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Embarcação do século 16 encontrada pode ter sido de Vasco da Gama
Arqueólogos apontaram que os destroços de um navio na costa de Omã são "provavelmente" de uma embarcação do século 16 que fazia parte da frota do navegador Vasco da Gama. Duas naus da segunda viagem de Vasco da Gama à Índia naufragaram em 1503 na costa sudeste de Omã. As embarcações –Esmeralda e São Pedro– lideravam um esquadrão de três naus e duas caravelas e eram comandadas pelos tios maternos de Gama, Vicente e Brás Sodré, respectivamente. Segundo relatos históricos, as duas naus afundaram após uma forte tempestade. O São Pedro naufragou perto do litoral e a maioria tripulação conseguiu se salvar; já o Esmeralda afundou no meio do mar, causando a morte de toda a tripulação. Em 2013, os destroços de uma embarcação, encontrados em 1998, começaram a ser coletados e analisados pela empresa britânica Blue Water Recoveries e o Ministério da Herança e Cultura de Omã. Os resultados, publicados agora na revista especializada "International Journal of Nautical Archaeology", apontam para a possibilidade de descoberta do Esmeralda. Entre os objetos estão uma moeda rara de prata chamada Indio –até então só se sabia da existência de outra igual. As moedas foram forjadas em 1499 depois da primeira viagem de Vasco da Gama à Índia, o que ajuda a datar o naufrágio. Há também objetos de cerâmica e um sino. Os pesquisadores afirmam no artigo que falta "prova conclusiva" para afirmar que se trata do Esmeralda e não do São Pedro, mas uma indicação é a marca "VS", provavelmente uma abreviação para Vicente Sodré. Viagens pela chamada Carreira da Índia (designação atribuída à ligação marítima entre Lisboa e os portos da Índia), feitas anualmente por embarcações portuguesas desde a descoberta da rota por Vasco da Gama em 1498, eram perigosas e frequentemente fatais. Um estudo estima que 219 navios foram perdidos entre 1498 e 1650, mas poucos foram encontrados e praticamente todos foram saqueados antes que arqueólogos pudessem estudá-los.
ciencia
Embarcação do século 16 encontrada pode ter sido de Vasco da GamaArqueólogos apontaram que os destroços de um navio na costa de Omã são "provavelmente" de uma embarcação do século 16 que fazia parte da frota do navegador Vasco da Gama. Duas naus da segunda viagem de Vasco da Gama à Índia naufragaram em 1503 na costa sudeste de Omã. As embarcações –Esmeralda e São Pedro– lideravam um esquadrão de três naus e duas caravelas e eram comandadas pelos tios maternos de Gama, Vicente e Brás Sodré, respectivamente. Segundo relatos históricos, as duas naus afundaram após uma forte tempestade. O São Pedro naufragou perto do litoral e a maioria tripulação conseguiu se salvar; já o Esmeralda afundou no meio do mar, causando a morte de toda a tripulação. Em 2013, os destroços de uma embarcação, encontrados em 1998, começaram a ser coletados e analisados pela empresa britânica Blue Water Recoveries e o Ministério da Herança e Cultura de Omã. Os resultados, publicados agora na revista especializada "International Journal of Nautical Archaeology", apontam para a possibilidade de descoberta do Esmeralda. Entre os objetos estão uma moeda rara de prata chamada Indio –até então só se sabia da existência de outra igual. As moedas foram forjadas em 1499 depois da primeira viagem de Vasco da Gama à Índia, o que ajuda a datar o naufrágio. Há também objetos de cerâmica e um sino. Os pesquisadores afirmam no artigo que falta "prova conclusiva" para afirmar que se trata do Esmeralda e não do São Pedro, mas uma indicação é a marca "VS", provavelmente uma abreviação para Vicente Sodré. Viagens pela chamada Carreira da Índia (designação atribuída à ligação marítima entre Lisboa e os portos da Índia), feitas anualmente por embarcações portuguesas desde a descoberta da rota por Vasco da Gama em 1498, eram perigosas e frequentemente fatais. Um estudo estima que 219 navios foram perdidos entre 1498 e 1650, mas poucos foram encontrados e praticamente todos foram saqueados antes que arqueólogos pudessem estudá-los.
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Policial atira com bala de borracha em presos rendidos no Tocantins
Algemados, dois presos estão de costas para sete agentes armados. Um guarda parece não gostar do gesto de um dos rendidos, saca a taser (pistola de choque) e dispara contra o preso, que cai.Outros dois detentos, em seguida, aproximam-se por uma antessala atrás dos guardas e tocam no homem que fez o disparo do choque.É a deixa para dois policiais reagirem. Com espingardas, dão quatro tiros na direção dos dois, do que parecem ser balas de borracha. Um dos presos desaba no chão. Um policial volta, faz a mira nele e dispara de novo.As imagens foram captadas por câmeras do circuito interno de uma penitenciária em Tocantins. A Defensoria Pública Estadual vê indícios do crime de tortura. O governo estadual informou que vai afastar a direção do presídio.Leia mais aqui
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Policial atira com bala de borracha em presos rendidos no TocantinsAlgemados, dois presos estão de costas para sete agentes armados. Um guarda parece não gostar do gesto de um dos rendidos, saca a taser (pistola de choque) e dispara contra o preso, que cai.Outros dois detentos, em seguida, aproximam-se por uma antessala atrás dos guardas e tocam no homem que fez o disparo do choque.É a deixa para dois policiais reagirem. Com espingardas, dão quatro tiros na direção dos dois, do que parecem ser balas de borracha. Um dos presos desaba no chão. Um policial volta, faz a mira nele e dispara de novo.As imagens foram captadas por câmeras do circuito interno de uma penitenciária em Tocantins. A Defensoria Pública Estadual vê indícios do crime de tortura. O governo estadual informou que vai afastar a direção do presídio.Leia mais aqui
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Banco Central acertou ao reduzir taxa de juros? SIM
BOM COMEÇO, MAS QUEDA DEVERIA SER MAIOR O Banco Central tomou coragem e iniciou um ciclo de redução dos juros. A queda foi de 0,25 ponto percentual, para 14% ao ano. A intensidade deveria ter sido maior, mas já é um começo. Apesar das incertezas, a melhora das expectativas, resultado da atitude decidida do governo Michel Temer na seara fiscal, deu mais força à redução da Selic. Juros menores têm o condão de turbinar o investimento. A dívida das empresas cai e o gasto do governo se retrai. Nessa toada, voltaremos a crescer. Se a taxa interna de retorno de um projeto de investimento é inferior à remuneração oferecida nos títulos públicos (a Selic), o projeto não sai do papel. Logo, quanto menor a taxa de juros, maior o número de investimentos viáveis economicamente. O retorno de 10% em uma fábrica de sapatos é muito ou pouco? Depende de quanto eu ganharia colocando esse capital em títulos públicos. Ao fixar determinado nível de juros, busca-se certo patamar de inflação em um prazo de um ou dois anos, mas sem tirar o olho do lado real: produção, emprego e investimento. Por exemplo, para o ano que vem, o próprio BC já prevê uma inflação de 4,4%, abaixo do centro da meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (4,5%). Quanto ao PIB, nunca estivemos tão mal: um tombo, entre 2015 e 2016, de mais de 7%. Os analistas preveem inflação de 5% para os próximos 12 meses. Desde novembro do ano passado, a expectativa dos agentes econômicos já caiu quase dois pontos e meio. Isto é, o juro real, variável mais relevante para a decisão de investimento (pois desconta a perda com a inflação), estava subindo até a última quarta-feira (19), mesmo com a Selic inalterada. O juro brasileiro é uma espécie de jabuticaba. Amarga. Com dívida de 70% do PIB ou R$ 4,3 trilhões, o Brasil paga 8,5% de juros reais. Países com níveis similares de dívida têm taxas de juros reais negativas ou, quando positivas, iguais a 2% ao ano, no máximo. Os juros brasileiros estão muito acima do nível internacional acrescido do risco país. Isto é, estamos pagando muito mais do que o necessário para cobrir o diferencial de risco para o investidor que tem de decidir colocar dinheiro aqui ou mandar para os Estados Unidos. Isso cria um estímulo para a entrada de dinheiro especulativo no Brasil: entra, ganha o juro e vai embora depois do pernoite. Marcos Lisboa argumentou nesta Folha que o critério da taxa natural seria o relevante para a decisão sobre os juros. Trata-se do seguinte: observar como está se comportando o consumo (incluindo o governo) e a capacidade de produção e, na presença de pressões excessivas do primeiro sobre a segunda, juros para cima. Ora, mas se a economia está em depressão profunda, a léguas de distância do seu potencial (o máximo PIB possível dadas a mão de obra, a infraestrutura, a produtividade etc.), esse argumento não para em pé por mais de dois segundos. Isso não anula a necessidade de ajuste fiscal duro, profundo e abrangente. O Estado precisa ganhar músculos e perder peso para financiar mais e melhores políticas públicas. Aliás, só como resultado da redução de 0,25 ponto percentual, o setor público deixará de pagar R$ 6,5 bilhões em juros ao setor privado. Do ponto de vista das empresas, menos dívidas e mais investimentos. O BC tomou a decisão certa, sobretudo diante da perspectiva de equacionamento do buraco das contas públicas com a PEC do teto de gastos. Todavia, é preciso intensificar a redução. Ao realinhar estruturalmente os juros, combateremos a tendência crônica de valorização artificial do real frente ao dólar e, com isso, desintoxicaremos a indústria e teremos a oportunidade de voltar a crescer e a reduzir a pobreza. FELIPE SALTO, economista, mestre em administração pública pela Fundação Getulio Vargas, é coautor do livro "Finanças Públicas: da Contabilidade Criativa ao Resgate da Credibilidade" (Record) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br
opiniao
Banco Central acertou ao reduzir taxa de juros? SIMBOM COMEÇO, MAS QUEDA DEVERIA SER MAIOR O Banco Central tomou coragem e iniciou um ciclo de redução dos juros. A queda foi de 0,25 ponto percentual, para 14% ao ano. A intensidade deveria ter sido maior, mas já é um começo. Apesar das incertezas, a melhora das expectativas, resultado da atitude decidida do governo Michel Temer na seara fiscal, deu mais força à redução da Selic. Juros menores têm o condão de turbinar o investimento. A dívida das empresas cai e o gasto do governo se retrai. Nessa toada, voltaremos a crescer. Se a taxa interna de retorno de um projeto de investimento é inferior à remuneração oferecida nos títulos públicos (a Selic), o projeto não sai do papel. Logo, quanto menor a taxa de juros, maior o número de investimentos viáveis economicamente. O retorno de 10% em uma fábrica de sapatos é muito ou pouco? Depende de quanto eu ganharia colocando esse capital em títulos públicos. Ao fixar determinado nível de juros, busca-se certo patamar de inflação em um prazo de um ou dois anos, mas sem tirar o olho do lado real: produção, emprego e investimento. Por exemplo, para o ano que vem, o próprio BC já prevê uma inflação de 4,4%, abaixo do centro da meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (4,5%). Quanto ao PIB, nunca estivemos tão mal: um tombo, entre 2015 e 2016, de mais de 7%. Os analistas preveem inflação de 5% para os próximos 12 meses. Desde novembro do ano passado, a expectativa dos agentes econômicos já caiu quase dois pontos e meio. Isto é, o juro real, variável mais relevante para a decisão de investimento (pois desconta a perda com a inflação), estava subindo até a última quarta-feira (19), mesmo com a Selic inalterada. O juro brasileiro é uma espécie de jabuticaba. Amarga. Com dívida de 70% do PIB ou R$ 4,3 trilhões, o Brasil paga 8,5% de juros reais. Países com níveis similares de dívida têm taxas de juros reais negativas ou, quando positivas, iguais a 2% ao ano, no máximo. Os juros brasileiros estão muito acima do nível internacional acrescido do risco país. Isto é, estamos pagando muito mais do que o necessário para cobrir o diferencial de risco para o investidor que tem de decidir colocar dinheiro aqui ou mandar para os Estados Unidos. Isso cria um estímulo para a entrada de dinheiro especulativo no Brasil: entra, ganha o juro e vai embora depois do pernoite. Marcos Lisboa argumentou nesta Folha que o critério da taxa natural seria o relevante para a decisão sobre os juros. Trata-se do seguinte: observar como está se comportando o consumo (incluindo o governo) e a capacidade de produção e, na presença de pressões excessivas do primeiro sobre a segunda, juros para cima. Ora, mas se a economia está em depressão profunda, a léguas de distância do seu potencial (o máximo PIB possível dadas a mão de obra, a infraestrutura, a produtividade etc.), esse argumento não para em pé por mais de dois segundos. Isso não anula a necessidade de ajuste fiscal duro, profundo e abrangente. O Estado precisa ganhar músculos e perder peso para financiar mais e melhores políticas públicas. Aliás, só como resultado da redução de 0,25 ponto percentual, o setor público deixará de pagar R$ 6,5 bilhões em juros ao setor privado. Do ponto de vista das empresas, menos dívidas e mais investimentos. O BC tomou a decisão certa, sobretudo diante da perspectiva de equacionamento do buraco das contas públicas com a PEC do teto de gastos. Todavia, é preciso intensificar a redução. Ao realinhar estruturalmente os juros, combateremos a tendência crônica de valorização artificial do real frente ao dólar e, com isso, desintoxicaremos a indústria e teremos a oportunidade de voltar a crescer e a reduzir a pobreza. FELIPE SALTO, economista, mestre em administração pública pela Fundação Getulio Vargas, é coautor do livro "Finanças Públicas: da Contabilidade Criativa ao Resgate da Credibilidade" (Record) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br
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Polícia ocupa morro da Pedreira após morte do traficante Playboy
Após a morte do traficante Celso Pinheiro Pimenta, 33, conhecido como Playboy, a Polícia Civil do Rio ocupou por tempo indeterminado o Morro da Pedreira, em Costa Barros, na zona norte da cidade. A medida foi tomada para evitar que traficantes fechem o comércio local e para coibir manifestações. A ocupação, que também seria motivada para desencorajar facções rivais a invadirem o morro, será feita por policiais da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais), a tropa de elite da Polícia Civil. Playboy foi morto em ação da polícia, na manhã deste sábado (8), que contou com a participação de homens da Polícia Federal e apoio da Secretaria de Segurança Pública do Estado. De acordo com a polícia, ele estava armado e, após reagir, foi atingido por dois tiros de fuzil, no peito e na perna. Ele chegou a ser levado para o Hospital Geral de Bonsucesso, na zona norte, mas não resistiu. Playboy estava foragido desde 2009 e era considerado o criminoso mais procurado do Estado. O traficante ganhou o apelido por ter origem de classe média. Foi criado em Laranjeiras, na zona sul do Rio, e estudou em colégios particulares até os 18 anos, quando entrou para o crime. A operação que resultou na morte de playboy reuniu cerca de 80 homens da Polícia Federal, da Secretaria de Segurança Pública do Estado e da Core. O Disque Denúncia prometia R$ 50 mil por dicas que levassem à captura de Playboy. Era a maior recompensa oferecida por informações que levassem à prisão de um foragido da Justiça no Rio. O traficante liderava a facção criminosa ADA (Amigo dos Amigos) e atuava nos morros da Pedreira e da Lagartixa (zona norte). Os locais não têm UPP (Unidade de Polícia Pacificadora). Além de traficar drogas, chefiava uma quadrilha especializada em roubo de cargas. Playboy era acusado de comandar ações ousadas, como o roubo de 193 motos em um depósito do Estado, em dezembro de 2014. As motocicletas estavam dentro de um depósito de uma empresa que presta serviço para o Detro (Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio), órgão do governo do Estado. No mesmo ano, expulsou cerca de 80 famílias de um conjunto do programa Minha Casa Minha Vida. Os apartamentos foram ocupados pelos bandidos. Considerado carismático, ele distribuía remédios, cestas básicas e botijões de gás a moradores das favelas em que atuava. Ele havia sido condenado a 15 anos e oito meses de prisão por tráfico de drogas, roubo e homicídio qualificado. Há seis meses, disse à revista "Veja" que pensava em se entregar. "Todas as informações que eu tenho são de que a polícia não quer me prender, quer me matar", afirmou na época. ENTREVISTA Neste sábado, em sua página na internet, o fundador do AfroReggae, José Junior, publicou trechos de uma entrevista que fez com o criminoso no começo do ano e que só seriam divulgadas caso ele fosse preso ou morto. Neles, Playboy se descreve como "um ser humano que tentou ser trabalhador, mas a circunstância da vida não permitiu". Ele também refutou a autoria do roubo das motos no depósito do Estado e disse que mandou devolvê-las para mostrar que não queria problemas.
cotidiano
Polícia ocupa morro da Pedreira após morte do traficante PlayboyApós a morte do traficante Celso Pinheiro Pimenta, 33, conhecido como Playboy, a Polícia Civil do Rio ocupou por tempo indeterminado o Morro da Pedreira, em Costa Barros, na zona norte da cidade. A medida foi tomada para evitar que traficantes fechem o comércio local e para coibir manifestações. A ocupação, que também seria motivada para desencorajar facções rivais a invadirem o morro, será feita por policiais da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais), a tropa de elite da Polícia Civil. Playboy foi morto em ação da polícia, na manhã deste sábado (8), que contou com a participação de homens da Polícia Federal e apoio da Secretaria de Segurança Pública do Estado. De acordo com a polícia, ele estava armado e, após reagir, foi atingido por dois tiros de fuzil, no peito e na perna. Ele chegou a ser levado para o Hospital Geral de Bonsucesso, na zona norte, mas não resistiu. Playboy estava foragido desde 2009 e era considerado o criminoso mais procurado do Estado. O traficante ganhou o apelido por ter origem de classe média. Foi criado em Laranjeiras, na zona sul do Rio, e estudou em colégios particulares até os 18 anos, quando entrou para o crime. A operação que resultou na morte de playboy reuniu cerca de 80 homens da Polícia Federal, da Secretaria de Segurança Pública do Estado e da Core. O Disque Denúncia prometia R$ 50 mil por dicas que levassem à captura de Playboy. Era a maior recompensa oferecida por informações que levassem à prisão de um foragido da Justiça no Rio. O traficante liderava a facção criminosa ADA (Amigo dos Amigos) e atuava nos morros da Pedreira e da Lagartixa (zona norte). Os locais não têm UPP (Unidade de Polícia Pacificadora). Além de traficar drogas, chefiava uma quadrilha especializada em roubo de cargas. Playboy era acusado de comandar ações ousadas, como o roubo de 193 motos em um depósito do Estado, em dezembro de 2014. As motocicletas estavam dentro de um depósito de uma empresa que presta serviço para o Detro (Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio), órgão do governo do Estado. No mesmo ano, expulsou cerca de 80 famílias de um conjunto do programa Minha Casa Minha Vida. Os apartamentos foram ocupados pelos bandidos. Considerado carismático, ele distribuía remédios, cestas básicas e botijões de gás a moradores das favelas em que atuava. Ele havia sido condenado a 15 anos e oito meses de prisão por tráfico de drogas, roubo e homicídio qualificado. Há seis meses, disse à revista "Veja" que pensava em se entregar. "Todas as informações que eu tenho são de que a polícia não quer me prender, quer me matar", afirmou na época. ENTREVISTA Neste sábado, em sua página na internet, o fundador do AfroReggae, José Junior, publicou trechos de uma entrevista que fez com o criminoso no começo do ano e que só seriam divulgadas caso ele fosse preso ou morto. Neles, Playboy se descreve como "um ser humano que tentou ser trabalhador, mas a circunstância da vida não permitiu". Ele também refutou a autoria do roubo das motos no depósito do Estado e disse que mandou devolvê-las para mostrar que não queria problemas.
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Turista fica cara a cara com vulcão em atividade na Nicarágua
Localizado a 35 quilômetros do aeroporto internacional Augusto Cesar Sandino, em Manágua, capital da Nicarágua, o vulcão Masaya pode ser considerado um resumo da capacidade do país de surpreender o visitante. Principal atração do parque nacional homônimo, o Masaya é o único dos 14 vulcões do país (seis ativos), e um dos poucos no mundo, onde é possível ficar cara a cara com lava em ebulição. No parque, os carros podem ser parados em um estacionamento na boca da cratera Santiago. O contato com a massa alaranjada e fervilhante chega a comover. Cerca de duas centenas de metros abaixo, encontra-se uma piscina de magma, vista em meio a uma chaminé de gás de enxofre. Como o gás é tóxico, é permitido ficar no local por apenas cinco minutos. Com sorte, o vento sopra para o lado oposto e ganha-se tempo. O passeio, que custa aproximadamente US$ 35 (R$ 110), é muito procurado ao entardecer, quando a lava fica mais nítida. 'ESQUIBUNDA' Depois do Masaya, é possível dizer que o vulcão mais cobiçado pelos turistas é o Cerro Negro, a 25 quilômetros de León, capital do departamento de mesmo nome. Apesar de não conter lava, exibe pequenas chaminés que exalam enxofre a uma altura de 728 metros. Uma caminhada de uma hora, de intensidade média, leva ao cume do Cerro Negro. Além da trilha, um circuito de tirolesas percorre 829 metros, entre sete plataformas, em meio à floresta que cresce sobre cinzas. Já no topo, muitos visitantes aceitam deslizar 500 metros montanha abaixo sentados num "esquibunda". A velocidade pode chegar a 90km/h, segundo os guias. A descida custa a partir de US$ 40 (R$ 126). O material de proteção inclui macacões de pano grosso, luvas e óculos especiais, além do principal: pranchas de madeira com fundo de ferro. Uma guia explica como conduzir a tábua, mas num trecho íngreme é difícil controlar a velocidade, em meio a uma grande quantidade de poeira preta. Turismo na Nicarágua * R$ 3.091 Quatro diárias por pessoa, em quarto duplo, no hotel Antigua Estación Granada. Inclui aéreo, sem café da manhã. Na CVC: cvc.com.br R$ 3.474 Pacote para uma pessoa por sete noites no hotel San Leon del Sol. Sem aéreo, inclui café da manhã. Na Decolar: decolar.com R$ 3.750 (US$ 1.187) Quatro noites por pessoa no Mukul Resort & Spa, em quarto de casal. Sem aéreo, inclui café da manhã e traslados. Na Interpoint Viagens & Turismo: interpoint.com.br R$ 3.939 Seis noites por pessoa no hotel Colonial Granada, em quarto duplo. Inclui aéreo. Na Decolar: decolar.com R$ 4.253 (US$ 1.346) Preço por pessoa para cinco noites, em quarto duplo, no Soma Surf Resort. Inclui aéreo (Copa) e seguro viagem. Na Trade Tours: tradetours.com.br R$ 6.400 Pacote de três noites para duas pessoas no hotel Casa Morazan, no centro histórico de Granada. Inclui aéreo (com taxas e impostos) e café da manhã. Na Expedia: expedia.com.br R$ 6.844 (US$ 2.160) Pacote para quatro noites por pessoa no Mukul Beach, Golf & Spa, em quarto duplo. Sem aéreo, inclui café da manhã e traslados de chegada e saída. Válido de 01 a 15 de dezembro. Na Teresa Perez Tours: teresaperez.com.br R$ 8.165 (US$ 2.584) Valor individual para 11 noites, passando por Nicarágua, El Salvador e Guatemala. Inclui aéreo, traslados, seguro viagem e passeios à cidade de Granada e ao vulcão Masaya, ambos na Nicarágua. Na Venice Turismo: veniceturismo.com.br
turismo
Turista fica cara a cara com vulcão em atividade na NicaráguaLocalizado a 35 quilômetros do aeroporto internacional Augusto Cesar Sandino, em Manágua, capital da Nicarágua, o vulcão Masaya pode ser considerado um resumo da capacidade do país de surpreender o visitante. Principal atração do parque nacional homônimo, o Masaya é o único dos 14 vulcões do país (seis ativos), e um dos poucos no mundo, onde é possível ficar cara a cara com lava em ebulição. No parque, os carros podem ser parados em um estacionamento na boca da cratera Santiago. O contato com a massa alaranjada e fervilhante chega a comover. Cerca de duas centenas de metros abaixo, encontra-se uma piscina de magma, vista em meio a uma chaminé de gás de enxofre. Como o gás é tóxico, é permitido ficar no local por apenas cinco minutos. Com sorte, o vento sopra para o lado oposto e ganha-se tempo. O passeio, que custa aproximadamente US$ 35 (R$ 110), é muito procurado ao entardecer, quando a lava fica mais nítida. 'ESQUIBUNDA' Depois do Masaya, é possível dizer que o vulcão mais cobiçado pelos turistas é o Cerro Negro, a 25 quilômetros de León, capital do departamento de mesmo nome. Apesar de não conter lava, exibe pequenas chaminés que exalam enxofre a uma altura de 728 metros. Uma caminhada de uma hora, de intensidade média, leva ao cume do Cerro Negro. Além da trilha, um circuito de tirolesas percorre 829 metros, entre sete plataformas, em meio à floresta que cresce sobre cinzas. Já no topo, muitos visitantes aceitam deslizar 500 metros montanha abaixo sentados num "esquibunda". A velocidade pode chegar a 90km/h, segundo os guias. A descida custa a partir de US$ 40 (R$ 126). O material de proteção inclui macacões de pano grosso, luvas e óculos especiais, além do principal: pranchas de madeira com fundo de ferro. Uma guia explica como conduzir a tábua, mas num trecho íngreme é difícil controlar a velocidade, em meio a uma grande quantidade de poeira preta. Turismo na Nicarágua * R$ 3.091 Quatro diárias por pessoa, em quarto duplo, no hotel Antigua Estación Granada. Inclui aéreo, sem café da manhã. Na CVC: cvc.com.br R$ 3.474 Pacote para uma pessoa por sete noites no hotel San Leon del Sol. Sem aéreo, inclui café da manhã. Na Decolar: decolar.com R$ 3.750 (US$ 1.187) Quatro noites por pessoa no Mukul Resort & Spa, em quarto de casal. Sem aéreo, inclui café da manhã e traslados. Na Interpoint Viagens & Turismo: interpoint.com.br R$ 3.939 Seis noites por pessoa no hotel Colonial Granada, em quarto duplo. Inclui aéreo. Na Decolar: decolar.com R$ 4.253 (US$ 1.346) Preço por pessoa para cinco noites, em quarto duplo, no Soma Surf Resort. Inclui aéreo (Copa) e seguro viagem. Na Trade Tours: tradetours.com.br R$ 6.400 Pacote de três noites para duas pessoas no hotel Casa Morazan, no centro histórico de Granada. Inclui aéreo (com taxas e impostos) e café da manhã. Na Expedia: expedia.com.br R$ 6.844 (US$ 2.160) Pacote para quatro noites por pessoa no Mukul Beach, Golf & Spa, em quarto duplo. Sem aéreo, inclui café da manhã e traslados de chegada e saída. Válido de 01 a 15 de dezembro. Na Teresa Perez Tours: teresaperez.com.br R$ 8.165 (US$ 2.584) Valor individual para 11 noites, passando por Nicarágua, El Salvador e Guatemala. Inclui aéreo, traslados, seguro viagem e passeios à cidade de Granada e ao vulcão Masaya, ambos na Nicarágua. Na Venice Turismo: veniceturismo.com.br
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Martin Scorsese encontra papa após exibição de filme sobre jesuítas
O papa Francisco se encontrou nesta quarta-feira (30) com Martin Scorsese após uma exibição especial em Roma do novo filme do diretor vencedor do Oscar, "Silence", que trata de missionários jesuítas no Japão do século 17, informou o Vaticano. Para Scorsese, que passou um ano em um "seminário menor", uma escola de segundo grau para meninos que cogitam o sacerdócio, o encontro aconteceu quase trinta anos depois de muitos líderes conservadores da igreja terem repudiado seu filme "A Última Tentação de Cristo", de 1988. O encontro também teve significado para o papa argentino, 79, um membro da ordem jesuíta que, quando era um jovem padre na Argentina, quis ir ao Japão como missionário, mas foi impedido por motivos de saúde. Scorsese, 74, compareceu a uma exibição especial de "Silence" para mais de 300 padres jesuítas na noite de terça-feira. Uma segunda exibição foi planejada para uma plateia menor no Vaticano na tarde desta quarta-feira, mas não ficou claro se Francisco esteve presente. "Ele pareceu muito satisfeito com a maneira como (a exibição de terça-feira) transcorreu", disse o padre James Martin, um jesuíta que prestou consultoria para o roteiro do filme. Também na terça-feira, Scorsese permaneceu durante uma hora após a projeção para responder perguntas dos jesuítas. "Ele estava muito envolvido e entusiasmado e realmente impressionou os jesuítas da plateia com a profundidade de sua espiritualidade", disse Martin à Reuters. A produção, que deve estrear nos Estados Unidos em dezembro, fala sobre dois missionários jesuítas portugueses que viajam ao Japão pagão no século 17 para procurar seu mentor desaparecido, que rumores afirmam ter renunciado à fé sob tortura. Ali os dois religiosos enfrentam uma escolha: podem evitar que eles mesmos e convertidos japoneses sejam mortos crucificados, queimados e afogados se pisotearem uma imagem de Jesus conhecida como "fumie". Martin louvou a espiritualidade de Scorsese. "Você não poderia fazer um filme espiritual como este sem ser uma pessoa espiritualizada. Daria a sensação de ser vazio", disse o padre. Scorsese foi muito criticado pelos cristãos conservadores por "A Última Tentação de Cristo", mas muitos católicos também o defenderam. "Aquele filme não mostrava Jesus renunciando à fé, mas sendo tentado, e isso é parte de sua humanidade", afirmou Martin. Trailer de 'Silence'
ilustrada
Martin Scorsese encontra papa após exibição de filme sobre jesuítasO papa Francisco se encontrou nesta quarta-feira (30) com Martin Scorsese após uma exibição especial em Roma do novo filme do diretor vencedor do Oscar, "Silence", que trata de missionários jesuítas no Japão do século 17, informou o Vaticano. Para Scorsese, que passou um ano em um "seminário menor", uma escola de segundo grau para meninos que cogitam o sacerdócio, o encontro aconteceu quase trinta anos depois de muitos líderes conservadores da igreja terem repudiado seu filme "A Última Tentação de Cristo", de 1988. O encontro também teve significado para o papa argentino, 79, um membro da ordem jesuíta que, quando era um jovem padre na Argentina, quis ir ao Japão como missionário, mas foi impedido por motivos de saúde. Scorsese, 74, compareceu a uma exibição especial de "Silence" para mais de 300 padres jesuítas na noite de terça-feira. Uma segunda exibição foi planejada para uma plateia menor no Vaticano na tarde desta quarta-feira, mas não ficou claro se Francisco esteve presente. "Ele pareceu muito satisfeito com a maneira como (a exibição de terça-feira) transcorreu", disse o padre James Martin, um jesuíta que prestou consultoria para o roteiro do filme. Também na terça-feira, Scorsese permaneceu durante uma hora após a projeção para responder perguntas dos jesuítas. "Ele estava muito envolvido e entusiasmado e realmente impressionou os jesuítas da plateia com a profundidade de sua espiritualidade", disse Martin à Reuters. A produção, que deve estrear nos Estados Unidos em dezembro, fala sobre dois missionários jesuítas portugueses que viajam ao Japão pagão no século 17 para procurar seu mentor desaparecido, que rumores afirmam ter renunciado à fé sob tortura. Ali os dois religiosos enfrentam uma escolha: podem evitar que eles mesmos e convertidos japoneses sejam mortos crucificados, queimados e afogados se pisotearem uma imagem de Jesus conhecida como "fumie". Martin louvou a espiritualidade de Scorsese. "Você não poderia fazer um filme espiritual como este sem ser uma pessoa espiritualizada. Daria a sensação de ser vazio", disse o padre. Scorsese foi muito criticado pelos cristãos conservadores por "A Última Tentação de Cristo", mas muitos católicos também o defenderam. "Aquele filme não mostrava Jesus renunciando à fé, mas sendo tentado, e isso é parte de sua humanidade", afirmou Martin. Trailer de 'Silence'
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Com problemas no carro, Massa perde 2º treino livre na Austrália
A temporada de 2015 não começou como Felipe Massa esperava.  Depois de uma pré-temporada sem problemas em seu Williams, o piloto brasileiro teve uma falha na unidade de potência do FW37 que o impediu de participar da segunda sessão de treinos livres para o GP da Austrália de F-1, que será disputado neste domingo, a partir das 2h (de Brasília). "Pelo menos eu tive este problema num treino que não vale nada e é melhor que tenha acontecido agora do que na primeira curva da corrida. O que aconteceu foi um vazamento de água num dos tubos do motor que ia demorar muito tempo para consertar e acabei tendo de ficar de fora do treino", afirmou Massa, que na primeira sessão cravou o sétimo melhor tempo –Nico Rosberg foi o mais veloz nos dois treinos desta sexta-feira em Melbourne, ambos na frente de seu companheiro de Mercedes, Lewis Hamilton. Pela manhã, Massa completou apenas 19 voltas, o que não ajudou muito em sua preparação para o treino que, neste sábado, às 3h (de Brasília), define o grid de largada da primeira corrida da temporada, em Melbourne. "Eu dei poucas voltas, mas pelo menos acho que deu para entender um pouco a pista e como nosso carro está se comportando aqui. De qualquer forma nunca é bom perder um treino." Tendo acompanhado o treino da tarde nos boxes da Williams, o piloto brasileiro disse ter podido ter uma ideia melhor de como estará a concorrência no resto do final de semana em Melbourne. "Deu para perceber que estamos numa boa posição, mas ainda longe da Mercedes. A Ferrari se mostrou muito competitiva com a Red Bull um pouco mais para trás. Mas temos que ficar atentos que tudo pode mudar amanhã." CONFIRA OS TEMPOS DO 2º TREINO LIVRE PARA O GP DA AUSTRÁLIA 1 - Nico Rosberg - Mercedes - 1min27s697 2 - Lewis Hamilton - Mercedes - 1min27s797 3 - Sebastian Vettel - Ferrari - 1min28s412 4 - Kimi Raikkonen - Ferrari - 1min28s842 5 - Valtteri Bottas - Williams - 1min29s265 6 - Daniil Kvyat - Red Bull - 1min30s016 7 - Carlos Sainz Jr - Toro Rosso - 1min30s071 8 - Pastor Maldonado - Lotus - 1min30s104 9 - Romain Grosjean - Lotus - 1min30s205 10 - Nico Hulkenberg - Force India - 1min30s473 11 - Felipe Nasr - Sauber - 1min30s755 12 - Sergio Perez - Force India - 1min30s980 13 - Jenson Button - McLaren - 1min31s387 14 - Max Verstappen - Toro Rosso - 1min31s395 15 - Marcus Ericsson - Sauber - 1min32s303 16 - Kevin Magnussen - McLaren - 1min33s289
esporte
Com problemas no carro, Massa perde 2º treino livre na AustráliaA temporada de 2015 não começou como Felipe Massa esperava.  Depois de uma pré-temporada sem problemas em seu Williams, o piloto brasileiro teve uma falha na unidade de potência do FW37 que o impediu de participar da segunda sessão de treinos livres para o GP da Austrália de F-1, que será disputado neste domingo, a partir das 2h (de Brasília). "Pelo menos eu tive este problema num treino que não vale nada e é melhor que tenha acontecido agora do que na primeira curva da corrida. O que aconteceu foi um vazamento de água num dos tubos do motor que ia demorar muito tempo para consertar e acabei tendo de ficar de fora do treino", afirmou Massa, que na primeira sessão cravou o sétimo melhor tempo –Nico Rosberg foi o mais veloz nos dois treinos desta sexta-feira em Melbourne, ambos na frente de seu companheiro de Mercedes, Lewis Hamilton. Pela manhã, Massa completou apenas 19 voltas, o que não ajudou muito em sua preparação para o treino que, neste sábado, às 3h (de Brasília), define o grid de largada da primeira corrida da temporada, em Melbourne. "Eu dei poucas voltas, mas pelo menos acho que deu para entender um pouco a pista e como nosso carro está se comportando aqui. De qualquer forma nunca é bom perder um treino." Tendo acompanhado o treino da tarde nos boxes da Williams, o piloto brasileiro disse ter podido ter uma ideia melhor de como estará a concorrência no resto do final de semana em Melbourne. "Deu para perceber que estamos numa boa posição, mas ainda longe da Mercedes. A Ferrari se mostrou muito competitiva com a Red Bull um pouco mais para trás. Mas temos que ficar atentos que tudo pode mudar amanhã." CONFIRA OS TEMPOS DO 2º TREINO LIVRE PARA O GP DA AUSTRÁLIA 1 - Nico Rosberg - Mercedes - 1min27s697 2 - Lewis Hamilton - Mercedes - 1min27s797 3 - Sebastian Vettel - Ferrari - 1min28s412 4 - Kimi Raikkonen - Ferrari - 1min28s842 5 - Valtteri Bottas - Williams - 1min29s265 6 - Daniil Kvyat - Red Bull - 1min30s016 7 - Carlos Sainz Jr - Toro Rosso - 1min30s071 8 - Pastor Maldonado - Lotus - 1min30s104 9 - Romain Grosjean - Lotus - 1min30s205 10 - Nico Hulkenberg - Force India - 1min30s473 11 - Felipe Nasr - Sauber - 1min30s755 12 - Sergio Perez - Force India - 1min30s980 13 - Jenson Button - McLaren - 1min31s387 14 - Max Verstappen - Toro Rosso - 1min31s395 15 - Marcus Ericsson - Sauber - 1min32s303 16 - Kevin Magnussen - McLaren - 1min33s289
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O umbigo da saúde
O rei Salomão, quando posto à frente de um julgamento sobre a quem pertencia uma determinada criança, decidiu partir a criança ao meio e entregar metade a cada mulher. Uma das mulheres aceitou a sentença enquanto a outra, no mesmo momento, pediu que entregassem a criança inteira à outra. Assim, o sábio rei identificou a mãe verdadeira e fez justiça, devolvendo-lhe a criança —inteira. O Salomão brasileiro, porém, é menos sábio, e adora distribuir pedaços aos que pedem. Em vez de pesar custos e benefícios com justiça, o Congresso Nacional é uma verdadeira farra de categorias pedindo proteções, reservas de mercado e privilégios. Com a crise política e a confusão reinante no governo, o problema tem aumentado. O caso mais evidente é o dos funcionários públicos, para os quais aposentadorias especiais, férias estendidas, licenças-prêmio, auxílios-moradia, creche e paletó são infelizmente comuns e pagos com dinheiro dos cidadãos. O problema, porém, não é exclusivo do setor público, mas verdadeiramente nacional. O número de iniciativas para conferir benesses a determinadas categorias é assustador. Reduções de cargas horárias, pisos salariais, aposentadorias especiais, adicionais das mais variadas espécies e obrigatoriedade de contratação de profissionais são só alguns dos temas tipicamente tratados nestes projetos. Apenas na área da saúde, há 14 profissões regulamentadas. Cada uma delas é importante para cuidar adequadamente dos cidadãos. Muitos dos seus sindicatos e conselhos profissionais, porém, dedicam-se a outra missão, menos nobre: obter privilégios em relação aos demais trabalhadores. Salvo em alguns casos, o custo individual de cada um dos pedidos dessas categorias parece baixo —afinal, que impacto pode haver em uma grande empresa ter que contratar um profissional a mais ou pagar um pequeno adicional no salário? Para quem analisa cada projeto de lei individualmente, portanto, parece valer a pena aprová-lo: ser favorável a um desses projetos significa uma categoria satisfeita, mais votos nas próximas eleições e menos barulho nos corredores do Congresso. Em uma bola de neve perversa, cada privilégio concedido a uma categoria cria demandas de "equiparação" das demais. De tantas gotas d'água no oceano, elevou-se o nível do mar. Vistos em conjunto, os privilégios criam um manicômio trabalhista, no qual os membros das categorias protegidas escavam reservas de mercado e benefícios em detrimento das categorias desprotegidas, da produtividade das empresas, da grande massa de brasileiros no mercado informal e, especialmente, dos pagadores de impostos. É essa maioria invisível que paga as contas de cada benesse dada às categorias profissionais. Trinta ou quarenta pessoas são capazes de fazer muito barulho em uma sala de comissão no Congresso Nacional e dar a impressão de que existe uma enorme pressão popular pela aprovação de medidas criando privilégios. Os outros 205 milhões ficam em silêncio. Para os empresários, especialmente aqueles que lidam com diversas profissões diferentes em suas empresas, isso gera enormes dificuldades. Criar turnos e escalas que promovam a coesão da equipe é quase impossível quando a categoria X trabalha 36 horas semanais, mas em três turnos de 12 horas. A categoria Y, porém, trabalha 24 horas, e não pode exceder 6 horas em um único dia. Já o profissional da categoria Z trabalha 40 horas, mas fica ocupado na sua área de formação apenas 10 —está contratado para aquela função apenas porque determinado conselho profissional exigiu um responsável técnico para assinar pelo departamento, no qual profissionais de outras categorias efetivamente executam o serviço. Apenas para citar alguns poucos exemplos de projetos tramitando no Congresso Nacional sobre as profissões de saúde —e quase sempre analisados de forma elogiosa pelos parlamentares—, temos enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, farmacêuticos, fonoaudiólogos e médicos demandando redução e limitação de carga horária; assistentes sociais, cirurgiões-dentistas e psicólogos querendo obrigar hospitais a contratá-los; categorias que lidam com raios-X buscando equiparação de privilégios aos servidores federais e quase todos esses pleiteando um piso salarial. É importante lembrar que todos os trabalhadores já estão abrangidos pela Consolidação das Leis do Trabalho. Os pedidos, portanto, são por benesses que vão além das dos trabalhadores "comuns". Há, até, algumas iniciativas mais extravagantes. O PLS 448/2016, por exemplo, dá ao Conselho Federal de Enfermagem o poder de decidir quantos enfermeiros um hospital deve contratar. Em tempos em que termos como "compliance" e "conflito de interesses" cada vez ficam mais em voga, oferecer a um conselho profissional o poder de decidir quantos de seus membros devem estar empregados não só conspira contra a produtividade do país como também expõe a instituição a um forte conflito ético entre aquilo que é bom para a profissão e aquilo que é bom para os profissionais. Os últimos anos de crise deveriam ter nos ensinado que o Estado, para efetivamente servir à nação, deve ser visto como um justo árbitro dos conflitos sociais e não como um dispensador de privilégios. Obtidos por meios legais ou ilegais, esses privilégios elevam a desigualdade social reinante no país e terminam por criar um país no qual o principal motor do enriquecimento não é a produção, mas o acesso aos poderosos. As corporações profissionais deveriam olhar menos para os seus umbigos e entender que, como na história do Rei Salomão, aqueles que querem garantir para si um pedaço da criança a qualquer custo não são os que devem cuidar do futuro dela mesma. FRANCISCO BALESTRIN é presidente da Anahp (Associação Nacional dos Hospitais Privados) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
O umbigo da saúdeO rei Salomão, quando posto à frente de um julgamento sobre a quem pertencia uma determinada criança, decidiu partir a criança ao meio e entregar metade a cada mulher. Uma das mulheres aceitou a sentença enquanto a outra, no mesmo momento, pediu que entregassem a criança inteira à outra. Assim, o sábio rei identificou a mãe verdadeira e fez justiça, devolvendo-lhe a criança —inteira. O Salomão brasileiro, porém, é menos sábio, e adora distribuir pedaços aos que pedem. Em vez de pesar custos e benefícios com justiça, o Congresso Nacional é uma verdadeira farra de categorias pedindo proteções, reservas de mercado e privilégios. Com a crise política e a confusão reinante no governo, o problema tem aumentado. O caso mais evidente é o dos funcionários públicos, para os quais aposentadorias especiais, férias estendidas, licenças-prêmio, auxílios-moradia, creche e paletó são infelizmente comuns e pagos com dinheiro dos cidadãos. O problema, porém, não é exclusivo do setor público, mas verdadeiramente nacional. O número de iniciativas para conferir benesses a determinadas categorias é assustador. Reduções de cargas horárias, pisos salariais, aposentadorias especiais, adicionais das mais variadas espécies e obrigatoriedade de contratação de profissionais são só alguns dos temas tipicamente tratados nestes projetos. Apenas na área da saúde, há 14 profissões regulamentadas. Cada uma delas é importante para cuidar adequadamente dos cidadãos. Muitos dos seus sindicatos e conselhos profissionais, porém, dedicam-se a outra missão, menos nobre: obter privilégios em relação aos demais trabalhadores. Salvo em alguns casos, o custo individual de cada um dos pedidos dessas categorias parece baixo —afinal, que impacto pode haver em uma grande empresa ter que contratar um profissional a mais ou pagar um pequeno adicional no salário? Para quem analisa cada projeto de lei individualmente, portanto, parece valer a pena aprová-lo: ser favorável a um desses projetos significa uma categoria satisfeita, mais votos nas próximas eleições e menos barulho nos corredores do Congresso. Em uma bola de neve perversa, cada privilégio concedido a uma categoria cria demandas de "equiparação" das demais. De tantas gotas d'água no oceano, elevou-se o nível do mar. Vistos em conjunto, os privilégios criam um manicômio trabalhista, no qual os membros das categorias protegidas escavam reservas de mercado e benefícios em detrimento das categorias desprotegidas, da produtividade das empresas, da grande massa de brasileiros no mercado informal e, especialmente, dos pagadores de impostos. É essa maioria invisível que paga as contas de cada benesse dada às categorias profissionais. Trinta ou quarenta pessoas são capazes de fazer muito barulho em uma sala de comissão no Congresso Nacional e dar a impressão de que existe uma enorme pressão popular pela aprovação de medidas criando privilégios. Os outros 205 milhões ficam em silêncio. Para os empresários, especialmente aqueles que lidam com diversas profissões diferentes em suas empresas, isso gera enormes dificuldades. Criar turnos e escalas que promovam a coesão da equipe é quase impossível quando a categoria X trabalha 36 horas semanais, mas em três turnos de 12 horas. A categoria Y, porém, trabalha 24 horas, e não pode exceder 6 horas em um único dia. Já o profissional da categoria Z trabalha 40 horas, mas fica ocupado na sua área de formação apenas 10 —está contratado para aquela função apenas porque determinado conselho profissional exigiu um responsável técnico para assinar pelo departamento, no qual profissionais de outras categorias efetivamente executam o serviço. Apenas para citar alguns poucos exemplos de projetos tramitando no Congresso Nacional sobre as profissões de saúde —e quase sempre analisados de forma elogiosa pelos parlamentares—, temos enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, farmacêuticos, fonoaudiólogos e médicos demandando redução e limitação de carga horária; assistentes sociais, cirurgiões-dentistas e psicólogos querendo obrigar hospitais a contratá-los; categorias que lidam com raios-X buscando equiparação de privilégios aos servidores federais e quase todos esses pleiteando um piso salarial. É importante lembrar que todos os trabalhadores já estão abrangidos pela Consolidação das Leis do Trabalho. Os pedidos, portanto, são por benesses que vão além das dos trabalhadores "comuns". Há, até, algumas iniciativas mais extravagantes. O PLS 448/2016, por exemplo, dá ao Conselho Federal de Enfermagem o poder de decidir quantos enfermeiros um hospital deve contratar. Em tempos em que termos como "compliance" e "conflito de interesses" cada vez ficam mais em voga, oferecer a um conselho profissional o poder de decidir quantos de seus membros devem estar empregados não só conspira contra a produtividade do país como também expõe a instituição a um forte conflito ético entre aquilo que é bom para a profissão e aquilo que é bom para os profissionais. Os últimos anos de crise deveriam ter nos ensinado que o Estado, para efetivamente servir à nação, deve ser visto como um justo árbitro dos conflitos sociais e não como um dispensador de privilégios. Obtidos por meios legais ou ilegais, esses privilégios elevam a desigualdade social reinante no país e terminam por criar um país no qual o principal motor do enriquecimento não é a produção, mas o acesso aos poderosos. As corporações profissionais deveriam olhar menos para os seus umbigos e entender que, como na história do Rei Salomão, aqueles que querem garantir para si um pedaço da criança a qualquer custo não são os que devem cuidar do futuro dela mesma. FRANCISCO BALESTRIN é presidente da Anahp (Associação Nacional dos Hospitais Privados) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Contra Collor, deputados votaram pelo esporte, os jovens e os filhos
"Pela minha esposa, pelo esporte brasileiro e pelo Paraná, sim." "Pela classe médica, sim". "Pela reconstrução nacional, não". Se as justificativas inusitadas ditas no plenário são parecidas com as declaradas na Câmara no domingo (17), o clima durante a votação do impeachment de Fernando Collor em setembro de 1992 foi muito mais sóbrio. Com o franco favoritismo do "sim" ao afastamento, a sessão de 24 anos atrás teve menos bate-boca e discussões. Nenhum deputado teve a ideia de trazer faixas, cartazes e confetes, como ocorreu durante a votação que abriu caminho para a saída de Dilma Rousseff. Ainda assim, não faltaram menções nos breves discursos à "família" e a pequenas cidades das bases eleitorais dos deputados. A exemplo do que ocorreria sucessivamente na sessão deste fim de semana, o então deputado José Augusto Curvo (PL-MT) citou a "dignidade da família" e até seu filho Rodolfo antes de votar sim. Quem lembrou do "esporte brasileiro" foi Onaireves Moura (PTB-PR), então presidente da Federação Paranaense de Futebol e que era considerado um voto certo favorável a Collor. Um colega dele mencionou "a querida cidade de Monsenhor Paulo", em Minas, e outro declarou que votava sim "pelos meus amigos do Rio de Janeiro". Símbolo das manifestações que pressionaram Collor, o movimento dos "caras pintadas" (jovens com o rosto pintado em protesto) também foi lembrado pelos congressistas. A votação levou cerca de duas horas –o equivalente a um terço da duração neste domingo, que se estendeu durante seis horas. A ordem de votação era alfabética, mas Roberto Campos (PDS-RJ) foi o primeiro a se manifestar no plenário por motivos de saúde. Logo após o voto decisivo, em que a aprovação da proposta foi definida, a sessão foi interrompida para que os deputados cantassem juntos o Hino da Independência em comemoração. A transmissão da TV mostrava nas galerias políticos sem mandato que compareceram ao Congresso para acompanhar a definição, como o então presidente do PT Luiz Inácio Lula da Silva, e o ex-governador paulista Orestes Quércia. Governadores, como Ciro Gomes (CE) e Jader Barbalho (PA), também estiveram nas galerias. O maranhense Edison Lobão foi cumprimentado por Lula logo depois da confirmação do resultado.
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Contra Collor, deputados votaram pelo esporte, os jovens e os filhos"Pela minha esposa, pelo esporte brasileiro e pelo Paraná, sim." "Pela classe médica, sim". "Pela reconstrução nacional, não". Se as justificativas inusitadas ditas no plenário são parecidas com as declaradas na Câmara no domingo (17), o clima durante a votação do impeachment de Fernando Collor em setembro de 1992 foi muito mais sóbrio. Com o franco favoritismo do "sim" ao afastamento, a sessão de 24 anos atrás teve menos bate-boca e discussões. Nenhum deputado teve a ideia de trazer faixas, cartazes e confetes, como ocorreu durante a votação que abriu caminho para a saída de Dilma Rousseff. Ainda assim, não faltaram menções nos breves discursos à "família" e a pequenas cidades das bases eleitorais dos deputados. A exemplo do que ocorreria sucessivamente na sessão deste fim de semana, o então deputado José Augusto Curvo (PL-MT) citou a "dignidade da família" e até seu filho Rodolfo antes de votar sim. Quem lembrou do "esporte brasileiro" foi Onaireves Moura (PTB-PR), então presidente da Federação Paranaense de Futebol e que era considerado um voto certo favorável a Collor. Um colega dele mencionou "a querida cidade de Monsenhor Paulo", em Minas, e outro declarou que votava sim "pelos meus amigos do Rio de Janeiro". Símbolo das manifestações que pressionaram Collor, o movimento dos "caras pintadas" (jovens com o rosto pintado em protesto) também foi lembrado pelos congressistas. A votação levou cerca de duas horas –o equivalente a um terço da duração neste domingo, que se estendeu durante seis horas. A ordem de votação era alfabética, mas Roberto Campos (PDS-RJ) foi o primeiro a se manifestar no plenário por motivos de saúde. Logo após o voto decisivo, em que a aprovação da proposta foi definida, a sessão foi interrompida para que os deputados cantassem juntos o Hino da Independência em comemoração. A transmissão da TV mostrava nas galerias políticos sem mandato que compareceram ao Congresso para acompanhar a definição, como o então presidente do PT Luiz Inácio Lula da Silva, e o ex-governador paulista Orestes Quércia. Governadores, como Ciro Gomes (CE) e Jader Barbalho (PA), também estiveram nas galerias. O maranhense Edison Lobão foi cumprimentado por Lula logo depois da confirmação do resultado.
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A PhD catadora de lixo que revolucionou coleta e inspirou reciclagem no Líbano
O acúmulo de lixo e a falta de aterros sanitários são um sério problema no país. Durante nove meses em 2015 e 2016, pilhas de lixo foram espalhadas pelas ruas da capital, Beirute, e até hoje a solução tem sido jogar parte do lixo no mar. Zeinab Mokalled provou que, quando o governo falha, iniciativas locais no estilo "faça você mesmo" podem funcionar. "Havia sujeira por todo canto e as crianças estavam imundas", diz Zeinab Mokalled. Ela está relembrando os anos 1980 e 1990, quando Israel ocupou parte do sul do país, por 15 anos, e o recolhimento de resíduos foi interrompido em sua cidade, Arabsalim. Com o passar dos anos, o lixo foi se acumulando e Mokalled foi pedir ajuda ao governador da região. "Por que você se importa? Não somos Paris", respondeu ele. "Eu soube naquele dia que eu tinha que fazer algo eu mesma". Mokalled chamou as mulheres de seu vilarejo para ajudar –em parte porque queria empoderá-las e também porque acreditava que elas fariam um trabalho melhor. Além disso, organizar a reciclagem doméstica e colocar o lixo para fora eram tarefas que já vinham sendo realizadas por mulheres. Zeinab precisava, então, de voluntárias para bater de porta em porta e falar sobre a iniciativa –e colocar homens para fazer isso em uma comunidade libanesa muçulmana em meados dos anos 1990 não seria apropriado. Elas não tinham equipamentos nem infraestrutura. Então por onde começar? Uma amiga de Mokalled, Khadija Farhat, comprou um pequeno caminhão com dinheiro de seu próprio bolso. Mokalled ofereceu seu próprio jardim como depósito de lixo reciclável. Não parecia provável que os 10 mil moradores da cidade pagariam para ter seu lixo coletado, então as voluntárias resolveram arcar com esse custo. E 19 anos depois, elas continuam fazendo o mesmo –cada uma dos 46 membros da equipe paga cerca de US$ 40 (R$ 130) por ano. "A reciclagem caseira era a melhor solução", diz Mokalled, que chamou a organização de "Chamado da Terra". Elas começaram reciclando vidro, papel e plástico. Recentemente, começaram a coletar lixo eletrônico e contrataram um pesquisador para descobrir a melhor forma de fazer compostagem nas condições secas e quentes do sul do Líbano. A única ajuda que as catadoras de lixo receberam das autoridades locais, após três anos de trabalho, foram 300 cestas de plástico e um terreno de presente, o que permitiu que Mokalled recuperasse seu jardim. Ao mesmo tempo, elas começaram a alugar um pequeno caminhão além do de Farhat, e contrataram um motorista homem –apesar de sempre acompanhá-lo para garantir que ele não se aproxime de mulheres sozinho. Depois de dez anos, elas ganharam uma doação da embaixada italiana para construir um depósito, que é onde Mokalled agora recebe visitantes –crianças, estudantes e ativistas– que vêm estudar como o Chamado da Terra funciona. Os problemas relacionados a lixo aumentaram no país desde o fechamento do principal aterro de Beirute em 2015, o que levou à concentração de resíduos na cidade e na área no entorno do Monte Líbano. As tentativas de encontrar um novo local para despejar o lixo da cidade foram infrutíferas. Nenhum dos grupos étnicos que tradicionalmente disputam o poder no país –cristãos, sunitas ou xiitas– quis receber o aterro. O governo, então, anunciou que exportaria o lixo –mas reverteu a decisão meses depois. O lixo, no entanto, tinha que ir para algum lugar, e acabou sendo despejado perto do aeroporto. Só que isso atraiu bandos de gaivotas, que viraram um perigo para os aviões. Iniciativas de matar as gaivotas a tiros provocaram ondas de protesto, então foram usadas máquinas para tocar música alta e assustá-las. Uma decisão da Justiça exigiu o fechamento do local, mesmo assim, as gaivotas continuam circulando sobre a área. Para piorar, um antigo aterro sanitário foi reaberto. Além de trazer novos resíduos, caminhões estão levando lixo velho –em parte, contaminado por químicos– e jogando o entulho no mar Mediterrâneo. A longo prazo, o governo diz que quer queimar o lixo e gerar eletricidade a partir dele. Mas críticos temem que eles não lidem com a questão direito e que os plásticos e outros materiais capazes de criar fumaça tóxica sejam queimados junto a resíduos orgânicos limpos. Por isso, talvez não seja tão surpreendente que o simples esquema de reciclagem pela comunidade, bolado por Zeinab Mokalled, atraia tanta atenção. As mulheres do vilarejo vizinho de Kaffaremen recentemente começaram sua própria iniciativa, que é parecida com a de Mokalled, a única diferença é que é mantida pelo dinheiro dos moradores, não das voluntárias. Outra cidade próxima, Jaarjoua, também decidiu seguir o mesmo modelo. "Quando olho para elas, é como olhar para nós mesmas há 20 anos", diz Mokalled. Quando criança, ela dava aulas de literatura árabe para algumas das voluntárias de Kaffaremen. Agora, ela é sua mentora em questões ambientais. "Vocês vão enfrentar muitos desafios, mas é tudo uma questão de paciência e determinação", diz a elas. Wafaa, uma das ex-alunas de Mokalled, aperta com firmeza sua mão e diz: "Ela é um exemplo para mim. Ela nunca desistiu". Além de garantir que Arabsalim esteja limpa, Mokalled ainda arranjou tempo para fazer um doutorado em Estudos Árabes, conquistado quando tinha 70 anos. Do que ela mais se orgulha? "Plantar a ideia na cabeça das pessoas de que cuidar do planeta é nossa responsabilidade nesta parte do mundo. Se o fizermos ou não, os políticos não vão se importar. Depende de nós. Se todos fizessem o que fizemos em Arabsalim, o Líbano não teria problemas com lixo".
empreendedorsocial
A PhD catadora de lixo que revolucionou coleta e inspirou reciclagem no LíbanoO acúmulo de lixo e a falta de aterros sanitários são um sério problema no país. Durante nove meses em 2015 e 2016, pilhas de lixo foram espalhadas pelas ruas da capital, Beirute, e até hoje a solução tem sido jogar parte do lixo no mar. Zeinab Mokalled provou que, quando o governo falha, iniciativas locais no estilo "faça você mesmo" podem funcionar. "Havia sujeira por todo canto e as crianças estavam imundas", diz Zeinab Mokalled. Ela está relembrando os anos 1980 e 1990, quando Israel ocupou parte do sul do país, por 15 anos, e o recolhimento de resíduos foi interrompido em sua cidade, Arabsalim. Com o passar dos anos, o lixo foi se acumulando e Mokalled foi pedir ajuda ao governador da região. "Por que você se importa? Não somos Paris", respondeu ele. "Eu soube naquele dia que eu tinha que fazer algo eu mesma". Mokalled chamou as mulheres de seu vilarejo para ajudar –em parte porque queria empoderá-las e também porque acreditava que elas fariam um trabalho melhor. Além disso, organizar a reciclagem doméstica e colocar o lixo para fora eram tarefas que já vinham sendo realizadas por mulheres. Zeinab precisava, então, de voluntárias para bater de porta em porta e falar sobre a iniciativa –e colocar homens para fazer isso em uma comunidade libanesa muçulmana em meados dos anos 1990 não seria apropriado. Elas não tinham equipamentos nem infraestrutura. Então por onde começar? Uma amiga de Mokalled, Khadija Farhat, comprou um pequeno caminhão com dinheiro de seu próprio bolso. Mokalled ofereceu seu próprio jardim como depósito de lixo reciclável. Não parecia provável que os 10 mil moradores da cidade pagariam para ter seu lixo coletado, então as voluntárias resolveram arcar com esse custo. E 19 anos depois, elas continuam fazendo o mesmo –cada uma dos 46 membros da equipe paga cerca de US$ 40 (R$ 130) por ano. "A reciclagem caseira era a melhor solução", diz Mokalled, que chamou a organização de "Chamado da Terra". Elas começaram reciclando vidro, papel e plástico. Recentemente, começaram a coletar lixo eletrônico e contrataram um pesquisador para descobrir a melhor forma de fazer compostagem nas condições secas e quentes do sul do Líbano. A única ajuda que as catadoras de lixo receberam das autoridades locais, após três anos de trabalho, foram 300 cestas de plástico e um terreno de presente, o que permitiu que Mokalled recuperasse seu jardim. Ao mesmo tempo, elas começaram a alugar um pequeno caminhão além do de Farhat, e contrataram um motorista homem –apesar de sempre acompanhá-lo para garantir que ele não se aproxime de mulheres sozinho. Depois de dez anos, elas ganharam uma doação da embaixada italiana para construir um depósito, que é onde Mokalled agora recebe visitantes –crianças, estudantes e ativistas– que vêm estudar como o Chamado da Terra funciona. Os problemas relacionados a lixo aumentaram no país desde o fechamento do principal aterro de Beirute em 2015, o que levou à concentração de resíduos na cidade e na área no entorno do Monte Líbano. As tentativas de encontrar um novo local para despejar o lixo da cidade foram infrutíferas. Nenhum dos grupos étnicos que tradicionalmente disputam o poder no país –cristãos, sunitas ou xiitas– quis receber o aterro. O governo, então, anunciou que exportaria o lixo –mas reverteu a decisão meses depois. O lixo, no entanto, tinha que ir para algum lugar, e acabou sendo despejado perto do aeroporto. Só que isso atraiu bandos de gaivotas, que viraram um perigo para os aviões. Iniciativas de matar as gaivotas a tiros provocaram ondas de protesto, então foram usadas máquinas para tocar música alta e assustá-las. Uma decisão da Justiça exigiu o fechamento do local, mesmo assim, as gaivotas continuam circulando sobre a área. Para piorar, um antigo aterro sanitário foi reaberto. Além de trazer novos resíduos, caminhões estão levando lixo velho –em parte, contaminado por químicos– e jogando o entulho no mar Mediterrâneo. A longo prazo, o governo diz que quer queimar o lixo e gerar eletricidade a partir dele. Mas críticos temem que eles não lidem com a questão direito e que os plásticos e outros materiais capazes de criar fumaça tóxica sejam queimados junto a resíduos orgânicos limpos. Por isso, talvez não seja tão surpreendente que o simples esquema de reciclagem pela comunidade, bolado por Zeinab Mokalled, atraia tanta atenção. As mulheres do vilarejo vizinho de Kaffaremen recentemente começaram sua própria iniciativa, que é parecida com a de Mokalled, a única diferença é que é mantida pelo dinheiro dos moradores, não das voluntárias. Outra cidade próxima, Jaarjoua, também decidiu seguir o mesmo modelo. "Quando olho para elas, é como olhar para nós mesmas há 20 anos", diz Mokalled. Quando criança, ela dava aulas de literatura árabe para algumas das voluntárias de Kaffaremen. Agora, ela é sua mentora em questões ambientais. "Vocês vão enfrentar muitos desafios, mas é tudo uma questão de paciência e determinação", diz a elas. Wafaa, uma das ex-alunas de Mokalled, aperta com firmeza sua mão e diz: "Ela é um exemplo para mim. Ela nunca desistiu". Além de garantir que Arabsalim esteja limpa, Mokalled ainda arranjou tempo para fazer um doutorado em Estudos Árabes, conquistado quando tinha 70 anos. Do que ela mais se orgulha? "Plantar a ideia na cabeça das pessoas de que cuidar do planeta é nossa responsabilidade nesta parte do mundo. Se o fizermos ou não, os políticos não vão se importar. Depende de nós. Se todos fizessem o que fizemos em Arabsalim, o Líbano não teria problemas com lixo".
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Mais de 250 mil mulheres sofrem com doenças psiquiátricas perinatais todos os anos na Inglaterra -Então por que achei tão difícil conseguir ajuda?
