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Autora de impeachment nega ser 'tucana' e diz que oposição é 'fraca'
Em uma sessão tumultuada da comissão especial do impeachment no Senado, nesta quinta-feira (28) a professora e advogada Janaína Paschoal, uma das autoras da denúncia contra a presidente Dilma Rousseff, rejeitou a pecha de ser "tucana" e defendeu que o Senado analise a denúncia original, que inclui, além das pedaladas fiscais e dos decretos orçamentários, questões relacionadas às investigações da Lava Jato. "Peço para que olhem para os três pilares, porque cada um tem de sobra crime de responsabilidade e crime comum. Espero que tenham a paz de espírito e soberania para se debruçar sobre a denúncia inteira. Vossas Excelências têm soberania para isso", disse aos senadores. De acordo com Janaína, a presidente tem a prática de "passar a mão na cabeça de gente enrolada". A advogada disse ainda, em resposta ao relator do processo, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), que o processo é primeiramente jurídico, uma vez que, não importasse o tamanho da crise do ponto de vista econômico e político, "não justificaria impeachment". "Por isso pegamos um trabalho seríssimo do TCU (Tribunal de Contas da União) e da Lava Jato", afirmou. Segundo ela, o pedido é de "natureza mista". "Não é porque são os motivos jurídicos que justificam, mas porque essa Casa que faz o julgamento, também é político." Janaína criticou o governo por ter deslegitimado o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) quando ele aceitou a denúncia, em dezembro do ano passado, mas ter acatado a restrição imposta pelo peemedebista ao processo quando ele retirou do caso os trechos sobre o petrolão por considerar que não havia indícios suficientes do envolvimento da presidente. "Acho graça quando ouço o governo dizendo que nosso processo é golpe porque ele foi recebido por Eduardo Cunha. Agora estão se apegando a unhas e dentes sobre a primeira manifestação do homem. Agora pergunto: ele tem legitimidade ou não tem?", questionou. No início de sua fala, a advogada foi questionada diversas vezes pelos senadores por ter falado sobre temas que não estavam na denúncia analisada pelo Senado. O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) saiu em sua defesa e disse que ela poderia falar sobre o trecho que quisesse. Em meio às discussões, o líder do PSDB, Cássio Cunha Lima (PB), fez menção a esse trecho não acatado por Cunha, afirmando que isso ocorreu "por razão óbvia". "Foi excluído porque um tentou salvar o outro em um determinado momento. Foi por essa razão, porque não era conveniente, nem à Dilma Rousseff, nem tampouco, ao presidente da Câmara, aliados neste momento pelo combate à Lava Jato". SEM PARTIDO Ela afirmou também que o processo de impeachment "não tem nada de partidário" e disse ter "mágoa" do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) porque ele demorou para apoiar a denúncia contra a presidente Dilma. Ela negou ter trabalhado com ele no Ministério da Justiça e diz que precisa "esclarecer os fatos" porque tem sido acusada de "ser tucana". "A oposição abraçou o pedido só depois. E essa oposição do PSDB é fraca. Vejam pela minha personalidade se eu sou fraca. Eu tenho que dar esse esclarecimento à nação porque foi a sociedade que pagou a minha passagem", disse. A advogada disse ainda que não tem nenhuma vinculação partidária e citou um exemplo de quando trabalhou na Senad (Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas) durante o governo do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. Ela contou que, ao apresentar um projeto que havia desenvolvido nos Estados Unidos, o órgão não aceitou e ela resolveu abandonar o caso. "Eu fui para os Estados Unidos estudar a relação de droga e crime, voltei, escrevi um trabalho, sustentando relação. E a Senad não aceitou. Eles queriam que eu assinasse um texto com o qual eu não concordava. [...] E eu digo: não me prostituo. Abandonei o projeto", disse. 'DILMA BAILARINA' Durante o seu discurso, a advogada chegou a se emocionar ao defender a Constituição. "Quero que as criancinhas, os brasileirinhos, que eles acreditem que vale a pena lutar por esse livro sagrado, que o PT não assinou. Por isso que eles falam em golpe. Eles nunca reconheceram a Constituição Federal", disse. A advogada afirmou que reportagens sobre repasses de recursos, sob sigilo, para Cuba, Venezuela e Angola, chamaram sua atenção e, desde então, ela começou a apurar o caso, chegando às informações de que eles tinham relação com as investigação da Lava Jato. "Olha que coisa estranha. O dinheiro que foi mandado para ditaduras obscuras e pouco amigas voltaram para o petrolão", afirmou. "Eu podia ter visto tudo isso e ficar calada, Excelências? Eu estudei, eu entendi tudo o que estava lendo. Tenho pavor de me omitir. Eu tinha a obrigação moral de trazer isso ao conhecimento de vocês que são os juízes da causa. Como eu ia dormir com isso, sabendo que está cheio de gente humildade sendo condenada?", afirmou. Janaína também afirmou que, após os protestos de 2013, ela teve vontade de escrever uma carta para Dilma para que ele não ouvisse mais os marqueteiros e disse que se sensibilizou quando a presidente contou ter tido vontade de ser bailarina. "Ela é uma mulher firme, de alma sensível, mas a bailarina se perdeu". CRÍTICAS E ELOGIOS Ao fim da sua fala, Janaína foi criticada por senadores governistas, que a acusaram de não ter explicado a denúncia propriamente, e elogiada por alguns da oposição, que consideraram sua fala "muito esclarecedora". Para a senadora Fátima Bezerra (PT-RN), a advogada "viajou na maionese". "A senhora falou de muita coisa menos das pedaladas e dos decretos. A senhora aqui, em vários momentos, falou com base em suposições. Olha que coisa grave. A senhora expôs o Senado ao ridículo. Fez uma exposição frágil, inconsistente, contraditória, confusa e sem sustentação jurídica nenhuma", disse. Imediatamente, o senador Waldemir Moka (PMDB-MS), protestou. "Não acho que ela tenha exposto o Senado. Não me sinto incluído. Acho que o depoimento que ela deu aqui foi sincero e verdadeiro", disse. O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) também elogiou as falas da advogada. "Ela traz dados e relatos muito claros. Quero que desconsidere algumas ofensas feitas aqui. Já que eles não têm argumentos para contraditar, partem para ataques rasteiros", disse. Já a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) afirmou que Janaína foi à comissão para discorrer sobre o objeto que deu causa ao impeachment, mas "não deu conta disso". "A senhora não delimitou o crime para nós. O petrolão é investigado pelo juiz Sérgio Moro e fatos de 2014 não podem ser analisados nesta denúncia", disse.
