capitania sobem forte e bela, Onde Paulo os recebe a bordo dela.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
Purpúreos são os toldos, e as bandeiras Do rico fio são que o bicho gera; Nelas estão pintadas as guerreiras Obras, que o forte braço já fizera: Batalhas tem campais, aventureiras, Desafios cruéis, pintura fera, Que, tanto que ao Gentio se apresenta, A tento nela os olhos apascenta.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
Pelo que vê pergunta; mas o Gama Lhe pedia primeiro que se assente, E que aquele deleite, que tanto ama A seita Epicureia, experimente. Dos espumantes vasos se derrama O licor que Noé mostrara à gente: Mas comer o Gentio não pretende, Que a seita que seguia lho defende.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
A trombeta que, em paz, no pensamento Imagem faz de guerra, rompe os ares; Com o fogo o diabólico instrumento Se faz ouvir no fundo lá dos mares. Tudo o Gentio nota; mas o intento Mostrava sempre ter nos singulares Feitos dos homens, que em retrato breve A muda poesia ali descreve
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
Alça-se em pé, com ele o Gama junto, Coelho de outra parti, e o Mauritano; Os olhos põe no bélico transunto De um velho branco, aspecto venerando Cujo nome não pode ser defunto Enquanto houver no mundo trato humano: No trajo a Grega usança está perfeita, Um ramo por insígnia na direita.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
Um ramo na mão tinha... Mas, ó cego! Eu, que cometo insano e temerário, Sem vós, Ninfas do Tejo e do Mondego, Por caminho tão árduo, longo e vário! Vosso favor invoco, que navego Por alto mar, com vento tão contrário, Que, se não me ajudais, hei grande medo Que o meu fraco batel se alague cedo.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
Olhai que há tanto tempo que, cantando O vosso Tejo e os vossos Lusitanos, A fortuna mo traz peregrinando, Novos trabalhos vendo, e novos danos: Agora o mar, agora experimentando Os perigos Mavórcios inumanos, Qual Canace, que à morte se condena, Numa mão sempre a espada, e noutra a pena.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
Agora, com pobreza avorrecida, Por hospícios alheios degradado; Agora, da esperança já adquirida, De novo, mais que nunca, derribado; Agora às costas escapando a vida, Que dum fio pendia tão delgado Que não menos milagre foi salvar-se Que para o Rei Judaico acrescentar-se.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
E ainda, Ninfas minhas, não bastava Que tamanhas misérias me cercassem, Senão que aqueles, que eu cantando andava Tal prémio de meus versos me tornassem: A troco dos descansos que esperava, Das capelas de louro que me honrassem, Trabalhos nunca usados me inventaram, Com que em tão duro estado me deitaram.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
Vede, Ninfas, que engenhos de senhores O vosso Tejo cria valorosos, Que assim sabem prezar com tais favores A quem os faz, cantando, gloriosos! Que exemplos a futuros escritores, Para espertar engenhos curiosos, Para porem as coisas em memória, Que merecerem ter eterna glória!