Começou aos poucos, quase imperceptível, quando o Evan era pequenininho. As preocupações com a saúde dele, sua respiração, nosso vínculo. Em nacos de sono, eu voltava para a mesa da cesariana, perguntando para os médicos se o nosso bebê, quietinho no respirador, estava bem. A ausência de respostas, o silêncio, os três minutos que duraram eras, ainda vívidos como a vida. Alguns meses depois que o Evan nasceu, o pânico se estendeu pelos meus dias. Eu sentia ansiedade, um peso, uma náusea. Um arrastado processo de encaminhamentos através do assistente de saúde recomendou um grupo de apoio. Começaria em quatro meses. Eu não tinha quatro meses. Liguei para um coordenador de saúde mental. Minha ligação não foi retornada. Fui ao clínico geral em lágrimas e ele indicou antidepressivos, ignorando minha sugestão de conversar com um profissional –eu só precisava de alguém para conversar–, pois a assistência "não estava lá". Quinze semanas depois do meu primeiro pedido de ajuda, encontrei outro grupo de apoio, por acaso, em uma creche a 1,5 km de casa. Seis meses depois, aqui estou eu, praticamente outra pessoa. Sou branca, de classe média, tagarela, mãe de primeira viagem com um filho saudável, alguém que mora em uma área de classificação 1 –no topo do ranking– do mapa de fornecimento de serviços de Saúde Mental Perinatal Comunitária Especializada do Reino Unido. Mesmo assim, sou uma pessoa que teve que usar todos os seus recursos, repetidas vezes, para conseguir ajuda para tratar minha depressão pós-parto, como se fosse uma doença desconhecida e relativamente simples. Mas não é. Doenças psiquiátricas perinatais (perinatal significa o período entre a concepção e o primeiro aniversário do bebê) são extremamente comuns. Vão desde transtornos de adaptação e estresse após se tornar mãe até depressão, o que provoca ansiedade, fadiga e uma tristeza constante antes e depois do nascimento, além de transtorno de estresse pós-traumático, em casos de partos muito complicados, e doenças mais raras e graves, como psicose pós-parto, o que causa paranoia, delírios e alucinações. É consenso entre a maioria dos pesquisadores que pelo menos uma em cada dez mulheres é afetada por doenças psiquiátricas perinatais, o que já é bastante coisa. Trocando estatísticas por números, entretanto, como fez Sally Hogg em 2013 para a associação de proteção à criança NSPCC no relatório Prevention In Mind ("Prevenção em Mente", em tradução livre), você descobre que se estima que 284.890 mulheres sejam afetadas na Inglaterra todos os anos. É mais que um quarto de um milhão de mães –mulheres, pessoas –todo ano, em apenas um país. Esse número é assombroso, mas isto é ainda mais: no Reino Unido, quase metade de todas as mulheres vive em regiões sem nenhum tipo de serviço psiquiátrico perinatal, e poucos dos serviços existentes em outros lugares no país atendiam aos padrões nacionais de qualidade em abril de 2015. "Uma quantidade incrível de pessoas é afetada", confirma Sam Challis, Gerente de Informação da associação Mind. Então por que essa lacuna de tratamento? "O problema é que a gravidez é muitas vezes vista como uma transição física para a mãe, em vez de uma transição física e psicológica. Essa é a principal questão que precisa mudar, urgentemente." A limitada formação voltada para a saúde mental em áreas médicas para além da psiquiatria também é um fator, acrescenta o especialista. "Deveria haver um enfermeiro especializado em saúde mental em toda maternidade e assistentes de saúde [profissionais que atendem os pais no primeiro ano do bebê para avaliar o peso e desenvolvimento da criança] devem receber um treinamento muito mais rígido. Uma avaliação psiquiátrica da mãe deveria ser feita à parte da avaliação geral da assistência social também." E há também o estigma ligado à saúde mental na maternidade. As mães muitas vezes têm dificuldade de admitir como estão se sentindo para os profissionais porque temem ser consideradas pessoas que não têm capacidade de cuidar dos filhos. A cultura e a publicidade não ajudam: a maternidade recém-conquistada é pintada de forma vaga, romantizada e cheia de amor, em que a tortura da privação de sono e o enorme peso da nova responsabilidade não fazem parte desse quadro. Todo mundo sente isso de alguma forma: lembro de tardes felizes com meu filho, seguidas de noites estressantes e apreensivas, de como a exaustão anestesia as emoções, te deixa vazia, ausente, tudo desaparece. Muitas vezes, somente casos extremos e terríveis de doenças psiquiátricas perinatais são noticiados na mídia também, como o de Charlotte Bevan, a mãe de Bristol que, em dezembro, saiu do hospital com a filha de três dias de vida, Zaani, e cometeu suicídio ao pular do desfiladeiro do rio Avon. "São casos raros", destaca Challis, "mas fazem muitas mulheres sentirem que pode acontecer com elas também". É importante apontar que uma história muito maior está por trás dessa terrível tragédia: Charlotte era esquizofrênica e já tinha acompanhamento médico. O sistema falhou com ela. Há um inquérito em andamento, mas as brechas no tratamento e na comunicação devem fazer parte dessa história - como é o caso para tantas outras mulheres. Iniciativas de grupos que fazem campanhas e instituições filantrópicas normalmente preenchem as lacunas que os serviços profissionais não podem oferecer. Uma delas é a Two In Mind, que discute como 70% das mulheres no País de Gales não têm acesso a assistência. O site da organização oferece cursos de terapia cognitiva comportamental gratuitos para famílias que terão um novo filho e vídeos com histórias reais de pais. Tem a Sara, que perdeu um bebê e depois teve uma ruptura uterina durante a cesárea. Depois disso, ela se sentiu "vazia e inerte... sem nenhum sentimento pelo meu bebê". Lucy fica grávida logo de cara e lê todos os livros possíveis durante a gravidez tranquila que teve, mas depois se sente "prostrada", "esgotada", sem vontade de sair de casa. Tabitha sofre depois que o companheiro a abandona durante a gravidez e depois do parto. A mulher do Mark tem depressão pós-parto, antes de ele também desenvolver (o que mostra como a transição de ter um filho é psicológica, apartada da experiência física). A abordagem do Two In Mind à saúde perinatal trata de uma coisa que muitos serviços não conseguem, explica a Gerente de Projeto Jenny Burns. "Estamos [muitas vezes] lidando com duas pessoas aqui –a mãe ou principal responsável e seu bem-estar emocional e o bebê e o seu bem-estar. O 'cliente ou paciente' não pode ser repartido ou separado." Os cursos "Curta Seu Bebê" da organização estão disponíveis gratuitamente na internet e também nos escritórios locais da Mind, além de outras instituições filantrópicas e serviços regulamentados. O site também já recebeu visitas do mundo todo, o que deixa Jenny muito feliz. Mas a conquista que a deixa mais orgulhosa é pessoal. Ela viu de perto uma mãe solteira adolescente, que antes sofria de ansiedade e baixa autoestima e estava voltando para a casa dos pais, envolver-se com o projeto como voluntária e ter uma recuperação impressionante. "No último ano, eu a vi desenvolver segurança em suas capacidades e habilidades como mãe", sorri Jenny. "Mais do que isso, ela entrou em contato com a Flying Start [primeira infância] perto de casa e convenceu a escola a aceitá-la como terapeuta ocupacional discente uma vez por semana. Impressionante!" O envolvimento com recursos acessíveis realmente transforma vidas. Há várias outras organizações extraordinárias que fazem um trabalho parecido, como a instituição nacional PANDAS (Apoio e Aconselhamento na Depressão Pré e Pós-parto, na sigla em inglês), que oferece recursos online e uma linha telefônica de ajuda, além de grupos locais tocados por mulheres que sofreram com doenças psiquiátricas perinatais: dois exemplos notáveis são o Mothers For Mothers, em Bristol, e o House of Light, em Hull. Mas uma estratégia nacional também está sendo lentamente implementada, graças a uma ampla coalizão voluntária bem ativa. A Aliança pela Saúde Mental Materna (MMHA, na sigla em inglês), uma aliança de órgãos profissionais, organizações de pacientes e instituições filantrópicas, lançou um projeto em julho chamado Everyone's Business ("Da Conta de Todo Mundo"), com dois anos de financiamento pela Comic Relief. O título é simples, curto, abrangente, perfeito, e mostra que a depressão pós-parto não deve ser marginalizada como um "problema feminino", mas reconhecida como uma coisa que pode afetar relacionamentos, vidas e até mesmo a economia de modo mais amplo. Em outubro, um relatório da MMHA, conduzido em associação com a Escola de Economia de Londres, revelou que 8,1 bilhões de libras são perdidos todos os anos por falta de apoio à mulher e à criança no período perinatal. A princípio, a análise das repercussões de doenças psiquiátricas em termos econômicos parece um jeito frio e ballardiano de medir os impactos na vida das mulheres. No entanto, ao olhar mais de perto o trabalho da MMHA, você vê que a ideia é que as mulheres sejam consideradas vitais para a engrenagem da sociedade. "Existem muitas causas necessitadas por aí", explica Maria Bavetta, Chefe de Comunicação da MMHA, "então tivemos que adotar uma abordagem que equilibrasse os fatos duros com os nossos argumentos, que tivesse um impacto tanto racional quanto emocional". O site deles também apresenta muitas histórias reais, como o trágico relato da Joe, que não recebeu apoio específico para uma depressão pós-parto grave após vários abortos espontâneos e acabou cometendo suicídio quando a filha tinha apenas alguns meses de vida. E também da Sally, que sente que só sobreviveu depois de buscar ajuda de grupos voluntários. "Se você quebrasse o braço, iria ao hospital para 'consertar', mas a saúde mental não tem esse luxo", escreve. É um sentimento que ecoa em toda história e pulsa forte na minha própria experiência. Desde julho, a MMHA trabalha com o Departamento de Saúde e a Faculdade Real de Clínica Geral britânica para tratar dessas questões –de fato, a instituição de ensino superior acaba de transformar o apoio à saúde mental perinatal em uma de suas prioridades para 2015, então médicos como o meu devem começar a mudar o comportamento. A abordagem deles é centrada em conscientizar sobre o que chamam de ACT, que na sigla em inglês representa três itens: Responsabilidade em definir de forma clara o tratamento da saúde mental perinatal e seu cumprimento em nível nacional; Serviços comunitários especializados que atendam os padrões nacionais de qualidade e sejam oferecidos às mulheres de todo o país; e Treinamento em saúde mental perinatal oferecido a todos os profissionais envolvidos no tratamento da mulher durante a gravidez e o primeiro ano após o nascimento. George Osborne também anunciou em março, em seu discurso sobre o relatório pré-orçamentário do ano,o investimento de £ 75 milhões em serviços de saúde mental perinatal para os próximos cinco anos - coisa que os céticos podem pensar que tem uma pitada de galanteio eleitoreiro para ganhar as mães, mas pelo menos reconhece o problema e aponta para a direção certa. "Osborne chegou a mencionar isso no discurso, o que é bom", acrescenta Maria. "É importante que questões como essa sejam ditas em voz alta —ajuda a torná-las normais." E aí ela disse a coisa mais importante de todas. "Temos que permitir e mostrar às mulheres que tudo bem se sentir assim, tudo bem falar sobre isso, para que elas saibam que é comum e que elas podem procurar tratamento –e saber exatamente onde conseguir." Tradução de ALINE SCÁTOLA
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Mais de 250 mil mulheres sofrem com doenças psiquiátricas perinatais todos os anos na Inglaterra -Então por que achei tão difícil conseguir ajuda?Começou aos poucos, quase imperceptível, quando o Evan era pequenininho. As preocupações com a saúde dele, sua respiração, nosso vínculo. Em nacos de sono, eu voltava para a mesa da cesariana, perguntando para os médicos se o nosso bebê, quietinho no respirador, estava bem. A ausência de respostas, o silêncio, os três minutos que duraram eras, ainda vívidos como a vida. Alguns meses depois que o Evan nasceu, o pânico se estendeu pelos meus dias. Eu sentia ansiedade, um peso, uma náusea. Um arrastado processo de encaminhamentos através do assistente de saúde recomendou um grupo de apoio. Começaria em quatro meses. Eu não tinha quatro meses. Liguei para um coordenador de saúde mental. Minha ligação não foi retornada. Fui ao clínico geral em lágrimas e ele indicou antidepressivos, ignorando minha sugestão de conversar com um profissional –eu só precisava de alguém para conversar–, pois a assistência "não estava lá". Quinze semanas depois do meu primeiro pedido de ajuda, encontrei outro grupo de apoio, por acaso, em uma creche a 1,5 km de casa. Seis meses depois, aqui estou eu, praticamente outra pessoa. Sou branca, de classe média, tagarela, mãe de primeira viagem com um filho saudável, alguém que mora em uma área de classificação 1 –no topo do ranking– do mapa de fornecimento de serviços de Saúde Mental Perinatal Comunitária Especializada do Reino Unido. Mesmo assim, sou uma pessoa que teve que usar todos os seus recursos, repetidas vezes, para conseguir ajuda para tratar minha depressão pós-parto, como se fosse uma doença desconhecida e relativamente simples. Mas não é. Doenças psiquiátricas perinatais (perinatal significa o período entre a concepção e o primeiro aniversário do bebê) são extremamente comuns. Vão desde transtornos de adaptação e estresse após se tornar mãe até depressão, o que provoca ansiedade, fadiga e uma tristeza constante antes e depois do nascimento, além de transtorno de estresse pós-traumático, em casos de partos muito complicados, e doenças mais raras e graves, como psicose pós-parto, o que causa paranoia, delírios e alucinações. É consenso entre a maioria dos pesquisadores que pelo menos uma em cada dez mulheres é afetada por doenças psiquiátricas perinatais, o que já é bastante coisa. Trocando estatísticas por números, entretanto, como fez Sally Hogg em 2013 para a associação de proteção à criança NSPCC no relatório Prevention In Mind ("Prevenção em Mente", em tradução livre), você descobre que se estima que 284.890 mulheres sejam afetadas na Inglaterra todos os anos. É mais que um quarto de um milhão de mães –mulheres, pessoas –todo ano, em apenas um país. Esse número é assombroso, mas isto é ainda mais: no Reino Unido, quase metade de todas as mulheres vive em regiões sem nenhum tipo de serviço psiquiátrico perinatal, e poucos dos serviços existentes em outros lugares no país atendiam aos padrões nacionais de qualidade em abril de 2015. "Uma quantidade incrível de pessoas é afetada", confirma Sam Challis, Gerente de Informação da associação Mind. Então por que essa lacuna de tratamento? "O problema é que a gravidez é muitas vezes vista como uma transição física para a mãe, em vez de uma transição física e psicológica. Essa é a principal questão que precisa mudar, urgentemente." A limitada formação voltada para a saúde mental em áreas médicas para além da psiquiatria também é um fator, acrescenta o especialista. "Deveria haver um enfermeiro especializado em saúde mental em toda maternidade e assistentes de saúde [profissionais que atendem os pais no primeiro ano do bebê para avaliar o peso e desenvolvimento da criança] devem receber um treinamento muito mais rígido. Uma avaliação psiquiátrica da mãe deveria ser feita à parte da avaliação geral da assistência social também." E há também o estigma ligado à saúde mental na maternidade. As mães muitas vezes têm dificuldade de admitir como estão se sentindo para os profissionais porque temem ser consideradas pessoas que não têm capacidade de cuidar dos filhos. A cultura e a publicidade não ajudam: a maternidade recém-conquistada é pintada de forma vaga, romantizada e cheia de amor, em que a tortura da privação de sono e o enorme peso da nova responsabilidade não fazem parte desse quadro. Todo mundo sente isso de alguma forma: lembro de tardes felizes com meu filho, seguidas de noites estressantes e apreensivas, de como a exaustão anestesia as emoções, te deixa vazia, ausente, tudo desaparece. Muitas vezes, somente casos extremos e terríveis de doenças psiquiátricas perinatais são noticiados na mídia também, como o de Charlotte Bevan, a mãe de Bristol que, em dezembro, saiu do hospital com a filha de três dias de vida, Zaani, e cometeu suicídio ao pular do desfiladeiro do rio Avon. "São casos raros", destaca Challis, "mas fazem muitas mulheres sentirem que pode acontecer com elas também". É importante apontar que uma história muito maior está por trás dessa terrível tragédia: Charlotte era esquizofrênica e já tinha acompanhamento médico. O sistema falhou com ela. Há um inquérito em andamento, mas as brechas no tratamento e na comunicação devem fazer parte dessa história - como é o caso para tantas outras mulheres. Iniciativas de grupos que fazem campanhas e instituições filantrópicas normalmente preenchem as lacunas que os serviços profissionais não podem oferecer. Uma delas é a Two In Mind, que discute como 70% das mulheres no País de Gales não têm acesso a assistência. O site da organização oferece cursos de terapia cognitiva comportamental gratuitos para famílias que terão um novo filho e vídeos com histórias reais de pais. Tem a Sara, que perdeu um bebê e depois teve uma ruptura uterina durante a cesárea. Depois disso, ela se sentiu "vazia e inerte... sem nenhum sentimento pelo meu bebê". Lucy fica grávida logo de cara e lê todos os livros possíveis durante a gravidez tranquila que teve, mas depois se sente "prostrada", "esgotada", sem vontade de sair de casa. Tabitha sofre depois que o companheiro a abandona durante a gravidez e depois do parto. A mulher do Mark tem depressão pós-parto, antes de ele também desenvolver (o que mostra como a transição de ter um filho é psicológica, apartada da experiência física). A abordagem do Two In Mind à saúde perinatal trata de uma coisa que muitos serviços não conseguem, explica a Gerente de Projeto Jenny Burns. "Estamos [muitas vezes] lidando com duas pessoas aqui –a mãe ou principal responsável e seu bem-estar emocional e o bebê e o seu bem-estar. O 'cliente ou paciente' não pode ser repartido ou separado." Os cursos "Curta Seu Bebê" da organização estão disponíveis gratuitamente na internet e também nos escritórios locais da Mind, além de outras instituições filantrópicas e serviços regulamentados. O site também já recebeu visitas do mundo todo, o que deixa Jenny muito feliz. Mas a conquista que a deixa mais orgulhosa é pessoal. Ela viu de perto uma mãe solteira adolescente, que antes sofria de ansiedade e baixa autoestima e estava voltando para a casa dos pais, envolver-se com o projeto como voluntária e ter uma recuperação impressionante. "No último ano, eu a vi desenvolver segurança em suas capacidades e habilidades como mãe", sorri Jenny. "Mais do que isso, ela entrou em contato com a Flying Start [primeira infância] perto de casa e convenceu a escola a aceitá-la como terapeuta ocupacional discente uma vez por semana. Impressionante!" O envolvimento com recursos acessíveis realmente transforma vidas. Há várias outras organizações extraordinárias que fazem um trabalho parecido, como a instituição nacional PANDAS (Apoio e Aconselhamento na Depressão Pré e Pós-parto, na sigla em inglês), que oferece recursos online e uma linha telefônica de ajuda, além de grupos locais tocados por mulheres que sofreram com doenças psiquiátricas perinatais: dois exemplos notáveis são o Mothers For Mothers, em Bristol, e o House of Light, em Hull. Mas uma estratégia nacional também está sendo lentamente implementada, graças a uma ampla coalizão voluntária bem ativa. A Aliança pela Saúde Mental Materna (MMHA, na sigla em inglês), uma aliança de órgãos profissionais, organizações de pacientes e instituições filantrópicas, lançou um projeto em julho chamado Everyone's Business ("Da Conta de Todo Mundo"), com dois anos de financiamento pela Comic Relief. O título é simples, curto, abrangente, perfeito, e mostra que a depressão pós-parto não deve ser marginalizada como um "problema feminino", mas reconhecida como uma coisa que pode afetar relacionamentos, vidas e até mesmo a economia de modo mais amplo. Em outubro, um relatório da MMHA, conduzido em associação com a Escola de Economia de Londres, revelou que 8,1 bilhões de libras são perdidos todos os anos por falta de apoio à mulher e à criança no período perinatal. A princípio, a análise das repercussões de doenças psiquiátricas em termos econômicos parece um jeito frio e ballardiano de medir os impactos na vida das mulheres. No entanto, ao olhar mais de perto o trabalho da MMHA, você vê que a ideia é que as mulheres sejam consideradas vitais para a engrenagem da sociedade. "Existem muitas causas necessitadas por aí", explica Maria Bavetta, Chefe de Comunicação da MMHA, "então tivemos que adotar uma abordagem que equilibrasse os fatos duros com os nossos argumentos, que tivesse um impacto tanto racional quanto emocional". O site deles também apresenta muitas histórias reais, como o trágico relato da Joe, que não recebeu apoio específico para uma depressão pós-parto grave após vários abortos espontâneos e acabou cometendo suicídio quando a filha tinha apenas alguns meses de vida. E também da Sally, que sente que só sobreviveu depois de buscar ajuda de grupos voluntários. "Se você quebrasse o braço, iria ao hospital para 'consertar', mas a saúde mental não tem esse luxo", escreve. É um sentimento que ecoa em toda história e pulsa forte na minha própria experiência. Desde julho, a MMHA trabalha com o Departamento de Saúde e a Faculdade Real de Clínica Geral britânica para tratar dessas questões –de fato, a instituição de ensino superior acaba de transformar o apoio à saúde mental perinatal em uma de suas prioridades para 2015, então médicos como o meu devem começar a mudar o comportamento. A abordagem deles é centrada em conscientizar sobre o que chamam de ACT, que na sigla em inglês representa três itens: Responsabilidade em definir de forma clara o tratamento da saúde mental perinatal e seu cumprimento em nível nacional; Serviços comunitários especializados que atendam os padrões nacionais de qualidade e sejam oferecidos às mulheres de todo o país; e Treinamento em saúde mental perinatal oferecido a todos os profissionais envolvidos no tratamento da mulher durante a gravidez e o primeiro ano após o nascimento. George Osborne também anunciou em março, em seu discurso sobre o relatório pré-orçamentário do ano,o investimento de £ 75 milhões em serviços de saúde mental perinatal para os próximos cinco anos - coisa que os céticos podem pensar que tem uma pitada de galanteio eleitoreiro para ganhar as mães, mas pelo menos reconhece o problema e aponta para a direção certa. "Osborne chegou a mencionar isso no discurso, o que é bom", acrescenta Maria. "É importante que questões como essa sejam ditas em voz alta —ajuda a torná-las normais." E aí ela disse a coisa mais importante de todas. "Temos que permitir e mostrar às mulheres que tudo bem se sentir assim, tudo bem falar sobre isso, para que elas saibam que é comum e que elas podem procurar tratamento –e saber exatamente onde conseguir." Tradução de ALINE SCÁTOLA
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Fotos de mulheres em reportagem foram traumatizantes, diz leitora
Sou casada e tenho dois filhos, um menino de 11 anos e uma menina de 8. Todas as manhãs, eu e minha família damos uma parada na rotina para, juntos, lermos a Folha. Na terça (13), porém, eu me deparei com minhas crianças apreciando na "Ilustrada" a reportagem Memórias do cárcere. Não vou entrar no mérito da reportagem, entretanto fiquei indignada e muito envergonhada quando meus filhos me mostraram a foto com a legenda "Mulheres peladas coladas por detentos em parede da prisão", na qual a maioria das mulheres aparece com suas genitálias escancaradas. Eu não sou careta, porém foi uma experiência extremamente traumatizante tanto para mim como para as crianças. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Fotos de mulheres em reportagem foram traumatizantes, diz leitoraSou casada e tenho dois filhos, um menino de 11 anos e uma menina de 8. Todas as manhãs, eu e minha família damos uma parada na rotina para, juntos, lermos a Folha. Na terça (13), porém, eu me deparei com minhas crianças apreciando na "Ilustrada" a reportagem Memórias do cárcere. Não vou entrar no mérito da reportagem, entretanto fiquei indignada e muito envergonhada quando meus filhos me mostraram a foto com a legenda "Mulheres peladas coladas por detentos em parede da prisão", na qual a maioria das mulheres aparece com suas genitálias escancaradas. Eu não sou careta, porém foi uma experiência extremamente traumatizante tanto para mim como para as crianças. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Maior cineasta russa, Kira Muratova ganha retrospectiva em São Paulo
Em meio ao menu forte em novidades, o festival de cinema Indie, no Cinesec até dia 30, ainda oferece como prato principal a retrospectiva da diretora Kira Muratova. Os manuais destacam o nome dela como a mais importante cineasta russa. Entretanto, sua biografia e seus trabalhos lhe reservaram um lugar bem mais marginal. Nascida em 1934, na Bessarábia, então território da Romênia, filha de pai russo e mãe romena, Muratova passou a infância em Bucareste. Nos anos do pós-guerra, quando a Romênia torna-se um dos países-satélite do império stalinista, ela estudou numa escola russa. Jovem, teve contato com a destacada produção cultural de todo o Leste Europeu numa fase em que o cinema conjugava as funções de foco criativo e expressão de resistência. Sob essa influência, Muratova foi estudar cinema na escola oficial do regime em Moscou, na época em que o degelo cultural após a morte de Stálin autorizava ligeira autonomia de voo aos artistas. No entanto, "Breves Encontros" (1967) e "O Longo Adeus" (1971), primeiros filmes que assina sozinha, são vetados por "incompatibilidade com os cânones estéticos do Realismo Socialista" e a "evidente inconfiabilidade política da diretora". Só chegarão a público nos anos 1980, na fase de abertura do regime conhecida como "glasnost". O festival exibe ambos títulos, assim como a rarefeita produção de Muratova nos anos 1970, em que fez só um filme. A fase mais importante e de maior projeção internacional de Muratova concentra-se durante a "glasnost" e no período imediato. "Mudança de Destino" (1987), "Síndrome Astênica" (1989) e "Três Histórias" (1997) são alegorias que deixam à mostra as transformações históricas da União Soviética, a dissolução do comunismo e as ruínas do modelo que deixou como herança o entulho do autoritarismo. O talento de Muratova para mostrar como o que se considera normalidade guarda os maiores absurdos tornam estes títulos mais que documentos de época. No crime sem castigo de "Mudança de Destino" e na incapacidade de os personagens do formidável "Síndrome Astênica" ficarem de pé, Muratova equipara o coletivo e o individual e registra com humor desconcertante o apocalipse que se anuncia. Nos filmes mais recentes da diretora o teatro se torna um lugar favorito, onde ela reafirma seu anarco-pessimismo mostrando que a farsa é a única proteção para os que não querem morrer de falta de sentido. Retrospectiva Kira Muratova Onde Cinesesc (r. Augusta, 2.075, tel. 11 3087-0500) Quando até 30/9 Quanto de R$ 3,50 a R$ 12
ilustrada
Maior cineasta russa, Kira Muratova ganha retrospectiva em São PauloEm meio ao menu forte em novidades, o festival de cinema Indie, no Cinesec até dia 30, ainda oferece como prato principal a retrospectiva da diretora Kira Muratova. Os manuais destacam o nome dela como a mais importante cineasta russa. Entretanto, sua biografia e seus trabalhos lhe reservaram um lugar bem mais marginal. Nascida em 1934, na Bessarábia, então território da Romênia, filha de pai russo e mãe romena, Muratova passou a infância em Bucareste. Nos anos do pós-guerra, quando a Romênia torna-se um dos países-satélite do império stalinista, ela estudou numa escola russa. Jovem, teve contato com a destacada produção cultural de todo o Leste Europeu numa fase em que o cinema conjugava as funções de foco criativo e expressão de resistência. Sob essa influência, Muratova foi estudar cinema na escola oficial do regime em Moscou, na época em que o degelo cultural após a morte de Stálin autorizava ligeira autonomia de voo aos artistas. No entanto, "Breves Encontros" (1967) e "O Longo Adeus" (1971), primeiros filmes que assina sozinha, são vetados por "incompatibilidade com os cânones estéticos do Realismo Socialista" e a "evidente inconfiabilidade política da diretora". Só chegarão a público nos anos 1980, na fase de abertura do regime conhecida como "glasnost". O festival exibe ambos títulos, assim como a rarefeita produção de Muratova nos anos 1970, em que fez só um filme. A fase mais importante e de maior projeção internacional de Muratova concentra-se durante a "glasnost" e no período imediato. "Mudança de Destino" (1987), "Síndrome Astênica" (1989) e "Três Histórias" (1997) são alegorias que deixam à mostra as transformações históricas da União Soviética, a dissolução do comunismo e as ruínas do modelo que deixou como herança o entulho do autoritarismo. O talento de Muratova para mostrar como o que se considera normalidade guarda os maiores absurdos tornam estes títulos mais que documentos de época. No crime sem castigo de "Mudança de Destino" e na incapacidade de os personagens do formidável "Síndrome Astênica" ficarem de pé, Muratova equipara o coletivo e o individual e registra com humor desconcertante o apocalipse que se anuncia. Nos filmes mais recentes da diretora o teatro se torna um lugar favorito, onde ela reafirma seu anarco-pessimismo mostrando que a farsa é a única proteção para os que não querem morrer de falta de sentido. Retrospectiva Kira Muratova Onde Cinesesc (r. Augusta, 2.075, tel. 11 3087-0500) Quando até 30/9 Quanto de R$ 3,50 a R$ 12
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Prepare-se: o rodízio está de volta nesta quinta com chuva em SP
DE SÃO PAULO PERSONAGEM DO DIA "Não queira ter mais. Queira ser mais." Camila Telles, 20, estagiária de moda, no Morumbi, zona oeste * TEMPO * O QUE AFETA SUA VIDA * CULTURA E ENTRETENIMENTO * AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Wesley Klimpel Edição: Fabiana Seragusa Reportagem: Elvis Pereira (cidades e agenda) e Paulo Troya + Renan Teles (personagem do dia)
saopaulo
Prepare-se: o rodízio está de volta nesta quinta com chuva em SPDE SÃO PAULO PERSONAGEM DO DIA "Não queira ter mais. Queira ser mais." Camila Telles, 20, estagiária de moda, no Morumbi, zona oeste * TEMPO * O QUE AFETA SUA VIDA * CULTURA E ENTRETENIMENTO * AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Wesley Klimpel Edição: Fabiana Seragusa Reportagem: Elvis Pereira (cidades e agenda) e Paulo Troya + Renan Teles (personagem do dia)
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Brasil 'exportou' o vírus zika para a Itália
O Brasil "exportou" o vírus zika para a Itália dois meses antes de o Ministério da Saúde confirmar a sua circulação no país, em maio deste ano. Segundo estudo publicado no periódico científico "Eurosurveillance", especializado em epidemiologia, vigilância e prevenção, o vírus foi introduzido na Itália em março, por um morador de 60 anos que passou 12 dias de férias em Salvador (BA). Quatro dias depois de retornar a Florença, sua cidade natal, o homem apresentou febre de até 38ºC, manchas vermelhas pelo corpo, conjuntivite e fraqueza. Segundo os pesquisadores, em razão dos sintomas de doença viral e do histórico da viagem para uma região endêmica (na época, para dengue e chikungunya), foram feitos vários testes, como dengue, febre amarela, chikungunya, parvovírus e zika. Os resultados do exame (detecção de anticorpos contra uma infecção prévia) apontaram o zika. Os sintomas desapareceram uma semana depois. O período de infecção do italiano pelo zika coincide com o momento em que pesquisadores do Instituto de Biologia da UFBA (Universidade Federal da Bahia) tentavam identificar o vírus que causava uma doença misteriosa, que tinha sintomas parecidos com os da dengue. Após analisar amostras de sangue de pacientes de Camaçari, coletadas em março, eles identificaram em abril o zika por meio da mesma técnica utilizada pelos cientistas italianos (RT-PCR). Foi a primeira vez que isso aconteceu na América Latina. "Esse trabalho [italiano] é ótimo. Mostra que em março o vírus já circulava na Bahia, exatamente como nosso grupo havia demonstrado", afirma o virologista Gubio Soares, da UFBA. CASOS IMPORTADOS Até então, EUA, Japão e Austrália haviam registrado casos importados da infecção, mas todos vindos do Sudeste Asiático. É a primeira vez que o "zika brasileiro" aparece nesse cenário. Para Caio Freire, pesquisador do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, em razão do grande número de pessoas infectadas pelo zika hoje no Brasil, o país pode se tornar um exportador desse vírus. "Caso existam mosquitos capazes de transmitir o vírus nesses países, o zika pode encontrar um meio de passar em uma cadeia de transmissão humano-mosquito-humano", explica ele. Na opinião de Gubio Soares, esse é um risco real, que deveria fazer com que o Ministério da Saúde e os governos estaduais investissem em campanhas preventivas também para os turistas que chegarão ao país agora no verão e na Olimpíada de 2016. Segundo os autores do trabalho, no caso da Itália e de outros países europeus, especialmente os mediterrâneos, a preocupação é que o mosquito Aedes albopictus existe em abundância e também é vetor em potencial do zika. Em 2007, esse mosquito foi responsável por uma epidemia de chikungunya na Emilia-Romanha, no norte da Itália. O vírus foi introduzido na região por um morador que havia viajado dias antes a uma área endêmica. Os pesquisadores recomendam que as autoridades de saúde pública europeias intensifiquem a vigilância sobre os viajantes. "Precisamos evitar a disseminação do zika entre a nossa população local de mosquitos." Em nota, o ECDC (centro europeu de prevenção e controle de doenças) informou que, atualmente, o risco de transmissão do vírus zika na Europa é "extremamente baixo" em razão do inverno, que não é uma estação propícia para a reprodução do Aedes. Segundo o centro, todos os países receberam alertas para que intensifiquem a vigilância de viajantes que retornem de áreas endêmicas, como o Brasil, e de lugares onde os vetores estão presentes. Também foram orientados a capacitar seus laboratórios para que desenvolvam testes que diferenciem o zika de outras arboviroses (dengue e chikungunya, por exemplo).
cotidiano
Brasil 'exportou' o vírus zika para a ItáliaO Brasil "exportou" o vírus zika para a Itália dois meses antes de o Ministério da Saúde confirmar a sua circulação no país, em maio deste ano. Segundo estudo publicado no periódico científico "Eurosurveillance", especializado em epidemiologia, vigilância e prevenção, o vírus foi introduzido na Itália em março, por um morador de 60 anos que passou 12 dias de férias em Salvador (BA). Quatro dias depois de retornar a Florença, sua cidade natal, o homem apresentou febre de até 38ºC, manchas vermelhas pelo corpo, conjuntivite e fraqueza. Segundo os pesquisadores, em razão dos sintomas de doença viral e do histórico da viagem para uma região endêmica (na época, para dengue e chikungunya), foram feitos vários testes, como dengue, febre amarela, chikungunya, parvovírus e zika. Os resultados do exame (detecção de anticorpos contra uma infecção prévia) apontaram o zika. Os sintomas desapareceram uma semana depois. O período de infecção do italiano pelo zika coincide com o momento em que pesquisadores do Instituto de Biologia da UFBA (Universidade Federal da Bahia) tentavam identificar o vírus que causava uma doença misteriosa, que tinha sintomas parecidos com os da dengue. Após analisar amostras de sangue de pacientes de Camaçari, coletadas em março, eles identificaram em abril o zika por meio da mesma técnica utilizada pelos cientistas italianos (RT-PCR). Foi a primeira vez que isso aconteceu na América Latina. "Esse trabalho [italiano] é ótimo. Mostra que em março o vírus já circulava na Bahia, exatamente como nosso grupo havia demonstrado", afirma o virologista Gubio Soares, da UFBA. CASOS IMPORTADOS Até então, EUA, Japão e Austrália haviam registrado casos importados da infecção, mas todos vindos do Sudeste Asiático. É a primeira vez que o "zika brasileiro" aparece nesse cenário. Para Caio Freire, pesquisador do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, em razão do grande número de pessoas infectadas pelo zika hoje no Brasil, o país pode se tornar um exportador desse vírus. "Caso existam mosquitos capazes de transmitir o vírus nesses países, o zika pode encontrar um meio de passar em uma cadeia de transmissão humano-mosquito-humano", explica ele. Na opinião de Gubio Soares, esse é um risco real, que deveria fazer com que o Ministério da Saúde e os governos estaduais investissem em campanhas preventivas também para os turistas que chegarão ao país agora no verão e na Olimpíada de 2016. Segundo os autores do trabalho, no caso da Itália e de outros países europeus, especialmente os mediterrâneos, a preocupação é que o mosquito Aedes albopictus existe em abundância e também é vetor em potencial do zika. Em 2007, esse mosquito foi responsável por uma epidemia de chikungunya na Emilia-Romanha, no norte da Itália. O vírus foi introduzido na região por um morador que havia viajado dias antes a uma área endêmica. Os pesquisadores recomendam que as autoridades de saúde pública europeias intensifiquem a vigilância sobre os viajantes. "Precisamos evitar a disseminação do zika entre a nossa população local de mosquitos." Em nota, o ECDC (centro europeu de prevenção e controle de doenças) informou que, atualmente, o risco de transmissão do vírus zika na Europa é "extremamente baixo" em razão do inverno, que não é uma estação propícia para a reprodução do Aedes. Segundo o centro, todos os países receberam alertas para que intensifiquem a vigilância de viajantes que retornem de áreas endêmicas, como o Brasil, e de lugares onde os vetores estão presentes. Também foram orientados a capacitar seus laboratórios para que desenvolvam testes que diferenciem o zika de outras arboviroses (dengue e chikungunya, por exemplo).
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Brasileiros apostam em veneno de vespa na guerra contra superbactérias
Cientistas brasileiros estão olhando com carinho para a vespa Polybia dimorpha, que habita o cerrado brasileiro. Na receita do veneno do inseto há um ingrediente que pode estar parte da resposta para um dos problemas mais importantes de saúde global: a guerra contra as superbactérias. Quando entra em contato com a célula bacteriana, esse ingrediente –um peptídeo, molécula que pode ser sintetizada quimicamente– fura a parede celular, causando dano estrutural grande o suficiente para matar os micróbios. Sabendo desse potencial, pesquisadores do Instituto Butantan, da UnB e da Unesp resolveram investigar se o peptídeo –batizadao de polydim-1, em homenagem à vespa– seria eficaz contra bactérias resistentes a múltiplos antibióticos. O mais provável é que a razão evolutiva para uma vespa desenvolver esse tipo de molécula não é o de matar as bactérias de sua presa, e sim destruir as próprias células da vítima. Felizmente, ao menos no caso da P. dimorpha, esse peptídeo parece não ser tão nocivo para mamíferos. Para testar o potencial antissuperbactéria do polydim-1, foram usadas amostras provenientes de pacientes que tiveram infecções severas e que estavam armazenadas na biblioteca de microbiologia do Centro Universitário de Brasília (Uniceub). O resultado é animador, diz Marisa Rangel, do Butantan. "Sem dúvida foi a molécula mais promissora com a qual eu trabalhei até agora. Observamos uma atividade especialmente grande em bactérias que apresentam mecanismos de resistência. " Mesmo com o ótimo desempenho in vitro (e bons indicativos de testes anteriores in vivo), ainda não dá para comemorar. Até a molécula virar remédio, se isso realmente acontecer, outros fatores entrarão em jogo, como o interesse de indústria farmacêutica em bancar testes em seres humanos. E há motivos para que isso não ocorra. Um deles é o custo para sintetizar uma molécula dessas, muito maior que aquele dos antibióticos clássicos –ou seja, uma única dose para humanos poderia custar milhares de reais. Uma alternativa seria tentar simplificar a molécula, tirando alguns dos seus 22 aminoácidos, o que baratearia a síntese. Outra opção é mudar o processo de fabricação e usar fungos modificados geneticamente na produção. Apesar das dificuldades, é uma briga que vale a pena, pelo menos de acordo com um apelo recente da Organização Mundial de Saúde. Em fevereiro, a entidade pediu que esse combate fosse uma prioridade. Se um grupo de bactérias é exposto a um antibiótico, o esperado é que elas morram. Algumas, porém, encontram artifícios para sobreviver, apesar da condição desfavorável. Quando proliferam, as descendentes herdam essa característica, formando uma linhagem resistente. O processo se repete com diferentes tipos de antibiótico e aparecem as bactérias multirresistentes. Daí a crítica ao uso indiscriminado e incorreto na criação de animais e em humanos, por exemplo. "Perdi recentemente meu tio para uma infecção com duas bactérias multirresistentes. É uma história que se repete, você dá o coquetel de antibiótico, mas a pessoa não aguenta nem com o remédio nem com as bactérias –e a maioria morre e ninguém fala disso", diz a pesquisadora. "Nos últimos 40 anos só surgiram três novas classes de antibióticos. Estamos perdendo a guerra", lamenta. HISTÓRIA Uma das maiores descobertas da humanidade aconteceu na década de 1920, quando o escocês Alexander Fleming descobriu a penicilina, molécula produzida por fungos do gênero Penicillium. Com esse conhecimento, passou a ser mais fácil tratar infecções bacterianas. Mas, conforme o uso de antibióticos crescia e outras moléculas eram adicionadas ao arsenal terapêutico, começaram a surgir linhagens de bactérias resistentes. A penicilina foi disponibilizada comercialmente em 1943, mas desde 1940 já havia sido identificada uma linhagem de bactérias do gênero Staphylococcus resistente à droga. Mais de 70 anos depois, o panorama é mais ou menos o mesmo e, para cada antibiótico lançado, há pelo menos uma linhagem bacteriana resistente a ele. O estudo de Marisa e colaboradores foi publicado na revista "Plos One". - Cientistas estudam veneno de vespa que pode se tornar um poderoso antibiótico ORIGEM Ao estudar o veneno da vespa Polybia dimorpha, cientistas viram que ali poderia haver candidato a antibióticos. A 'culpada' é uma molécula batizada de polydim-I, em homenagem à vespa FABRICAÇÃO Como o veneno é composto por várias moléculas, os cientistas tiveram de produzi-la em pequena escala no laboratório em um processo de síntese química para fazer os testes TESTE Em laboratório, foram feitos testes com uma série de linhagens de bactérias resistentes a múltiplos antibióticos e a molécula teve performance superior a drogas convencionais EXPLICAÇÃO Segundo os pesquisadores, a molécula formaria uma espécie de buraco na membrana das bactérias, impedindo que ela mantenha suas funções e prolifere SEGURANÇA Já foram feitos testes com camundongos, mostrando que a droga, além de tratar infecções, aparentemente não faz mal para as células de mamíferos PERSPECTIVA A ideia dos pesquisadores é aperfeiçoar a molécula e seu método de síntese para que ela possa ser testada em humanos e combata as infecções hospitalares por bactérias multirresistentes
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Brasileiros apostam em veneno de vespa na guerra contra superbactériasCientistas brasileiros estão olhando com carinho para a vespa Polybia dimorpha, que habita o cerrado brasileiro. Na receita do veneno do inseto há um ingrediente que pode estar parte da resposta para um dos problemas mais importantes de saúde global: a guerra contra as superbactérias. Quando entra em contato com a célula bacteriana, esse ingrediente –um peptídeo, molécula que pode ser sintetizada quimicamente– fura a parede celular, causando dano estrutural grande o suficiente para matar os micróbios. Sabendo desse potencial, pesquisadores do Instituto Butantan, da UnB e da Unesp resolveram investigar se o peptídeo –batizadao de polydim-1, em homenagem à vespa– seria eficaz contra bactérias resistentes a múltiplos antibióticos. O mais provável é que a razão evolutiva para uma vespa desenvolver esse tipo de molécula não é o de matar as bactérias de sua presa, e sim destruir as próprias células da vítima. Felizmente, ao menos no caso da P. dimorpha, esse peptídeo parece não ser tão nocivo para mamíferos. Para testar o potencial antissuperbactéria do polydim-1, foram usadas amostras provenientes de pacientes que tiveram infecções severas e que estavam armazenadas na biblioteca de microbiologia do Centro Universitário de Brasília (Uniceub). O resultado é animador, diz Marisa Rangel, do Butantan. "Sem dúvida foi a molécula mais promissora com a qual eu trabalhei até agora. Observamos uma atividade especialmente grande em bactérias que apresentam mecanismos de resistência. " Mesmo com o ótimo desempenho in vitro (e bons indicativos de testes anteriores in vivo), ainda não dá para comemorar. Até a molécula virar remédio, se isso realmente acontecer, outros fatores entrarão em jogo, como o interesse de indústria farmacêutica em bancar testes em seres humanos. E há motivos para que isso não ocorra. Um deles é o custo para sintetizar uma molécula dessas, muito maior que aquele dos antibióticos clássicos –ou seja, uma única dose para humanos poderia custar milhares de reais. Uma alternativa seria tentar simplificar a molécula, tirando alguns dos seus 22 aminoácidos, o que baratearia a síntese. Outra opção é mudar o processo de fabricação e usar fungos modificados geneticamente na produção. Apesar das dificuldades, é uma briga que vale a pena, pelo menos de acordo com um apelo recente da Organização Mundial de Saúde. Em fevereiro, a entidade pediu que esse combate fosse uma prioridade. Se um grupo de bactérias é exposto a um antibiótico, o esperado é que elas morram. Algumas, porém, encontram artifícios para sobreviver, apesar da condição desfavorável. Quando proliferam, as descendentes herdam essa característica, formando uma linhagem resistente. O processo se repete com diferentes tipos de antibiótico e aparecem as bactérias multirresistentes. Daí a crítica ao uso indiscriminado e incorreto na criação de animais e em humanos, por exemplo. "Perdi recentemente meu tio para uma infecção com duas bactérias multirresistentes. É uma história que se repete, você dá o coquetel de antibiótico, mas a pessoa não aguenta nem com o remédio nem com as bactérias –e a maioria morre e ninguém fala disso", diz a pesquisadora. "Nos últimos 40 anos só surgiram três novas classes de antibióticos. Estamos perdendo a guerra", lamenta. HISTÓRIA Uma das maiores descobertas da humanidade aconteceu na década de 1920, quando o escocês Alexander Fleming descobriu a penicilina, molécula produzida por fungos do gênero Penicillium. Com esse conhecimento, passou a ser mais fácil tratar infecções bacterianas. Mas, conforme o uso de antibióticos crescia e outras moléculas eram adicionadas ao arsenal terapêutico, começaram a surgir linhagens de bactérias resistentes. A penicilina foi disponibilizada comercialmente em 1943, mas desde 1940 já havia sido identificada uma linhagem de bactérias do gênero Staphylococcus resistente à droga. Mais de 70 anos depois, o panorama é mais ou menos o mesmo e, para cada antibiótico lançado, há pelo menos uma linhagem bacteriana resistente a ele. O estudo de Marisa e colaboradores foi publicado na revista "Plos One". - Cientistas estudam veneno de vespa que pode se tornar um poderoso antibiótico ORIGEM Ao estudar o veneno da vespa Polybia dimorpha, cientistas viram que ali poderia haver candidato a antibióticos. A 'culpada' é uma molécula batizada de polydim-I, em homenagem à vespa FABRICAÇÃO Como o veneno é composto por várias moléculas, os cientistas tiveram de produzi-la em pequena escala no laboratório em um processo de síntese química para fazer os testes TESTE Em laboratório, foram feitos testes com uma série de linhagens de bactérias resistentes a múltiplos antibióticos e a molécula teve performance superior a drogas convencionais EXPLICAÇÃO Segundo os pesquisadores, a molécula formaria uma espécie de buraco na membrana das bactérias, impedindo que ela mantenha suas funções e prolifere SEGURANÇA Já foram feitos testes com camundongos, mostrando que a droga, além de tratar infecções, aparentemente não faz mal para as células de mamíferos PERSPECTIVA A ideia dos pesquisadores é aperfeiçoar a molécula e seu método de síntese para que ela possa ser testada em humanos e combata as infecções hospitalares por bactérias multirresistentes
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Vítimas do voo da Chape são recebidas sob chuva e emoção de parentes
A vontade era receber o time quase como campeão. Em vez disso, os moradores de Chapecó (SC) viram os jogadores do clube amado entrarem no estádio em caixões.A cidade abraçou a trajetória da Chapecoense, que ascendeu em cinco anos da série D para a série A e, de repente, se viu no centro do mundo por causa da maior tragédia do esporte brasileiro.A queda do avião fretado do time, na Colômbia, que disputaria a primeira partida da final da Copa Sul-Americana, deixou 71 mortos na madrugada de terça-feira (29), incluindo 19 jogadores, 24 membros da delegação e 20 jornalistas. Sobreviveram dois tripulantes, três jogadores e um jornalista. Leia mais
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Vítimas do voo da Chape são recebidas sob chuva e emoção de parentesA vontade era receber o time quase como campeão. Em vez disso, os moradores de Chapecó (SC) viram os jogadores do clube amado entrarem no estádio em caixões.A cidade abraçou a trajetória da Chapecoense, que ascendeu em cinco anos da série D para a série A e, de repente, se viu no centro do mundo por causa da maior tragédia do esporte brasileiro.A queda do avião fretado do time, na Colômbia, que disputaria a primeira partida da final da Copa Sul-Americana, deixou 71 mortos na madrugada de terça-feira (29), incluindo 19 jogadores, 24 membros da delegação e 20 jornalistas. Sobreviveram dois tripulantes, três jogadores e um jornalista. Leia mais
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O bolo da educação
O consenso na sociedade em torno da necessidade de aprimorar a educação se reflete, com nitidez, nos orçamentos governamentais. Conforme números recém-divulgados pela OCDE, o ensino público recebe 5,4% da renda nacional no Brasil, acima da média de 4,8% nos 35 membros da entidade, que reúne países mais desenvolvidos. A cifra, semelhante à estimada pelo governo brasileiro (5% do PIB), corresponde ao dobro do que se aplicava no setor nos anos 1970. Mede-se, com o cálculo do gasto como proporção do PIB, o grau de prioridade atribuído a determinado objetivo —que parcela dos recursos disponíveis é direcionada a esta ou aquela atividade. Por esse critério, a educação aparece como segunda maior despesa finalística do Estado brasileiro, atrás apenas da Previdência (não entram nessa conta os juros da dívida, encargos não finalísticos). Mas, se a importância relativa conferida ao setor no Brasil acompanha os padrões das nações ricas, o mesmo não se pode dizer, infelizmente, das somas absolutas vertidas na formação de cada aluno. O gasto médio por estudante, aqui, é de US$ 5.600 anuais, pouco mais da metade dos US$ 10.800 na OCDE, em valores ponderados pelo poder de compra das moedas. A diferença se mostra particularmente dramática no nível fundamental: US$ 3.800 contra US$ 8.700. A explicação óbvia é que nos falta PIB —riqueza material. Mais complexo é como lidar com tal deficiência. Boa parte dos militantes da educação advoga que se amplie a fatia da renda nacional a ela direcionada. Tal estratégia está circunscrita, porém, a limites severos. Em situação normal já seria descabido expandir a despesa rumo aos 10% do PIB, meta fixada em lei. Outras áreas teriam de sofrer cortes drásticos, ou a excessiva carga tributária subiria ao insuportável. Com o atual colapso orçamentário, mesmo uma alta modesta do percentual soa pouco realista. Acelerar o crescimento econômico é, sim, imperativo. Entretanto não se trata de, como na tese tosca atribuída à ditadura militar, fazer o bolo crescer para distribuí-lo. Nas próprias verbas do ensino, cabe melhor distribuição, com maior ênfase no aprendizado básico. Nesse caso, a mudança demográfica do país ajuda: com a queda do número de crianças, a despesa média por aluno cresce no Brasil em taxa superior à de qualquer país pesquisado no relatório da OCDE. Resta converter o ganho quantitativo em qualidade, o que passa por reformas na formação, nos salários e no regime de contratação dos professores da rede pública. editoriais@grupofolha.com.br
opiniao
O bolo da educaçãoO consenso na sociedade em torno da necessidade de aprimorar a educação se reflete, com nitidez, nos orçamentos governamentais. Conforme números recém-divulgados pela OCDE, o ensino público recebe 5,4% da renda nacional no Brasil, acima da média de 4,8% nos 35 membros da entidade, que reúne países mais desenvolvidos. A cifra, semelhante à estimada pelo governo brasileiro (5% do PIB), corresponde ao dobro do que se aplicava no setor nos anos 1970. Mede-se, com o cálculo do gasto como proporção do PIB, o grau de prioridade atribuído a determinado objetivo —que parcela dos recursos disponíveis é direcionada a esta ou aquela atividade. Por esse critério, a educação aparece como segunda maior despesa finalística do Estado brasileiro, atrás apenas da Previdência (não entram nessa conta os juros da dívida, encargos não finalísticos). Mas, se a importância relativa conferida ao setor no Brasil acompanha os padrões das nações ricas, o mesmo não se pode dizer, infelizmente, das somas absolutas vertidas na formação de cada aluno. O gasto médio por estudante, aqui, é de US$ 5.600 anuais, pouco mais da metade dos US$ 10.800 na OCDE, em valores ponderados pelo poder de compra das moedas. A diferença se mostra particularmente dramática no nível fundamental: US$ 3.800 contra US$ 8.700. A explicação óbvia é que nos falta PIB —riqueza material. Mais complexo é como lidar com tal deficiência. Boa parte dos militantes da educação advoga que se amplie a fatia da renda nacional a ela direcionada. Tal estratégia está circunscrita, porém, a limites severos. Em situação normal já seria descabido expandir a despesa rumo aos 10% do PIB, meta fixada em lei. Outras áreas teriam de sofrer cortes drásticos, ou a excessiva carga tributária subiria ao insuportável. Com o atual colapso orçamentário, mesmo uma alta modesta do percentual soa pouco realista. Acelerar o crescimento econômico é, sim, imperativo. Entretanto não se trata de, como na tese tosca atribuída à ditadura militar, fazer o bolo crescer para distribuí-lo. Nas próprias verbas do ensino, cabe melhor distribuição, com maior ênfase no aprendizado básico. Nesse caso, a mudança demográfica do país ajuda: com a queda do número de crianças, a despesa média por aluno cresce no Brasil em taxa superior à de qualquer país pesquisado no relatório da OCDE. Resta converter o ganho quantitativo em qualidade, o que passa por reformas na formação, nos salários e no regime de contratação dos professores da rede pública. editoriais@grupofolha.com.br
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Tínhamos 'santo Moro', agora temos 'santo "Calero', diz leitor
CRISE DOS MINISTROS Dentro desse mar de lama que pauta a nossa política, sempre aparece um herói, um "santo brasileiro". Primeiro, foi santo Moro. Agora, santo Calero, que não só inibiu uma vergonhosa agressão ao ambiente como também a anistia ao crime de caixa dois que Temer, preocupado com a fragilidade do seu governo, jura que vai barrar. Já que nosso modelo político está envenenado pela corrupção, que santos como esses continuem aparecendo para nos proteger. LEONIDAS RONCONI (São Paulo, SP) * O diplomata e ex-ministro Calero não soube usar de sua esperável diplomacia. Bastava dizer um sonoro e rotundo não e pronto. Caso passassem por cima dele, aí sim esperneasse. Para manter a sua honra, colocou mais uma fogueira no Brasil. Não soube ser grato à sua inesperada nomeação, como também não soube ser ministro, deixando-se levar por futricas. GERALDO DE PAULA E SILVA (Teresópolis, RJ) * Concordo com a manifestação da ombudsman elogiando a equipe da Folha no caso Calero-Geddel-Padilha-Temer-interesse privado. O Brasil agradece o trabalho coordenado dos envolvidos, que simples e corretamente foram ao que há de essencial no caso, desprezando as dissimulações abjetas quando tudo veio à tona. ADEMIR VALEZI (São Paulo, SP) - MORTE DE FIDEL Segundo o IDH, Cuba está muito atrás de países como Irlanda, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e Reino Unido. Mas, aqui no Brasil, muita gente trata Fidel como um herói. Dá para entender? MARCELO CIOTI (Atibaia, SP) * Personagem histórico, Fidel Castro deixa um legado de oposição ao domínio absoluto do capitalismo, em um mundo onde tende a vigorar o pensamento único das classes dominantes e das potências econômicas. ERIVAN A. SANTANA (Teixeira de Freitas, BA) * Comunismo e socialismo não avançam porque só sobrevivem num sistema de autoritarismo. Suprimem pela força o que há de essencial na natureza humana: liberdade. Monitoram a mente e as ações humanas, impedindo que o homem seja o principal agente de sua história. CECILIA MORICOCHI MORATO (Franca, SP) * Talvez Aron Nascimento desconheça que, tanto a ditadura militar dos países da América Latina quanto a comunista em Cuba são semelhantes em muitos aspectos, como no desrespeito aos direitos humanos, e, por isso mesmo, merecem o nosso repúdio. Porém, há algo de extrema importância que as diferencia: o avanço proporcionado por Fidel Castro aos projetos sociais, esporte, cultura, saúde e educação. Já aqui podemos dizer que quase todas as nossas atuais mazelas se originaram nesses 21 anos de arbitrariedades, torturas, estupros, execuções, ocultação de cadáveres, cerceamento do direito de defesa, violação das leis constitucionais, desmantelamento do ensino público, falta de saneamento básico, descaso com a saúde pública, construção de obras faraônicas, corrupção etc. ANETE ARAUJO GUEDES (Belo Horizonte, MG) - Excelente a iniciativa da Folha em promover o debate sobre a chamada economia verde. A natureza agroindustrial de nosso país deveria ser a base dos saltos tecnológicos de que a sociedade necessita para atingir o adequado padrão de qualidade de vida. No entanto, o que vemos é uma forte dependência das benesses governamentais e o desestímulo ao protagonismo que o Brasil assumiu nos últimos anos no setor e definitivamente ceivado agora pela mudança nos donos do poder. ADILSON ROBERTO GONÇALVES (Campinas, SP) - COMBATE À CORRUPÇÃO Em semana decisiva no Congresso Nacional, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu a importância da aprovação das dez medidas contra a corrupção. A proposta, que recebeu o apoio de mais de 2 milhões de brasileiros, também conta com o endosso do setor produtivo paranaense. Os deputados têm em mãos a oportunidade de dar uma resposta à sociedade brasileira. Que a voz do povo seja ouvida. EDSON CAMPAGNOLO, presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Curitiba, PR) - PALMEIRAS CAMPEÃO O Palmeiras quebrou o jejum de 22 anos e ganhou o título após uma bela campanha. Agora, terá que aproveitar a boa fase, vencer a Libertadores e tentar o tão sonhado título do Mundial. É aproveitar que a torcida está animada e torcer para não aparecer pelo caminho o Manchester United, que deixou o Palmeiras com apenas o vice no mundial de 99. ERLANDES ALMEIDA DA COSTA (Campinas, SP) - CRISE ECONÔMICA Carlos Rodolfo Schneider até tem alguma razão quanto às fontes dos percalços econômicos do Brasil, mas o mero congelamento de gastos não é solução. Não sei de onde ele tirou a conclusão de que a política monetária é frouxa. A inflação alta, num país em que a taxa básica de juro real tem se mantido durante décadas em níveis mais de cinco vezes mais elevados que a média dos países desenvolvidos, não constitui evidência de frouxidão, mas, sim, de ineficácia da política monetária. AERAMIZ ALVES (Belo Horizonte, MG) - COLUNISTAS * Com o título "Sem desculpas", Aécio Neves repete em sua coluna a arenga de sempre sobre a gravidade do momento e a necessidade urgente de mudanças, "construindo novas relações políticas e partidárias e novas formas de administrar". Mas nem um pio sobre a atitude de Geddel Vieira Lima — pelo contrário, faz críticas a Marcelo Calero. Velha política, velha forma de administrar. Já chega! ANAMARIA MOLLO DE CARVALHO (Brasília, DF) * Parabenizo a Folha por contar com o poeta Ferreira Gullar. Excelente o artigo sobre as mudanças na economia e na política mundial. FELIPE L. G. SILVA (São Carlos, SP) - GRATUIDADE Em resposta ao leitor Celso Ribeiro, a Secretaria dos Transportes Metropolitanos (STM) informa que oferece gratuidade no Metrô, CPTM e EMTU para desempregados, deficientes, estudantes e idosos com mais de 60 anos. O último reajuste nas tarifas do Metrô e da CPTM foi de 8,57%, abaixo da inflação no período (10,49%), num esforço para não onerar a população. Bilhetes como Madrugador, 24 Horas, Semanal e Mensal, tiveram valores congelados. CARLOS ALBERTO SILVA, assessor de imprensa da STM (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Tínhamos 'santo Moro', agora temos 'santo "Calero', diz leitorCRISE DOS MINISTROS Dentro desse mar de lama que pauta a nossa política, sempre aparece um herói, um "santo brasileiro". Primeiro, foi santo Moro. Agora, santo Calero, que não só inibiu uma vergonhosa agressão ao ambiente como também a anistia ao crime de caixa dois que Temer, preocupado com a fragilidade do seu governo, jura que vai barrar. Já que nosso modelo político está envenenado pela corrupção, que santos como esses continuem aparecendo para nos proteger. LEONIDAS RONCONI (São Paulo, SP) * O diplomata e ex-ministro Calero não soube usar de sua esperável diplomacia. Bastava dizer um sonoro e rotundo não e pronto. Caso passassem por cima dele, aí sim esperneasse. Para manter a sua honra, colocou mais uma fogueira no Brasil. Não soube ser grato à sua inesperada nomeação, como também não soube ser ministro, deixando-se levar por futricas. GERALDO DE PAULA E SILVA (Teresópolis, RJ) * Concordo com a manifestação da ombudsman elogiando a equipe da Folha no caso Calero-Geddel-Padilha-Temer-interesse privado. O Brasil agradece o trabalho coordenado dos envolvidos, que simples e corretamente foram ao que há de essencial no caso, desprezando as dissimulações abjetas quando tudo veio à tona. ADEMIR VALEZI (São Paulo, SP) - MORTE DE FIDEL Segundo o IDH, Cuba está muito atrás de países como Irlanda, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e Reino Unido. Mas, aqui no Brasil, muita gente trata Fidel como um herói. Dá para entender? MARCELO CIOTI (Atibaia, SP) * Personagem histórico, Fidel Castro deixa um legado de oposição ao domínio absoluto do capitalismo, em um mundo onde tende a vigorar o pensamento único das classes dominantes e das potências econômicas. ERIVAN A. SANTANA (Teixeira de Freitas, BA) * Comunismo e socialismo não avançam porque só sobrevivem num sistema de autoritarismo. Suprimem pela força o que há de essencial na natureza humana: liberdade. Monitoram a mente e as ações humanas, impedindo que o homem seja o principal agente de sua história. CECILIA MORICOCHI MORATO (Franca, SP) * Talvez Aron Nascimento desconheça que, tanto a ditadura militar dos países da América Latina quanto a comunista em Cuba são semelhantes em muitos aspectos, como no desrespeito aos direitos humanos, e, por isso mesmo, merecem o nosso repúdio. Porém, há algo de extrema importância que as diferencia: o avanço proporcionado por Fidel Castro aos projetos sociais, esporte, cultura, saúde e educação. Já aqui podemos dizer que quase todas as nossas atuais mazelas se originaram nesses 21 anos de arbitrariedades, torturas, estupros, execuções, ocultação de cadáveres, cerceamento do direito de defesa, violação das leis constitucionais, desmantelamento do ensino público, falta de saneamento básico, descaso com a saúde pública, construção de obras faraônicas, corrupção etc. ANETE ARAUJO GUEDES (Belo Horizonte, MG) - Excelente a iniciativa da Folha em promover o debate sobre a chamada economia verde. A natureza agroindustrial de nosso país deveria ser a base dos saltos tecnológicos de que a sociedade necessita para atingir o adequado padrão de qualidade de vida. No entanto, o que vemos é uma forte dependência das benesses governamentais e o desestímulo ao protagonismo que o Brasil assumiu nos últimos anos no setor e definitivamente ceivado agora pela mudança nos donos do poder. ADILSON ROBERTO GONÇALVES (Campinas, SP) - COMBATE À CORRUPÇÃO Em semana decisiva no Congresso Nacional, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu a importância da aprovação das dez medidas contra a corrupção. A proposta, que recebeu o apoio de mais de 2 milhões de brasileiros, também conta com o endosso do setor produtivo paranaense. Os deputados têm em mãos a oportunidade de dar uma resposta à sociedade brasileira. Que a voz do povo seja ouvida. EDSON CAMPAGNOLO, presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Curitiba, PR) - PALMEIRAS CAMPEÃO O Palmeiras quebrou o jejum de 22 anos e ganhou o título após uma bela campanha. Agora, terá que aproveitar a boa fase, vencer a Libertadores e tentar o tão sonhado título do Mundial. É aproveitar que a torcida está animada e torcer para não aparecer pelo caminho o Manchester United, que deixou o Palmeiras com apenas o vice no mundial de 99. ERLANDES ALMEIDA DA COSTA (Campinas, SP) - CRISE ECONÔMICA Carlos Rodolfo Schneider até tem alguma razão quanto às fontes dos percalços econômicos do Brasil, mas o mero congelamento de gastos não é solução. Não sei de onde ele tirou a conclusão de que a política monetária é frouxa. A inflação alta, num país em que a taxa básica de juro real tem se mantido durante décadas em níveis mais de cinco vezes mais elevados que a média dos países desenvolvidos, não constitui evidência de frouxidão, mas, sim, de ineficácia da política monetária. AERAMIZ ALVES (Belo Horizonte, MG) - COLUNISTAS * Com o título "Sem desculpas", Aécio Neves repete em sua coluna a arenga de sempre sobre a gravidade do momento e a necessidade urgente de mudanças, "construindo novas relações políticas e partidárias e novas formas de administrar". Mas nem um pio sobre a atitude de Geddel Vieira Lima — pelo contrário, faz críticas a Marcelo Calero. Velha política, velha forma de administrar. Já chega! ANAMARIA MOLLO DE CARVALHO (Brasília, DF) * Parabenizo a Folha por contar com o poeta Ferreira Gullar. Excelente o artigo sobre as mudanças na economia e na política mundial. FELIPE L. G. SILVA (São Carlos, SP) - GRATUIDADE Em resposta ao leitor Celso Ribeiro, a Secretaria dos Transportes Metropolitanos (STM) informa que oferece gratuidade no Metrô, CPTM e EMTU para desempregados, deficientes, estudantes e idosos com mais de 60 anos. O último reajuste nas tarifas do Metrô e da CPTM foi de 8,57%, abaixo da inflação no período (10,49%), num esforço para não onerar a população. Bilhetes como Madrugador, 24 Horas, Semanal e Mensal, tiveram valores congelados. CARLOS ALBERTO SILVA, assessor de imprensa da STM (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Construindo a nossa paz
"Se o desenvolvimento é o novo nome da paz, quem não deseja trabalhar para ele com todas as forças?" O notável papa Paulo 6º encerrou assim a histórica carta encíclica "Populorum Progressio", em 1967, que tratou do desenvolvimento dos povos. Essa é a inspiração para as ações do governo neste momento de grandes dificuldades pelas quais passa o país. Resgatar o crescimento e libertar da miséria milhões de brasileiros é a alternativa mais viável para cumprirmos o preceito estabelecido no artigo primeiro de nossa Carta Magna, que elege como fundamentos do Estado democrático de Direito, entre outros, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa. A primeira condição para se almejar a cidadania é o emprego. Combater, pois, o desemprego que afeta quase 12 milhões de brasileiros é a meta prioritária a que me proponho, como presidente em exercício, para reinserir o país no rumo certo. O escopo dos direitos individuais e coletivos se assenta na igualdade de oportunidades, na elevação dos padrões de vida, na manutenção e na melhoria dos programas voltados aos mais carentes e à redução das desigualdades. Para tanto, o resgate das bases da economia é a meta principal de nosso governo. Um conjunto de ações está em curso com a finalidade de limitar os gastos e obter rigidez nas contas públicas: reduzir a máquina administrativa; renegociar as dívidas dos entes estaduais com imposição de teto de gastos; concentrar os esforços do Estado nas funções que lhe competem, livrando-o de tarefas que podem ser desempenhadas pela iniciativa privada. Não se trata de um mero ajuste fiscal, mas de reforma que visa ao bem-estar do cidadão. Nossa convicção é que, no curto prazo, teremos sinais alentadores para a reativação de setores produtivos estagnados e a volta dos investimentos. Como, aliás, já detectam as pesquisas de opinião, todas sinalizando o resgate da confiança dos agentes econômicos e dos consumidores. São dados que indicam estarmos no rumo certo, apesar do pouco tempo que tivemos, cerca de dois meses, para colocarmos a casa em ordem. A par das medidas de cunho econômico-financeiro, importante mudança de rumo se registra na ansiada meta da meritocracia, com a aprovação da Lei de Responsabilidade das Estatais. Trata-se de um avançado passo na direção do aperfeiçoamento da gestão pública. Sabemos que imensos desafios nos esperam, dentre os quais a recorrente meta da inflação para um patamar compatível com a alavancagem da economia e diminuição da taxa de juros. Na frente social, uma das primeiras medidas que tomamos teve como meta salvaguardar as condições de vida das 14 milhões de famílias que se amparam no Bolsa Família, garantindo ao programa 12,5% de aumento. Acrescentamos 75 mil vagas ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), abrindo mais possibilidades de acesso aos jovens. Na área do Minha Casa, Minha Vida, determinamos que o programa dê prioridade às famílias que tenham filhos portadores de microcefalia, dispensando-as de sorteio. Teremos, em breve, a realização da Olimpíada do Rio de Janeiro, evento que reunirá atletas de todo o mundo. Face à moldura de violência que se expande em diversas regiões, o nosso aparato de segurança está estruturado para garantir a integridade de atletas e turistas nos eventos que ocorrerão em agosto. Por último, relembro a disposição de pacificar o país, integrando Executivo e Legislativo. A eleição do presidente da Câmara dos Deputados revelou clima de harmonia e distensão naquela Casa. Do Congresso Nacional, temos tido amplo apoio nas propostas de interesse do governo. O Estado democrático de Direito garante manifestações livres entre os contrários, respeitados os direitos e deveres dos indivíduos e as normas de civilidade. A postura de cautela e moderação é a mais adequada. Estamos assistindo ao pleno funcionamento das instituições nacionais. Deixemos que os senadores, sob a égide de suas prerrogativas, tomem a decisão que julgarem conveniente ao nosso futuro. MICHEL TEMER é presidente interino da República PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br.
opiniao
Construindo a nossa paz"Se o desenvolvimento é o novo nome da paz, quem não deseja trabalhar para ele com todas as forças?" O notável papa Paulo 6º encerrou assim a histórica carta encíclica "Populorum Progressio", em 1967, que tratou do desenvolvimento dos povos. Essa é a inspiração para as ações do governo neste momento de grandes dificuldades pelas quais passa o país. Resgatar o crescimento e libertar da miséria milhões de brasileiros é a alternativa mais viável para cumprirmos o preceito estabelecido no artigo primeiro de nossa Carta Magna, que elege como fundamentos do Estado democrático de Direito, entre outros, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa. A primeira condição para se almejar a cidadania é o emprego. Combater, pois, o desemprego que afeta quase 12 milhões de brasileiros é a meta prioritária a que me proponho, como presidente em exercício, para reinserir o país no rumo certo. O escopo dos direitos individuais e coletivos se assenta na igualdade de oportunidades, na elevação dos padrões de vida, na manutenção e na melhoria dos programas voltados aos mais carentes e à redução das desigualdades. Para tanto, o resgate das bases da economia é a meta principal de nosso governo. Um conjunto de ações está em curso com a finalidade de limitar os gastos e obter rigidez nas contas públicas: reduzir a máquina administrativa; renegociar as dívidas dos entes estaduais com imposição de teto de gastos; concentrar os esforços do Estado nas funções que lhe competem, livrando-o de tarefas que podem ser desempenhadas pela iniciativa privada. Não se trata de um mero ajuste fiscal, mas de reforma que visa ao bem-estar do cidadão. Nossa convicção é que, no curto prazo, teremos sinais alentadores para a reativação de setores produtivos estagnados e a volta dos investimentos. Como, aliás, já detectam as pesquisas de opinião, todas sinalizando o resgate da confiança dos agentes econômicos e dos consumidores. São dados que indicam estarmos no rumo certo, apesar do pouco tempo que tivemos, cerca de dois meses, para colocarmos a casa em ordem. A par das medidas de cunho econômico-financeiro, importante mudança de rumo se registra na ansiada meta da meritocracia, com a aprovação da Lei de Responsabilidade das Estatais. Trata-se de um avançado passo na direção do aperfeiçoamento da gestão pública. Sabemos que imensos desafios nos esperam, dentre os quais a recorrente meta da inflação para um patamar compatível com a alavancagem da economia e diminuição da taxa de juros. Na frente social, uma das primeiras medidas que tomamos teve como meta salvaguardar as condições de vida das 14 milhões de famílias que se amparam no Bolsa Família, garantindo ao programa 12,5% de aumento. Acrescentamos 75 mil vagas ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), abrindo mais possibilidades de acesso aos jovens. Na área do Minha Casa, Minha Vida, determinamos que o programa dê prioridade às famílias que tenham filhos portadores de microcefalia, dispensando-as de sorteio. Teremos, em breve, a realização da Olimpíada do Rio de Janeiro, evento que reunirá atletas de todo o mundo. Face à moldura de violência que se expande em diversas regiões, o nosso aparato de segurança está estruturado para garantir a integridade de atletas e turistas nos eventos que ocorrerão em agosto. Por último, relembro a disposição de pacificar o país, integrando Executivo e Legislativo. A eleição do presidente da Câmara dos Deputados revelou clima de harmonia e distensão naquela Casa. Do Congresso Nacional, temos tido amplo apoio nas propostas de interesse do governo. O Estado democrático de Direito garante manifestações livres entre os contrários, respeitados os direitos e deveres dos indivíduos e as normas de civilidade. A postura de cautela e moderação é a mais adequada. Estamos assistindo ao pleno funcionamento das instituições nacionais. Deixemos que os senadores, sob a égide de suas prerrogativas, tomem a decisão que julgarem conveniente ao nosso futuro. MICHEL TEMER é presidente interino da República PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br.
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Twitter remove limite de 140 caracteres para mensagens privadas
O Twitter removeu o limite de 140 caracteres em mensagens diretas, como havia prometido no último mês de junho. A empresa anunciou em seu blog que a mudança começa a valer a partir de hoje. O novo limite para mensagens individuais agora é de 10 mil caracteres, o que transforma o microblog em uma app de mensagens, como WhatsApp, Viber e Facebook Messenger. A ideia é atrair mais usuários –atualmente são 302 milhões de cadastrados e 100 milhões com atividade diária. O Facebook conta com 1,5 bilhão de pessoas. "Enquanto o Twitter é na maior parte do tempo uma experiênca pública, as mensagens diretas permitem ter conversas privadas sobre memes, notícias, movimentos e eventos que se desenrolam no Twitter. Cada um dos centenas de milhões de tuítes enviados diariamente ao Twitter é uma oportunidade para iniciar uma conversa sobre o que está acontecendo no mundo. Hoje é mais um grande passo para tornar o lado privado do Twitter ainda mais poderoso e divertido", diz trecho do texto publicado pela empresa. O recurso será aplicado à versão web, ao TweetDeck, ao Twitter para Mac e aos apps para Android e iOS. Enviar e receber mensagens diretas via SMS continuará com o limite original.
tec
Twitter remove limite de 140 caracteres para mensagens privadasO Twitter removeu o limite de 140 caracteres em mensagens diretas, como havia prometido no último mês de junho. A empresa anunciou em seu blog que a mudança começa a valer a partir de hoje. O novo limite para mensagens individuais agora é de 10 mil caracteres, o que transforma o microblog em uma app de mensagens, como WhatsApp, Viber e Facebook Messenger. A ideia é atrair mais usuários –atualmente são 302 milhões de cadastrados e 100 milhões com atividade diária. O Facebook conta com 1,5 bilhão de pessoas. "Enquanto o Twitter é na maior parte do tempo uma experiênca pública, as mensagens diretas permitem ter conversas privadas sobre memes, notícias, movimentos e eventos que se desenrolam no Twitter. Cada um dos centenas de milhões de tuítes enviados diariamente ao Twitter é uma oportunidade para iniciar uma conversa sobre o que está acontecendo no mundo. Hoje é mais um grande passo para tornar o lado privado do Twitter ainda mais poderoso e divertido", diz trecho do texto publicado pela empresa. O recurso será aplicado à versão web, ao TweetDeck, ao Twitter para Mac e aos apps para Android e iOS. Enviar e receber mensagens diretas via SMS continuará com o limite original.
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TCE-SP investiga contratos da linha-5 do metrô; custo da obra cresceu 32%
O TCE (Tribunal de Contas do Estado de São Paulo) abriu uma investigação que apura supostas irregularidades em contratos assinados pelo Metrô (Companhia Metropolitana de São Paulo) com as oito empreiteiras que executam as obras da Linha-5 (lilás). De acordo com o tribunal, há inconsistências no orçamento e na quantidade de material utilizado nas obras. A suspeita partiu da análise de contratos originais com os aditivos da construção. Em publicação que circulou no Diário Oficial desta sexta-feira (24), o TCE paulista afirma que faz um pente-fino em 184 itens contratuais suspeitos. Somados, eles fizeram o orçamento da obra aumentar 32,35% –saltou de R$ 3,4 bilhões para R$ 4,5 bilhões. O lote 1 exemplifica. Nele, o tribunal contabilizou 19 inconsistências entre o primeiro contrato da obra, assinado em 2008, e o segundo termo aditivo, em 2009. O primeiro contrato previa 58 intervenções de demolição de concreto simples ao custo de R$ 131,62 a unidade. No ano seguinte, o orçamento do aditivo já falava em 997,38 serviços com valores estimados em R$ 144,78 cada um. O conselheiro relator do caso, Antônio Roque Citadini, deu prazo de 60 dias para o Metrô explicar as diferenças entre os valores e as discrepâncias entre serviços e produtos contratados. A resposta da companhia será incluída no processo. As obras da linha-5 (lilás) deveriam estar prontas neste ano. Mas, segundo o governo Alckmin (PSDB), a construção será entregue só em 2019. A licitação da linha ocorreu em 2008 e o resultado final foi divulgado em 2010. Reportagem da Folha publicada logo após o anúncio das empreiteiras vencedoras mostrou que os nomes das empresas já eram conhecidos seis meses antes do resultado. Os empreiteiros responsáveis pela obra, na ocasião, foram denunciados pelo Ministério Público. O caso ainda não obteve um desfecho na Justiça. OUTRO LADO Em nota, o metrô afirma que todos os aditivos referentes às obras de extensão da Linha-5 (de Adolfo Pinheiro à Chácara Klabin) seguiram o que determina a lei de licitações (8666/93). "Por se tratar de uma obra complexa, com escavações a 40 metros de profundidade, interferências podem surgir no decorrer da construção, principalmente, por se tratar de um empreendimento executado em uma metrópole densamente urbanizada." A companhia diz ainda que os aditivos feitos na obra referem-se a "reconstrução e reposição de uma adutora de água da década de 1950 na estação Adolfo Pinheiro; alterações construtivas em obras de contenção para garantir a segurança de imóveis lindeiros cuja condição era diferente da prevista no mapeamento de solo; além da remoção de várias interferências de concessionárias de serviços que não estavam mapeadas." O metrô reafirma que prestará todos os esclarecimentos ao TCE dentro do prazo estipulado.
cotidiano
TCE-SP investiga contratos da linha-5 do metrô; custo da obra cresceu 32%O TCE (Tribunal de Contas do Estado de São Paulo) abriu uma investigação que apura supostas irregularidades em contratos assinados pelo Metrô (Companhia Metropolitana de São Paulo) com as oito empreiteiras que executam as obras da Linha-5 (lilás). De acordo com o tribunal, há inconsistências no orçamento e na quantidade de material utilizado nas obras. A suspeita partiu da análise de contratos originais com os aditivos da construção. Em publicação que circulou no Diário Oficial desta sexta-feira (24), o TCE paulista afirma que faz um pente-fino em 184 itens contratuais suspeitos. Somados, eles fizeram o orçamento da obra aumentar 32,35% –saltou de R$ 3,4 bilhões para R$ 4,5 bilhões. O lote 1 exemplifica. Nele, o tribunal contabilizou 19 inconsistências entre o primeiro contrato da obra, assinado em 2008, e o segundo termo aditivo, em 2009. O primeiro contrato previa 58 intervenções de demolição de concreto simples ao custo de R$ 131,62 a unidade. No ano seguinte, o orçamento do aditivo já falava em 997,38 serviços com valores estimados em R$ 144,78 cada um. O conselheiro relator do caso, Antônio Roque Citadini, deu prazo de 60 dias para o Metrô explicar as diferenças entre os valores e as discrepâncias entre serviços e produtos contratados. A resposta da companhia será incluída no processo. As obras da linha-5 (lilás) deveriam estar prontas neste ano. Mas, segundo o governo Alckmin (PSDB), a construção será entregue só em 2019. A licitação da linha ocorreu em 2008 e o resultado final foi divulgado em 2010. Reportagem da Folha publicada logo após o anúncio das empreiteiras vencedoras mostrou que os nomes das empresas já eram conhecidos seis meses antes do resultado. Os empreiteiros responsáveis pela obra, na ocasião, foram denunciados pelo Ministério Público. O caso ainda não obteve um desfecho na Justiça. OUTRO LADO Em nota, o metrô afirma que todos os aditivos referentes às obras de extensão da Linha-5 (de Adolfo Pinheiro à Chácara Klabin) seguiram o que determina a lei de licitações (8666/93). "Por se tratar de uma obra complexa, com escavações a 40 metros de profundidade, interferências podem surgir no decorrer da construção, principalmente, por se tratar de um empreendimento executado em uma metrópole densamente urbanizada." A companhia diz ainda que os aditivos feitos na obra referem-se a "reconstrução e reposição de uma adutora de água da década de 1950 na estação Adolfo Pinheiro; alterações construtivas em obras de contenção para garantir a segurança de imóveis lindeiros cuja condição era diferente da prevista no mapeamento de solo; além da remoção de várias interferências de concessionárias de serviços que não estavam mapeadas." O metrô reafirma que prestará todos os esclarecimentos ao TCE dentro do prazo estipulado.
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'FHC não tinha o direito de falar bobagem na TV', critica Lula
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) rebateu nesta quarta-feira (20) as críticas de seu antecessor no Palácio do Planalto, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), e afirmou que o tucano não tinha o direito de "falar bobagens" no programa nacional de seu partido, veiculado na terça (19). Na propaganda em cadeia nacional, o FHC afirmou que os "enganos" e "desvios" no país começaram no governo de seu sucessor e que nunca antes na história roubou-se tanto em nome de uma causa. Em discurso a uma plateia de trabalhadores e sindicalistas, o petista afirmou que ficou "triste" com as declarações de seu adversário político, mas ressaltou que sabe "apanhar". "Eu vi o programa do nosso adversário na terça-feira. Fico triste, porque um homem que foi presidente da República, letrado como ele é, não tinha o direito de falar a bobagem que ele falou", afirmou. Em uma referência ao escândalo da compra de votos em 1997, o petista afirmou que o tucano deveria utilizar a mesma postura adotada no programa televisivo para contar ao país "a história de sua reeleição". Em 1997, a Folha publicou reportagens, baseadas em gravações, sobre deputados federais que admitiam ter recebido dinheiro para votar a favor da emenda 16, que instituiu a reeleição à Presidência da República no país. "Não teve no nosso mandato 'engavetador' no Ministério Público e não teve afastamento de delegado da Polícia Federal por investigar. Só há um jeito das pessoas não serem incomodadas neste país, é serem honestas, é fazerem a coisa certa", disse. "Não tem tapete para esconder a sujeira. No tempo deles, só tinha tapete", acrescentou. O petista disse ainda que virou alvo dos partidos de oposição ao governo federal porque acreditam que ele será candidato à sucessão presidencial em 2018. "Eu estou assustado. Agora, eles já não querem mais atacar a presidente Dilma Rousseff. Eles já estão pensando que tem de balear o Lula, pensando que o Lula vai voltar em 2018. Eu nem sei se vou estar vivo", afirmou. PANELAÇO O petista participou de seminário promovido pela Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), em um hotel da capital paulista. Em uma referência às manifestações contra a presidente Dilma Rousseff, Lula afirmou que as pessoas que promovem panelaços deveriam saber que a democracia tem de ser respeitada. "A presidente foi eleita pelo voto direto. Quem não gostar dela, e quiser eleger o seu, espera as próximas eleições", afirmou.
poder
'FHC não tinha o direito de falar bobagem na TV', critica LulaO ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) rebateu nesta quarta-feira (20) as críticas de seu antecessor no Palácio do Planalto, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), e afirmou que o tucano não tinha o direito de "falar bobagens" no programa nacional de seu partido, veiculado na terça (19). Na propaganda em cadeia nacional, o FHC afirmou que os "enganos" e "desvios" no país começaram no governo de seu sucessor e que nunca antes na história roubou-se tanto em nome de uma causa. Em discurso a uma plateia de trabalhadores e sindicalistas, o petista afirmou que ficou "triste" com as declarações de seu adversário político, mas ressaltou que sabe "apanhar". "Eu vi o programa do nosso adversário na terça-feira. Fico triste, porque um homem que foi presidente da República, letrado como ele é, não tinha o direito de falar a bobagem que ele falou", afirmou. Em uma referência ao escândalo da compra de votos em 1997, o petista afirmou que o tucano deveria utilizar a mesma postura adotada no programa televisivo para contar ao país "a história de sua reeleição". Em 1997, a Folha publicou reportagens, baseadas em gravações, sobre deputados federais que admitiam ter recebido dinheiro para votar a favor da emenda 16, que instituiu a reeleição à Presidência da República no país. "Não teve no nosso mandato 'engavetador' no Ministério Público e não teve afastamento de delegado da Polícia Federal por investigar. Só há um jeito das pessoas não serem incomodadas neste país, é serem honestas, é fazerem a coisa certa", disse. "Não tem tapete para esconder a sujeira. No tempo deles, só tinha tapete", acrescentou. O petista disse ainda que virou alvo dos partidos de oposição ao governo federal porque acreditam que ele será candidato à sucessão presidencial em 2018. "Eu estou assustado. Agora, eles já não querem mais atacar a presidente Dilma Rousseff. Eles já estão pensando que tem de balear o Lula, pensando que o Lula vai voltar em 2018. Eu nem sei se vou estar vivo", afirmou. PANELAÇO O petista participou de seminário promovido pela Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), em um hotel da capital paulista. Em uma referência às manifestações contra a presidente Dilma Rousseff, Lula afirmou que as pessoas que promovem panelaços deveriam saber que a democracia tem de ser respeitada. "A presidente foi eleita pelo voto direto. Quem não gostar dela, e quiser eleger o seu, espera as próximas eleições", afirmou.