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Autora de impeachment nega ser 'tucana' e diz que oposição é 'fraca'Em uma sessão tumultuada da comissão especial do impeachment no Senado, nesta quinta-feira (28) a professora e advogada Janaína Paschoal, uma das autoras da denúncia contra a presidente Dilma Rousseff, rejeitou a pecha de ser "tucana" e defendeu que o Senado analise a denúncia original, que inclui, além das pedaladas fiscais e dos decretos orçamentários, questões relacionadas às investigações da Lava Jato. "Peço para que olhem para os três pilares, porque cada um tem de sobra crime de responsabilidade e crime comum. Espero que tenham a paz de espírito e soberania para se debruçar sobre a denúncia inteira. Vossas Excelências têm soberania para isso", disse aos senadores. De acordo com Janaína, a presidente tem a prática de "passar a mão na cabeça de gente enrolada". A advogada disse ainda, em resposta ao relator do processo, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), que o processo é primeiramente jurídico, uma vez que, não importasse o tamanho da crise do ponto de vista econômico e político, "não justificaria impeachment". "Por isso pegamos um trabalho seríssimo do TCU (Tribunal de Contas da União) e da Lava Jato", afirmou. Segundo ela, o pedido é de "natureza mista". "Não é porque são os motivos jurídicos que justificam, mas porque essa Casa que faz o julgamento, também é político." Janaína criticou o governo por ter deslegitimado o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) quando ele aceitou a denúncia, em dezembro do ano passado, mas ter acatado a restrição imposta pelo peemedebista ao processo quando ele retirou do caso os trechos sobre o petrolão por considerar que não havia indícios suficientes do envolvimento da presidente. "Acho graça quando ouço o governo dizendo que nosso processo é golpe porque ele foi recebido por Eduardo Cunha. Agora estão se apegando a unhas e dentes sobre a primeira manifestação do homem. Agora pergunto: ele tem legitimidade ou não tem?", questionou. No início de sua fala, a advogada foi questionada diversas vezes pelos senadores por ter falado sobre temas que não estavam na denúncia analisada pelo Senado. O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) saiu em sua defesa e disse que ela poderia falar sobre o trecho que quisesse. Em meio às discussões, o líder do PSDB, Cássio Cunha Lima (PB), fez menção a esse trecho não acatado por Cunha, afirmando que isso ocorreu "por razão óbvia". "Foi excluído porque um tentou salvar o outro em um determinado momento. Foi por essa razão, porque não era conveniente, nem à Dilma Rousseff, nem tampouco, ao presidente da Câmara, aliados neste momento pelo combate à Lava Jato". SEM PARTIDO Ela afirmou também que o processo de impeachment "não tem nada de partidário" e disse ter "mágoa" do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) porque ele demorou para apoiar a denúncia contra a presidente Dilma. Ela negou ter trabalhado com ele no Ministério da Justiça e diz que precisa "esclarecer os fatos" porque tem sido acusada de "ser tucana". "A oposição abraçou o pedido só depois. E essa oposição do PSDB é fraca. Vejam pela minha personalidade se eu sou fraca. Eu tenho que dar esse esclarecimento à nação porque foi a sociedade que pagou a minha passagem", disse. A advogada disse ainda que não tem nenhuma vinculação partidária e citou um exemplo de quando trabalhou na Senad (Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas) durante o governo do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. Ela contou que, ao apresentar um projeto que havia desenvolvido nos Estados Unidos, o órgão não aceitou e ela resolveu abandonar o caso. "Eu fui para os Estados Unidos estudar a relação de droga e crime, voltei, escrevi um trabalho, sustentando relação. E a Senad não aceitou. Eles queriam que eu assinasse um texto com o qual eu não concordava. [...] E eu digo: não me prostituo. Abandonei o projeto", disse. 'DILMA BAILARINA' Durante o seu discurso, a advogada chegou a se emocionar ao defender a Constituição. "Quero que as criancinhas, os brasileirinhos, que eles acreditem que vale a pena lutar por esse livro sagrado, que o PT não assinou. Por isso que eles falam em golpe. Eles nunca reconheceram a Constituição Federal", disse. A advogada afirmou que reportagens sobre repasses de recursos, sob sigilo, para Cuba, Venezuela e Angola, chamaram sua atenção e, desde então, ela começou a apurar o caso, chegando às informações de que eles tinham relação com as investigação da Lava Jato. "Olha que coisa estranha. O dinheiro que foi mandado para ditaduras obscuras e pouco amigas voltaram para o petrolão", afirmou. "Eu podia ter visto tudo isso e ficar calada, Excelências? Eu estudei, eu entendi tudo o que estava lendo. Tenho pavor de me omitir. Eu tinha a obrigação moral de trazer isso ao conhecimento de vocês que são os juízes da causa. Como eu ia dormir com isso, sabendo que está cheio de gente humildade sendo condenada?", afirmou. Janaína também afirmou que, após os protestos de 2013, ela teve vontade de escrever uma carta para Dilma para que ele não ouvisse mais os marqueteiros e disse que se sensibilizou quando a presidente contou ter tido vontade de ser bailarina. "Ela é uma mulher firme, de alma sensível, mas a bailarina se perdeu". CRÍTICAS E ELOGIOS Ao fim da sua fala, Janaína foi criticada por senadores governistas, que a acusaram de não ter explicado a denúncia propriamente, e elogiada por alguns da oposição, que consideraram sua fala "muito esclarecedora". Para a senadora Fátima Bezerra (PT-RN), a advogada "viajou na maionese". "A senhora falou de muita coisa menos das pedaladas e dos decretos. A senhora aqui, em vários momentos, falou com base em suposições. Olha que coisa grave. A senhora expôs o Senado ao ridículo. Fez uma exposição frágil, inconsistente, contraditória, confusa e sem sustentação jurídica nenhuma", disse. Imediatamente, o senador Waldemir Moka (PMDB-MS), protestou. "Não acho que ela tenha exposto o Senado. Não me sinto incluído. Acho que o depoimento que ela deu aqui foi sincero e verdadeiro", disse. O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) também elogiou as falas da advogada. "Ela traz dados e relatos muito claros. Quero que desconsidere algumas ofensas feitas aqui. Já que eles não têm argumentos para contraditar, partem para ataques rasteiros", disse. Já a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) afirmou que Janaína foi à comissão para discorrer sobre o objeto que deu causa ao impeachment, mas "não deu conta disso". "A senhora não delimitou o crime para nós. O petrolão é investigado pelo juiz Sérgio Moro e fatos de 2014 não podem ser analisados nesta denúncia", disse.
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Mortes: Um germanista apaixonado por livros e bicicletas
José Galisi Filho estava desencantado com a Alemanha. Antes entusiasta, com mestrado na Unicamp e doutorado em Hannover sobre o autor alemão Heiner Müller, havia se voltado agora à cosmologia, diz a irmã Ana Cristina. Galisi morava em Hannover havia duas décadas. Contava não reconhecer mais a Alemanha, falava da falência como Estado, da desunião. Morreu em 12 de fevereiro, aos 53, mas a família só foi informada no último mês. "José teve uma vida difícil nestes três anos, em todos os sentidos", diz a irmã. A família ainda não tem o atestado de óbito, mas ele teria sido internado num hospital de Hannover com insuficiência cardíaca. A mulher, Fátima, mora em São Caetano do Sul (SP) com o filho do casal, Juliano, 14. "A gente sempre falava na perspectiva de voltar a morar junto", conta. "Ele dizia, 'estou aqui garantindo que Juliano possa estudar na Alemanha'". Lá, Galisi gostava das livrarias. "Era prato cheio, comprava um monte, amava os livros. E curtia sair, passear de bicicleta." Segundo Fátima, ele procurou por muito tempo uma posição acadêmica no país, "mas não conseguiu". Cristina acrescenta que ele se sentia sozinho e cansado, "mas satisfeito por suas conquistas intelectuais". No Brasil, foi orientado por Roberto Schwarz no mestrado e trabalhou com a Cia. Razões Inversas, de Marcio Aurelio. "Gostava muito do Galisi", diz o diretor, lembrando que era influenciado por Adorno. "Na montagem do 'Torquato Tasso', do Goethe [em 1995], ele foi dramaturgista, fazia a análise crítica do discurso." Foi também colaborador desta Folha, por uma década. coluna.obituario@grupofolha.com.br - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas -
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Mortes: Um germanista apaixonado por livros e bicicletasJosé Galisi Filho estava desencantado com a Alemanha. Antes entusiasta, com mestrado na Unicamp e doutorado em Hannover sobre o autor alemão Heiner Müller, havia se voltado agora à cosmologia, diz a irmã Ana Cristina. Galisi morava em Hannover havia duas décadas. Contava não reconhecer mais a Alemanha, falava da falência como Estado, da desunião. Morreu em 12 de fevereiro, aos 53, mas a família só foi informada no último mês. "José teve uma vida difícil nestes três anos, em todos os sentidos", diz a irmã. A família ainda não tem o atestado de óbito, mas ele teria sido internado num hospital de Hannover com insuficiência cardíaca. A mulher, Fátima, mora em São Caetano do Sul (SP) com o filho do casal, Juliano, 14. "A gente sempre falava na perspectiva de voltar a morar junto", conta. "Ele dizia, 'estou aqui garantindo que Juliano possa estudar na Alemanha'". Lá, Galisi gostava das livrarias. "Era prato cheio, comprava um monte, amava os livros. E curtia sair, passear de bicicleta." Segundo Fátima, ele procurou por muito tempo uma posição acadêmica no país, "mas não conseguiu". Cristina acrescenta que ele se sentia sozinho e cansado, "mas satisfeito por suas conquistas intelectuais". No Brasil, foi orientado por Roberto Schwarz no mestrado e trabalhou com a Cia. Razões Inversas, de Marcio Aurelio. "Gostava muito do Galisi", diz o diretor, lembrando que era influenciado por Adorno. "Na montagem do 'Torquato Tasso', do Goethe [em 1995], ele foi dramaturgista, fazia a análise crítica do discurso." Foi também colaborador desta Folha, por uma década. coluna.obituario@grupofolha.com.br - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas -
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Supremo deve rejeitar suspender denúncia contra o presidente
O STF (Supremo Tribunal Federal) julga nesta quarta-feira (20) o pedido da defesa do presidente Michel Temer para suspender a tramitação de uma segunda denúncia, na qual ele foi acusado de obstrução de justiça e participação em organização criminosa. A tendência é que os ministros não acolham a suspensão da tramitação, apurou a Folha. O caso começou a ser discutido na semana passada. Os magistrados debatem se o pedido é constitucional. A defesa de Temer alega que a tramitação da denúncia deve ser suspensa até que "questões preliminares" envolvendo as provas da delação da JBS sejam resolvidas. As informações levadas pelos colaboradores do frigorífico foram usadas como base para a acusação. Além da delação da JBS, o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, se baseou em dezenas de outros delatores e em ao menos 15 fatos ainda em investigação para fazer as acusações. Janot rompeu o acordo com os delatores da JBS, mas o material entregue por eles segue em posse da Procuradoria-Geral. Um ministro da corte destaca que a denúncia é uma etapa do processo, baseada em indícios de crimes, e que apenas ao longo da ação penal é quando os fatos são comprovados ou arquivados. Quando a primeira denúncia foi apresentada, em junho, o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato, encaminhou o material para a presidente do STF, Cármen Lúcia, que o enviou ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Ele colocou em votação e Temer saiu vitorioso. Agora, as etapas seguintes à apresentação da denúncia estão suspensas por causa do julgamento desta quarta. Fachin não precisaria esperar esse julgamento do Supremo para enviar a denúncia à Câmara, onde precisa ser aprovada por 342 dos deputados para que o tribunal possa decidir sobre a abertura de um processo contra o peemedebista. No entanto, ele optou por esperar, a fim de não atropelar a discussão. SEM DEVOLUÇÃO Na sexta-feira (15), Temer pediu para Fachin devolver a denúncia à PGR (Procuradoria-Geral da República) antes de o plenário julgar a suspensão da tramitação. Nesta terça (19), o ministro disse que, como o julgamento já começou, não há o que decidir sobre este pedido, devendo-se somente esperar o resultado do plenário. A defesa argumenta que a denúncia inclui fatos anteriores ao mandato de Temer. Em conversas reservadas, magistrados afirmam que dificilmente alguém vai pedir vista (mais tempo para analisar o caso), o que suspenderia o julgamento por tempo indeterminado. Um ministro afirma que, caso algum colega faça o pedido, os outros vão antecipar voto para formar maioria. Se houver pedido de vista, o processo será remetido ao gabinete de quem fez a solicitação, o que pode fazer com que o material fique parado por tempo indeterminado. Não há prazo para um ministro do Supremo devolver um processo.