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
Pois logo em tantos males é forçado, Que só vosso favor me não faleça, Principalmente aqui, que sou chegado Onde feitos diversos engrandeça: Dai-mo vós sós, que eu tenho já jurado Que não o empregue em quem o não mereça, Nem por lisonja louve algum subido, Sob pena de não ser agradecido.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
Nem creiais, Ninfas, não, que a fama desse A quem ao bem comum e do seu Rei Antepuser seu próprio interesse, Inimigo da divina e humana Lei. Nenhum ambicioso, que quisesse Subir a grandes cargos, cantarei, Só por poder com torpes exercícios Usar mais largamente de seus vícios;
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
Nenhum que use de seu poder bastante, Para servir a seu desejo feio, E que, por comprazer ao vulgo errante, Se muda em mais figuras que Proteio. Nem, Camenas, também cuideis que canto Quem, com hábito honesto e grave, veio, Por contentar ao Rei no ofício novo, A despir e roubar o pobre povo.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
Nem quem acha que é justo e que é direito Guardar-se a lei do Rei severamente, E não acha que é justo e bom respeito, Que se pague o suor da servil gente; Nem quem sempre, com pouco experto peito, Razões aprende, e cuida que é prudente, Para taxar, com mão rapace e escassa, Os trabalhos alheios, que não passa.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
Aqueles sós direi, que aventuraram Por seu Deus, por seu Rei, a amada vida, Onde, perdendo-a, em fama a dilataram, Tão bem de suas obras merecida. Apolo, e as Musas que me acompanharam, Me dobrarão a fúria concedida, Enquanto eu tomo alento descansado, Por tornar ao trabalho, mais folgado.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
Na primeira figura se detinha O Catual que vira estar pintada, Que por divisa um ramo na mão tinha, A barba branca, longa e penteada: "Quem era, e por que causa lhe convinha A divisa, que tem na mão tomada?" Paulo responde, cuja voz discreta O Mauritano sábio lhe interpreta.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Estas figuras todas que aparecem, Bravos em vista e feros nos aspectos, Mais bravos e mais feros se conhecem, Pela fama, nas obras e nos feitos: Antigos são, mas ainda resplandecem Colo nome, entre os engenhos mais perfeito Este que vês é Luso, donde a fama O nosso Reino Lusitânia chama.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Foi filho e companheiro do Tebano, Que tão diversas partes conquistou; Parece vindo ter ao ninho Hispano Seguindo as armas, que contino usou; Do Douro o Guadiana o campo ufano, Já dito Elísio, tanto o contentou, Que ali quis dar aos já cansados ossos Eterna sepultura, e nome aos nossos.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"O ramo que lhe vês para divisa, O verde tirso foi de Baco usado; O qual à nossa idade amostra e avisa Que foi seu companheiro e filho amido. Vês outro, que do Tejo a terra pisa, Depois de ter tão longo mar arado, Onde muros perpétuos edifica, E templo a Palas, que em memória fica?
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Ulisses é o que faz a santa casa A Deusa, que lhe dá língua facunda; Que, se lá na Ásia Tróia insigne abrasa, Cá na Europa Lisboa ingente funda." --"Quem será estoutro cá, que o campo arrasa De mortos, com presença furibunda? Grandes batalhas tem desbaratadas, Que as águias nas bandeiras tem pintadas."
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
Assim o Gentio diz. Responde o Gama: --"Este que vês, pastor já foi de gado; Viriato sabemos que se chama, Destro na lança mais que no cajado; Injuriada tem de Roma a f ama, Vencedor invencível afamado; Não tem com ele, não, nem ter puderam O primor que com Pirro já tiveram.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Com força, não; com manha vergonhosa, A vida lhe tiraram que os espanta: Que o grande aperto, em gente ainda que honrosa, As vezes leis magnânimas quebranta. Outro está aqui que, contra a pátria irosa, Degradado, conosco se alevanta: Escolheu bem com quem se alevantasse, Para que eternamente se ilustrasse.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Vês? conosco também vence as bandeiras Dessas aves de Júpiter validas; Que já naquele tempo as mais Guerreiras Gentes de nós souberam ser vencidas. Olha tão subtis artes e maneiras, Para adquirir os povos, tão fingidas, A fatídica Cerva que o avisa: Ele é Sertório, e ela a sua divisa.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Olha estoutra bandeira, e vê pintado O grã progenitor dos Reis primeiros. Nós Úngaro o fazemos, porém nado Crêem ser em Lotaríngia os estrangeiros. Depois de ter com os Mouros superado, Galegos e Leoneses cavaleiros, A casa Santa passa o santo Henrique, Por que o tronco dos Reis se santifique."
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Quem é, me diz, este outro que me espanta, (Pergunta o Malabar maravilhado) Que tantos esquadrões, que gente tanta, Com tão pouca, tem roto e destroçado? Tantos muros aspérrimos quebranta, Tantas batalhas dá, nunca cansado, Tantas coroas tem por tantas partes A seus pés derribadas, e estandartes!"