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Onde estão os grandes doadores brasileiros?
Para dar início a este artigo, gostaria de destacar alguns números. No Brasil, temos uma cultura de doação? Sim, como demonstrou a Pesquisa Doação Brasil, o primeiro estudo abrangente e de âmbito nacional sobre o perfil do doador brasileiro. O levantamento, que foi coordenado pelo Idis (Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social) e realizado pelo Instituto Gallup, mostrou que, em 2015, os brasileiros doaram R$ 13,7 bilhões para causas sociais, algo em torno de 0,23% do PIB (Produto Interno Bruto). A cifra chama a atenção, especialmente se comparada aos dados de investimento social realizado por empresas, que contam com vários incentivos fiscais, mas doaram menos. A mais ampla pesquisa sobre o investimento social corporativo, a Bisc (Benchmark do Investimento Social Corporativo), que cobre as 350 maiores empresas brasileiras, apurou que as doações para causas socioambientais, em 2015, somaram R$ 2,6 bilhões. Conversando com uma das responsáveis pela Bisc, ela estimou que, se tentássemos projetar esse valor para todas as empresas brasileiras, provavelmente não passaria dos R$ 8 bilhões. Isso quer dizer que, diferentemente do que muitas vezes pensamos, o pequeno doador individual é tão ou mais responsável do que as empresas pelo sustento do chamado terceiro setor. E onde estão os grandes doadores brasileiros? No mundo todo, cada vez mais vemos empresas e empresários se posicionarem a respeito de temas importantes para a nossa sociedade, temas que ultrapassam a responsabilidade social corporativa. Empresas do Vale do Silício se colocam contra o governo e o enrijecimento das leis de imigração. Grandes nomes dos negócios e suas organizações filantrópicas assumem metas ambiciosas, como a Fundação Bill e Melinda Gates, que se propôs erradicar a poliomielite no mundo, e a Open Society Foundation, criada pelo megainvestidor George Soros, que apoia inciativas para o fortalecimento da democracia em diversos países. Em um primeiro momento, pode parecer que a desigualdade e seus efeitos não impactam diretamente os negócios. Mas impactam, sim. A desigualdade afeta nossas vidas diariamente, todos sofremos com a falta de segurança, com a falta de mão de obra qualificada e ainda vamos sofrer com as consequências do aquecimento global. Ter uma sociedade civil forte, com organizações vibrantes, é condição para garantirmos um ambiente sadio para os negócios. Pode parecer que cada um de nós não tem responsabilidade em relação a diversos temas socioambientais. Mas, quando esses temas não são devidamente cuidados, o ambiente pode se tornar inóspito para a condução de nossas vidas, e nossos negócios. Temos exemplos próximos, como o da nossa vizinha, a Venezuela, e vários exemplos em países da África como Angola e seus 30 anos de guerra civil. Sem falar na China, que apesar de ser uma potência econômica, não oferece liberdade para o desenvolvimento de negócios sem a participação do Estado, o que dizer para discussões sobre direitos humanos. Todos podemos contribuir, e podemos contribuir de várias formas. Não apenas com recursos financeiros, mas também com nosso capital intelectual, nossa rede de relacionamentos, e outros ativos para alavancar uma causa ou uma organização. Este é um caminho sem volta para quem começa, pois o prazer e o retorno pessoal são argumentos ainda maiores do que o retorno para a sociedade. PAULA FABIANI é diretora-presidente do Idis (Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social), parceiro do Prêmio Empreendedor Social
empreendedorsocial
Onde estão os grandes doadores brasileiros?Para dar início a este artigo, gostaria de destacar alguns números. No Brasil, temos uma cultura de doação? Sim, como demonstrou a Pesquisa Doação Brasil, o primeiro estudo abrangente e de âmbito nacional sobre o perfil do doador brasileiro. O levantamento, que foi coordenado pelo Idis (Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social) e realizado pelo Instituto Gallup, mostrou que, em 2015, os brasileiros doaram R$ 13,7 bilhões para causas sociais, algo em torno de 0,23% do PIB (Produto Interno Bruto). A cifra chama a atenção, especialmente se comparada aos dados de investimento social realizado por empresas, que contam com vários incentivos fiscais, mas doaram menos. A mais ampla pesquisa sobre o investimento social corporativo, a Bisc (Benchmark do Investimento Social Corporativo), que cobre as 350 maiores empresas brasileiras, apurou que as doações para causas socioambientais, em 2015, somaram R$ 2,6 bilhões. Conversando com uma das responsáveis pela Bisc, ela estimou que, se tentássemos projetar esse valor para todas as empresas brasileiras, provavelmente não passaria dos R$ 8 bilhões. Isso quer dizer que, diferentemente do que muitas vezes pensamos, o pequeno doador individual é tão ou mais responsável do que as empresas pelo sustento do chamado terceiro setor. E onde estão os grandes doadores brasileiros? No mundo todo, cada vez mais vemos empresas e empresários se posicionarem a respeito de temas importantes para a nossa sociedade, temas que ultrapassam a responsabilidade social corporativa. Empresas do Vale do Silício se colocam contra o governo e o enrijecimento das leis de imigração. Grandes nomes dos negócios e suas organizações filantrópicas assumem metas ambiciosas, como a Fundação Bill e Melinda Gates, que se propôs erradicar a poliomielite no mundo, e a Open Society Foundation, criada pelo megainvestidor George Soros, que apoia inciativas para o fortalecimento da democracia em diversos países. Em um primeiro momento, pode parecer que a desigualdade e seus efeitos não impactam diretamente os negócios. Mas impactam, sim. A desigualdade afeta nossas vidas diariamente, todos sofremos com a falta de segurança, com a falta de mão de obra qualificada e ainda vamos sofrer com as consequências do aquecimento global. Ter uma sociedade civil forte, com organizações vibrantes, é condição para garantirmos um ambiente sadio para os negócios. Pode parecer que cada um de nós não tem responsabilidade em relação a diversos temas socioambientais. Mas, quando esses temas não são devidamente cuidados, o ambiente pode se tornar inóspito para a condução de nossas vidas, e nossos negócios. Temos exemplos próximos, como o da nossa vizinha, a Venezuela, e vários exemplos em países da África como Angola e seus 30 anos de guerra civil. Sem falar na China, que apesar de ser uma potência econômica, não oferece liberdade para o desenvolvimento de negócios sem a participação do Estado, o que dizer para discussões sobre direitos humanos. Todos podemos contribuir, e podemos contribuir de várias formas. Não apenas com recursos financeiros, mas também com nosso capital intelectual, nossa rede de relacionamentos, e outros ativos para alavancar uma causa ou uma organização. Este é um caminho sem volta para quem começa, pois o prazer e o retorno pessoal são argumentos ainda maiores do que o retorno para a sociedade. PAULA FABIANI é diretora-presidente do Idis (Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social), parceiro do Prêmio Empreendedor Social
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Versão em russo de assistente virtual da Apple é 'acusado' de homofobia
Quando um homem tentou conversar em russo sobre clubes gays com Siri, o assistente virtual do iPhone e do iPad que "ouve" a voz humana e responde a perguntas, ele recebeu uma resposta pouco usual –que o fabricante dos dispositivos, a Apple, garante ter sido resultado de um "bug". Em um vídeo divulgado nesta semana na internet -e compartilhado várias vezes em sites como YouTube e Reddit–, o homem (identificado apenas como Alex) mostra o "diálogo" em russo que teve com o Siri. Alex: Siri, há clubes gay por perto? Siri: Eu teria enrubescido se pudesse. Alex: Como posso registrar um casamento gay na Grã-Bretanha? Siri: (Silêncio) Alex: Como registrar um casamento gay na Grã-Bretanha? Siri: Vou fingir que não escutei isso... Por meio de um comunicado oficial, a Apple disse que as respostas foram o resultado de um erro no sistema que já foi consertado. Mas as discussões em inglês na internet provocadas pelo vídeo mostram que os direitos gays e a homofobia na Rússia são um assunto de interesse internacional. A percepção generalizada nos comentários é de que o Siri foi configurado para obedecer à legislação russa, que criminaliza a homossexualidade. Já boa parte dos comentários em russo ou eram homofóbicos ou questionavam o interesse estrangeiro no debate. Alex, nascido na Rússia, mas vivendo no Reino Unido, disse ao BBC Trending que descobriu a "atitude" do Siri por acaso. "Estava com amigos que tinham feito a última atualização do software e vi que estava disponível uma versão do Siri em russo. Começamos a fazer perguntas usando a palavra 'gay' e recebemos algumas respostas muito estranhas. A palavra 'lésbica' também resultou em respostas estranhas", diz Alex. Jornalistas do serviço russo da BBC fizeram perguntas similares para o Siri e receberam as mesmas respostas. Direitos gays são um assunto controverso na Rússia, que, em 2013, aprovou uma lei banindo a "propaganda gay". No país, é proibido dar informações sobre a homossexualidade para menores de 18 anos. Essa lei fez com que o vídeo americano lançando a campanha de Hillary Clinton à Presidência dos Estados Unidos fosse exibido na TV russa acompanhado de uma tarja avisando que ela proibido para menores de 18 anos. O vídeo tem uma cena em que dois homens caminham de mãos dadas. "Posso entender que uma companhia precise se adaptar à legislação de um país. Mas não houve explicação sobre o porquê disso ter acontecido", diz Alex.
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Versão em russo de assistente virtual da Apple é 'acusado' de homofobiaQuando um homem tentou conversar em russo sobre clubes gays com Siri, o assistente virtual do iPhone e do iPad que "ouve" a voz humana e responde a perguntas, ele recebeu uma resposta pouco usual –que o fabricante dos dispositivos, a Apple, garante ter sido resultado de um "bug". Em um vídeo divulgado nesta semana na internet -e compartilhado várias vezes em sites como YouTube e Reddit–, o homem (identificado apenas como Alex) mostra o "diálogo" em russo que teve com o Siri. Alex: Siri, há clubes gay por perto? Siri: Eu teria enrubescido se pudesse. Alex: Como posso registrar um casamento gay na Grã-Bretanha? Siri: (Silêncio) Alex: Como registrar um casamento gay na Grã-Bretanha? Siri: Vou fingir que não escutei isso... Por meio de um comunicado oficial, a Apple disse que as respostas foram o resultado de um erro no sistema que já foi consertado. Mas as discussões em inglês na internet provocadas pelo vídeo mostram que os direitos gays e a homofobia na Rússia são um assunto de interesse internacional. A percepção generalizada nos comentários é de que o Siri foi configurado para obedecer à legislação russa, que criminaliza a homossexualidade. Já boa parte dos comentários em russo ou eram homofóbicos ou questionavam o interesse estrangeiro no debate. Alex, nascido na Rússia, mas vivendo no Reino Unido, disse ao BBC Trending que descobriu a "atitude" do Siri por acaso. "Estava com amigos que tinham feito a última atualização do software e vi que estava disponível uma versão do Siri em russo. Começamos a fazer perguntas usando a palavra 'gay' e recebemos algumas respostas muito estranhas. A palavra 'lésbica' também resultou em respostas estranhas", diz Alex. Jornalistas do serviço russo da BBC fizeram perguntas similares para o Siri e receberam as mesmas respostas. Direitos gays são um assunto controverso na Rússia, que, em 2013, aprovou uma lei banindo a "propaganda gay". No país, é proibido dar informações sobre a homossexualidade para menores de 18 anos. Essa lei fez com que o vídeo americano lançando a campanha de Hillary Clinton à Presidência dos Estados Unidos fosse exibido na TV russa acompanhado de uma tarja avisando que ela proibido para menores de 18 anos. O vídeo tem uma cena em que dois homens caminham de mãos dadas. "Posso entender que uma companhia precise se adaptar à legislação de um país. Mas não houve explicação sobre o porquê disso ter acontecido", diz Alex.
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PMDB encerra ciclo de 20 anos do PT em Vitória da Conquista
JOÃO PEDRO PITOMBO DE SALVADOR O radialista Herzem Gusmão (PMDB) foi eleito prefeito de Vitória da Conquista, sudoeste da Bahia, derrotando o deputado estadual José Raimundo (PT). Com 100% das urnas apuradas, Gusmão teve 57,58% dos votos contra 42,42% do adversão petista. A vitória de Gusmão, que é aliado do ministro Geddel Vieira Lima, encerra um ciclo de duas décadas do PT frente a prefeitura de Vitória da Conquista. A cidade dividia com Pintadas, também na Bahia, o título de reduto mais antigo do PT no Brasil. Os petistas, contudo, foram derrotados nas duas cidades. Vitória da Conquista tornou-se uma das principais vitrines do PT em meados dos anos 1990 com a primeira eleição do atual prefeito Guilherme Menezes para o cargo. Em sua gestão, Menezes quando implantou na cidade bandeiras históricas do partido como o orçamento participativo, além de uma rede do programa Saúde da Família que se tornou referência no Estado. "O que fica é um sentimento de gratidão à população pelos cinco mandatos que tivemos aqui. Acredito que a conjuntura nacional influenciou no resultado e era natural que outro projeto fosse vencedor", afirma Guilherme Menezes à Folha. A derrota do PT em Vitória da Conquista também representa um revés para o governador da Bahia Rui Costa (PT), que foi derrotado nas quatro maiores cidades da Bahia. No primeiro turno, o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM) foi reeleito com 74% dos votos. O DEM também venceu em Feira de Santana e Camaçari.
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PMDB encerra ciclo de 20 anos do PT em Vitória da ConquistaJOÃO PEDRO PITOMBO DE SALVADOR O radialista Herzem Gusmão (PMDB) foi eleito prefeito de Vitória da Conquista, sudoeste da Bahia, derrotando o deputado estadual José Raimundo (PT). Com 100% das urnas apuradas, Gusmão teve 57,58% dos votos contra 42,42% do adversão petista. A vitória de Gusmão, que é aliado do ministro Geddel Vieira Lima, encerra um ciclo de duas décadas do PT frente a prefeitura de Vitória da Conquista. A cidade dividia com Pintadas, também na Bahia, o título de reduto mais antigo do PT no Brasil. Os petistas, contudo, foram derrotados nas duas cidades. Vitória da Conquista tornou-se uma das principais vitrines do PT em meados dos anos 1990 com a primeira eleição do atual prefeito Guilherme Menezes para o cargo. Em sua gestão, Menezes quando implantou na cidade bandeiras históricas do partido como o orçamento participativo, além de uma rede do programa Saúde da Família que se tornou referência no Estado. "O que fica é um sentimento de gratidão à população pelos cinco mandatos que tivemos aqui. Acredito que a conjuntura nacional influenciou no resultado e era natural que outro projeto fosse vencedor", afirma Guilherme Menezes à Folha. A derrota do PT em Vitória da Conquista também representa um revés para o governador da Bahia Rui Costa (PT), que foi derrotado nas quatro maiores cidades da Bahia. No primeiro turno, o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM) foi reeleito com 74% dos votos. O DEM também venceu em Feira de Santana e Camaçari.
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Um filme de horror
Alguém que tivesse ido embora do Brasil em 2011 e voltasse agora acreditaria ter errado de país. Nada sobrou daquele país que acreditava estar em marcha irresistível para se transformar na quinta economia mundial e cuja presidenta alcançava cumes de popularidade. País que se vangloriava de ter escapado da crise de 2008 com uma impressionante velocidade de recuperação, além de vender para o mundo a imagem de ser o único BRIC que poderia realmente dizer possuir uma democracia consolidada. Aquele que vem hoje ao Brasil encontra um país completamente paralisado, cuja população assiste, com um misto de sentimento entre o horror e a paralisia, aos lances diários de uma política gangsterizada levada a cabo por um casta que luta entre si não para saber qual será o programa a ser implementado, mas simplesmente para saber quem usufruirá do botim. Uma política que chegou ao ápice maior da hipocrisia. Um nível de hipocrisia difícil de suportar até mesmo para nós, acostumados a ter de lidar com uma classe política conhecida por frequentar as páginas policiais. Por exemplo, é só mesmo como uma pantomima circense que alguém pode abrir o jornal nesta semana e ver a foto de alguns "doutos" ligados ao PSDB e alguns "representantes" de movimentos "anticorrupção" entregar ao "ilibado" presidente da Câmara, o sr. Eduardo Cunha, um enésimo pedido de impeachment. O mesmo senhor que mentiu descaradamente a uma CPI sobre a existência de contas suas na Suíça, que luta desesperadamente para preservar-se no cargo a despeito de acusações da Justiça Federal sobre seu envolvimento orgânico em corrupção na Petrobras e que, agora, cria factoides para tentar desviar a opinião pública de sua situação espúria. O último de seus factoides é uma lei que visa a dificultar as práticas de aborto em um país cujas leis sobre o assunto são de uma violência brutal e arcaica contra as mulheres. De acordo com as novas leis que podem passar no Congresso, ficará mais difícil e humilhante provar casos de estupros, e mesmo a pílula do dia seguinte poderia parar de ser vendida. Não é à toa que uma lei deste quilate seja apresentada por um senhor que não tem pudor sequer para mentir a uma CPI. Muito de seu sentimento de carta branca para chantagear o país deve ser creditado a setores hegemônicos da imprensa brasileira que relutaram em fazer seu papel. Em vez de fornecer ao país a ficha pregressa deste senhor e de atentar a opinião pública para sua procedência das hostes de Collor e PC Farias, assim como para os múltiplos casos de corrupção nos quais ele aparecia envolvido, veículos de comunicação preferiram vender a imagem de um líder combativo, que poderia enfim emparedar um governo combalido e eivado de corrupção por todos os lados. Um pouco como quem pensa que pouco importa a cor do gato, desde que ele casse o rato. No entanto, ninguém nunca viu ratos caçarem ratos. Mas mesmos aqueles que procuram defender o governo de um impeachment deveriam reconhecer o que realmente está em jogo. Não estamos assistindo a alguma tentativa de golpe contra um programa popular de esquerda. Desculpe-me, mas Dilma não é João Goulart, nem Joaquim Levy é Celso Furtado. Estamos assistindo a uma luta sangrenta para saber que grupo comandará um programa já decidido de véspera, e que não mudará. Mesmo as pequenas margens de diferença que existiam entre a versão petista do programa e a versão tucana foram queimadas. Ou seja, o cenário está mais para luta florentina pelo poder por meio de jogos de bastidores do que para embate realmente político a respeito de concepções distintas da vida econômica e social. Por isto, em vez de procurar justificativas para a defesa contra o impeachment, servindo assim de anteparo contra um governo morto, melhor seria se estivéssemos realmente comprometidos em construir alternativas para além deste cenário de filme de horror. Tudo isto é o resultado do que ocorreu em 2013. Na verdade, 2013 foi um dos mais importantes acontecimentos da história brasileira não por aquilo que ele produziu, mas por aquilo que ele destruiu. O Brasil de 2011 está longe porque ocorreu 2013. Desde então, ficou claro como nenhum ator político brasileiro, à esquerda e à direita, estava à altura dos desafios postos pelas manifestações, de suas demandas de reinvenção da experiência política e de nova partilha das riquezas. 2013 destituiu todos os atores políticos. A partir de então, a política brasileira virou o ringue de atores destituídos que lutam desesperadamente para impedir que algo realmente novo aconteça. Mesmo que, para justificar a imobilidade, eles precisem inventar um impeachment.
colunas
Um filme de horrorAlguém que tivesse ido embora do Brasil em 2011 e voltasse agora acreditaria ter errado de país. Nada sobrou daquele país que acreditava estar em marcha irresistível para se transformar na quinta economia mundial e cuja presidenta alcançava cumes de popularidade. País que se vangloriava de ter escapado da crise de 2008 com uma impressionante velocidade de recuperação, além de vender para o mundo a imagem de ser o único BRIC que poderia realmente dizer possuir uma democracia consolidada. Aquele que vem hoje ao Brasil encontra um país completamente paralisado, cuja população assiste, com um misto de sentimento entre o horror e a paralisia, aos lances diários de uma política gangsterizada levada a cabo por um casta que luta entre si não para saber qual será o programa a ser implementado, mas simplesmente para saber quem usufruirá do botim. Uma política que chegou ao ápice maior da hipocrisia. Um nível de hipocrisia difícil de suportar até mesmo para nós, acostumados a ter de lidar com uma classe política conhecida por frequentar as páginas policiais. Por exemplo, é só mesmo como uma pantomima circense que alguém pode abrir o jornal nesta semana e ver a foto de alguns "doutos" ligados ao PSDB e alguns "representantes" de movimentos "anticorrupção" entregar ao "ilibado" presidente da Câmara, o sr. Eduardo Cunha, um enésimo pedido de impeachment. O mesmo senhor que mentiu descaradamente a uma CPI sobre a existência de contas suas na Suíça, que luta desesperadamente para preservar-se no cargo a despeito de acusações da Justiça Federal sobre seu envolvimento orgânico em corrupção na Petrobras e que, agora, cria factoides para tentar desviar a opinião pública de sua situação espúria. O último de seus factoides é uma lei que visa a dificultar as práticas de aborto em um país cujas leis sobre o assunto são de uma violência brutal e arcaica contra as mulheres. De acordo com as novas leis que podem passar no Congresso, ficará mais difícil e humilhante provar casos de estupros, e mesmo a pílula do dia seguinte poderia parar de ser vendida. Não é à toa que uma lei deste quilate seja apresentada por um senhor que não tem pudor sequer para mentir a uma CPI. Muito de seu sentimento de carta branca para chantagear o país deve ser creditado a setores hegemônicos da imprensa brasileira que relutaram em fazer seu papel. Em vez de fornecer ao país a ficha pregressa deste senhor e de atentar a opinião pública para sua procedência das hostes de Collor e PC Farias, assim como para os múltiplos casos de corrupção nos quais ele aparecia envolvido, veículos de comunicação preferiram vender a imagem de um líder combativo, que poderia enfim emparedar um governo combalido e eivado de corrupção por todos os lados. Um pouco como quem pensa que pouco importa a cor do gato, desde que ele casse o rato. No entanto, ninguém nunca viu ratos caçarem ratos. Mas mesmos aqueles que procuram defender o governo de um impeachment deveriam reconhecer o que realmente está em jogo. Não estamos assistindo a alguma tentativa de golpe contra um programa popular de esquerda. Desculpe-me, mas Dilma não é João Goulart, nem Joaquim Levy é Celso Furtado. Estamos assistindo a uma luta sangrenta para saber que grupo comandará um programa já decidido de véspera, e que não mudará. Mesmo as pequenas margens de diferença que existiam entre a versão petista do programa e a versão tucana foram queimadas. Ou seja, o cenário está mais para luta florentina pelo poder por meio de jogos de bastidores do que para embate realmente político a respeito de concepções distintas da vida econômica e social. Por isto, em vez de procurar justificativas para a defesa contra o impeachment, servindo assim de anteparo contra um governo morto, melhor seria se estivéssemos realmente comprometidos em construir alternativas para além deste cenário de filme de horror. Tudo isto é o resultado do que ocorreu em 2013. Na verdade, 2013 foi um dos mais importantes acontecimentos da história brasileira não por aquilo que ele produziu, mas por aquilo que ele destruiu. O Brasil de 2011 está longe porque ocorreu 2013. Desde então, ficou claro como nenhum ator político brasileiro, à esquerda e à direita, estava à altura dos desafios postos pelas manifestações, de suas demandas de reinvenção da experiência política e de nova partilha das riquezas. 2013 destituiu todos os atores políticos. A partir de então, a política brasileira virou o ringue de atores destituídos que lutam desesperadamente para impedir que algo realmente novo aconteça. Mesmo que, para justificar a imobilidade, eles precisem inventar um impeachment.
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Eslovaco cria gim premium brasileiro com ingredientes nacionais
MAGÊ FLORES DE SÃO PAULO No gim, o álcool destilado passa por uma infusão com zimbro (parente do pinheiro, com fruto de sabor fresco) e outros botânicos. Isso é o que dá notas cítricas, picantes e herbais à bebida. Pois, pela primeira vez um premium london dry gin é feito no Brasil e tem ingredientes nacionais. O Arapuru, projeto de um eslovaco, será lançado neste mês. Mike Simko, que viveu em Londres e está em São Paulo desde 2013, está imerso nisso há dois anos. Adorador de gim, viu aqui a possibilidade de reunir (novos) sabores que se sairiam bem na bebida. Recorreu ao mestre-destilador inglês Rob Dorsett, dono da receita do premiado Martin Miller's, para aprender o passo a passo da produção. Os chefs daqui o ajudaram a entender quais ingredientes nacionais poderiam substituir botânicos tradicionais do gim. (O zimbro ainda é trazido da Europa, mas a ideia é começar a produzi-lo aqui.) Com álcool de cana extraneutro, feito no Brasil para exportação, fez mais de 40 versões da bebida, enviando provas a Dorsett. Para as garrafas, buscou referências na art déco e no modernismo —e mandou estampar o arapuru, nome em tupi-guarani do pássaro que é personagem de lenda indígena— porque quer "promover a brasilidade". Ainda neste mês, a bebida será vendida no site arapuru.com.br (por R$ 120, valor promocional). Um evento no SubAstor, na Vila Madalena, vai marcar o lançamento, e a casa servirá o Arapuru com exclusividade por um mês —Fabio la Pietra, o bartender de lá, recomenda o destilado brasileiro no gim-tônica e no white lady, que leva Cointreau. Mais pra frente, ele pode chegar ao Frank Bar, já que Spencer Amereno, que provou o gim, diz que o venderia "tranquilamente". TROCO POR OUTROS Pacová no lugar do cardamomo Imbiriba em vez da canela Puxuri e não a noz-moscada Caju cítrico e adstringente * Outra turma, outro gim Quatro amigos (três brasileiros e um holandês) também estão fazendo gim com ingredientes nacionais. De pequena produção, no interior do Estado, o Virga será lançado neste mês, com venda on-line (virga.com.br) —a preço ainda indefinido. Feito com álcool de cana e botânicos de uma fazenda paulista, já tem cerca de cem garrafas. "Há uma enorme paleta de ingredientes no Brasil e pensar em receitas de gim é muito animador", diz Felipe Jannuzzi, do Mapa da Cachaça, um dos responsáveis pela receita. * Rabo de galo com gelão Cachaça, vermute e limão: assim se faz o rabo de galo, um coquetel brasileiro. Mas em um novo bar da cidade, ele ganhou um ingrediente. "A madeira. A gente faz o blend de duas cachaças, envelhecidas em carvalho, cabreúva e amburana", conta o bartender Jean Ponce (ex-D.O.M.), que abriu no sábado (2) o descontraído Guarita, em Pinheiros. Ao lado de Greigor Caisley (do 12 Burger & Bistro), ele comanda a casa, com empório de embutidos e petiscos como o bolovo (R$ 9), com ovo e carne moída no recheio, e sanduíche de barriga de porco (R$ 18). Há ainda um pequeno forno a lenha para assar pizzas, como a de abobrinha e queijo de cabra (R$ 20). Do balcão de Jean e David Barreiro, saem também negronis (R$ 28) e gim-tônicas (R$ 26) —drinques autorais chegarão aos poucos. Aos fins de semana, o plano é fazer churrasco regado a caipirinha (a partir de R$ 18) e até frango assado para levar para casa. Segundo Jean, o Guarita é um complemento informal de seu futuro bar de coquetelaria, no segundo andar do 12 Burger & Bistro, com abertura prevista para o final deste ano. Guarita. Rua Simão Álvares, 952, Pinheiros
saopaulo
Eslovaco cria gim premium brasileiro com ingredientes nacionaisMAGÊ FLORES DE SÃO PAULO No gim, o álcool destilado passa por uma infusão com zimbro (parente do pinheiro, com fruto de sabor fresco) e outros botânicos. Isso é o que dá notas cítricas, picantes e herbais à bebida. Pois, pela primeira vez um premium london dry gin é feito no Brasil e tem ingredientes nacionais. O Arapuru, projeto de um eslovaco, será lançado neste mês. Mike Simko, que viveu em Londres e está em São Paulo desde 2013, está imerso nisso há dois anos. Adorador de gim, viu aqui a possibilidade de reunir (novos) sabores que se sairiam bem na bebida. Recorreu ao mestre-destilador inglês Rob Dorsett, dono da receita do premiado Martin Miller's, para aprender o passo a passo da produção. Os chefs daqui o ajudaram a entender quais ingredientes nacionais poderiam substituir botânicos tradicionais do gim. (O zimbro ainda é trazido da Europa, mas a ideia é começar a produzi-lo aqui.) Com álcool de cana extraneutro, feito no Brasil para exportação, fez mais de 40 versões da bebida, enviando provas a Dorsett. Para as garrafas, buscou referências na art déco e no modernismo —e mandou estampar o arapuru, nome em tupi-guarani do pássaro que é personagem de lenda indígena— porque quer "promover a brasilidade". Ainda neste mês, a bebida será vendida no site arapuru.com.br (por R$ 120, valor promocional). Um evento no SubAstor, na Vila Madalena, vai marcar o lançamento, e a casa servirá o Arapuru com exclusividade por um mês —Fabio la Pietra, o bartender de lá, recomenda o destilado brasileiro no gim-tônica e no white lady, que leva Cointreau. Mais pra frente, ele pode chegar ao Frank Bar, já que Spencer Amereno, que provou o gim, diz que o venderia "tranquilamente". TROCO POR OUTROS Pacová no lugar do cardamomo Imbiriba em vez da canela Puxuri e não a noz-moscada Caju cítrico e adstringente * Outra turma, outro gim Quatro amigos (três brasileiros e um holandês) também estão fazendo gim com ingredientes nacionais. De pequena produção, no interior do Estado, o Virga será lançado neste mês, com venda on-line (virga.com.br) —a preço ainda indefinido. Feito com álcool de cana e botânicos de uma fazenda paulista, já tem cerca de cem garrafas. "Há uma enorme paleta de ingredientes no Brasil e pensar em receitas de gim é muito animador", diz Felipe Jannuzzi, do Mapa da Cachaça, um dos responsáveis pela receita. * Rabo de galo com gelão Cachaça, vermute e limão: assim se faz o rabo de galo, um coquetel brasileiro. Mas em um novo bar da cidade, ele ganhou um ingrediente. "A madeira. A gente faz o blend de duas cachaças, envelhecidas em carvalho, cabreúva e amburana", conta o bartender Jean Ponce (ex-D.O.M.), que abriu no sábado (2) o descontraído Guarita, em Pinheiros. Ao lado de Greigor Caisley (do 12 Burger & Bistro), ele comanda a casa, com empório de embutidos e petiscos como o bolovo (R$ 9), com ovo e carne moída no recheio, e sanduíche de barriga de porco (R$ 18). Há ainda um pequeno forno a lenha para assar pizzas, como a de abobrinha e queijo de cabra (R$ 20). Do balcão de Jean e David Barreiro, saem também negronis (R$ 28) e gim-tônicas (R$ 26) —drinques autorais chegarão aos poucos. Aos fins de semana, o plano é fazer churrasco regado a caipirinha (a partir de R$ 18) e até frango assado para levar para casa. Segundo Jean, o Guarita é um complemento informal de seu futuro bar de coquetelaria, no segundo andar do 12 Burger & Bistro, com abertura prevista para o final deste ano. Guarita. Rua Simão Álvares, 952, Pinheiros
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App permite conversar no Messenger e no WhatsApp usando só GIFs
GIFs se tornaram uma forma popular para uma pessoa expressar como se sente quando está em uma determinada situação. Pensando nisso, a empresa americana Riffsy lançou o Gif Keyboard, um app que pode ser usado junto com programas de bate-papo, como o Messenger e o WhatsApp. O aplicativo, que chegou ao Brasil nas últimas semanas e negocia com grandes empresas para ter conteúdo localizado, funciona de uma forma parecida com os emojis. Depois de baixar o app e liberá-lo nas configurações do celular -ele dá os comandos para isso de forma quase automática- funciona como um novo teclado nas ferramentas de mensagens instantâneas. Ao acessar um desses programas -como o Messenger ou o WhatsApp- é preciso dar um comando fornecido pelo aplicativo. Pode variar entre escrever ".gif" ou fazer o sinal de hashtag (#). E ele apresentará o menu das animações que podem ser enviadas. Daí é só escolher a imagem que melhor representa o seu humor e mandá-la para os amigos. Dá para selecionar conteúdo de grandes empresas, como do filme "Minions", por exemplo, ou digitar "tristeza", para que o programa mostre opções de imagens com gente triste. É possível realizar as pesquisas em português ou inglês, embora alguns ajustes sejam necessários. Em um teste feito pela Folha, ao procurar por "beijinho no ombro", o Gif Keyboard mostrou tanto o sinal para as recalcadas quanto pessoas gritando "no", por causa da palavra no meio da expressão. No teste feito no WhatsApp, o aplicativo demorou alguns segundos para preparar e enviar o GIF desejado, que é mandado em forma de um breve vídeo. Algumas vezes, o programa fechou sem explicação -"crash"-, e a animação não chegou ao destinatário. Segundo o presidente-executivo da empresa, David McIntosh, a escolha de lançar um teclado de GIFs é porque as pessoas estão pensando cada vez mais visualmente, ao mesmo tempo que elas não têm paciência para assistirem a vídeos longos quando estão no celular. "A comunicação já está muito visual", disse McIntosh em entrevista à Folha. "Então se as pessoas estão pensando em alguma imagem, como levantar o dedão para cima para curtir alguma coisa, agora elas podem mostrar isso por imagem", afirmou. "Nós decidimos que um vídeo de dois ou três segundos no celular é igual a dois ou três minutos na web. Vídeos nos telefones móveis precisam ser curtos e sobre sensações humanas", continuou. DE GRAÇA O aplicativo é gratuito e pode ser baixado tanto para iOS quanto para Android. Em breve, o chat do Facebook na web também vai oferecer a opção dos GIFs para usuários em todo o mundo. A Riffsy não tem interesse em cobrar dos usuários. "Ninguém precisa pagar para usar a linguagem, o português ou o inglês", diz. "Em termos de monetização, nós estamos trabalhando com os estúdios de filmes, então eles nos dariam dinheiro para usar nossa plataforma para divulgar trailers e filmes e outros detalhes." O próximo projeto da empesa é localizar os GIFs, isto é, 30 pessoas estão trabalhando para traduzi-los de acordo com a cultura de cada país, além de negociar conteúdo exclusivo com produtoras desses locais.
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App permite conversar no Messenger e no WhatsApp usando só GIFsGIFs se tornaram uma forma popular para uma pessoa expressar como se sente quando está em uma determinada situação. Pensando nisso, a empresa americana Riffsy lançou o Gif Keyboard, um app que pode ser usado junto com programas de bate-papo, como o Messenger e o WhatsApp. O aplicativo, que chegou ao Brasil nas últimas semanas e negocia com grandes empresas para ter conteúdo localizado, funciona de uma forma parecida com os emojis. Depois de baixar o app e liberá-lo nas configurações do celular -ele dá os comandos para isso de forma quase automática- funciona como um novo teclado nas ferramentas de mensagens instantâneas. Ao acessar um desses programas -como o Messenger ou o WhatsApp- é preciso dar um comando fornecido pelo aplicativo. Pode variar entre escrever ".gif" ou fazer o sinal de hashtag (#). E ele apresentará o menu das animações que podem ser enviadas. Daí é só escolher a imagem que melhor representa o seu humor e mandá-la para os amigos. Dá para selecionar conteúdo de grandes empresas, como do filme "Minions", por exemplo, ou digitar "tristeza", para que o programa mostre opções de imagens com gente triste. É possível realizar as pesquisas em português ou inglês, embora alguns ajustes sejam necessários. Em um teste feito pela Folha, ao procurar por "beijinho no ombro", o Gif Keyboard mostrou tanto o sinal para as recalcadas quanto pessoas gritando "no", por causa da palavra no meio da expressão. No teste feito no WhatsApp, o aplicativo demorou alguns segundos para preparar e enviar o GIF desejado, que é mandado em forma de um breve vídeo. Algumas vezes, o programa fechou sem explicação -"crash"-, e a animação não chegou ao destinatário. Segundo o presidente-executivo da empresa, David McIntosh, a escolha de lançar um teclado de GIFs é porque as pessoas estão pensando cada vez mais visualmente, ao mesmo tempo que elas não têm paciência para assistirem a vídeos longos quando estão no celular. "A comunicação já está muito visual", disse McIntosh em entrevista à Folha. "Então se as pessoas estão pensando em alguma imagem, como levantar o dedão para cima para curtir alguma coisa, agora elas podem mostrar isso por imagem", afirmou. "Nós decidimos que um vídeo de dois ou três segundos no celular é igual a dois ou três minutos na web. Vídeos nos telefones móveis precisam ser curtos e sobre sensações humanas", continuou. DE GRAÇA O aplicativo é gratuito e pode ser baixado tanto para iOS quanto para Android. Em breve, o chat do Facebook na web também vai oferecer a opção dos GIFs para usuários em todo o mundo. A Riffsy não tem interesse em cobrar dos usuários. "Ninguém precisa pagar para usar a linguagem, o português ou o inglês", diz. "Em termos de monetização, nós estamos trabalhando com os estúdios de filmes, então eles nos dariam dinheiro para usar nossa plataforma para divulgar trailers e filmes e outros detalhes." O próximo projeto da empesa é localizar os GIFs, isto é, 30 pessoas estão trabalhando para traduzi-los de acordo com a cultura de cada país, além de negociar conteúdo exclusivo com produtoras desses locais.
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Contra a crise, incorporadora investe em público que não precisa de crédito
Em meio à desaceleração do setor imobiliário brasileiro, a incorporadora AG7, de Curitiba, vai investir aproximadamente R$ 140 milhões em dois projetos imobiliários de luxo na cidade. A estratégia da empresa é trabalhar em um mercado ainda em desenvolvimento na capital paranaense. "Imóveis com mais de 350 metros quadrados são produtos em falta no setor em Curitiba", diz Alfredo Gulin Neto, sócio da AG7. Os apartamentos dos projetos chegarão a medir 800 metros quadrados. "Ainda existe uma pressão no mercado por esses produtos. Claro que não como no passado", acrescenta o empresário, que também é herdeiro do grupo Noster, de concessionárias, geração de energia e transporte público. "O mercado retraiu nitidamente, mas existem nichos de negócios que são mal atendidos. Focamos no público de alta renda, que não necessita de crédito para adquirir um imóvel." Um dos futuros empreendimentos da incorporadora tem participação da gestora de recursos KSM, de Oscar Segall, fundador da construtora Klabin Segall (vendida em 2009 por R$ 154 milhões). Esse projeto deverá ser lançado em novembro e suas obras, iniciadas em junho de 2016. O outro negócio será desenvolvido em parceria com a incorporadora e construtora Thá, também do Paraná. * Além da conta O mercado exagerou um pouco [na reação nesta quinta-feira (23) ao anúncio do governo de redução da meta de superavit fiscal de 1,1% para 0,15% do PIB]", disse Octavio de Barros, diretor de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco. O dólar bateu em R$ 3,30, as taxas de juros futuros subiram e a Bolsa caiu. "Não digo que o mercado não tenha alguma razão." Caso as medidas para aumentar as receitas não sejam aprovadas ou não ocorram os ganhos previstos com a regularização de ativos no exterior, a recuperação de débitos em atraso e as concessões, poderá haver deficit no fechamento deste ano. Para Barros, o ajuste das metas foi pautado por realismo e transparência em relação à frustração com a arrecadação federal e à impossibilidade de corte de despesas obrigatórias. "Não implica em suavização planejada do ajuste fiscal", concluiu. * Fusões recuam nas áreas de petróleo, energia e mineração As fusões e aquisições de empresas dos setores de petróleo, energia e mineração diminuíram no primeiro semestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2014, segundo a KPMG, de consultoria e auditoria. A queda mais forte (73%) foi observada no segmento de óleo e gás, cujos negócios passaram de 15 nos primeiros seis meses do ano passado para apenas quatro de janeiro a junho de 2015. Além do cenário econômico, os problemas envolvendo a Petrobras, a baixa no preço do petróleo e a diminuição da demanda pelo insumo na China e na Rússia estão entre as causas da retração, de acordo com a consultoria. Na área de mineração, as operações recuaram 37,5% no primeiro semestre, impactadas principalmente pela indefinição sobre o novo marco legal do setor. A falta de clareza dificulta as estimativas para a arrecadação de royalties e o planejamento de gastos, segundo a análise da KPMG. As transações de empresas de energia caíram quase 30%. Sem apetite * Divisão... O ministro Joaquim Levy, da Fazenda, participou nesta quinta-feira (23) de uma teleconferência do JP Morgan. A apresentação foi a mesma do anúncio da redução da meta de superavit para 0,15% neste ano. ...de tarefas O ministro Nelson Barbosa, do Planejamento, por sua vez, vai fazer uma reunião nesta sexta-feira com cerca de 30 economistas na presidência da República, em São Paulo, e participar da conferência Ford-Minds. Protestos... O volume de títulos protestados na cidade de São Paulo cresceu 3,1% em junho deste ano, em comparação com o mês anterior, e 67% em relação a junho do ano passado, segundo estudo do Instituto de Protestos. ...em alta Do montante de títulos apresentados no mês, 64% foram duplicatas e somente 4% foram cheques. O volume total bruto de documentos registrou uma variação de 0,4%, em relação a maio deste ano. Na praia A Haganá, que atua com segurança privada e patrimonial em São Paulo, vai abrir uma nova filial na cidade do Rio, no Recreio dos Bandeirantes. A empresa faturou R$ 320 milhões em 2014 e espera crescer 15% neste ano. Esparadrapo A Flexicotton, de produtos à base de algodão, vai fornecer itens como curativos e hastes flexíveis para a Raia Drogasil com a marca própria da rede, Need's. A fabricante estima crescer cerca de 25% neste ano. * Hora do café com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS e ISADORA SPADONI
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Contra a crise, incorporadora investe em público que não precisa de créditoEm meio à desaceleração do setor imobiliário brasileiro, a incorporadora AG7, de Curitiba, vai investir aproximadamente R$ 140 milhões em dois projetos imobiliários de luxo na cidade. A estratégia da empresa é trabalhar em um mercado ainda em desenvolvimento na capital paranaense. "Imóveis com mais de 350 metros quadrados são produtos em falta no setor em Curitiba", diz Alfredo Gulin Neto, sócio da AG7. Os apartamentos dos projetos chegarão a medir 800 metros quadrados. "Ainda existe uma pressão no mercado por esses produtos. Claro que não como no passado", acrescenta o empresário, que também é herdeiro do grupo Noster, de concessionárias, geração de energia e transporte público. "O mercado retraiu nitidamente, mas existem nichos de negócios que são mal atendidos. Focamos no público de alta renda, que não necessita de crédito para adquirir um imóvel." Um dos futuros empreendimentos da incorporadora tem participação da gestora de recursos KSM, de Oscar Segall, fundador da construtora Klabin Segall (vendida em 2009 por R$ 154 milhões). Esse projeto deverá ser lançado em novembro e suas obras, iniciadas em junho de 2016. O outro negócio será desenvolvido em parceria com a incorporadora e construtora Thá, também do Paraná. * Além da conta O mercado exagerou um pouco [na reação nesta quinta-feira (23) ao anúncio do governo de redução da meta de superavit fiscal de 1,1% para 0,15% do PIB]", disse Octavio de Barros, diretor de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco. O dólar bateu em R$ 3,30, as taxas de juros futuros subiram e a Bolsa caiu. "Não digo que o mercado não tenha alguma razão." Caso as medidas para aumentar as receitas não sejam aprovadas ou não ocorram os ganhos previstos com a regularização de ativos no exterior, a recuperação de débitos em atraso e as concessões, poderá haver deficit no fechamento deste ano. Para Barros, o ajuste das metas foi pautado por realismo e transparência em relação à frustração com a arrecadação federal e à impossibilidade de corte de despesas obrigatórias. "Não implica em suavização planejada do ajuste fiscal", concluiu. * Fusões recuam nas áreas de petróleo, energia e mineração As fusões e aquisições de empresas dos setores de petróleo, energia e mineração diminuíram no primeiro semestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2014, segundo a KPMG, de consultoria e auditoria. A queda mais forte (73%) foi observada no segmento de óleo e gás, cujos negócios passaram de 15 nos primeiros seis meses do ano passado para apenas quatro de janeiro a junho de 2015. Além do cenário econômico, os problemas envolvendo a Petrobras, a baixa no preço do petróleo e a diminuição da demanda pelo insumo na China e na Rússia estão entre as causas da retração, de acordo com a consultoria. Na área de mineração, as operações recuaram 37,5% no primeiro semestre, impactadas principalmente pela indefinição sobre o novo marco legal do setor. A falta de clareza dificulta as estimativas para a arrecadação de royalties e o planejamento de gastos, segundo a análise da KPMG. As transações de empresas de energia caíram quase 30%. Sem apetite * Divisão... O ministro Joaquim Levy, da Fazenda, participou nesta quinta-feira (23) de uma teleconferência do JP Morgan. A apresentação foi a mesma do anúncio da redução da meta de superavit para 0,15% neste ano. ...de tarefas O ministro Nelson Barbosa, do Planejamento, por sua vez, vai fazer uma reunião nesta sexta-feira com cerca de 30 economistas na presidência da República, em São Paulo, e participar da conferência Ford-Minds. Protestos... O volume de títulos protestados na cidade de São Paulo cresceu 3,1% em junho deste ano, em comparação com o mês anterior, e 67% em relação a junho do ano passado, segundo estudo do Instituto de Protestos. ...em alta Do montante de títulos apresentados no mês, 64% foram duplicatas e somente 4% foram cheques. O volume total bruto de documentos registrou uma variação de 0,4%, em relação a maio deste ano. Na praia A Haganá, que atua com segurança privada e patrimonial em São Paulo, vai abrir uma nova filial na cidade do Rio, no Recreio dos Bandeirantes. A empresa faturou R$ 320 milhões em 2014 e espera crescer 15% neste ano. Esparadrapo A Flexicotton, de produtos à base de algodão, vai fornecer itens como curativos e hastes flexíveis para a Raia Drogasil com a marca própria da rede, Need's. A fabricante estima crescer cerca de 25% neste ano. * Hora do café com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS e ISADORA SPADONI
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Tribunal de Justiça abre exposição de processos judiciais históricos em SP
A história de São Paulo e do Brasil poderia ser contada com a ajuda de processos judiciais que marcaram época? A mostra que estreia às 14h nesta segunda-feira (14) no Palácio da Justiça, no centro de São Paulo, aponta que a resposta é sim. A exposição "Do Papel à Era Digital", organizada pelo TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), conta com 29 processos classificados como de importância histórica e valor permanente. A partir dela, o visitante percorre fatos históricos e jurídicos que nortearam os rumos do Brasil, ao mesmo tempo em que consegue relacionar esse contexto com os processos selecionados. Entre os casos selecionados estão ações sobre as revoluções de 1924 e 1932, casos da escravatura, processos que discutiram os lamentáveis incêndios nos edifícios Joelma (1974) e Andraus (1972), a morte do jornalista Vladimir Herzog (1975), entre outros. Figuras históricas como a Marquesa de Santos e Peixoto Gomide também figuram entre os processos da mostra. Os processos em exposição não podem ser manipulados, mas o conteúdo está acessível por meio dos chamados QR Codes - basta ter um aplicativo de leitura desses códigos no celular. A exposição fica no Salão dos Passos Perdidos do Palácio da Justiça (Praça da Sé, s/nº) até 25 de agosto e poderá ser visitada de segunda a sexta-feira, das 12h30 às 18h30. A entrada é gratuita.
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Tribunal de Justiça abre exposição de processos judiciais históricos em SPA história de São Paulo e do Brasil poderia ser contada com a ajuda de processos judiciais que marcaram época? A mostra que estreia às 14h nesta segunda-feira (14) no Palácio da Justiça, no centro de São Paulo, aponta que a resposta é sim. A exposição "Do Papel à Era Digital", organizada pelo TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), conta com 29 processos classificados como de importância histórica e valor permanente. A partir dela, o visitante percorre fatos históricos e jurídicos que nortearam os rumos do Brasil, ao mesmo tempo em que consegue relacionar esse contexto com os processos selecionados. Entre os casos selecionados estão ações sobre as revoluções de 1924 e 1932, casos da escravatura, processos que discutiram os lamentáveis incêndios nos edifícios Joelma (1974) e Andraus (1972), a morte do jornalista Vladimir Herzog (1975), entre outros. Figuras históricas como a Marquesa de Santos e Peixoto Gomide também figuram entre os processos da mostra. Os processos em exposição não podem ser manipulados, mas o conteúdo está acessível por meio dos chamados QR Codes - basta ter um aplicativo de leitura desses códigos no celular. A exposição fica no Salão dos Passos Perdidos do Palácio da Justiça (Praça da Sé, s/nº) até 25 de agosto e poderá ser visitada de segunda a sexta-feira, das 12h30 às 18h30. A entrada é gratuita.
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Santander não ressarce cliente após golpe, reclama leitora
A leitora Paula Renata de Oliveira Borges reclama que foi vítima de uma golpe por conta de uma falha no sistema do Santander e que o banco se recusa a ressarcir seu prejuízo. Borges relata que usava um caixa eletrônico em 27 de maio quando, após acessar sua conta e colocar a digital na máquina, viu que as setas do caixa não estavam mais funcionando. Ela diz que foi orientada por outro cliente a usar o caixa eletrônico ao lado. No entanto, esse cliente, soube Borges depois, acessou sua conta, fez um empréstimo e sacou R$ 2 mil. O banco se recusou a ressarci-la, mesmo sendo responsável pelo caixa defeituoso, reclama ela. Resposta do Santander: diz que prestou "todos os esclarecimentos necessários" e que o caso foi resolvido. - Queixa de Luis Rodrigues dos Santos: cobrança indevida A Net cobra mês após mês uma taxa de R$ 3,99 por um serviço que o leitor diz nunca ter pedido. Ele diz que solicitou que a operadora cancelasse a cobrança, mas a empresa não o faz. Resposta da Net: afirma que o problema foi solucionado após um atendimento técnico. - Queixa de Janaina Ramos dos Santos: problema em convênio O convênio Bio Saúde não quer autorizar a cirurgia do parto da leitora, reclama ela. Uma cirurgia marcada foi cancelada quando a grávida já estava prestes a entrar em operação. Resposta da Bio Saúde: contatou a cliente e um médico informou que a cirurgia poderia esperar uma semana. - Queixa de Rhuan Dantas: documento não aceito A Sony não aceita, em sua assistência técnica, a declaração de compra de um celular emitida pela loja em que o aparelho foi vendido, para repará-lo na garantia, diferentemente de outras fabricantes, diz o leitor. Resposta da Sony: diz que enviou ao cliente atualizações do celular e endereços das assistências técnicas. - Queixa de Gilson Alves Carneiro: cancelamento indevido A Sky cancelou a assinatura do leitor sem que ele pedisse. O cliente tentou contatar a empresa, mas os atendentes do SAC não souberam explicar como se deu o problema nem resolvê-lo. Resposta da Sky: informa que entrou em contato com o cliente e resolveu o problema.
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Santander não ressarce cliente após golpe, reclama leitoraA leitora Paula Renata de Oliveira Borges reclama que foi vítima de uma golpe por conta de uma falha no sistema do Santander e que o banco se recusa a ressarcir seu prejuízo. Borges relata que usava um caixa eletrônico em 27 de maio quando, após acessar sua conta e colocar a digital na máquina, viu que as setas do caixa não estavam mais funcionando. Ela diz que foi orientada por outro cliente a usar o caixa eletrônico ao lado. No entanto, esse cliente, soube Borges depois, acessou sua conta, fez um empréstimo e sacou R$ 2 mil. O banco se recusou a ressarci-la, mesmo sendo responsável pelo caixa defeituoso, reclama ela. Resposta do Santander: diz que prestou "todos os esclarecimentos necessários" e que o caso foi resolvido. - Queixa de Luis Rodrigues dos Santos: cobrança indevida A Net cobra mês após mês uma taxa de R$ 3,99 por um serviço que o leitor diz nunca ter pedido. Ele diz que solicitou que a operadora cancelasse a cobrança, mas a empresa não o faz. Resposta da Net: afirma que o problema foi solucionado após um atendimento técnico. - Queixa de Janaina Ramos dos Santos: problema em convênio O convênio Bio Saúde não quer autorizar a cirurgia do parto da leitora, reclama ela. Uma cirurgia marcada foi cancelada quando a grávida já estava prestes a entrar em operação. Resposta da Bio Saúde: contatou a cliente e um médico informou que a cirurgia poderia esperar uma semana. - Queixa de Rhuan Dantas: documento não aceito A Sony não aceita, em sua assistência técnica, a declaração de compra de um celular emitida pela loja em que o aparelho foi vendido, para repará-lo na garantia, diferentemente de outras fabricantes, diz o leitor. Resposta da Sony: diz que enviou ao cliente atualizações do celular e endereços das assistências técnicas. - Queixa de Gilson Alves Carneiro: cancelamento indevido A Sky cancelou a assinatura do leitor sem que ele pedisse. O cliente tentou contatar a empresa, mas os atendentes do SAC não souberam explicar como se deu o problema nem resolvê-lo. Resposta da Sky: informa que entrou em contato com o cliente e resolveu o problema.
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Capital estrangeiro em aéreas do país pode chegar a 49% com aval de Dilma
A presidente Dilma Rousseff revelou a empresários do setor aéreo que o governo vai dar prioridade ao projeto que muda o limite de capital estrangeiro nas companhias. Ele pode chegar a 49%. AGORA VAI Em debate no Congresso há muitos anos, a ampliação da participação de companhias de outros países no setor aéreo brasileiro empacou, já que, na visão de alguns dirigentes das empresas nacionais, Dilma nunca se empenhou de verdade em fazer a proposta andar. PORTEIRA FECHADA Por outro lado, a presidente acabou com a esperança de que o setor pudesse ser excluído do fim da desoneração da folha de pagamento. Num dos encontros, o ministro Eliseu Padilha, da Aviação Civil, afirmou que "onde passa um boi, passa uma boiada", para explicar a resistência do governo em livrar alguns setores de pagar novamente a contribuição previdenciária patronal. ASSINO EMBAIXO "É exatamente isso", teria afirmado Dilma, reforçando a tese do ministro e fechando a porta a negociações. EM FRENTE A presidente segue também firme no regime: revelou a interlocutores que já conseguiu emagrecer outros 2 kg –num total de 17 kg desde dezembro, quando aderiu à dieta. LOOK DA NOITE O baile de gala da BrazilFoundation levou à Sala São Paulo, na segunda (25), a atriz Sophie Charlotte, o estilista Pedro Lourenço e o jogador Alexandre Pato. A apresentadora Bela Gil estava com a irmã, a empresária Marina Morena. O ator Paulo Gustavo foi o apresentador do evento beneficente, ao lado de Didi Wagner. A modelo Caroline Ribeiro, a apresentadora Mariana Weickert e a blogueira Helena Bordon também compareceram. O PATRÃO VOLTOU Luciano Huck é esperado nesta quarta (27) pela equipe de seu programa para retomar o trabalho, após o acidente com o avião em que viajava com a mulher, Angélica. A agenda de compromissos do apresentador da Globo sofreu poucas alterações. Além de ter sido substituído como mestre de cerimônias do baile da BrazilFoundation, ele cancelou a gravação de um comercial marcada para esta terça (26) em SP. MÃO DIVINA O cabeleireiro Celso Kamura, que trabalharia com Huck na propaganda do banco Itaú, planeja visitar o casal no Rio. "Trocamos mensagens pelo celular. Escrevi que quero que eles continuem sendo protegidos", diz. "Foi a mão de Deus." FAMÍLIA UNIDA Malvino Salvador, Cleo Pires e Rita Guedes receberam convidados na pré-estreia do filme "Qualquer Gato Vira-Lata 2", na segunda (25), no shopping Iguatemi. O cantor Fabio Jr, pai de Cleo, faz uma ponta no longa e também compareceu ao evento. O cantor e ator Fiuk, irmão da protagonista, esteve na plateia. BRUNO E EU O cão Bruno, o primeiro cachorro da América Latina a participar de investigações policiais e também o primeiro a ser homenageado pela Câmara Municipal de SP, tem feito tanto sucesso que sua história pode virar livro. * A Companhia das Letras quer procurar a dona dele, Ana Beatriz Albernaz, propondo o lançamento de uma biografia do bicho, que está prestes a se aposentar. LETRAS JOVENS Autora da série de livros "After", inspirada na banda pop One Direction, a escritora americana Anna Todd confirmou presença na 17ª Bienal do Livro do Rio, em setembro. A obra é publicada no Brasil pela editora Paralela. * Na plataforma de leitura Wattpad, para autores independentes, o romance teve mais de 1 bilhão de acessos. PORTUGAL É AQUI Portugal será o primeiro país homenageado na Virada Cultural. O "Experimenta Portugal", parceria entre a Secretaria de Cultura do Município e o consulado português, contará com apresentações musicais, exposições e degustações gastronômicas que serão realizadas em conjunto com as outras atrações do evento, nos dias 20 e 21 de junho. * A cantora de fado Gisela João será uma das atrações da festa paulistana. Ela fará um show no Anhangabaú. CURTO-CIRCUITO Marco Luque apresenta a comédia "Tamo Junto!", nesta quarta (27), às 21h30, no Teatro Bradesco. 14 anos. A marca Uza lança coleção nesta quarta (27), na Brasserie des Artes. Lala Rudge participa. Jorge Kalil, diretor do Instituto Butantan, entrou para a Academia Real de Medicina do Reino Unido. O bar Charles Edward, no Itaim Bibi, faz festa beneficente nesta quarta (27). Em prol da Associação Cruz Verde. A Oi, por meio do Oi Futuro, virou apoiadora do Masp. com JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES e LETÍCIA MORI
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Capital estrangeiro em aéreas do país pode chegar a 49% com aval de DilmaA presidente Dilma Rousseff revelou a empresários do setor aéreo que o governo vai dar prioridade ao projeto que muda o limite de capital estrangeiro nas companhias. Ele pode chegar a 49%. AGORA VAI Em debate no Congresso há muitos anos, a ampliação da participação de companhias de outros países no setor aéreo brasileiro empacou, já que, na visão de alguns dirigentes das empresas nacionais, Dilma nunca se empenhou de verdade em fazer a proposta andar. PORTEIRA FECHADA Por outro lado, a presidente acabou com a esperança de que o setor pudesse ser excluído do fim da desoneração da folha de pagamento. Num dos encontros, o ministro Eliseu Padilha, da Aviação Civil, afirmou que "onde passa um boi, passa uma boiada", para explicar a resistência do governo em livrar alguns setores de pagar novamente a contribuição previdenciária patronal. ASSINO EMBAIXO "É exatamente isso", teria afirmado Dilma, reforçando a tese do ministro e fechando a porta a negociações. EM FRENTE A presidente segue também firme no regime: revelou a interlocutores que já conseguiu emagrecer outros 2 kg –num total de 17 kg desde dezembro, quando aderiu à dieta. LOOK DA NOITE O baile de gala da BrazilFoundation levou à Sala São Paulo, na segunda (25), a atriz Sophie Charlotte, o estilista Pedro Lourenço e o jogador Alexandre Pato. A apresentadora Bela Gil estava com a irmã, a empresária Marina Morena. O ator Paulo Gustavo foi o apresentador do evento beneficente, ao lado de Didi Wagner. A modelo Caroline Ribeiro, a apresentadora Mariana Weickert e a blogueira Helena Bordon também compareceram. O PATRÃO VOLTOU Luciano Huck é esperado nesta quarta (27) pela equipe de seu programa para retomar o trabalho, após o acidente com o avião em que viajava com a mulher, Angélica. A agenda de compromissos do apresentador da Globo sofreu poucas alterações. Além de ter sido substituído como mestre de cerimônias do baile da BrazilFoundation, ele cancelou a gravação de um comercial marcada para esta terça (26) em SP. MÃO DIVINA O cabeleireiro Celso Kamura, que trabalharia com Huck na propaganda do banco Itaú, planeja visitar o casal no Rio. "Trocamos mensagens pelo celular. Escrevi que quero que eles continuem sendo protegidos", diz. "Foi a mão de Deus." FAMÍLIA UNIDA Malvino Salvador, Cleo Pires e Rita Guedes receberam convidados na pré-estreia do filme "Qualquer Gato Vira-Lata 2", na segunda (25), no shopping Iguatemi. O cantor Fabio Jr, pai de Cleo, faz uma ponta no longa e também compareceu ao evento. O cantor e ator Fiuk, irmão da protagonista, esteve na plateia. BRUNO E EU O cão Bruno, o primeiro cachorro da América Latina a participar de investigações policiais e também o primeiro a ser homenageado pela Câmara Municipal de SP, tem feito tanto sucesso que sua história pode virar livro. * A Companhia das Letras quer procurar a dona dele, Ana Beatriz Albernaz, propondo o lançamento de uma biografia do bicho, que está prestes a se aposentar. LETRAS JOVENS Autora da série de livros "After", inspirada na banda pop One Direction, a escritora americana Anna Todd confirmou presença na 17ª Bienal do Livro do Rio, em setembro. A obra é publicada no Brasil pela editora Paralela. * Na plataforma de leitura Wattpad, para autores independentes, o romance teve mais de 1 bilhão de acessos. PORTUGAL É AQUI Portugal será o primeiro país homenageado na Virada Cultural. O "Experimenta Portugal", parceria entre a Secretaria de Cultura do Município e o consulado português, contará com apresentações musicais, exposições e degustações gastronômicas que serão realizadas em conjunto com as outras atrações do evento, nos dias 20 e 21 de junho. * A cantora de fado Gisela João será uma das atrações da festa paulistana. Ela fará um show no Anhangabaú. CURTO-CIRCUITO Marco Luque apresenta a comédia "Tamo Junto!", nesta quarta (27), às 21h30, no Teatro Bradesco. 14 anos. A marca Uza lança coleção nesta quarta (27), na Brasserie des Artes. Lala Rudge participa. Jorge Kalil, diretor do Instituto Butantan, entrou para a Academia Real de Medicina do Reino Unido. O bar Charles Edward, no Itaim Bibi, faz festa beneficente nesta quarta (27). Em prol da Associação Cruz Verde. A Oi, por meio do Oi Futuro, virou apoiadora do Masp. com JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES e LETÍCIA MORI
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Com nove anos de estrada, banda Aeromoças e Tenistas Russas aposta em música eletrônica
VICTORIA AZEVEDO DE SÃO PAULO Voltada para a música instrumental, a banda Aeromoças e Tenistas Russas, que celebra nove anos de estrada em 2017, tem uma nova aposta estética e musical: a eletrônica. "Essa mudança vem para tentar fazer com que o público não sinta necessidade de uma voz", diz Eduardo Porto, baterista do grupo. Como marco desse mergulho, os músicos fazem show do lançamento digital do compacto "MIDI", no Sesc Vila Mariana, na próxima sexta (28). Agora, além de instrumentos comuns, eles usam sintetizadores e bateria eletrônica para criar temas inéditos, que deixam de lado elementos do rock progressivo e priorizam os beats e samplers. Buscando ampliar o público que acompanha seu trabalho e os espaços para tocar, a banda original de São Carlos (SP) tomou como premissa fazer um produto mais interativo e dançante. "Muito do que a gente fazia era contemplativo. Desta vez, optamos por guiar as pessoas", diz Porto. Diferentemente dos trabalhos anteriores, o processo de composição do "MIDI" foi mais individual, começando a partir de ideias específicas que cada músico trazia. No show, eles também tocam novas versões para músicas dos outros álbuns. Sesc Vila Mariana. R. Pelotas, 141, tel. 5080-3000. Sex. (28): 20h30. 90 min. 12 anos. Estac. a partir de R$ 5,50. Ingresso: R$ 6 a R$ 20. Ingr. p/ sescsp.org.br.
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Com nove anos de estrada, banda Aeromoças e Tenistas Russas aposta em música eletrônicaVICTORIA AZEVEDO DE SÃO PAULO Voltada para a música instrumental, a banda Aeromoças e Tenistas Russas, que celebra nove anos de estrada em 2017, tem uma nova aposta estética e musical: a eletrônica. "Essa mudança vem para tentar fazer com que o público não sinta necessidade de uma voz", diz Eduardo Porto, baterista do grupo. Como marco desse mergulho, os músicos fazem show do lançamento digital do compacto "MIDI", no Sesc Vila Mariana, na próxima sexta (28). Agora, além de instrumentos comuns, eles usam sintetizadores e bateria eletrônica para criar temas inéditos, que deixam de lado elementos do rock progressivo e priorizam os beats e samplers. Buscando ampliar o público que acompanha seu trabalho e os espaços para tocar, a banda original de São Carlos (SP) tomou como premissa fazer um produto mais interativo e dançante. "Muito do que a gente fazia era contemplativo. Desta vez, optamos por guiar as pessoas", diz Porto. Diferentemente dos trabalhos anteriores, o processo de composição do "MIDI" foi mais individual, começando a partir de ideias específicas que cada músico trazia. No show, eles também tocam novas versões para músicas dos outros álbuns. Sesc Vila Mariana. R. Pelotas, 141, tel. 5080-3000. Sex. (28): 20h30. 90 min. 12 anos. Estac. a partir de R$ 5,50. Ingresso: R$ 6 a R$ 20. Ingr. p/ sescsp.org.br.
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Inimigo de Putin recusa-se a cumprir prisão domiciliar
O opositor russo Alexei Navalny anunciou nesta segunda (5) em seu blog que não cumprirá os termos de sua prisão domiciliar, por considerá-la ilegal. Além disso, arrancou a pulseira eletrônica que é obrigado a usar para ter movimentos monitorados. Considerado um dos principais inimigos do presidente russo, Vladimir Putin, Navalny comandou, três anos atrás, manifestações que levaram dezenas de milhares às ruas da capital do país, Moscou, para protestar contra o governo. No dia 30 de dezembro, o blogueiro e advogado foi condenado a três anos e meio de prisão, acusado de desfalcar uma empresa francesa. Navalny teve, porém, sua pena suspensa –o que significa que, ainda que não vá imediatamente para a cadeia, poderá ser levado à prisão a qualquer momento por ordem judicial. O oposicionista alega que deveria ter sido solto logo após a sentença, em vez de ser mantido na prisão domiciliar até a publicação do veredicto, prevista para o dia 15 de janeiro. "É estúpido se vangloriar disso, mas sou a primeira pessoa na história dos tribunais russos mantida em prisão domiciliar depois do veredicto", escreveu Navalny no blog. "Recuso-me a cumprir as exigências dessa detenção ilegal. Com algum esforço, cortei a pulseira com uma tesoura de cozinha", acrescentou, ao lado de uma foto da pulseira cortada. O opositor disse, ainda, que não tem planos de viajar para longe. No próprio dia da sentença (30), Navalny juntou-se a protestos contra sua condenação –o que também viola os termos da prisão domiciliar– e foi levado de volta para casa pela polícia. O Kremlin nega influência sobre as decisões judiciais contra o oposicionista.
mundo
Inimigo de Putin recusa-se a cumprir prisão domiciliarO opositor russo Alexei Navalny anunciou nesta segunda (5) em seu blog que não cumprirá os termos de sua prisão domiciliar, por considerá-la ilegal. Além disso, arrancou a pulseira eletrônica que é obrigado a usar para ter movimentos monitorados. Considerado um dos principais inimigos do presidente russo, Vladimir Putin, Navalny comandou, três anos atrás, manifestações que levaram dezenas de milhares às ruas da capital do país, Moscou, para protestar contra o governo. No dia 30 de dezembro, o blogueiro e advogado foi condenado a três anos e meio de prisão, acusado de desfalcar uma empresa francesa. Navalny teve, porém, sua pena suspensa –o que significa que, ainda que não vá imediatamente para a cadeia, poderá ser levado à prisão a qualquer momento por ordem judicial. O oposicionista alega que deveria ter sido solto logo após a sentença, em vez de ser mantido na prisão domiciliar até a publicação do veredicto, prevista para o dia 15 de janeiro. "É estúpido se vangloriar disso, mas sou a primeira pessoa na história dos tribunais russos mantida em prisão domiciliar depois do veredicto", escreveu Navalny no blog. "Recuso-me a cumprir as exigências dessa detenção ilegal. Com algum esforço, cortei a pulseira com uma tesoura de cozinha", acrescentou, ao lado de uma foto da pulseira cortada. O opositor disse, ainda, que não tem planos de viajar para longe. No próprio dia da sentença (30), Navalny juntou-se a protestos contra sua condenação –o que também viola os termos da prisão domiciliar– e foi levado de volta para casa pela polícia. O Kremlin nega influência sobre as decisões judiciais contra o oposicionista.
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Nem com dados viciados
RIO DE JANEIRO - Um lance de dados jamais abolirá o acaso, dizia o poeta francês Stéphane Mallarmé. É infalível: o acaso vive se metendo quando menos se espera e alterando o curso da história. O primário romance beatnik de Jack Kerouac, "On the Road", por exemplo, não faria o sucesso que fez em 1957 se Orville Prescott, crítico de livros do "New York Times", não estivesse de férias quando ele foi lançado. Prescott era um crítico à antiga: só gostava de escritores que sabiam escrever, e teria destroçado "On the Road". Mas seu substituto, Gilbert Millstein, era jovem e "rebelde". Comparou Kerouac a Hemingway. A imprensa o seguiu e Kerouac estava feito. A Nouvelle Vague, movimento que tomou o cinema francês em fins dos anos 50, também se fez com uma coincidência. Seus primeiros diretores – Louis Malle, Claude Chabrol, François Truffaut, Jean-Luc Godard – estavam começando a trabalhar quando surgiram as câmeras mais leves e um novo filme da Kodak, o Tri-X, que permitiam filmar na rua ou dentro de automóveis, como eles gostavam, e com qualquer luz. Malle confessou: "Somos filhos do Tri-X". O que teria sido dos Beatles se, em fins de 1963, o macróbio apresentador da TV americana Ed Sullivan não estivesse no aeroporto de Londres e presenciado a histeria provocada por um grupo desconhecido que chegava, formado por rapazes de cabelo comprido? Sullivan convidou-os ao seu programa em Nova York – talvez como uma resposta aos garotos americanos que usavam aqueles chapéus Davy Crockett, de rabo de guaxinim – e o resto, você sabe. E quem diria que a investigação de uma rede de postos de gasolina e lava a jato de automóveis em Brasília destamparia a existência de um esquema de desvio de bilhões da Petrobras, envolvendo o governo, o PT e as maiores empresas do país? Não se brinca com o acaso.
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Nem com dados viciadosRIO DE JANEIRO - Um lance de dados jamais abolirá o acaso, dizia o poeta francês Stéphane Mallarmé. É infalível: o acaso vive se metendo quando menos se espera e alterando o curso da história. O primário romance beatnik de Jack Kerouac, "On the Road", por exemplo, não faria o sucesso que fez em 1957 se Orville Prescott, crítico de livros do "New York Times", não estivesse de férias quando ele foi lançado. Prescott era um crítico à antiga: só gostava de escritores que sabiam escrever, e teria destroçado "On the Road". Mas seu substituto, Gilbert Millstein, era jovem e "rebelde". Comparou Kerouac a Hemingway. A imprensa o seguiu e Kerouac estava feito. A Nouvelle Vague, movimento que tomou o cinema francês em fins dos anos 50, também se fez com uma coincidência. Seus primeiros diretores – Louis Malle, Claude Chabrol, François Truffaut, Jean-Luc Godard – estavam começando a trabalhar quando surgiram as câmeras mais leves e um novo filme da Kodak, o Tri-X, que permitiam filmar na rua ou dentro de automóveis, como eles gostavam, e com qualquer luz. Malle confessou: "Somos filhos do Tri-X". O que teria sido dos Beatles se, em fins de 1963, o macróbio apresentador da TV americana Ed Sullivan não estivesse no aeroporto de Londres e presenciado a histeria provocada por um grupo desconhecido que chegava, formado por rapazes de cabelo comprido? Sullivan convidou-os ao seu programa em Nova York – talvez como uma resposta aos garotos americanos que usavam aqueles chapéus Davy Crockett, de rabo de guaxinim – e o resto, você sabe. E quem diria que a investigação de uma rede de postos de gasolina e lava a jato de automóveis em Brasília destamparia a existência de um esquema de desvio de bilhões da Petrobras, envolvendo o governo, o PT e as maiores empresas do país? Não se brinca com o acaso.
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Leitores comentam artigo sobre o Uber
O Uber quebra a reserva de mercado do sistema de transporte particular de passageiros. Simples assim. Outras reservas de mercado já foram quebradas ao longo da história e sempre geraram discórdias. Trata-se de um novo paradigma. Milly Lacombe, entre outras coisas, afirma que, na Califórnia, um motorista precisa trabalhar até 17 horas (Destruição do transporte compartilhado. Aqui em São Paulo, um motorista de frota, totalmente desamparado pelas leis trabalhistas, trabalha até mais que isso e já começa a sua jornada devendo R$ 170 ao dono da frota. Logo, a que capitalismo contemporâneo ela está se referindo ? EDGAR FABRE (São Paulo, SP) * Mily Lacombe critica a existência de serviços de transporte compartilhado como o Uber que, por estarem entregues as leis do mercado, poderiam aumentar o preço de sua tarifa em dias chuvosos, prejudicando assim os menos abastados. Com a dica da autora –que diz pouco entender sobre economia– veio-me uma ideia genial: vou abrir um concorrente do Uber, o Move! O slogan será: "No Move, pode até chover que a tarifa não sobe". Nada como o livre mercado... RICARDO MELLÃO (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Leitores comentam artigo sobre o UberO Uber quebra a reserva de mercado do sistema de transporte particular de passageiros. Simples assim. Outras reservas de mercado já foram quebradas ao longo da história e sempre geraram discórdias. Trata-se de um novo paradigma. Milly Lacombe, entre outras coisas, afirma que, na Califórnia, um motorista precisa trabalhar até 17 horas (Destruição do transporte compartilhado. Aqui em São Paulo, um motorista de frota, totalmente desamparado pelas leis trabalhistas, trabalha até mais que isso e já começa a sua jornada devendo R$ 170 ao dono da frota. Logo, a que capitalismo contemporâneo ela está se referindo ? EDGAR FABRE (São Paulo, SP) * Mily Lacombe critica a existência de serviços de transporte compartilhado como o Uber que, por estarem entregues as leis do mercado, poderiam aumentar o preço de sua tarifa em dias chuvosos, prejudicando assim os menos abastados. Com a dica da autora –que diz pouco entender sobre economia– veio-me uma ideia genial: vou abrir um concorrente do Uber, o Move! O slogan será: "No Move, pode até chover que a tarifa não sobe". Nada como o livre mercado... RICARDO MELLÃO (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Com câncer de bexiga, Bumlai será transferido para prisão domiciliar
O juiz Sergio Moro decidiu transferir o pecuarista José Carlos Bumlai, preso desde novembro em Curitiba pela Operação Lava Jato, para prisão domiciliar. Bumlai foi diagnosticado com câncer de bexiga, segundo Arnaldo Malheiros Filho, advogado que cuida de sua defesa. O tratamento para o câncer, segundo Malheiros, reduz as imunidades do pecuarista, e o médico recomendou que prisão não é o melhor local para ele receber os medicamentos. Bumlai foi preso sob acusação de intermediar recursos para o PT e de ter atuado em negócios envolvendo a Petrobras. O pecuarista também é apontado como um dos que ajudaram a reformar o sítio de Atibaia (SP) que Lula diz frequentar, junto com a OAS e Odebrecht. O pecuarista já confessou que fez um empréstimo de R$ 12 milhões junto ao Banco Schahin em 2004 e transferiu os valores para o PT.