poder
Supremo deve rejeitar suspender denúncia contra o presidenteO STF (Supremo Tribunal Federal) julga nesta quarta-feira (20) o pedido da defesa do presidente Michel Temer para suspender a tramitação de uma segunda denúncia, na qual ele foi acusado de obstrução de justiça e participação em organização criminosa. A tendência é que os ministros não acolham a suspensão da tramitação, apurou a Folha. O caso começou a ser discutido na semana passada. Os magistrados debatem se o pedido é constitucional. A defesa de Temer alega que a tramitação da denúncia deve ser suspensa até que "questões preliminares" envolvendo as provas da delação da JBS sejam resolvidas. As informações levadas pelos colaboradores do frigorífico foram usadas como base para a acusação. Além da delação da JBS, o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, se baseou em dezenas de outros delatores e em ao menos 15 fatos ainda em investigação para fazer as acusações. Janot rompeu o acordo com os delatores da JBS, mas o material entregue por eles segue em posse da Procuradoria-Geral. Um ministro da corte destaca que a denúncia é uma etapa do processo, baseada em indícios de crimes, e que apenas ao longo da ação penal é quando os fatos são comprovados ou arquivados. Quando a primeira denúncia foi apresentada, em junho, o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato, encaminhou o material para a presidente do STF, Cármen Lúcia, que o enviou ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Ele colocou em votação e Temer saiu vitorioso. Agora, as etapas seguintes à apresentação da denúncia estão suspensas por causa do julgamento desta quarta. Fachin não precisaria esperar esse julgamento do Supremo para enviar a denúncia à Câmara, onde precisa ser aprovada por 342 dos deputados para que o tribunal possa decidir sobre a abertura de um processo contra o peemedebista. No entanto, ele optou por esperar, a fim de não atropelar a discussão. SEM DEVOLUÇÃO Na sexta-feira (15), Temer pediu para Fachin devolver a denúncia à PGR (Procuradoria-Geral da República) antes de o plenário julgar a suspensão da tramitação. Nesta terça (19), o ministro disse que, como o julgamento já começou, não há o que decidir sobre este pedido, devendo-se somente esperar o resultado do plenário. A defesa argumenta que a denúncia inclui fatos anteriores ao mandato de Temer. Em conversas reservadas, magistrados afirmam que dificilmente alguém vai pedir vista (mais tempo para analisar o caso), o que suspenderia o julgamento por tempo indeterminado. Um ministro afirma que, caso algum colega faça o pedido, os outros vão antecipar voto para formar maioria. Se houver pedido de vista, o processo será remetido ao gabinete de quem fez a solicitação, o que pode fazer com que o material fique parado por tempo indeterminado. Não há prazo para um ministro do Supremo devolver um processo.
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Disparo da polícia matou vítima de sequestro em Sydney, diz investigação
Um dos dois mortos durante sequestro de 16 horas em um café em Sydney foi atingido por fragmentos de disparos da polícia, revelou nesta quinta-feira (noite de quarta em Brasília) uma fonte ligada à investigação. A advogada Katrina Dawson, 38, e o gerente do café Tori Johnson, 34, morreram no episódio, junto com o atirador de origem iraniana Haron Monis, quando a polícia tomou de assalto a cafeteria no centro financeiro de Sydney. "Katrina Dawson foi atingida por seis fragmentos de bala, ou balas, que ricochetearam de superfícies duras no corpo dela", informou o assessor que participa da investigação Jeremy Gormly. A investigação confirmou que Johnson foi morto pelo atirador que invadiu o estabelecimento.
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Disparo da polícia matou vítima de sequestro em Sydney, diz investigaçãoUm dos dois mortos durante sequestro de 16 horas em um café em Sydney foi atingido por fragmentos de disparos da polícia, revelou nesta quinta-feira (noite de quarta em Brasília) uma fonte ligada à investigação. A advogada Katrina Dawson, 38, e o gerente do café Tori Johnson, 34, morreram no episódio, junto com o atirador de origem iraniana Haron Monis, quando a polícia tomou de assalto a cafeteria no centro financeiro de Sydney. "Katrina Dawson foi atingida por seis fragmentos de bala, ou balas, que ricochetearam de superfícies duras no corpo dela", informou o assessor que participa da investigação Jeremy Gormly. A investigação confirmou que Johnson foi morto pelo atirador que invadiu o estabelecimento.
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O país está à beira do abismo. Alô, alô, Congresso!
O Brasil está a um passo de perder o selo de bom pagador de sua dívida conquistado a duras penas. A agência de classificação de risco S&P alterou a perspectiva da nota brasileira para negativa, o que significa que pode retirar em breve o grau de investimento do país. Ao explicar sua decisão, os analistas da S&P deixam claro de quem é a responsabilidade: da convulsão política provocada pela Operação Lava Jato e da base do governo no Congresso, que não consegue aprovar as medidas do ajuste fiscal propostas pelo ministro Joaquim Levy (Fazenda). "Apesar das amplas alterações nas políticas em curso, as quais acreditamos continuam recebendo o suporte da presidente, os riscos de execução aumentaram. Tais riscos tem sua origem tanto no front político quanto no econômico", diz o comunicado da S&P. A agência está reagindo ao corte da meta fiscal para apenas 0,15% do PIB promovida pelo governo, mas o recado não podia ser mais claro: a presidente Dilma e sua equipe estão comprometidos com o ajuste das contas públicas, mas a recessão e a confusão no Congresso não permitem o país avançar. Os técnicos da S&P vão além e citam explicitamente a rota aliança de PT e PMDB que gera "a perspectiva de um suporte menos consistente para as medidas de ajuste fiscal necessárias". A agência ressalta que as investigações da Operação Lava Jato são um "exemplo do amadurecimento da estrutura institucional brasileira", mas reconhece que "aumentam as incertezas políticas no curto prazo". O melhor exemplo é o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que terminou de romper com o governo após ser atingido pelas investigações. E agora, Congresso, que o país chegou à beira do abismo? O que os senhores deputados e senadores vão fazer? Continuar utilizando o ajuste fiscal como instrumento de barganha contra o governo ou assumir suas responsabilidades perante o país? A perda do grau de investimento terá consequências importantes para a economia, que já sofre com a saída de capitais e com uma recessão que deve durar pelo menos dois anos. O dólar bateu R$ 3,44 com a decisão da S&P, que apenas abriu a fila e deve ser seguida em breve pela Moody's. Muitos analistas acreditam que o real ainda tem espaço para se desvalorizar muito mais, o que vai corroer o poder de compra das pessoas, gerar mais inflação e obrigar o BC a continuar subindo os juros. "Isso é um alerta para o Congresso, que não está fazendo sua parte. Ainda acredito na capacidade de reação dos políticos para evitar essa crise. O diagnóstico do governo é claro, só falta executar", diz Zeina Latif, economista-chefe da XP Investimentos. Tomara que ela esteja certa.