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
--"Este é o primeiro Afonso, disse o Gama, Que todo Portugal aos Mouros toma; Por quem, no Estígio lago, jura a Fama De mais não celebrar nenhum de Roma. Este é aquele zeloso a quem Deus ama, Com cujo braço o Mouro inimigo doma, Para quem de seu Reino abaixa os muros, Nada deixando já para os futuros,
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Se César, se Alexandre Rei, tiveram Tão pequeno poder, tão pouca gente, Contra tantos inimigos quantos eram Os que desbaratava este excelente, Não creias que seus nomes se estendera Com glórias imortais tão largamente; Mas deixa os feitos seus inexplicáveis, Vê que os de seus vassalos são notáveis.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Este que vês olhar com gesto irado Para o rompido aluno mal sofrido, Dizendo-lhe que o exército espalhado Recolha, e torne ao campo defendido; Torna o moço do velho acompanhado, Que vencedor o torna de vencido: Egas Moniz se chama o forte velho, Para leais vassalos claro espelho.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Vê-lo cá vai com os filhos a entregar-se, A corda ao colo, nu de seda e pano, Porque não quis o moço sujeitar-se, Como ele prometera, ao Castelhano. Fez com siso e promessas levantar-se O cerco, que já estava soberano; Os filhos e mulher obriga à pena: Para que o senhor salve, a si condena.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Não fez o Cônsul tanto, que cercado Foi nas forças Caudinas, de ignorante, Quando a passar por baixo foi forçado Do Samnítico jugo triunfante. Este, pelo seu povo injuriado, A si se entrega só, firme e constante; Estoutro a si, e os filhos naturais, E a consorte sem culpa, que dói mais.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Vês este que, saindo da cilada, Dá sobre o Rei que cerca a vila forte? Já o Rei tem preso e a vila descercada: Ilustre feito, digno de Mavorte! Vê-lo cá vai pintado nesta armada, No mar também aos Mouros dando a morto, Tomando-lhe as galés, levando a glória Da primeira marítima vitória.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"É, Dom Fuas Roupinho, que na terra E no mar resplandece juntamente, Com o fogo que acendeu junto da serra De Abila, nas galés da Maura gente. Olha como, em tão justa e santa guerra, De acabar pelejando está contente: Das mãos dos Mouros entra a feliz alma, Triunfando, nos céus, com justa palma.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Não vês um ajuntamento, de estrangeiro Trajo, sair da grande armada nova, Que ajuda a combater o Rei primeiro Lisboa, de si dando santa prova? Olha Henrique, famoso cavaleiro, A palma que lhe nasce junto à cova. Por eles mostra Deus milagre visto: Germanos são os mártires de Cristo.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Um Sacerdote vê brandindo a espada Contra Arronches, que toma, por vingança De Leiria, que de antes foi tomada Por quem por Mafamede enresta a lança: É Teotónio, Prior. Mas vê cercada Santarém, e verás a segurança Da figura nos muros, que primeira Subindo, ergueu das Quinis a bandeira.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Vê-lo cá, donde Sancho desbarata Os Mouros de Vandália em fera guerra; Os inimigos rompendo, o alferes mata E o Hispálico pendão derriba em terra: Mem Moniz é, que em si o valor retrata, Que o sepulcro do pai com os ossos cerra, Digno destas bandeiras, pois sem falta A contrária derriba e a sua exalta.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Olha aquele que desce pela lança? Com as duas cabeças dos vigias, Onde a cilada esconde, com que alcança A cidade por manhas e ousadias. Ela por armas toma a semelhança Do cavaleiro, que as cabeças frias Na mão levava (feito nunca feito!) Giraldo Sem-pavor é o forte peito.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Não vês um Castelhano, que agravado De Afonso nono rei, pelo ódio antigo Dos de Lara, com os Mouros é deitado, De Portugal fazendo-se inimigo? Abrantes vila toma, acompanhado Dos duros infiéis que traz consigo. Mas vê que um Português com pouca gente O desbarata e o prende ousadamente.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Martim Lopes se chama o cavaleiro, Que destes levar pode a palma e o louro. Mas olha um Eclesiástico guerreiro, Que em lança de aço torna o Bago de ouro. Vê-lo entre os duvidosos tão inteiro Em não negar batalha ao bravo Mouro; Olha o sinal no céu que lhe aparece, Com que nos poucos seus o esforço cresce.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Vós? vão os Reis de Córdova e Sevilha Rotos, com os outros dois, e não de espaço. Rotos? mas antes mortos, maravilha Feita de Deus, que não de humano braço. Vês? já a vila de Alcáçare se humilha, Sem lhe valer defesa, ou muro de aço, A Dom Mateus, o Bispo de Lisboa, Que a coroa da palma ali coroa.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Olha um Mestre que desce de Castela, Português de nação, como conquista A terra dos Algarves, e já nela Não acha quem por armas lhe resista; Com manha, esforço, e com benigna estrela, Vilas, castelos toma à escala vista. Vês Tavila tomada aos moradores, Em vingança dos sete caçadores!