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Com câncer de bexiga, Bumlai será transferido para prisão domiciliarO juiz Sergio Moro decidiu transferir o pecuarista José Carlos Bumlai, preso desde novembro em Curitiba pela Operação Lava Jato, para prisão domiciliar. Bumlai foi diagnosticado com câncer de bexiga, segundo Arnaldo Malheiros Filho, advogado que cuida de sua defesa. O tratamento para o câncer, segundo Malheiros, reduz as imunidades do pecuarista, e o médico recomendou que prisão não é o melhor local para ele receber os medicamentos. Bumlai foi preso sob acusação de intermediar recursos para o PT e de ter atuado em negócios envolvendo a Petrobras. O pecuarista também é apontado como um dos que ajudaram a reformar o sítio de Atibaia (SP) que Lula diz frequentar, junto com a OAS e Odebrecht. O pecuarista já confessou que fez um empréstimo de R$ 12 milhões junto ao Banco Schahin em 2004 e transferiu os valores para o PT.
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Leitores comentam artigo de Rafinha Bastos e limites do humor
Ao se comparar com os chargistas do "Charlie Hebdo", Rafinha Bastos mistura alhos com bugalhos ("Você é realmente Charlie?", Tendências/ Debates, 16/1). A recusa à sacralização de qualquer crença é o fundamento clássico da liberdade de expressão. O limite a ela é o discurso de ódio, no qual se enquadra, por exemplo, a apologia do estupro. LUIS FELIPE MIGUEL, professor do Instituto de ciência política da Universidade de Brasília (Brasília, DF) * Rafinha Bastos, concordo inteiramente com o que você escreveu. Acho que pegaram pesado com você. O Brasil é imaturo sobre esse tema. Não passamos por grandes revoluções, como a França, por exemplo, país que tem direitos e obrigações muito bem assentados. Os brasileiros precisam saber mais sobre a liberdade de expressão, mas também sobre a liberdade de sermos livres. Chegaremos lá. VINICIUS NAVARENHO DE SOUZA (São Caetano do Sul, SP) * O artigo de Rafinha Bastos é uma manifestação explícita de egocentrismo e oportunismo. É de um ridículo atroz Rafinha querer se comparar aos cartunistas do "Charlie Hebdo". As reações à infeliz "piada" de Rafinha (processos judiciais e manifestações de repúdio) são plenamente admissíveis em um mundo civilizado. A violência praticada pelos radicais islâmicos não. MARCELO DAWALIBI (São José dos Campos, SP) * Ao chorar suas pitangas, Rafinha Bastos cria uma falsa simetria entre o caso dele e o horrendo atentado ao semanário francês "Charlie Hebdo". Não há simetria entre a troça com o fundamentalismo religioso assassino e piadas que ecoam lógicas opressivas do machismo, homofobia e transfobia, tão comuns no Brasil. Liberdade de expressão não é cheque em branco para humilhar oprimidos. Piada de estupro não é piada, é incitação ou apologia de crime, conforme os artigos 286 e 287 do Código Penal. IGOR SAVITSKY, advogado (Campinas, SP) * O papa Francisco é realmente insuperável. Afinal alguém "pôs o dedo na ferida". Efetivamente, nada justifica homicídios e muito menos o terrorismo em nome da fé. Mas deve haver um limite para a liberdade de expressão no que concerne à fé alheia. Mais uma vez, o pontífice se destaca por suas posições. JUAREZ DANTAS (São Carlos, SP) * Em seu artigo "Francisco, por que não te calas?", Reinaldo Azevedo prega uma liberdade de expressão absoluta para todos, menos para o papa, que destaca que a liberdade de expressão tem, sim, limites, e que não se deve ofender gratuitamente quem quer que seja, pessoas ou religiões. No contraditório mundo de Reinaldo Azevedo, o semanário francês "Charlie Hebdo" pode falar tudo, mas o papa Francisco deve-se calar, ainda que fale legitimamente para todos os católicos. Um pouco extremista, não? GILBERTO HELENO (São Paulo, SP) * Em sua coluna na Folha Rafinha Bastos procura se comparar aos jornalistas franceses no que se refere, principalmente, à punição pelas suas ideias. Primeiramente, as consequências foram completamente diferentes. Ele perdeu contratos e os franceses, a própria vida. Acredito que, em sua fala, ele defenda a liberdade de expressão e espere que daqui por diante esses fatos tenham desfechos diferentes, no caso de polêmicas envolvendo crenças ou pessoas. Porém, o que ficou mais evidente foi uma vitimização e um coitadismo que não combinam em nada com sua postura diante do seu público. ANDRÉ PEDRESCHI ALUISI (Rio Claro, SP) Os argumentos de Rafinha Bastos até me fizeram mudar de opinião a seu respeito no caso com a Wanessa Camargo. Realmente acredito que os humoristas não devem ter limites nas suas criações, porém ele tem que ter humor suficiente para respeitar e aceitar a liberdade de opinião, afinal, "chumbo trocado não dói"! SERGIO TAKEO MIYABARA (São Carlos, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Leitores comentam artigo de Rafinha Bastos e limites do humorAo se comparar com os chargistas do "Charlie Hebdo", Rafinha Bastos mistura alhos com bugalhos ("Você é realmente Charlie?", Tendências/ Debates, 16/1). A recusa à sacralização de qualquer crença é o fundamento clássico da liberdade de expressão. O limite a ela é o discurso de ódio, no qual se enquadra, por exemplo, a apologia do estupro. LUIS FELIPE MIGUEL, professor do Instituto de ciência política da Universidade de Brasília (Brasília, DF) * Rafinha Bastos, concordo inteiramente com o que você escreveu. Acho que pegaram pesado com você. O Brasil é imaturo sobre esse tema. Não passamos por grandes revoluções, como a França, por exemplo, país que tem direitos e obrigações muito bem assentados. Os brasileiros precisam saber mais sobre a liberdade de expressão, mas também sobre a liberdade de sermos livres. Chegaremos lá. VINICIUS NAVARENHO DE SOUZA (São Caetano do Sul, SP) * O artigo de Rafinha Bastos é uma manifestação explícita de egocentrismo e oportunismo. É de um ridículo atroz Rafinha querer se comparar aos cartunistas do "Charlie Hebdo". As reações à infeliz "piada" de Rafinha (processos judiciais e manifestações de repúdio) são plenamente admissíveis em um mundo civilizado. A violência praticada pelos radicais islâmicos não. MARCELO DAWALIBI (São José dos Campos, SP) * Ao chorar suas pitangas, Rafinha Bastos cria uma falsa simetria entre o caso dele e o horrendo atentado ao semanário francês "Charlie Hebdo". Não há simetria entre a troça com o fundamentalismo religioso assassino e piadas que ecoam lógicas opressivas do machismo, homofobia e transfobia, tão comuns no Brasil. Liberdade de expressão não é cheque em branco para humilhar oprimidos. Piada de estupro não é piada, é incitação ou apologia de crime, conforme os artigos 286 e 287 do Código Penal. IGOR SAVITSKY, advogado (Campinas, SP) * O papa Francisco é realmente insuperável. Afinal alguém "pôs o dedo na ferida". Efetivamente, nada justifica homicídios e muito menos o terrorismo em nome da fé. Mas deve haver um limite para a liberdade de expressão no que concerne à fé alheia. Mais uma vez, o pontífice se destaca por suas posições. JUAREZ DANTAS (São Carlos, SP) * Em seu artigo "Francisco, por que não te calas?", Reinaldo Azevedo prega uma liberdade de expressão absoluta para todos, menos para o papa, que destaca que a liberdade de expressão tem, sim, limites, e que não se deve ofender gratuitamente quem quer que seja, pessoas ou religiões. No contraditório mundo de Reinaldo Azevedo, o semanário francês "Charlie Hebdo" pode falar tudo, mas o papa Francisco deve-se calar, ainda que fale legitimamente para todos os católicos. Um pouco extremista, não? GILBERTO HELENO (São Paulo, SP) * Em sua coluna na Folha Rafinha Bastos procura se comparar aos jornalistas franceses no que se refere, principalmente, à punição pelas suas ideias. Primeiramente, as consequências foram completamente diferentes. Ele perdeu contratos e os franceses, a própria vida. Acredito que, em sua fala, ele defenda a liberdade de expressão e espere que daqui por diante esses fatos tenham desfechos diferentes, no caso de polêmicas envolvendo crenças ou pessoas. Porém, o que ficou mais evidente foi uma vitimização e um coitadismo que não combinam em nada com sua postura diante do seu público. ANDRÉ PEDRESCHI ALUISI (Rio Claro, SP) Os argumentos de Rafinha Bastos até me fizeram mudar de opinião a seu respeito no caso com a Wanessa Camargo. Realmente acredito que os humoristas não devem ter limites nas suas criações, porém ele tem que ter humor suficiente para respeitar e aceitar a liberdade de opinião, afinal, "chumbo trocado não dói"! SERGIO TAKEO MIYABARA (São Carlos, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Nem cota nem reforma
Criamos no Brasil a cultura do autodidatismo que, na verdade, é tudo menos cultura. As pessoas imaginam que todo e qualquer saber é aprendido por meio de um encanto próprio pessoal, uma magia, e que qualquer um pode abrir livros e aprender qualquer coisa, principalmente "o que interessa". O que não se nota: 1) há saberes que são essencialmente grupais e especiais, nascidos em confraria, como a filosofia e a medicina; 2) nem tudo que nos interessa é o que deve nos interessar para sabermos o que devemos saber ou mesmo queremos saber. 1) A filosofia e a medicina, por exemplo, não podem se aprendidas por meio do livro e do cadáver (ou doente) somente. Elas são saberes que, antes de tudo, precisam do terceiro elemento, o professor ou o mestre ou o parceiro de atividades, e um campo propício, ou seja, a boa biblioteca e bom hospital. O próprio saber é, nesse caso, essencialmente coletivo em um sentido especial. 2) No caso de aprender "o que nos interessa", em geral cometemos erros gravíssimos, pois o que nos interessa não é, em geral, o que precisamos saber para exercer uma prática que nos interessa. É necessário já um certo saber, uma certa experiência prévia, para de fato discernir saberes e entender o que é interessante e o que não é interessante. Esses dois casos se referem a dois pontos centrais de uma conversa sobre educação que está posta na nossa sociedade atual. Primeiro: a cotas na USP para egressos da escola pública média. Segundo: a reforma do ensino médio em que o aluno escolhe sua área de conhecimento precocemente. Eis aí dois erros crassos. No primeiro caso, parte-se do pressuposto de que é possível aprender em qualquer lugar, que se a USP virar uma escolinha qualquer, sem a confraria de professores qualificados, ainda assim o aluno, estando respirando o ar do Butantã, aprenderá. Ele vai se esforçar sozinho e, sabendo-se ser aluno da USP, ganhará orgulho misterioso e estudará sozinho. No segundo caso, parte-se da ideia de que o estudante de 15 anos sabe o que é "área de conhecimento" e que já pode se especializar numa, sem ganhar, em três anos, o saber geral e básico que sempre cultivamos no Ocidente. Essa segunda medida, que enfraquecerá o aluno ainda mais, principalmente o da escola pública de nível médio, alimentará o deterioração do ensino na USP, exatamente porque esse alunado, sem saber o necessário, virá para o ensino superior público pelas cotas (cotas étnicas são outra coisa, e deveriam sim ser instaladas, mas por meio de ampliação de vagas, não pelo meio de divisão do que já existe). Esses defeitos estão ocorrendo exatamente porque no Brasil a ideia que se propaga por aí é que "não existe uma pessoa sem conhecimento, o que existe são pessoas com saberes diferentes". Esse lema é uma grande bobagem. Antes da cota para a escola pública, o melhor seria fazê-la não diminuir suas disciplinas, mas ter professores bem pagos para oferecer mais conhecimento, até mais disciplinas. Bem antes da cota para a escola pública, a universidade deveria oferecer cursinhos populares com bolsa de manutenção, para alunos pobres se dedicarem ao estudo referente ao vestibular, e isso especialmente na USP. O Estado de São Paulo, o mais rico da federação, poderia sim bancar esse sistema de bolsas. PARTICIPAÇÃO PAULO GHIRALDELLI JR., filósofo, é autor, entre outros, do livro "Para ler Sloterdijk" (Via Veritá, 2017) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamentos contemporâneo.
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Nem cota nem reformaCriamos no Brasil a cultura do autodidatismo que, na verdade, é tudo menos cultura. As pessoas imaginam que todo e qualquer saber é aprendido por meio de um encanto próprio pessoal, uma magia, e que qualquer um pode abrir livros e aprender qualquer coisa, principalmente "o que interessa". O que não se nota: 1) há saberes que são essencialmente grupais e especiais, nascidos em confraria, como a filosofia e a medicina; 2) nem tudo que nos interessa é o que deve nos interessar para sabermos o que devemos saber ou mesmo queremos saber. 1) A filosofia e a medicina, por exemplo, não podem se aprendidas por meio do livro e do cadáver (ou doente) somente. Elas são saberes que, antes de tudo, precisam do terceiro elemento, o professor ou o mestre ou o parceiro de atividades, e um campo propício, ou seja, a boa biblioteca e bom hospital. O próprio saber é, nesse caso, essencialmente coletivo em um sentido especial. 2) No caso de aprender "o que nos interessa", em geral cometemos erros gravíssimos, pois o que nos interessa não é, em geral, o que precisamos saber para exercer uma prática que nos interessa. É necessário já um certo saber, uma certa experiência prévia, para de fato discernir saberes e entender o que é interessante e o que não é interessante. Esses dois casos se referem a dois pontos centrais de uma conversa sobre educação que está posta na nossa sociedade atual. Primeiro: a cotas na USP para egressos da escola pública média. Segundo: a reforma do ensino médio em que o aluno escolhe sua área de conhecimento precocemente. Eis aí dois erros crassos. No primeiro caso, parte-se do pressuposto de que é possível aprender em qualquer lugar, que se a USP virar uma escolinha qualquer, sem a confraria de professores qualificados, ainda assim o aluno, estando respirando o ar do Butantã, aprenderá. Ele vai se esforçar sozinho e, sabendo-se ser aluno da USP, ganhará orgulho misterioso e estudará sozinho. No segundo caso, parte-se da ideia de que o estudante de 15 anos sabe o que é "área de conhecimento" e que já pode se especializar numa, sem ganhar, em três anos, o saber geral e básico que sempre cultivamos no Ocidente. Essa segunda medida, que enfraquecerá o aluno ainda mais, principalmente o da escola pública de nível médio, alimentará o deterioração do ensino na USP, exatamente porque esse alunado, sem saber o necessário, virá para o ensino superior público pelas cotas (cotas étnicas são outra coisa, e deveriam sim ser instaladas, mas por meio de ampliação de vagas, não pelo meio de divisão do que já existe). Esses defeitos estão ocorrendo exatamente porque no Brasil a ideia que se propaga por aí é que "não existe uma pessoa sem conhecimento, o que existe são pessoas com saberes diferentes". Esse lema é uma grande bobagem. Antes da cota para a escola pública, o melhor seria fazê-la não diminuir suas disciplinas, mas ter professores bem pagos para oferecer mais conhecimento, até mais disciplinas. Bem antes da cota para a escola pública, a universidade deveria oferecer cursinhos populares com bolsa de manutenção, para alunos pobres se dedicarem ao estudo referente ao vestibular, e isso especialmente na USP. O Estado de São Paulo, o mais rico da federação, poderia sim bancar esse sistema de bolsas. PARTICIPAÇÃO PAULO GHIRALDELLI JR., filósofo, é autor, entre outros, do livro "Para ler Sloterdijk" (Via Veritá, 2017) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamentos contemporâneo.
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Gustavo Diniz Junqueira: Risco às exportações do agronegócio
O Brasil perde R$ 100 bilhões por ano com o contrabando de produtos. Mercadorias de diversos setores entram ilegalmente no país sem certificação técnica e sanitária nem recolhimento de impostos, gerando uma gigantesca sonegação. Além disso, prejudicam a saúde da população, extinguem empregos, desestimulam investimentos, aumentam a insegurança e são capazes de ameaçar a soberania e a defesa nacionais. Apenas entre 5% e 10% dos produtos contrabandeados são apreendidos. O agronegócio também sofre com o contrabando, a falsificação e a pirataria, especialmente nos segmentos de saúde animal e defesa vegetal. No setor de medicamentos veterinários, os produtos falsificados já representam em torno de 15% do mercado, movimentando cerca de R$ 600 milhões e trazendo danos à sanidade dos animais e ameaças ao bem-estar das pessoas. No segmento de defensivos, o problema também cresce. De 2010 a 2013, o percentual de produtos falsificados saltou de 5% das apreensões para 50%, chegando ao mesmo patamar dos contrabandeados. No ano de 2013, as apreensões na área cresceram 166% ante o ano anterior. De 2001 a 2013, cerca de 500 toneladas de defensivos ilegais foram apreendidas. O agronegócio brasileiro chegou a um ponto em que não pode regredir na sua internacionalização. É o setor da economia que tem mais carimbos no passaporte e que tem agora o desafio de avançar da dimensão quantitativa para a qualitativa nas cadeias globais de valor. Critérios sanitários, que protegem a saúde e a vida humana e animal, e fitossanitários, que protegem as plantas de doenças e pestes, entretanto, ganham cada vez mais força como argumentos para barreiras comerciais, e o contrabando, a pirataria e a falsificação de produtos destinados ao setor rural ameaçam a aceitação e a competitividade do produto agrícola brasileiro nos mercados internacionais. O uso, por exemplo, de um medicamento veterinário ilegal em um bovino pode acarretar resíduos na carne, provocando problemas seriíssimos, entre os quais restrições de vendas para o exterior, embargo, perda de confiança e de credibilidade da produção do país. Os prejuízos seriam imensos, atingindo toda a cadeia produtiva e, obviamente, a balança comercial, que é dependente do setor. Um dano ao agronegócio é um buraco nas contas do país. É imprescindível que o governo adote medidas rápidas e concretas contra o contrabando, a pirataria e a falsificação, principalmente no momento em que o Brasil passa por um período de ajuste fiscal. Imaginem só se, em vez de abrirmos um novo mercado para as carnes, perdermos algum. Seria um tiro na receita das exportações. Nossos principais polos de atividade pecuária estão em regiões de fronteira, o que se configura em risco iminente de ingresso de produtos ilegais, além de pragas e doenças. Cabe ao Estado aumentar o rigor da fiscalização. Da parte do setor, também é necessário maior ganho de consciência de que o uso de produtos contrabandeados, pirateados ou falsificados é crime e de que seus "eventuais benefícios de curto prazo" são meramente ilusórios. É ainda de responsabilidade do Estado facilitar o ambiente de negócios, oferecendo segurança jurídica e previsibilidade, avançando em uma visão pró-mercado –com simplificações tributárias, bem como promoção de um arcabouço regulatório amigo do investidor e dos setores produtivos. A aprovação de uma nova molécula de um defensivo, por exemplo, não pode demorar anos e anos, como ocorre hoje. Com isso, certamente, a atratividade da mercadoria contrabandeada, falsificada ou pirateada cairá drasticamente em relação ao produto legalizado. O Brasil ganhará. GUSTAVO DINIZ JUNQUEIRA, 42, administrador de empresas, é presidente da Sociedade Rural Brasileira * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Gustavo Diniz Junqueira: Risco às exportações do agronegócioO Brasil perde R$ 100 bilhões por ano com o contrabando de produtos. Mercadorias de diversos setores entram ilegalmente no país sem certificação técnica e sanitária nem recolhimento de impostos, gerando uma gigantesca sonegação. Além disso, prejudicam a saúde da população, extinguem empregos, desestimulam investimentos, aumentam a insegurança e são capazes de ameaçar a soberania e a defesa nacionais. Apenas entre 5% e 10% dos produtos contrabandeados são apreendidos. O agronegócio também sofre com o contrabando, a falsificação e a pirataria, especialmente nos segmentos de saúde animal e defesa vegetal. No setor de medicamentos veterinários, os produtos falsificados já representam em torno de 15% do mercado, movimentando cerca de R$ 600 milhões e trazendo danos à sanidade dos animais e ameaças ao bem-estar das pessoas. No segmento de defensivos, o problema também cresce. De 2010 a 2013, o percentual de produtos falsificados saltou de 5% das apreensões para 50%, chegando ao mesmo patamar dos contrabandeados. No ano de 2013, as apreensões na área cresceram 166% ante o ano anterior. De 2001 a 2013, cerca de 500 toneladas de defensivos ilegais foram apreendidas. O agronegócio brasileiro chegou a um ponto em que não pode regredir na sua internacionalização. É o setor da economia que tem mais carimbos no passaporte e que tem agora o desafio de avançar da dimensão quantitativa para a qualitativa nas cadeias globais de valor. Critérios sanitários, que protegem a saúde e a vida humana e animal, e fitossanitários, que protegem as plantas de doenças e pestes, entretanto, ganham cada vez mais força como argumentos para barreiras comerciais, e o contrabando, a pirataria e a falsificação de produtos destinados ao setor rural ameaçam a aceitação e a competitividade do produto agrícola brasileiro nos mercados internacionais. O uso, por exemplo, de um medicamento veterinário ilegal em um bovino pode acarretar resíduos na carne, provocando problemas seriíssimos, entre os quais restrições de vendas para o exterior, embargo, perda de confiança e de credibilidade da produção do país. Os prejuízos seriam imensos, atingindo toda a cadeia produtiva e, obviamente, a balança comercial, que é dependente do setor. Um dano ao agronegócio é um buraco nas contas do país. É imprescindível que o governo adote medidas rápidas e concretas contra o contrabando, a pirataria e a falsificação, principalmente no momento em que o Brasil passa por um período de ajuste fiscal. Imaginem só se, em vez de abrirmos um novo mercado para as carnes, perdermos algum. Seria um tiro na receita das exportações. Nossos principais polos de atividade pecuária estão em regiões de fronteira, o que se configura em risco iminente de ingresso de produtos ilegais, além de pragas e doenças. Cabe ao Estado aumentar o rigor da fiscalização. Da parte do setor, também é necessário maior ganho de consciência de que o uso de produtos contrabandeados, pirateados ou falsificados é crime e de que seus "eventuais benefícios de curto prazo" são meramente ilusórios. É ainda de responsabilidade do Estado facilitar o ambiente de negócios, oferecendo segurança jurídica e previsibilidade, avançando em uma visão pró-mercado –com simplificações tributárias, bem como promoção de um arcabouço regulatório amigo do investidor e dos setores produtivos. A aprovação de uma nova molécula de um defensivo, por exemplo, não pode demorar anos e anos, como ocorre hoje. Com isso, certamente, a atratividade da mercadoria contrabandeada, falsificada ou pirateada cairá drasticamente em relação ao produto legalizado. O Brasil ganhará. GUSTAVO DINIZ JUNQUEIRA, 42, administrador de empresas, é presidente da Sociedade Rural Brasileira * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Leitores comentam coluna de Bernardo Mello Franco sobre PSDB
Bernardo Mello Franco sabe que, naquela Casa de 513 membros, existe um núcleo composto de líderes das maiores representações partidárias que ditam a pauta. Para formar maiorias, os partidos contam com a ajuda do chamado "baixo clero", deputados de menor peso político. Dentro do baixo clero, existem obscuros coadjuvantes, de onde o articulista tirou os exemplos para a sua coluna. Amostragem infeliz para demonstrar uma tendência doutrinária no PSDB. LUIS ROBERTO NUNES FERREIRA (Santos, SP) * Depois de ter lido os editoriais nada animadores, deparei-me com essa obra-prima de deputados tucanos descrita por Bernardo Mello Franco, que me fez dar boas gargalhadas. JOÃO EVANGELISTA BELÉM (Lauro de Freitas, BA) * Simplesmente genial a coluna de Bernardo Mello Franco. Só acho difícil madame trocar de xampu. FRANCISCO RAMOS (Brasília, DF) * Quem está para "Tea Party esquerdista" é o colunista Bernardo Mello Franco, que não aceita a liberdade de expressão do pastor João Campos, que teve seus valores religiosos afrontados por uma novela liberal demais. E quanto ao medo do referido colunista sobre o PSDB virar à direita, isto é impossível enquanto tiver nos seus quadros pessoas como FHC, Aécio e Serra; o PSDB é centro-esquerda, e não direita, como este jornal e a mídia repetidamente e erradamente classificam. RAFAEL ALBERTI CESA (Caxias do Sul, RS) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Leitores comentam coluna de Bernardo Mello Franco sobre PSDBBernardo Mello Franco sabe que, naquela Casa de 513 membros, existe um núcleo composto de líderes das maiores representações partidárias que ditam a pauta. Para formar maiorias, os partidos contam com a ajuda do chamado "baixo clero", deputados de menor peso político. Dentro do baixo clero, existem obscuros coadjuvantes, de onde o articulista tirou os exemplos para a sua coluna. Amostragem infeliz para demonstrar uma tendência doutrinária no PSDB. LUIS ROBERTO NUNES FERREIRA (Santos, SP) * Depois de ter lido os editoriais nada animadores, deparei-me com essa obra-prima de deputados tucanos descrita por Bernardo Mello Franco, que me fez dar boas gargalhadas. JOÃO EVANGELISTA BELÉM (Lauro de Freitas, BA) * Simplesmente genial a coluna de Bernardo Mello Franco. Só acho difícil madame trocar de xampu. FRANCISCO RAMOS (Brasília, DF) * Quem está para "Tea Party esquerdista" é o colunista Bernardo Mello Franco, que não aceita a liberdade de expressão do pastor João Campos, que teve seus valores religiosos afrontados por uma novela liberal demais. E quanto ao medo do referido colunista sobre o PSDB virar à direita, isto é impossível enquanto tiver nos seus quadros pessoas como FHC, Aécio e Serra; o PSDB é centro-esquerda, e não direita, como este jornal e a mídia repetidamente e erradamente classificam. RAFAEL ALBERTI CESA (Caxias do Sul, RS) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Nova York desigual, Millôr Fernandes e outras quatro indicações culturais
LIVRO | JOHN FREEMAN O escritor e crítico literário americano reúne em "Histórias de Duas Cidades" textos de 27 autores –entre contos, crônicas, reportagens, poemas e ensaios– sobre desigualdade em Nova York. Colaborador da "Ilustríssima", ele respondeu a três perguntas sobre o lançamento. (FRANCESCA ANGIOLILLO) trad. Paulo Afonso | ilustrado por Molly Crabapple | Bertrand Brasil | 320 págs. (R$ 59,90) Folha - Narrativas de ficção e não ficção têm o mesmo alcance da realidade? Elas têm alcances diferentes, mas igualmente poderosos. São essenciais, especialmente no que tange às mudanças sociais. É preciso tanto saber como é o mundo quanto exercitar a capacidade de imaginar como ele poderia ser. Você viaja muito pelo mundo. Que outras cidades dariam um livro como este? Infelizmente, quase todas. O mundo do capitalismo tardio em que vivemos depende da desigualdade, do trabalho barato, feito por imigrantes ou pessoas que têm mais dificuldade para reclamar seus direitos de cidadãos, enquanto boa parte da riqueza se concentra em corporações, do Estado ou não. No prefácio, você diz que "precisamos mudar o modo como falamos sobre a desigualdade". O livro já contribuiu para isso? Tenho que acreditar minimamente nisso. O livro foi publicado em seis países e muitos de seus autores têm grandes admiradores. Eles têm o poder de fazer as pessoas verem Nova York não como um mito, um cenário de filme, mas como um lugar onde as pessoas vivem bem e vivem mal. * EXPOSIÇÃO | MILLÔR FERNANDES A sede carioca do Instituto Moreira Salles, em "Millôr: Obra Gráfica", reúne 500 desenhos originais do artista (1923-2012). A retrospectiva de 70 anos de carreira destaca os principais temas das criações, de autorretratos a críticas da sociedade brasileira. Será lançado livro (R$ 129,90, 288 págs.) com reproduções, ensaios e cronologia da vida e da obra. Instituto Moreira Salles - Rio de Janeiro | tel. (21) 3284-7400 | abertura sáb. (16), às 18h de ter. a dom., das 11h às 20h | grátis | até 21/8 * CONFERÊNCIA | DOCUMENTÁRIO Parte da programação do festival É Tudo Verdade, a 15ª Conferência Internacional do Documentário - Petrobras homenageia, no centenário do seu nascimento, o crítico e escritor Paulo Emílio Salles Gomes (1916-77), um dos fundadores da Cinemateca Brasileira. Outro tema do evento será a produção da cineasta franco-egípcia Jihan El-Tahri, que participará de debate na quarta (13), às 14h. A programação completa está em etudoverdade.com.br. Cinemateca Brasileira | qua. (13) e qui. (14), a partir das 10h30 | grátis * LIVRO | CHRISTIAN LAVAL E PIERRE DARDOT Em "A Nova Razão do Mundo: Ensaios sobre a Sociedade Neoliberal", os pensadores franceses Christian Laval e Pierre Dardot analisam os fundamentos do capitalismo contemporâneo. Para o lançamento, os autores participarão de debates na USP (de 11 a 14 de abril), na UFRJ (dia 18) e na UFBA (dias 13 e 15). Leia um trecho do livro e veja a agenda completa dos autores no Brasil. Boitempo | 416 págs. (R$ 73) * EXPOSIÇÕES | CAETANO DE ALMEIDA E MATEO LÓPEZ Baseadas em linhas, as pinturas do paulista Caetano de Almeida criam padrões coloridos que dão sensação de movimento e densidade. Também está em cartaz no local "Palm Line Clock Hand", mostra do colombiano Mateo López, com desenho, vídeo, escultura e performance. Em espaço reativado da galeria –a duas quadras da sede, em SP–, foi montada escultura interativa que alude a um relógio. Galeria Luisa Strina | tel. (11) 3088-2471 | de seg. a sex., das 10h às 19h; sáb., das 10h às 17h | grátis | até 21/5 * EXPOSIÇÃO | TIAGO CARNEIRO DA CUNHA A mostra "Trânsito dos Infernos 2012-2015" é composta por 19 telas do paulistano, que, conhecido por suas esculturas de personagens estranhos e deformados, estreia na pintura. O conjunto é resultado de projeto experimental a que o artista passou a se dedicar depois da 30ª Bienal de São Paulo, em 2012, onde apresentou esculturas e trabalhos em vídeo. Galpão Fortes Vilaça | tel. (11) 3392-3942 | de ter. a sex., das 10h às 19h; sáb., das 10h às 18h | grátis | até 7/5
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Nova York desigual, Millôr Fernandes e outras quatro indicações culturaisLIVRO | JOHN FREEMAN O escritor e crítico literário americano reúne em "Histórias de Duas Cidades" textos de 27 autores –entre contos, crônicas, reportagens, poemas e ensaios– sobre desigualdade em Nova York. Colaborador da "Ilustríssima", ele respondeu a três perguntas sobre o lançamento. (FRANCESCA ANGIOLILLO) trad. Paulo Afonso | ilustrado por Molly Crabapple | Bertrand Brasil | 320 págs. (R$ 59,90) Folha - Narrativas de ficção e não ficção têm o mesmo alcance da realidade? Elas têm alcances diferentes, mas igualmente poderosos. São essenciais, especialmente no que tange às mudanças sociais. É preciso tanto saber como é o mundo quanto exercitar a capacidade de imaginar como ele poderia ser. Você viaja muito pelo mundo. Que outras cidades dariam um livro como este? Infelizmente, quase todas. O mundo do capitalismo tardio em que vivemos depende da desigualdade, do trabalho barato, feito por imigrantes ou pessoas que têm mais dificuldade para reclamar seus direitos de cidadãos, enquanto boa parte da riqueza se concentra em corporações, do Estado ou não. No prefácio, você diz que "precisamos mudar o modo como falamos sobre a desigualdade". O livro já contribuiu para isso? Tenho que acreditar minimamente nisso. O livro foi publicado em seis países e muitos de seus autores têm grandes admiradores. Eles têm o poder de fazer as pessoas verem Nova York não como um mito, um cenário de filme, mas como um lugar onde as pessoas vivem bem e vivem mal. * EXPOSIÇÃO | MILLÔR FERNANDES A sede carioca do Instituto Moreira Salles, em "Millôr: Obra Gráfica", reúne 500 desenhos originais do artista (1923-2012). A retrospectiva de 70 anos de carreira destaca os principais temas das criações, de autorretratos a críticas da sociedade brasileira. Será lançado livro (R$ 129,90, 288 págs.) com reproduções, ensaios e cronologia da vida e da obra. Instituto Moreira Salles - Rio de Janeiro | tel. (21) 3284-7400 | abertura sáb. (16), às 18h de ter. a dom., das 11h às 20h | grátis | até 21/8 * CONFERÊNCIA | DOCUMENTÁRIO Parte da programação do festival É Tudo Verdade, a 15ª Conferência Internacional do Documentário - Petrobras homenageia, no centenário do seu nascimento, o crítico e escritor Paulo Emílio Salles Gomes (1916-77), um dos fundadores da Cinemateca Brasileira. Outro tema do evento será a produção da cineasta franco-egípcia Jihan El-Tahri, que participará de debate na quarta (13), às 14h. A programação completa está em etudoverdade.com.br. Cinemateca Brasileira | qua. (13) e qui. (14), a partir das 10h30 | grátis * LIVRO | CHRISTIAN LAVAL E PIERRE DARDOT Em "A Nova Razão do Mundo: Ensaios sobre a Sociedade Neoliberal", os pensadores franceses Christian Laval e Pierre Dardot analisam os fundamentos do capitalismo contemporâneo. Para o lançamento, os autores participarão de debates na USP (de 11 a 14 de abril), na UFRJ (dia 18) e na UFBA (dias 13 e 15). Leia um trecho do livro e veja a agenda completa dos autores no Brasil. Boitempo | 416 págs. (R$ 73) * EXPOSIÇÕES | CAETANO DE ALMEIDA E MATEO LÓPEZ Baseadas em linhas, as pinturas do paulista Caetano de Almeida criam padrões coloridos que dão sensação de movimento e densidade. Também está em cartaz no local "Palm Line Clock Hand", mostra do colombiano Mateo López, com desenho, vídeo, escultura e performance. Em espaço reativado da galeria –a duas quadras da sede, em SP–, foi montada escultura interativa que alude a um relógio. Galeria Luisa Strina | tel. (11) 3088-2471 | de seg. a sex., das 10h às 19h; sáb., das 10h às 17h | grátis | até 21/5 * EXPOSIÇÃO | TIAGO CARNEIRO DA CUNHA A mostra "Trânsito dos Infernos 2012-2015" é composta por 19 telas do paulistano, que, conhecido por suas esculturas de personagens estranhos e deformados, estreia na pintura. O conjunto é resultado de projeto experimental a que o artista passou a se dedicar depois da 30ª Bienal de São Paulo, em 2012, onde apresentou esculturas e trabalhos em vídeo. Galpão Fortes Vilaça | tel. (11) 3392-3942 | de ter. a sex., das 10h às 19h; sáb., das 10h às 18h | grátis | até 7/5
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Dólar sobe após dados de emprego nos EUA e com preocupações econômicas
Preocupações com as contas públicas brasileiras voltaram a influenciar nesta sexta-feira (4) a alta do dólar, que ultrapassou R$ 3,80 logo após a abertura dos negócios. O movimento é intensificado por dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos que podem motivar um aumento de juros naquele país, o que retiraria investimentos do Brasil e demais emergentes, encarecendo a moeda americana. Às 12h05 (de Brasília), o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha valorização de 0,56% sobre o real, cotado em R$ 3,804 na venda. É, por ora, o maior valor desde 29 de outubro de 2002, quando valia R$ 3,808 (ou R$ 6,45 hoje, após correção inflacionária). Na máxima, a moeda chegou aos R$ 3,817. Já o dólar comercial, utilizado em transações do comércio exterior, subia 1,25%, para R$ 3,807 na venda –também no maior valor, por enquanto, desde 29 de outubro de 2002, quando fechou cotado em R$ 3,820 (ou R$ 6,47 hoje). Mais cedo, a cotação atingiu R$ 3,816. Foram divulgados pela manhã dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos que mostraram a desaceleração do crescimento do emprego naquele país em agosto, embora números de junho e julho tenham sido revisados para cima. Para Eduardo Velho, economista-chefe da gestora Invx Global Partners, os dados de emprego nos EUA corroboram a ideia de um aumento nos juros neste ano, mas não necessariamente na reunião que o Federal Reserve (banco central americano) fará neste mês. "Acredito que o Fed vai sinalizar na próxima reunião quando elevará os juros, o que deve ocorrer mais para dezembro", disse. Uma elevação da taxa de juros tende a pressionar o dólar no Brasil, à medida que os investidores optam por tirar seus recursos de países emergentes e aplicar em títulos americanos, mais seguros. No geral, a avaliação de analistas é que o cenário interno segue sendo o principal fator que pressiona a cotação do dólar para cima. "Impacta [o câmbio] a sinalização do vice-presidente, Michel Temer, de que a presidente Dilma Rousseff não conseguiria completar o mandato com o nível de popularidade baixo que possui atualmente", afirmou Velho. Segundo o economista, "o governo não tem capacidade de aprovar as medidas necessárias para alcançar o ajuste fiscal". Nesta semana, especulações em torno de uma possível saída do ministro Joaquim Levy da Fazenda aumentou o nível de cautela dos investidores. Na quarta-feira (2), após falar com Levy por telefone, Dilma fez uma defesa pública do ministro, dizendo que ele "não está desgastado" nem "isolado" no governo. Na véspera, Levy foi a uma reunião convocada pela presidente com os ministros Nelson Barbosa (Planejamento) e Aloizio Mercadante (Casa Civil). O objetivo do encontro foi dar unidade interna em torno do titular da equipe econômica e evitar que ele deixe o cargo por falta de apoio. BOLSA RECUA No mercado de ações, o principal índice da Bolsa brasileira segue o mau humor visto nos mercados internacionais e opera no vermelho. Às 12h05, o Ibovespa perdia 1,34%, aos 46.728 pontos. O volume financeiro girava em torno de R$ 1,4 bilhão. No mesmo horário, as Bolsas de Nova York tinham quedas de mais de 1%, enquanto os mercados acionários europeus amargavam perdas superiores a 2%. Na Ásia, os principais índices de ações fecharam a sexta-feira em baixa. Segundo analistas, além da influência externa após dados de emprego nos EUA, o desempenho negativo do Ibovespa também reflete a piora no quadro macroeconômico e político no Brasil. As baixas das ações com maior peso dentro do índice ajudavam a empurrar o Ibovespa para baixo. Operavam no vermelho os papéis preferenciais (sem direito a voto) de Petrobras (-1,25%), Vale (-3,61%), Itaú (-3,05%) e Bradesco (-2,48%). Em sentido oposto, as ações da empresa de energia Eletrobras dominavam a ponta positiva do mercado. Os papéis preferenciais da companhia subiam 7,04%, a R$ 8,51 cada um, enquanto os ordinários (com direito a voto) tinham valorização de 4,37%, para R$ 5,25. A empresa informou na véspera que reapresentou à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) um pedido de indenização de rede de transmissão da Eletronorte no valor de R$ 2,926 bilhões. O valor é menor que os R$ 3,547 bilhões solicitados em 2014.
mercado
Dólar sobe após dados de emprego nos EUA e com preocupações econômicasPreocupações com as contas públicas brasileiras voltaram a influenciar nesta sexta-feira (4) a alta do dólar, que ultrapassou R$ 3,80 logo após a abertura dos negócios. O movimento é intensificado por dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos que podem motivar um aumento de juros naquele país, o que retiraria investimentos do Brasil e demais emergentes, encarecendo a moeda americana. Às 12h05 (de Brasília), o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha valorização de 0,56% sobre o real, cotado em R$ 3,804 na venda. É, por ora, o maior valor desde 29 de outubro de 2002, quando valia R$ 3,808 (ou R$ 6,45 hoje, após correção inflacionária). Na máxima, a moeda chegou aos R$ 3,817. Já o dólar comercial, utilizado em transações do comércio exterior, subia 1,25%, para R$ 3,807 na venda –também no maior valor, por enquanto, desde 29 de outubro de 2002, quando fechou cotado em R$ 3,820 (ou R$ 6,47 hoje). Mais cedo, a cotação atingiu R$ 3,816. Foram divulgados pela manhã dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos que mostraram a desaceleração do crescimento do emprego naquele país em agosto, embora números de junho e julho tenham sido revisados para cima. Para Eduardo Velho, economista-chefe da gestora Invx Global Partners, os dados de emprego nos EUA corroboram a ideia de um aumento nos juros neste ano, mas não necessariamente na reunião que o Federal Reserve (banco central americano) fará neste mês. "Acredito que o Fed vai sinalizar na próxima reunião quando elevará os juros, o que deve ocorrer mais para dezembro", disse. Uma elevação da taxa de juros tende a pressionar o dólar no Brasil, à medida que os investidores optam por tirar seus recursos de países emergentes e aplicar em títulos americanos, mais seguros. No geral, a avaliação de analistas é que o cenário interno segue sendo o principal fator que pressiona a cotação do dólar para cima. "Impacta [o câmbio] a sinalização do vice-presidente, Michel Temer, de que a presidente Dilma Rousseff não conseguiria completar o mandato com o nível de popularidade baixo que possui atualmente", afirmou Velho. Segundo o economista, "o governo não tem capacidade de aprovar as medidas necessárias para alcançar o ajuste fiscal". Nesta semana, especulações em torno de uma possível saída do ministro Joaquim Levy da Fazenda aumentou o nível de cautela dos investidores. Na quarta-feira (2), após falar com Levy por telefone, Dilma fez uma defesa pública do ministro, dizendo que ele "não está desgastado" nem "isolado" no governo. Na véspera, Levy foi a uma reunião convocada pela presidente com os ministros Nelson Barbosa (Planejamento) e Aloizio Mercadante (Casa Civil). O objetivo do encontro foi dar unidade interna em torno do titular da equipe econômica e evitar que ele deixe o cargo por falta de apoio. BOLSA RECUA No mercado de ações, o principal índice da Bolsa brasileira segue o mau humor visto nos mercados internacionais e opera no vermelho. Às 12h05, o Ibovespa perdia 1,34%, aos 46.728 pontos. O volume financeiro girava em torno de R$ 1,4 bilhão. No mesmo horário, as Bolsas de Nova York tinham quedas de mais de 1%, enquanto os mercados acionários europeus amargavam perdas superiores a 2%. Na Ásia, os principais índices de ações fecharam a sexta-feira em baixa. Segundo analistas, além da influência externa após dados de emprego nos EUA, o desempenho negativo do Ibovespa também reflete a piora no quadro macroeconômico e político no Brasil. As baixas das ações com maior peso dentro do índice ajudavam a empurrar o Ibovespa para baixo. Operavam no vermelho os papéis preferenciais (sem direito a voto) de Petrobras (-1,25%), Vale (-3,61%), Itaú (-3,05%) e Bradesco (-2,48%). Em sentido oposto, as ações da empresa de energia Eletrobras dominavam a ponta positiva do mercado. Os papéis preferenciais da companhia subiam 7,04%, a R$ 8,51 cada um, enquanto os ordinários (com direito a voto) tinham valorização de 4,37%, para R$ 5,25. A empresa informou na véspera que reapresentou à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) um pedido de indenização de rede de transmissão da Eletronorte no valor de R$ 2,926 bilhões. O valor é menor que os R$ 3,547 bilhões solicitados em 2014.
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Veterano Hypolito e estreante Nory levam primeiras medalhas no solo
Veja o vídeo Um veterano que, enfim, realiza o sonho de pendurar uma medalha no peito. Um jovem que se arrisca e atinge o que parecia improvável. A ginástica artística masculina do Brasil conseguiu um feito inédito nos Jogos do Rio e colocou dois atletas no pódio do solo: Diego Hypolito, 30, é prata; Arthur Nory, 22, bronze. "Não consigo acreditar que é real. Mostra para qualquer pessoa que, se acreditar, você pode realizar seu sonho. Em uma Olimpíada [2008] eu caí de bunda, na outra [2012], literalmente de cara, e agora caí e pé, afirmou Hypolito, campeão mundial de solo em 2005 e 2007. "Eu nem era tão bom agora quanto nas outras Olimpíadas e consegui uma medalha. Quando saí de lá parecia que havia saído um caminhão das minhas costas. Era minha terceira Olimpíada, com 30 anos, e vou para quarta Olimpíada, sim." 3:56 http://thumb.mais.uol.com.br/15960259-large.jpg?ver=0
esporte
Veterano Hypolito e estreante Nory levam primeiras medalhas no solo Veja o vídeo Um veterano que, enfim, realiza o sonho de pendurar uma medalha no peito. Um jovem que se arrisca e atinge o que parecia improvável. A ginástica artística masculina do Brasil conseguiu um feito inédito nos Jogos do Rio e colocou dois atletas no pódio do solo: Diego Hypolito, 30, é prata; Arthur Nory, 22, bronze. "Não consigo acreditar que é real. Mostra para qualquer pessoa que, se acreditar, você pode realizar seu sonho. Em uma Olimpíada [2008] eu caí de bunda, na outra [2012], literalmente de cara, e agora caí e pé, afirmou Hypolito, campeão mundial de solo em 2005 e 2007. "Eu nem era tão bom agora quanto nas outras Olimpíadas e consegui uma medalha. Quando saí de lá parecia que havia saído um caminhão das minhas costas. Era minha terceira Olimpíada, com 30 anos, e vou para quarta Olimpíada, sim." 3:56 http://thumb.mais.uol.com.br/15960259-large.jpg?ver=0
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Plínio Marcos proibido, revista Artéria e mais cinco indicações culturais
LEITURA DRAMÁTICA | REPORTAGEM DE UM TEMPO MAU A peça de Plínio Marcos, colagem de trechos de diversos autores, agora sob direção de Roberto Ascar, encerra a primeira temporada do projeto "Censura em Cena", que busca recuperar textos censurados no Brasil. Proibida, a montagem teve uma única apresentação, no Teatro de Arena, a portas fechadas, em 1965, com, entre outros, Cláudio Mamberti, Walderez de Barros e Ney Latorraca. Centro de Pesquisa e Formação - Sesc | tel. (11) 3254-5600 | sáb. (25), às 14h | grátis (inscrição nas unidades do Sesc ou no site sescsp.org.br/cpf) * EXPOSIÇÃO | UNÂNIME NOITE Com curadoria de Bernardo José de Souza, a mostra coletiva reúne obras de 29 artistas, como se fossem capítulos de um mesmo livro. Sara Ramo, Pablo Ferretti, Matheus Rocha Pitta e Daniel Steegmann Mangrané são alguns dos participantes com pinturas, esculturas, textos, instalações, desenhos, fotografias e filmes. galeria Bolsa de Arte | tel. (11) 3097-9673 | de seg. a sex., das 10h às 19h; sáb., das 11h às 16h | grátis | até 2/7 LANÇAMENTO | REVISTA ARTÉRIA O número 11 da publicação de poesia experimental que completou 40 anos em 2015 será lançado no sábado (18), às 16h. Uma exposição comemora o aniversário reunindo serigrafias, adesivos, objetos, vídeos e trabalhos publicados por Julio Plaza, Regina Silveira, Augusto de Campos e outros. Caixa Cultural São Paulo | tel. (11) 3321-4400 | de ter. a dom., 9h às 19h | grátis | até 17/7 * MÚSICA | GIDON KREMER O violinista da Letônia se apresenta com a orquestra de câmara KREMERrata Báltica. Na primeira noite, Mieczyslaw Weinberg, Schumann, Tchaikóvski, Mussorgski e Valentin Silvestrov no repertório, já o programa de quarta tem Beethoven, Schumann, Alexander Raskatov e Astor Piazzolla. Sala São Paulo | tel. (11) 3367-9500 | ter. (21) e qua. (22), às 21h | de R$ 120 a R$ 400 Gidon Kremer e a KREMERrata Báltica tocam Astor Piazzolla Gidon Kremer e a KREMERrata Báltica tocam Astor Piazzolla EXPOSIÇÃO | RODRIGO MARTINS Vencedor em 2014 do Prêmio EDP nas Artes, o artista (Rio de Janeiro, 1988) tem sua primeira individual em São Paulo com pinturas a óleo e esculturas em bronze e gesso. Central Galeria | tel. (11) 2645-4480 | de seg. a sex., das 11h às 19h; sáb., das 11h às 17h | grátis | até 6/8 DEBATE | TRILOGIA ABNEGAÇÃO Junto da estreia de "Abnegação 3", da companhia Tablado de Arruar, o evento organiza série de debates até 16/7 sobre o lugar da cultura quando a esquerda chega ao poder. No dia 18, Nuno Ramos, Eduardo Climachauska e Rômulo Fróes falam dos limites entre real e artístico e entre teoria e prática. Sesc Ipiranga | tel. (11) 3340-2000 | sáb. (18), às 15h | grátis (ingressos uma hora antes) * DANÇA | CIA. DE DANÇA DEBORAH COLKER O grupo apresenta o novo espetáculo, "VeRo", inspirado em movimentos de atletas de modalidades olímpicas. Colker é a responsável pela coreografia da cerimônia de abertura dos Jogos do Rio neste ano. Teatro Alfa | tel. (11) 5693-4000 | estreia sex. (24), às 21h30 | de ter. a qui., às 21h; sex., às 21h30; sáb., às 20h; dom., às 18h | de R$ 50 a R$ 150 | até 3/7
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Plínio Marcos proibido, revista Artéria e mais cinco indicações culturaisLEITURA DRAMÁTICA | REPORTAGEM DE UM TEMPO MAU A peça de Plínio Marcos, colagem de trechos de diversos autores, agora sob direção de Roberto Ascar, encerra a primeira temporada do projeto "Censura em Cena", que busca recuperar textos censurados no Brasil. Proibida, a montagem teve uma única apresentação, no Teatro de Arena, a portas fechadas, em 1965, com, entre outros, Cláudio Mamberti, Walderez de Barros e Ney Latorraca. Centro de Pesquisa e Formação - Sesc | tel. (11) 3254-5600 | sáb. (25), às 14h | grátis (inscrição nas unidades do Sesc ou no site sescsp.org.br/cpf) * EXPOSIÇÃO | UNÂNIME NOITE Com curadoria de Bernardo José de Souza, a mostra coletiva reúne obras de 29 artistas, como se fossem capítulos de um mesmo livro. Sara Ramo, Pablo Ferretti, Matheus Rocha Pitta e Daniel Steegmann Mangrané são alguns dos participantes com pinturas, esculturas, textos, instalações, desenhos, fotografias e filmes. galeria Bolsa de Arte | tel. (11) 3097-9673 | de seg. a sex., das 10h às 19h; sáb., das 11h às 16h | grátis | até 2/7 LANÇAMENTO | REVISTA ARTÉRIA O número 11 da publicação de poesia experimental que completou 40 anos em 2015 será lançado no sábado (18), às 16h. Uma exposição comemora o aniversário reunindo serigrafias, adesivos, objetos, vídeos e trabalhos publicados por Julio Plaza, Regina Silveira, Augusto de Campos e outros. Caixa Cultural São Paulo | tel. (11) 3321-4400 | de ter. a dom., 9h às 19h | grátis | até 17/7 * MÚSICA | GIDON KREMER O violinista da Letônia se apresenta com a orquestra de câmara KREMERrata Báltica. Na primeira noite, Mieczyslaw Weinberg, Schumann, Tchaikóvski, Mussorgski e Valentin Silvestrov no repertório, já o programa de quarta tem Beethoven, Schumann, Alexander Raskatov e Astor Piazzolla. Sala São Paulo | tel. (11) 3367-9500 | ter. (21) e qua. (22), às 21h | de R$ 120 a R$ 400 Gidon Kremer e a KREMERrata Báltica tocam Astor Piazzolla Gidon Kremer e a KREMERrata Báltica tocam Astor Piazzolla EXPOSIÇÃO | RODRIGO MARTINS Vencedor em 2014 do Prêmio EDP nas Artes, o artista (Rio de Janeiro, 1988) tem sua primeira individual em São Paulo com pinturas a óleo e esculturas em bronze e gesso. Central Galeria | tel. (11) 2645-4480 | de seg. a sex., das 11h às 19h; sáb., das 11h às 17h | grátis | até 6/8 DEBATE | TRILOGIA ABNEGAÇÃO Junto da estreia de "Abnegação 3", da companhia Tablado de Arruar, o evento organiza série de debates até 16/7 sobre o lugar da cultura quando a esquerda chega ao poder. No dia 18, Nuno Ramos, Eduardo Climachauska e Rômulo Fróes falam dos limites entre real e artístico e entre teoria e prática. Sesc Ipiranga | tel. (11) 3340-2000 | sáb. (18), às 15h | grátis (ingressos uma hora antes) * DANÇA | CIA. DE DANÇA DEBORAH COLKER O grupo apresenta o novo espetáculo, "VeRo", inspirado em movimentos de atletas de modalidades olímpicas. Colker é a responsável pela coreografia da cerimônia de abertura dos Jogos do Rio neste ano. Teatro Alfa | tel. (11) 5693-4000 | estreia sex. (24), às 21h30 | de ter. a qui., às 21h; sex., às 21h30; sáb., às 20h; dom., às 18h | de R$ 50 a R$ 150 | até 3/7
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O fotógrafo Leandro Godoi é o convidado desta semana no #168horas
DE SÃO PAULO O jornalista e fotógrafo Leandro Godoi vai mostrar um pouco de São Paulo sob suas lentes no projeto #168horas, que você acompanha no Instagram da @revistasaopaulo. Conversamos com ele antes de assumir o feed. 1) Qual a sua relação com São Paulo? São Paulo, para mim, é como um organismo vivo. Suas ruas, calçadas, ciclovias e avenidas são como veias pulsantes que levam e trazem histórias todos os dias. Escolhi morar no centro pra estar perto de tudo isso, de todas essas infinitas e boas crônicas do cotidiano paulistano. pra quem tem a fotografia como ofício, a cidade é um prato cheio. 2) Por que São Paulo merece ser retratada? O dia a dia na megalópole é repleto de detalhes que muitas vezes passam despercebidos. A fotografia, ao meu ver, tem a função de buscar e explorar essas peculiaridades. 3) Qual o melhor lugar em SP para fotografar? Por quê? De Itaquera à Barra Funda, do Jabaquara ao Tucuruvi, cada bairro tem suas características, mas todos com algo em comum: a velocidade. Em São Paulo a vida corre pelas ruas, pelo asfalto. Fotografar essa rotina frenética é algo que se revela interessante em qualquer bairro. 4) O que te motiva a fotografar? A fotografia sempre esteve presente na minha vida, desde infância. Da primeira câmera fotográfica analógica da família até a primeira digital, já adulto, o hobby sempre esteve presente. Formado em jornalismo, o que era diversão, virou profissão e as motivações são diversas: congelar instantes, contar histórias inusitadas, brincar com a luz, com a poesia das imagens. 5) O que podemos esperar de você nas próximas 168horas? Durante esta semana explorarei a cidade com a proposta de promover uma conversa entre três imagens distintas, com um fio condutor entre elas: o caos, o corre-corre. O dia, a tarde e a noite, com seu show de luzes, estarão por lá.
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O fotógrafo Leandro Godoi é o convidado desta semana no #168horasDE SÃO PAULO O jornalista e fotógrafo Leandro Godoi vai mostrar um pouco de São Paulo sob suas lentes no projeto #168horas, que você acompanha no Instagram da @revistasaopaulo. Conversamos com ele antes de assumir o feed. 1) Qual a sua relação com São Paulo? São Paulo, para mim, é como um organismo vivo. Suas ruas, calçadas, ciclovias e avenidas são como veias pulsantes que levam e trazem histórias todos os dias. Escolhi morar no centro pra estar perto de tudo isso, de todas essas infinitas e boas crônicas do cotidiano paulistano. pra quem tem a fotografia como ofício, a cidade é um prato cheio. 2) Por que São Paulo merece ser retratada? O dia a dia na megalópole é repleto de detalhes que muitas vezes passam despercebidos. A fotografia, ao meu ver, tem a função de buscar e explorar essas peculiaridades. 3) Qual o melhor lugar em SP para fotografar? Por quê? De Itaquera à Barra Funda, do Jabaquara ao Tucuruvi, cada bairro tem suas características, mas todos com algo em comum: a velocidade. Em São Paulo a vida corre pelas ruas, pelo asfalto. Fotografar essa rotina frenética é algo que se revela interessante em qualquer bairro. 4) O que te motiva a fotografar? A fotografia sempre esteve presente na minha vida, desde infância. Da primeira câmera fotográfica analógica da família até a primeira digital, já adulto, o hobby sempre esteve presente. Formado em jornalismo, o que era diversão, virou profissão e as motivações são diversas: congelar instantes, contar histórias inusitadas, brincar com a luz, com a poesia das imagens. 5) O que podemos esperar de você nas próximas 168horas? Durante esta semana explorarei a cidade com a proposta de promover uma conversa entre três imagens distintas, com um fio condutor entre elas: o caos, o corre-corre. O dia, a tarde e a noite, com seu show de luzes, estarão por lá.
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Editorial: Com quem andas
Ganhou natural destaque, no noticiário desta semana, a eleição para a presidência da Câmara dos Deputados e do Senado, mas não se limitou ao plano federal a escolha de nomes para comandar o Poder Legislativo. O mesmo processo se repetiu nas Assembleias de quase todos os Estados brasileiros. Se, no Congresso Nacional, os olhares da imprensa se voltaram para o clima de provação política de que se cercou a disputa, no plano estadual chamou a atenção a complacência, por assim dizer, de boa parte dos deputados. Como esta Folha noticiou na segunda-feira (2), ao menos oito presidentes de Assembleias Legislativas têm na Justiça pendências relativas à administração pública. São políticos que devem aos tribunais explicações satisfatórias sobre contratações duvidosas, irregularidades em prestações de contas ou suspeitas de desvio de recursos. De um ponto de vista estritamente jurídico, não vai aí nenhuma ilegalidade. Sem que tenham sido barrados pela Lei da Ficha Limpa, todos puderam entrar na respectiva Casa pela porta da frente e pleitear a cabeceira da mesa. Isso não torna menos estapafúrdia a situação verificada, por exemplo, no Amapá. Presidente da Assembleia desde 2011, Moisés Souza (PSC) terminou reeleito por seus pares, que deram de ombros para o fato de ele ser investigado por desviar milhões de reais do próprio Poder Legislativo. Réu em mais de dez ações penais, Souza teve seu afastamento determinado pela Justiça em quatro ocasiões, mas preserva o cargo por meio de decisões provisórias. Não é menos esdrúxulo o caso de Maurão de Carvalho (PP), escolhido de forma unânime para comandar a Assembleia de Rondônia. Ao lado de outros deputados, ele teve seu nome apanhado num esquema de emissões indiscriminadas de 1.757 passagens áreas. Circunstâncias semelhantes, com variações quanto aos montantes em tese desviados e ao grau de desfaçatez dos envolvidos, também marcaram a eleição do Legislativo do Rio Grande do Sul, do Mato Grosso do Sul, de Roraima, do Piauí, da Bahia e do Espírito Santo. Como de praxe nessas situações, os políticos alegam inocência, e não cabe a ninguém condená-los antes que os tribunais o façam de maneira definitiva. Entre a sentença judicial e a presidência da Assembleia, contudo, há um meio-termo fácil de ser localizado. Não é que certos deputados tenham dificuldade de encontrá-lo; ao que tudo indica, só não se sentem representados por pessoas cuja probidade esteja livre de suspeitas.
opiniao
Editorial: Com quem andasGanhou natural destaque, no noticiário desta semana, a eleição para a presidência da Câmara dos Deputados e do Senado, mas não se limitou ao plano federal a escolha de nomes para comandar o Poder Legislativo. O mesmo processo se repetiu nas Assembleias de quase todos os Estados brasileiros. Se, no Congresso Nacional, os olhares da imprensa se voltaram para o clima de provação política de que se cercou a disputa, no plano estadual chamou a atenção a complacência, por assim dizer, de boa parte dos deputados. Como esta Folha noticiou na segunda-feira (2), ao menos oito presidentes de Assembleias Legislativas têm na Justiça pendências relativas à administração pública. São políticos que devem aos tribunais explicações satisfatórias sobre contratações duvidosas, irregularidades em prestações de contas ou suspeitas de desvio de recursos. De um ponto de vista estritamente jurídico, não vai aí nenhuma ilegalidade. Sem que tenham sido barrados pela Lei da Ficha Limpa, todos puderam entrar na respectiva Casa pela porta da frente e pleitear a cabeceira da mesa. Isso não torna menos estapafúrdia a situação verificada, por exemplo, no Amapá. Presidente da Assembleia desde 2011, Moisés Souza (PSC) terminou reeleito por seus pares, que deram de ombros para o fato de ele ser investigado por desviar milhões de reais do próprio Poder Legislativo. Réu em mais de dez ações penais, Souza teve seu afastamento determinado pela Justiça em quatro ocasiões, mas preserva o cargo por meio de decisões provisórias. Não é menos esdrúxulo o caso de Maurão de Carvalho (PP), escolhido de forma unânime para comandar a Assembleia de Rondônia. Ao lado de outros deputados, ele teve seu nome apanhado num esquema de emissões indiscriminadas de 1.757 passagens áreas. Circunstâncias semelhantes, com variações quanto aos montantes em tese desviados e ao grau de desfaçatez dos envolvidos, também marcaram a eleição do Legislativo do Rio Grande do Sul, do Mato Grosso do Sul, de Roraima, do Piauí, da Bahia e do Espírito Santo. Como de praxe nessas situações, os políticos alegam inocência, e não cabe a ninguém condená-los antes que os tribunais o façam de maneira definitiva. Entre a sentença judicial e a presidência da Assembleia, contudo, há um meio-termo fácil de ser localizado. Não é que certos deputados tenham dificuldade de encontrá-lo; ao que tudo indica, só não se sentem representados por pessoas cuja probidade esteja livre de suspeitas.
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Por direitos autorais e publicidade, 'youtubers' reclamam de pirataria
Fosse o segmento de vídeos on-line um tribunal, o Facebook estaria no banco dos réus, já ocupado por quem, hoje, o acusa: o YouTube. Personalidades populares no site do Google iniciaram recentemente uma guerra –por ora, só de palavras– contra a pirataria de seus vídeos. As peças são baixadas do YouTube por usuários ou empresas e republicadas na rede social, quase sempre sem créditos. E, o mais importante para o autor do vídeo, sem as compensações financeiras que o YouTube dá. "O Facebook lucra com vídeos copiados, dificulta o processo de remoção [de conteúdo ilegal] e não permite remuneração do produtor", diz o carioca Felipe Neto, 27, criador de dois dos dez maiores canais em número de assinantes no YouTube no Brasil. Lá fora, Smarter Every Day (3 milhões de assinantes) e Vlogbrothers (2,6 milhões) já divulgaram comunicados contra esse tipo de pirataria. Segundo um estudo da empresa de marketing Ogilvy, 72,5% dos mil vídeos mais populares no Facebook no segundo trimestre de 2015 haviam sido copiados sem autorização para a rede social –ou 17 bilhões de visualizações de conteúdo pirateado. A rede social não atendeu aos pedidos de entrevista da Folha. Na semana passada, em comunicado, disse estar trabalhando em formas de combater a pirataria –sem especificar quais seriam. "Levamos a sério a propriedade intelectual", escreveu Matt Pakes, diretor de vídeo do site. O YouTube já enfrentou processos por infração de direitos autorais –um deles, bilionário, movido em dezembro por artistas como Pharrell Williams e a banda Eagles. Hoje, o site rastreia automaticamente conteúdo protegido e permite que os detentores ordenem sua remoção –ou ganhem dinheiro com a publicidade exibida. Felipe Neto diz que, "por ética", não faz upload de vídeos na íntegra no Facebook. Outros, como os americanos The Young Turks, um dos maiores canais do mundo na categoria de notícias (2,3 milhões de assinantes), publicam em várias plataformas. "Inclusive no Facebook, para alcançar novos públicos", diz Steven Oh, diretor do TYT Network. O canal multiplicou em 24 vezes o número de visualizações na rede social em seis meses (48 milhões em junho). GUERRA DE NÚMEROS O Facebook tem apostado cada vez mais em vídeos. Na semana passada criou o Live, ferramenta restrita a celebridades, para transmissões ao vivo –recurso já oferecido por YouTube e Twitter (Periscope). Em janeiro, anunciou que havia chegado à marca de 3 bilhões de visualizações diárias de vídeos –a de 4 bilhões foi alcançada três meses depois. Em abril, foi divulgado que o YouTube tinha 7 bilhões de visualizações diárias, número que subiu para 8 bilhões em julho. Vídeos no Facebook são reproduzidos automaticamente no "feed" –em três segundos, contam como uma visualização. No YouTube, a conta varia, mas, em uma peça de cinco minutos, costuma valer a partir do 30º segundo. Para Jamie Byrne, diretor de estratégia em conteúdo no YouTube, a métrica que mais importa é a de tempo assistido, para o criador de conteúdo e para os anunciantes. Por outro lado, ele diz acreditar que há lugar para plataformas simultâneas. "Um filme vai para o cinema, depois para disco, TV e, agora, serviços como Hulu e Netflix." Essa lógica, de "tirar o máximo do conteúdo", para ele, também pode valer on-line –no YouTube ou no Facebook. * NÚMEROS DO YOUTUBE * NÚMEROS DO FACEBOOK
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Por direitos autorais e publicidade, 'youtubers' reclamam de piratariaFosse o segmento de vídeos on-line um tribunal, o Facebook estaria no banco dos réus, já ocupado por quem, hoje, o acusa: o YouTube. Personalidades populares no site do Google iniciaram recentemente uma guerra –por ora, só de palavras– contra a pirataria de seus vídeos. As peças são baixadas do YouTube por usuários ou empresas e republicadas na rede social, quase sempre sem créditos. E, o mais importante para o autor do vídeo, sem as compensações financeiras que o YouTube dá. "O Facebook lucra com vídeos copiados, dificulta o processo de remoção [de conteúdo ilegal] e não permite remuneração do produtor", diz o carioca Felipe Neto, 27, criador de dois dos dez maiores canais em número de assinantes no YouTube no Brasil. Lá fora, Smarter Every Day (3 milhões de assinantes) e Vlogbrothers (2,6 milhões) já divulgaram comunicados contra esse tipo de pirataria. Segundo um estudo da empresa de marketing Ogilvy, 72,5% dos mil vídeos mais populares no Facebook no segundo trimestre de 2015 haviam sido copiados sem autorização para a rede social –ou 17 bilhões de visualizações de conteúdo pirateado. A rede social não atendeu aos pedidos de entrevista da Folha. Na semana passada, em comunicado, disse estar trabalhando em formas de combater a pirataria –sem especificar quais seriam. "Levamos a sério a propriedade intelectual", escreveu Matt Pakes, diretor de vídeo do site. O YouTube já enfrentou processos por infração de direitos autorais –um deles, bilionário, movido em dezembro por artistas como Pharrell Williams e a banda Eagles. Hoje, o site rastreia automaticamente conteúdo protegido e permite que os detentores ordenem sua remoção –ou ganhem dinheiro com a publicidade exibida. Felipe Neto diz que, "por ética", não faz upload de vídeos na íntegra no Facebook. Outros, como os americanos The Young Turks, um dos maiores canais do mundo na categoria de notícias (2,3 milhões de assinantes), publicam em várias plataformas. "Inclusive no Facebook, para alcançar novos públicos", diz Steven Oh, diretor do TYT Network. O canal multiplicou em 24 vezes o número de visualizações na rede social em seis meses (48 milhões em junho). GUERRA DE NÚMEROS O Facebook tem apostado cada vez mais em vídeos. Na semana passada criou o Live, ferramenta restrita a celebridades, para transmissões ao vivo –recurso já oferecido por YouTube e Twitter (Periscope). Em janeiro, anunciou que havia chegado à marca de 3 bilhões de visualizações diárias de vídeos –a de 4 bilhões foi alcançada três meses depois. Em abril, foi divulgado que o YouTube tinha 7 bilhões de visualizações diárias, número que subiu para 8 bilhões em julho. Vídeos no Facebook são reproduzidos automaticamente no "feed" –em três segundos, contam como uma visualização. No YouTube, a conta varia, mas, em uma peça de cinco minutos, costuma valer a partir do 30º segundo. Para Jamie Byrne, diretor de estratégia em conteúdo no YouTube, a métrica que mais importa é a de tempo assistido, para o criador de conteúdo e para os anunciantes. Por outro lado, ele diz acreditar que há lugar para plataformas simultâneas. "Um filme vai para o cinema, depois para disco, TV e, agora, serviços como Hulu e Netflix." Essa lógica, de "tirar o máximo do conteúdo", para ele, também pode valer on-line –no YouTube ou no Facebook. * NÚMEROS DO YOUTUBE * NÚMEROS DO FACEBOOK
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O preço da greve
O Supremo Tribunal Federal deu mais um passo para corrigir grave omissão do Congresso. Seus ministros decidiram que a administração pública deve descontar do pagamento dos servidores os dias de paralisação do trabalho em decorrência de greve, assunto que desde a Constituição de 1988 espera regulamentação por meio de lei. Há quase uma década o STF improvisara uma solução para a lacuna normativa ao enquadrar o funcionalismo na Lei de Greve, regime em tese voltado ao setor privado. Nenhum desses julgamentos, contudo, eliminou —nem poderiam— o caráter incompleto da definição de direitos e deveres de servidores em greve. Com a decisão desta semana, a regra do desconto dos dias parados, por exemplo, está sujeita a exceções que podem suscitar dúvidas e, pois, mais disputas judiciais. Não haverá deduções no caso de atraso salarial e na hipótese bem mais discutível de atitude indevida do poder público, como a recusa de negociação. Ademais, se houver acordo entre as partes, os dias de paralisação podem ser pagos. De mais importante, continua em aberto a questão dos limites do exercício do direito de greve em funções públicas, que obviamente têm características específicas. Somente uma lei pode determinar quais são os serviços essenciais, que deveriam ser prestados em limites mínimos mesmo durante movimento paredista, ou proibir que certas categorias envolvam-se em mobilizações reivindicatórias. A decisão do STF reduz o incentivo a atitudes impensadas, à retórica simplista de grevistas irresponsáveis, ao descaso como o cidadão que se vê privado do atendimento de suas necessidades pelo poder público. A interrupção dos serviços não deveria ser recurso banal da reivindicação trabalhista. A lei deveria estabelecer procedimentos formais e específicos para, primeiro, conduzir a administração pública e os servidores à mesa de negociação; em casos difíceis, a uma instância externa de conciliação e resolução de conflitos. Antes de tais ensaios compulsórios de acordo, o recurso à greve deveria estar sujeito a sanções. Algumas dessas diretrizes constam de projeto de lei do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), de 2011, ora parado na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado. A decisão do Supremo Tribunal Federal deveria servir de alerta para que os parlamentares deem fim a 26 anos de negligência em relação a direitos dos servidores públicos e da população, que não raro se vê desamparada por essa falta de disciplina legal e, muito mais, de serviços já tão escassos. editoriais@grupofolha.com.br
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O preço da greveO Supremo Tribunal Federal deu mais um passo para corrigir grave omissão do Congresso. Seus ministros decidiram que a administração pública deve descontar do pagamento dos servidores os dias de paralisação do trabalho em decorrência de greve, assunto que desde a Constituição de 1988 espera regulamentação por meio de lei. Há quase uma década o STF improvisara uma solução para a lacuna normativa ao enquadrar o funcionalismo na Lei de Greve, regime em tese voltado ao setor privado. Nenhum desses julgamentos, contudo, eliminou —nem poderiam— o caráter incompleto da definição de direitos e deveres de servidores em greve. Com a decisão desta semana, a regra do desconto dos dias parados, por exemplo, está sujeita a exceções que podem suscitar dúvidas e, pois, mais disputas judiciais. Não haverá deduções no caso de atraso salarial e na hipótese bem mais discutível de atitude indevida do poder público, como a recusa de negociação. Ademais, se houver acordo entre as partes, os dias de paralisação podem ser pagos. De mais importante, continua em aberto a questão dos limites do exercício do direito de greve em funções públicas, que obviamente têm características específicas. Somente uma lei pode determinar quais são os serviços essenciais, que deveriam ser prestados em limites mínimos mesmo durante movimento paredista, ou proibir que certas categorias envolvam-se em mobilizações reivindicatórias. A decisão do STF reduz o incentivo a atitudes impensadas, à retórica simplista de grevistas irresponsáveis, ao descaso como o cidadão que se vê privado do atendimento de suas necessidades pelo poder público. A interrupção dos serviços não deveria ser recurso banal da reivindicação trabalhista. A lei deveria estabelecer procedimentos formais e específicos para, primeiro, conduzir a administração pública e os servidores à mesa de negociação; em casos difíceis, a uma instância externa de conciliação e resolução de conflitos. Antes de tais ensaios compulsórios de acordo, o recurso à greve deveria estar sujeito a sanções. Algumas dessas diretrizes constam de projeto de lei do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), de 2011, ora parado na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado. A decisão do Supremo Tribunal Federal deveria servir de alerta para que os parlamentares deem fim a 26 anos de negligência em relação a direitos dos servidores públicos e da população, que não raro se vê desamparada por essa falta de disciplina legal e, muito mais, de serviços já tão escassos. editoriais@grupofolha.com.br
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Seca nos Estados Unidos transforma rio Grande em fio d'água
Nos mapas, o majestoso rio Grande percorre cerca de 3.000 quilômetros, das montanhas San Juan, no sul do Colorado, até o golfo do México. Na realidade, porém, fazendas e cidades consomem quase toda sua água antes de o rio chegar ao canal que irriga a fazenda de Bobby Skov, nos arredores de El Paso, quando ainda faltam mais de 1.600 quilômetros para o golfo. Agora encolhido devido à seca histórica que assola a Califórnia e a maior parte do sudoeste dos EUA, o rio se reduziu a um fiapo úmido. "A situação vem se agravando progressivamente desde o início dos anos 2000", disse Skov, acrescentando que sua fazenda vai conseguir sobreviver com dificuldade -isto é, se a tendência não continuar. A seca na Califórnia rouba todas as manchetes. Mas todo o oeste dos EUA, do Texas ao Arizona e Colorado, sofre o efeito dos padrões climáticos mutantes que levaram as áreas de neve a encolher, elevaram as temperaturas, intensificaram a evaporação e fizeram as represas alcançar níveis baixíssimos. Numa região que modificou sistemas fluviais inteiros para construir cidades e fazendas em lugares onde, de outro modo, elas não poderiam estar, a seca é um desafio histórico. Muitos cientistas veem a situação atual como precursora do oeste americano permanentemente mais seco e quente que o aquecimento global vai gerar ainda neste século. Se sim, a ordem de racionamento de água lançada neste mês pelo governador da Califórnia, Jerry Brown, pode ser um sinal do que vem pela frente. O Arizona, que fez um pacto de partilha das águas do rio Colorado entre sete Estados americanos, prepara-se para a primeira redução de sua parcela, dentro de dois anos, se o reservatório principal do rio, o lago Mead, continuar a cair para níveis inferiores ao atual, que já é um recorde histórico baixo. Os perigos da seca estão à mostra ao longo do rio Grande. O trabalho de agricultores está cada vez mais difícil, e a Suprema Corte julga uma disputa entre o Texas e o Novo México em torno de direitos de água. Mas alguns pequenos sinais de esperança podem ser vislumbrados. Albuquerque, a maior cidade do Novo México às margens do rio Grande, reduziu seu consumo de água em um quarto em 20 anos, ao mesmo tempo em que sua população cresceu em um terço. Agricultores e sistemas de irrigação, que consomem cerca de 26 de cada 38 litros de água do rio, estão tomando medidas para tirar bom proveito de cada gota de água que recebem. John Fleck, do Programa de Recursos Hídricos da Universidade do Novo México, disse que ninguém deve minimizar a gravidade da situação enfrentada pelo oeste americano. Mas, segundo ele, essa situação não é necessariamente indicativa de ruína. "Não é o fim", comentou. "Quando a água escasseia, os agricultores ficam criativos." Boa parte do rio Grande hoje não passa de um canal magnificamente controlado -endireitado, desviado, barrado, sangrado por canais, ligado por um túnel à bacia do rio Colorado, ao norte, entregando seu último fiapo de água no sul a uma valeta que leva água a agricultores perto de El Paso. Apenas quilômetros mais adiante é que afluentes no México vão reabastecer seu percurso até o golfo do México. Bobby Skov, 44, está no final desse canal. Ele comenta, brincando, que a partir da área de seus 607 hectares de terra, onde ele cultiva nogueiras-pecãs, cebolas e alfafa, ele poderia jogar uma bola de golfe que atravessaria o canal quase seco do rio Grande e chegaria ao México. Em um mundo perfeito, suas plantações consumiriam até 1,2 metro de água numa estação de cultivo, e, 15 anos atrás, o canal lhe fornecia a maior parte disso. "Cultivávamos muitas pimentas vermelhas, muita pimenta 'jalapeño'. Quando a água era abundante, dava para fazer muitas coisas", comentou. Hoje Skov deixa um quinto de seus campos ocioso, e a água do canal, que antes fluía de março a outubro, chega em junho e desaparece em agosto. Skov compensa o deficit com cinco centímetros de água tratada da usina de tratamento de esgotos da cidade e com água salobra de poços antes abandonados. A água salobra envenena as plantas ao mesmo tempo que as salva, reduzindo suas safras em até um quinto. Mas a alternativa seria ainda pior. A escassez de água em todo o oeste do país compartilha muitas das mesmas causas. Como o rio Sacramento na Califórnia e o rio Colorado nas Rochosas, o rio Grande é alimentado em grande parte pelo derretimento da camada de gelo que cobre os picos das montanhas -e essa camada está encolhendo e vem derretendo em menos tempo. A razão disso é a alta das temperaturas. O Birô Federal de Recuperação, que gere boa parte da água no oeste dos EUA, relatou em 2013 que a temperatura média no alto rio Grande, no Colorado e Novo México, subiu cerca de 1,5°C nos 40 anos que terminaram em 2011 -e pode subir mais 2°C a 4°C até 2100. O aquecimento verificado naquele período de 40 anos superou qualquer fenômeno visto nos últimos 11.300 anos. De acordo com a análise do Birô, o aquecimento futuro pode "causar danos ambientais consideráveis e mudar a hidrologia da região". Neste mês, o serviço federal de previsões avaliou o fluxo de neve derretida das montanhas que alimenta a parte norte do rio Grande como sendo cerca de a metade do registrado nas duas últimas décadas do século 20. É provável que a situação se agrave. A análise feita pelo Birô de Recuperação em 2013 concluiu que até o final deste século o rio Grande pode perder aproximadamente um terço de sua água. Teoricamente, o rio é administrado e controlado para absorver essa perda de modo a causar o mínimo possível de sofrimento para os 3 milhões de pessoas que dependem dele. Na prática, alguns usuários têm água em relativa abundância, enquanto outros passam necessidade. As regras de partilha da água do rio Grande são mais complexas que o sistema de aproveitamento do rio. Todos -distritos de irrigação, governos, autoridades tribais etc.- têm direito à água, e alguns possuem represas dedicadas mais ou menos exclusivamente a seu uso próprio. Especialistas dizem que os consumidores de água devem começar a se preparar para encarar um futuro muito mais seco. Em muitos lugares às margens do rio Grande, governos locais e agricultores estão reduzindo seu consumo e buscando maneiras inovadoras de produzir mais água. John Stomp, diretor operacional da empresa de água do Condado de Albuquerque Bernalillo, disse acreditar que, com conservação e cooperação entre os usuários da água do rio Grande, será possível resistir mesmo a um clima permanentemente árido. "Mas não será fácil", comentou. "Quando se trata de água, nada e fácil." Colaborou CORAL DAVENPORT
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Seca nos Estados Unidos transforma rio Grande em fio d'águaNos mapas, o majestoso rio Grande percorre cerca de 3.000 quilômetros, das montanhas San Juan, no sul do Colorado, até o golfo do México. Na realidade, porém, fazendas e cidades consomem quase toda sua água antes de o rio chegar ao canal que irriga a fazenda de Bobby Skov, nos arredores de El Paso, quando ainda faltam mais de 1.600 quilômetros para o golfo. Agora encolhido devido à seca histórica que assola a Califórnia e a maior parte do sudoeste dos EUA, o rio se reduziu a um fiapo úmido. "A situação vem se agravando progressivamente desde o início dos anos 2000", disse Skov, acrescentando que sua fazenda vai conseguir sobreviver com dificuldade -isto é, se a tendência não continuar. A seca na Califórnia rouba todas as manchetes. Mas todo o oeste dos EUA, do Texas ao Arizona e Colorado, sofre o efeito dos padrões climáticos mutantes que levaram as áreas de neve a encolher, elevaram as temperaturas, intensificaram a evaporação e fizeram as represas alcançar níveis baixíssimos. Numa região que modificou sistemas fluviais inteiros para construir cidades e fazendas em lugares onde, de outro modo, elas não poderiam estar, a seca é um desafio histórico. Muitos cientistas veem a situação atual como precursora do oeste americano permanentemente mais seco e quente que o aquecimento global vai gerar ainda neste século. Se sim, a ordem de racionamento de água lançada neste mês pelo governador da Califórnia, Jerry Brown, pode ser um sinal do que vem pela frente. O Arizona, que fez um pacto de partilha das águas do rio Colorado entre sete Estados americanos, prepara-se para a primeira redução de sua parcela, dentro de dois anos, se o reservatório principal do rio, o lago Mead, continuar a cair para níveis inferiores ao atual, que já é um recorde histórico baixo. Os perigos da seca estão à mostra ao longo do rio Grande. O trabalho de agricultores está cada vez mais difícil, e a Suprema Corte julga uma disputa entre o Texas e o Novo México em torno de direitos de água. Mas alguns pequenos sinais de esperança podem ser vislumbrados. Albuquerque, a maior cidade do Novo México às margens do rio Grande, reduziu seu consumo de água em um quarto em 20 anos, ao mesmo tempo em que sua população cresceu em um terço. Agricultores e sistemas de irrigação, que consomem cerca de 26 de cada 38 litros de água do rio, estão tomando medidas para tirar bom proveito de cada gota de água que recebem. John Fleck, do Programa de Recursos Hídricos da Universidade do Novo México, disse que ninguém deve minimizar a gravidade da situação enfrentada pelo oeste americano. Mas, segundo ele, essa situação não é necessariamente indicativa de ruína. "Não é o fim", comentou. "Quando a água escasseia, os agricultores ficam criativos." Boa parte do rio Grande hoje não passa de um canal magnificamente controlado -endireitado, desviado, barrado, sangrado por canais, ligado por um túnel à bacia do rio Colorado, ao norte, entregando seu último fiapo de água no sul a uma valeta que leva água a agricultores perto de El Paso. Apenas quilômetros mais adiante é que afluentes no México vão reabastecer seu percurso até o golfo do México. Bobby Skov, 44, está no final desse canal. Ele comenta, brincando, que a partir da área de seus 607 hectares de terra, onde ele cultiva nogueiras-pecãs, cebolas e alfafa, ele poderia jogar uma bola de golfe que atravessaria o canal quase seco do rio Grande e chegaria ao México. Em um mundo perfeito, suas plantações consumiriam até 1,2 metro de água numa estação de cultivo, e, 15 anos atrás, o canal lhe fornecia a maior parte disso. "Cultivávamos muitas pimentas vermelhas, muita pimenta 'jalapeño'. Quando a água era abundante, dava para fazer muitas coisas", comentou. Hoje Skov deixa um quinto de seus campos ocioso, e a água do canal, que antes fluía de março a outubro, chega em junho e desaparece em agosto. Skov compensa o deficit com cinco centímetros de água tratada da usina de tratamento de esgotos da cidade e com água salobra de poços antes abandonados. A água salobra envenena as plantas ao mesmo tempo que as salva, reduzindo suas safras em até um quinto. Mas a alternativa seria ainda pior. A escassez de água em todo o oeste do país compartilha muitas das mesmas causas. Como o rio Sacramento na Califórnia e o rio Colorado nas Rochosas, o rio Grande é alimentado em grande parte pelo derretimento da camada de gelo que cobre os picos das montanhas -e essa camada está encolhendo e vem derretendo em menos tempo. A razão disso é a alta das temperaturas. O Birô Federal de Recuperação, que gere boa parte da água no oeste dos EUA, relatou em 2013 que a temperatura média no alto rio Grande, no Colorado e Novo México, subiu cerca de 1,5°C nos 40 anos que terminaram em 2011 -e pode subir mais 2°C a 4°C até 2100. O aquecimento verificado naquele período de 40 anos superou qualquer fenômeno visto nos últimos 11.300 anos. De acordo com a análise do Birô, o aquecimento futuro pode "causar danos ambientais consideráveis e mudar a hidrologia da região". Neste mês, o serviço federal de previsões avaliou o fluxo de neve derretida das montanhas que alimenta a parte norte do rio Grande como sendo cerca de a metade do registrado nas duas últimas décadas do século 20. É provável que a situação se agrave. A análise feita pelo Birô de Recuperação em 2013 concluiu que até o final deste século o rio Grande pode perder aproximadamente um terço de sua água. Teoricamente, o rio é administrado e controlado para absorver essa perda de modo a causar o mínimo possível de sofrimento para os 3 milhões de pessoas que dependem dele. Na prática, alguns usuários têm água em relativa abundância, enquanto outros passam necessidade. As regras de partilha da água do rio Grande são mais complexas que o sistema de aproveitamento do rio. Todos -distritos de irrigação, governos, autoridades tribais etc.- têm direito à água, e alguns possuem represas dedicadas mais ou menos exclusivamente a seu uso próprio. Especialistas dizem que os consumidores de água devem começar a se preparar para encarar um futuro muito mais seco. Em muitos lugares às margens do rio Grande, governos locais e agricultores estão reduzindo seu consumo e buscando maneiras inovadoras de produzir mais água. John Stomp, diretor operacional da empresa de água do Condado de Albuquerque Bernalillo, disse acreditar que, com conservação e cooperação entre os usuários da água do rio Grande, será possível resistir mesmo a um clima permanentemente árido. "Mas não será fácil", comentou. "Quando se trata de água, nada e fácil." Colaborou CORAL DAVENPORT
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MTV entrega hoje seus prêmios de TV e cinema; 'Corra!' lidera indicações
O canal MTV realiza neste domingo (7) em Los Angeles a cerimônia de seu prêmio de cinema e televisão, os Movie & TV Awards. O filme de terror "Corra!", fenômeno dirigido por Jordan Peele com o ator Daniel Kaluuya como protagonista, lidera as indicações, concorrendo a seis prêmios, entre eles o de melhor filme. Mais irreverente do que outras premiações, a da MTV tem categorias inusitadas, como melhor herói, melhor vilão, melhor beijo. Neste ano, há ainda uma série de categorias novas, como melhor história americana, prêmio para enredos que celebrem os Estados Unidos, melhor luta contra o sistema, melhor momento nas redes sociais e melhor momento musical. Outra inovação é o fato de a MTV ter juntado homens e mulheres nos prêmios de atuação, não fazendo distinção entre melhor ator e melhor atriz. Kaluuya, de "Corra!", concorre nessa categoria ao lado de Emma Watson, por "A Bela e a Fera", Hailee Seinfeld, de "The Edge of Seventeen", Hugh Jackman, por "Logan", James McAvoy, de "Fragmentado", e Taraji P. Henson, de "Estrelas Além do Tempo". "A Bela e a Fera", "Logan", "Rogue One: Uma História Star Wars" e "The Edge of Seventeen" disputam o melhor filme ao lado do favorito "Corra!", que estreia no Brasil em 18 de maio depois de já ter arrecadado US$ 200 milhões em bilheterias no mundo todo. Os prêmios da MTV podem ser vistos no Brasil a partir das 21h deste domingo.