colunas
O país está à beira do abismo. Alô, alô, Congresso!O Brasil está a um passo de perder o selo de bom pagador de sua dívida conquistado a duras penas. A agência de classificação de risco S&P alterou a perspectiva da nota brasileira para negativa, o que significa que pode retirar em breve o grau de investimento do país. Ao explicar sua decisão, os analistas da S&P deixam claro de quem é a responsabilidade: da convulsão política provocada pela Operação Lava Jato e da base do governo no Congresso, que não consegue aprovar as medidas do ajuste fiscal propostas pelo ministro Joaquim Levy (Fazenda). "Apesar das amplas alterações nas políticas em curso, as quais acreditamos continuam recebendo o suporte da presidente, os riscos de execução aumentaram. Tais riscos tem sua origem tanto no front político quanto no econômico", diz o comunicado da S&P. A agência está reagindo ao corte da meta fiscal para apenas 0,15% do PIB promovida pelo governo, mas o recado não podia ser mais claro: a presidente Dilma e sua equipe estão comprometidos com o ajuste das contas públicas, mas a recessão e a confusão no Congresso não permitem o país avançar. Os técnicos da S&P vão além e citam explicitamente a rota aliança de PT e PMDB que gera "a perspectiva de um suporte menos consistente para as medidas de ajuste fiscal necessárias". A agência ressalta que as investigações da Operação Lava Jato são um "exemplo do amadurecimento da estrutura institucional brasileira", mas reconhece que "aumentam as incertezas políticas no curto prazo". O melhor exemplo é o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que terminou de romper com o governo após ser atingido pelas investigações. E agora, Congresso, que o país chegou à beira do abismo? O que os senhores deputados e senadores vão fazer? Continuar utilizando o ajuste fiscal como instrumento de barganha contra o governo ou assumir suas responsabilidades perante o país? A perda do grau de investimento terá consequências importantes para a economia, que já sofre com a saída de capitais e com uma recessão que deve durar pelo menos dois anos. O dólar bateu R$ 3,44 com a decisão da S&P, que apenas abriu a fila e deve ser seguida em breve pela Moody's. Muitos analistas acreditam que o real ainda tem espaço para se desvalorizar muito mais, o que vai corroer o poder de compra das pessoas, gerar mais inflação e obrigar o BC a continuar subindo os juros. "Isso é um alerta para o Congresso, que não está fazendo sua parte. Ainda acredito na capacidade de reação dos políticos para evitar essa crise. O diagnóstico do governo é claro, só falta executar", diz Zeina Latif, economista-chefe da XP Investimentos. Tomara que ela esteja certa.
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Escrever sobre a própria doença traz benefícios à saúde
Médicos de um dos mais respeitados centros oncológicos do mundo fizeram uma descoberta que vai na contramão do senso comum, segundo o qual a última coisa que o portador de uma doença grave deve fazer é pensar demais no problema de saúde. Eles pediram que centenas de pacientes colocassem no papel, em detalhes, os pensamentos e as sensações provocadas pelo câncer. O resultado: uma melhora significativa de vários sintomas da doença, relatam os especialistas do Centro do Câncer MD Anderson, nos EUA. "Há boas evidências de que a negação pode ser uma estratégia eficaz de curto prazo contra uma causa de estresse, mas no longo prazo essa abordagem é deletéria para a saúde mental e física", diz o coordenador do estudo, Lorenzo Cohen. "Os efeitos das sessões de escrita disparam um processo nos pacientes que vai continuar mesmo depois do fim dessas sessões." Usar a escrita como arma contra o câncer é só o exemplo extremo de uma série de outros estudos, os quais indicam que a chance de contar a própria história por escrito ajuda a enfrentar problemas de saúde ou dificuldades de relacionamento e autoestima. Nos últimos anos, grupos internacionais de pesquisadores têm empregado a técnica para diminuir o risco de episódios de depressão, ajudar casais em dificuldades ou melhorar o desempenho acadêmico de universitários de baixa renda, por exemplo (veja infográfico acima). O ANIMAL QUE NARRA Para o crítico literário americano Jonathan Gottschall, do Washington & Jefferson College, a associação entre escrita autobiográfica e bem-estar faz todo o sentido. Gottschall é autor do livro "The Storytelling Animal" ("O Animal Contador de Histórias"), uma análise darwinista da compulsão humana de contar histórias, no qual usa a literatura científica da área de psicologia para argumentar que pessoas sãs normalmente criam um "épico próprio", no qual são os heróis. "Isso deriva do fato de que, em condições normais, todos temos um viés psicológico ligeiramente favorável a nós mesmos", explica ele. "Quando você pergunta sobre uma qualidade, como inteligência ou sensibilidade, a tendência é qualquer pessoa dizer que está acima da média, quando, por definição, metade das pessoas sempre está abaixo da média em alguma coisa", diz Gottschall. Para ele, o lado "terapêutico" de contar a própria história se dá quando essa narrativa autobenevolente deixa de funcionar –nesses casos, recontar os próprios passos ajudaria as pessoas a entrar nos eixos de novo. MUDANÇA DE RUMO No caso da médica Fernanda Ferrairo, 27, uma via-crúcis que começou com uma fratura de cóccix, poucos dias antes de sua formatura em 2010, acabou por levá-la à decisão de escrever em tempo integral. Depois de três anos e cinco cirurgias na coluna que só serviram para lhe provocar dor crônica, Fernanda se preparava para um novo procedimento quando uma aplicação de analgésicos e anti-inflamatórios na medula provocaram dores ainda mais intensas e incapacitantes. Mais tarde, ela descobriu que o procedimento tinha desencadeado a aracnoidite adesiva, inflamação de uma das membranas que envolvem o sistema nervoso central. "Não tenho dificuldade aparente –quem me vê andando acha que eu não tenho nada. Mas, enquanto não estou deitada ou sentada em uma cadeira reclinável, estou com dor", conta. Fernanda diz que sempre teve vontade de escrever. "Mas eu não sabia por onde começar. Agora eu sei", afirma. A médica submeteu um relato impactante de sua história para publicação na revista "Superinteressante", e o texto deve sair numa edição futura da revista. Ela afirma que pretende continuar escrevendo sobre saúde e ciência, e que também quer se arriscar na ficção. "Eu ainda não deixei de remoer o que fizeram comigo ou as minhas próprias escolhas erradas. Mas, depois de ter escrito sobre isso, acho que pelo menos desenvolvi um senso de propósito."
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Escrever sobre a própria doença traz benefícios à saúdeMédicos de um dos mais respeitados centros oncológicos do mundo fizeram uma descoberta que vai na contramão do senso comum, segundo o qual a última coisa que o portador de uma doença grave deve fazer é pensar demais no problema de saúde. Eles pediram que centenas de pacientes colocassem no papel, em detalhes, os pensamentos e as sensações provocadas pelo câncer. O resultado: uma melhora significativa de vários sintomas da doença, relatam os especialistas do Centro do Câncer MD Anderson, nos EUA. "Há boas evidências de que a negação pode ser uma estratégia eficaz de curto prazo contra uma causa de estresse, mas no longo prazo essa abordagem é deletéria para a saúde mental e física", diz o coordenador do estudo, Lorenzo Cohen. "Os efeitos das sessões de escrita disparam um processo nos pacientes que vai continuar mesmo depois do fim dessas sessões." Usar a escrita como arma contra o câncer é só o exemplo extremo de uma série de outros estudos, os quais indicam que a chance de contar a própria história por escrito ajuda a enfrentar problemas de saúde ou dificuldades de relacionamento e autoestima. Nos últimos anos, grupos internacionais de pesquisadores têm empregado a técnica para diminuir o risco de episódios de depressão, ajudar casais em dificuldades ou melhorar o desempenho acadêmico de universitários de baixa renda, por exemplo (veja infográfico acima). O ANIMAL QUE NARRA Para o crítico literário americano Jonathan Gottschall, do Washington & Jefferson College, a associação entre escrita autobiográfica e bem-estar faz todo o sentido. Gottschall é autor do livro "The Storytelling Animal" ("O Animal Contador de Histórias"), uma análise darwinista da compulsão humana de contar histórias, no qual usa a literatura científica da área de psicologia para argumentar que pessoas sãs normalmente criam um "épico próprio", no qual são os heróis. "Isso deriva do fato de que, em condições normais, todos temos um viés psicológico ligeiramente favorável a nós mesmos", explica ele. "Quando você pergunta sobre uma qualidade, como inteligência ou sensibilidade, a tendência é qualquer pessoa dizer que está acima da média, quando, por definição, metade das pessoas sempre está abaixo da média em alguma coisa", diz Gottschall. Para ele, o lado "terapêutico" de contar a própria história se dá quando essa narrativa autobenevolente deixa de funcionar –nesses casos, recontar os próprios passos ajudaria as pessoas a entrar nos eixos de novo. MUDANÇA DE RUMO No caso da médica Fernanda Ferrairo, 27, uma via-crúcis que começou com uma fratura de cóccix, poucos dias antes de sua formatura em 2010, acabou por levá-la à decisão de escrever em tempo integral. Depois de três anos e cinco cirurgias na coluna que só serviram para lhe provocar dor crônica, Fernanda se preparava para um novo procedimento quando uma aplicação de analgésicos e anti-inflamatórios na medula provocaram dores ainda mais intensas e incapacitantes. Mais tarde, ela descobriu que o procedimento tinha desencadeado a aracnoidite adesiva, inflamação de uma das membranas que envolvem o sistema nervoso central. "Não tenho dificuldade aparente –quem me vê andando acha que eu não tenho nada. Mas, enquanto não estou deitada ou sentada em uma cadeira reclinável, estou com dor", conta. Fernanda diz que sempre teve vontade de escrever. "Mas eu não sabia por onde começar. Agora eu sei", afirma. A médica submeteu um relato impactante de sua história para publicação na revista "Superinteressante", e o texto deve sair numa edição futura da revista. Ela afirma que pretende continuar escrevendo sobre saúde e ciência, e que também quer se arriscar na ficção. "Eu ainda não deixei de remoer o que fizeram comigo ou as minhas próprias escolhas erradas. Mas, depois de ter escrito sobre isso, acho que pelo menos desenvolvi um senso de propósito."