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Vês? com bélica astúcia ao Mouro ganha Silves, que ele ganhou com força ingente: É Dom Paio Correia, cuja manha E grande esforço faz inveja à gente. Mas não passes os três que em França e Espanha Se fazem conhecer perpetuamente Em desafios, justas e torneios, Nelas deixando públicos troféus.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Vê-los, com o nome vêm de aventureiros A Castela, onde o preço sós levaram Dos jogos de Belona verdadeiros, Que com dano de alguns se exercitaram. Vê mortos os soberbos cavaleiros, Que o principal dos três desafiaram, Que Gonçalo Ribeiro se nomeia, Que pode não temer a lei Leteia.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Atenta num, que a fama tanto estende, Que de nenhum passado se contenta; Que a pátria, que de um fraco fio pende, Sobre seus duros ombros a sustenta. Não no vês tinto de ira, que reprende A vil desconfiança inerte e lenta Do povo, e faz que tome o doce freio De Rei seu natural, e não de alheio?
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Olha: por seu conselho e ousadia De Deus guiada só, e de santa estrela, Só pode o que impossível parecia: Vencer o povo ingente de Castela. Vês, por indústria, esforço e valentia, Outro estrago e vitória clara e bela, Na gente, assim feroz como infinita, Que entre o Tarteso e Goadiana habita?
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Mas não vês quase já desbaratado O poder Lusitano, pela ausência Do Capitão devoto, que, apartado Orando invoca a suma e trina Essência? Vê-lo com pressa já dos seus achado, Que lhe dizem que falta resistência Contra poder tamanho, e que viesse, Por que consigo esforço aos fracos desse?
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Mas olha com que santa confiança, --Que inda não era tempo,--respondia, Como quem tinha em Deus a seguraria Da vitória que logo lhe daria. Assim Pompílio, ouvindo que a possança Dos inimigos a terra lhe corria, A quem lhe a dura nova estava dando, -"Pois eu, responde, estou sacrificando."--
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Se quem com tanto esforço em Deus se atreve, Ouvir quiseres como se nomeia, Português Cipião chamar-se deve; Mas mais de Dom Nuno Alvares se arreia: Ditosa pátria que tal filho teve! Mas antes pai, que enquanto o Sol rodeia Este globo de Ceres e Netuno, Sempre suspirará por tal aluno.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Na mesma guerra vê que presas ganha Estoutro Capitão de pouca gente; Comendadores vence e o gado apanha, Que levavam roubado ousadamente. Outra vez vê que a lança em sangue banha Destes, só por livrar com o amor ardente O preso amigo, preso por leal: Pêro Rodrigues é do Landroal.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Olha este desleal o como paga O perjúrio que fez e vil engano: Gil Fernandes é de Elvas quem o estraga, E faz vir a passar o último dano: De Xerez rouba o campo, e quase alaga Com o sangue de seus donos Castelhano. Mas olha Rui Pereira, que com o rosto Faz escudo às galés, diante posto.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Olha que dezessete Lusitanos, Neste outeiro subidos se defendem, Fortes, de quatrocentos Castelhanos, Que em derredor, pelos tomar, se estendem; Porém logo sentiram, com seus danos, Que não só se defendem, mas ofendem: Digno feito de ser no mundo eterno, Grande no tempo antigo e no moderno.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Sabe-se antigamente que trezentos Já contra mil Romanos pelejaram, No tempo que os viris atrevimentos De Viriato tanto se ilustraram, E deles alcançando vencimentos Memoráveis, de herança nos deixaram Que os muitos, por ser poucos, não temamos: O que depois mil vezes amestramos.