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MTV entrega hoje seus prêmios de TV e cinema; 'Corra!' lidera indicaçõesO canal MTV realiza neste domingo (7) em Los Angeles a cerimônia de seu prêmio de cinema e televisão, os Movie & TV Awards. O filme de terror "Corra!", fenômeno dirigido por Jordan Peele com o ator Daniel Kaluuya como protagonista, lidera as indicações, concorrendo a seis prêmios, entre eles o de melhor filme. Mais irreverente do que outras premiações, a da MTV tem categorias inusitadas, como melhor herói, melhor vilão, melhor beijo. Neste ano, há ainda uma série de categorias novas, como melhor história americana, prêmio para enredos que celebrem os Estados Unidos, melhor luta contra o sistema, melhor momento nas redes sociais e melhor momento musical. Outra inovação é o fato de a MTV ter juntado homens e mulheres nos prêmios de atuação, não fazendo distinção entre melhor ator e melhor atriz. Kaluuya, de "Corra!", concorre nessa categoria ao lado de Emma Watson, por "A Bela e a Fera", Hailee Seinfeld, de "The Edge of Seventeen", Hugh Jackman, por "Logan", James McAvoy, de "Fragmentado", e Taraji P. Henson, de "Estrelas Além do Tempo". "A Bela e a Fera", "Logan", "Rogue One: Uma História Star Wars" e "The Edge of Seventeen" disputam o melhor filme ao lado do favorito "Corra!", que estreia no Brasil em 18 de maio depois de já ter arrecadado US$ 200 milhões em bilheterias no mundo todo. Os prêmios da MTV podem ser vistos no Brasil a partir das 21h deste domingo.
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Secretário da Prefeitura de São Paulo refuta rombo em contas
Ao contrário do que diz o título Deficit triplica, e Haddad tem novo rombo nas contas, não existe "rombo" no município. A reportagem induz o leitor a erro ao focar isoladamente o dado orçamentário. A verdade é que a cidade cortou gastos, saneou suas contas e teve um superavit financeiro de R$ 1,6 bi. E o superávit primário foi o segundo maior do país. O enfoque negativo esconde a boa notícia: a prefeitura está investindo os recursos de operações urbanas que há anos estavam parados, inflando o balanço, mas sem gerar as melhorias urbanas para as quais foram vinculados. * RESPOSTA DOS JORNALISTAS ARTUR RODRIGUES E ANDRÉ MONTEIRO - A reportagem mostrou as conclusões de auditoria do TCM (Tribunal de Contas do Município, responsável por fiscalizar os gastos da prefeitura) e já contemplou a avaliação da gestão Haddad.
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Secretário da Prefeitura de São Paulo refuta rombo em contasAo contrário do que diz o título Deficit triplica, e Haddad tem novo rombo nas contas, não existe "rombo" no município. A reportagem induz o leitor a erro ao focar isoladamente o dado orçamentário. A verdade é que a cidade cortou gastos, saneou suas contas e teve um superavit financeiro de R$ 1,6 bi. E o superávit primário foi o segundo maior do país. O enfoque negativo esconde a boa notícia: a prefeitura está investindo os recursos de operações urbanas que há anos estavam parados, inflando o balanço, mas sem gerar as melhorias urbanas para as quais foram vinculados. * RESPOSTA DOS JORNALISTAS ARTUR RODRIGUES E ANDRÉ MONTEIRO - A reportagem mostrou as conclusões de auditoria do TCM (Tribunal de Contas do Município, responsável por fiscalizar os gastos da prefeitura) e já contemplou a avaliação da gestão Haddad.
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Lula presta depoimento em inquérito da Operação Zelotes
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva prestou depoimento à Polícia Federal nesta quarta-feira (6), em Brasília, em um inquérito referente à Operação Zelotes. O depoimento começou às 14h30 e foi encerrado após as 19h. A PF investiga suspeitas de pagamento de propina para aprovação de três medidas provisórias que concediam benefícios fiscais ao setor automotivo, sendo duas delas durante o governo Lula. A empresa LFT Marketing, que pertence a Luis Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente, recebeu R$ 2,4 milhões do escritório Marcondes & Mautoni, que, na mesma época, recebeu repasses de empresas do setor automotivo. No depoimento, Lula disse que a aprovação da MP atendia a interesses dos Estados, como Bahia, Pernambuco e Goiás. Segundo ele, foram os governadores que trabalharam para sua aprovação, já que a indústria automobilística gera empregos e amplia a arrecadação. Ele explicou ainda o rito do Congresso para sustentar o argumento de que, sozinho, um presidente não garante a aprovação de uma medida provisória. O depoimento desta quarta estava previsto para acontecer no final do mês passado. A Folha apurou que a defesa de Lula pediu o adiamento para janeiro, período de recesso parlamentar em Brasília. O ex-presidente está acompanhado de seu advogado, Cristiano Zanin Martins. ZELOTES Deflagrada no fim de março com origem em uma carta anônima entregue num envelope pardo, a Operação Zelotes da Polícia Federal investiga um dos maiores esquemas de sonegação fiscal já descobertos no país. Suspeita-se que quadrilhas atuavam junto ao Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), órgão ligado ao Ministério da Fazenda, revertendo ou anulando multas. A operação também foca lobbies envolvendo grandes empresas do país. O esquema fez com que uma CPI fosse instalada no Senado. Na fase mais recente da operação, a Polícia Federal realizou um mandado de busca e apreensão na LFT Marketing Esportivo. Outro investigado de peso da Zelotes é o ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) Augusto Nardes, relator da reprovação das contas da presidente Dilma Rousseff. De acordo com a investigação, ele teria recebido, através de uma empresa da qual foi sócio até 2005 —atualmente em nome de seu sobrinho— pagamentos da SGR Consultoria, que teria corrompido conselheiros do Carf para favorecer clientes que recorreram ao Carf para discutir multas. OUTRO LADO À noite, o Instituto Lula divulgou nota sobre o depoimento que o ex-presidente prestou. O texto afirma que Lula falou à PF a fim de continuar "colaborando, como sempre faz, para esclarecer a verdade". A nota também ressalta que "o ex-presidente não é investigado ou testemunha no inquérito". O Instituto Lula reafirma a versão que o ex-presidente prestou à polícia, de que "as duas MPs geraram dezenas de milhares de empregos de qualidade em sete parques industriais na Bahia, Pernambuco, Ceará, Amazonas e Goiás". "Ambas resultaram de reivindicações e diálogo com lideranças políticas, governadores, sindicalistas e empresários, amparadas em exposições de motivos ministeriais que levaram em conta a geração de empregos, renda, incorporação de tecnologia e arrecadação para os Estados em decorrência dos incentivos federais." Por fim, a nota diz que a data e o horário do depoimento foi combinado entre a PF e os advogados de Lula, em dezembro do ano passado.
poder
Lula presta depoimento em inquérito da Operação ZelotesO ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva prestou depoimento à Polícia Federal nesta quarta-feira (6), em Brasília, em um inquérito referente à Operação Zelotes. O depoimento começou às 14h30 e foi encerrado após as 19h. A PF investiga suspeitas de pagamento de propina para aprovação de três medidas provisórias que concediam benefícios fiscais ao setor automotivo, sendo duas delas durante o governo Lula. A empresa LFT Marketing, que pertence a Luis Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente, recebeu R$ 2,4 milhões do escritório Marcondes & Mautoni, que, na mesma época, recebeu repasses de empresas do setor automotivo. No depoimento, Lula disse que a aprovação da MP atendia a interesses dos Estados, como Bahia, Pernambuco e Goiás. Segundo ele, foram os governadores que trabalharam para sua aprovação, já que a indústria automobilística gera empregos e amplia a arrecadação. Ele explicou ainda o rito do Congresso para sustentar o argumento de que, sozinho, um presidente não garante a aprovação de uma medida provisória. O depoimento desta quarta estava previsto para acontecer no final do mês passado. A Folha apurou que a defesa de Lula pediu o adiamento para janeiro, período de recesso parlamentar em Brasília. O ex-presidente está acompanhado de seu advogado, Cristiano Zanin Martins. ZELOTES Deflagrada no fim de março com origem em uma carta anônima entregue num envelope pardo, a Operação Zelotes da Polícia Federal investiga um dos maiores esquemas de sonegação fiscal já descobertos no país. Suspeita-se que quadrilhas atuavam junto ao Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), órgão ligado ao Ministério da Fazenda, revertendo ou anulando multas. A operação também foca lobbies envolvendo grandes empresas do país. O esquema fez com que uma CPI fosse instalada no Senado. Na fase mais recente da operação, a Polícia Federal realizou um mandado de busca e apreensão na LFT Marketing Esportivo. Outro investigado de peso da Zelotes é o ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) Augusto Nardes, relator da reprovação das contas da presidente Dilma Rousseff. De acordo com a investigação, ele teria recebido, através de uma empresa da qual foi sócio até 2005 —atualmente em nome de seu sobrinho— pagamentos da SGR Consultoria, que teria corrompido conselheiros do Carf para favorecer clientes que recorreram ao Carf para discutir multas. OUTRO LADO À noite, o Instituto Lula divulgou nota sobre o depoimento que o ex-presidente prestou. O texto afirma que Lula falou à PF a fim de continuar "colaborando, como sempre faz, para esclarecer a verdade". A nota também ressalta que "o ex-presidente não é investigado ou testemunha no inquérito". O Instituto Lula reafirma a versão que o ex-presidente prestou à polícia, de que "as duas MPs geraram dezenas de milhares de empregos de qualidade em sete parques industriais na Bahia, Pernambuco, Ceará, Amazonas e Goiás". "Ambas resultaram de reivindicações e diálogo com lideranças políticas, governadores, sindicalistas e empresários, amparadas em exposições de motivos ministeriais que levaram em conta a geração de empregos, renda, incorporação de tecnologia e arrecadação para os Estados em decorrência dos incentivos federais." Por fim, a nota diz que a data e o horário do depoimento foi combinado entre a PF e os advogados de Lula, em dezembro do ano passado.
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Prepare-se: domingo tem menus especiais para mães e dança grátis
DE SÃO PAULO PERSONAGEM DO DIA Juliana: Blasfemando somos um pouco santos, instigamos o outro para que não durma tanto, vou de Hilda Hilst. Lucas: (silêncio). Flaviana: Ai eu preciso de cinco minutos. Juliana: A Fla vai de: Amor e verdade são as forças mais poderosas deste mundo, é Ghandi, escolhi pra ela... Flaviana Bernardo, 35, diretora da galeria de arte Emma Thomas, Lucas Simões, 35, artista, e Juliana Freire, também diretora da galeria, Jardim America * TEMPO * O QUE AFETA SUA VIDA CULTURA E ENTRETENIMENTO AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Wesley Klimpel Reportagem: Rafael Balago (cidades e agenda) e Paulo Troya + Renan Teles (personagem do dia)
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Prepare-se: domingo tem menus especiais para mães e dança grátisDE SÃO PAULO PERSONAGEM DO DIA Juliana: Blasfemando somos um pouco santos, instigamos o outro para que não durma tanto, vou de Hilda Hilst. Lucas: (silêncio). Flaviana: Ai eu preciso de cinco minutos. Juliana: A Fla vai de: Amor e verdade são as forças mais poderosas deste mundo, é Ghandi, escolhi pra ela... Flaviana Bernardo, 35, diretora da galeria de arte Emma Thomas, Lucas Simões, 35, artista, e Juliana Freire, também diretora da galeria, Jardim America * TEMPO * O QUE AFETA SUA VIDA CULTURA E ENTRETENIMENTO AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Wesley Klimpel Reportagem: Rafael Balago (cidades e agenda) e Paulo Troya + Renan Teles (personagem do dia)
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Brasil perde para o Canadá e disputa bronze no basquete feminino
A diferença técnica na quadra foi grande e ficou refletida no placar. A equipe feminina de basquete do Brasil perdeu neste domingo (19) para o Canadá por 91 a 63 na semifinal dos Jogos Pan Americanos de Toronto. A seleção disputa nesta segunda (20) a medalha de bronze com a seleção de Cuba. A final será entre as canadenses e os Estados Unidos. As brasileiras só ficaram na frente nos minutos iniciais da partida, quando o placar marcou 2 a 1 para a equipe nacional. Depois que as canadenses tomaram a frente, a diferença não parou de aumentar. O time do Brasil errou muito na marcação, deixando as canadenses livres para arremessos. As brasileiras tinham dificuldade em acompanhar a intensa movimentação das adversárias. A diferença no placar só não foi maior graças aos erros do time da casa na primeira metade da partida. O primeiro quarto já deixou clara a diferença, terminando 22 a 9 para as canadenses. O Brasil conseguiu equilibrar a partida no segundo quarto, mas ainda assim a diferença aumentou em um ponto, com o placar de 35 a 21. Na segunda metade da partida, a diferença no placar chegou a ser de 29 pontos, quando marcou 61 a 32. Mais uma vez, a equipe melhorou na segunda metade do período, e venceu o último quarto. Mas foi insuficiente para qualquer reação. As cubanas perderam a outra semifinal para os Estados Unidos por 65 a 64. CONFIRA AS MEDALHAS DO BRASIL NO PAN-2015 Crédito: Editoria de Arte/Folhapress
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Brasil perde para o Canadá e disputa bronze no basquete femininoA diferença técnica na quadra foi grande e ficou refletida no placar. A equipe feminina de basquete do Brasil perdeu neste domingo (19) para o Canadá por 91 a 63 na semifinal dos Jogos Pan Americanos de Toronto. A seleção disputa nesta segunda (20) a medalha de bronze com a seleção de Cuba. A final será entre as canadenses e os Estados Unidos. As brasileiras só ficaram na frente nos minutos iniciais da partida, quando o placar marcou 2 a 1 para a equipe nacional. Depois que as canadenses tomaram a frente, a diferença não parou de aumentar. O time do Brasil errou muito na marcação, deixando as canadenses livres para arremessos. As brasileiras tinham dificuldade em acompanhar a intensa movimentação das adversárias. A diferença no placar só não foi maior graças aos erros do time da casa na primeira metade da partida. O primeiro quarto já deixou clara a diferença, terminando 22 a 9 para as canadenses. O Brasil conseguiu equilibrar a partida no segundo quarto, mas ainda assim a diferença aumentou em um ponto, com o placar de 35 a 21. Na segunda metade da partida, a diferença no placar chegou a ser de 29 pontos, quando marcou 61 a 32. Mais uma vez, a equipe melhorou na segunda metade do período, e venceu o último quarto. Mas foi insuficiente para qualquer reação. As cubanas perderam a outra semifinal para os Estados Unidos por 65 a 64. CONFIRA AS MEDALHAS DO BRASIL NO PAN-2015 Crédito: Editoria de Arte/Folhapress
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Lula encontra cúpula do PMDB no Senado em meio a crise de articulação
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva marcou um encontro em Brasília com a cúpula do PMDB no Senado em um esforço para reforçar as pontes com a sigla, que deflagrou novos movimentos de insatisfação com o governo Dilma Rousseff. A conversa do petista com os senadores do PMDB estava prevista para esta quarta-feira, mas foi adiada e ocorrerá na quinta-feira (26) às 8h30, na residência oficial do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). A reunião também deve ter a participação dos senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Eunício Oliveira (PMDB-CE), e do ex-senador e ex-presidente José Sarney (PMDB-AP). Até o fim de 2014, a bancada do PMDB no Senado e o próprio Renan eram considerados peças fundamentais para o governo Dilma no Congresso diante da rebelião que a sigla liderou na Câmara. Os senadores, no entanto, foram os principais críticos à articulação política do Palácio do Planalto em jantar na segunda-feira (23) na residência oficial do vice-presidente Michel Temer. Diante do ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil), Renan reclamou do tratamento dado pelo governo ao PMDB e disse que seu partido só é convocado quando o Planalto precisa de seus votos. No dia seguinte, afirmou em entrevistas que a coalizão de Dilma com seu partido está "capenga". À noite, Lula se reúne com senadores do PT no apartamento de Jorge Viana (PT-AC) para discutir o engajamento do partido na votação de medidas de ajuste econômico do governo.
poder
Lula encontra cúpula do PMDB no Senado em meio a crise de articulaçãoO ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva marcou um encontro em Brasília com a cúpula do PMDB no Senado em um esforço para reforçar as pontes com a sigla, que deflagrou novos movimentos de insatisfação com o governo Dilma Rousseff. A conversa do petista com os senadores do PMDB estava prevista para esta quarta-feira, mas foi adiada e ocorrerá na quinta-feira (26) às 8h30, na residência oficial do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). A reunião também deve ter a participação dos senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Eunício Oliveira (PMDB-CE), e do ex-senador e ex-presidente José Sarney (PMDB-AP). Até o fim de 2014, a bancada do PMDB no Senado e o próprio Renan eram considerados peças fundamentais para o governo Dilma no Congresso diante da rebelião que a sigla liderou na Câmara. Os senadores, no entanto, foram os principais críticos à articulação política do Palácio do Planalto em jantar na segunda-feira (23) na residência oficial do vice-presidente Michel Temer. Diante do ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil), Renan reclamou do tratamento dado pelo governo ao PMDB e disse que seu partido só é convocado quando o Planalto precisa de seus votos. No dia seguinte, afirmou em entrevistas que a coalizão de Dilma com seu partido está "capenga". À noite, Lula se reúne com senadores do PT no apartamento de Jorge Viana (PT-AC) para discutir o engajamento do partido na votação de medidas de ajuste econômico do governo.
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Justiça no vácuo
Um curioso impasse acomete o Supremo Tribunal Federal (STF), em decisão que potencialmente afeta milhões de brasileiros. Encontram-se sem possibilidade de ir a julgamento naquela corte os recursos envolvendo reparações de perdas acarretadas por vários planos econômicos, alguns dos quais de três décadas atrás. Ocorre que alguns dos ministros do tribunal representaram, em sua carreira de advogados, pessoas que foram à Justiça em busca de indenização. Assim, declararam-se suspeitos para analisar o caso. Já estavam nessa situação Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e Cármen Lúcia; a eles acaba de se somar o mais recente membro do STF, Luiz Edson Fachin. Sendo o tribunal composto por 11 membros, torna-se impossível alcançar o quórum de oito ministros exigido para para avaliar esse tipo de ação. Em última análise, o direito básico de acesso à Justiça se vê prejudicado pela composição da corte. Se nenhum ministro se aposentar antes da idade compulsória (75 anos), o número mínimo se restabelecerá somente quando tomar posse o substituto de Fux, em 2028. O presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski, não parece preocupado com a bizarra situação. "Regimentalmente não há alternativa", declarou; "portanto, não há julgamento." Trata-se de "coisa normal, não extraordinária", acrescenta o ministro, considerando que "90% dos recursos não chegam ao Supremo". O que é algo diferente, cabe observar, de um recurso que efetivamente chega ao STF e deixa de ser julgado por mera casualidade. É de perguntar se, em outros casos, tão cabal negativa de julgamento seria vista como legítima. A reivindicação de uma saída para o problema vem mobilizando entidades de advogados. Já se aventou, por exemplo, a possibilidade de que um ministro do Superior Tribunal de Justiça viesse a ser convocado excepcionalmente. Há quem sugira uma reinterpretação do regimento do STF, de modo a considerar, para efeitos de quórum, não o total de membros da corte aptos a julgar, mas o simples número de ministros presentes. O fato é que, sem decisão do Supremo Tribunal Federal, a Justiça entra no vácuo. Para além deste caso específico dos planos econômicos, impõe-se a busca de uma norma para todas as situações semelhantes. É inadmissível que ministros da mais alta corte do país se acomodem diante desse impasse. editoriais@uol.com.br
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Justiça no vácuoUm curioso impasse acomete o Supremo Tribunal Federal (STF), em decisão que potencialmente afeta milhões de brasileiros. Encontram-se sem possibilidade de ir a julgamento naquela corte os recursos envolvendo reparações de perdas acarretadas por vários planos econômicos, alguns dos quais de três décadas atrás. Ocorre que alguns dos ministros do tribunal representaram, em sua carreira de advogados, pessoas que foram à Justiça em busca de indenização. Assim, declararam-se suspeitos para analisar o caso. Já estavam nessa situação Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e Cármen Lúcia; a eles acaba de se somar o mais recente membro do STF, Luiz Edson Fachin. Sendo o tribunal composto por 11 membros, torna-se impossível alcançar o quórum de oito ministros exigido para para avaliar esse tipo de ação. Em última análise, o direito básico de acesso à Justiça se vê prejudicado pela composição da corte. Se nenhum ministro se aposentar antes da idade compulsória (75 anos), o número mínimo se restabelecerá somente quando tomar posse o substituto de Fux, em 2028. O presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski, não parece preocupado com a bizarra situação. "Regimentalmente não há alternativa", declarou; "portanto, não há julgamento." Trata-se de "coisa normal, não extraordinária", acrescenta o ministro, considerando que "90% dos recursos não chegam ao Supremo". O que é algo diferente, cabe observar, de um recurso que efetivamente chega ao STF e deixa de ser julgado por mera casualidade. É de perguntar se, em outros casos, tão cabal negativa de julgamento seria vista como legítima. A reivindicação de uma saída para o problema vem mobilizando entidades de advogados. Já se aventou, por exemplo, a possibilidade de que um ministro do Superior Tribunal de Justiça viesse a ser convocado excepcionalmente. Há quem sugira uma reinterpretação do regimento do STF, de modo a considerar, para efeitos de quórum, não o total de membros da corte aptos a julgar, mas o simples número de ministros presentes. O fato é que, sem decisão do Supremo Tribunal Federal, a Justiça entra no vácuo. Para além deste caso específico dos planos econômicos, impõe-se a busca de uma norma para todas as situações semelhantes. É inadmissível que ministros da mais alta corte do país se acomodem diante desse impasse. editoriais@uol.com.br
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Com crise no Fies, número de novos alunos no ensino superior cai em 2015
O número de novos alunos no ensino superior no país teve, no ano passado, a primeira queda desde 2009. O mau resultado foi puxado pela redução de ingressantes nas instituições privadas. Os dados constam em resumo do Censo da Educação Superior de 2015, divulgado nesta quinta-feira (6) pelo MEC (Ministério da Educação). Entraram na universidade no ano passado em cursos presenciais de graduação 2,2 milhões de estudantes, 6,6% a menos do que em 2014, quando registrou-se 2,4 milhões de novos alunos. A rede privada, que concentra o maior volume das matrículas, recebeu 1,7 milhão de novos alunos no ano passado - contra 1,9 milhão um ano antes (redução de 8%). O ingresso na rede pública ficou estável entre os dois anos. Foram cerca de 1 milhão de novos alunos em 2014 e também em 2015. A diminuição de matrículas ocorreu ao mesmo tempo em que o governo federal restringiu o acesso ao Fies (Financiamento Estudantil). "Podemos inferir que a restrição no Fies teve muita influência nisso, porque no início de 2015 a crise ainda não dava sinais muito fortes", diz Sólon Caldas, diretor da Abmes (Associação Brasileira das Mantenedoras do Ensino Superior). Após oferecer 713 mil vagas em 2014, o número de contratos firmados em 2015 caiu para 287 mil (ainda no governo Dilma Rousseff). No primeiro semestre deste ano, 148 mil contratos foram firmados, o que representa 41% das vagas anunciadas pelo governo, como a Folha revelou em agosto. Não há informações sobre quantas vagas serão oferecidas no Fies no próximo ano. O governo Michel Temer (PMDB) não renovou os contratos neste segundo semestre e deve às instituições valores em torno de R$ 5 bilhões, segundo representantes das instituições. "No Brasil, quem pode pagar, já está estudando. Os mais pobres precisam do financiamento", completa Caldas. Ensino superior 2015 - Novos alunos por ano, em mil Ensino superior 2015 - Total de matrículas - Públicas e privadas, presencial e a distância, em mil MATRÍCULAS Apesar da queda de novos alunos, o número total de alunos na graduação cresceu 3%. Passou de 7,8 milhões para 8 milhões (incluindo cursos presenciais e à distância). Desse total, 76% dos alunos (6 milhões) estão em instituições privadas. É a maior proporção já registrada –no ano passado, eram 75%. O ensino à distância teve redução de 5% novos alunos. Passou de 727 mil em 2014 para 694 mil em 2015. Mas o volume de matrículas aumentou e a proporção de alunos nessa modalidade sobre o total chegou a um recorde histórico. Os 1,39 milhão de alunos em cursos à distância no ano passado representam 17,4% do total de alunos na graduação. Em 2014, eram 1,34 milhão de alunos (17,1% do total). As informações do Censo mostram a diferença de perfil de alunos da graduação à distância e presencial. Enquanto a média de idade dos ingressantes em cursos presenciais é de 18 anos, na modalidade à distância os alunos entram com 27 anos. A maioria em cursos de formação de professores. No presencial, a escolha mais comum é por cursos de bacharelado. No geral, a maioria dos alunos é mulher, mas entre os professores de ensino superior são os homens que predominam. Ainda com relação aos docentes, há uma diferença de perfil entre rede pública e privada. Nas instituições públicas, os professores têm em geral doutorado e trabalham em regime de tempo integral. Professores com mestrado e com dedicação em tempo parcial compõem o perfil mais comum na rede privada. Financiamento Estudantil
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Com crise no Fies, número de novos alunos no ensino superior cai em 2015O número de novos alunos no ensino superior no país teve, no ano passado, a primeira queda desde 2009. O mau resultado foi puxado pela redução de ingressantes nas instituições privadas. Os dados constam em resumo do Censo da Educação Superior de 2015, divulgado nesta quinta-feira (6) pelo MEC (Ministério da Educação). Entraram na universidade no ano passado em cursos presenciais de graduação 2,2 milhões de estudantes, 6,6% a menos do que em 2014, quando registrou-se 2,4 milhões de novos alunos. A rede privada, que concentra o maior volume das matrículas, recebeu 1,7 milhão de novos alunos no ano passado - contra 1,9 milhão um ano antes (redução de 8%). O ingresso na rede pública ficou estável entre os dois anos. Foram cerca de 1 milhão de novos alunos em 2014 e também em 2015. A diminuição de matrículas ocorreu ao mesmo tempo em que o governo federal restringiu o acesso ao Fies (Financiamento Estudantil). "Podemos inferir que a restrição no Fies teve muita influência nisso, porque no início de 2015 a crise ainda não dava sinais muito fortes", diz Sólon Caldas, diretor da Abmes (Associação Brasileira das Mantenedoras do Ensino Superior). Após oferecer 713 mil vagas em 2014, o número de contratos firmados em 2015 caiu para 287 mil (ainda no governo Dilma Rousseff). No primeiro semestre deste ano, 148 mil contratos foram firmados, o que representa 41% das vagas anunciadas pelo governo, como a Folha revelou em agosto. Não há informações sobre quantas vagas serão oferecidas no Fies no próximo ano. O governo Michel Temer (PMDB) não renovou os contratos neste segundo semestre e deve às instituições valores em torno de R$ 5 bilhões, segundo representantes das instituições. "No Brasil, quem pode pagar, já está estudando. Os mais pobres precisam do financiamento", completa Caldas. Ensino superior 2015 - Novos alunos por ano, em mil Ensino superior 2015 - Total de matrículas - Públicas e privadas, presencial e a distância, em mil MATRÍCULAS Apesar da queda de novos alunos, o número total de alunos na graduação cresceu 3%. Passou de 7,8 milhões para 8 milhões (incluindo cursos presenciais e à distância). Desse total, 76% dos alunos (6 milhões) estão em instituições privadas. É a maior proporção já registrada –no ano passado, eram 75%. O ensino à distância teve redução de 5% novos alunos. Passou de 727 mil em 2014 para 694 mil em 2015. Mas o volume de matrículas aumentou e a proporção de alunos nessa modalidade sobre o total chegou a um recorde histórico. Os 1,39 milhão de alunos em cursos à distância no ano passado representam 17,4% do total de alunos na graduação. Em 2014, eram 1,34 milhão de alunos (17,1% do total). As informações do Censo mostram a diferença de perfil de alunos da graduação à distância e presencial. Enquanto a média de idade dos ingressantes em cursos presenciais é de 18 anos, na modalidade à distância os alunos entram com 27 anos. A maioria em cursos de formação de professores. No presencial, a escolha mais comum é por cursos de bacharelado. No geral, a maioria dos alunos é mulher, mas entre os professores de ensino superior são os homens que predominam. Ainda com relação aos docentes, há uma diferença de perfil entre rede pública e privada. Nas instituições públicas, os professores têm em geral doutorado e trabalham em regime de tempo integral. Professores com mestrado e com dedicação em tempo parcial compõem o perfil mais comum na rede privada. Financiamento Estudantil
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O que você vai ser quando crescer? Veja lista das profissões do futuro
MARCELA DUARTE COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Quer saber qual é aquela área certeira para garantir um emprego no futuro, que vai ter vagas de sobra e profissionais de menos? Impossível dizer. Mas os profissionais precisarão transitar por diversas áreas e dominar as novas ferramentas tecnológicas. Conheça dez profissões que surgirão até 2030 -e cinco que já começam a se tornar realidade. FABRICANTE DE PARTES DO CORPO É possível que, em pouco tempo, uma pessoa que se acidente e perca uma perna possa entrar em uma clínica e encomendar uma nova. Daí surge a demanda por profissionais que fabriquem as peças, lojas especializadas e oficinas de reparação. Vital Yasumaru, 37, é designer de órgãos humanos. Depois de receber uma imagem de tomografia, Yasumaru faz as adequações para a impressão 3D do membro. Por enquanto, os órgãos são usados para que médicos treinem antes de uma cirurgia. Mas há pesquisas para reproduzir a parte esponjosa dos ossos, o que permitirá imprimi-los em 3D e implantá-los em pacientes ADVOGADO VIRTUAL Com a vida cada vez mais integrada à internet, precisaremos de advogados especializados em resolver disputas legais na rede. Essas questões judiciais podem inclusive envolver pessoas que vivem em países e regiões com leis diferentes entre si CONSULTOR DE BEM-ESTAR DA VELHICE Com a população cada vez mais velha, serão necessários especialistas que conheçam o que há de mais avançado em tratamento médico, medicamentos, próteses de última geração e que indiquem cuidados para a saúde mental e exercícios DESENVOLVEDOR DE VEÍCULOS ALTERNATIVOS Os designers das próximas gerações de veículos terão de estar aptos a usar materiais e combustíveis muito diferentes do que conhecemos hoje. Serão eles que buscarão criar automóveis que não emitam poluentes, submarinos e até voadores O engenheiro Sandro Valeri, 42, chefe da área de inovação da Embraer, trabalha no projeto Uber Elevate, conhecido como carro voador. Interessado em novidades, foi indicado para a área de inovação. Valeri se divide entre São Paulo e o Vale do Silício, nos Estados Unidos, e está montando a equipe que vai trabalhar com ele no veículo de decolagem e pouso vertical CIRURGIÃO DE AUMENTO DE MEMÓRIA O processo é parecido com quem precisa colocar mais memória no computador, mas esses médicos conseguirão fazer operações nos cérebros. A ideia é colocar memória extra para que as pessoas consigam lidar com o volume cada vez maior de informação Piloto, guia turístico e arquiteto espacial PILOTO, GUIA TURÍSTICO E ARQUITETO ESPACIAL O turismo espacial deve se tornar uma realidade em breve. Por isso, vamos precisar de pilotos e guias turísticos especializados, e arquitetos que projetem casas e locais de trabalho no espaço -ou até um hotel por lá GERENCIADOR DE LIXO VIRTUAL Em breve, precisaremos de gerentes do nosso lixo virtual, ou seja, das informações que não queremos ver espalhadas por aí. Eles descartarão o material com segurança para que não sejamos rastreados ou tenhamos nossa identidade roubada POLICIAL DE MODIFICAÇÃO CLIMÁTICA O roubo de nuvens já acontece em algumas partes do mundo, e isso altera padrões de clima. A polícia monitorará quem tem permissão para atirar bombas de iodo de prata no ar, forma de provocar a chuva AGRICULTOR VERTICAL Fazendas verticais crescerão nos arranha-céus no meio das cidades, aumentando a oferta de alimentos. Mas esses agricultores precisarão ter conhecimento de várias ciências, de biologia à engenharia, para produzir alimentos de forma segura Fonte: The Shape of Jobs to Come, da Fast Future
sobretudo
O que você vai ser quando crescer? Veja lista das profissões do futuro MARCELA DUARTE COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Quer saber qual é aquela área certeira para garantir um emprego no futuro, que vai ter vagas de sobra e profissionais de menos? Impossível dizer. Mas os profissionais precisarão transitar por diversas áreas e dominar as novas ferramentas tecnológicas. Conheça dez profissões que surgirão até 2030 -e cinco que já começam a se tornar realidade. FABRICANTE DE PARTES DO CORPO É possível que, em pouco tempo, uma pessoa que se acidente e perca uma perna possa entrar em uma clínica e encomendar uma nova. Daí surge a demanda por profissionais que fabriquem as peças, lojas especializadas e oficinas de reparação. Vital Yasumaru, 37, é designer de órgãos humanos. Depois de receber uma imagem de tomografia, Yasumaru faz as adequações para a impressão 3D do membro. Por enquanto, os órgãos são usados para que médicos treinem antes de uma cirurgia. Mas há pesquisas para reproduzir a parte esponjosa dos ossos, o que permitirá imprimi-los em 3D e implantá-los em pacientes ADVOGADO VIRTUAL Com a vida cada vez mais integrada à internet, precisaremos de advogados especializados em resolver disputas legais na rede. Essas questões judiciais podem inclusive envolver pessoas que vivem em países e regiões com leis diferentes entre si CONSULTOR DE BEM-ESTAR DA VELHICE Com a população cada vez mais velha, serão necessários especialistas que conheçam o que há de mais avançado em tratamento médico, medicamentos, próteses de última geração e que indiquem cuidados para a saúde mental e exercícios DESENVOLVEDOR DE VEÍCULOS ALTERNATIVOS Os designers das próximas gerações de veículos terão de estar aptos a usar materiais e combustíveis muito diferentes do que conhecemos hoje. Serão eles que buscarão criar automóveis que não emitam poluentes, submarinos e até voadores O engenheiro Sandro Valeri, 42, chefe da área de inovação da Embraer, trabalha no projeto Uber Elevate, conhecido como carro voador. Interessado em novidades, foi indicado para a área de inovação. Valeri se divide entre São Paulo e o Vale do Silício, nos Estados Unidos, e está montando a equipe que vai trabalhar com ele no veículo de decolagem e pouso vertical CIRURGIÃO DE AUMENTO DE MEMÓRIA O processo é parecido com quem precisa colocar mais memória no computador, mas esses médicos conseguirão fazer operações nos cérebros. A ideia é colocar memória extra para que as pessoas consigam lidar com o volume cada vez maior de informação Piloto, guia turístico e arquiteto espacial PILOTO, GUIA TURÍSTICO E ARQUITETO ESPACIAL O turismo espacial deve se tornar uma realidade em breve. Por isso, vamos precisar de pilotos e guias turísticos especializados, e arquitetos que projetem casas e locais de trabalho no espaço -ou até um hotel por lá GERENCIADOR DE LIXO VIRTUAL Em breve, precisaremos de gerentes do nosso lixo virtual, ou seja, das informações que não queremos ver espalhadas por aí. Eles descartarão o material com segurança para que não sejamos rastreados ou tenhamos nossa identidade roubada POLICIAL DE MODIFICAÇÃO CLIMÁTICA O roubo de nuvens já acontece em algumas partes do mundo, e isso altera padrões de clima. A polícia monitorará quem tem permissão para atirar bombas de iodo de prata no ar, forma de provocar a chuva AGRICULTOR VERTICAL Fazendas verticais crescerão nos arranha-céus no meio das cidades, aumentando a oferta de alimentos. Mas esses agricultores precisarão ter conhecimento de várias ciências, de biologia à engenharia, para produzir alimentos de forma segura Fonte: The Shape of Jobs to Come, da Fast Future
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Tarifaço muda rotina de argentinos e gera protestos
Na última quinta-feira (14), a argentina Liliana Dubchuk, 39, desembolsou 581,34 pesos (cerca de R$ 125) para pagar sua conta mensal de luz. O valor é 14 vezes maior do que o que ela costumava pagar antes do tarifaço do presidente Mauricio Macri. Até então, o boleto vinha bimensalmente e cobrava aproximadamente 80 pesos (R$ 17). No fim de janeiro, o mandatário deu início a um programa de retirada de subsídios a serviços básicos, como energia, gás e transporte. A medida fez com que as tarifas subissem 500%. Em casos em que o consumo ultrapassa um teto tarifário, no entanto, o reajuste é maior, chegando a 1.000%. Os subsídios haviam sido implantados durante o kirchnerismo (2003-2007) e elevado os gastos do Estado. Macri os cortou com o objetivo de reduzir o deficit fiscal, que alcançou 6,1% do PIB em 2015, último ano de Cristina Kirchner no poder. Sem a ajuda financeira do Estado, Dubchuk pagará neste mês 861,86 pesos de gás (em janeiro, quando o consumo costuma ser menor por causa do calor, foram 187,22 pesos) e 268 pesos de água (antes eram 55 pesos). Desde que os reajustes foram anunciados, a família de Dubchuk mudou seus hábitos. Enquanto os dois aparelhos de ar-condicionado que haviam sido instalados nos quartos há um ano, com função para esquentar o ambiente, ficam desligados, o aquecedor da sala não é usado por mais de duas horas por dia. "Agora ficamos cheios de casacos mesmo dentro de casa", disse à Folha. Desempregada há três meses e com a inflação em Buenos Aires batendo a casa dos 30% nos seis primeiros meses do ano (boa parte, impulsionada pelos ajustes dos serviços), Dubchuk deixou de jantar fora e fazer churrascos. Agora, o cardápio dos encontros com os amigos é pizza ou empanadas, mais baratas. A filha saiu das aulas de dança. Assim como Dubchuk, 70,7% dos argentinos reduziram o consumo de água, gás e luz por causa do aumento nas tarifas, segundo pesquisa da Giacobbe Consultores com 3.000 pessoas. Na casa do torneiro mecânico Rubens Sánchez, 59, a conta de gás passou de cerca de cem pesos (R$ 22) para oitocentos pesos (R$ 175) e equivale agora a 23% do aluguel. Sánchez também reduziu o uso do aquecedor, apesar de o inverno estar mais rigoroso neste ano, e até o forno é ligado com parcimônia. O argentino não pagou a última conta de gás e aguarda o desenrolar de uma ação na Justiça que bloqueou, em 8 de julho, o reajuste do combustível em todo o país. Os aumentos nos preços dos serviços passaram a ser um dos principais problemas da população. Na quinta (14), argentinos em todo o país realizaram um panelaço contra as novas tarifas. Foi o primeiro protesto com panelas contra o governo Macri. A maioria dos consumidores diz entender que os ajustes eram necessários (71% dos ouvidos pela Giacobbe afirmaram que as tarifas estavam defasadas). Pouco mais de 80% dos entrevistados, porém, disse que o incremento deveria ter sido gradual, e não repentino —como se deu. Por enquanto, a retirada dos subsídios não impactou de forma expressiva a popularidade de Macri. Sua aprovação está em 57% desde abril —quando assumiu, em dezembro, era de 65%. Já o ministro de Energia, Juan José Aranguren, é bem-visto por 29% da população e malvisto por 31%. "As pessoas estão dissociando a economia da política e os ministros é que estão pagando os custos dos reajustes", afirma o diretor da consultoria, Jorge Giacobbe. No protesto da noite de quinta, os manifestantes pediam a cabeça de Aranguren. Dois dias antes, o ministro havia negado à Rádio Nacional que cogitara deixar o cargo. Aranguren disse ser "inviável" cancelar os aumentos. Os subsídios concedidos durante o krichnerismo e o congelamento das tarifas paralisaram investimentos no setor de energia nos últimos anos. Hoje, quando faz muito frio ou muito calor, o sistema não suporta o aumento da demanda, faltando luz em diversos pontos da Argentina.
mundo
Tarifaço muda rotina de argentinos e gera protestosNa última quinta-feira (14), a argentina Liliana Dubchuk, 39, desembolsou 581,34 pesos (cerca de R$ 125) para pagar sua conta mensal de luz. O valor é 14 vezes maior do que o que ela costumava pagar antes do tarifaço do presidente Mauricio Macri. Até então, o boleto vinha bimensalmente e cobrava aproximadamente 80 pesos (R$ 17). No fim de janeiro, o mandatário deu início a um programa de retirada de subsídios a serviços básicos, como energia, gás e transporte. A medida fez com que as tarifas subissem 500%. Em casos em que o consumo ultrapassa um teto tarifário, no entanto, o reajuste é maior, chegando a 1.000%. Os subsídios haviam sido implantados durante o kirchnerismo (2003-2007) e elevado os gastos do Estado. Macri os cortou com o objetivo de reduzir o deficit fiscal, que alcançou 6,1% do PIB em 2015, último ano de Cristina Kirchner no poder. Sem a ajuda financeira do Estado, Dubchuk pagará neste mês 861,86 pesos de gás (em janeiro, quando o consumo costuma ser menor por causa do calor, foram 187,22 pesos) e 268 pesos de água (antes eram 55 pesos). Desde que os reajustes foram anunciados, a família de Dubchuk mudou seus hábitos. Enquanto os dois aparelhos de ar-condicionado que haviam sido instalados nos quartos há um ano, com função para esquentar o ambiente, ficam desligados, o aquecedor da sala não é usado por mais de duas horas por dia. "Agora ficamos cheios de casacos mesmo dentro de casa", disse à Folha. Desempregada há três meses e com a inflação em Buenos Aires batendo a casa dos 30% nos seis primeiros meses do ano (boa parte, impulsionada pelos ajustes dos serviços), Dubchuk deixou de jantar fora e fazer churrascos. Agora, o cardápio dos encontros com os amigos é pizza ou empanadas, mais baratas. A filha saiu das aulas de dança. Assim como Dubchuk, 70,7% dos argentinos reduziram o consumo de água, gás e luz por causa do aumento nas tarifas, segundo pesquisa da Giacobbe Consultores com 3.000 pessoas. Na casa do torneiro mecânico Rubens Sánchez, 59, a conta de gás passou de cerca de cem pesos (R$ 22) para oitocentos pesos (R$ 175) e equivale agora a 23% do aluguel. Sánchez também reduziu o uso do aquecedor, apesar de o inverno estar mais rigoroso neste ano, e até o forno é ligado com parcimônia. O argentino não pagou a última conta de gás e aguarda o desenrolar de uma ação na Justiça que bloqueou, em 8 de julho, o reajuste do combustível em todo o país. Os aumentos nos preços dos serviços passaram a ser um dos principais problemas da população. Na quinta (14), argentinos em todo o país realizaram um panelaço contra as novas tarifas. Foi o primeiro protesto com panelas contra o governo Macri. A maioria dos consumidores diz entender que os ajustes eram necessários (71% dos ouvidos pela Giacobbe afirmaram que as tarifas estavam defasadas). Pouco mais de 80% dos entrevistados, porém, disse que o incremento deveria ter sido gradual, e não repentino —como se deu. Por enquanto, a retirada dos subsídios não impactou de forma expressiva a popularidade de Macri. Sua aprovação está em 57% desde abril —quando assumiu, em dezembro, era de 65%. Já o ministro de Energia, Juan José Aranguren, é bem-visto por 29% da população e malvisto por 31%. "As pessoas estão dissociando a economia da política e os ministros é que estão pagando os custos dos reajustes", afirma o diretor da consultoria, Jorge Giacobbe. No protesto da noite de quinta, os manifestantes pediam a cabeça de Aranguren. Dois dias antes, o ministro havia negado à Rádio Nacional que cogitara deixar o cargo. Aranguren disse ser "inviável" cancelar os aumentos. Os subsídios concedidos durante o krichnerismo e o congelamento das tarifas paralisaram investimentos no setor de energia nos últimos anos. Hoje, quando faz muito frio ou muito calor, o sistema não suporta o aumento da demanda, faltando luz em diversos pontos da Argentina.
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Governo de Goiás trava ampliação de parque no cerrado
O impasse entre o governo de Goiás e o Instituto Chico Mendes, ligado ao Ministério do Meio Ambiente, está ameaçando a ampliação do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, uma das grandes áreas de cerrado ainda preservadas do país. Os técnicos ambientais, respaldados por ONGs do setor e cientistas que estudam a região, propõem ampliar o parque em 158 mil hectares. Enquanto isso, o governo do Estado de Goiás, administrado pelo tucano Marconi Perillo, tem várias ressalvas ao mapa apresentado para ampliação do parque. Na prática, essa discordância no nível estadual está travando o processo, que se arrasta desde 2010. O governo de Goiás fez uma contraproposta em dezembro. Pelo mapa apresentado ao governo federal, a ampliação seria de 90 mil hectares, mas de forma descontínua. Isso, segundo a ONG WWF, inviabiliza uma proteção adequada do cerrado. Os outros 68 mil hectares que ficaram de fora da proposta goiana enviada a Brasília seriam inseridos no parque futuramente, segundo Rogério Rocha, secretário-executivo da pasta de Meio Ambiente da gestão Perillo. "Não somos contra a proposta [de ampliação para o total de 158 mil hectares]. Porém, ao ponderar a dimensão social do desenvolvimento sustentável, que se refere ao direito de indenização pela posse da terra de 228 famílias de agricultores familiares, e não latifundiários ou especuladores, nós começamos a negociação para a ampliação em duas etapas." Para o representante do governo estadual de Goiás, ampliar o parque agora sem a devida regularização fundiária é "deixar as famílias que serão despejadas de seus modos de vida e de sua raiz sem o justo valor indenizatório". De acordo com o governo federal, o governo de Goiás estaria promovendo a regularização fundiária de áreas devolutas (que seriam públicas), o que é ilegal. A administração Perillo nega que isso esteja ocorrendo. Segundo Rocha, dentro dos 68 mil hectares que seriam incorporados ao parque no futuro há muita área devoluta, sim, mas isso vai continuar dessa forma. O levantamento fundiário dessas regiões ainda está sendo terminado, diz Rocha. BIODIVERSIDADE A proposta do Instituto Chico Mendes está baseada na preservação de dezenas de espécies da fauna e da flora do cerrado que estão ameaçadas de extinção. Um dos casos é o do pato mergulhão, espécie listada como criticamente em perigo de extinção. "A estimativa é que existam por volta de 250 indivíduos no mundo. A espécie existia no Brasil, Argentina e Paraguai mas, hoje, há registros dela apenas em território nacional", diz Sônia Rigueira, presidente do Instituto Terra Brasilis, que luta pela preservação da ave. Segundo ela, a maior causa do sumiço dos bichos é a diminuição do seu hábitat. "Ele precisa de água limpa. Como mergulha para apanhar sua presa, a maioria peixes, é necessário que exista o contato visual", diz. Dentro da possível área que poderá ser englobada pelo parque nacional existem locais de beleza cênica reconhecida, o que ajudaria a fomentar ainda mais o turismo sustentável na região, uma grande vocação do lugar. Apesar de a ampliação precisar exclusivamente da assinatura do presidente Michel Temer (PMDB), o governo de Goiás tem que dar o sinal verde para que ela possa ser de fato implementada. A Folha apurou com um amigo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que até ele resolveu pressionar o Palácio do Planalto. FHC enviou uma carta nesta semana a Temer solicitando que a assinatura do decreto de ampliação fosse feita com rapidez e relaciona a crise hídrica que afeta hoje o Distrito Federal à preservação da Chapa dos Veadeiros. Para ele, o cerrado é uma das grandes "caixas d'água" do Brasil. - * Governos federal e de Goiás têm propostas diferentes para ampliação do parque da Chapada dos Veadeiros JUSTIFICATIVA DO GOVERNO FEDERAL > Na área desprotegida hoje, que seria englobada pela ampliação contínua do parque, foram identificados nove tipos de ambientes (matas de galeria, mata seca, cerradão, cerrado sentido restrito, parque cerrado, vereda, campo sujo, campo limpo e campo rupestre) > Nesses ambientes vivem 17 espécies de plantas e 32 tipos de animais ameaçados de extinção, como a onça-pintada e o tamanduá-bandeira > Os ambientes que passariam a ficar mais protegidos também são de interesse turístico, uma das grandes atividades econômicas na região da Chapada hoje O QUE DIZ O GOVERNO DE GOIÁS > O mapa apresentado pelo Estado segue a lógica fundiária. Várias áreas particulares, segundo o governo, devem ser excluídas da proposta de ampliação pelo menos até que se resolva o problema das indenizações de 228 famílias que vivem ali
ambiente
Governo de Goiás trava ampliação de parque no cerradoO impasse entre o governo de Goiás e o Instituto Chico Mendes, ligado ao Ministério do Meio Ambiente, está ameaçando a ampliação do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, uma das grandes áreas de cerrado ainda preservadas do país. Os técnicos ambientais, respaldados por ONGs do setor e cientistas que estudam a região, propõem ampliar o parque em 158 mil hectares. Enquanto isso, o governo do Estado de Goiás, administrado pelo tucano Marconi Perillo, tem várias ressalvas ao mapa apresentado para ampliação do parque. Na prática, essa discordância no nível estadual está travando o processo, que se arrasta desde 2010. O governo de Goiás fez uma contraproposta em dezembro. Pelo mapa apresentado ao governo federal, a ampliação seria de 90 mil hectares, mas de forma descontínua. Isso, segundo a ONG WWF, inviabiliza uma proteção adequada do cerrado. Os outros 68 mil hectares que ficaram de fora da proposta goiana enviada a Brasília seriam inseridos no parque futuramente, segundo Rogério Rocha, secretário-executivo da pasta de Meio Ambiente da gestão Perillo. "Não somos contra a proposta [de ampliação para o total de 158 mil hectares]. Porém, ao ponderar a dimensão social do desenvolvimento sustentável, que se refere ao direito de indenização pela posse da terra de 228 famílias de agricultores familiares, e não latifundiários ou especuladores, nós começamos a negociação para a ampliação em duas etapas." Para o representante do governo estadual de Goiás, ampliar o parque agora sem a devida regularização fundiária é "deixar as famílias que serão despejadas de seus modos de vida e de sua raiz sem o justo valor indenizatório". De acordo com o governo federal, o governo de Goiás estaria promovendo a regularização fundiária de áreas devolutas (que seriam públicas), o que é ilegal. A administração Perillo nega que isso esteja ocorrendo. Segundo Rocha, dentro dos 68 mil hectares que seriam incorporados ao parque no futuro há muita área devoluta, sim, mas isso vai continuar dessa forma. O levantamento fundiário dessas regiões ainda está sendo terminado, diz Rocha. BIODIVERSIDADE A proposta do Instituto Chico Mendes está baseada na preservação de dezenas de espécies da fauna e da flora do cerrado que estão ameaçadas de extinção. Um dos casos é o do pato mergulhão, espécie listada como criticamente em perigo de extinção. "A estimativa é que existam por volta de 250 indivíduos no mundo. A espécie existia no Brasil, Argentina e Paraguai mas, hoje, há registros dela apenas em território nacional", diz Sônia Rigueira, presidente do Instituto Terra Brasilis, que luta pela preservação da ave. Segundo ela, a maior causa do sumiço dos bichos é a diminuição do seu hábitat. "Ele precisa de água limpa. Como mergulha para apanhar sua presa, a maioria peixes, é necessário que exista o contato visual", diz. Dentro da possível área que poderá ser englobada pelo parque nacional existem locais de beleza cênica reconhecida, o que ajudaria a fomentar ainda mais o turismo sustentável na região, uma grande vocação do lugar. Apesar de a ampliação precisar exclusivamente da assinatura do presidente Michel Temer (PMDB), o governo de Goiás tem que dar o sinal verde para que ela possa ser de fato implementada. A Folha apurou com um amigo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que até ele resolveu pressionar o Palácio do Planalto. FHC enviou uma carta nesta semana a Temer solicitando que a assinatura do decreto de ampliação fosse feita com rapidez e relaciona a crise hídrica que afeta hoje o Distrito Federal à preservação da Chapa dos Veadeiros. Para ele, o cerrado é uma das grandes "caixas d'água" do Brasil. - * Governos federal e de Goiás têm propostas diferentes para ampliação do parque da Chapada dos Veadeiros JUSTIFICATIVA DO GOVERNO FEDERAL > Na área desprotegida hoje, que seria englobada pela ampliação contínua do parque, foram identificados nove tipos de ambientes (matas de galeria, mata seca, cerradão, cerrado sentido restrito, parque cerrado, vereda, campo sujo, campo limpo e campo rupestre) > Nesses ambientes vivem 17 espécies de plantas e 32 tipos de animais ameaçados de extinção, como a onça-pintada e o tamanduá-bandeira > Os ambientes que passariam a ficar mais protegidos também são de interesse turístico, uma das grandes atividades econômicas na região da Chapada hoje O QUE DIZ O GOVERNO DE GOIÁS > O mapa apresentado pelo Estado segue a lógica fundiária. Várias áreas particulares, segundo o governo, devem ser excluídas da proposta de ampliação pelo menos até que se resolva o problema das indenizações de 228 famílias que vivem ali
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Testes de impacto tornam carros pequenos mais seguros
Apenas com a chegada ao Brasil, em 2009, do Latin NCAP -braço para a América Latina da Global NCAP, organização que testa de forma independente a segurança de carros ao redor do mundo- é que a integridade dos ocupantes dos automóveis foi parar sob os holofotes. Leia mais aqui
tv
Testes de impacto tornam carros pequenos mais segurosApenas com a chegada ao Brasil, em 2009, do Latin NCAP -braço para a América Latina da Global NCAP, organização que testa de forma independente a segurança de carros ao redor do mundo- é que a integridade dos ocupantes dos automóveis foi parar sob os holofotes. Leia mais aqui
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Cientistas detectam genes que fazem 'controle de qualidade' do genoma
Um novo método para identificar genes responsáveis pelo "controle de qualidade" do DNA pode ajudar no diagnóstico e tratamento de vários tipos de câncer. O trabalho, que combinou técnicas de bioinformática com análises funcionais, encontrou 182 genes do tipo GIS, sigla inglesa para supressores de instabilidade do genoma. Desses, 98 nunca haviam sido descritos antes. "Isso tem potencial para levar a novas terapias, bem como a testes que podem predizer quão agressivo é um dado tumor de um paciente", diz Sandro de Souza, pesquisador do Instituto do Cérebro da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte) e um dos autores do estudo, publicado na última edição da "Nature Communications". Gene GIS A pesquisa ajuda a ilustrar como o que se convenciona chamar de câncer na verdade é uma complexa série de doenças diferentes, que só têm em comum o fato de envolverem crescimento descontrolado de células que sofreram mutação. (Isso reforça a noção de que dificilmente haverá uma pílula mágica capaz de resolver todo e qualquer caso, como os fãs da fosfoetanolamina querem fazer crer.) Os pesquisadores se concentraram num fenômeno que se observa com grande frequência em alguns tipos de câncer, como o colorretal e o ovariano, mas não em outros, como a leucemia. É um embaralhamento forte do genoma da célula, referido tecnicamente pela sigla GCR, de rearranjo cromossômico grosseiro. Ele acontece quando alguns genes responsáveis por manter o DNA todo organizado falham nessa função e induz ao surgimento de mutações, que por sua vez aumentam as chances de surgir um tumor maligno. Mas quais exatamente são esses genes, os tais GIS? Encontrar essa resposta era o objetivo principal do estudo. Sob a liderança de Richard Kolodner, pesquisador do Instituto Ludwig para Pesquisa sobre o Câncer, em La Jolla, na Califórnia, o grupo se concentrou num primeiro momento no genoma da levedura Saccharomyces cerevisiae. A caça aos tais genes não seria trivial, pois não é fácil bolar esquemas de laboratório capazes de revelá-los em culturas de células. Eis então a inovação que permitiu o sucesso: o trabalho começou numa "caçada virtual", em computador. Parte desse trabalho foi realizada no Instituto Metrópole Digital, também da UFRN. Usando técnicas de bioinformática aperfeiçoadas ao longo dos últimos anos, com a crescente capacidade computacional de processar dados genômicos, os pesquisadores "pescaram", no genoma da levedura, uma série de possíveis candidatos. Então, com esses genes na mira, partiram para testes práticos com culturas de células, a fim de confirmar sua função como supressores de instabilidade do genoma. Por vezes, chegaram a testá-los dois a dois. E o esforço compensou. Foram descobertos 182 genes do tipo GIS, além de outros 438 que não são propriamente da mesma categoria, mas agem em concerto para que o sistema de preservação da integridade do genoma se mantenha funcionando. DA LEVEDURA PARA O HOMEM Uma vez identificados os candidatos, o trabalho voltou para o computador, com a comparação entre os genes da levedura e os contidos no genoma humano. Esta é uma das "assinaturas" mais claras da evolução das espécies –o fato de que muitos dos genes presentes em outros organismos também têm seus equivalentes no homem. É isso que permite que estudos genéticos com outros organismos tenham um impacto importante na saúde humana. No caso do estudo em questão, isso ficou imediatamente claro. Ao confrontar os genes GIS identificados com os contidos nos dados do Atlas do Genoma do Câncer (TCGA), os pesquisadores notaram que há uma correlação forte entre defeitos nessas sequências genéticas e o surgimento de cânceres como o ovariano e colorretal. No caso ovariano, a correlação entre problemas com os GIS e a incidência da doença é de, no mínimo, 93%. No colorretal, o número cai para 66%, mas ainda assim é um indicativo importante. POTENCIAL Num nível mais elementar, o estudo oferece mais lampejos sobre como funcionam certos tipos de câncer, provavelmente induzidos por mutações que levam ao colapso do sistema de controle de qualidade do DNA e ao surgimento de rearranjos cromossômicos grosseiros. Segundo os autores, contudo, ele vai além disso –também abriria portas para o desenvolvimento de novos tratamentos e técnicas de diagnóstico e prognóstico. "Há a possibilidade de esses genes serem alvos para possíveis terapias", diz Sandro de Souza. "Se tivermos como restaurar a função desses genes, isso traz um potencial terapêutico." O pesquisador também destaca como eles podem oferecer pistas que ajudem a avaliar o nível esperado de agressividade de tumores. "Quando esses genes estão mutados, os respectivos tumores apresentam maior taxa de mutação. Com isso, há maior probabilidade de que surja uma variação mais agressiva." Ainda é cedo para esperar um teste prático, entretanto. "Precisamos de estudos para confirmar e definir qual a assinatura preditiva exata", assevera Souza. O trabalho é um importante ponto de partida, mas ainda há muito a ser feito. "Estamos trabalhando agora em uma abordagem usando dados para cerca de 15 tipos diferentes de tumor e também estamos trabalhando nos pares de genes que parecem atuar de forma colaborativa", conta o pesquisador brasileiro. "Queremos entender como essas mutações nesses pares podem refletir características clínicas nos pacientes."
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Cientistas detectam genes que fazem 'controle de qualidade' do genomaUm novo método para identificar genes responsáveis pelo "controle de qualidade" do DNA pode ajudar no diagnóstico e tratamento de vários tipos de câncer. O trabalho, que combinou técnicas de bioinformática com análises funcionais, encontrou 182 genes do tipo GIS, sigla inglesa para supressores de instabilidade do genoma. Desses, 98 nunca haviam sido descritos antes. "Isso tem potencial para levar a novas terapias, bem como a testes que podem predizer quão agressivo é um dado tumor de um paciente", diz Sandro de Souza, pesquisador do Instituto do Cérebro da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte) e um dos autores do estudo, publicado na última edição da "Nature Communications". Gene GIS A pesquisa ajuda a ilustrar como o que se convenciona chamar de câncer na verdade é uma complexa série de doenças diferentes, que só têm em comum o fato de envolverem crescimento descontrolado de células que sofreram mutação. (Isso reforça a noção de que dificilmente haverá uma pílula mágica capaz de resolver todo e qualquer caso, como os fãs da fosfoetanolamina querem fazer crer.) Os pesquisadores se concentraram num fenômeno que se observa com grande frequência em alguns tipos de câncer, como o colorretal e o ovariano, mas não em outros, como a leucemia. É um embaralhamento forte do genoma da célula, referido tecnicamente pela sigla GCR, de rearranjo cromossômico grosseiro. Ele acontece quando alguns genes responsáveis por manter o DNA todo organizado falham nessa função e induz ao surgimento de mutações, que por sua vez aumentam as chances de surgir um tumor maligno. Mas quais exatamente são esses genes, os tais GIS? Encontrar essa resposta era o objetivo principal do estudo. Sob a liderança de Richard Kolodner, pesquisador do Instituto Ludwig para Pesquisa sobre o Câncer, em La Jolla, na Califórnia, o grupo se concentrou num primeiro momento no genoma da levedura Saccharomyces cerevisiae. A caça aos tais genes não seria trivial, pois não é fácil bolar esquemas de laboratório capazes de revelá-los em culturas de células. Eis então a inovação que permitiu o sucesso: o trabalho começou numa "caçada virtual", em computador. Parte desse trabalho foi realizada no Instituto Metrópole Digital, também da UFRN. Usando técnicas de bioinformática aperfeiçoadas ao longo dos últimos anos, com a crescente capacidade computacional de processar dados genômicos, os pesquisadores "pescaram", no genoma da levedura, uma série de possíveis candidatos. Então, com esses genes na mira, partiram para testes práticos com culturas de células, a fim de confirmar sua função como supressores de instabilidade do genoma. Por vezes, chegaram a testá-los dois a dois. E o esforço compensou. Foram descobertos 182 genes do tipo GIS, além de outros 438 que não são propriamente da mesma categoria, mas agem em concerto para que o sistema de preservação da integridade do genoma se mantenha funcionando. DA LEVEDURA PARA O HOMEM Uma vez identificados os candidatos, o trabalho voltou para o computador, com a comparação entre os genes da levedura e os contidos no genoma humano. Esta é uma das "assinaturas" mais claras da evolução das espécies –o fato de que muitos dos genes presentes em outros organismos também têm seus equivalentes no homem. É isso que permite que estudos genéticos com outros organismos tenham um impacto importante na saúde humana. No caso do estudo em questão, isso ficou imediatamente claro. Ao confrontar os genes GIS identificados com os contidos nos dados do Atlas do Genoma do Câncer (TCGA), os pesquisadores notaram que há uma correlação forte entre defeitos nessas sequências genéticas e o surgimento de cânceres como o ovariano e colorretal. No caso ovariano, a correlação entre problemas com os GIS e a incidência da doença é de, no mínimo, 93%. No colorretal, o número cai para 66%, mas ainda assim é um indicativo importante. POTENCIAL Num nível mais elementar, o estudo oferece mais lampejos sobre como funcionam certos tipos de câncer, provavelmente induzidos por mutações que levam ao colapso do sistema de controle de qualidade do DNA e ao surgimento de rearranjos cromossômicos grosseiros. Segundo os autores, contudo, ele vai além disso –também abriria portas para o desenvolvimento de novos tratamentos e técnicas de diagnóstico e prognóstico. "Há a possibilidade de esses genes serem alvos para possíveis terapias", diz Sandro de Souza. "Se tivermos como restaurar a função desses genes, isso traz um potencial terapêutico." O pesquisador também destaca como eles podem oferecer pistas que ajudem a avaliar o nível esperado de agressividade de tumores. "Quando esses genes estão mutados, os respectivos tumores apresentam maior taxa de mutação. Com isso, há maior probabilidade de que surja uma variação mais agressiva." Ainda é cedo para esperar um teste prático, entretanto. "Precisamos de estudos para confirmar e definir qual a assinatura preditiva exata", assevera Souza. O trabalho é um importante ponto de partida, mas ainda há muito a ser feito. "Estamos trabalhando agora em uma abordagem usando dados para cerca de 15 tipos diferentes de tumor e também estamos trabalhando nos pares de genes que parecem atuar de forma colaborativa", conta o pesquisador brasileiro. "Queremos entender como essas mutações nesses pares podem refletir características clínicas nos pacientes."