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Ueba! Cunha terceirizou Jesus!
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Placa no Paraguai: "Caldo de piranha cura dengue". Se piranha curasse dengue, não ia ter epidemia no Brasil! E eu não peguei dengue AINDA! E diz que o mosquito chegou em casa falando "Dois mais dois seje cinco na iscola". "Você picou a Carla Perez". E diz que o mosquito chegou em casa falando coisa sem nexo. "Você picou o Bial". Rarará! E a Granda Chefa Toura Sentada! Dilma comemorou os SEM DIAS de governo. E o PMDB comeu o bolo todo! O Temer foi visto com um pedação escondido no paletó! E adorei a charge do Nicolielo: "Presidenta, o Temer mandou pegar a cadeira". Descadeirada! A Dilma ficou descadeirada! E o Cunha, o Tião Gavião! O Cunha terceirizou Jesus! "Eduardo Cunha possui 288 domínios na internet, entre eles jesusgoogle.com.br". E mais: facebookjesus, yahoojesus, jesusgoogle, shoppingjesus, compradecrente, crentecompra. E ele tá CRENTE do sucesso! Botou Jesus pra trabalhar pra ele! E eu pergunto: Jesus tá vendo isso? Rarará! E mais essa: "Fotógrafo agredido em protesto em BH. Motivo: ser parecido com o Lula". Manifestação Pacífica! Imagine se ele fosse parecido com o Che Guevara? Aliás, imagine se ele fosse parecido com a Dilma? Trucidavam, esfolavam! Rarará! E como disse o outro: "Se eu fosse parecido com o Lula nem saía de casa". Ou faria uma plástica reparadora no INSS! Rarará! E como disse o tuiteiro Gayegos: "Nem Salvador Dali poderia imaginar um ambiente político tão surreal como o que está acontecendo hoje no Brasil". O Brasil virou um hospício! Rarará! É mole? É mole mas sobe! O Brasil é Lúdico! Olha o cartaz na janela duma casa: "Hoje não vamos benzer. Motivo: enfermidade". Casa de ferreiro, espeto de pau. A benzedeira tá com dengue. Rarará! E esse cartaz num supermercado: "Mamão Papai, R$ 4,99 kg". E o mamão mamãe quanto custa? Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza. Hoje só amanhã. Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
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Ueba! Cunha terceirizou Jesus!Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Placa no Paraguai: "Caldo de piranha cura dengue". Se piranha curasse dengue, não ia ter epidemia no Brasil! E eu não peguei dengue AINDA! E diz que o mosquito chegou em casa falando "Dois mais dois seje cinco na iscola". "Você picou a Carla Perez". E diz que o mosquito chegou em casa falando coisa sem nexo. "Você picou o Bial". Rarará! E a Granda Chefa Toura Sentada! Dilma comemorou os SEM DIAS de governo. E o PMDB comeu o bolo todo! O Temer foi visto com um pedação escondido no paletó! E adorei a charge do Nicolielo: "Presidenta, o Temer mandou pegar a cadeira". Descadeirada! A Dilma ficou descadeirada! E o Cunha, o Tião Gavião! O Cunha terceirizou Jesus! "Eduardo Cunha possui 288 domínios na internet, entre eles jesusgoogle.com.br". E mais: facebookjesus, yahoojesus, jesusgoogle, shoppingjesus, compradecrente, crentecompra. E ele tá CRENTE do sucesso! Botou Jesus pra trabalhar pra ele! E eu pergunto: Jesus tá vendo isso? Rarará! E mais essa: "Fotógrafo agredido em protesto em BH. Motivo: ser parecido com o Lula". Manifestação Pacífica! Imagine se ele fosse parecido com o Che Guevara? Aliás, imagine se ele fosse parecido com a Dilma? Trucidavam, esfolavam! Rarará! E como disse o outro: "Se eu fosse parecido com o Lula nem saía de casa". Ou faria uma plástica reparadora no INSS! Rarará! E como disse o tuiteiro Gayegos: "Nem Salvador Dali poderia imaginar um ambiente político tão surreal como o que está acontecendo hoje no Brasil". O Brasil virou um hospício! Rarará! É mole? É mole mas sobe! O Brasil é Lúdico! Olha o cartaz na janela duma casa: "Hoje não vamos benzer. Motivo: enfermidade". Casa de ferreiro, espeto de pau. A benzedeira tá com dengue. Rarará! E esse cartaz num supermercado: "Mamão Papai, R$ 4,99 kg". E o mamão mamãe quanto custa? Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza. Hoje só amanhã. Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
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Único observador para eleições na Venezuela, Centro Carter deixa o país
Um dos mais respeitados organismos de monitoramento eleitoral, o Centro Carter encerrou suas atividades na Venezuela, onde operava havia 13 anos, apurou a Folha. O escritório em Caracas foi fechado sem alarde em junho, apenas seis meses antes de uma eleição parlamentar na qual a oposição exige supervisão independente para evitar possíveis fraudes. O Centro Carter, fundado em 1982 pelo ex-presidente americano Jimmy Carter para "promover a paz", não respondeu a reiterados contatos feitos pela reportagem. Fontes ligadas ao órgão disseram que a decisão reflete a crescente dificuldade de operar na Venezuela desde a morte do presidente Hugo Chávez (1999-2013), em 2013. O maior obstáculo seria a deterioração dos laços com o sucessor de Chávez, Nicolás Maduro. Segundo as fontes, o Centro Carter tinha cada vez menos contato com autoridades, inclusive com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão regulador das eleições. Não há relatos de pressão para forçar a saída, mas o CNE e demais órgãos oficiais teriam deixado de participar de iniciativas de diálogo político e atividades como workshops para a mídia estatal. Em maio, uma delegação do Centro Carter vinda da sede, em Atlanta (EUA), não foi recebida pela presidente do CNE, Tibisay Lucena, com quem tradicionalmente mantinha laços cordiais. Esse aparente enclausuramento é visto como reflexo das adversidades do governo, refém de conflitos internos e incapaz de reverter a queda da aprovação para 22%, causada em grande parte pela crise econômica e pelo desabastecimento de alimentos e produtos básicos. Procurado, o governo não comentou o episódio. CUSTO OPERACIONAL Uma segunda razão para a saída é a multiplicação de problemas logísticos, como o abismo entre a taxa de câmbio oficial, que encarece custos operacionais, e a livre, de contornos legais ambíguos. Outro fator é a recente mudança na diretoria do Centro Carter, que passou a priorizar Guatemala, Colômbia e países da Ásia. "O Centro Carter se deu conta de que o valor agregado que poderia trazer à situação venezuelana já não valia o esforço", diz um membro de uma ONG que operava com o organismo. Na prática, a saída abre caminho para eleições sem nenhum monitoramento capaz de dirimir suspeitas de irregularidades. Maduro já descartou observadores internacionais em dezembro, deixando no ar apenas uma possível missão de "acompanhamento" da Unasul, bloco criado por impulso de Chávez e do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2008 para agrupar os países sul-americanos. "Acompanhadores", porém, não podem emitir declarações nem redigir relatórios. "É necessário que a Venezuela tenha presença de observadores internacionais para aumentar a confiança no processo", diz a analista Jennifer McCloy, que chefiou o programa venezuelano no Centro Carter até junho, quando deixou o órgão. A entidade acompanhou todas as eleições na Venezuela desde 1998. O escritório foi aberto em 2002. Chávez costumava citar o trabalho do centro para justificar a lisura das eleições no país. Mas o relatório do último pleito presidencial, de 2013, apontou indícios de irregularidades, como uso da máquina estatal e intimidação de eleitores.