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Olha cá dois infantes, Pedro e Henrique, Progénie generosa de Joane: Aquele faz que fama ilustre fique Dele em Germânia, com que a morte engane; Este, que ela nos mares o publique Por seu descobridor, e desengane De Ceita a Maura túmida vaidade, Primeiro entrando as portas da cidade.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Vês o conde Dom Pedro, que sustenta Dois cercos contra toda a Barbaria? Vês, outro Conde está, que representa Em terra Marte, em forças e ousadia; De poder defender se não contenta Alcácere da ingente companhia; Mas do seu Rei defende a cara vida, Pondo por muro a sua, ali perdida.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Outros muitos verias, que os pintores Aqui também por certo pintariam; Mas falta-lhe pincel, faltam-lhe cores, Honra, prémio, favor, que as artes criam: Culpa dos viciosos sucessores, Que degeneram, certo, e se desviam Do lustre e do valor dos seus passados, Em gostos e vaidades atolados.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Aqueles pais ilustres que já deram Princípio à geração que deles pende, Pela virtude muito então fizeram, E por deixar a casa, que descende. Cegos, que dos trabalhos que tiveram, Se alta fama e rumor deles se estende, Escuros deixam sempre seus menores, Com lhe deixar descansos corruptores.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Outros também há grandes e abastados, Sem nenhum tronco ilustre donde venham; Culpa de Reis, que às vezes a privados Dão mais que a mil, que esforço e saber tenham. Estes os seus não querem ver pintados, Crendo que cores vãs lhe não convenham, E, como a seu contrairo natural, A pintura, que fala, querem mal.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Não nego que há contudo descendentes Do generoso tronco, e casa rica, Que com costumes altos e excelentes, Sustentam a nobreza que lhe fica; E se a luz dos antigos seus parentes Neles mais o valor não clarifica, Não falta ao menos, nem se faz escura. Mas destes acha poucos a pintura."
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
Assim está declarando os grandes feitos O Gama, que ali mostra a vária tinta, Que a douta mão tão claros, tão perfeitos, Do singular artífice ali pinta. Os olhos tinha prontos e direitos O Catual na história bem distinta; Mil vezes perguntava e mil ouvia As gostosas batalhas que ali via.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
Mas já a luz se mostrava duvidosa, Porque a a lâmpada grande se escondia Debaixo do Horizonte e luminosa Levava aos Antípodas o dia, Quando o Gentio e a gente generosa Dos Naires da nau forte se partia A buscar o repouso que descansa Os lassos animais, na noite mansa.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
Entretanto os Arúspices famosos Na falsa opinião, que em sacrifícios Antevêem sempre os casos duvidosos, Por sinais diabólicos e indícios, Mandados do Rei próprio, estudiosos Exercitavam a arte e seus ofícios Sobre esta vinda desta gente estranha, Que às suas terras vem da ignota Espanha.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
Sinal lhe mostra o Demo verdadeiro, De como a nova gente lhe seria Jugo perpétuo, eterno cativeiro, Destruição de gente, e de valia. Vai-se espantado o atónito agoureiro Dizer ao Rei (segundo o que entendia) Os sinais temerosos que alcançara Nas entranhas das vítimas que olhara.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
A isto mais se ajunta que um devoto Sacerdote da lei de Mafamede, Dos ódios concebidos não remoto Contra a divina Fé, que tudo excede, Em forma do Profeta falso e noto, Que do filho da escrava Agar procede, Baco odioso em sonhos lhe aparece, Que de seus ódios ainda se não desse.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
E diz-lhe assim: "Guardai-vos, gente minha, Do mal que se aparelha pelo inimigo Que pelas águas úmidas caminha, Antes que esteis mais perto do perigo." Isto dizendo, acorda o Mouro asinha, Espantado do sonho; mas consigo Cuida que não é mais que sonho usado: Torna a dormir quieto e sossegado.