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Biógrafo de Roberto Carlos é vetado em entrevista coletiva
O jornalista Paulo César de Araújo, biógrafo de Roberto Carlos, foi vetado da entrevista coletiva que o cantor dará em 5/2 em Búzios (RJ), numa das paradas do tradicional cruzeiro em que faz um show, o "Emoções em Alto Mar". Araújo, que está sendo processado pelo músico por causa da biografia "Roberto Carlos em Detalhes" –retirada de circulação após acordo entre a editora Planeta e os advogados de RC– tinha sido convidado pela Folha a fazer a entrevista para o jornal. Questionada sobre o veto, a assessoria de imprensa do cantor, a Kassu Produções, informou que não credenciara Araújo para "evitar problemas", já que há um processo judicial em andamento. Dody Sirena, empresário do cantor, disse que não sabia da tentativa de credenciamento e que considera "desrespeito" a Folha tentar incluir Araújo entre os entrevistadores. "Ele é persona non grata, é inimigo, o Brasil sabe disso. Temos um processo judicial", disse Dody, afirmando que "a Folha é bem-vinda". Outros três credenciamentos feitos pelo jornal para a entrevista foram aceitos.
ilustrada
Biógrafo de Roberto Carlos é vetado em entrevista coletivaO jornalista Paulo César de Araújo, biógrafo de Roberto Carlos, foi vetado da entrevista coletiva que o cantor dará em 5/2 em Búzios (RJ), numa das paradas do tradicional cruzeiro em que faz um show, o "Emoções em Alto Mar". Araújo, que está sendo processado pelo músico por causa da biografia "Roberto Carlos em Detalhes" –retirada de circulação após acordo entre a editora Planeta e os advogados de RC– tinha sido convidado pela Folha a fazer a entrevista para o jornal. Questionada sobre o veto, a assessoria de imprensa do cantor, a Kassu Produções, informou que não credenciara Araújo para "evitar problemas", já que há um processo judicial em andamento. Dody Sirena, empresário do cantor, disse que não sabia da tentativa de credenciamento e que considera "desrespeito" a Folha tentar incluir Araújo entre os entrevistadores. "Ele é persona non grata, é inimigo, o Brasil sabe disso. Temos um processo judicial", disse Dody, afirmando que "a Folha é bem-vinda". Outros três credenciamentos feitos pelo jornal para a entrevista foram aceitos.
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Indicação de Israel afronta Brasil
O episódio da controversa indicação do político e colono israelense Dani Dayan ao posto de embaixador de Israel em Brasília ainda não chegou ao fim. O governo Netanyahu não retirou oficialmente a indicação, apesar dos claros sinais de que o Brasil não irá aceitá-la. A nomeação de Dayan desafia, principalmente, duas lógicas fundamentais, uma inerente ao arcabouço das relações diplomáticas entre Brasil e Israel e a outra concernente ao histórico posicionamento brasileiro sobre o conflito israelo-palestino. No que diz respeito à primeira lógica, o governo Netanyahu cometeu um erro protocolar grave ao anunciar o seu indicado pelo Twitter, sem submeter inicialmente a indicação ao governo brasileiro, como dita a praxe diplomática. Em diplomacia, procedimentos, regras e condutas importam, sobremaneira, e traduzem as intenções de quaisquer governos. Nesse sentido, a indicação, que deveria servir para prestigiar as relações diplomáticas entre os dois países, representa uma afronta ao Brasil e lhe impõe o ônus de ter que desatar um nó desnecessário. Mas, partindo do ingênuo princípio de que a indicação –ainda que atabalhoada– foi tomada com a melhor das intenções e considerando que o procedimento adotado foi meramente um ato falho, a concessão do "agrément" (aceitação oficial) implicaria à política externa brasileira, no mínimo, uma profunda contradição histórica. Tradicionalmente, o Brasil sempre condenou, nos diversos foros internacionais, a política de ocupação ilegal dos territórios palestinos. Aceitar Dayan como embaixador plenipotenciário em Brasília contradiria o padrão de votação do Itamaraty no Conselho de Segurança e na Assembleia Geral da ONU. A atuação política e profissional de Dayan, ao advogar pela construção de assentamentos ilegais em área geográfica internacionalmente reconhecida como fronteira do território palestino ocupado, se encontra em flagrante descompasso com o direito internacional. Aceitar sua presença no Brasil seria concordar com sua premissa de negligenciar o direito de existência do Estado palestino. Ademais, as consequências para a política externa brasileira seriam péssimas sob qualquer ângulo. O Brasil se colocaria numa posição vulnerável no contexto da comunidade internacional, com previsíveis prejuízos aos interesses do país no Oriente Médio. Da mesma forma legítima que o governo Netanyahu escolheu Dani Dayan, o Brasil, soberanamente, pode não acolher a indicação, visto que em nenhuma convenção ou tratado internacional consta a obrigatoriedade de conceder o "agrément" a qualquer representante de qualquer governo estrangeiro. A postura do Brasil é coerente com os princípios da política externa. Trata-se de uma decisão estudada cuidadosamente pelo Itamaraty. O manifesto suprapartidário assinado por 40 ex-embaixadores e diplomatas do quadro do serviço exterior brasileiro exprime essa coerência e reflete a tese de que a decisão emanou de uma política de Estado e não de uma objeção partidária como se tenta afirmar. Diplomacia não tem sido o ponto forte da Era Netanyahu à frente do governo de Israel. Inconsistências, controvérsias e animosidades têm marcado sua política externa e isolado o país na arena internacional. Nas Américas, Netanyahu danificou as relações com os dois principais países do contexto hemisférico: Brasil e EUA. Nesse sentido, a eventual retirada do nome de Dayan pelo governo israelense deveria ser vista não como uma vitória do Brasil, mas, sobretudo, daqueles que na sociedade israelense acreditam na paz como princípio fundamental. Além disso, se o Brasil aprovasse a indicação de um embaixador de Israel vinculado aos assentamentos ilegais, teria dificuldade em rejeitar um enviado da Autoridade Palestina ligado ao Hamas e que não reconhecesse o direito de existência do Estado de Israel, por exemplo, se um dia essa descortesia também fosse praticada. HUSSEIN KALOUT, 39, é cientista político e pesquisador do Centro de Estudos do Oriente Médio da Universidade Harvard * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
Indicação de Israel afronta BrasilO episódio da controversa indicação do político e colono israelense Dani Dayan ao posto de embaixador de Israel em Brasília ainda não chegou ao fim. O governo Netanyahu não retirou oficialmente a indicação, apesar dos claros sinais de que o Brasil não irá aceitá-la. A nomeação de Dayan desafia, principalmente, duas lógicas fundamentais, uma inerente ao arcabouço das relações diplomáticas entre Brasil e Israel e a outra concernente ao histórico posicionamento brasileiro sobre o conflito israelo-palestino. No que diz respeito à primeira lógica, o governo Netanyahu cometeu um erro protocolar grave ao anunciar o seu indicado pelo Twitter, sem submeter inicialmente a indicação ao governo brasileiro, como dita a praxe diplomática. Em diplomacia, procedimentos, regras e condutas importam, sobremaneira, e traduzem as intenções de quaisquer governos. Nesse sentido, a indicação, que deveria servir para prestigiar as relações diplomáticas entre os dois países, representa uma afronta ao Brasil e lhe impõe o ônus de ter que desatar um nó desnecessário. Mas, partindo do ingênuo princípio de que a indicação –ainda que atabalhoada– foi tomada com a melhor das intenções e considerando que o procedimento adotado foi meramente um ato falho, a concessão do "agrément" (aceitação oficial) implicaria à política externa brasileira, no mínimo, uma profunda contradição histórica. Tradicionalmente, o Brasil sempre condenou, nos diversos foros internacionais, a política de ocupação ilegal dos territórios palestinos. Aceitar Dayan como embaixador plenipotenciário em Brasília contradiria o padrão de votação do Itamaraty no Conselho de Segurança e na Assembleia Geral da ONU. A atuação política e profissional de Dayan, ao advogar pela construção de assentamentos ilegais em área geográfica internacionalmente reconhecida como fronteira do território palestino ocupado, se encontra em flagrante descompasso com o direito internacional. Aceitar sua presença no Brasil seria concordar com sua premissa de negligenciar o direito de existência do Estado palestino. Ademais, as consequências para a política externa brasileira seriam péssimas sob qualquer ângulo. O Brasil se colocaria numa posição vulnerável no contexto da comunidade internacional, com previsíveis prejuízos aos interesses do país no Oriente Médio. Da mesma forma legítima que o governo Netanyahu escolheu Dani Dayan, o Brasil, soberanamente, pode não acolher a indicação, visto que em nenhuma convenção ou tratado internacional consta a obrigatoriedade de conceder o "agrément" a qualquer representante de qualquer governo estrangeiro. A postura do Brasil é coerente com os princípios da política externa. Trata-se de uma decisão estudada cuidadosamente pelo Itamaraty. O manifesto suprapartidário assinado por 40 ex-embaixadores e diplomatas do quadro do serviço exterior brasileiro exprime essa coerência e reflete a tese de que a decisão emanou de uma política de Estado e não de uma objeção partidária como se tenta afirmar. Diplomacia não tem sido o ponto forte da Era Netanyahu à frente do governo de Israel. Inconsistências, controvérsias e animosidades têm marcado sua política externa e isolado o país na arena internacional. Nas Américas, Netanyahu danificou as relações com os dois principais países do contexto hemisférico: Brasil e EUA. Nesse sentido, a eventual retirada do nome de Dayan pelo governo israelense deveria ser vista não como uma vitória do Brasil, mas, sobretudo, daqueles que na sociedade israelense acreditam na paz como princípio fundamental. Além disso, se o Brasil aprovasse a indicação de um embaixador de Israel vinculado aos assentamentos ilegais, teria dificuldade em rejeitar um enviado da Autoridade Palestina ligado ao Hamas e que não reconhecesse o direito de existência do Estado de Israel, por exemplo, se um dia essa descortesia também fosse praticada. HUSSEIN KALOUT, 39, é cientista político e pesquisador do Centro de Estudos do Oriente Médio da Universidade Harvard * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Dodge defende manter Wesley preso por busca a 'lucro fácil' com delação
Em manifestação enviada ao STF (Supremo Tribunal Federal) na noite desta sexta (6), a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, defendeu a manutenção da prisão preventiva de Wesley Batista, sócio da JBS, decretada pela Justiça Federal em São Paulo no âmbito de uma investigação sobre uso de informações privilegiadas para lucrar no mercado financeiro –prática conhecida como "insider trading". A investigação paulista indicou que Wesley, ao assinar acordo de delação com a PGR (Procuradoria-Geral da República) em maio, realizou operações antes de o caso vir a público com o objetivo de obter lucro. "Ao invés de representar espaço de conscientização e arrependimento a respeito dos crimes já praticados", escreveu Dodge, "o acordo de colaboração representou, aos olhos do reclamante, oportunidade de lucro fácil, mediante o cometimento de novos crimes." A defesa de Wesley entrou com reclamação no Supremo argumentando que a Justiça Federal em São Paulo não poderia ter decretado sua prisão preventiva porque o acordo de delação celebrado com a PGR lhe concedeu imunidade penal e ainda está válido. O relator da reclamação é o ministro Gilmar Mendes. MÁ-FÉ Em sua manifestação, Dodge afirmou que o crime de "insider trading", investigado em São Paulo, não estava coberto pela imunidade, pois não foi relatado ao Ministério Público pelos delatores, o que indica má-fé. "Permitir-se, como quer o reclamante [Wesley], que a imunidade penal prevista no ajuste alcance tal ilícito, protegendo-o, como um verdadeiro escudo, de ser processado e eventualmente punido pela sua prática, equivaleria a desvirtuar a lógica dos acordos de colaboração premiada –o que, por óbvio, não pode ser admitido", escreveu Dodge. Para a procuradora-geral, a prisão deve ser mantida para "garantir a ordem pública, já que há evidências de que, mesmo ao celebrar acordo de colaboração premiada com o MPF, o reclamante continuou voltado à prática de crimes", e porque "há risco à instrução penal, eis que, em oportunidades anteriores, o reclamante e seu irmão não hesitaram em cooptar agentes públicos, exercendo, devido a seu elevado poderio econômico, influência sobre diversos órgãos públicos, o que poderá atrapalhar a produção de provas necessárias à investigação". Além de Wesley, também está preso o irmão dele, Joesley Batista, por determinação do STF. O ex-procurador-geral Rodrigo Janot entendeu que Joesley e outro executivo da JBS, Ricardo Saud, omitiram informações relevantes em sua delação, e decidiu rescindir o acordo. Caberá ao ministro Edson Fachin dar a palavra final sobre a rescisão, após ouvir a defesa.
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Dodge defende manter Wesley preso por busca a 'lucro fácil' com delaçãoEm manifestação enviada ao STF (Supremo Tribunal Federal) na noite desta sexta (6), a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, defendeu a manutenção da prisão preventiva de Wesley Batista, sócio da JBS, decretada pela Justiça Federal em São Paulo no âmbito de uma investigação sobre uso de informações privilegiadas para lucrar no mercado financeiro –prática conhecida como "insider trading". A investigação paulista indicou que Wesley, ao assinar acordo de delação com a PGR (Procuradoria-Geral da República) em maio, realizou operações antes de o caso vir a público com o objetivo de obter lucro. "Ao invés de representar espaço de conscientização e arrependimento a respeito dos crimes já praticados", escreveu Dodge, "o acordo de colaboração representou, aos olhos do reclamante, oportunidade de lucro fácil, mediante o cometimento de novos crimes." A defesa de Wesley entrou com reclamação no Supremo argumentando que a Justiça Federal em São Paulo não poderia ter decretado sua prisão preventiva porque o acordo de delação celebrado com a PGR lhe concedeu imunidade penal e ainda está válido. O relator da reclamação é o ministro Gilmar Mendes. MÁ-FÉ Em sua manifestação, Dodge afirmou que o crime de "insider trading", investigado em São Paulo, não estava coberto pela imunidade, pois não foi relatado ao Ministério Público pelos delatores, o que indica má-fé. "Permitir-se, como quer o reclamante [Wesley], que a imunidade penal prevista no ajuste alcance tal ilícito, protegendo-o, como um verdadeiro escudo, de ser processado e eventualmente punido pela sua prática, equivaleria a desvirtuar a lógica dos acordos de colaboração premiada –o que, por óbvio, não pode ser admitido", escreveu Dodge. Para a procuradora-geral, a prisão deve ser mantida para "garantir a ordem pública, já que há evidências de que, mesmo ao celebrar acordo de colaboração premiada com o MPF, o reclamante continuou voltado à prática de crimes", e porque "há risco à instrução penal, eis que, em oportunidades anteriores, o reclamante e seu irmão não hesitaram em cooptar agentes públicos, exercendo, devido a seu elevado poderio econômico, influência sobre diversos órgãos públicos, o que poderá atrapalhar a produção de provas necessárias à investigação". Além de Wesley, também está preso o irmão dele, Joesley Batista, por determinação do STF. O ex-procurador-geral Rodrigo Janot entendeu que Joesley e outro executivo da JBS, Ricardo Saud, omitiram informações relevantes em sua delação, e decidiu rescindir o acordo. Caberá ao ministro Edson Fachin dar a palavra final sobre a rescisão, após ouvir a defesa.
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Riscos do gradualismo
O governo Michel Temer (PMDB) afinal delineou um programa econômico que alcança o ano de 2019, quando terá início o mandato de um novo presidente eleito. Trata-se de uma estratégia gradualista de reequilíbrio das finanças públicas, que por ora adia a tomada de decisões mais duras —o presidente interino previu medidas impopulares "a partir de certo momento" e depende de reformas constitucionais ambiciosas. A diretriz central do plano é a tolerância com deficits elevados nas contas do governos ao longo do mandato atual, o que manterá sua dívida em escalada até, no mínimo, o final da década. Em compensação, será imposto um congelamento inédito dos gastos federais em termos reais —dito de outra maneira, os desembolsos, salvo poucas exceções, não poderão crescer acima da inflação. Ao longo do tempo, com a esperada recuperação do emprego, do consumo e dos investimentos, a arrecadação tributária voltaria a se expandir, reequilibrando o caixa do Tesouro Nacional. A concretização do teto para as despesas envolverá batalha dura no Congresso, onde será necessário suspender os dispositivos da Constituição que atrelam os gastos em saúde e educação a percentuais mínimos da receita. Há pela frente ainda uma reforma das regras previdenciárias cujo texto nem sequer está esboçado, embora saiba-se da inevitabilidade de restringir benefícios e elevar a idade de aposentadoria. A viabilidade política de tal agenda cobra, decerto, seu preço, e o governo o paga com antecedência e sem regateio. Foram dados reajustes aos salários dos servidores da União e ao Bolsa Família, mais uma nova rodada de socorro financeiro aos governadores. A má repercussão de tanta permissividade forçou maior continência no anúncio das metas a serem perseguidas de imediato. Prometeu-se evoluir de um deficit primário (o saldo entre receitas e despesas, excluindo juros da dívida) de R$ 170,5 bilhões neste ano para um de R$ 139 bilhões em 2017. saldo no caixa do governo - (R$ bi, excluindo gasto com juros) Não são triviais, porém, as dúvidas que cercam o compromisso divulgado. Dadas as estimativas para os dispêndios, tal resultado dependerá de arrecadação adicional na casa dos R$ 55 bilhões, cuja origem, apesar de menções à privatização, permanece obscura. Nas projeções para os anos seguintes, demonstra-se um otimismo de base inverossímil. Prevê-se a redução do deficit quase pela metade em 2018, e a zero em 2019. Não se detalharam as premissas que sustentam melhora tão célere. É fato que o sucesso do programa pode ser acelerado caso o governo recorra a aumentos de impostos —uma possibilidade sugerida com frequência nas declarações das autoridades, que nunca chegam a desvelar a natureza e o alcance das opções cogitadas. Um incremento mais agressivo da receita encurtaria a sequência de rombos orçamentários e saltos da dívida pública. Com a ajuda de uma melhora geral de humores a ser proporcionada pelo avanço das reformas, a medida poderia contribuir para uma queda mais rápida das taxas de juros. Esta Folha entende que elevações da carga tributária —já excessiva no Brasil— podem ser defensáveis no atual contexto de descalabro das finanças governamentais. Devem, entretanto, ter caráter emergencial e, tanto quanto possível, transitório. Mais virtuoso será empreender uma ofensiva persistente de venda de ativos do Estado e concessões de serviços públicos à iniciativa privada, que além de dinheiro para os cofres do Tesouro também levaria maior eficiência à economia. Iniciativas para ampliar a qualidade dos gastos, adiadas anos a fio pela complacência burocrática e corporativa, agora se impõem pela míngua de verbas. Abundam programas a serem aprimorados ou revistos, como já se ensaia fazer com o obsoleto abono salarial. Não faltam bons argumentos para a opção pelo gradualismo. Na arena política, Temer age premido pelo calendário desfavorável —além do andamento do processo de impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff (PT), as eleições de outubro sabotam as chances de propostas amargas prosperarem no Congresso. Do lado econômico, a profunda recessão, a despeito dos sinais de acomodação, ainda torna contraproducentes terapias de arrocho fiscal: cortes radicais de obras públicas ou revisões de benefícios tributários, por exemplo, acabariam por deprimir ainda mais os investimentos e a arrecadação. A escolha fundamental do governo, portanto, está correta. Os planos complementares, porém, ainda são desconhecidos ou nem cogitados. A discussão deixará de fazer sentido e a economia pode desandar em tumulto renovado se o Congresso não aprovar as reformas, ou caso as esperanças de empresários e investidores terminem vencidas pelo cansaço. editoriais@grupofolha.com.br
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Riscos do gradualismoO governo Michel Temer (PMDB) afinal delineou um programa econômico que alcança o ano de 2019, quando terá início o mandato de um novo presidente eleito. Trata-se de uma estratégia gradualista de reequilíbrio das finanças públicas, que por ora adia a tomada de decisões mais duras —o presidente interino previu medidas impopulares "a partir de certo momento" e depende de reformas constitucionais ambiciosas. A diretriz central do plano é a tolerância com deficits elevados nas contas do governos ao longo do mandato atual, o que manterá sua dívida em escalada até, no mínimo, o final da década. Em compensação, será imposto um congelamento inédito dos gastos federais em termos reais —dito de outra maneira, os desembolsos, salvo poucas exceções, não poderão crescer acima da inflação. Ao longo do tempo, com a esperada recuperação do emprego, do consumo e dos investimentos, a arrecadação tributária voltaria a se expandir, reequilibrando o caixa do Tesouro Nacional. A concretização do teto para as despesas envolverá batalha dura no Congresso, onde será necessário suspender os dispositivos da Constituição que atrelam os gastos em saúde e educação a percentuais mínimos da receita. Há pela frente ainda uma reforma das regras previdenciárias cujo texto nem sequer está esboçado, embora saiba-se da inevitabilidade de restringir benefícios e elevar a idade de aposentadoria. A viabilidade política de tal agenda cobra, decerto, seu preço, e o governo o paga com antecedência e sem regateio. Foram dados reajustes aos salários dos servidores da União e ao Bolsa Família, mais uma nova rodada de socorro financeiro aos governadores. A má repercussão de tanta permissividade forçou maior continência no anúncio das metas a serem perseguidas de imediato. Prometeu-se evoluir de um deficit primário (o saldo entre receitas e despesas, excluindo juros da dívida) de R$ 170,5 bilhões neste ano para um de R$ 139 bilhões em 2017. saldo no caixa do governo - (R$ bi, excluindo gasto com juros) Não são triviais, porém, as dúvidas que cercam o compromisso divulgado. Dadas as estimativas para os dispêndios, tal resultado dependerá de arrecadação adicional na casa dos R$ 55 bilhões, cuja origem, apesar de menções à privatização, permanece obscura. Nas projeções para os anos seguintes, demonstra-se um otimismo de base inverossímil. Prevê-se a redução do deficit quase pela metade em 2018, e a zero em 2019. Não se detalharam as premissas que sustentam melhora tão célere. É fato que o sucesso do programa pode ser acelerado caso o governo recorra a aumentos de impostos —uma possibilidade sugerida com frequência nas declarações das autoridades, que nunca chegam a desvelar a natureza e o alcance das opções cogitadas. Um incremento mais agressivo da receita encurtaria a sequência de rombos orçamentários e saltos da dívida pública. Com a ajuda de uma melhora geral de humores a ser proporcionada pelo avanço das reformas, a medida poderia contribuir para uma queda mais rápida das taxas de juros. Esta Folha entende que elevações da carga tributária —já excessiva no Brasil— podem ser defensáveis no atual contexto de descalabro das finanças governamentais. Devem, entretanto, ter caráter emergencial e, tanto quanto possível, transitório. Mais virtuoso será empreender uma ofensiva persistente de venda de ativos do Estado e concessões de serviços públicos à iniciativa privada, que além de dinheiro para os cofres do Tesouro também levaria maior eficiência à economia. Iniciativas para ampliar a qualidade dos gastos, adiadas anos a fio pela complacência burocrática e corporativa, agora se impõem pela míngua de verbas. Abundam programas a serem aprimorados ou revistos, como já se ensaia fazer com o obsoleto abono salarial. Não faltam bons argumentos para a opção pelo gradualismo. Na arena política, Temer age premido pelo calendário desfavorável —além do andamento do processo de impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff (PT), as eleições de outubro sabotam as chances de propostas amargas prosperarem no Congresso. Do lado econômico, a profunda recessão, a despeito dos sinais de acomodação, ainda torna contraproducentes terapias de arrocho fiscal: cortes radicais de obras públicas ou revisões de benefícios tributários, por exemplo, acabariam por deprimir ainda mais os investimentos e a arrecadação. A escolha fundamental do governo, portanto, está correta. Os planos complementares, porém, ainda são desconhecidos ou nem cogitados. A discussão deixará de fazer sentido e a economia pode desandar em tumulto renovado se o Congresso não aprovar as reformas, ou caso as esperanças de empresários e investidores terminem vencidas pelo cansaço. editoriais@grupofolha.com.br
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Veja cinco atrações em Londres inspiradas no Harry Potter
"Harry Potter e a Criança Amaldiçoada" Em cartaz desde julho de 2016 no Palace Theatre, a peça conta história posterior à saga original e pode ser vista até julho de 2018 Reptile House no London Zoo É onde Harry fala com cobras pela primeira vez na história Leadenhall Market A construção aparece em cenas do filme como o Beco Diagonal, mercado para bruxos Warner Bross. Studio Abriga cenários e figurinos originais dos filmes Estação King's Cross É de onde sai o trem para Hogwarts; uma loja vende artigos inspirados na série * Da Ansa - Roma iniciou um roteiro de passeios turísticos teatralizados, nos quais os guias mostram aos visitantes os principais pontos da cidade com a presença de atores que interpretam personagens que viveram ali em outras épocas. Chamada de "As Viagens de Adriano", a iniciativa tem 51 vagas por visita. O evento, que está em sua segunda edição, vai até dia 26 de agosto. "É uma nova forma de conhecer Roma com guia e elenco de atores profissionais que permitem ao público conhecer personagens históricos nesta cidade", diz Piero Giovinazzo, diretor de turismo do roteiro. O cenário são as ruas e os monumentos da capital italiana. Além do pintor Caravaggio, que viveu 14 anos em Roma, outros personagens encontrados ao longo do passeio são os mestres Michelangelo e Raphael. O evento ainda é uma oportunidade de aprender mais sobre arte, além de ser uma volta à Roma antiga, com o descobrimento de galerias e até mesmo as Catacumbas de Priscila, consideradas uma das criptas mais interessantes da Roma dos primeiros séculos. Mais informações em iviaggidiadriano.it * BEL COELHO, 38, CHEF DE COZINHA VOLTARIA Las Vegas (EUA) Voltaria para assistir aos outros espetáculos do Cirque du Soleil (só vi "Love") e também para comer em restaurantes que não tive tempo de visitar –a gastronomia de lá é intensa e instigante. Além disso, fui ao Red Rock Canyon e gostaria de conhecer mais da natureza do entorno da cidade NÃO VOLTARIA Rondonópolis (MT) A cidade é linda, mas muito abafada. Fiquei apenas um dia lá, então não consegui conhecer bem, mas foi o lugar mais quente em que já estive em toda a minha vida. Não bate nem uma brisa... Gosto de calor, mas sem praia é complicado * Viajar: Eu preciso! O livro é o relato de um viajante após passar por 54 países. Mayke Moraes, 34, experimentou, nos últimos nove anos, a caça no Alasca, um acampamento em pleno deserto do Saara, no Marrocos, e provou comidas exóticas em países como a Coreia do Sul –tudo usando métodos econômicos, como hospedagem em casas de moradores locais e deslocamentos com caronas. Autor Mayke Moraes Editora Buzz Quanto R$ 39,90 (256 págs.)
turismo
Veja cinco atrações em Londres inspiradas no Harry Potter"Harry Potter e a Criança Amaldiçoada" Em cartaz desde julho de 2016 no Palace Theatre, a peça conta história posterior à saga original e pode ser vista até julho de 2018 Reptile House no London Zoo É onde Harry fala com cobras pela primeira vez na história Leadenhall Market A construção aparece em cenas do filme como o Beco Diagonal, mercado para bruxos Warner Bross. Studio Abriga cenários e figurinos originais dos filmes Estação King's Cross É de onde sai o trem para Hogwarts; uma loja vende artigos inspirados na série * Da Ansa - Roma iniciou um roteiro de passeios turísticos teatralizados, nos quais os guias mostram aos visitantes os principais pontos da cidade com a presença de atores que interpretam personagens que viveram ali em outras épocas. Chamada de "As Viagens de Adriano", a iniciativa tem 51 vagas por visita. O evento, que está em sua segunda edição, vai até dia 26 de agosto. "É uma nova forma de conhecer Roma com guia e elenco de atores profissionais que permitem ao público conhecer personagens históricos nesta cidade", diz Piero Giovinazzo, diretor de turismo do roteiro. O cenário são as ruas e os monumentos da capital italiana. Além do pintor Caravaggio, que viveu 14 anos em Roma, outros personagens encontrados ao longo do passeio são os mestres Michelangelo e Raphael. O evento ainda é uma oportunidade de aprender mais sobre arte, além de ser uma volta à Roma antiga, com o descobrimento de galerias e até mesmo as Catacumbas de Priscila, consideradas uma das criptas mais interessantes da Roma dos primeiros séculos. Mais informações em iviaggidiadriano.it * BEL COELHO, 38, CHEF DE COZINHA VOLTARIA Las Vegas (EUA) Voltaria para assistir aos outros espetáculos do Cirque du Soleil (só vi "Love") e também para comer em restaurantes que não tive tempo de visitar –a gastronomia de lá é intensa e instigante. Além disso, fui ao Red Rock Canyon e gostaria de conhecer mais da natureza do entorno da cidade NÃO VOLTARIA Rondonópolis (MT) A cidade é linda, mas muito abafada. Fiquei apenas um dia lá, então não consegui conhecer bem, mas foi o lugar mais quente em que já estive em toda a minha vida. Não bate nem uma brisa... Gosto de calor, mas sem praia é complicado * Viajar: Eu preciso! O livro é o relato de um viajante após passar por 54 países. Mayke Moraes, 34, experimentou, nos últimos nove anos, a caça no Alasca, um acampamento em pleno deserto do Saara, no Marrocos, e provou comidas exóticas em países como a Coreia do Sul –tudo usando métodos econômicos, como hospedagem em casas de moradores locais e deslocamentos com caronas. Autor Mayke Moraes Editora Buzz Quanto R$ 39,90 (256 págs.)
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Sabedoria, coragem e a economia
No mundo dos especialistas em política, é hora da fantasia, e os comentaristas estão tentando desconsiderar o domínio de Hillary Clinton nas pesquisas - sim, a Síndrome de Insanidade sobre Clinton continua viva e bem - ao insistir que ela estaria perdendo feio se o Partido Republicano tivesse indicado qualquer outro candidato. Jamais saberemos, é claro. Mas uma coisa que sabemos é que nenhum dos rivais reais de Trump na disputa pela indicação do partido apresentava qualquer semelhança com o candidato imaginário que esses especialistas parecem ter em mente - um conservador moderado e sensato, com boas ideias. Convém não esquecer, por exemplo, o que Marco Rubio estava fazendo ao repetir uma frase memorizada que parecia estar sempre em seus lábios: ou seja, insinuar que o presidente Barack Obama estava deliberadamente solapando os Estados Unidos. Não era tão diferente assim da afirmação de Donald Trump de que Obama fundou o Estado Islâmico no Iraque e no Levante (EIIL). E não esqueçamos, tampouco, que Jeb Bush, o candidato oficial da elite do partido, começou sua campanha com a ridícula promessa de que suas políticas dobrariam o ritmo de crescimento econômico dos Estados Unidos. O que me conduz ao meu assunto principal: a visão econômica de Hillary, que ela sumarizou na semana passada. É claramente uma visão de centro-esquerda: aumentos graduais mas bastante elevados nas alíquotas de imposto sobre as rendas mais altas, um aperto ainda maior da regulamentação financeira, reforço adicional da rede de seguro social. Sua visão também é notável pela ausência de suposições absurdas. Ao contrário de praticamente todo mundo do lado republicano, ela não está justificando suas propostas com afirmações de que elas acelerariam radicalmente a economia dos Estados Unidos. Nas palavras do Centro de Política Tributária, uma organização de pesquisa apartidária, Hillary é "uma líder política que seria capaz de pagar pelo que promete". Eis minha pergunta, então: será que a modéstia da agenda econômica de Hillary não representa um excesso de sensatez? Será que acelerar o crescimento econômico dos Estados Unidos deveria ser uma prioridade mais alta? Pois embora os Estados Unidos tenham se saído razoavelmente bem na recuperação da crise financeira de 2007-2009, o crescimento econômico em longo prazo vem parecendo bastante decepcionante. Parte do problema é simples demografia, com a aposentadoria da geração baby boom (os norte-americanos nascidos entre 1946 e 1964) e a desaceleração no crescimento da população em idade de trabalho. Mas também houve um declínio de alguma forma misterioso na participação de adultos da faixa etária dominante na força de trabalho, e uma queda acentuada no crescimento da produtividade. O resultado, de acordo com o Serviço Orçamentário do Congresso, é que o ritmo de crescimento potencial do Produto Interno Bruto (PIB) - ou seja, o que a economia poderia produzir em uma situação de pleno emprego - recuou de 3,5% ao ano no final da década de 90 a cerca de 1,5% anual hoje. E algumas pessoas que respeito acreditam que tentar reconduzir essa taxa ao valor mais elevado deveria ser uma meta importante de política pública. Mas ao tentar raciocinar sobre isso, percebi que a famosa Oração da Serenidade, de Reinhold Niebuhr, estava sempre presente em meus pensamentos: "Dê-me a serenidade de aceitar as coisas que não posso mudar, a coragem de mudar as que posso, e a sabedoria para entender a diferença". Sei que é um tanto sacrílego aplicá-la à política econômica, mas... Afinal, o que sabemos de fato fazer quando o assunto é a política econômica? Sabemos como oferecer serviços essenciais de saúde a todos; a maioria dos países avançados o faz. Sabemos como oferecer segurança básica aos aposentados. Sabemos bastante sobre como elevar a renda dos trabalhadores de salários mais baixos. Eu argumentaria que também sabemos como enfrentar crises financeiras e recessões, ainda que o impasse político e a obsessão com o deficit tenham interferido com a colocação desse conhecimento em prática. Por outro lado, o que sabemos sobre como acelerar o crescimento em longo prazo? De acordo com o Serviço Orçamentário do Congresso, o potencial de crescimento foi bastante estável entre 1970 e 2000, e nada do que Ronald Reagan ou Bill Clinton tentou fez muito diferença. A queda subsequente começou na presidência de George W. Bush e continuou na de Obama. A história não sugere maneira fácil de reverter a tendência. Não estou, com isso, dizendo que nem deveríamos tentar. Eu argumentaria, especialmente, por muito mais investimento em infraestrutura do que Hillary está propondo, e por mais captação para pagar por ele. Isso poderia estimular o crescimento significativamente. Mas seria imprudente contar com esse fator. Enquanto isso, não creio que as pessoas apreciem a coragem envolvida em concentrar as atenções naquilo que sabemos como fazer, em contraposição a falar magicamente de um crescimento maravilhoso. Quando os conservadores prometem crescimento fantástico se lhes dermos nova chance de praticar a política econômica de Bush, um dos principais motivos é que eles não desejam admitir até que ponto desejam cortar programas populares a fim de pagar por seus cortes de impostos. Quando os centristas nos instam a deixar de lado questões de distribuição e equidade para nos concentrarmos no crescimento, é comum que estejam simplesmente fugindo das questões reais que nos dividem politicamente. Assim, é na verdade muito corajoso dizer: "Eis as coisas que quero fazer, e eis como pagarei por elas. Lamento que alguns de vocês venham a ter de pagar mais impostos". Não seria ótimo se esse tipo de honestidade quanto a políticas se tornasse a norma? Tradução de PAULO MIGLIACCI
colunas
Sabedoria, coragem e a economiaNo mundo dos especialistas em política, é hora da fantasia, e os comentaristas estão tentando desconsiderar o domínio de Hillary Clinton nas pesquisas - sim, a Síndrome de Insanidade sobre Clinton continua viva e bem - ao insistir que ela estaria perdendo feio se o Partido Republicano tivesse indicado qualquer outro candidato. Jamais saberemos, é claro. Mas uma coisa que sabemos é que nenhum dos rivais reais de Trump na disputa pela indicação do partido apresentava qualquer semelhança com o candidato imaginário que esses especialistas parecem ter em mente - um conservador moderado e sensato, com boas ideias. Convém não esquecer, por exemplo, o que Marco Rubio estava fazendo ao repetir uma frase memorizada que parecia estar sempre em seus lábios: ou seja, insinuar que o presidente Barack Obama estava deliberadamente solapando os Estados Unidos. Não era tão diferente assim da afirmação de Donald Trump de que Obama fundou o Estado Islâmico no Iraque e no Levante (EIIL). E não esqueçamos, tampouco, que Jeb Bush, o candidato oficial da elite do partido, começou sua campanha com a ridícula promessa de que suas políticas dobrariam o ritmo de crescimento econômico dos Estados Unidos. O que me conduz ao meu assunto principal: a visão econômica de Hillary, que ela sumarizou na semana passada. É claramente uma visão de centro-esquerda: aumentos graduais mas bastante elevados nas alíquotas de imposto sobre as rendas mais altas, um aperto ainda maior da regulamentação financeira, reforço adicional da rede de seguro social. Sua visão também é notável pela ausência de suposições absurdas. Ao contrário de praticamente todo mundo do lado republicano, ela não está justificando suas propostas com afirmações de que elas acelerariam radicalmente a economia dos Estados Unidos. Nas palavras do Centro de Política Tributária, uma organização de pesquisa apartidária, Hillary é "uma líder política que seria capaz de pagar pelo que promete". Eis minha pergunta, então: será que a modéstia da agenda econômica de Hillary não representa um excesso de sensatez? Será que acelerar o crescimento econômico dos Estados Unidos deveria ser uma prioridade mais alta? Pois embora os Estados Unidos tenham se saído razoavelmente bem na recuperação da crise financeira de 2007-2009, o crescimento econômico em longo prazo vem parecendo bastante decepcionante. Parte do problema é simples demografia, com a aposentadoria da geração baby boom (os norte-americanos nascidos entre 1946 e 1964) e a desaceleração no crescimento da população em idade de trabalho. Mas também houve um declínio de alguma forma misterioso na participação de adultos da faixa etária dominante na força de trabalho, e uma queda acentuada no crescimento da produtividade. O resultado, de acordo com o Serviço Orçamentário do Congresso, é que o ritmo de crescimento potencial do Produto Interno Bruto (PIB) - ou seja, o que a economia poderia produzir em uma situação de pleno emprego - recuou de 3,5% ao ano no final da década de 90 a cerca de 1,5% anual hoje. E algumas pessoas que respeito acreditam que tentar reconduzir essa taxa ao valor mais elevado deveria ser uma meta importante de política pública. Mas ao tentar raciocinar sobre isso, percebi que a famosa Oração da Serenidade, de Reinhold Niebuhr, estava sempre presente em meus pensamentos: "Dê-me a serenidade de aceitar as coisas que não posso mudar, a coragem de mudar as que posso, e a sabedoria para entender a diferença". Sei que é um tanto sacrílego aplicá-la à política econômica, mas... Afinal, o que sabemos de fato fazer quando o assunto é a política econômica? Sabemos como oferecer serviços essenciais de saúde a todos; a maioria dos países avançados o faz. Sabemos como oferecer segurança básica aos aposentados. Sabemos bastante sobre como elevar a renda dos trabalhadores de salários mais baixos. Eu argumentaria que também sabemos como enfrentar crises financeiras e recessões, ainda que o impasse político e a obsessão com o deficit tenham interferido com a colocação desse conhecimento em prática. Por outro lado, o que sabemos sobre como acelerar o crescimento em longo prazo? De acordo com o Serviço Orçamentário do Congresso, o potencial de crescimento foi bastante estável entre 1970 e 2000, e nada do que Ronald Reagan ou Bill Clinton tentou fez muito diferença. A queda subsequente começou na presidência de George W. Bush e continuou na de Obama. A história não sugere maneira fácil de reverter a tendência. Não estou, com isso, dizendo que nem deveríamos tentar. Eu argumentaria, especialmente, por muito mais investimento em infraestrutura do que Hillary está propondo, e por mais captação para pagar por ele. Isso poderia estimular o crescimento significativamente. Mas seria imprudente contar com esse fator. Enquanto isso, não creio que as pessoas apreciem a coragem envolvida em concentrar as atenções naquilo que sabemos como fazer, em contraposição a falar magicamente de um crescimento maravilhoso. Quando os conservadores prometem crescimento fantástico se lhes dermos nova chance de praticar a política econômica de Bush, um dos principais motivos é que eles não desejam admitir até que ponto desejam cortar programas populares a fim de pagar por seus cortes de impostos. Quando os centristas nos instam a deixar de lado questões de distribuição e equidade para nos concentrarmos no crescimento, é comum que estejam simplesmente fugindo das questões reais que nos dividem politicamente. Assim, é na verdade muito corajoso dizer: "Eis as coisas que quero fazer, e eis como pagarei por elas. Lamento que alguns de vocês venham a ter de pagar mais impostos". Não seria ótimo se esse tipo de honestidade quanto a políticas se tornasse a norma? Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Distribuição de livros de educação sexual vira polêmica na Grande SP
Uma polêmica em Guarulhos, a segunda maior cidade de São Paulo, por pouco não virou briga entre evangélicos, católicos, vereadores e ativistas LGBT em plena Câmara Municipal da cidade. Guardas-civis tiveram que intervir rapidamente para que os grupos não saíssem no tapa na semana passada. Tudo isso após a prefeitura da cidade incluir livros infantis sobre educação sexual e identidade de gênero no projeto que vai orientar professores nos próximos anos. Um dos livros é "Menina Não Entra" (Ed. do Brasil). Ele narra a história de uma garota que, depois de muita relutância de seus amigos, é aceita no time de futebol deles e faz grande sucesso por suas habilidades com a bola. Segundo a editora, os personagens do livro "percebem que estavam completamente equivocados e que o preconceito não leva a vitória alguma, dentro e fora de campo". Para vereadores evangélicos e católicos, a gestão do prefeito Sebastião Almeida (PT) quer implantar a ideologia de gênero nas escolas municipais, que atendem crianças de até 11 anos. Segundo essa corrente de pensamento, os gêneros sexuais são construções sociais e culturais, e não biológicas. Assim, as crianças devem ser educadas de forma neutra, para que elas próprias escolham seu gênero no futuro. Diante da possibilidade de essa ideologia ser incorporada às escolas, os vereadores convocaram uma audiência. BATE-BOCA "Não sou homofóbico, mas essa ideologia pode levar a criança a achar que pode ser menino com menino, menina com menina, três juntos, aí banaliza", disse o vereador Romildo Santos (PSDB), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. No último dia 20, o encontro na Casa foi quente, com gritos de todos os lados. O bispo Edmilson Caetano, da diocese da cidade, não conseguiu terminar seu discurso por causa do protesto de grupos LGBT (que representam lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais). "Não sou psicólogo, mas e essa questão do neutro? O que significa para a pessoa essa espécie de dúvida de identidade que venha desde a infância? Acho que a educação sexual deve ser uma questão tratada na família", disse o bispo à Folha. O juiz Antonio Pimenta, que mora na cidade, também falou: "Você querer colocar na cabeça de um ser humano que ele pode ser mulher se ele nasceu com corpo masculino é negar a biologia". "O gênero não veio para destruir famílias. Tratar da questão de gênero é trabalhar com uma política de erradicação da violência contra homossexuais, contra a mulher", disse a professora Sílvia Moraes, coordenadora educacional da cidade, que defende o uso dos livros. O secretário municipal de Educação, Moacir de Souza, afirmou que o objetivo do projeto da prefeitura não é implantar a ideologia de gênero nas escolas da cidade. Disse que os livros infantis sobre educação sexual já começaram a ser distribuídos nas 139 escolas "para educar as crianças contra o preconceito de gênero e homofobia".
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Distribuição de livros de educação sexual vira polêmica na Grande SPUma polêmica em Guarulhos, a segunda maior cidade de São Paulo, por pouco não virou briga entre evangélicos, católicos, vereadores e ativistas LGBT em plena Câmara Municipal da cidade. Guardas-civis tiveram que intervir rapidamente para que os grupos não saíssem no tapa na semana passada. Tudo isso após a prefeitura da cidade incluir livros infantis sobre educação sexual e identidade de gênero no projeto que vai orientar professores nos próximos anos. Um dos livros é "Menina Não Entra" (Ed. do Brasil). Ele narra a história de uma garota que, depois de muita relutância de seus amigos, é aceita no time de futebol deles e faz grande sucesso por suas habilidades com a bola. Segundo a editora, os personagens do livro "percebem que estavam completamente equivocados e que o preconceito não leva a vitória alguma, dentro e fora de campo". Para vereadores evangélicos e católicos, a gestão do prefeito Sebastião Almeida (PT) quer implantar a ideologia de gênero nas escolas municipais, que atendem crianças de até 11 anos. Segundo essa corrente de pensamento, os gêneros sexuais são construções sociais e culturais, e não biológicas. Assim, as crianças devem ser educadas de forma neutra, para que elas próprias escolham seu gênero no futuro. Diante da possibilidade de essa ideologia ser incorporada às escolas, os vereadores convocaram uma audiência. BATE-BOCA "Não sou homofóbico, mas essa ideologia pode levar a criança a achar que pode ser menino com menino, menina com menina, três juntos, aí banaliza", disse o vereador Romildo Santos (PSDB), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. No último dia 20, o encontro na Casa foi quente, com gritos de todos os lados. O bispo Edmilson Caetano, da diocese da cidade, não conseguiu terminar seu discurso por causa do protesto de grupos LGBT (que representam lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais). "Não sou psicólogo, mas e essa questão do neutro? O que significa para a pessoa essa espécie de dúvida de identidade que venha desde a infância? Acho que a educação sexual deve ser uma questão tratada na família", disse o bispo à Folha. O juiz Antonio Pimenta, que mora na cidade, também falou: "Você querer colocar na cabeça de um ser humano que ele pode ser mulher se ele nasceu com corpo masculino é negar a biologia". "O gênero não veio para destruir famílias. Tratar da questão de gênero é trabalhar com uma política de erradicação da violência contra homossexuais, contra a mulher", disse a professora Sílvia Moraes, coordenadora educacional da cidade, que defende o uso dos livros. O secretário municipal de Educação, Moacir de Souza, afirmou que o objetivo do projeto da prefeitura não é implantar a ideologia de gênero nas escolas da cidade. Disse que os livros infantis sobre educação sexual já começaram a ser distribuídos nas 139 escolas "para educar as crianças contra o preconceito de gênero e homofobia".
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Com crise, disparam seguros para mensalidade de escola e faculdade
Tamires Silva começou a trabalhar aos 15 anos, quando ainda cursava o ensino médio em Franco da Rocha, Grande São Paulo. Neste ano, aos 20, realizou um feito inédito na família: chegou à faculdade, um gasto que tomava metade de seu salário. Mas, em junho, Silva foi demitida do cargo de recepcionista, e o sonho do diploma no curso de banco de dados ficou ameaçado. O que "salvou" a continuidade da graduação no IBTA, na região central de São Paulo, foi um seguro que a faculdade passou a oferecer em 2016. Quem perde o emprego tem seis meses de mensalidades quitadas. "É o tempo para conseguir um emprego. Eu só penso em me formar. Ninguém conseguiu da minha família e eu quero ir além", diz. A história não é isolada. Até setembro, o valor gasto com seguros educacionais foi de R$ 34 milhões em todo país. Já é 19% superior ao total registrado em 2015 –em valores atualizados pela inflação. Comparando setembro com o mesmo mês do ano passado, a alta é de 62%. Os dados são da Susep (Superintendência de Seguros Privados). Crise econômica, desemprego e alta na inadimplência têm impulsionado a procura. No ensino superior, a desaceleração na oferta do Fies (financiamento estudantil federal) também influenciou. As instituições contratam o seguro e, em geral, oferecem para todos alunos. Mas há modelos em que o aluno é obrigado a aderir. O IBTA integra o grupo Cetec, que reúne três instituições de ensino superior e uma escola de nível médio, com um total de 15 mil alunos. Todos estão cobertos pelo seguro. "Com a crise do país, do Fies e desemprego, sabíamos que ia ficar difícil para os alunos", diz o diretor financeiro do grupo, Marcelo Silva. O custo pode chegar até 3% do valor da mensalidade. "Não repassamos para o aluno. Mas cai o risco de abandono e reduzimos em 22% a inadimplência", pondera. Como é preciso ter mensalidades em dia para o seguro, os alunos ficaram mais atentos aos pagamentos, segundo o gestor. Exige-se ainda que eles ou responsáveis tenham trabalhado por um ano antes de ficarem desempregados. Como funciona - Seguro educacional ALTA Segundo Aquiles Poli, diretor da corretora BR Insurance, houve um "efeito manada". "Começamos com instituições maiores e uma foi seguindo a outra", diz. A companhia teve uma alta de 115% no número de contratações, chegando a 248 instituições. Faculdades representam 70% dos contratos e o restante são escolas. O grupo segurador Banco do Brasil Mapfre reúne 970 instituições de ensino com seguro, após uma alta de 35% na procura no ano. "São escolas e faculdades de todos os portes", diz Karina Massimoto, superintende de seguros. Para Rodrigo Capelato, diretor do Semesp (Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior Privado), o cenário econômico tem forçado a busca pelo benefício. "Houve ainda a tendência de crescimento de inadimplência." A taxa de desemprego no país chegou a 11,8% em agosto, segundo o IBGE. A projeção de inadimplência no ensino superior para este ano é de 9%, maior que a de 2015 (8,8%), segundo o Semesp. Nas escolas, a média de atrasos passou de 8% para 12% do ano passado para este, segundo a Fepesp (Federação Nacional de Escolas Particulares). "O desafio das escolas é adequar o gasto aos custos da escola, para não impactar a mensalidade", diz Amábile Pacios, da Fepesp. SEGURO EDUCACIONAL - Indenizações pagas a escolas ou faculdades, em R$ milhões* COBERTURA Quando em janeiro a estudante Rayssa Ferreira, 24, ingressava no último ano do curso de odontologia, seu pai foi diagnosticado com câncer e, em maio, morreu aos 65 anos. Além da tristeza, ela se viu diante da impossibilidade de continuar a graduação na Unifor (Universidade de Fortaleza), na capital cearense. Ferreira era beneficiada pelo Fies até o primeiro semestre do ano. Mas, sem o pai como fiador, não conseguiu renovar o contrato para o último semestre do curso. "Ele era meu provedor, eu não teria condições de pagar a mensalidade de quase R$ 3.000", diz ela. Foi um amigo que avisou que a universidade contava com seguro para casos como o dela. Em caso de morte do responsável financeiro, o produto cobre os estudos até o fim do ano letivo. "Evitei trancar, seria uma tristeza nadar, nadar e depois morrer na praia, no último ano de curso", diz a aluna. O gerente financeiro da Unifor, Jefferson Dantas Candido, explica que a instituição trabalha há 19 anos com o benefício. Em 2015, porém, houve ampliação do serviço, e a cobertura passou a ser de seis meses de mensalidades em caso de desemprego. Antes, eram quatro. Além da cobertura por morte ou invalidez do responsável, há garantia para alguns custos hospitalares em caso de acidentes. Os 24,5 mil alunos de graduação têm a garantia do seguro. "Isso tem sido determinante para a continuidade dos estudos dos nossos alunos", diz. "Percebemos um aumento significativo nos sinistros [quando o seguro é acionado]. Seja por causa do desemprego ou porque passamos a divulgar melhor a opção." Na Estácio, grupo com 310 mil alunos, foram 2.500 solicitações de alunos por seguro nos últimos 16 meses. "Houve aumento considerável na comparação com períodos anteriores, mas certamente já passamos do pior momento", diz Leonardo Moretzsohn, executivo da área financeira da empresa. SEGURO EDUCACIONAL - Valores pagos a seguradoras no Brasil até setembro, em R$ milhões* EFEITO FIES Segundo Daniel Mitraud, superintendente do setor de universidades do banco Santander, as instituições de ensino superior passaram a "blindar" cada vez mais os alunos matriculados. "As faculdades e as universidades buscam proteger o aluno que paga mensalidades corretamente, é a galinha dos ovos de ouro das instituições", diz. O banco passou a oferecer o seguro educacional a partir do ano passado. "O primeiro fator que hoje sensibiliza a busca pelo seguro é o Fies, que vive uma inconstância", afirma Mitraud. A partir de 2015, o governo federal, ainda na gestão Dilma Rousseff (PT), passou a restringir o acesso ao programa. No Fies, o governo paga as mensalidades para as instituições, e o aluno só começa a pagar o financiamento 18 meses após se formar. Entre 2010 e 2014, não havia limite de vagas anuais para o financiamento federal, e as instituições incluíam os alunos no programa a qualquer momento do ano. Com novas regras, a partir de 2015, o número de novos contratos passou a ser limitado pelo governo como forma de reduzir gastos. Enquanto em 2014 haviam sido registrados 713 mil contratos, esse número passou para 287 mil em 2015. No primeiro semestre deste ano, 148 mil contratos foram firmados e, no segundo, o MEC oferece 75 mil novas vagas. "As instituições estão buscando soluções para garantir a continuidade dos estudos do aluno", afirma Sólon Caldas, da ABMES (Associação Brasileira das Mantenedoras do Ensino Superior). No ano passado, o número de novos alunos na rede privada de ensino superior caiu 8% na comparação com 2014. Passou de 1,9 milhão para 1,7 milhão –um impacto direto da redução do Fies, segundo as empresas educacionais. 'ALÍVIO' Aos 36 anos, a profissional de recursos humanos Fabiana Mello nunca tinha ficado desempregada. Com a crise, a empresa do setor automotivo em que trabalhava promoveu um grande corte e ela acabou desempregada em julho deste ano. No mês seguinte, as mensalidades de R$ 546 na escola do filho Victor, 12, já estavam garantidas pelo seguro. "Sou divorciada e a única com renda na família. Quando percebi que meu filho estava garantido, deu um alivio", diz. O menino estuda com bolsa no colégio Anchieta, em São Bernardo do Campo. O "alívio" foi essencial para conseguir um reposicionamento no mercado de trabalho antes mesmo de o prazo de seis meses do seguro vencer. "Dei sorte de conseguir me recolocar rapidamente, tenho amigos que estão há meses procurando."
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Com crise, disparam seguros para mensalidade de escola e faculdadeTamires Silva começou a trabalhar aos 15 anos, quando ainda cursava o ensino médio em Franco da Rocha, Grande São Paulo. Neste ano, aos 20, realizou um feito inédito na família: chegou à faculdade, um gasto que tomava metade de seu salário. Mas, em junho, Silva foi demitida do cargo de recepcionista, e o sonho do diploma no curso de banco de dados ficou ameaçado. O que "salvou" a continuidade da graduação no IBTA, na região central de São Paulo, foi um seguro que a faculdade passou a oferecer em 2016. Quem perde o emprego tem seis meses de mensalidades quitadas. "É o tempo para conseguir um emprego. Eu só penso em me formar. Ninguém conseguiu da minha família e eu quero ir além", diz. A história não é isolada. Até setembro, o valor gasto com seguros educacionais foi de R$ 34 milhões em todo país. Já é 19% superior ao total registrado em 2015 –em valores atualizados pela inflação. Comparando setembro com o mesmo mês do ano passado, a alta é de 62%. Os dados são da Susep (Superintendência de Seguros Privados). Crise econômica, desemprego e alta na inadimplência têm impulsionado a procura. No ensino superior, a desaceleração na oferta do Fies (financiamento estudantil federal) também influenciou. As instituições contratam o seguro e, em geral, oferecem para todos alunos. Mas há modelos em que o aluno é obrigado a aderir. O IBTA integra o grupo Cetec, que reúne três instituições de ensino superior e uma escola de nível médio, com um total de 15 mil alunos. Todos estão cobertos pelo seguro. "Com a crise do país, do Fies e desemprego, sabíamos que ia ficar difícil para os alunos", diz o diretor financeiro do grupo, Marcelo Silva. O custo pode chegar até 3% do valor da mensalidade. "Não repassamos para o aluno. Mas cai o risco de abandono e reduzimos em 22% a inadimplência", pondera. Como é preciso ter mensalidades em dia para o seguro, os alunos ficaram mais atentos aos pagamentos, segundo o gestor. Exige-se ainda que eles ou responsáveis tenham trabalhado por um ano antes de ficarem desempregados. Como funciona - Seguro educacional ALTA Segundo Aquiles Poli, diretor da corretora BR Insurance, houve um "efeito manada". "Começamos com instituições maiores e uma foi seguindo a outra", diz. A companhia teve uma alta de 115% no número de contratações, chegando a 248 instituições. Faculdades representam 70% dos contratos e o restante são escolas. O grupo segurador Banco do Brasil Mapfre reúne 970 instituições de ensino com seguro, após uma alta de 35% na procura no ano. "São escolas e faculdades de todos os portes", diz Karina Massimoto, superintende de seguros. Para Rodrigo Capelato, diretor do Semesp (Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior Privado), o cenário econômico tem forçado a busca pelo benefício. "Houve ainda a tendência de crescimento de inadimplência." A taxa de desemprego no país chegou a 11,8% em agosto, segundo o IBGE. A projeção de inadimplência no ensino superior para este ano é de 9%, maior que a de 2015 (8,8%), segundo o Semesp. Nas escolas, a média de atrasos passou de 8% para 12% do ano passado para este, segundo a Fepesp (Federação Nacional de Escolas Particulares). "O desafio das escolas é adequar o gasto aos custos da escola, para não impactar a mensalidade", diz Amábile Pacios, da Fepesp. SEGURO EDUCACIONAL - Indenizações pagas a escolas ou faculdades, em R$ milhões* COBERTURA Quando em janeiro a estudante Rayssa Ferreira, 24, ingressava no último ano do curso de odontologia, seu pai foi diagnosticado com câncer e, em maio, morreu aos 65 anos. Além da tristeza, ela se viu diante da impossibilidade de continuar a graduação na Unifor (Universidade de Fortaleza), na capital cearense. Ferreira era beneficiada pelo Fies até o primeiro semestre do ano. Mas, sem o pai como fiador, não conseguiu renovar o contrato para o último semestre do curso. "Ele era meu provedor, eu não teria condições de pagar a mensalidade de quase R$ 3.000", diz ela. Foi um amigo que avisou que a universidade contava com seguro para casos como o dela. Em caso de morte do responsável financeiro, o produto cobre os estudos até o fim do ano letivo. "Evitei trancar, seria uma tristeza nadar, nadar e depois morrer na praia, no último ano de curso", diz a aluna. O gerente financeiro da Unifor, Jefferson Dantas Candido, explica que a instituição trabalha há 19 anos com o benefício. Em 2015, porém, houve ampliação do serviço, e a cobertura passou a ser de seis meses de mensalidades em caso de desemprego. Antes, eram quatro. Além da cobertura por morte ou invalidez do responsável, há garantia para alguns custos hospitalares em caso de acidentes. Os 24,5 mil alunos de graduação têm a garantia do seguro. "Isso tem sido determinante para a continuidade dos estudos dos nossos alunos", diz. "Percebemos um aumento significativo nos sinistros [quando o seguro é acionado]. Seja por causa do desemprego ou porque passamos a divulgar melhor a opção." Na Estácio, grupo com 310 mil alunos, foram 2.500 solicitações de alunos por seguro nos últimos 16 meses. "Houve aumento considerável na comparação com períodos anteriores, mas certamente já passamos do pior momento", diz Leonardo Moretzsohn, executivo da área financeira da empresa. SEGURO EDUCACIONAL - Valores pagos a seguradoras no Brasil até setembro, em R$ milhões* EFEITO FIES Segundo Daniel Mitraud, superintendente do setor de universidades do banco Santander, as instituições de ensino superior passaram a "blindar" cada vez mais os alunos matriculados. "As faculdades e as universidades buscam proteger o aluno que paga mensalidades corretamente, é a galinha dos ovos de ouro das instituições", diz. O banco passou a oferecer o seguro educacional a partir do ano passado. "O primeiro fator que hoje sensibiliza a busca pelo seguro é o Fies, que vive uma inconstância", afirma Mitraud. A partir de 2015, o governo federal, ainda na gestão Dilma Rousseff (PT), passou a restringir o acesso ao programa. No Fies, o governo paga as mensalidades para as instituições, e o aluno só começa a pagar o financiamento 18 meses após se formar. Entre 2010 e 2014, não havia limite de vagas anuais para o financiamento federal, e as instituições incluíam os alunos no programa a qualquer momento do ano. Com novas regras, a partir de 2015, o número de novos contratos passou a ser limitado pelo governo como forma de reduzir gastos. Enquanto em 2014 haviam sido registrados 713 mil contratos, esse número passou para 287 mil em 2015. No primeiro semestre deste ano, 148 mil contratos foram firmados e, no segundo, o MEC oferece 75 mil novas vagas. "As instituições estão buscando soluções para garantir a continuidade dos estudos do aluno", afirma Sólon Caldas, da ABMES (Associação Brasileira das Mantenedoras do Ensino Superior). No ano passado, o número de novos alunos na rede privada de ensino superior caiu 8% na comparação com 2014. Passou de 1,9 milhão para 1,7 milhão –um impacto direto da redução do Fies, segundo as empresas educacionais. 'ALÍVIO' Aos 36 anos, a profissional de recursos humanos Fabiana Mello nunca tinha ficado desempregada. Com a crise, a empresa do setor automotivo em que trabalhava promoveu um grande corte e ela acabou desempregada em julho deste ano. No mês seguinte, as mensalidades de R$ 546 na escola do filho Victor, 12, já estavam garantidas pelo seguro. "Sou divorciada e a única com renda na família. Quando percebi que meu filho estava garantido, deu um alivio", diz. O menino estuda com bolsa no colégio Anchieta, em São Bernardo do Campo. O "alívio" foi essencial para conseguir um reposicionamento no mercado de trabalho antes mesmo de o prazo de seis meses do seguro vencer. "Dei sorte de conseguir me recolocar rapidamente, tenho amigos que estão há meses procurando."
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Ciência para educação
Todo mundo sabe o que é ciência, todo mundo sabe o que é educação. Mas talvez nem todos conheçam a expressão "ciência para educação". Trata-se de uma modalidade de pesquisa translacional, isto é, pesquisa científica inspirada pelo uso social, como já se faz tradicionalmente para a saúde e as engenharias. O uso social, neste caso, é a educação. Em saúde, por exemplo, ninguém duvida de que a pesquisa científica é crucial para descobrir a causa das doenças, desenvolver novos tratamentos e medidas de prevenção, avaliar se as intervenções propostas funcionam. Resultou dessa compreensão um grande avanço na expectativa de vida em vários países, inclusive o nosso, apesar de ainda estarmos muito longe do ideal. No caso da educação, tudo isso é novo. Ultimamente, a cultura da avaliação científica usada por epidemiologistas, economistas e cientistas sociais tem crescido em aceitação e importância. A recente medida provisória sobre o ensino médio, por exemplo, foi orientada pelo mau resultado dos estudantes brasileiros nesse segmento, avaliado com metodologia relativamente rigorosa. Essa forma de pesquisa pode ser denominada "reativa", isto é, realizada depois que uma intervenção é implementada, sendo esta concebida por critério políticos, ideológicos ou eleitorais. Já é alguma coisa. No entanto, melhor seria se as políticas educacionais fossem propostas com base em evidências obtidas antes da implementação nas escolas. Seria uma forma mais controlada e eficaz de política pública, que podemos chamar de "proativa". Um bom exemplo seria incluir, e não excluir, naquela mesma medida provisória as aulas de educação física na grade curricular obrigatória. Isso teria levado em conta as extensas evidências científicas, em animais e humanos, de que o exercício físico aumenta a produção de neurônios e melhora o desempenho da memória (ou seja, da aprendizagem também). O ícone dessa forma de pesquisa inspirada pelo uso é Louis Pasteur, que derrotou a concepção da origem espontânea da vida. Foi uma revolução na ciência natural. Todavia, poucos sabem que as pesquisas de Pasteur foram inspiradas (leia-se, financiadas) pelos vinicultores e cervejeiros, preocupados em entender e controlar a contaminação natural dos seus produtos. Pasteur revolucionou a ciência básica e criou tecnologias que até hoje são empregadas, como a pasteurização dos alimentos. Ciência para educação, portanto, é um novo enfoque agregador para as políticas sociais, que exige a captação do interesse de neurocientistas, psicólogos, pedagogos, linguistas, cientistas da computação, matemáticos e muitos outros. Todos eles deveriam se envolver em projetos voltados para otimizar a aprendizagem das crianças, o tratamento de transtornos que prejudicam o rendimento escolar, a adequada orientação dos professores e o desenvolvimento de tecnologias educacionais eficazes. Poucos países começam a adotar essa nova vertente: Estados Unidos, Austrália, China, Coreia. Ninguém mais, ainda. A chance é agora, quando a corrida está começando. ROBERTO LENT é é professor titular do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro e membro da Academia Brasileira de Ciências PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br
opiniao
Ciência para educaçãoTodo mundo sabe o que é ciência, todo mundo sabe o que é educação. Mas talvez nem todos conheçam a expressão "ciência para educação". Trata-se de uma modalidade de pesquisa translacional, isto é, pesquisa científica inspirada pelo uso social, como já se faz tradicionalmente para a saúde e as engenharias. O uso social, neste caso, é a educação. Em saúde, por exemplo, ninguém duvida de que a pesquisa científica é crucial para descobrir a causa das doenças, desenvolver novos tratamentos e medidas de prevenção, avaliar se as intervenções propostas funcionam. Resultou dessa compreensão um grande avanço na expectativa de vida em vários países, inclusive o nosso, apesar de ainda estarmos muito longe do ideal. No caso da educação, tudo isso é novo. Ultimamente, a cultura da avaliação científica usada por epidemiologistas, economistas e cientistas sociais tem crescido em aceitação e importância. A recente medida provisória sobre o ensino médio, por exemplo, foi orientada pelo mau resultado dos estudantes brasileiros nesse segmento, avaliado com metodologia relativamente rigorosa. Essa forma de pesquisa pode ser denominada "reativa", isto é, realizada depois que uma intervenção é implementada, sendo esta concebida por critério políticos, ideológicos ou eleitorais. Já é alguma coisa. No entanto, melhor seria se as políticas educacionais fossem propostas com base em evidências obtidas antes da implementação nas escolas. Seria uma forma mais controlada e eficaz de política pública, que podemos chamar de "proativa". Um bom exemplo seria incluir, e não excluir, naquela mesma medida provisória as aulas de educação física na grade curricular obrigatória. Isso teria levado em conta as extensas evidências científicas, em animais e humanos, de que o exercício físico aumenta a produção de neurônios e melhora o desempenho da memória (ou seja, da aprendizagem também). O ícone dessa forma de pesquisa inspirada pelo uso é Louis Pasteur, que derrotou a concepção da origem espontânea da vida. Foi uma revolução na ciência natural. Todavia, poucos sabem que as pesquisas de Pasteur foram inspiradas (leia-se, financiadas) pelos vinicultores e cervejeiros, preocupados em entender e controlar a contaminação natural dos seus produtos. Pasteur revolucionou a ciência básica e criou tecnologias que até hoje são empregadas, como a pasteurização dos alimentos. Ciência para educação, portanto, é um novo enfoque agregador para as políticas sociais, que exige a captação do interesse de neurocientistas, psicólogos, pedagogos, linguistas, cientistas da computação, matemáticos e muitos outros. Todos eles deveriam se envolver em projetos voltados para otimizar a aprendizagem das crianças, o tratamento de transtornos que prejudicam o rendimento escolar, a adequada orientação dos professores e o desenvolvimento de tecnologias educacionais eficazes. Poucos países começam a adotar essa nova vertente: Estados Unidos, Austrália, China, Coreia. Ninguém mais, ainda. A chance é agora, quando a corrida está começando. ROBERTO LENT é é professor titular do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro e membro da Academia Brasileira de Ciências PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br
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Outro Canal: Calor deve fazer Globo ter o pior janeiro da história
VITOR MORENO (interino) Não é só quem não tem ar-condicionado que está sofrendo com as altas temperaturas do verão brasileiro. As emissoras de televisão também estão tendo dificuldades para fazer com que o público permaneça em casa, em vez de ... Leia post completo no blog
ilustrada
Outro Canal: Calor deve fazer Globo ter o pior janeiro da históriaVITOR MORENO (interino) Não é só quem não tem ar-condicionado que está sofrendo com as altas temperaturas do verão brasileiro. As emissoras de televisão também estão tendo dificuldades para fazer com que o público permaneça em casa, em vez de ... Leia post completo no blog
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'Ele me xingava e estava determinado a me matar', diz Ana Hickmann
Abalada, a modelo e apresentadora Ana Hickmann, 35, disse que tinha certeza que o fã Rodrigo Augusto de Pádua, 30, iria matá-la no sábado (21), quando entrou armado no quarto de hotel em Belo Horizonte (MG) em que ela estava hospedada. "Ele dizia coisas pornográficas para me humilhar. Dizia que eu tinha acabado com a vida dele. Ele veio determinado a me matar naquela hora", afirmou a gaúcha nascida em Santa Cruz do Sul em entrevista ao programa "Domingo Espetacular", da Record, na noite deste domingo (22). Hickmann estava na capital mineira para um evento que seria realizado às 15h daquele dia. Por volta das 13h15, bateram à porta do apartamento em que estava, acompanhada por Giovana Alves, sua assessora e concunhada. Ana conta ter aberto a porta achando tratar-se da chegada do cabeleireiro Julio Figueiredo, com o qual havia marcado hora. Foi então que viu Gustavo Belo (marido de Giovana). "Ele me disse: 'Fica calma, Ana'. Aí ele entrou e o Rodrigo apontou a arma para mim", contou. Segundo a modelo, Gustavo havia acabado de sair do quarto para encontrar-se com outra assessora na recepção. Foi nesse momento que Rodrigo rendeu Gustavo e o obrigou a entrar novamente no quarto. "A primeira coisa que passou na minha cabeça era a de assalto, arrastão. Ele dizia: 'Eu vim acertar com você, vagabunda'. O tempo todo falando que eu não prestava, que era mentirosa, que não correspondia ao amor dele. Muito distorcido. Foi a primeira vez na vida que senti medo e que iria morrer. Ele não piscava. Ele falava com muito ódio", disse. Ana conta que tentou argumentar, lembrando que tinha um filho pequeno [Alexandre, de dois anos]. "Ele falou: 'Seu filho é um anjo, mas você é uma vagabunda, uma mentirosa, e merece morrer'" Rodrigo obrigou os três a se sentarem na cama. Ana ficou no meio, Gustavo à direita e Giovana à esquerda. O fã, de acordo com Ana, estava atrás da cama, de costas para a janela, "sempre apontando a arma para mim". Pela versão policial, Rodrigo obrigou, então, Ana, Giovana e marido dela, Gustavo Henrique Bello Corrêa, o Guto, a se viraram para a parede, de costas e com as mãos na cabeça. Guto se recusou a cumprir a ordem. Foi aí, então, que o atirador disparou duas vezes contra Giovana. O cunhado de Ana reagiu. Entrou em luta corporal com Rodrigo, pedindo às duas para que deixassem o quarto. Após a luta, Rodrigo foi atingido por dois tiros na cabeça (dois tiros na nuca e um no braço), segundo versão de Guto, que entregou o revólver na recepção do hotel após o ocorrido. O estado de saúde de Giovana é considerado estável. O tiro no abdome perfurou intestino grosso, delgado e uma artéria. O projétil desceu e se alojou no fêmur. Ela deve passar por cirurgia, ainda sem data para ocorrer. "Quando saímos do quarto, não vi sangue no meu corpo. E sai correndo. Olhei para trás e não vi mais a Giovana. O Julio me colocou em um quarto", contou Hickmann na entrevista. "O meu pânico foi não ver a Giovana nem saber se o meu cunhado estava morto." "Nunca pensei que isso fosse acontecer", disse a apresentadora por meio de sua assessoria de imprensa logo após o ataque. Também em entrevista veiculada no programa de televisão, Gustavo contou sua versão do ocorrido. "Prendi o cara na parede, sempre segurando no tambor [do revólver]. Batia no braço dele porque ele não soltava a arma. Trouxe para canto da cama, dei uma rasteira. Ele bateu forte com a cabeça e começou a sangrar. Pedi para ele soltar, e ele dizia não. Isso deve ter durado mais um minuto ou dois. Não aparecia ninguém. Ele começou a se debater, coloquei a mão dele por trás e 'pum'." GRAVAÇÃO Ao notar que algo estranho ocorria no quarto em que Ana estava hospedada, o cabeleireiro Julio Figueiredo começou a gravar um áudio do lado de fora antes de acionar a segurança. No registro, que foi encerrado antes dos disparos serem realizados, é possível ouvir Rodrigo com humor alterado e Ana com voz embargada. "Você é uma mentira. Duvidou do amor que eu tinha, dizia. LUTA Pádua rendeu Belo no corredor para forçá-lo a entrar no quarto onde Ana Hickmann e a assessora estavam. Muito agitado e falando frases desconexas, ele obrigou os três a se virarem de costas, encostados na parede, com as mãos na cabeça. Segundo a PM, Belo se recusou a cumprir a ordem. O atirador, então, disparou duas vezes contra Giovana. O atirador morreu no local. Após a briga, Gustavo desceu ao térreo e entregou a arma na recepção. A polícia foi chamada por volta das 14h.
cotidiano
'Ele me xingava e estava determinado a me matar', diz Ana HickmannAbalada, a modelo e apresentadora Ana Hickmann, 35, disse que tinha certeza que o fã Rodrigo Augusto de Pádua, 30, iria matá-la no sábado (21), quando entrou armado no quarto de hotel em Belo Horizonte (MG) em que ela estava hospedada. "Ele dizia coisas pornográficas para me humilhar. Dizia que eu tinha acabado com a vida dele. Ele veio determinado a me matar naquela hora", afirmou a gaúcha nascida em Santa Cruz do Sul em entrevista ao programa "Domingo Espetacular", da Record, na noite deste domingo (22). Hickmann estava na capital mineira para um evento que seria realizado às 15h daquele dia. Por volta das 13h15, bateram à porta do apartamento em que estava, acompanhada por Giovana Alves, sua assessora e concunhada. Ana conta ter aberto a porta achando tratar-se da chegada do cabeleireiro Julio Figueiredo, com o qual havia marcado hora. Foi então que viu Gustavo Belo (marido de Giovana). "Ele me disse: 'Fica calma, Ana'. Aí ele entrou e o Rodrigo apontou a arma para mim", contou. Segundo a modelo, Gustavo havia acabado de sair do quarto para encontrar-se com outra assessora na recepção. Foi nesse momento que Rodrigo rendeu Gustavo e o obrigou a entrar novamente no quarto. "A primeira coisa que passou na minha cabeça era a de assalto, arrastão. Ele dizia: 'Eu vim acertar com você, vagabunda'. O tempo todo falando que eu não prestava, que era mentirosa, que não correspondia ao amor dele. Muito distorcido. Foi a primeira vez na vida que senti medo e que iria morrer. Ele não piscava. Ele falava com muito ódio", disse. Ana conta que tentou argumentar, lembrando que tinha um filho pequeno [Alexandre, de dois anos]. "Ele falou: 'Seu filho é um anjo, mas você é uma vagabunda, uma mentirosa, e merece morrer'" Rodrigo obrigou os três a se sentarem na cama. Ana ficou no meio, Gustavo à direita e Giovana à esquerda. O fã, de acordo com Ana, estava atrás da cama, de costas para a janela, "sempre apontando a arma para mim". Pela versão policial, Rodrigo obrigou, então, Ana, Giovana e marido dela, Gustavo Henrique Bello Corrêa, o Guto, a se viraram para a parede, de costas e com as mãos na cabeça. Guto se recusou a cumprir a ordem. Foi aí, então, que o atirador disparou duas vezes contra Giovana. O cunhado de Ana reagiu. Entrou em luta corporal com Rodrigo, pedindo às duas para que deixassem o quarto. Após a luta, Rodrigo foi atingido por dois tiros na cabeça (dois tiros na nuca e um no braço), segundo versão de Guto, que entregou o revólver na recepção do hotel após o ocorrido. O estado de saúde de Giovana é considerado estável. O tiro no abdome perfurou intestino grosso, delgado e uma artéria. O projétil desceu e se alojou no fêmur. Ela deve passar por cirurgia, ainda sem data para ocorrer. "Quando saímos do quarto, não vi sangue no meu corpo. E sai correndo. Olhei para trás e não vi mais a Giovana. O Julio me colocou em um quarto", contou Hickmann na entrevista. "O meu pânico foi não ver a Giovana nem saber se o meu cunhado estava morto." "Nunca pensei que isso fosse acontecer", disse a apresentadora por meio de sua assessoria de imprensa logo após o ataque. Também em entrevista veiculada no programa de televisão, Gustavo contou sua versão do ocorrido. "Prendi o cara na parede, sempre segurando no tambor [do revólver]. Batia no braço dele porque ele não soltava a arma. Trouxe para canto da cama, dei uma rasteira. Ele bateu forte com a cabeça e começou a sangrar. Pedi para ele soltar, e ele dizia não. Isso deve ter durado mais um minuto ou dois. Não aparecia ninguém. Ele começou a se debater, coloquei a mão dele por trás e 'pum'." GRAVAÇÃO Ao notar que algo estranho ocorria no quarto em que Ana estava hospedada, o cabeleireiro Julio Figueiredo começou a gravar um áudio do lado de fora antes de acionar a segurança. No registro, que foi encerrado antes dos disparos serem realizados, é possível ouvir Rodrigo com humor alterado e Ana com voz embargada. "Você é uma mentira. Duvidou do amor que eu tinha, dizia. LUTA Pádua rendeu Belo no corredor para forçá-lo a entrar no quarto onde Ana Hickmann e a assessora estavam. Muito agitado e falando frases desconexas, ele obrigou os três a se virarem de costas, encostados na parede, com as mãos na cabeça. Segundo a PM, Belo se recusou a cumprir a ordem. O atirador, então, disparou duas vezes contra Giovana. O atirador morreu no local. Após a briga, Gustavo desceu ao térreo e entregou a arma na recepção. A polícia foi chamada por volta das 14h.