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Único observador para eleições na Venezuela, Centro Carter deixa o paísUm dos mais respeitados organismos de monitoramento eleitoral, o Centro Carter encerrou suas atividades na Venezuela, onde operava havia 13 anos, apurou a Folha. O escritório em Caracas foi fechado sem alarde em junho, apenas seis meses antes de uma eleição parlamentar na qual a oposição exige supervisão independente para evitar possíveis fraudes. O Centro Carter, fundado em 1982 pelo ex-presidente americano Jimmy Carter para "promover a paz", não respondeu a reiterados contatos feitos pela reportagem. Fontes ligadas ao órgão disseram que a decisão reflete a crescente dificuldade de operar na Venezuela desde a morte do presidente Hugo Chávez (1999-2013), em 2013. O maior obstáculo seria a deterioração dos laços com o sucessor de Chávez, Nicolás Maduro. Segundo as fontes, o Centro Carter tinha cada vez menos contato com autoridades, inclusive com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão regulador das eleições. Não há relatos de pressão para forçar a saída, mas o CNE e demais órgãos oficiais teriam deixado de participar de iniciativas de diálogo político e atividades como workshops para a mídia estatal. Em maio, uma delegação do Centro Carter vinda da sede, em Atlanta (EUA), não foi recebida pela presidente do CNE, Tibisay Lucena, com quem tradicionalmente mantinha laços cordiais. Esse aparente enclausuramento é visto como reflexo das adversidades do governo, refém de conflitos internos e incapaz de reverter a queda da aprovação para 22%, causada em grande parte pela crise econômica e pelo desabastecimento de alimentos e produtos básicos. Procurado, o governo não comentou o episódio. CUSTO OPERACIONAL Uma segunda razão para a saída é a multiplicação de problemas logísticos, como o abismo entre a taxa de câmbio oficial, que encarece custos operacionais, e a livre, de contornos legais ambíguos. Outro fator é a recente mudança na diretoria do Centro Carter, que passou a priorizar Guatemala, Colômbia e países da Ásia. "O Centro Carter se deu conta de que o valor agregado que poderia trazer à situação venezuelana já não valia o esforço", diz um membro de uma ONG que operava com o organismo. Na prática, a saída abre caminho para eleições sem nenhum monitoramento capaz de dirimir suspeitas de irregularidades. Maduro já descartou observadores internacionais em dezembro, deixando no ar apenas uma possível missão de "acompanhamento" da Unasul, bloco criado por impulso de Chávez e do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2008 para agrupar os países sul-americanos. "Acompanhadores", porém, não podem emitir declarações nem redigir relatórios. "É necessário que a Venezuela tenha presença de observadores internacionais para aumentar a confiança no processo", diz a analista Jennifer McCloy, que chefiou o programa venezuelano no Centro Carter até junho, quando deixou o órgão. A entidade acompanhou todas as eleições na Venezuela desde 1998. O escritório foi aberto em 2002. Chávez costumava citar o trabalho do centro para justificar a lisura das eleições no país. Mas o relatório do último pleito presidencial, de 2013, apontou indícios de irregularidades, como uso da máquina estatal e intimidação de eleitores.
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Jockey Club tem shows e filmes clássicos ao ar livre até novembro
RAFAEL GREGORIO EDITOR-ASSISTENTE DA sãopaulo A partir de quarta (21) e até 8/11 no Jockey Club, o Vivo Open Air aposta em shows e em filmes ao ar livre para reunir até 1.400 pessoas na arquibancada ou em convidativas espreguiçadeiras. Na abertura -com ingressos já esgotados-, o evento terá exibição do filme "Homem Racional", de Woody Allen. As demais noites têm entradas à venda pelo site ingressorapido.com.br -confira outras informações aqui. Nesta semana, destaque aos longas "Pulp Fiction" e "Jurassic Park" e ao show da Orquestra Brasileira de Música Jamaicana. Jockey Club. Av. Lineu de Paula Machado, 1.263, região sul, tel. 2161-8338. 1.400 pessoas. Qui. (22): Chaiss Quarteto,19h30; Guida e Dirty Dancing, 21h30; Preta Gil, 23h30. Sex. (23): Malária e Pulp Fiction, 21h30; Orquestra Brasileira de Música Jamaicana, 23h30. Sáb. (24): Jurassic Park e Jurassic World, 21h30. Ingr.: R$ 50 p/ 4003-1212 ou ingressorapido.com.br.
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Jockey Club tem shows e filmes clássicos ao ar livre até novembroRAFAEL GREGORIO EDITOR-ASSISTENTE DA sãopaulo A partir de quarta (21) e até 8/11 no Jockey Club, o Vivo Open Air aposta em shows e em filmes ao ar livre para reunir até 1.400 pessoas na arquibancada ou em convidativas espreguiçadeiras. Na abertura -com ingressos já esgotados-, o evento terá exibição do filme "Homem Racional", de Woody Allen. As demais noites têm entradas à venda pelo site ingressorapido.com.br -confira outras informações aqui. Nesta semana, destaque aos longas "Pulp Fiction" e "Jurassic Park" e ao show da Orquestra Brasileira de Música Jamaicana. Jockey Club. Av. Lineu de Paula Machado, 1.263, região sul, tel. 2161-8338. 1.400 pessoas. Qui. (22): Chaiss Quarteto,19h30; Guida e Dirty Dancing, 21h30; Preta Gil, 23h30. Sex. (23): Malária e Pulp Fiction, 21h30; Orquestra Brasileira de Música Jamaicana, 23h30. Sáb. (24): Jurassic Park e Jurassic World, 21h30. Ingr.: R$ 50 p/ 4003-1212 ou ingressorapido.com.br.
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'Turistas devem ir além de roteiros óbvios', diz fotógrafo sobre o RN
O engenheiro e fotógrafo francês Patrick Muller, 63, costuma viajar todos os meses para destinos brasileiros fora do eixo turístico convencional. Mas seu ponto de partida não é a França: ele vive há 30 anos no nordeste do Brasil, onde se divide entre Natal (RN) e Fernando de Noronha (PE). No fim de 2016 e início deste ano, decidiu sair da capital e desbravar o Rio Grande do Norte. "Os turistas devem procurar ir além dos roteiros de praia óbvios e explorar outras regiões, como as dunas ao norte do Estado e o sertão", diz ele. Entre as dunas visitadas, ele destaca as de Galinhos, no litoral norte, e do Rosado, na cidade de Areia Branca –estas últimas ficam próximas ao vilarejo de Ponta do Mel, onde o sertão encontra o mar. Muller também foi até os municípios de Cerro Corá, São Rafael e Passa e Fica, mais para o interior do Estado. "Gosto muito da cultura do nordeste, é muito autêntica. Especialmente do sertão, onde há um grande misticismo", afirma o fotógrafo. * Veja outras edições do Álbum de Viagem: 'Fábrica de icebergs na Groenlândia, por Érico Hiller Cores e os sabores de Belém do Pará, por Gabriel Cabral Israel e Jordânia, por Thays Bittar Astrofotógrafo registra céus pelo mundo Fotógrafo registra paisagem 'alienígena' do Atacama Castelos da França, por Fernando Bianchi Cidade de Uyuni, na Bolívia, por Johnson Barros Viña del Mar, por Alexandre Moreira Parques nacionais do Brasil, por Príamo Melo Animais da África, por Ana Zinger
turismo