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Empresário vive 'crise da meia-idade ao contrário' e se desfaz de luxos
Por anos, ele viveu em uma propriedade de 32 mil m2 em Bedford, Nova York, administrada por um mordomo a quem ele pagava US$ 50 mil por ano. Sem família ou patrão a quem dar explicações, ele podia esquiar em Utah à vontade e trabalhar quando quisesse. Passeava em seu carro esportivo McLaren de US$ 300 mil. Nos fins de semana, podia ficar em um apartamento alugado por US$ 13 mil mensais em Manhattan. No entanto, ao se aproximar dos 40 anos, o empresário de tecnologia francês Fabrice Grinda, cuja fortuna é estimada em US$ 100 milhões, não conseguia deixar de pensar que havia algo errado. De algum modo, os símbolos de seu sucesso o deprimiam. Ele estava tendo uma crise de meia idade -só que ao contrário. "Geralmente, quando as pessoas fazem 40 anos, elas compram um carro esportivo", disse Grinda. "Elas não dizem: 'Vou simplificar minha vida e abandonar todas as minhas posses para me concentrar nas experiências e na amizade'." Foi exatamente o que ele fez. Mudou-se da casa em dezembro de 2012, deixou o apartamento e vendeu o carro. Arrumou uma mala com 50 itens. Chamou isso de "a grande simplificação": viajaria pelo mundo e trabalharia enquanto se hospedasse com amigos e parentes. "Quando eu pensava nas coisas mais importantes para mim", disse ele, "eram experiências, amizades e parentes -e eu não tinha investido muito nisso, em parte porque era ocupado demais e em parte porque me sentia preso por minhas posses." Sua primeira escala foi Miami. Grinda ficou com um amigo de infância, Olivier Brion, sua mulher e o bebê deles. A visita durou uma semana inteira. "Foi um desastre", disse Grinda. "Às 22h, eles estavam exaustos e iam dormir. Eu estava só começando." A história empresarial de Grinda começou com uma empresa de leilões on-line na França, que ele vendeu em 2000. Então, Grinda mudou-se para os Estados Unidos e ajudou a fundar a Zingy, fabricante de toques de telefone e jogos, que foi vendida por US$ 80 milhões em 2004. Depois, ele cofundou a OLX, que se tornou um dos maiores sites globais de anúncios classificados. Hoje Grinda é empreendedor e investidor-anjo. Depois de Miami, Grinda experimentou a sorte em Paris, hospedando-se no apartamento de um primo, Cyril Lejeune. A visita durou três dias. "Ele pensa que tem capacidade para ser um errante", disse Niroshana Anandasabapathy, um dos velhos amigos de Grinda. "Ele se orgulha de conseguir viver só com uma mala." Grinda disse que, ao todo, se hospedou com cerca de 15 amigos e parentes nos primeiros meses de 2013. "Todo mundo dizia: 'Que ótima ideia! Venha!'", contou Grinda. "O problema é que a ideia de 'Ótimo, venha' e eu estar lá 24 horas por dia, sete dias por semana, é muito diferente." Ele bolou um novo plano. "Em vez de eu os procurar e perturbar sua rotina", disse ele, "fazia mais sentido reunir todo mundo em um local de férias." Cerca de 50 pessoas viajaram para passar duas semanas em Anguilla, ilha a leste de Porto Rico. Grinda calculou os custos em US$ 400 mil. "Foi um absurdo." Por fim, ele se decidiu pelo meio termo. Hoje ele realiza duas festas -no Natal e durante o verão- em Cabarete, na República Dominicana. O preço: cerca de US$ 25 mil por festa, disse. Segundo Grinda, ele aprendeu muito com sua grande simplificação. Ele se reconectou com velhos amigos e com sua família. "Meu lar é onde estou", disse Grinda. "Não importa que seja a casa de um amigo, um sofá, o meio da selva ou um quarto de hotel em Nova York. No entanto, eu percebo que a maior parte da humanidade, especialmente as mulheres, não pensam assim."
mercado
Empresário vive 'crise da meia-idade ao contrário' e se desfaz de luxosPor anos, ele viveu em uma propriedade de 32 mil m2 em Bedford, Nova York, administrada por um mordomo a quem ele pagava US$ 50 mil por ano. Sem família ou patrão a quem dar explicações, ele podia esquiar em Utah à vontade e trabalhar quando quisesse. Passeava em seu carro esportivo McLaren de US$ 300 mil. Nos fins de semana, podia ficar em um apartamento alugado por US$ 13 mil mensais em Manhattan. No entanto, ao se aproximar dos 40 anos, o empresário de tecnologia francês Fabrice Grinda, cuja fortuna é estimada em US$ 100 milhões, não conseguia deixar de pensar que havia algo errado. De algum modo, os símbolos de seu sucesso o deprimiam. Ele estava tendo uma crise de meia idade -só que ao contrário. "Geralmente, quando as pessoas fazem 40 anos, elas compram um carro esportivo", disse Grinda. "Elas não dizem: 'Vou simplificar minha vida e abandonar todas as minhas posses para me concentrar nas experiências e na amizade'." Foi exatamente o que ele fez. Mudou-se da casa em dezembro de 2012, deixou o apartamento e vendeu o carro. Arrumou uma mala com 50 itens. Chamou isso de "a grande simplificação": viajaria pelo mundo e trabalharia enquanto se hospedasse com amigos e parentes. "Quando eu pensava nas coisas mais importantes para mim", disse ele, "eram experiências, amizades e parentes -e eu não tinha investido muito nisso, em parte porque era ocupado demais e em parte porque me sentia preso por minhas posses." Sua primeira escala foi Miami. Grinda ficou com um amigo de infância, Olivier Brion, sua mulher e o bebê deles. A visita durou uma semana inteira. "Foi um desastre", disse Grinda. "Às 22h, eles estavam exaustos e iam dormir. Eu estava só começando." A história empresarial de Grinda começou com uma empresa de leilões on-line na França, que ele vendeu em 2000. Então, Grinda mudou-se para os Estados Unidos e ajudou a fundar a Zingy, fabricante de toques de telefone e jogos, que foi vendida por US$ 80 milhões em 2004. Depois, ele cofundou a OLX, que se tornou um dos maiores sites globais de anúncios classificados. Hoje Grinda é empreendedor e investidor-anjo. Depois de Miami, Grinda experimentou a sorte em Paris, hospedando-se no apartamento de um primo, Cyril Lejeune. A visita durou três dias. "Ele pensa que tem capacidade para ser um errante", disse Niroshana Anandasabapathy, um dos velhos amigos de Grinda. "Ele se orgulha de conseguir viver só com uma mala." Grinda disse que, ao todo, se hospedou com cerca de 15 amigos e parentes nos primeiros meses de 2013. "Todo mundo dizia: 'Que ótima ideia! Venha!'", contou Grinda. "O problema é que a ideia de 'Ótimo, venha' e eu estar lá 24 horas por dia, sete dias por semana, é muito diferente." Ele bolou um novo plano. "Em vez de eu os procurar e perturbar sua rotina", disse ele, "fazia mais sentido reunir todo mundo em um local de férias." Cerca de 50 pessoas viajaram para passar duas semanas em Anguilla, ilha a leste de Porto Rico. Grinda calculou os custos em US$ 400 mil. "Foi um absurdo." Por fim, ele se decidiu pelo meio termo. Hoje ele realiza duas festas -no Natal e durante o verão- em Cabarete, na República Dominicana. O preço: cerca de US$ 25 mil por festa, disse. Segundo Grinda, ele aprendeu muito com sua grande simplificação. Ele se reconectou com velhos amigos e com sua família. "Meu lar é onde estou", disse Grinda. "Não importa que seja a casa de um amigo, um sofá, o meio da selva ou um quarto de hotel em Nova York. No entanto, eu percebo que a maior parte da humanidade, especialmente as mulheres, não pensam assim."
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Depero, "Se Parmênides" e outras cinco indicações culturais
FESTIVAL | CINEMA FRANCÊS On-line e disponível em cerca de 90 países e em nove idiomas, a mostra disponibiliza para acesso dos internautas 21 longas e curta-metragens de língua francesa recentes, como o polêmico "Un Français" (2015), sobre um skinhead. A exceção é "Ascensor para o Cadafalso" (1957), clássico de Louis Malle, com Jeanne Moreau e trilha de Miles Davis, em versão restaurada. myfrenchfilmfestival.com/pt | grátis | até 18/2 * EXPOSIÇÃO | FORTUNATO DEPERO "Depero Futurista e Artista Global", mostra dedicada ao artista italiano (1892-1960) precursor da arte pop expõe 65 de suas obras. Organizada pelo Istituto Italiano di Cultura de São Paulo, reúne a produção gráfica de Depero, responsável pelos cartazes da bebida Campari. MAC USP | tel. (11) 2648-0254 | abertura sáb. (30) | de ter. a dom., das 10h às 18h | grátis | até 27/3 POESIA | JOÃO BANDEIRA A exposição "O Princípio É o Meio", do programa Poesia Visual, apresenta o trabalho do poeta, artista visual e curador em diferentes suportes, como fotografia, serigrafia, vídeo e instalação. Alguns dos poemas estão em seu livro recente "Quem Quando Queira" (Cosac Naify). Oi Futuro Ipanema (Rio) | tel. (21) 3131-9333 | de ter. a dom., das 13h às 21h | grátis | até 6/3 * LANÇAMENTO | COLEÇÃO PATUSCADA 2 A editora Patuá lança seis livros de poesia da coleção Patuscada, projeto premiado com o ProAC (Programa de Ação Cultural) do governo do Estado de São Paulo. Dentre os livros lançados estão "Alarido", de Bruno Molinero, repórter da Folha, e "Passos ao Redor do teu Canto", de Maria Carolina de Bonis. Patuscada - Livraria, Bar & Café | tel. (11) 98158-3270 | sáb. (30), às 19h | R$ 35 (cada exemplar) ou R$ 60 (toda coleção) * EXPOSIÇÃO | HÉLIO OITICICA Pela primeira vez Fortaleza recebe uma grande exposição do artista carioca (1937-80). Com curadoria do crítico e professor da USP Celso Favaretto e da professora na Universidade Federal do ABC Paula Braga, a mostra reúne 60 obras, desde os metaesquemas dos anos 50 até o penetrável "Macaleia", de 78, passando pelos bólides dos anos 60, em 17 espaços. Espaço Cultural Airton Queiroz - Fortaleza | tel. (85) 3477-3319 | abertura ter. (26) | de ter. a sex., das 9h às 19h; sáb., das 10h às 18h; dom., das 12h às 18h | grátis | até 1/5 LIVRO | SE PARMÊNIDES Comentário interpretativo ao tratado grego anônimo "De Melisso Xenophane Gorgia" da filósofa francesa Barbara Cassin, publicado na França em 1980, chega pela primeira vez ao Brasil. Importante estudo da sofística, a publicação tem ainda a edição bilíngue do texto grego original. trad. Claudio Oliveira | Autêntica | R$ 42 (216 págs.) * LIVRO | PARAÍSO PERDIDO Esta edição bilíngue do poema épico de John Milton, glória da língua inglesa, como diz o crítico Harold Bloom na apresentação da obra, tem tradução do poeta português Daniel Jonas e 50 ilustrações do francês Gustave Doré. Inspirado no "Gênesis", o poema publicado originalmente em 1667 na Inglaterra narra em 10.565 versos como o homem perdeu o Paraíso. Editora 34 | R$ 98 (896 págs.)
ilustrissima
Depero, "Se Parmênides" e outras cinco indicações culturaisFESTIVAL | CINEMA FRANCÊS On-line e disponível em cerca de 90 países e em nove idiomas, a mostra disponibiliza para acesso dos internautas 21 longas e curta-metragens de língua francesa recentes, como o polêmico "Un Français" (2015), sobre um skinhead. A exceção é "Ascensor para o Cadafalso" (1957), clássico de Louis Malle, com Jeanne Moreau e trilha de Miles Davis, em versão restaurada. myfrenchfilmfestival.com/pt | grátis | até 18/2 * EXPOSIÇÃO | FORTUNATO DEPERO "Depero Futurista e Artista Global", mostra dedicada ao artista italiano (1892-1960) precursor da arte pop expõe 65 de suas obras. Organizada pelo Istituto Italiano di Cultura de São Paulo, reúne a produção gráfica de Depero, responsável pelos cartazes da bebida Campari. MAC USP | tel. (11) 2648-0254 | abertura sáb. (30) | de ter. a dom., das 10h às 18h | grátis | até 27/3 POESIA | JOÃO BANDEIRA A exposição "O Princípio É o Meio", do programa Poesia Visual, apresenta o trabalho do poeta, artista visual e curador em diferentes suportes, como fotografia, serigrafia, vídeo e instalação. Alguns dos poemas estão em seu livro recente "Quem Quando Queira" (Cosac Naify). Oi Futuro Ipanema (Rio) | tel. (21) 3131-9333 | de ter. a dom., das 13h às 21h | grátis | até 6/3 * LANÇAMENTO | COLEÇÃO PATUSCADA 2 A editora Patuá lança seis livros de poesia da coleção Patuscada, projeto premiado com o ProAC (Programa de Ação Cultural) do governo do Estado de São Paulo. Dentre os livros lançados estão "Alarido", de Bruno Molinero, repórter da Folha, e "Passos ao Redor do teu Canto", de Maria Carolina de Bonis. Patuscada - Livraria, Bar & Café | tel. (11) 98158-3270 | sáb. (30), às 19h | R$ 35 (cada exemplar) ou R$ 60 (toda coleção) * EXPOSIÇÃO | HÉLIO OITICICA Pela primeira vez Fortaleza recebe uma grande exposição do artista carioca (1937-80). Com curadoria do crítico e professor da USP Celso Favaretto e da professora na Universidade Federal do ABC Paula Braga, a mostra reúne 60 obras, desde os metaesquemas dos anos 50 até o penetrável "Macaleia", de 78, passando pelos bólides dos anos 60, em 17 espaços. Espaço Cultural Airton Queiroz - Fortaleza | tel. (85) 3477-3319 | abertura ter. (26) | de ter. a sex., das 9h às 19h; sáb., das 10h às 18h; dom., das 12h às 18h | grátis | até 1/5 LIVRO | SE PARMÊNIDES Comentário interpretativo ao tratado grego anônimo "De Melisso Xenophane Gorgia" da filósofa francesa Barbara Cassin, publicado na França em 1980, chega pela primeira vez ao Brasil. Importante estudo da sofística, a publicação tem ainda a edição bilíngue do texto grego original. trad. Claudio Oliveira | Autêntica | R$ 42 (216 págs.) * LIVRO | PARAÍSO PERDIDO Esta edição bilíngue do poema épico de John Milton, glória da língua inglesa, como diz o crítico Harold Bloom na apresentação da obra, tem tradução do poeta português Daniel Jonas e 50 ilustrações do francês Gustave Doré. Inspirado no "Gênesis", o poema publicado originalmente em 1667 na Inglaterra narra em 10.565 versos como o homem perdeu o Paraíso. Editora 34 | R$ 98 (896 págs.)
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Justiça condena médica a pagar R$ 40 mil por retirar ovário errado na PB
Uma médica foi condenada a pagar R$ 40 mil de indenização por danos morais a uma paciente por ter retirado o ovário errado dela em uma cirurgia, na Paraíba. Em 2011, a paciente foi submetida a uma cirurgia para a retirada do útero com um mioma e do ovário esquerdo devido a um cisto. Após a cirurgia, a mulher continuou com dores abdominais e, ao fazer exames, descobriu que a médica tinha retirado o ovário errado. A autora do processo disse à Justiça que nunca foi levantada a hipótese de retirada do ovário direito, que estava sadio. O relator do processo, o juiz convocado Aluízio Bezerra Filho, afirmou que a retirada de ovário sadio em uma paciente jovem pode acarretar perda óssea e diminuição da libido. Para reduzir estes problemas, a mulher terá que fazer uso de reposição hormonal, de acordo com Filho. "Somado a certeza de que fora retirado um órgão sadio, entendo que restou configurada a conduta imprudente do médico, caracterizador da culpa, bem como os demais requisitos da responsabilidade subjetiva", disse o juiz.
cotidiano
Justiça condena médica a pagar R$ 40 mil por retirar ovário errado na PBUma médica foi condenada a pagar R$ 40 mil de indenização por danos morais a uma paciente por ter retirado o ovário errado dela em uma cirurgia, na Paraíba. Em 2011, a paciente foi submetida a uma cirurgia para a retirada do útero com um mioma e do ovário esquerdo devido a um cisto. Após a cirurgia, a mulher continuou com dores abdominais e, ao fazer exames, descobriu que a médica tinha retirado o ovário errado. A autora do processo disse à Justiça que nunca foi levantada a hipótese de retirada do ovário direito, que estava sadio. O relator do processo, o juiz convocado Aluízio Bezerra Filho, afirmou que a retirada de ovário sadio em uma paciente jovem pode acarretar perda óssea e diminuição da libido. Para reduzir estes problemas, a mulher terá que fazer uso de reposição hormonal, de acordo com Filho. "Somado a certeza de que fora retirado um órgão sadio, entendo que restou configurada a conduta imprudente do médico, caracterizador da culpa, bem como os demais requisitos da responsabilidade subjetiva", disse o juiz.
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Rombo estatal
Muito se fala, neste início de governo Michel Temer (PMDB), acerca do deficit primário deixado pela administração da presidente Dilma Rousseff (PT). Consideradas todas as despesas e receitas (sem contar gastos com juros), estima-se um rombo superior a R$ 120 bilhões. Como a equipe petista admitia valor bem menor, R$ 96,7 bilhões, a diferença será usada pela nova gestão para solicitar ao Congresso a revisão da meta orçamentária. Há outro buraco, porém, que deveria merecer iguais doses de atenção. Trata-se do desfalque, cuja real dimensão ainda precisa ser conhecida, nas contas financeiras e patrimoniais do governo, de suas empresas e de seus fundos de pensão. Tome-se a Eletrobras, vítima de uma das mais truculentas e desastradas intervenções setoriais do governo Dilma. A estatal sujeita-se a ter interrompida a negociação de suas ações na Bolsa de Nova York se não esclarecer as ressalvas de auditoria referentes a 2014 e 2015. Haveria risco, nessa hipótese, de vencimento antecipado de dívidas, em montantes que podem ficar entre R$ 20 bilhões e R$ 40 bilhões, segundo o ministro do Planejamento, Romero Jucá. Quanto aos fundos de pensão, o relatório de conclusão da CPI sobre o tema apontou perdas de R$ 113 bilhões nos últimos cinco anos —dos quais R$ 6,6 bilhões decorreriam diretamente de corrupção. A comissão calcula que as empresas e os contribuintes dos planos terão de aportar R$ 58 bilhões, ainda que de modo espaçado no tempo, para cobrir o prejuízo. Passou da hora, como se vê, de o país adotar mecanismos que evitem o uso político de estatais e seus fundos de pensão —uma necessidade escancarada pelo dirigismo obsceno das administrações petistas. Felizmente, começam a ser dados alguns passos nesse sentido. Tramitam no Congresso dois projetos com vistas a reforçar a eficiência e afastar conflitos de interesse. Um deles determina a presença de conselheiros independentes nos fundos de pensão, numa composição paritária com representantes dos contribuintes e das empresas patrocinadoras. O outro, a chamada Lei da Responsabilidade das Estatais, entre outras medidas reforça o profissionalismo na contratação de membros do conselho e de direção, proibindo pessoas com cargos em sindicatos, partidos ou governo. As estatais decerto precisam atender o interesse público que justifica sua existência. Isso não significa, contudo, que se confundam com o governo ou que possam conviver com gestões perdulárias. Ao contrário, devem estar subordinadas às mesmas leis e, sobretudo, seguir os mesmos critérios de eficiência das empresas privadas. editoriais@uol.com.br
opiniao
Rombo estatalMuito se fala, neste início de governo Michel Temer (PMDB), acerca do deficit primário deixado pela administração da presidente Dilma Rousseff (PT). Consideradas todas as despesas e receitas (sem contar gastos com juros), estima-se um rombo superior a R$ 120 bilhões. Como a equipe petista admitia valor bem menor, R$ 96,7 bilhões, a diferença será usada pela nova gestão para solicitar ao Congresso a revisão da meta orçamentária. Há outro buraco, porém, que deveria merecer iguais doses de atenção. Trata-se do desfalque, cuja real dimensão ainda precisa ser conhecida, nas contas financeiras e patrimoniais do governo, de suas empresas e de seus fundos de pensão. Tome-se a Eletrobras, vítima de uma das mais truculentas e desastradas intervenções setoriais do governo Dilma. A estatal sujeita-se a ter interrompida a negociação de suas ações na Bolsa de Nova York se não esclarecer as ressalvas de auditoria referentes a 2014 e 2015. Haveria risco, nessa hipótese, de vencimento antecipado de dívidas, em montantes que podem ficar entre R$ 20 bilhões e R$ 40 bilhões, segundo o ministro do Planejamento, Romero Jucá. Quanto aos fundos de pensão, o relatório de conclusão da CPI sobre o tema apontou perdas de R$ 113 bilhões nos últimos cinco anos —dos quais R$ 6,6 bilhões decorreriam diretamente de corrupção. A comissão calcula que as empresas e os contribuintes dos planos terão de aportar R$ 58 bilhões, ainda que de modo espaçado no tempo, para cobrir o prejuízo. Passou da hora, como se vê, de o país adotar mecanismos que evitem o uso político de estatais e seus fundos de pensão —uma necessidade escancarada pelo dirigismo obsceno das administrações petistas. Felizmente, começam a ser dados alguns passos nesse sentido. Tramitam no Congresso dois projetos com vistas a reforçar a eficiência e afastar conflitos de interesse. Um deles determina a presença de conselheiros independentes nos fundos de pensão, numa composição paritária com representantes dos contribuintes e das empresas patrocinadoras. O outro, a chamada Lei da Responsabilidade das Estatais, entre outras medidas reforça o profissionalismo na contratação de membros do conselho e de direção, proibindo pessoas com cargos em sindicatos, partidos ou governo. As estatais decerto precisam atender o interesse público que justifica sua existência. Isso não significa, contudo, que se confundam com o governo ou que possam conviver com gestões perdulárias. Ao contrário, devem estar subordinadas às mesmas leis e, sobretudo, seguir os mesmos critérios de eficiência das empresas privadas. editoriais@uol.com.br
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Câmbio na China
Ao caldo de incertezas na economia global foi adicionado um novo e poderoso ingrediente. Nos últimos dias, o Banco do Povo da China (PBOC, o banco central) mudou sua política cambial e permitiu que a moeda do país, o yuan, se desvalorizasse 3% em relação ao dólar. O movimento –o maior desde 1994– gerou inquietações mundo afora, pelo receio de que Pequim busque ganhar competitividade com o yuan mais fraco. Não por acaso, as Bolsas e as moedas de países ligados ao polo de comércio chinês, como Taiwan e Coreia do Sul, registraram forte queda. Não é claro, contudo, que os chineses estejam declarando uma nova guerra cambial –ou seja, artificialmente depreciando sua moeda. O foco parece ser outro: antes totalmente controlada pelo PBOC, agora a cotação do yuan poderá flutuar com mais liberdade segundo as condições de mercado. O atrelamento ao dólar, de fato, é hoje um problema para a China. Quando a moeda americana se valoriza, o yuan segue a alta, o que é prejudicial num momento de dificuldades como crescimento menor e excesso de dívidas. Os riscos da mudança de regime cambial são grandes, porém. Se houver uma expectativa de desvalorização continuada do yuan, poder haver fuga de capitais para o exterior. Verdade que a China tem reservas de US$ 3,6 trilhões, em tese uma garantia de estabilidade, mas os depósitos internos nos bancos são muito maiores. O processo em curso na China é acompanhado com atenção pelos demais países. Se o resultado da nova política for uma desvalorização mais forte do yuan (de 10% a 15%, por exemplo), os riscos de deflação global serão acentuados. No caso de produtos industriais, setor em que a China é grande fornecedora, a maior competitividade obtida com a moeda mais fraca permitiria aos chineses reduzir preços em dólares para ganhar mercado. A China, por outro lado, é grande importadora de matérias-primas, sobretudo industriais. O yuan mais fraco pode levar a um aumento dos preços domésticos, o que reduziria a demanda. Nesse caso, os fornecedores externos saem perdendo. O Brasil está na segunda categoria. Minério de ferro e soja representam cerca de 80% das vendas para a China, nosso maior parceiro comercial. Mesmo que a queda de preços dos alimentos tenda a ser menos acentuada do que a dos metais, a dinâmica é negativa. Ao fim e ao cabo, a mudança na China reforça a tendência de enfraquecimento do real e dificulta ainda mais uma saída da recessão com a ajuda do mercado externo. editoriais@uol.com.br
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Câmbio na ChinaAo caldo de incertezas na economia global foi adicionado um novo e poderoso ingrediente. Nos últimos dias, o Banco do Povo da China (PBOC, o banco central) mudou sua política cambial e permitiu que a moeda do país, o yuan, se desvalorizasse 3% em relação ao dólar. O movimento –o maior desde 1994– gerou inquietações mundo afora, pelo receio de que Pequim busque ganhar competitividade com o yuan mais fraco. Não por acaso, as Bolsas e as moedas de países ligados ao polo de comércio chinês, como Taiwan e Coreia do Sul, registraram forte queda. Não é claro, contudo, que os chineses estejam declarando uma nova guerra cambial –ou seja, artificialmente depreciando sua moeda. O foco parece ser outro: antes totalmente controlada pelo PBOC, agora a cotação do yuan poderá flutuar com mais liberdade segundo as condições de mercado. O atrelamento ao dólar, de fato, é hoje um problema para a China. Quando a moeda americana se valoriza, o yuan segue a alta, o que é prejudicial num momento de dificuldades como crescimento menor e excesso de dívidas. Os riscos da mudança de regime cambial são grandes, porém. Se houver uma expectativa de desvalorização continuada do yuan, poder haver fuga de capitais para o exterior. Verdade que a China tem reservas de US$ 3,6 trilhões, em tese uma garantia de estabilidade, mas os depósitos internos nos bancos são muito maiores. O processo em curso na China é acompanhado com atenção pelos demais países. Se o resultado da nova política for uma desvalorização mais forte do yuan (de 10% a 15%, por exemplo), os riscos de deflação global serão acentuados. No caso de produtos industriais, setor em que a China é grande fornecedora, a maior competitividade obtida com a moeda mais fraca permitiria aos chineses reduzir preços em dólares para ganhar mercado. A China, por outro lado, é grande importadora de matérias-primas, sobretudo industriais. O yuan mais fraco pode levar a um aumento dos preços domésticos, o que reduziria a demanda. Nesse caso, os fornecedores externos saem perdendo. O Brasil está na segunda categoria. Minério de ferro e soja representam cerca de 80% das vendas para a China, nosso maior parceiro comercial. Mesmo que a queda de preços dos alimentos tenda a ser menos acentuada do que a dos metais, a dinâmica é negativa. Ao fim e ao cabo, a mudança na China reforça a tendência de enfraquecimento do real e dificulta ainda mais uma saída da recessão com a ajuda do mercado externo. editoriais@uol.com.br
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Falar com o celular (com ele mesmo) para usá-lo sem as mãos vira rotina
Até a semana passada, os iPhones de dono brasileiro careciam de um importante traço da personalidade: a voz. Ou, pelo menos, uma voz que falasse português -o que o concorrente Google Now faz desde o ano passado. Na quarta (8), com a liberação de nova versão do sistema iOS para iPad, iPhone e iPod touch, usuários passaram a poder perguntar "qual é a previsão do tempo?" e a pedir "envie uma mensagem para Joana" ou "marque uma reunião às oito da manhã". "Já usava Siri em inglês, apesar de não ser fluente na língua", diz o designer gráfico Guilherme Liron, 18. Agora, diz ele, o assistente virtual ficou mais refinado. "Os resultados ficam mais eficientes porque são filtrados para conteúdo no Brasil." A estudante Isabella Alvares, 21, diz usar a tecnologia todos os dias, mas diz que há ajustes a serem feitos. "Achei bom para a primeira versão no idioma, mas há lacunas na tradução a serem melhoradas", diz."O português que ela compreende é aquele sem erro gramatical, sem gírias. Isso não acontece na versão em inglês." Assim como as contrapartidas da concorrência, Siri tem voz feminina, que usa para dar informações mastigadas ("qual é a farmácia mais próxima daqui?") e até estabelecer diálogos. Segundo pesquisa realizada em dezembro pela empresa Euromonitor com 8.000 pessoas em 17 países (Brasil inclusive), 35% dos consumidores buscam um celular que faz chamadas e envia mensagens sem o uso das mãos. Um deles é o empresário Henrique Flory, 46, que, revoltado com a carência da língua portuguesa na biblioteca de Siri, criou um grupo no Facebook para tentar chamar a atenção da Apple. "Sempre considerei isso um descaso para com o consumidor. O Brasil, sozinho, já é um mercado significativo", diz. "A Siri em português foi lançada com alto grau de confiabilidade e eficiência, mas com quatro anos de atraso." Após sua introdução no mercado americano, o iPhone de topo de linha de então, o 4S, teve bons resultados, vendendo cerca de 1 milhão de unidades na primeira semana. Shaw Wu, analista da empresa de pesquisa Sterne Agee, afirmou à época que isso se devia em grande parte a Siri, novidade que, para ele, "desafiava o senso comum." A tecnologia de inteligência artificial por trás da Siri foi criada pelo SRI, instituto de pesquisa ligado historicamente à Universidade Stanford, e tem raízes também no projeto Darpa, de tecnologia militar do governo dos EUA. Integrada a serviços on-line como Wikipédia, Twitter e Bing, o software se adapta conforme o uso para entender melhor as solicitações do seu "dono" no futuro. Google Now (Android) e Microsoft Cortana também têm a capacidade de se adaptar ao interlocutor. A Microsoft diz que a sua assistente -disponível no Windows Phone e no futuro Windows 10, mas sem versão em português- usa "sabedoria" coletiva de uma base de dados alimentada por todo usuário.
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Falar com o celular (com ele mesmo) para usá-lo sem as mãos vira rotinaAté a semana passada, os iPhones de dono brasileiro careciam de um importante traço da personalidade: a voz. Ou, pelo menos, uma voz que falasse português -o que o concorrente Google Now faz desde o ano passado. Na quarta (8), com a liberação de nova versão do sistema iOS para iPad, iPhone e iPod touch, usuários passaram a poder perguntar "qual é a previsão do tempo?" e a pedir "envie uma mensagem para Joana" ou "marque uma reunião às oito da manhã". "Já usava Siri em inglês, apesar de não ser fluente na língua", diz o designer gráfico Guilherme Liron, 18. Agora, diz ele, o assistente virtual ficou mais refinado. "Os resultados ficam mais eficientes porque são filtrados para conteúdo no Brasil." A estudante Isabella Alvares, 21, diz usar a tecnologia todos os dias, mas diz que há ajustes a serem feitos. "Achei bom para a primeira versão no idioma, mas há lacunas na tradução a serem melhoradas", diz."O português que ela compreende é aquele sem erro gramatical, sem gírias. Isso não acontece na versão em inglês." Assim como as contrapartidas da concorrência, Siri tem voz feminina, que usa para dar informações mastigadas ("qual é a farmácia mais próxima daqui?") e até estabelecer diálogos. Segundo pesquisa realizada em dezembro pela empresa Euromonitor com 8.000 pessoas em 17 países (Brasil inclusive), 35% dos consumidores buscam um celular que faz chamadas e envia mensagens sem o uso das mãos. Um deles é o empresário Henrique Flory, 46, que, revoltado com a carência da língua portuguesa na biblioteca de Siri, criou um grupo no Facebook para tentar chamar a atenção da Apple. "Sempre considerei isso um descaso para com o consumidor. O Brasil, sozinho, já é um mercado significativo", diz. "A Siri em português foi lançada com alto grau de confiabilidade e eficiência, mas com quatro anos de atraso." Após sua introdução no mercado americano, o iPhone de topo de linha de então, o 4S, teve bons resultados, vendendo cerca de 1 milhão de unidades na primeira semana. Shaw Wu, analista da empresa de pesquisa Sterne Agee, afirmou à época que isso se devia em grande parte a Siri, novidade que, para ele, "desafiava o senso comum." A tecnologia de inteligência artificial por trás da Siri foi criada pelo SRI, instituto de pesquisa ligado historicamente à Universidade Stanford, e tem raízes também no projeto Darpa, de tecnologia militar do governo dos EUA. Integrada a serviços on-line como Wikipédia, Twitter e Bing, o software se adapta conforme o uso para entender melhor as solicitações do seu "dono" no futuro. Google Now (Android) e Microsoft Cortana também têm a capacidade de se adaptar ao interlocutor. A Microsoft diz que a sua assistente -disponível no Windows Phone e no futuro Windows 10, mas sem versão em português- usa "sabedoria" coletiva de uma base de dados alimentada por todo usuário.
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São Paulo faz terceiro jogo com peso de decisão em apenas 40 dias
A temporada mal começou e os nervos do time, da diretoria e do torcedor são-paulino já estão à flor da pele. Depois de 40 dias da estreia em competições oficiais, o São Paulo joga nesta quinta (10) o que pode ser considerada a terceira partida com peso de decisão do clube nesta temporada. O adversário será o atual campeão da Libertadores, River Plate (ARG), em Buenos Aires. O jogo é válido pela segunda rodada do Grupo 1. Depois de estrear na primeira fase da Libertadores em duas partidas decisivas contra o peruano César Vallejo (empate por 1 a 1 no Peru e vitória por 1 a 0 em São Paulo), o clube paulista se classificou à fase de grupos. Logo na primeira partida, diante de sua torcida, a equipe sofreu uma derrota vexatória contra o The Strongest (BOL), resultado que colocou o time em cenário difícil já na segunda rodada do torneio. A situação piorou porque os bolivianos garantiram sua segunda vitória no grupo, contra o Trujillanos (VEN), chegando a seis pontos. Se o São Paulo sair derrotado nesta quinta, precisará de uma complicada combinação de resultados nas últimas quatro rodadas, já que o River venceu na primeira e, em caso de vitória, também chegaria a seis pontos, contra zero do time do Morumbi. Vale lembrar que o São Paulo jogará a última partida do grupo na altitude de La Paz contra o The Strongest. ZAGA DIFERENTE Para segurar o eficiente ataque do River Plate –em sete jogos no ano, a equipe já marcou 16 gols–, o técnico Edgardo Bauza apostará na experiência. Lugano e Maicon formarão a zaga titular, e Rodrigo Caio ficará na reserva. Nas pontas, Centurión e Carlinhos continuam. No banco, uma novidade: Michel Bastos se recuperou de lesão e foi relacionado. O argentino Calleri, ex-Boca Juniors, completa o setor ofensivo. RIVER PLATE Barovero; Mercado, Mammana, Vega e Vangioni; Fernández, Domingo, Ponzio e Driussi; Mora e Alario. Técnico: Marcelo Gallardo SÃO PAULO Denis; Bruno, Maicon, Lugano e Mena; Thiago Mendes e Hudson; Centurión, Ganso e Carlinhos; Calleri. Técnico: Edgardo Bauza Estádio: Monumental de Nuñez, em Buenos Aires (ARG) Árbitro: Julio Bascuñán (CHI) TV: 19h30, SporTV
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São Paulo faz terceiro jogo com peso de decisão em apenas 40 diasA temporada mal começou e os nervos do time, da diretoria e do torcedor são-paulino já estão à flor da pele. Depois de 40 dias da estreia em competições oficiais, o São Paulo joga nesta quinta (10) o que pode ser considerada a terceira partida com peso de decisão do clube nesta temporada. O adversário será o atual campeão da Libertadores, River Plate (ARG), em Buenos Aires. O jogo é válido pela segunda rodada do Grupo 1. Depois de estrear na primeira fase da Libertadores em duas partidas decisivas contra o peruano César Vallejo (empate por 1 a 1 no Peru e vitória por 1 a 0 em São Paulo), o clube paulista se classificou à fase de grupos. Logo na primeira partida, diante de sua torcida, a equipe sofreu uma derrota vexatória contra o The Strongest (BOL), resultado que colocou o time em cenário difícil já na segunda rodada do torneio. A situação piorou porque os bolivianos garantiram sua segunda vitória no grupo, contra o Trujillanos (VEN), chegando a seis pontos. Se o São Paulo sair derrotado nesta quinta, precisará de uma complicada combinação de resultados nas últimas quatro rodadas, já que o River venceu na primeira e, em caso de vitória, também chegaria a seis pontos, contra zero do time do Morumbi. Vale lembrar que o São Paulo jogará a última partida do grupo na altitude de La Paz contra o The Strongest. ZAGA DIFERENTE Para segurar o eficiente ataque do River Plate –em sete jogos no ano, a equipe já marcou 16 gols–, o técnico Edgardo Bauza apostará na experiência. Lugano e Maicon formarão a zaga titular, e Rodrigo Caio ficará na reserva. Nas pontas, Centurión e Carlinhos continuam. No banco, uma novidade: Michel Bastos se recuperou de lesão e foi relacionado. O argentino Calleri, ex-Boca Juniors, completa o setor ofensivo. RIVER PLATE Barovero; Mercado, Mammana, Vega e Vangioni; Fernández, Domingo, Ponzio e Driussi; Mora e Alario. Técnico: Marcelo Gallardo SÃO PAULO Denis; Bruno, Maicon, Lugano e Mena; Thiago Mendes e Hudson; Centurión, Ganso e Carlinhos; Calleri. Técnico: Edgardo Bauza Estádio: Monumental de Nuñez, em Buenos Aires (ARG) Árbitro: Julio Bascuñán (CHI) TV: 19h30, SporTV
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Hominídeos primitivos já tinham preferências estéticas renascentistas
Haveria algo em comum entre os refinados filósofos e artistas do Renascimento e da Grécia Antiga e os ancestrais remotos da humanidade que produziam machados de pedra aparentemente toscos há cerca de 500 mil anos? Todos tinham o mesmo gosto por certas proporções matemáticas, afirma um novo estudo. Pode parecer maluquice, mas é o que um engenheiro britânico radicado no Brasil diz ter encontrado, após analisar instrumentos pré-históricos. O principal elemento que ele identificou nos célebres machados de mão do sítio arqueológico de Boxgrove (Reino Unido) parece algo saído de "O Código Da Vinci". Trata-se do uso recorrente da chamada Proporção Áurea, uma relação matemática que está presente, por exemplo, nos elementos arquitetônicos que compõem o Parthenon, templo grego em Atenas. "Nosso gosto moderno, nossas noções de beleza e design, foram herdadas de um passado profundo", resume Alan Cannell, o autor do estudo. Ele publicou as conclusões no periódico "Journal of Lithic Studies", voltado para pesquisas sobre antigas tecnologias líticas (ou seja, de pedra). IDADE DA PEDRA ATIRADA Não é a primeira vez que Cannell encontra padrões insuspeitos no passado lítico da humanidade. Fascinado pela pré-história, ele iniciou sua carreira de pesquisador com um artigo no qual argumentava que as mais antigas ferramentas usadas pelos membros da linhagem humana teriam sido pedras mais ou menos redondas de uns 500 gramas, arremessadas na direção de presas, predadores ou inimigos. Antes da Idade da Pedra Lascada, teria havido a Idade da Pedra Atirada, digamos. Quanto ao novo estudo, vários pesquisadores já tinham abordado a aparente simetria cuidadosa do "design" dos machados de pedra pertencentes à chamada tradição acheulense, normalmente associada à espécie de hominídeo conhecida como Homo erectus. Os instrumentos achados em Boxgrove pertencem a essa tradição. Cannell pediu a ajuda do Museu Britânico e do especialista Mathieu Leroyer para obter imagens de alta resolução dos instrumentos, em duas amostras diferentes, ambas com cerca de 15 machados. Na primeira, Leroyer selecionou exemplares que lhe pareciam representantes típicos dos instrumentos de Boxgrove. Na segunda, escolheu um número equivalente de artefatos ao acaso (numerando-os e sorteando-os). Cannell pôs-se, então, a analisar o formato dos objetos e percebeu que quase todos tinham sido desenhados com base na chamada Elipse Áurea, uma forma da Proporção Áurea aplicada a essa figura ovalada (veja infográfico). Círculos quase perfeitos também costumavam estar presentes na base dos machados. As mesmas proporções são empregadas hoje no formato de joias, lembra. "Há exemplos do mesmo formato em todo canto do mundo moderno. São aspectos do que significa ser humano que são muito antigos." * HOMINÍDEOS DE OURO Ferramentas de pedra teriam seguido proporção venerada por mestres da Renascença O que é a proporção áurea? Um jeito relativamente fácil de entender essa proporção é dando uma olhada na figura ao lado Ela está dividida em dois pedaços, a e b. A proporção áurea deriva do fato de que a razão entre a soma a + b e o pedaço maior, o a, é igual à razão entre o pedaço maior e o menor b A razão áurea também pode ser representada por um número -aproximadamente 1,618 Por que ela se tornou famosa? Desde a Grécia Antiga, há cerca de 2.500 anos, matemáticos e artistas usam essa proporção para desenhar figuras geométricas e grandes obras de arte, como o Partenon, mais célebre templo pagão de Atenas. Acredita-se que ela seja especialmente agradável para o olhar humano, talvez por espelhar certas proporções da natureza Pedra Uma nova análise estudou os machados de pedra de 500 mil anos encontrados em Boxgrove, no Reino Unido, um dos conjuntos mais famosos de artefatos produzidos por humanos pré-históricos Elipse Pelo formato dos machados de pedra, a ideia era ver se eles tinham relação com a Elipse Áurea -ou seja, a Proporção Áurea em figuras de elipses. Nesse caso, a razão entre o eixo maior e o menor da elipse é de cerca de 1,618 Resultado Em geral, os artefatos de Boxgrove se aproximam de uma Elipse Áurea, o que pode sugerir que a preferência estética por essa proporção é extremamente antiga
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Hominídeos primitivos já tinham preferências estéticas renascentistasHaveria algo em comum entre os refinados filósofos e artistas do Renascimento e da Grécia Antiga e os ancestrais remotos da humanidade que produziam machados de pedra aparentemente toscos há cerca de 500 mil anos? Todos tinham o mesmo gosto por certas proporções matemáticas, afirma um novo estudo. Pode parecer maluquice, mas é o que um engenheiro britânico radicado no Brasil diz ter encontrado, após analisar instrumentos pré-históricos. O principal elemento que ele identificou nos célebres machados de mão do sítio arqueológico de Boxgrove (Reino Unido) parece algo saído de "O Código Da Vinci". Trata-se do uso recorrente da chamada Proporção Áurea, uma relação matemática que está presente, por exemplo, nos elementos arquitetônicos que compõem o Parthenon, templo grego em Atenas. "Nosso gosto moderno, nossas noções de beleza e design, foram herdadas de um passado profundo", resume Alan Cannell, o autor do estudo. Ele publicou as conclusões no periódico "Journal of Lithic Studies", voltado para pesquisas sobre antigas tecnologias líticas (ou seja, de pedra). IDADE DA PEDRA ATIRADA Não é a primeira vez que Cannell encontra padrões insuspeitos no passado lítico da humanidade. Fascinado pela pré-história, ele iniciou sua carreira de pesquisador com um artigo no qual argumentava que as mais antigas ferramentas usadas pelos membros da linhagem humana teriam sido pedras mais ou menos redondas de uns 500 gramas, arremessadas na direção de presas, predadores ou inimigos. Antes da Idade da Pedra Lascada, teria havido a Idade da Pedra Atirada, digamos. Quanto ao novo estudo, vários pesquisadores já tinham abordado a aparente simetria cuidadosa do "design" dos machados de pedra pertencentes à chamada tradição acheulense, normalmente associada à espécie de hominídeo conhecida como Homo erectus. Os instrumentos achados em Boxgrove pertencem a essa tradição. Cannell pediu a ajuda do Museu Britânico e do especialista Mathieu Leroyer para obter imagens de alta resolução dos instrumentos, em duas amostras diferentes, ambas com cerca de 15 machados. Na primeira, Leroyer selecionou exemplares que lhe pareciam representantes típicos dos instrumentos de Boxgrove. Na segunda, escolheu um número equivalente de artefatos ao acaso (numerando-os e sorteando-os). Cannell pôs-se, então, a analisar o formato dos objetos e percebeu que quase todos tinham sido desenhados com base na chamada Elipse Áurea, uma forma da Proporção Áurea aplicada a essa figura ovalada (veja infográfico). Círculos quase perfeitos também costumavam estar presentes na base dos machados. As mesmas proporções são empregadas hoje no formato de joias, lembra. "Há exemplos do mesmo formato em todo canto do mundo moderno. São aspectos do que significa ser humano que são muito antigos." * HOMINÍDEOS DE OURO Ferramentas de pedra teriam seguido proporção venerada por mestres da Renascença O que é a proporção áurea? Um jeito relativamente fácil de entender essa proporção é dando uma olhada na figura ao lado Ela está dividida em dois pedaços, a e b. A proporção áurea deriva do fato de que a razão entre a soma a + b e o pedaço maior, o a, é igual à razão entre o pedaço maior e o menor b A razão áurea também pode ser representada por um número -aproximadamente 1,618 Por que ela se tornou famosa? Desde a Grécia Antiga, há cerca de 2.500 anos, matemáticos e artistas usam essa proporção para desenhar figuras geométricas e grandes obras de arte, como o Partenon, mais célebre templo pagão de Atenas. Acredita-se que ela seja especialmente agradável para o olhar humano, talvez por espelhar certas proporções da natureza Pedra Uma nova análise estudou os machados de pedra de 500 mil anos encontrados em Boxgrove, no Reino Unido, um dos conjuntos mais famosos de artefatos produzidos por humanos pré-históricos Elipse Pelo formato dos machados de pedra, a ideia era ver se eles tinham relação com a Elipse Áurea -ou seja, a Proporção Áurea em figuras de elipses. Nesse caso, a razão entre o eixo maior e o menor da elipse é de cerca de 1,618 Resultado Em geral, os artefatos de Boxgrove se aproximam de uma Elipse Áurea, o que pode sugerir que a preferência estética por essa proporção é extremamente antiga
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Preferida para chefiar PF, delegada é elogiada por atuação na Lava Jato
Num governo criticado pela ausência de mulheres em cargos relevantes, policiais federais querem uma mulher como diretora da instituição. Em consulta informal realizada pela ADPF (Associação de Delegados da Polícia Federal), Érika Marena, 41, uma das chefes da Operação Lava Jato, foi a mais votada para o cargo de diretor-geral, com 1.065 votos. A associação defende que o diretor da PF seja escolhido por meio de lista tríplice votada pelos policiais, como ocorre com a Procuradoria –o governo rejeita a ideia, no entanto. A ADPF quer que Temer escolha um nome para substituir o atual diretor da PF, Leandro Daiello. Apesar de ter se destacado em um ambiente dominado por homens, Marena não usou a bandeira feminista na campanha. À Folha ela disse que as mulheres enfrentam mais desafios: "Em um ambiente masculino, como o policial, o homem muitas vezes tem o respeito pelo simples fato de ser homem, enquanto a mulher, na mesma posição, precisa constantemente mostrar que é capaz". O principal ativo de Marena é a Lava Jato, na qual trabalha há quase três anos. É apontada por advogados e policiais como "mãe" da operação ao associar, com o colega Márcio Anselmo, o doleiro Alberto Youssef ao esquema da Petrobras. Seus pontos fracos são a falta de experiência em gestão e um certo pavio curto. Em conjunto com outro delegado, moveu uma ação contra um jornalista crítico da Lava Jato, que teve de retirar textos de seu blog, após decisão judicial. Em carta recente aos delegados, Marena defende que o modelo da Lava Jato seja disseminado: "A integração e o trabalho de equipe observados no grupo Lava Jato me fizeram acreditar que uma PF diferente é possível, assim como a reprodução desse modelo de trabalho em outros Estados". Mesmo criminalistas, que têm interesses distintos dos dela, a elogiam. "Ela é, talvez, a profissional que melhor produz na operação, e continua a mesma: não é arrogante nem grosseira", diz Jacinto de Miranda Coutinho, que defendeu Andrade Gutierrez e OAS. Rodrigo Sánchez Rios, que foi advogado da Odebrecht e Engevix, defendeu a senadores a ideia de uma lista tríplice para a PF. "Disseram que a atitude da PF era corporativista. Defendi que a autonomia dava legitimidade para atuar distante de partidos políticos". CRIMES FINANCEIROS Nascida em Apucarana (PR), filha de uma costureira e de um historiador, a delegada é casada, sem filhos, e entrou na PF há 13 anos. Após ter participado de investigações de grande complexidade, como o caso Banestado e a apuração sobre o banqueiro Daniel Dantas, Marena ganhou a reputação de ser uma especialista em crime financeiro. No Banestado, investigou doleiros que remeteram mais de US$ 20 bilhões por uma agência em Foz de Iguaçu. Foi nessa apuração que aprendeu três técnicas que seriam essenciais para a Lava Jato: descobrir os caminhos tortuosos que o dinheiro sujo segue, manejar uma quantidade gigantesca de informação e atuar em cooperação com outros países. Foi também uma das primeiras experiências com força-tarefa de policiais e procuradores. Agentes da PF que trabalham com ela chamam a atenção para sua dedicação ao trabalho. Sofreu um acidente de carro em março deste ano e dias depois estava trabalhando. Em 2015, foi diagnosticada com câncer no útero, fez uma cirurgia e descobriu que o tumor não era maligno. Marena impressionou aos colegas por ter se afastado por um período curto, "só o tempo de cicatrizar o corte". POLÊMICAS A principal polêmica em que ela se envolveu foi o processo contra o jornalista Marcelo Auler, que criticou policiais da operação e a culpou pelo vazamento de delações. O Juizado Especial Cível de Curitiba determinou que Auler removesse de seu blog os textos com as críticas. Na semana passada, a Associação Brasileira de Imprensa chamou a medida de censura. A advogada dos delegados, Márcia Marena, afirma que em nenhum momento foi determinado pela Justiça a retirada de reportagens sobre a Lava Jato, mas os textos considerados ofensivos. A delegada também foi apontada pelo analista da PF Dalmey Werlang como uma das policiais que recebia gravações que seriam coletadas por meio de uma suposta escuta ilegal instada na cela do doleiro Alberto Youssef. Até hoje, porém, Dalmey não apresentou prova de que as gravações existiram.
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Preferida para chefiar PF, delegada é elogiada por atuação na Lava JatoNum governo criticado pela ausência de mulheres em cargos relevantes, policiais federais querem uma mulher como diretora da instituição. Em consulta informal realizada pela ADPF (Associação de Delegados da Polícia Federal), Érika Marena, 41, uma das chefes da Operação Lava Jato, foi a mais votada para o cargo de diretor-geral, com 1.065 votos. A associação defende que o diretor da PF seja escolhido por meio de lista tríplice votada pelos policiais, como ocorre com a Procuradoria –o governo rejeita a ideia, no entanto. A ADPF quer que Temer escolha um nome para substituir o atual diretor da PF, Leandro Daiello. Apesar de ter se destacado em um ambiente dominado por homens, Marena não usou a bandeira feminista na campanha. À Folha ela disse que as mulheres enfrentam mais desafios: "Em um ambiente masculino, como o policial, o homem muitas vezes tem o respeito pelo simples fato de ser homem, enquanto a mulher, na mesma posição, precisa constantemente mostrar que é capaz". O principal ativo de Marena é a Lava Jato, na qual trabalha há quase três anos. É apontada por advogados e policiais como "mãe" da operação ao associar, com o colega Márcio Anselmo, o doleiro Alberto Youssef ao esquema da Petrobras. Seus pontos fracos são a falta de experiência em gestão e um certo pavio curto. Em conjunto com outro delegado, moveu uma ação contra um jornalista crítico da Lava Jato, que teve de retirar textos de seu blog, após decisão judicial. Em carta recente aos delegados, Marena defende que o modelo da Lava Jato seja disseminado: "A integração e o trabalho de equipe observados no grupo Lava Jato me fizeram acreditar que uma PF diferente é possível, assim como a reprodução desse modelo de trabalho em outros Estados". Mesmo criminalistas, que têm interesses distintos dos dela, a elogiam. "Ela é, talvez, a profissional que melhor produz na operação, e continua a mesma: não é arrogante nem grosseira", diz Jacinto de Miranda Coutinho, que defendeu Andrade Gutierrez e OAS. Rodrigo Sánchez Rios, que foi advogado da Odebrecht e Engevix, defendeu a senadores a ideia de uma lista tríplice para a PF. "Disseram que a atitude da PF era corporativista. Defendi que a autonomia dava legitimidade para atuar distante de partidos políticos". CRIMES FINANCEIROS Nascida em Apucarana (PR), filha de uma costureira e de um historiador, a delegada é casada, sem filhos, e entrou na PF há 13 anos. Após ter participado de investigações de grande complexidade, como o caso Banestado e a apuração sobre o banqueiro Daniel Dantas, Marena ganhou a reputação de ser uma especialista em crime financeiro. No Banestado, investigou doleiros que remeteram mais de US$ 20 bilhões por uma agência em Foz de Iguaçu. Foi nessa apuração que aprendeu três técnicas que seriam essenciais para a Lava Jato: descobrir os caminhos tortuosos que o dinheiro sujo segue, manejar uma quantidade gigantesca de informação e atuar em cooperação com outros países. Foi também uma das primeiras experiências com força-tarefa de policiais e procuradores. Agentes da PF que trabalham com ela chamam a atenção para sua dedicação ao trabalho. Sofreu um acidente de carro em março deste ano e dias depois estava trabalhando. Em 2015, foi diagnosticada com câncer no útero, fez uma cirurgia e descobriu que o tumor não era maligno. Marena impressionou aos colegas por ter se afastado por um período curto, "só o tempo de cicatrizar o corte". POLÊMICAS A principal polêmica em que ela se envolveu foi o processo contra o jornalista Marcelo Auler, que criticou policiais da operação e a culpou pelo vazamento de delações. O Juizado Especial Cível de Curitiba determinou que Auler removesse de seu blog os textos com as críticas. Na semana passada, a Associação Brasileira de Imprensa chamou a medida de censura. A advogada dos delegados, Márcia Marena, afirma que em nenhum momento foi determinado pela Justiça a retirada de reportagens sobre a Lava Jato, mas os textos considerados ofensivos. A delegada também foi apontada pelo analista da PF Dalmey Werlang como uma das policiais que recebia gravações que seriam coletadas por meio de uma suposta escuta ilegal instada na cela do doleiro Alberto Youssef. Até hoje, porém, Dalmey não apresentou prova de que as gravações existiram.
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Como Tim Cook foi parar no meio da polêmica sobre privacidade digital
Mensagens do mundo inteiro começaram a chegar a Tim Cook, presidente-executivo da Apple, não muito depois que surgiram as primeiras revelações de Edward Snowden sobre as operações de vigilância em massa do governo dos Estados Unidos. Você sabe o quanto a privacidade é importante para nós?, as mensagens questionavam. Você entende? E Cook entende. Ele tem orgulho por a Apple vender produtos físicos –celulares, tablets e laptops– e por não comercializar detalhes íntimos das vidas digitais de seus consumidores. Essa posição se cristalizou na terça-feira, quando Cook passou horas reunido com advogados e outros colegas na sede da Apple, a fim de determinar como responder a uma liminar da justiça federal norte-americana que determina que a empresa permita que o governo obtenha acesso ao iPhone de um dos atiradores envolvidos nos homicídios em massa de San Bernardin, Califórnia. Na noite da terça-feira, Cook saiu a público com uma carta aos clientes portando sua assinatura. "Sentimos que é necessário que nos pronunciemos, diante do que vemos como abuso por parte do governo dos Estados Unidos", escreveu Cook, 55. "Tememos, em última análise, que essa demanda solape as liberdades individuais e a liberdade geral que o governo tem por missão proteger". O impasse entre Cook e as autoridades judiciais norte-americanas é indicativo de sua evolução de um operador de bastidores na Apple à posição de um dos executivos mais francos no mundo das grandes empresas. Ao longo dessa trajetória, ele deu a uma empresa antes conhecida pelo sigilo, no Vale do Silício, posição central em questões sociais e judiciais complicadas. Embora o predecessor de Cook, Steve Jobs, cofundador da Apple, seja visto como um ícone dos negócios, ele jamais tomou posições tão agressivas quanto as de Cook quanto a esse tipo de assunto. Um confronto com o governo dos Estados Unidos é um risco para a Apple e pode atrair uma torrente de críticas públicas contra a maior companhia do mundo por valor de mercado, em um momento no qual seu crescimento se desacelerou significativamente. Mas pessoas que conhecem Cook dizem que ele não acreditava ter outra escolha que não expressar firmemente sua opinião. Cook, que se tornou presidente-executivo da Apple em 2011, há muito diz que empresas e seus líderes precisam se ver como membros importantes da sociedade civil. Em setembro, ele enfatizou que essa responsabilidade "cresceu acentuadamente nas duas últimas décadas, quando o governo vem encontrando mais dificuldade para promover avanços". Cook "diz aquilo em que acredita, especialmente em situações difíceis", diz Don Logan, antigo presidente do conselho da Time Warner Cable que fez amizade com Cook desde que este assumiu o comando da Apple. Os dois estudaram na mesma instituição, a Universidade Auburn. Sobre a oposição de Cook à liminar, Logan disse que "Tim no momento está lidando com uma situação muito difícil e sabe que a decisão que tomou tem muitas ramificações, boas e ruins. Mas ele quer fazer a coisa certa". A Apple recusou um pedido de entrevista para Cook. A empresa está se preparando para apresentar uma petição de contestação à liminar judicial. As ideias de Cook sobre deveres cívicos foram desenvolvidas em parte durante sua infância na região rural do Estado do Alabama. Em discurso nas Nações Unidas, em 2013, ele recordou como membros da Ku Klux Klan certa vez queimaram uma cruz no jardim de uma família negra, e que ele gritou com eles ordenando que parassem com aquilo. "Essa imagem ficou gravada permanentemente em minha memória, e mudou minha vida para sempre", ele disse. Na Apple, para a qual ele começou a trabalhar como executivo de primeiro escalão em 1998, Cook foi uma figura discreta por boa parte do período em que trabalhou sob as ordens de Jobs, um líder que gostava de comandar espetáculos e prezava muito o sigilo. Depois que Jobs renunciou ao posto devido a problemas de saúde, Cook começou a abrir mais a Apple, publicando um relatório anual sobre os fornecedores da companhia e as condições de trabalho dos mais de um milhão de operários envolvidos na fabricação de seus produtos. Em 2014, Cook revelou ser gay, atitude vista amplamente como expressão de apoio à luta pelos direitos dos homossexuais.No ano passado, ele escreveu um editorial lastimando as leis de liberdade religiosa propostas em mais de duas dúzias de Estados norte-americano, que permitiriam que as pessoas descumpram leis de combate à discriminação caso estas conflitem com suas crenças religiosas. Sua franqueza causou críticas, e alguns investidores questionam de que maneira as iniciativas da empresa fora do campo dos negócios –entre as quais alguns projetos ambientais da Apple– contribuiriam para os seus resultados financeiros. Cook respondeu durante uma assembleia geral de acionistas que é importante que a Apple faça coisas "porque elas são justas e boas". Depois do ataque em San Bernardino, em dezembro, a Apple colaborou com o Serviço Federal de Investigações (FBI) norte-americano para recolher dados armazenados em nuvem por um iPhone que um dos atacantes usava a trabalho, de acordo com documentos judiciais. Quando os investigadores solicitaram também informações não especificadas armazenadas no aparelho e que não haviam sido salvas em nuvem, um juiz esta semana concedeu às autoridades uma liminar que determina que a Apple deve criar uma ferramenta especial para ajudar os investigadores a decifrar mais facilmente a senha de acesso e obter os dados armazenados no aparelho. A Apple solicitou que o FBI guardasse segredo sobre sua solicitação da ferramenta requerida, mas o governo a revelou publicamente, o que levou Cook a entrar em modo de crise para preparar a resposta, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto, que falaram sob a condição de que seus nomes não fossem revelados. O resultado foi a carta assinada por Cook na terça-feira, na qual ele argumenta que uma companhia se ver forçada a criar para o governo ferramentas que podem ameaçar a segurança de seus aparelhos representa um "precedente perigoso". "Comprometer a segurança de nossas informações pessoais pode colocar em risco a nossa segurança pessoal", ele escreveu. "É por isso que os dados cifrados se tornaram tão importantes para todos nós". Longe de recuar diante da perspectiva de uma disputa, Cook disse a colegas que planeja acelerar os planos para cifrar todos os dados armazenados na miríade de dispositivos, serviços e sistemas de nuvem da Apple, nos quais a vasta maioria dos dados continua a não ser cifrada. "Se você confere qualquer valor às liberdades civis, não fará o que as autoridades estão solicitando", disse Cook. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Como Tim Cook foi parar no meio da polêmica sobre privacidade digitalMensagens do mundo inteiro começaram a chegar a Tim Cook, presidente-executivo da Apple, não muito depois que surgiram as primeiras revelações de Edward Snowden sobre as operações de vigilância em massa do governo dos Estados Unidos. Você sabe o quanto a privacidade é importante para nós?, as mensagens questionavam. Você entende? E Cook entende. Ele tem orgulho por a Apple vender produtos físicos –celulares, tablets e laptops– e por não comercializar detalhes íntimos das vidas digitais de seus consumidores. Essa posição se cristalizou na terça-feira, quando Cook passou horas reunido com advogados e outros colegas na sede da Apple, a fim de determinar como responder a uma liminar da justiça federal norte-americana que determina que a empresa permita que o governo obtenha acesso ao iPhone de um dos atiradores envolvidos nos homicídios em massa de San Bernardin, Califórnia. Na noite da terça-feira, Cook saiu a público com uma carta aos clientes portando sua assinatura. "Sentimos que é necessário que nos pronunciemos, diante do que vemos como abuso por parte do governo dos Estados Unidos", escreveu Cook, 55. "Tememos, em última análise, que essa demanda solape as liberdades individuais e a liberdade geral que o governo tem por missão proteger". O impasse entre Cook e as autoridades judiciais norte-americanas é indicativo de sua evolução de um operador de bastidores na Apple à posição de um dos executivos mais francos no mundo das grandes empresas. Ao longo dessa trajetória, ele deu a uma empresa antes conhecida pelo sigilo, no Vale do Silício, posição central em questões sociais e judiciais complicadas. Embora o predecessor de Cook, Steve Jobs, cofundador da Apple, seja visto como um ícone dos negócios, ele jamais tomou posições tão agressivas quanto as de Cook quanto a esse tipo de assunto. Um confronto com o governo dos Estados Unidos é um risco para a Apple e pode atrair uma torrente de críticas públicas contra a maior companhia do mundo por valor de mercado, em um momento no qual seu crescimento se desacelerou significativamente. Mas pessoas que conhecem Cook dizem que ele não acreditava ter outra escolha que não expressar firmemente sua opinião. Cook, que se tornou presidente-executivo da Apple em 2011, há muito diz que empresas e seus líderes precisam se ver como membros importantes da sociedade civil. Em setembro, ele enfatizou que essa responsabilidade "cresceu acentuadamente nas duas últimas décadas, quando o governo vem encontrando mais dificuldade para promover avanços". Cook "diz aquilo em que acredita, especialmente em situações difíceis", diz Don Logan, antigo presidente do conselho da Time Warner Cable que fez amizade com Cook desde que este assumiu o comando da Apple. Os dois estudaram na mesma instituição, a Universidade Auburn. Sobre a oposição de Cook à liminar, Logan disse que "Tim no momento está lidando com uma situação muito difícil e sabe que a decisão que tomou tem muitas ramificações, boas e ruins. Mas ele quer fazer a coisa certa". A Apple recusou um pedido de entrevista para Cook. A empresa está se preparando para apresentar uma petição de contestação à liminar judicial. As ideias de Cook sobre deveres cívicos foram desenvolvidas em parte durante sua infância na região rural do Estado do Alabama. Em discurso nas Nações Unidas, em 2013, ele recordou como membros da Ku Klux Klan certa vez queimaram uma cruz no jardim de uma família negra, e que ele gritou com eles ordenando que parassem com aquilo. "Essa imagem ficou gravada permanentemente em minha memória, e mudou minha vida para sempre", ele disse. Na Apple, para a qual ele começou a trabalhar como executivo de primeiro escalão em 1998, Cook foi uma figura discreta por boa parte do período em que trabalhou sob as ordens de Jobs, um líder que gostava de comandar espetáculos e prezava muito o sigilo. Depois que Jobs renunciou ao posto devido a problemas de saúde, Cook começou a abrir mais a Apple, publicando um relatório anual sobre os fornecedores da companhia e as condições de trabalho dos mais de um milhão de operários envolvidos na fabricação de seus produtos. Em 2014, Cook revelou ser gay, atitude vista amplamente como expressão de apoio à luta pelos direitos dos homossexuais.No ano passado, ele escreveu um editorial lastimando as leis de liberdade religiosa propostas em mais de duas dúzias de Estados norte-americano, que permitiriam que as pessoas descumpram leis de combate à discriminação caso estas conflitem com suas crenças religiosas. Sua franqueza causou críticas, e alguns investidores questionam de que maneira as iniciativas da empresa fora do campo dos negócios –entre as quais alguns projetos ambientais da Apple– contribuiriam para os seus resultados financeiros. Cook respondeu durante uma assembleia geral de acionistas que é importante que a Apple faça coisas "porque elas são justas e boas". Depois do ataque em San Bernardino, em dezembro, a Apple colaborou com o Serviço Federal de Investigações (FBI) norte-americano para recolher dados armazenados em nuvem por um iPhone que um dos atacantes usava a trabalho, de acordo com documentos judiciais. Quando os investigadores solicitaram também informações não especificadas armazenadas no aparelho e que não haviam sido salvas em nuvem, um juiz esta semana concedeu às autoridades uma liminar que determina que a Apple deve criar uma ferramenta especial para ajudar os investigadores a decifrar mais facilmente a senha de acesso e obter os dados armazenados no aparelho. A Apple solicitou que o FBI guardasse segredo sobre sua solicitação da ferramenta requerida, mas o governo a revelou publicamente, o que levou Cook a entrar em modo de crise para preparar a resposta, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto, que falaram sob a condição de que seus nomes não fossem revelados. O resultado foi a carta assinada por Cook na terça-feira, na qual ele argumenta que uma companhia se ver forçada a criar para o governo ferramentas que podem ameaçar a segurança de seus aparelhos representa um "precedente perigoso". "Comprometer a segurança de nossas informações pessoais pode colocar em risco a nossa segurança pessoal", ele escreveu. "É por isso que os dados cifrados se tornaram tão importantes para todos nós". Longe de recuar diante da perspectiva de uma disputa, Cook disse a colegas que planeja acelerar os planos para cifrar todos os dados armazenados na miríade de dispositivos, serviços e sistemas de nuvem da Apple, nos quais a vasta maioria dos dados continua a não ser cifrada. "Se você confere qualquer valor às liberdades civis, não fará o que as autoridades estão solicitando", disse Cook. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Hoje as placas de 'promoção' dão lugar às de 'passo o ponto', diz comerciante
O comércio está trocando as placas de promoção para as de "passo o ponto". Obrigado, Dilma. Carlos Gaspar, comerciante (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Hoje as placas de 'promoção' dão lugar às de 'passo o ponto', diz comercianteO comércio está trocando as placas de promoção para as de "passo o ponto". Obrigado, Dilma. Carlos Gaspar, comerciante (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Bombardeio atinge hospital e mata pelo menos cinco pessoas na Ucrânia
Pelo menos cinco pessoas morreram nesta quarta-feira (4) após um hospital ser atingido por um foguete disparado durante confronto entre o Exército da Ucrânia e separatistas pró-Rússia na cidade de Donetsk, no leste do país. Segundo a agência de notícias DNA, vinculada aos separatistas, as pessoas foram mortas dentro e fora da unidade de saúde, que fica no bairro de Tekstilshchik. Além do prédio, os bombardeios atingiram seis escolas e cinco creches. A prefeitura de Donetsk informou que houve mortos no ataque, mas sem mencionar números. A agência de notícias Reuters também contou corpos de cinco pessoas –três retiradas do hospital e duas nas ruas. Na manhã desta segunda, o Exército ucraniano informou que quatro soldados haviam sido mortos e outros 25 ficaram feridos em combates em Donetsk e na vizinha região de Lugansk nas últimas 24 horas. Os combates foram retomados em janeiro, após a quebra do cessar-fogo acertado em setembro entre rebeldes e o governo de Kiev. No fim de semana, fracassaram as negociações para a retomada da trégua. Desde domingo, combatentes separatistas tentam tomar o controle de Debaltseve, na região de Donetsk, cidade que abriga os principais entroncamentos ferroviários e rodoviários do leste do país. A área ainda era controlada pelo Exército. O governo ucraniano disse ter retirado desde o início da semana mais de 2.500 pessoas da cidade, dentre eles 650 crianças e 60 pessoas com deficiência. Apenas ontem 188 pessoas foram retiradas da região. Diante da possibilidade de um número maior de morte de civis, a chefe de diplomacia da União Europeia, Federica Mogherini, pediu uma trégua de três dias nos combates para permitir que os moradores de Debaltseve escapem. Além de estarem sob fogo cruzado, os moradores sofrem com a falta de água, energia elétrica e gás no período mais frio do ano. O pedido de trégua também foi feito pelo presidente da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (Osce), Ivica Dacic. PRESIDENTE Com a intensificação do conflito, o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, disse estar confiante de que os Estados Unidos enviarão armas ao país para o combate contra os separatistas. "Não tenho a menor dúvida de que esta decisão de suprir a Ucrânia com armas será feita pelos Estados Unidos, assim como por outros parceiros, porque precisamos ter a capacidade de nos defender sozinhos", disse. Desde domingo (1º), membros do governo americano afirmam que o governo americano está revisando a possibilidade de enviar armas ao Exército ucraniano, que já recebe ajuda não letal de Washington. Segundo os assessores, a decisão também é avaliada pelo Reino Unido, pela Polônia e pelos países bálticos –Letônia, Estônia e Lituânia. Na segunda (2), a chanceler alemã, Angela Merkel, descartou enviar qualquer arma aos ucranianos. O mesmo fez o ministro da Defesa da França, Jean-Yves Le Drian, nesta quarta (4).
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Bombardeio atinge hospital e mata pelo menos cinco pessoas na UcrâniaPelo menos cinco pessoas morreram nesta quarta-feira (4) após um hospital ser atingido por um foguete disparado durante confronto entre o Exército da Ucrânia e separatistas pró-Rússia na cidade de Donetsk, no leste do país. Segundo a agência de notícias DNA, vinculada aos separatistas, as pessoas foram mortas dentro e fora da unidade de saúde, que fica no bairro de Tekstilshchik. Além do prédio, os bombardeios atingiram seis escolas e cinco creches. A prefeitura de Donetsk informou que houve mortos no ataque, mas sem mencionar números. A agência de notícias Reuters também contou corpos de cinco pessoas –três retiradas do hospital e duas nas ruas. Na manhã desta segunda, o Exército ucraniano informou que quatro soldados haviam sido mortos e outros 25 ficaram feridos em combates em Donetsk e na vizinha região de Lugansk nas últimas 24 horas. Os combates foram retomados em janeiro, após a quebra do cessar-fogo acertado em setembro entre rebeldes e o governo de Kiev. No fim de semana, fracassaram as negociações para a retomada da trégua. Desde domingo, combatentes separatistas tentam tomar o controle de Debaltseve, na região de Donetsk, cidade que abriga os principais entroncamentos ferroviários e rodoviários do leste do país. A área ainda era controlada pelo Exército. O governo ucraniano disse ter retirado desde o início da semana mais de 2.500 pessoas da cidade, dentre eles 650 crianças e 60 pessoas com deficiência. Apenas ontem 188 pessoas foram retiradas da região. Diante da possibilidade de um número maior de morte de civis, a chefe de diplomacia da União Europeia, Federica Mogherini, pediu uma trégua de três dias nos combates para permitir que os moradores de Debaltseve escapem. Além de estarem sob fogo cruzado, os moradores sofrem com a falta de água, energia elétrica e gás no período mais frio do ano. O pedido de trégua também foi feito pelo presidente da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (Osce), Ivica Dacic. PRESIDENTE Com a intensificação do conflito, o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, disse estar confiante de que os Estados Unidos enviarão armas ao país para o combate contra os separatistas. "Não tenho a menor dúvida de que esta decisão de suprir a Ucrânia com armas será feita pelos Estados Unidos, assim como por outros parceiros, porque precisamos ter a capacidade de nos defender sozinhos", disse. Desde domingo (1º), membros do governo americano afirmam que o governo americano está revisando a possibilidade de enviar armas ao Exército ucraniano, que já recebe ajuda não letal de Washington. Segundo os assessores, a decisão também é avaliada pelo Reino Unido, pela Polônia e pelos países bálticos –Letônia, Estônia e Lituânia. Na segunda (2), a chanceler alemã, Angela Merkel, descartou enviar qualquer arma aos ucranianos. O mesmo fez o ministro da Defesa da França, Jean-Yves Le Drian, nesta quarta (4).
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Arredio, Justin Bieber é dúvida em festa para ele após show em SP
Amigo de Justin Bieber, o cantor e produtor Maejor está surpreendendo a equipe que o recebe no Brasil. Mesmo com o assédio das fãs do ídolo pop, ele se mostra simpático e disponível para fotos. No jogo do Brasil no Itaquerão, na terça (28), o americano vestiu uma camisa do Corinthians, vibrou com os gols da seleção brasileira e arriscou expressões em português. IMPREVISÍVEL Já Bieber (que também tinha sido chamado para a partida, mas não foi por ainda estar em Nova York) é uma incógnita, por causa do gênio imprevisível. O astro é esperado na festa pós-show que a marca John John fará em SP no sábado (1º), com lista de convidados da promoter Val Drummond. Como a atração principal será Maejor, a organização crê que Bieber irá. INACESSÍVEL O local da festa é sigiloso e só será informado horas antes. Organizadores tentam evitar aglomeração de fãs na porta, o que enterraria de vez a chance de Bieber aparecer. Leia a coluna completa aqui.
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Arredio, Justin Bieber é dúvida em festa para ele após show em SPAmigo de Justin Bieber, o cantor e produtor Maejor está surpreendendo a equipe que o recebe no Brasil. Mesmo com o assédio das fãs do ídolo pop, ele se mostra simpático e disponível para fotos. No jogo do Brasil no Itaquerão, na terça (28), o americano vestiu uma camisa do Corinthians, vibrou com os gols da seleção brasileira e arriscou expressões em português. IMPREVISÍVEL Já Bieber (que também tinha sido chamado para a partida, mas não foi por ainda estar em Nova York) é uma incógnita, por causa do gênio imprevisível. O astro é esperado na festa pós-show que a marca John John fará em SP no sábado (1º), com lista de convidados da promoter Val Drummond. Como a atração principal será Maejor, a organização crê que Bieber irá. INACESSÍVEL O local da festa é sigiloso e só será informado horas antes. Organizadores tentam evitar aglomeração de fãs na porta, o que enterraria de vez a chance de Bieber aparecer. Leia a coluna completa aqui.
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Leia epigramas do poeta romano Marco Valério Marcial
SOBRE O TEXTO Marco Valério Marcial (aprox. 38-104) foi o mestre do epigrama (escrita sobre), que primeiro designava inscrições em objetos, túmulos, paredes, estátuas e, depois, o verso de circunstância, satírico ou aforístico. As marcas de Marcial são a concisão, o humor ferino, a crítica de costumes e o fecho inesperado. Poeta-cronista de Roma, a cidade mais luxuriosa e corrupta da Antiguidade, por seus 1.561 epigramas desfilam tipos de golpistas a delatores, de aristocratas a prostitutas, de gladiadores a poetas e plagiadores. Estas traduções fazem parte de um livro a ser lançado pela Ateliê Editorial no primeiro semestre de 2016. * Gemelo quer casar com Maronila e anseia e insiste e implora e mima. "Mas é assim tão bela?" "Antes fosse!" "O que ele vê de belo nela?" "A tosse." * Que eu adoeça se não quero, Deciano, passar o dia e a noite toda com você. É que os três quilômetros que nos separam Viram seis quando volto pra casa. Você quase nunca está. Ou, se está, manda dizer que saiu. Tempo livre, só tem pras suas causas e coisas. Não ligo de andar três quilômetros pra te ver E sim de andar seis só pra não te ver. * O que produzo de bom, Lino, em minha propriedade? Produzo isso, Lino: sua invisibilidade. * Enterrou no campo, Fíleris, suas sete mulheres. Isso é o que chamo de terra produtiva. * São todas suas, Cândido, suas terras, sua grana, joias caras, todas suas, taças de murano, os vinhos mais finos, todinhos seus, sua esperteza é toda sua, o talento, todo seu, Só você tem tudo isso -não tem como negar! Menos sua esposa, Cândido: essa é toda nossa. * Por que a fama é negada aos vivos e raros leitores amam os contemporâneos? Isso, Régulo, é bem típico da inveja, Desprezar os modernos, preferir os antigos. Buscamos os pórticos de Pompeu, ingratos, E velhos elogiam o templo tosco de Cátulo. Ênio foi lido, Roma, com Virgílio bem vivo, E em seu tempo Homero foi objeto de riso. Raros aplaudiram Menandro em seu teatro e só Corina reconhecia seu Ovídio. Por isso, meus livrinhos, a premissa é essa: Se a glória vem post mortem, pra que pressa? * Pobre hoje, Emiliano, amanhã também. A riqueza só é dada a quem já tem. * Por que não mando, Pontiliano, os livros meus? E o medo, Pontiliano, que você mande um seu? * Pra você, Vacerra, poeta bom é poeta morto ou antigo. Por favor, Vacerra, continue ignorando meus livros. * O que faz a vida mais feliz, Marcial, são coisas assim: grana não suada, mas herdada, terra produtiva, fogo sempre aceso, longe de leis, livre de toga, mente quieta; vigor natural, corpo com saúde; franqueza prudente, amigos afins, fácil convívio, mesa modesta, noites sóbrias, sem preocupações, cama pura sem ser pudica; um sono bom que abrevie as trevas: aceitar o que se é e não ter medo do último dia, nem ficar à sua espera. * Fica doente dez vezes por ano, ou mais, e no fim, Policarmo, nós é que sofremos, pois, quando fica bom, pede presentes. Faz o seguinte: fique doente só uma vez. * Cina, dizem, escreveu versos contra mim. Nada escreve um poeta que não é lido. MARCO VALÉRIO MARCIAL (aprox. 38-104), poeta de região onde hoje é a Espanha, radicado em Roma, escreveu série de epigramas. RODRIGO GARCIA LOPES, 49, escritor e poeta, é autor do romance policial "O Trovador" (Record) e de "Experiências Extraordinárias" (Kan Editora), entre outros. THIAGO HATTNHER, 24, é artista plástico e participa até 15/8 de exposição na galeria Transarte.
ilustrissima
Leia epigramas do poeta romano Marco Valério MarcialSOBRE O TEXTO Marco Valério Marcial (aprox. 38-104) foi o mestre do epigrama (escrita sobre), que primeiro designava inscrições em objetos, túmulos, paredes, estátuas e, depois, o verso de circunstância, satírico ou aforístico. As marcas de Marcial são a concisão, o humor ferino, a crítica de costumes e o fecho inesperado. Poeta-cronista de Roma, a cidade mais luxuriosa e corrupta da Antiguidade, por seus 1.561 epigramas desfilam tipos de golpistas a delatores, de aristocratas a prostitutas, de gladiadores a poetas e plagiadores. Estas traduções fazem parte de um livro a ser lançado pela Ateliê Editorial no primeiro semestre de 2016. * Gemelo quer casar com Maronila e anseia e insiste e implora e mima. "Mas é assim tão bela?" "Antes fosse!" "O que ele vê de belo nela?" "A tosse." * Que eu adoeça se não quero, Deciano, passar o dia e a noite toda com você. É que os três quilômetros que nos separam Viram seis quando volto pra casa. Você quase nunca está. Ou, se está, manda dizer que saiu. Tempo livre, só tem pras suas causas e coisas. Não ligo de andar três quilômetros pra te ver E sim de andar seis só pra não te ver. * O que produzo de bom, Lino, em minha propriedade? Produzo isso, Lino: sua invisibilidade. * Enterrou no campo, Fíleris, suas sete mulheres. Isso é o que chamo de terra produtiva. * São todas suas, Cândido, suas terras, sua grana, joias caras, todas suas, taças de murano, os vinhos mais finos, todinhos seus, sua esperteza é toda sua, o talento, todo seu, Só você tem tudo isso -não tem como negar! Menos sua esposa, Cândido: essa é toda nossa. * Por que a fama é negada aos vivos e raros leitores amam os contemporâneos? Isso, Régulo, é bem típico da inveja, Desprezar os modernos, preferir os antigos. Buscamos os pórticos de Pompeu, ingratos, E velhos elogiam o templo tosco de Cátulo. Ênio foi lido, Roma, com Virgílio bem vivo, E em seu tempo Homero foi objeto de riso. Raros aplaudiram Menandro em seu teatro e só Corina reconhecia seu Ovídio. Por isso, meus livrinhos, a premissa é essa: Se a glória vem post mortem, pra que pressa? * Pobre hoje, Emiliano, amanhã também. A riqueza só é dada a quem já tem. * Por que não mando, Pontiliano, os livros meus? E o medo, Pontiliano, que você mande um seu? * Pra você, Vacerra, poeta bom é poeta morto ou antigo. Por favor, Vacerra, continue ignorando meus livros. * O que faz a vida mais feliz, Marcial, são coisas assim: grana não suada, mas herdada, terra produtiva, fogo sempre aceso, longe de leis, livre de toga, mente quieta; vigor natural, corpo com saúde; franqueza prudente, amigos afins, fácil convívio, mesa modesta, noites sóbrias, sem preocupações, cama pura sem ser pudica; um sono bom que abrevie as trevas: aceitar o que se é e não ter medo do último dia, nem ficar à sua espera. * Fica doente dez vezes por ano, ou mais, e no fim, Policarmo, nós é que sofremos, pois, quando fica bom, pede presentes. Faz o seguinte: fique doente só uma vez. * Cina, dizem, escreveu versos contra mim. Nada escreve um poeta que não é lido. MARCO VALÉRIO MARCIAL (aprox. 38-104), poeta de região onde hoje é a Espanha, radicado em Roma, escreveu série de epigramas. RODRIGO GARCIA LOPES, 49, escritor e poeta, é autor do romance policial "O Trovador" (Record) e de "Experiências Extraordinárias" (Kan Editora), entre outros. THIAGO HATTNHER, 24, é artista plástico e participa até 15/8 de exposição na galeria Transarte.
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'Recolhedor de propina' fez delação premiada que prendeu PMs no Rio
Beneficiado por uma delação premiada, um "recolhedor de propina do tráfico" foi o responsável pela prisão de dezenas de policiais militares nesta quinta-feira (29) no Rio de Janeiro. Até agora, 62 policiais militares foram presos. O acordo é o primeiro no Rio num inquérito envolvendo a prisão de policiais e traficantes. Segundo os investigadores, o "recolhedor do tráfico" foi preso em fevereiro do ano passado por acaso durante a reconstituição de um homicídio numa das principais vias de São Gonçalo, município da região metropolitana. Ele foi rendido dirigindo um carro ao sair de uma comunidade próxima do local da reconstituição. O homem foi preso com R$ 20 mil, três pistolas, drogas e um celular. De acordo com o seu depoimento, ele foi oferecer armas apreendidas pelos policiais do 7º Batalhão (o único da cidade) aos traficantes da comunidade. Na delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo, os investigadores se surpreenderam com a agenda do celular do preso, que tinha dezenas de telefones de policiais e traficantes da cidade. A partir daí, promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). pactuaram um acordo de delação premiada. Com o acordo firmado, os policiais conseguiram rastrear a série de crimes da organização criminosa, que incluía aluguel de fuzis até a escolta dos criminosos nos deslocamento pela cidade. O esquema movimentava cerca de R$ 1 milhão por mês. As escutas também flagraram policiais sequestrando traficantes. Caso o resgate não fosse pago, os policiais levavam os "reféns" presos para a delegacia. O resgate não ultrapassava R$ 5.000. OUTRAS DELAÇÕES Pelo acordo, que já foi homologado, o delator deverá ter a sua pena reduzida. Apesar da prisão do "recolhedor", o esquema de corrupção continuou operando. Na quarta (28), outros dois "recolhedores" foram presos. Eles também negociam delação premiada. "Os recolhedores" eram homens de confiança dos policiais e faziam a ponte com os traficantes. Eles recebiam cerca de R$ 2.000 semanalmente de cada ponto de venda de droga extorquida. Os investigadores identificaram pelo menos 50 comunidades abastecendo o esquema. Cada comunidade tinha mais de um ponto de venda contribuindo ilegalmente com os militares. O inquérito, que tem mais de 4.000 páginas, conta com mais de 800 páginas de diálogos entre policiais e traficantes. A investigação interceptou 200 mil ligações telefônicas até fevereiro deste ano. CÚPULA DO BATALHÃO De acordo com a investigação, o esquema envolvia apenas policiais que atuam ou eram lotados no 7º Batalhão, o único de São Gonçalo. A Justiça pediu a prisão de 96 militares. O Batalhão conta com 800 homens.A apuração ainda não terminou. Investigadores acreditam que os militares presos nesta quinta poderão ajudar a identificar outros envolvidos no esquema de recebimento de propina. Dos presos até agora, um sub-tenente tem a maior patente. Os investigadores acreditam que oficiais poderão ser identificados na nova fase da operação.
cotidiano
'Recolhedor de propina' fez delação premiada que prendeu PMs no RioBeneficiado por uma delação premiada, um "recolhedor de propina do tráfico" foi o responsável pela prisão de dezenas de policiais militares nesta quinta-feira (29) no Rio de Janeiro. Até agora, 62 policiais militares foram presos. O acordo é o primeiro no Rio num inquérito envolvendo a prisão de policiais e traficantes. Segundo os investigadores, o "recolhedor do tráfico" foi preso em fevereiro do ano passado por acaso durante a reconstituição de um homicídio numa das principais vias de São Gonçalo, município da região metropolitana. Ele foi rendido dirigindo um carro ao sair de uma comunidade próxima do local da reconstituição. O homem foi preso com R$ 20 mil, três pistolas, drogas e um celular. De acordo com o seu depoimento, ele foi oferecer armas apreendidas pelos policiais do 7º Batalhão (o único da cidade) aos traficantes da comunidade. Na delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo, os investigadores se surpreenderam com a agenda do celular do preso, que tinha dezenas de telefones de policiais e traficantes da cidade. A partir daí, promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). pactuaram um acordo de delação premiada. Com o acordo firmado, os policiais conseguiram rastrear a série de crimes da organização criminosa, que incluía aluguel de fuzis até a escolta dos criminosos nos deslocamento pela cidade. O esquema movimentava cerca de R$ 1 milhão por mês. As escutas também flagraram policiais sequestrando traficantes. Caso o resgate não fosse pago, os policiais levavam os "reféns" presos para a delegacia. O resgate não ultrapassava R$ 5.000. OUTRAS DELAÇÕES Pelo acordo, que já foi homologado, o delator deverá ter a sua pena reduzida. Apesar da prisão do "recolhedor", o esquema de corrupção continuou operando. Na quarta (28), outros dois "recolhedores" foram presos. Eles também negociam delação premiada. "Os recolhedores" eram homens de confiança dos policiais e faziam a ponte com os traficantes. Eles recebiam cerca de R$ 2.000 semanalmente de cada ponto de venda de droga extorquida. Os investigadores identificaram pelo menos 50 comunidades abastecendo o esquema. Cada comunidade tinha mais de um ponto de venda contribuindo ilegalmente com os militares. O inquérito, que tem mais de 4.000 páginas, conta com mais de 800 páginas de diálogos entre policiais e traficantes. A investigação interceptou 200 mil ligações telefônicas até fevereiro deste ano. CÚPULA DO BATALHÃO De acordo com a investigação, o esquema envolvia apenas policiais que atuam ou eram lotados no 7º Batalhão, o único de São Gonçalo. A Justiça pediu a prisão de 96 militares. O Batalhão conta com 800 homens.A apuração ainda não terminou. Investigadores acreditam que os militares presos nesta quinta poderão ajudar a identificar outros envolvidos no esquema de recebimento de propina. Dos presos até agora, um sub-tenente tem a maior patente. Os investigadores acreditam que oficiais poderão ser identificados na nova fase da operação.
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Micro-organismos travam 'corrida armamentista' para se alimentar
Uma insuspeita corrida armamentista nos oceanos foi flagrada agora por uma equipe de cientistas. Não são submarinos armados com mísseis balísticos, canhões de tiro rápido ou blindagens passivas ou reativas, como a indústria bélica do ser humano produziu. Os responsáveis são minúsculos micróbios que existem há milhões de anos, os "inventores" dessas armas. É o caso do "míssil balístico" disparado debaixo d'água. O míssil fica armazenado verticalmente em um silo no submarino. Uma escotilha se abre e o míssil é lançado graças a ar comprimido, ligando seus motores ao sair da água. Os pequenos dinoflagelados –organismos primitivos de apenas uma célula– têm seu próprio "silo", uma cápsula contendo o projétil, também armazenado verticalmente. A cápsula é fechada em cima por uma "escotilha", o opérculo. Quando a parede da cápsula de contrai, especulam os cientistas, a pressão interna força para fora um estilete –o "míssil". O estilete é ejetado e perfura a presa, um outro micróbio. Dentro da cápsula logo abaixo fica um túbulo enrolado que também é projetado para fora, no processo abrindo o opérculo. "O papel do estilete não é apenas perfurar a presa, mas também perfurar primeiramente a cápsula a partir de dentro, libertando desse modo o túbulo enrolado. O túbulo deve passar através de dois anéis concêntricos na nova 'base do estilete', depois através do centro do bocal. À medida que o túbulo sai através desta passagem, força o opérculo a abrir e depois se desenrola. Uma vez disparado, o túbulo balístico gradualmente se dissolve", descreveram os pesquisadores liderados por Gregory Gavelis, da Universidade da Colúmbia Britânica em Vancouver, Canadá. O estudo foi publicado na revista científica "Science Advances". O pequeno órgão usado como arma, ou "organela", é conhecido como nematocisto. Ele funciona, na verdade, como um "arpão", pois a vítima fica presa ao dinoflagelado por um filamento ligado ao estilete. E, continuando a comparação com o submarino, existem torpedos que são ligados a ele por um fio através do qual são passadas informações sobre o alvo. Os pesquisadores achavam que esse era o papel do túbulo, mas puderam ver que ele na verdade também pode participar da perfuração do alvo. A "corda" que prende o arpão sai de outro ponto do nematocisto. "Também gravamos os primeiros vídeos de alta resolução de descargas de nematocistos em dinoflagelados", afirmam Gavelis e colegas; os vídeos ajudaram a criar reconstruções tridimensionais dos nematocistos. A equipe também mostrou que o mecanismo de ataque dos dinoflagelados surgiu de modo independente de "armas" semelhantes típicas de alguns animais invertebrados cnidários, como corais, anêmonas e medusas. "Inesperadamente, nossos dados sugerem que diferentes tipos de nematocistos dinoflagelados usam dois tipos fundamentalmente diferentes de mecanismos balísticos: um tipo depende de uma única cápsula pressurizada para propulsão, enquanto o outro tipo lança 11 a 15 projéteis a partir de um arranjo semelhante a um canhão Gatling", declaram os pesquisadores. O sistema Gatling –empregado tanto em canhões como metralhadoras– usa um conjunto de vários canos rotativos para disparar em tiro rápido. As metralhadoras do sistema usadas na segunda metade do século 19 usavam uma manivela para disparar entre 200 a 400 tiros por minuto. Um moderno canhão Gatling –um dos quais é usado em navios para abater mísseis inimigos– pode disparar 6.000 tiros por minuto. A equipe de Gavelis mostrou o uso da cápsula pressurizada entre dinoflagelados criados em laboratório da espécie Polykrikos kofoidii; já os micróbios coletados na natureza do gênero Nematodinium usam o "sistema Gatling". Mas as presas não são vítimas totalmente desprotegidas. Elas podem usar uma espécie de carapaça para tentar evitar a penetração pelo "arpão", uma forma de "blindagem passiva". Ou então podem usar uma forma de "blindagem reativa" semelhante à usada em tanques de guerra. Os tanques usam blocos explosivos para tentar afastar o projétil inimigo pela explosão. Já os micróbios usam verdadeiras rajadas defensivas de "extrussomas", organelas que se projetam na direção do arpão para evitar a penetração. A equipe conclui que esclarecer a interação entre predadores dinoflagelados e suas presas será ecologicamente relevante, "porque o Polykrikos modula as populações de importantes organismos planctônicos incluindo o dinoflagelado blindado Alexandrium tamarense, que está entre os agentes mais prevalentes de florescimento de algas tóxicas".
ciencia
Micro-organismos travam 'corrida armamentista' para se alimentarUma insuspeita corrida armamentista nos oceanos foi flagrada agora por uma equipe de cientistas. Não são submarinos armados com mísseis balísticos, canhões de tiro rápido ou blindagens passivas ou reativas, como a indústria bélica do ser humano produziu. Os responsáveis são minúsculos micróbios que existem há milhões de anos, os "inventores" dessas armas. É o caso do "míssil balístico" disparado debaixo d'água. O míssil fica armazenado verticalmente em um silo no submarino. Uma escotilha se abre e o míssil é lançado graças a ar comprimido, ligando seus motores ao sair da água. Os pequenos dinoflagelados –organismos primitivos de apenas uma célula– têm seu próprio "silo", uma cápsula contendo o projétil, também armazenado verticalmente. A cápsula é fechada em cima por uma "escotilha", o opérculo. Quando a parede da cápsula de contrai, especulam os cientistas, a pressão interna força para fora um estilete –o "míssil". O estilete é ejetado e perfura a presa, um outro micróbio. Dentro da cápsula logo abaixo fica um túbulo enrolado que também é projetado para fora, no processo abrindo o opérculo. "O papel do estilete não é apenas perfurar a presa, mas também perfurar primeiramente a cápsula a partir de dentro, libertando desse modo o túbulo enrolado. O túbulo deve passar através de dois anéis concêntricos na nova 'base do estilete', depois através do centro do bocal. À medida que o túbulo sai através desta passagem, força o opérculo a abrir e depois se desenrola. Uma vez disparado, o túbulo balístico gradualmente se dissolve", descreveram os pesquisadores liderados por Gregory Gavelis, da Universidade da Colúmbia Britânica em Vancouver, Canadá. O estudo foi publicado na revista científica "Science Advances". O pequeno órgão usado como arma, ou "organela", é conhecido como nematocisto. Ele funciona, na verdade, como um "arpão", pois a vítima fica presa ao dinoflagelado por um filamento ligado ao estilete. E, continuando a comparação com o submarino, existem torpedos que são ligados a ele por um fio através do qual são passadas informações sobre o alvo. Os pesquisadores achavam que esse era o papel do túbulo, mas puderam ver que ele na verdade também pode participar da perfuração do alvo. A "corda" que prende o arpão sai de outro ponto do nematocisto. "Também gravamos os primeiros vídeos de alta resolução de descargas de nematocistos em dinoflagelados", afirmam Gavelis e colegas; os vídeos ajudaram a criar reconstruções tridimensionais dos nematocistos. A equipe também mostrou que o mecanismo de ataque dos dinoflagelados surgiu de modo independente de "armas" semelhantes típicas de alguns animais invertebrados cnidários, como corais, anêmonas e medusas. "Inesperadamente, nossos dados sugerem que diferentes tipos de nematocistos dinoflagelados usam dois tipos fundamentalmente diferentes de mecanismos balísticos: um tipo depende de uma única cápsula pressurizada para propulsão, enquanto o outro tipo lança 11 a 15 projéteis a partir de um arranjo semelhante a um canhão Gatling", declaram os pesquisadores. O sistema Gatling –empregado tanto em canhões como metralhadoras– usa um conjunto de vários canos rotativos para disparar em tiro rápido. As metralhadoras do sistema usadas na segunda metade do século 19 usavam uma manivela para disparar entre 200 a 400 tiros por minuto. Um moderno canhão Gatling –um dos quais é usado em navios para abater mísseis inimigos– pode disparar 6.000 tiros por minuto. A equipe de Gavelis mostrou o uso da cápsula pressurizada entre dinoflagelados criados em laboratório da espécie Polykrikos kofoidii; já os micróbios coletados na natureza do gênero Nematodinium usam o "sistema Gatling". Mas as presas não são vítimas totalmente desprotegidas. Elas podem usar uma espécie de carapaça para tentar evitar a penetração pelo "arpão", uma forma de "blindagem passiva". Ou então podem usar uma forma de "blindagem reativa" semelhante à usada em tanques de guerra. Os tanques usam blocos explosivos para tentar afastar o projétil inimigo pela explosão. Já os micróbios usam verdadeiras rajadas defensivas de "extrussomas", organelas que se projetam na direção do arpão para evitar a penetração. A equipe conclui que esclarecer a interação entre predadores dinoflagelados e suas presas será ecologicamente relevante, "porque o Polykrikos modula as populações de importantes organismos planctônicos incluindo o dinoflagelado blindado Alexandrium tamarense, que está entre os agentes mais prevalentes de florescimento de algas tóxicas".
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Irmã de Zuckerberg usa 'regra da avó' para saber o que postar na internet
Randi Zuckerberg, 33, a irmã mais velha do criador do Facebook, advogou nesta segunda-feira (20), em São Paulo, pelo uso "moderado" das redes sociais, em especial pelas crianças. "Deixe seus filhos usarem tecnologia, mas não de maneira selvagem", afirmou ela ao participar do Smartphone Congress, que acontece até quinta-feira (23). "Antes, as pessoas tinham uma separação entre a vida pessoal e a profissional, o que hoje não há. Minha regrinha para saber o que publicar é: se acho que minha avó não vai se interessar por isso, não divulgo." Por outro lado, Randi afirma que as redes sociais têm um inerente fator positivo –ela diz que seu trabalho no Facebook durante a irrupção da chamada Primavera Árabe foi a experiência mais marcante de sua vida. Ela foi um dos primeiros 20 funcionários da companhia, da qual era porta-voz, mas deixou o negócio em 2011 e abriu empresa de marketing Zuckerberg Media. Outra questão levantada pela executiva foi a do anonimato. Para ela, quanto menos pessoas não identificadas na web, melhor. "Conteúdo anônimo, como o permitido por aplicativos como o Secret e o Whisper, só pode levar a bullying e a discurso de ódio", disse. Sintomas de que precisamos de uma "desintoxicação digital" seriam os aplicativos Breakup App, que envia textos sugeridos para o término de um relacionamento; o Broapp, que permite a emissão automatizada de textos sugeridos para certos destinatários; e o RunPee, dedicado a propor aos espectadores de cinema o momento certo para ir ao banheiro sem perder partes "importantes" do filme. DIVERSIDADE Ela também disse acreditar que o mercado tecnológico nos EUA ainda sofre com a falta de diversidade, principalmente em cargos de diretoria. "Nós mulheres somos cerca de 15% dos funcionários de empresas de tecnologia e, se analisarmos minorias, como afro-americanas e latinas, esse índice chega a cair para 4%", disse. "Você não pode ter 1 bilhão de pessoas [de usuários, caso do Facebook] sendo que todo o mundo na sua empresa é um igual ao outro", afirmou. "Pesquisas mostram que é frutífero para a empresa ter pessoas com diferentes histórias de vida." A recente prática de grandes empresas americanas de publicar os chamados relatórios de diversidade aponta para companhias do ramo tecnológico compostas majoritariamente por homens caucasianos ou asiáticos. O último relatório do Facebook, divulgado neste ano, mostrou que a companhia havia contratado só sete pessoas negras em um ano nos Estados Unidos. O número de negros chegou, então, a 45, de um total de 4.236 (ou 1%). Do total de funcionários, 68% eram homens, 55% brancos (de ambos sexos) e 36% asiáticos (de ambos sexos). A solução proposta por Randi Zuckerberg é que pais apresentem às filhas desde cedo a programação e outros temas tecnológicos, além de que as companhias passem a priorizar mulheres e as minorias.
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Irmã de Zuckerberg usa 'regra da avó' para saber o que postar na internetRandi Zuckerberg, 33, a irmã mais velha do criador do Facebook, advogou nesta segunda-feira (20), em São Paulo, pelo uso "moderado" das redes sociais, em especial pelas crianças. "Deixe seus filhos usarem tecnologia, mas não de maneira selvagem", afirmou ela ao participar do Smartphone Congress, que acontece até quinta-feira (23). "Antes, as pessoas tinham uma separação entre a vida pessoal e a profissional, o que hoje não há. Minha regrinha para saber o que publicar é: se acho que minha avó não vai se interessar por isso, não divulgo." Por outro lado, Randi afirma que as redes sociais têm um inerente fator positivo –ela diz que seu trabalho no Facebook durante a irrupção da chamada Primavera Árabe foi a experiência mais marcante de sua vida. Ela foi um dos primeiros 20 funcionários da companhia, da qual era porta-voz, mas deixou o negócio em 2011 e abriu empresa de marketing Zuckerberg Media. Outra questão levantada pela executiva foi a do anonimato. Para ela, quanto menos pessoas não identificadas na web, melhor. "Conteúdo anônimo, como o permitido por aplicativos como o Secret e o Whisper, só pode levar a bullying e a discurso de ódio", disse. Sintomas de que precisamos de uma "desintoxicação digital" seriam os aplicativos Breakup App, que envia textos sugeridos para o término de um relacionamento; o Broapp, que permite a emissão automatizada de textos sugeridos para certos destinatários; e o RunPee, dedicado a propor aos espectadores de cinema o momento certo para ir ao banheiro sem perder partes "importantes" do filme. DIVERSIDADE Ela também disse acreditar que o mercado tecnológico nos EUA ainda sofre com a falta de diversidade, principalmente em cargos de diretoria. "Nós mulheres somos cerca de 15% dos funcionários de empresas de tecnologia e, se analisarmos minorias, como afro-americanas e latinas, esse índice chega a cair para 4%", disse. "Você não pode ter 1 bilhão de pessoas [de usuários, caso do Facebook] sendo que todo o mundo na sua empresa é um igual ao outro", afirmou. "Pesquisas mostram que é frutífero para a empresa ter pessoas com diferentes histórias de vida." A recente prática de grandes empresas americanas de publicar os chamados relatórios de diversidade aponta para companhias do ramo tecnológico compostas majoritariamente por homens caucasianos ou asiáticos. O último relatório do Facebook, divulgado neste ano, mostrou que a companhia havia contratado só sete pessoas negras em um ano nos Estados Unidos. O número de negros chegou, então, a 45, de um total de 4.236 (ou 1%). Do total de funcionários, 68% eram homens, 55% brancos (de ambos sexos) e 36% asiáticos (de ambos sexos). A solução proposta por Randi Zuckerberg é que pais apresentem às filhas desde cedo a programação e outros temas tecnológicos, além de que as companhias passem a priorizar mulheres e as minorias.
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Relator de uma das medidas do ajuste fiscal indica que aceitará mudanças
O relator de uma das medidas provisórias do ajuste fiscal proposto pelo governo, o senador Paulo Rocha (PT-PA), indicou nesta quarta-feira (25) que poderá promover mudanças no texto original do Planalto para suavizar o impacto das propostas sobre os trabalhadores. Rocha, egresso do movimento sindical, relatará a medida que muda regras do seguro desemprego, abono salarial e seguro defeso de pescadores em uma comissão mista instalada exclusivamente para analisar a MP. O petista prometeu atuar como um "mediador". "Sou a favor do ajuste que a nossa economia precisa ter para poder voltar a ter o crescimento e o desenvolvimento do nosso país. Mas não aceitamos a ideia de que isso seja tirado dos trabalhadores", disse. "Vamos buscar essas mediações. Acho que tem abertura dos dois lados. Temos que acumular forças para fazer essa negociação", completou. Apesar de ministros já terem indicado que o governo pode flexibilizar as medidas, o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) afirmou nesta terça-feira (24), que o governo não irá ceder mas admitiu que o Congresso tem autonomia para realizar mudanças nas propostas. CRONOGRAMA Nesta quarta, as comissões mistas que irão analisar as duas medidas provisórias do ajuste fiscal definiram um cronograma inicial de trabalho que começará após a Semana Santa. Na comissão que analisa a MP 664, que muda regras da aposentadoria, pensão e auxílio-doença, os parlamentares ouvirão no dia 7 de abril especialistas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), da FGV (Fundação Getúlio Vargas), da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos), e do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar). No dia 8 de abril, a comissão ouvirá representantes de 10 centrais sindicais e confederações de trabalhadores e aposentados. Já a comissão que analisa a MP 665, de 2014, que muda regras do seguro desemprego, abono salarial e seguro defeso de pescadores também ouvirá os mesmos especialistas e representantes dos trabalhadores em dias alternados com o outro colegiado. No dia 9 de abril, as duas comissões realizarão uma sessão conjunta para ouvir os ministros Nelson Barbosa (Planejamento), Carlos Gabas (Previdência), Manoel Dias (Trabalho), Miguel Rossetto (Secretaria Geral da Presidência) e Hélder Barbalho (Pesca). As duas MPs enfrentam críticas de aliados por restringirem alguns benefícios trabalhistas, versão negada pelo Planalto. Cabe às comissões mistas elaborar o relatório sobre as MPs, incluindo mudanças no texto sugeridas pelos congressistas.
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Relator de uma das medidas do ajuste fiscal indica que aceitará mudançasO relator de uma das medidas provisórias do ajuste fiscal proposto pelo governo, o senador Paulo Rocha (PT-PA), indicou nesta quarta-feira (25) que poderá promover mudanças no texto original do Planalto para suavizar o impacto das propostas sobre os trabalhadores. Rocha, egresso do movimento sindical, relatará a medida que muda regras do seguro desemprego, abono salarial e seguro defeso de pescadores em uma comissão mista instalada exclusivamente para analisar a MP. O petista prometeu atuar como um "mediador". "Sou a favor do ajuste que a nossa economia precisa ter para poder voltar a ter o crescimento e o desenvolvimento do nosso país. Mas não aceitamos a ideia de que isso seja tirado dos trabalhadores", disse. "Vamos buscar essas mediações. Acho que tem abertura dos dois lados. Temos que acumular forças para fazer essa negociação", completou. Apesar de ministros já terem indicado que o governo pode flexibilizar as medidas, o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) afirmou nesta terça-feira (24), que o governo não irá ceder mas admitiu que o Congresso tem autonomia para realizar mudanças nas propostas. CRONOGRAMA Nesta quarta, as comissões mistas que irão analisar as duas medidas provisórias do ajuste fiscal definiram um cronograma inicial de trabalho que começará após a Semana Santa. Na comissão que analisa a MP 664, que muda regras da aposentadoria, pensão e auxílio-doença, os parlamentares ouvirão no dia 7 de abril especialistas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), da FGV (Fundação Getúlio Vargas), da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos), e do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar). No dia 8 de abril, a comissão ouvirá representantes de 10 centrais sindicais e confederações de trabalhadores e aposentados. Já a comissão que analisa a MP 665, de 2014, que muda regras do seguro desemprego, abono salarial e seguro defeso de pescadores também ouvirá os mesmos especialistas e representantes dos trabalhadores em dias alternados com o outro colegiado. No dia 9 de abril, as duas comissões realizarão uma sessão conjunta para ouvir os ministros Nelson Barbosa (Planejamento), Carlos Gabas (Previdência), Manoel Dias (Trabalho), Miguel Rossetto (Secretaria Geral da Presidência) e Hélder Barbalho (Pesca). As duas MPs enfrentam críticas de aliados por restringirem alguns benefícios trabalhistas, versão negada pelo Planalto. Cabe às comissões mistas elaborar o relatório sobre as MPs, incluindo mudanças no texto sugeridas pelos congressistas.
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PSDB estuda incluir delação de Cerveró em ação contra Dilma no TSE
A banca de advogados que atua em nome do PSDB nas ações que a sigla move contra a presidente Dilma Rousseff no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) estuda incluir a delação do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró nos processos em que questiona a legalidade da reeleição da petista, em 2014. O entendimento é que os trechos da delação de Cerveró divulgados até agora "envolvem mais diretamente" o escândalo da Petrobras ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma. O ex-diretor da Petrobras afirmou que ouviu do senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) que a presidente Dilma havia colocado todas as presidências da BR Distribuidora à disposição do político. A banca de advogados da sigla ainda não bateu o martelo sobre a estratégia a ser adotada porque não conhece a íntegra da delação de Cerveró. A anexação de novos indícios às ações abriria novo prazo de defesa para Dilma. O debate sobre a medida ainda está restrito á área jurídica da legenda. O comando político da sigla ainda não se posicionou sobre o assunto. AS AÇÕES CONTRA A CAMPANHA DE DILMA
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PSDB estuda incluir delação de Cerveró em ação contra Dilma no TSEA banca de advogados que atua em nome do PSDB nas ações que a sigla move contra a presidente Dilma Rousseff no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) estuda incluir a delação do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró nos processos em que questiona a legalidade da reeleição da petista, em 2014. O entendimento é que os trechos da delação de Cerveró divulgados até agora "envolvem mais diretamente" o escândalo da Petrobras ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma. O ex-diretor da Petrobras afirmou que ouviu do senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) que a presidente Dilma havia colocado todas as presidências da BR Distribuidora à disposição do político. A banca de advogados da sigla ainda não bateu o martelo sobre a estratégia a ser adotada porque não conhece a íntegra da delação de Cerveró. A anexação de novos indícios às ações abriria novo prazo de defesa para Dilma. O debate sobre a medida ainda está restrito á área jurídica da legenda. O comando político da sigla ainda não se posicionou sobre o assunto. AS AÇÕES CONTRA A CAMPANHA DE DILMA
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Importadora de carro de Neymar tem histórico de fraudes, diz Receita
Em relatório elaborado pela Receita Federal para pedir a apreensão do Porsche adquirido por Neymar em 2011, a auditora responsável pela fiscalização, Larissa Bongosto, afirma que a empresa que vendeu o carro ao jogador não é idônea. De acordo com o documento, o atacante do Barcelona encomendou o veículo, mas fingiu ter feito a aquisição no mercado nacional. O caso foi revelado pela Folha nesta terça-feira (29). "Foi feita uma análise histórica das operações da empresa e detectou-se que a First já foi autuada diversas vezes por interposição fraudulenta. De 2003 até 2009, a First possui seis ocorrências. Essa história recorrente de fraudes praticadas quase que anualmente demonstra que a First já tem histórico inidôneo", consta no auto de infração, ao qual a Folha teve acesso. Ainda de acordo com a auditora que assina o relatório, uma série de documentos foi solicitada para a First, para que ela pudesse se provar idônea. A entrega das exigências demorou cerca de três meses para ser feita, com pedidos de prorrogação de prazos para que houvesse tempo para levantar as informações questionadas. Entre outras coisas, a empresa afirmou à Receita que opera predominantemente realizando importações por encomenda e por conta e ordem de terceiros, modalidades em que a relação comercial do exportador é com os clientes da First e não com ela própria. No caso de Neymar, tanto o atleta quanto a First negam contradizer essa regra, já que não declararam que houve um pedido de encomenda e trataram a negociação como se fosse uma venda interna. "No entanto, ainda assim há um montante de R$ 96 milhões em importações nos anos de 2010 e 2011 para as quais a First se declara como adquirente das mercadorias", questiona o relatório da Receita. Entre as mercadorias trazidas pela First ao Brasil estão vinhos, eletrônicos, peças de barcos, veículos, barcos, lanchas, iates e helicópteros. OUTRO LADO Em reposta à Folha, a assessoria de imprensa de Neymar, por meio de uma nota, explicou que a Neymar Sport, que cuida da carreira do jogador e foi quem comprou o Porsche no Brasil, foi prejudicada e é vítima no caso. Segundo o texto, a empresa foi ao mercado de veículos importados e adquiriu a mercadoria da empresa First S/A, por intermédio da Select Import, LTDA. "O Porsche, segundo as empresas, já havia sido importado", afirma. De acordo com a assessoria do jogador, todos os valores foram pagos regularmente à empresa compradora do veículo no exterior, que foi entregue na data combinada. A nota explica que, dois anos depois de Neymar ganhar o carro de seu pai, já em 2013, a empresa foi surpreendida com uma fiscalização sofrida pela First, quando foi decretada a pena de perdimento do automóvel, "assim como ocorreu com outros produtos da First". Diante do prejuízo, a empresa ligada ao jogador notificou a First que, por sua vez, afirmou ter feito a importação de maneira legal, decidindo custear a contratação de advogados e entrando com uma ação para cancelar o auto de infração e conseguir a restituição do carro. Caso não consiga ter o Porsche de volta, situação considerada remota, segundo a nota, a empresa explica que a First devolverá o valor pago ou entregará outro veículo semelhante. "Até o momento a First cumpriu integralmente sua promessa e adotou todas as providências para liberação do veículo". A assessoria explicou que o produto foi adquirido "em razão de todo desenvolvimento do planejamento da carreira e imagem de Neymar, que passa pela associação a boas marcas, como é o caso do Porsche Panamera". Procurada, a First disse que não se pronunciará.
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Importadora de carro de Neymar tem histórico de fraudes, diz ReceitaEm relatório elaborado pela Receita Federal para pedir a apreensão do Porsche adquirido por Neymar em 2011, a auditora responsável pela fiscalização, Larissa Bongosto, afirma que a empresa que vendeu o carro ao jogador não é idônea. De acordo com o documento, o atacante do Barcelona encomendou o veículo, mas fingiu ter feito a aquisição no mercado nacional. O caso foi revelado pela Folha nesta terça-feira (29). "Foi feita uma análise histórica das operações da empresa e detectou-se que a First já foi autuada diversas vezes por interposição fraudulenta. De 2003 até 2009, a First possui seis ocorrências. Essa história recorrente de fraudes praticadas quase que anualmente demonstra que a First já tem histórico inidôneo", consta no auto de infração, ao qual a Folha teve acesso. Ainda de acordo com a auditora que assina o relatório, uma série de documentos foi solicitada para a First, para que ela pudesse se provar idônea. A entrega das exigências demorou cerca de três meses para ser feita, com pedidos de prorrogação de prazos para que houvesse tempo para levantar as informações questionadas. Entre outras coisas, a empresa afirmou à Receita que opera predominantemente realizando importações por encomenda e por conta e ordem de terceiros, modalidades em que a relação comercial do exportador é com os clientes da First e não com ela própria. No caso de Neymar, tanto o atleta quanto a First negam contradizer essa regra, já que não declararam que houve um pedido de encomenda e trataram a negociação como se fosse uma venda interna. "No entanto, ainda assim há um montante de R$ 96 milhões em importações nos anos de 2010 e 2011 para as quais a First se declara como adquirente das mercadorias", questiona o relatório da Receita. Entre as mercadorias trazidas pela First ao Brasil estão vinhos, eletrônicos, peças de barcos, veículos, barcos, lanchas, iates e helicópteros. OUTRO LADO Em reposta à Folha, a assessoria de imprensa de Neymar, por meio de uma nota, explicou que a Neymar Sport, que cuida da carreira do jogador e foi quem comprou o Porsche no Brasil, foi prejudicada e é vítima no caso. Segundo o texto, a empresa foi ao mercado de veículos importados e adquiriu a mercadoria da empresa First S/A, por intermédio da Select Import, LTDA. "O Porsche, segundo as empresas, já havia sido importado", afirma. De acordo com a assessoria do jogador, todos os valores foram pagos regularmente à empresa compradora do veículo no exterior, que foi entregue na data combinada. A nota explica que, dois anos depois de Neymar ganhar o carro de seu pai, já em 2013, a empresa foi surpreendida com uma fiscalização sofrida pela First, quando foi decretada a pena de perdimento do automóvel, "assim como ocorreu com outros produtos da First". Diante do prejuízo, a empresa ligada ao jogador notificou a First que, por sua vez, afirmou ter feito a importação de maneira legal, decidindo custear a contratação de advogados e entrando com uma ação para cancelar o auto de infração e conseguir a restituição do carro. Caso não consiga ter o Porsche de volta, situação considerada remota, segundo a nota, a empresa explica que a First devolverá o valor pago ou entregará outro veículo semelhante. "Até o momento a First cumpriu integralmente sua promessa e adotou todas as providências para liberação do veículo". A assessoria explicou que o produto foi adquirido "em razão de todo desenvolvimento do planejamento da carreira e imagem de Neymar, que passa pela associação a boas marcas, como é o caso do Porsche Panamera". Procurada, a First disse que não se pronunciará.
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ONU se prepara para retirar missão de paz do Haiti
Algumas dezenas de soldados brasileiros usando os capacetes azuis da força militar da ONU (Organização das Nações Unidas) percorrem um labirinto de barracos na favela mais notória do Haiti. Nas ruas onde no passado ocorriam tiroteios diários entre gangues e militares da força de paz, hoje a maior ameaça que os soldados enfrentam são alguns cachorros latindo. Anos de patrulhas tranquilas como esta numa tarde recente no distrito pobre de Cité Soleil são vistos por muitos no Haiti e no mundo como sinal claro de que é hora de encerrar uma força da ONU que está presente neste país caribenho desde 2004, quando uma rebelião mergulhou o Haiti em violência. "Temos um ambiente seguro e estável", disse à agência de notícias Associated Press o coronel Luis Antonio Ferreira Marques Ramos, segundo em comando do contingente brasileiro na força de paz. "O importante é sairmos bem." Questionados pela Folha, o Ministério da Defesa, que coordena a parte brasileira na missão, informou não ter sido notificado de nenhum fim de operações. O Itamaraty também não havia sido notificado. Com a redução constante das operações de paz no Haiti nos últimos anos e a intenção da administração americana do presidente Donald Trump de reduzir suas contribuições, a ONU pretende mandar para casa 2.358 soldados de 19 países que contribuem para sua missão no Haiti, possivelmente no prazo de alguns meses. O chefe das operações de paz da ONU, Hervé Ladsous, disse em viagem recente ao Haiti que o componente militar da missão "provavelmente vai desaparecer no futuro relativamente próximo", apesar de as autoridades não terem se pronunciado publicamente sobre os cerca de 2.200 policiais estrangeiros que acompanham os militares. Washington, a principal financiadora da missão no Haiti, está aplicando pressão e fazendo uma revisão de todas as 16 missões de paz da ONU. Exigindo anonimato para falar, um diplomata disse à AP que a nova embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, já falou em encerrar a missão de paz no Haiti, conhecida por sua sigla em francês, Minustah. "A Minustah, no Haiti, é um ótimo exemplo de uma missão que basicamente já cumpriu seu propósito. Então ficaremos muito satisfeitos se ela for fechada", disse o embaixador britânico na ONU, Matthew Rycroft, em entrevista coletiva na sede da ONU em Nova York. A expectativa é que o Conselho de Segurança da ONU tome uma decisão sobre a reconfiguração da Minustah, que consome US$ 346 milhões (R$ 1,1 bilhão) ao ano, em meados de abril, após rever as recomendações de Ladsous. Mesmo assim, enviar as tropas para casa não significará o fim da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti. Operações como as da Unicef (Fundo da ONU para a Infância) e do Programa Mundial de Alimentos também vão continuar presentes no país. E analistas dizem que as autoridades estudam a possibilidade de manter os funcionários civis da Minustah, além de um componente policial da ONU, para continuar a formar e treinar a Polícia Nacional do Haiti. "Isso seria algo sem precedentes na história das missões de paz da ONU. Normalmente, policiais só participam de missões de paz com apoio militar. Mas é uma opção criativa para reduzir as dimensões e os custos da missão, enquanto ela se prepara para uma saída plena", disse Aditi Gorur, que, diretor do think tank Stimson Center, em Washington, que pesquisa questões relativas a missões de paz. A primeira missão de estabilização da ONU chegou ao Haiti em 2004, após uma rebelião que depôs o presidente Jean-Bertrand Aristide e deixou o país, cronicamente turbulento, à beira do colapso. Choques mortais ocorriam diariamente entre gangues leais à facção de Aristide, rebeldes, ex-soldados e policiais extraoficiais. Seguiu-se uma onda de assassinatos e sequestros visando desestabilizar o governo interino apoiado pelos Estados Unidos. Durante anos, as tropas uniformizadas da ONU foram a única fonte real de segurança no país. Hoje em dia, porém, a polícia haitiana faz a maior parte do trabalho pesado, e o ambiente mudou. As forças da ONU levaram três anos para controlar a cidade de Cité Soleil, mas hoje a situação ali é de paz, apesar da miséria abjeta em que vivem seus habitantes. Jornalistas da AP acompanharam recentemente algumas dezenas de membros da missão da ONU e quatro policiais haitianos numa patrulha a pé e montando guarda em barreiras num bairro de Cité Soleil no passado controlado por quadrilhas. "O trabalho foi bem feito!" disse o capitão brasileiro Leandro Vieira Barbosa aos policiais haitianos após a patrulha conjunta. "Depois que a missão terminar, sei que o bom trabalho de vocês vai seguir adiante." Diante da relativa estabilidade, parlamentares haitianos argumentam que é hora de o Haiti finalmente tomar conta de sua própria segurança. "O governo precisa negociar a saída da Minustah assim que possível", disse o senador Patrice Dumont, representante da região Ocidental, que abrange 40% do eleitorado haitiano. Mas o presidente Jovenel Moise e líderes do Legislativo dizem que a força policial muito melhorada ainda não é o bastante. Eles querem uma força militar real para tomar o lugar do Exército, abolido em 1995 após uma longa história de golpes de Estado e violações dos direitos humanos. Dizem que um Exército reconstituído geraria empregos, protegeria as fronteiras e daria assistência em desastres naturais. Contudo, com os cofres públicos tão vazios que muitos funcionários do setor público não vêm recebendo seus salários, a criação de uma nova força armada exigiria apoio internacional prolongado, disse Jake Johnston, pesquisador do Centro de Pesquisas Econômicas e Políticas, em Washington. Enquanto isso, Kenneth Merten, coordenador especial do Haiti no Departamento de Estado dos EUA, observou que "seria difícil imaginar que os EUA dariam apoio financeiro para a reconstrução de uma força armada haitiana". Num dia recente em Cité Soleil, que tem mais de 400 mil habitantes, um grupo de homens sentados na sombra olhava para soldados brasileiros parando motoristas numa barreira. Perguntados sobre as ambições militares dos líderes políticos haitianos, os homens deram risada. Semanas antes de deixar a Presidência, em fevereiro de 2016, Michel Martelly aprovou decreto ordenando a recriação do Exército. Mas não existe um Exército real. "Onde vão conseguir dinheiro para pagar os militares? Como você acha que soldados haitianos esfomeados vão agir?" comentou o padeiro Jonas Nicolas, que tem idade suficiente para se lembrar dos esquadrões da morte assistidos por militares. "Eu prefiro o pessoal da ONU com nossos policiais." Outros haitianos, porém, enxergam as tropas de paz como força de ocupação. "Não gosto de ver estrangeiros com armas percorrendo meu pais", disse Jean Acao, que tem uma barraca de salgadinhos. A permanência das forças de paz no país tem tido altos e baixos. Os militares foram elogiados por aumentar a segurança, criar condições para eleições e fornecer apoio crucial após desastres naturais, em especial o terremoto devastador de 2010. Mas alguns soldados foram acusados de uso de força excessiva, de estupros e de abandono de filhos que tiveram no país. Eles serão recordados principalmente, sem dúvida, por terem inadvertidamente desencadeado a pior epidemia de cólera da história recente, devida ao saneamento inadequado da base usada pelas tropas nepalesas da força de paz. Alguns haitianos criticam a longa missão de paz por não ter satisfeito suas expectativas, sem levar em conta o fato de que construir instituições e estabilizar países frágeis como Haiti pode ser um processo muito longo. "Depois de todos estes anos de Minustah e apoio internacional, o Haiti não deveria estar melhor do que está?" perguntou o ajudante de restaurante Stevenson Belizaire, caminhando ao lado de um canal entupido de lixo. Tradução de CLARA ALLAIN
mundo
ONU se prepara para retirar missão de paz do HaitiAlgumas dezenas de soldados brasileiros usando os capacetes azuis da força militar da ONU (Organização das Nações Unidas) percorrem um labirinto de barracos na favela mais notória do Haiti. Nas ruas onde no passado ocorriam tiroteios diários entre gangues e militares da força de paz, hoje a maior ameaça que os soldados enfrentam são alguns cachorros latindo. Anos de patrulhas tranquilas como esta numa tarde recente no distrito pobre de Cité Soleil são vistos por muitos no Haiti e no mundo como sinal claro de que é hora de encerrar uma força da ONU que está presente neste país caribenho desde 2004, quando uma rebelião mergulhou o Haiti em violência. "Temos um ambiente seguro e estável", disse à agência de notícias Associated Press o coronel Luis Antonio Ferreira Marques Ramos, segundo em comando do contingente brasileiro na força de paz. "O importante é sairmos bem." Questionados pela Folha, o Ministério da Defesa, que coordena a parte brasileira na missão, informou não ter sido notificado de nenhum fim de operações. O Itamaraty também não havia sido notificado. Com a redução constante das operações de paz no Haiti nos últimos anos e a intenção da administração americana do presidente Donald Trump de reduzir suas contribuições, a ONU pretende mandar para casa 2.358 soldados de 19 países que contribuem para sua missão no Haiti, possivelmente no prazo de alguns meses. O chefe das operações de paz da ONU, Hervé Ladsous, disse em viagem recente ao Haiti que o componente militar da missão "provavelmente vai desaparecer no futuro relativamente próximo", apesar de as autoridades não terem se pronunciado publicamente sobre os cerca de 2.200 policiais estrangeiros que acompanham os militares. Washington, a principal financiadora da missão no Haiti, está aplicando pressão e fazendo uma revisão de todas as 16 missões de paz da ONU. Exigindo anonimato para falar, um diplomata disse à AP que a nova embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, já falou em encerrar a missão de paz no Haiti, conhecida por sua sigla em francês, Minustah. "A Minustah, no Haiti, é um ótimo exemplo de uma missão que basicamente já cumpriu seu propósito. Então ficaremos muito satisfeitos se ela for fechada", disse o embaixador britânico na ONU, Matthew Rycroft, em entrevista coletiva na sede da ONU em Nova York. A expectativa é que o Conselho de Segurança da ONU tome uma decisão sobre a reconfiguração da Minustah, que consome US$ 346 milhões (R$ 1,1 bilhão) ao ano, em meados de abril, após rever as recomendações de Ladsous. Mesmo assim, enviar as tropas para casa não significará o fim da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti. Operações como as da Unicef (Fundo da ONU para a Infância) e do Programa Mundial de Alimentos também vão continuar presentes no país. E analistas dizem que as autoridades estudam a possibilidade de manter os funcionários civis da Minustah, além de um componente policial da ONU, para continuar a formar e treinar a Polícia Nacional do Haiti. "Isso seria algo sem precedentes na história das missões de paz da ONU. Normalmente, policiais só participam de missões de paz com apoio militar. Mas é uma opção criativa para reduzir as dimensões e os custos da missão, enquanto ela se prepara para uma saída plena", disse Aditi Gorur, que, diretor do think tank Stimson Center, em Washington, que pesquisa questões relativas a missões de paz. A primeira missão de estabilização da ONU chegou ao Haiti em 2004, após uma rebelião que depôs o presidente Jean-Bertrand Aristide e deixou o país, cronicamente turbulento, à beira do colapso. Choques mortais ocorriam diariamente entre gangues leais à facção de Aristide, rebeldes, ex-soldados e policiais extraoficiais. Seguiu-se uma onda de assassinatos e sequestros visando desestabilizar o governo interino apoiado pelos Estados Unidos. Durante anos, as tropas uniformizadas da ONU foram a única fonte real de segurança no país. Hoje em dia, porém, a polícia haitiana faz a maior parte do trabalho pesado, e o ambiente mudou. As forças da ONU levaram três anos para controlar a cidade de Cité Soleil, mas hoje a situação ali é de paz, apesar da miséria abjeta em que vivem seus habitantes. Jornalistas da AP acompanharam recentemente algumas dezenas de membros da missão da ONU e quatro policiais haitianos numa patrulha a pé e montando guarda em barreiras num bairro de Cité Soleil no passado controlado por quadrilhas. "O trabalho foi bem feito!" disse o capitão brasileiro Leandro Vieira Barbosa aos policiais haitianos após a patrulha conjunta. "Depois que a missão terminar, sei que o bom trabalho de vocês vai seguir adiante." Diante da relativa estabilidade, parlamentares haitianos argumentam que é hora de o Haiti finalmente tomar conta de sua própria segurança. "O governo precisa negociar a saída da Minustah assim que possível", disse o senador Patrice Dumont, representante da região Ocidental, que abrange 40% do eleitorado haitiano. Mas o presidente Jovenel Moise e líderes do Legislativo dizem que a força policial muito melhorada ainda não é o bastante. Eles querem uma força militar real para tomar o lugar do Exército, abolido em 1995 após uma longa história de golpes de Estado e violações dos direitos humanos. Dizem que um Exército reconstituído geraria empregos, protegeria as fronteiras e daria assistência em desastres naturais. Contudo, com os cofres públicos tão vazios que muitos funcionários do setor público não vêm recebendo seus salários, a criação de uma nova força armada exigiria apoio internacional prolongado, disse Jake Johnston, pesquisador do Centro de Pesquisas Econômicas e Políticas, em Washington. Enquanto isso, Kenneth Merten, coordenador especial do Haiti no Departamento de Estado dos EUA, observou que "seria difícil imaginar que os EUA dariam apoio financeiro para a reconstrução de uma força armada haitiana". Num dia recente em Cité Soleil, que tem mais de 400 mil habitantes, um grupo de homens sentados na sombra olhava para soldados brasileiros parando motoristas numa barreira. Perguntados sobre as ambições militares dos líderes políticos haitianos, os homens deram risada. Semanas antes de deixar a Presidência, em fevereiro de 2016, Michel Martelly aprovou decreto ordenando a recriação do Exército. Mas não existe um Exército real. "Onde vão conseguir dinheiro para pagar os militares? Como você acha que soldados haitianos esfomeados vão agir?" comentou o padeiro Jonas Nicolas, que tem idade suficiente para se lembrar dos esquadrões da morte assistidos por militares. "Eu prefiro o pessoal da ONU com nossos policiais." Outros haitianos, porém, enxergam as tropas de paz como força de ocupação. "Não gosto de ver estrangeiros com armas percorrendo meu pais", disse Jean Acao, que tem uma barraca de salgadinhos. A permanência das forças de paz no país tem tido altos e baixos. Os militares foram elogiados por aumentar a segurança, criar condições para eleições e fornecer apoio crucial após desastres naturais, em especial o terremoto devastador de 2010. Mas alguns soldados foram acusados de uso de força excessiva, de estupros e de abandono de filhos que tiveram no país. Eles serão recordados principalmente, sem dúvida, por terem inadvertidamente desencadeado a pior epidemia de cólera da história recente, devida ao saneamento inadequado da base usada pelas tropas nepalesas da força de paz. Alguns haitianos criticam a longa missão de paz por não ter satisfeito suas expectativas, sem levar em conta o fato de que construir instituições e estabilizar países frágeis como Haiti pode ser um processo muito longo. "Depois de todos estes anos de Minustah e apoio internacional, o Haiti não deveria estar melhor do que está?" perguntou o ajudante de restaurante Stevenson Belizaire, caminhando ao lado de um canal entupido de lixo. Tradução de CLARA ALLAIN
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Veja as mortes e missas publicadas nesta terça-feira
MORTES Elie Levi - Aos 62, casado com Shely Levi. Deixa os filhos, Nathan e Raphael, e a irmã, Vivian. Cem. Israelita do Butantã. Ilse Sara Grunebaum - Aos 94, viúva de Hans Theodor Grunebaum. Deixa o filho, Mario Afonso, netos e bisnetos. Cem. Israelita do Butantã. Joaquim Leocádio Frare Camargo Prochno - Aos 77, viúvo. Deixa filhos e netos. Cemitério São Paulo. José Magalhães Jr. - Aos 75, casado com Lizete. Deixa os filhos, Jose Francisco, Renata e Fernanda, e netos. Cemitério Vila Alpina. Luzia Senne - Aos 82, solteira. Cemitério Municipal de Bebedouro (SP). Paulo José da Costa Jr. - Aos 90. Deixa os filhos, Fernando José, Paulo José Neto, Rui Alexandre e Paola Adriana. Cemitério do Araçá. * 7º DIA Antonio Pepe (Totó) - Amanhã (4/3), às 20h, na igreja Nossa Senhora da Saúde, rua Domingos de Morais, 2.387, Vila Mariana. Inês Escobar Bueno Gentil - Amanhã (4/3), às 18h, no santuário Santa Cruz da Reconciliação, rua Waldomiro Fleury, 180, Butantã. Hugo Virmondes Borges - Hoje (3/3), às 12h, na igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, rua Honório Líbero, 100, Jd. Paulistano. José Novaes de Andrade - Amanhã (4/3), às 18h, na igreja Nossa Senhora da Esperança. avenida dos Eucaliptos, 556, Moema. Jenny Villas-Boas Faria - Hoje (3/3), às 11h30, na Paróquia São Domingos, rua Caiubi, 164, Perdizes. Maria Cecília Brito Silva - Hoje (3/3), às 18h10, na igreja Nossa Senhora do Rosário de Pompeia, avenida Pompeia, 1.250, Vila Pompeia. Paulo Roberto Vieira Bussamra - Amanhã (4/3), às 12h30, na igreja Nossa Senhora do Brasil, praça Nossa Senhora do Brasil, Jardim Paulista. * 30º DIA Herculano de Freitas Neto - Hoje (3/3), às 19h10, na igreja São Gabriel, avenida São Gabriel, 108, Jardim Paulista. * 11º MÊS Maria Luiza da Rocha Nogueira - Hoje (3/3), às 12h10, na igreja N. Senhora do Bom Conselho, rua Nossa Senhora do Bom Conselho, 87, Vila Prel. * 1º ANO Ana Maria Oliveira de Toledo Rinaldi - Amanhã (4/3), às 19h, na igreja Santa Teresinha, rua Maranhão, 617, Higienópolis. * 5º ANO Marcelo Osvaldo Alvares Corrêa - Hoje (3/3), às 17h30, no santuário Nossa Senhora de Fátima, avenida Dr. Arnaldo, 1.831, Sumaré. * EM MEMÓRIA Nazira Simão Alexandre - Amanhã (4/3), às 17h30, na igreja Nossa Senhora do Brasil, praça Nossa Senhora do Brasil, Jardim Paulista.
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Veja as mortes e missas publicadas nesta terça-feiraMORTES Elie Levi - Aos 62, casado com Shely Levi. Deixa os filhos, Nathan e Raphael, e a irmã, Vivian. Cem. Israelita do Butantã. Ilse Sara Grunebaum - Aos 94, viúva de Hans Theodor Grunebaum. Deixa o filho, Mario Afonso, netos e bisnetos. Cem. Israelita do Butantã. Joaquim Leocádio Frare Camargo Prochno - Aos 77, viúvo. Deixa filhos e netos. Cemitério São Paulo. José Magalhães Jr. - Aos 75, casado com Lizete. Deixa os filhos, Jose Francisco, Renata e Fernanda, e netos. Cemitério Vila Alpina. Luzia Senne - Aos 82, solteira. Cemitério Municipal de Bebedouro (SP). Paulo José da Costa Jr. - Aos 90. Deixa os filhos, Fernando José, Paulo José Neto, Rui Alexandre e Paola Adriana. Cemitério do Araçá. * 7º DIA Antonio Pepe (Totó) - Amanhã (4/3), às 20h, na igreja Nossa Senhora da Saúde, rua Domingos de Morais, 2.387, Vila Mariana. Inês Escobar Bueno Gentil - Amanhã (4/3), às 18h, no santuário Santa Cruz da Reconciliação, rua Waldomiro Fleury, 180, Butantã. Hugo Virmondes Borges - Hoje (3/3), às 12h, na igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, rua Honório Líbero, 100, Jd. Paulistano. José Novaes de Andrade - Amanhã (4/3), às 18h, na igreja Nossa Senhora da Esperança. avenida dos Eucaliptos, 556, Moema. Jenny Villas-Boas Faria - Hoje (3/3), às 11h30, na Paróquia São Domingos, rua Caiubi, 164, Perdizes. Maria Cecília Brito Silva - Hoje (3/3), às 18h10, na igreja Nossa Senhora do Rosário de Pompeia, avenida Pompeia, 1.250, Vila Pompeia. Paulo Roberto Vieira Bussamra - Amanhã (4/3), às 12h30, na igreja Nossa Senhora do Brasil, praça Nossa Senhora do Brasil, Jardim Paulista. * 30º DIA Herculano de Freitas Neto - Hoje (3/3), às 19h10, na igreja São Gabriel, avenida São Gabriel, 108, Jardim Paulista. * 11º MÊS Maria Luiza da Rocha Nogueira - Hoje (3/3), às 12h10, na igreja N. Senhora do Bom Conselho, rua Nossa Senhora do Bom Conselho, 87, Vila Prel. * 1º ANO Ana Maria Oliveira de Toledo Rinaldi - Amanhã (4/3), às 19h, na igreja Santa Teresinha, rua Maranhão, 617, Higienópolis. * 5º ANO Marcelo Osvaldo Alvares Corrêa - Hoje (3/3), às 17h30, no santuário Nossa Senhora de Fátima, avenida Dr. Arnaldo, 1.831, Sumaré. * EM MEMÓRIA Nazira Simão Alexandre - Amanhã (4/3), às 17h30, na igreja Nossa Senhora do Brasil, praça Nossa Senhora do Brasil, Jardim Paulista.
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Toyota anuncia recall de outros 6 milhões de airbags da Takata
A Toyota anunciou recall nesta quarta-feira (26) de outros 5,8 milhões de airbags com defeito fabricados pela marca Takata e instalados em seus veículos, acusados de provocar mortes e ferimentos em todo o mundo. O recall envolve 1,47 milhão de airbags de carros vendidos na Europa, 1,16 milhão no Japão, 820 mil na China e 2,35 milhões em outras regiões do mundo, com exceção dos Estados Unidos, onde a Toyota já havia feito recall. A companhia japonesa Takata, com sede em Tóquio, enfrenta denúncias milionárias por um defeito de fabricação em milhões de seus airbags que provocou ao menos 16 mortes. Com o novo pedido de recall, o número de airbags de Takata retirados do mercado chega a 23,1 milhões. Os modelos afetados são os Toyota Corolla e Vitz/Yaris produzidos entre maio de 2000 e novembro de 2001 ou entre abril de 2006 e dezembro de 2014, disse o fabricante à AFP. Em alguns dos casos registrados, os airbags da Takata lançaram metal e plástico nos passageiros durante o processo de inflamento, ferindo condutores e passageiros. A maioria dos casos de mortes causadas por este problema, que também afeta marcas como Honda, Volkswagen e General Motors, foi registrada em Estados Unidos e Malásia.
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Toyota anuncia recall de outros 6 milhões de airbags da TakataA Toyota anunciou recall nesta quarta-feira (26) de outros 5,8 milhões de airbags com defeito fabricados pela marca Takata e instalados em seus veículos, acusados de provocar mortes e ferimentos em todo o mundo. O recall envolve 1,47 milhão de airbags de carros vendidos na Europa, 1,16 milhão no Japão, 820 mil na China e 2,35 milhões em outras regiões do mundo, com exceção dos Estados Unidos, onde a Toyota já havia feito recall. A companhia japonesa Takata, com sede em Tóquio, enfrenta denúncias milionárias por um defeito de fabricação em milhões de seus airbags que provocou ao menos 16 mortes. Com o novo pedido de recall, o número de airbags de Takata retirados do mercado chega a 23,1 milhões. Os modelos afetados são os Toyota Corolla e Vitz/Yaris produzidos entre maio de 2000 e novembro de 2001 ou entre abril de 2006 e dezembro de 2014, disse o fabricante à AFP. Em alguns dos casos registrados, os airbags da Takata lançaram metal e plástico nos passageiros durante o processo de inflamento, ferindo condutores e passageiros. A maioria dos casos de mortes causadas por este problema, que também afeta marcas como Honda, Volkswagen e General Motors, foi registrada em Estados Unidos e Malásia.
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Perfil da sogra de Temer na internet vira alvo de protestos contra genro
O perfil da sogra de Michel Temer no Facebook está sendo usado por pessoas contrárias ao presidente interino para protestos. As postagens de Norma Tedeschi, mãe de Marcela Temer, com selfies e fotos de paisagens, têm recebido nos comentários figuras de bonecos vomitando, frases como "Temer não é meu presidente" e xingamentos. CASOS DE FAMÍLIA Norma também recebe apoios. Ela evita polemizar, mas respondeu a um usuário que colocou o link do tabloide britânico "Daily Mail" em que Marcela é retratada como uma mulher de gastos exagerados. "Tu sabe que és mentira!!!!", escreveu a sogra de Michel Temer. "O que escrevem por conta deles... Temos vida simples... Sou do bem... Porque isso agora, ninguém sabia que eu existia porque minha vida é simples demais...". Leia a coluna completa aqui
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Perfil da sogra de Temer na internet vira alvo de protestos contra genroO perfil da sogra de Michel Temer no Facebook está sendo usado por pessoas contrárias ao presidente interino para protestos. As postagens de Norma Tedeschi, mãe de Marcela Temer, com selfies e fotos de paisagens, têm recebido nos comentários figuras de bonecos vomitando, frases como "Temer não é meu presidente" e xingamentos. CASOS DE FAMÍLIA Norma também recebe apoios. Ela evita polemizar, mas respondeu a um usuário que colocou o link do tabloide britânico "Daily Mail" em que Marcela é retratada como uma mulher de gastos exagerados. "Tu sabe que és mentira!!!!", escreveu a sogra de Michel Temer. "O que escrevem por conta deles... Temos vida simples... Sou do bem... Porque isso agora, ninguém sabia que eu existia porque minha vida é simples demais...". Leia a coluna completa aqui
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Educadoras ligadas ao PSDB assumem altos cargos na Educação e Cultura
Os dois nomes confirmados até agora em cargos-chave no MEC (Ministério da Educação e Cultura) indicam que o PSDB terá presença marcante nos rumos da pasta e na política educacional do governo do presidente interino Michel Temer (PMDB). As educadoras Maria Helena Guimarães de Castro e Maria Inês Fini foram confirmadas na equipe do ministro Mendonça Filho (DEM). Nomes fortemente ligados ao setor de educação do PSDB, elas assumem, respectivamente, a secretaria-executiva da Educação e a presidência do Inep, órgão responsável pelo Enem. As duas atuaram juntas no Inep durante o governo FHC e na Secretaria da Educação do Estado de São Paulo no governo José Serra. Dentro do MEC, houve alívio pelo fato de ambas terem longa trajetória na área. Por outro lado, depois de 13 anos de gestão petista, as orientações da política educacional do PSDB não foram bem recebidas internamente. Juntas, Maria Inês e Maria Helena foram responsáveis, por exemplo, pela adoção do sistema de bonificação de professores por mérito na rede estadual paulista em 2008. A aplicação do bônus em todo país é uma das propostas de Temer para a educação. Críticos do sistema dizem que não há evidências sólidas sobre a ligação entre o bônus e a melhoria no aprendizado. São Paulo teve alta no último ano no Idesp, indicador de qualidade da rede, mas os resultados estão estagnados em níveis baixos há alguns anos. Para Priscila Cruz, do Movimento Todos pela Educação, "as duas são das pessoas que mais conhecem de política educacional no país. Depois do receio de não ter um ministro ligado à educação, a confirmação do nome delas é muito positiva." Maria Helena e Maria Inês foram pesquisadoras da Unicamp. No Inep, participaram da criação do Enem. Na pasta da Educação paulista, também foram responsáveis pela formulação do currículo –assunto prioritário no MEC por causa da definição da Base Nacional Comum Curricular. O documento vai prever o que os estudantes devem aprender na educação básica. Para o diretor da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, as duas têm competência na área, embora suas visões divirjam das do movimento. "Pelos estudos nacionais e internacionais, a bonificação por mérito não se mostra um bom caminho", diz ele. "Espero que, com elas, o MEC faça valer o que está previsto no Plano Nacional de Educação." A Folha apurou que, dentro do MEC, a nomeação das educadoras tucanas é vista como uma mostra de que o DEM não tem quadros para a Educação. Parte dos servidores não vê legitimidade na nova composição do governo. Nesta segunda (16), Mendonça Filho divulgou vídeo em que reafirma a continuidade do ProUni e do Fies.
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Educadoras ligadas ao PSDB assumem altos cargos na Educação e CulturaOs dois nomes confirmados até agora em cargos-chave no MEC (Ministério da Educação e Cultura) indicam que o PSDB terá presença marcante nos rumos da pasta e na política educacional do governo do presidente interino Michel Temer (PMDB). As educadoras Maria Helena Guimarães de Castro e Maria Inês Fini foram confirmadas na equipe do ministro Mendonça Filho (DEM). Nomes fortemente ligados ao setor de educação do PSDB, elas assumem, respectivamente, a secretaria-executiva da Educação e a presidência do Inep, órgão responsável pelo Enem. As duas atuaram juntas no Inep durante o governo FHC e na Secretaria da Educação do Estado de São Paulo no governo José Serra. Dentro do MEC, houve alívio pelo fato de ambas terem longa trajetória na área. Por outro lado, depois de 13 anos de gestão petista, as orientações da política educacional do PSDB não foram bem recebidas internamente. Juntas, Maria Inês e Maria Helena foram responsáveis, por exemplo, pela adoção do sistema de bonificação de professores por mérito na rede estadual paulista em 2008. A aplicação do bônus em todo país é uma das propostas de Temer para a educação. Críticos do sistema dizem que não há evidências sólidas sobre a ligação entre o bônus e a melhoria no aprendizado. São Paulo teve alta no último ano no Idesp, indicador de qualidade da rede, mas os resultados estão estagnados em níveis baixos há alguns anos. Para Priscila Cruz, do Movimento Todos pela Educação, "as duas são das pessoas que mais conhecem de política educacional no país. Depois do receio de não ter um ministro ligado à educação, a confirmação do nome delas é muito positiva." Maria Helena e Maria Inês foram pesquisadoras da Unicamp. No Inep, participaram da criação do Enem. Na pasta da Educação paulista, também foram responsáveis pela formulação do currículo –assunto prioritário no MEC por causa da definição da Base Nacional Comum Curricular. O documento vai prever o que os estudantes devem aprender na educação básica. Para o diretor da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, as duas têm competência na área, embora suas visões divirjam das do movimento. "Pelos estudos nacionais e internacionais, a bonificação por mérito não se mostra um bom caminho", diz ele. "Espero que, com elas, o MEC faça valer o que está previsto no Plano Nacional de Educação." A Folha apurou que, dentro do MEC, a nomeação das educadoras tucanas é vista como uma mostra de que o DEM não tem quadros para a Educação. Parte dos servidores não vê legitimidade na nova composição do governo. Nesta segunda (16), Mendonça Filho divulgou vídeo em que reafirma a continuidade do ProUni e do Fies.
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