'Turistas devem ir além de roteiros óbvios', diz fotógrafo sobre o RNO engenheiro e fotógrafo francês Patrick Muller, 63, costuma viajar todos os meses para destinos brasileiros fora do eixo turístico convencional. Mas seu ponto de partida não é a França: ele vive há 30 anos no nordeste do Brasil, onde se divide entre Natal (RN) e Fernando de Noronha (PE). No fim de 2016 e início deste ano, decidiu sair da capital e desbravar o Rio Grande do Norte. "Os turistas devem procurar ir além dos roteiros de praia óbvios e explorar outras regiões, como as dunas ao norte do Estado e o sertão", diz ele. Entre as dunas visitadas, ele destaca as de Galinhos, no litoral norte, e do Rosado, na cidade de Areia Branca –estas últimas ficam próximas ao vilarejo de Ponta do Mel, onde o sertão encontra o mar. Muller também foi até os municípios de Cerro Corá, São Rafael e Passa e Fica, mais para o interior do Estado. "Gosto muito da cultura do nordeste, é muito autêntica. Especialmente do sertão, onde há um grande misticismo", afirma o fotógrafo. * Veja outras edições do Álbum de Viagem: 'Fábrica de icebergs na Groenlândia, por Érico Hiller Cores e os sabores de Belém do Pará, por Gabriel Cabral Israel e Jordânia, por Thays Bittar Astrofotógrafo registra céus pelo mundo Fotógrafo registra paisagem 'alienígena' do Atacama Castelos da França, por Fernando Bianchi Cidade de Uyuni, na Bolívia, por Johnson Barros Viña del Mar, por Alexandre Moreira Parques nacionais do Brasil, por Príamo Melo Animais da África, por Ana Zinger
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Em nova estratégia, Ford investe em negócios de impacto em mobilidade
"Não somos mais uma empresa que vende carros, mas que fornece soluções de mobilidade", afirma Jim Vella, presidente da Ford Fund, braço filantrópico da montadora americana, cargo que ocupa há dez anos. Ele explica que a estratégia da empresa está mudando, assim como mundo. "Há as mudanças na indústria, na sociedade e na política. Mas é preciso lidar com isso coletivamente." Como parte desse novo rumo, a fundação lançou nesta quarta-feira (14), na Campus Party Brasília, uma parceria inédita com a Artemisia, o Ford Fund Lab: Inovação e Mobilidade. "É o primeiro projeto de mobilidade social que estamos fazendo por meio da Ford Fund no mundo", diz. "Não é apenas um investimento típico em uma organização sem fins lucrativos, mas um programa de aceleração de curto prazo." Em entrevista, ele esclarece a escolha do país e do assunto, parte do tripé de atuação da organização. "Um dos maiores problemas que vemos na base da pirâmide, que impede as pessoas de avançar, é mobilidade." * Folha - Como a fundação foi criada? Jim Vella - Está na história e no DNA da Ford dar um retorno para a comunidade onde atua. Sempre fomos uma empresa que fez mais que construir ótimos carros e caminhões. Em 1949, Henry Ford 2º percebeu que era preciso formalizar o trabalho [filantrópico] e falou sobre reconhecer uma lacuna no mundo entre o que as pessoas podem fornecer para elas mesmas e o que governos e sociedade fornecem. E aí as empresas tinham a responsabilidade de ajudar a diminuir essa lacuna. De lá para cá, saímos de uma atuação localizada em Detroit para 49 países. Em que áreas a fundação atua? Focamos três áreas chaves desde aquela época, que são educação, mobilidade segura e inteligente e necessidades comunitárias. Educação fornece o básico para sociedades fortes. A empresa sempre percebeu que para ter um negócio sólido, é preciso ter uma comunidade sólida. Sem isso não há clientes, empregados, revendedores, investidores. Queremos realmente trabalhar na construção de uma pegada global da nossa filantropia que, assim como nossos veículos, tenha atributos básicos que digam "isso é Ford". O propósito não é apenas produzir carros e caminhões, mas é tornar a vida das pessoas melhor. Por que investir no Brasil em mobilidade? É o primeiro projeto de mobilidade social que estamos fazendo por meio da Ford Fund no mundo. Não é apenas um investimento típico em uma organização sem fins lucrativos, mas um programa de aceleração de curto prazo, apoiando empreendedores sociais com soluções de mobilidade em diferentes estágios de desenvolvimento. Aqui no Brasil, há um time de mobilidade multidisciplinar que trouxe essa ideia e pensou na Artemisia como parceira. A conversa começou e construímos esse programa com eles. Qual o objetivo? É identificar negócios sociais promissores e ajudá-los a refinar suas soluções e escalar em um esforço para fornecer mais acesso a serviços e direitos básicos. É o primeiro laboratório de mobilidade da Ford Fund no mundo e esperamos fornecer treinamento e mentoria para 20 startups sociais focadas em mobilidade. Por que investir em negócios de impacto em mobilidade? Um dos maiores problemas que vemos na base da pirâmide, que impede as pessoas de avançar, é mobilidade. Não há dúvidas sobre a importância do assunto. Na minha visão, quando falamos da base da pirâmide que não consegue avançar, é uma lacuna de oportunidade. Não é que eles não tenham desejo, determinação, talento, habilidades, é que talvez eles não tenham oportunidades de educação, acesso a saúde, alfabetização financeira, todas essas coisas básicas para avançar. Como funcionará o programa? A primeira parte será o desenvolvimento de uma tese de impacto em mobilidade. O time trabalhará em pesquisa para identificar as barreiras de acesso. A segunda parte será um laboratório de aceleração de curta duração, onde vamos identificar e trabalhar com empreendedores nesse campo que já tenham um protótipo, uma ideia, e isso será um modelo de inovação social aberto. Queremos saber quais as necessidades da comunidade, não vamos dizer que temos solução. A ideia claramente é mover essa discussão de usar mobilidade inteligente e as lições que estamos aprendendo para impactar a mobilidade social. Quanto vai ser investido no programa? Não estamos falando de números. Mas o valor do projeto não está no dinheiro investido, mas nos resultados alcançados. Mobilidade no Brasil inclui meio urbano, rural e pluvial. Há um foco para o programa? Essa variedade está sendo considerada? Mesmo que sejam diferentes, há uma parte em comum. Para nós, mobilidade é qualidade de vida e é disso que esses projetos vão tratar. Não queremos 20 projetos baseados em São Paulo e não sabemos qual é a resposta [para o problema da mobilidade]. Não estamos colocando nenhum predeterminante, vamos deixar o mercado de empreendedorismo social determinar as soluções. Esperamos ter uma mistura de projetos que identifica esses diferentes cenários. Não é contraditório a Ford investir em mobilidade, o que pode, no fim, diminuir a necessidade de as pessoas terem carros? Primeiramente, nosso objetivo é tornar a vida das pessoas melhor. Algumas dessas soluções talvez sejam para pessoas que não podem comprar nosso produto. Precisamos de uma abordagem holística para solucionar alguns desses problemas. Se não fizermos isso, será mais difícil continuarmos a fabricar esses produtos. É preciso lembrar também que nosso negócio está mudando. Não somos mais uma empresa que vende carros, mas que fornece soluções de mobilidade. E essa pergunta nos é feita o tempo todo, principalmente internamente. Como vocês lidam com mudanças tão profundas e rápidas, somadas ao impacto social? É um assunto complicado, sem dúvidas. Nos perguntamos se estamos indo rápido o suficiente, rápido demais ou na direção certa. Isso é jogar um xadrez tridimensional. Há as mudanças na indústria, na sociedade e na política. Mas é preciso lidar com isso coletivamente. Reconhecemos que não temos todas as soluções, algo que não poderia ser visto na Ford dez anos atrás. O mundo está mudando, há muitas oportunidades e desafios, mas é preciso começar em algum lugar. Sei que não vamos encontrar todas as soluções de uma vez.
empreendedorsocial
Em nova estratégia, Ford investe em negócios de impacto em mobilidade"Não somos mais uma empresa que vende carros, mas que fornece soluções de mobilidade", afirma Jim Vella, presidente da Ford Fund, braço filantrópico da montadora americana, cargo que ocupa há dez anos. Ele explica que a estratégia da empresa está mudando, assim como mundo. "Há as mudanças na indústria, na sociedade e na política. Mas é preciso lidar com isso coletivamente." Como parte desse novo rumo, a fundação lançou nesta quarta-feira (14), na Campus Party Brasília, uma parceria inédita com a Artemisia, o Ford Fund Lab: Inovação e Mobilidade. "É o primeiro projeto de mobilidade social que estamos fazendo por meio da Ford Fund no mundo", diz. "Não é apenas um investimento típico em uma organização sem fins lucrativos, mas um programa de aceleração de curto prazo." Em entrevista, ele esclarece a escolha do país e do assunto, parte do tripé de atuação da organização. "Um dos maiores problemas que vemos na base da pirâmide, que impede as pessoas de avançar, é mobilidade." * Folha - Como a fundação foi criada? Jim Vella - Está na história e no DNA da Ford dar um retorno para a comunidade onde atua. Sempre fomos uma empresa que fez mais que construir ótimos carros e caminhões. Em 1949, Henry Ford 2º percebeu que era preciso formalizar o trabalho [filantrópico] e falou sobre reconhecer uma lacuna no mundo entre o que as pessoas podem fornecer para elas mesmas e o que governos e sociedade fornecem. E aí as empresas tinham a responsabilidade de ajudar a diminuir essa lacuna. De lá para cá, saímos de uma atuação localizada em Detroit para 49 países. Em que áreas a fundação atua? Focamos três áreas chaves desde aquela época, que são educação, mobilidade segura e inteligente e necessidades comunitárias. Educação fornece o básico para sociedades fortes. A empresa sempre percebeu que para ter um negócio sólido, é preciso ter uma comunidade sólida. Sem isso não há clientes, empregados, revendedores, investidores. Queremos realmente trabalhar na construção de uma pegada global da nossa filantropia que, assim como nossos veículos, tenha atributos básicos que digam "isso é Ford". O propósito não é apenas produzir carros e caminhões, mas é tornar a vida das pessoas melhor. Por que investir no Brasil em mobilidade? É o primeiro projeto de mobilidade social que estamos fazendo por meio da Ford Fund no mundo. Não é apenas um investimento típico em uma organização sem fins lucrativos, mas um programa de aceleração de curto prazo, apoiando empreendedores sociais com soluções de mobilidade em diferentes estágios de desenvolvimento. Aqui no Brasil, há um time de mobilidade multidisciplinar que trouxe essa ideia e pensou na Artemisia como parceira. A conversa começou e construímos esse programa com eles. Qual o objetivo? É identificar negócios sociais promissores e ajudá-los a refinar suas soluções e escalar em um esforço para fornecer mais acesso a serviços e direitos básicos. É o primeiro laboratório de mobilidade da Ford Fund no mundo e esperamos fornecer treinamento e mentoria para 20 startups sociais focadas em mobilidade. Por que investir em negócios de impacto em mobilidade? Um dos maiores problemas que vemos na base da pirâmide, que impede as pessoas de avançar, é mobilidade. Não há dúvidas sobre a importância do assunto. Na minha visão, quando falamos da base da pirâmide que não consegue avançar, é uma lacuna de oportunidade. Não é que eles não tenham desejo, determinação, talento, habilidades, é que talvez eles não tenham oportunidades de educação, acesso a saúde, alfabetização financeira, todas essas coisas básicas para avançar. Como funcionará o programa? A primeira parte será o desenvolvimento de uma tese de impacto em mobilidade. O time trabalhará em pesquisa para identificar as barreiras de acesso. A segunda parte será um laboratório de aceleração de curta duração, onde vamos identificar e trabalhar com empreendedores nesse campo que já tenham um protótipo, uma ideia, e isso será um modelo de inovação social aberto. Queremos saber quais as necessidades da comunidade, não vamos dizer que temos solução. A ideia claramente é mover essa discussão de usar mobilidade inteligente e as lições que estamos aprendendo para impactar a mobilidade social. Quanto vai ser investido no programa? Não estamos falando de números. Mas o valor do projeto não está no dinheiro investido, mas nos resultados alcançados. Mobilidade no Brasil inclui meio urbano, rural e pluvial. Há um foco para o programa? Essa variedade está sendo considerada? Mesmo que sejam diferentes, há uma parte em comum. Para nós, mobilidade é qualidade de vida e é disso que esses projetos vão tratar. Não queremos 20 projetos baseados em São Paulo e não sabemos qual é a resposta [para o problema da mobilidade]. Não estamos colocando nenhum predeterminante, vamos deixar o mercado de empreendedorismo social determinar as soluções. Esperamos ter uma mistura de projetos que identifica esses diferentes cenários. Não é contraditório a Ford investir em mobilidade, o que pode, no fim, diminuir a necessidade de as pessoas terem carros? Primeiramente, nosso objetivo é tornar a vida das pessoas melhor. Algumas dessas soluções talvez sejam para pessoas que não podem comprar nosso produto. Precisamos de uma abordagem holística para solucionar alguns desses problemas. Se não fizermos isso, será mais difícil continuarmos a fabricar esses produtos. É preciso lembrar também que nosso negócio está mudando. Não somos mais uma empresa que vende carros, mas que fornece soluções de mobilidade. E essa pergunta nos é feita o tempo todo, principalmente internamente. Como vocês lidam com mudanças tão profundas e rápidas, somadas ao impacto social? É um assunto complicado, sem dúvidas. Nos perguntamos se estamos indo rápido o suficiente, rápido demais ou na direção certa. Isso é jogar um xadrez tridimensional. Há as mudanças na indústria, na sociedade e na política. Mas é preciso lidar com isso coletivamente. Reconhecemos que não temos todas as soluções, algo que não poderia ser visto na Ford dez anos atrás. O mundo está mudando, há muitas oportunidades e desafios, mas é preciso começar em algum lugar. Sei que não vamos encontrar todas as soluções de uma vez.
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Trama sobre o Dia das Mães é superficial e repleta de clichês
Especialista em histórias açucaradas, o octogenário Garry Marshall ataca novamente, agora com este melodrama sob medida para o Dia das Mães, no qual reencontra pela quarta vez Julia Roberts, que lançou ao estrelato em "Uma Linda Mulher" (1990). O filme gira em torno de quatro famílias. Sandy (Jennifer Aniston) não aceita que o ex-marido esteja agora com uma mulher bem mais jovem e teme que esta ocupe seu lugar no coração dos dois filhos. Duas de suas amigas, as irmãs Jesse (Kate Hudson) e Gabi (Sarah Chalke), decidem viver longe dos pais, grosseiros e racistas, pois suas escolhas familiares os desagradam. Vizinha das irmãs, a adolescente Kristin (Britt Robertson) acaba de ter uma filha. Mas vive angustiada: quer encontrar a mãe biológica e saber por que foi abandonada. Bradley (Jason Sudeikis) é viúvo de uma militar e desempenha o papel de mãe das filhas de 10 e 16 anos. Assim como acontece com Kristin, para Bradley o Dia das Mães desperta dolorosas lembranças. Pequenas catástrofes e quiproquós rocambolescos acontecem com esses núcleos familiares um pouco antes do Dia das Mães, quando tudo se resolve como por magia. Nessa apologia da família, Miranda (Roberts) é um estranho no ninho. Estrela de um canal de televendas e escritora de sucesso, ela é o estereótipo da mulher bem-sucedida que privilegiou a carreira em detrimento da maternidade. Mas no fundo ela guarda uma frustração. Figura insossa, ela parece perdida no meio de tantas mães devotadas. Cheio de lugares-comuns e de sentimentalismo, "O Maior Amor do Mundo" é movimentado: as tramas se multiplicam, a narração pula sem parar, mas isso não é suficiente para esconder sua prodigiosa superficialidade. O MAIOR AMOR DO MUNDO (Mother's Day) DIREÇÃO: Garry Marshall ELENCO: Julia Roberts, Jennifer Aniston, Kate Hudson PRODUÇÃO: EUA, 2016, 12 anos QUANDO: em cartaz
ilustrada
Trama sobre o Dia das Mães é superficial e repleta de clichêsEspecialista em histórias açucaradas, o octogenário Garry Marshall ataca novamente, agora com este melodrama sob medida para o Dia das Mães, no qual reencontra pela quarta vez Julia Roberts, que lançou ao estrelato em "Uma Linda Mulher" (1990). O filme gira em torno de quatro famílias. Sandy (Jennifer Aniston) não aceita que o ex-marido esteja agora com uma mulher bem mais jovem e teme que esta ocupe seu lugar no coração dos dois filhos. Duas de suas amigas, as irmãs Jesse (Kate Hudson) e Gabi (Sarah Chalke), decidem viver longe dos pais, grosseiros e racistas, pois suas escolhas familiares os desagradam. Vizinha das irmãs, a adolescente Kristin (Britt Robertson) acaba de ter uma filha. Mas vive angustiada: quer encontrar a mãe biológica e saber por que foi abandonada. Bradley (Jason Sudeikis) é viúvo de uma militar e desempenha o papel de mãe das filhas de 10 e 16 anos. Assim como acontece com Kristin, para Bradley o Dia das Mães desperta dolorosas lembranças. Pequenas catástrofes e quiproquós rocambolescos acontecem com esses núcleos familiares um pouco antes do Dia das Mães, quando tudo se resolve como por magia. Nessa apologia da família, Miranda (Roberts) é um estranho no ninho. Estrela de um canal de televendas e escritora de sucesso, ela é o estereótipo da mulher bem-sucedida que privilegiou a carreira em detrimento da maternidade. Mas no fundo ela guarda uma frustração. Figura insossa, ela parece perdida no meio de tantas mães devotadas. Cheio de lugares-comuns e de sentimentalismo, "O Maior Amor do Mundo" é movimentado: as tramas se multiplicam, a narração pula sem parar, mas isso não é suficiente para esconder sua prodigiosa superficialidade. O MAIOR AMOR DO MUNDO (Mother's Day) DIREÇÃO: Garry Marshall ELENCO: Julia Roberts, Jennifer Aniston, Kate Hudson PRODUÇÃO: EUA, 2016, 12 anos QUANDO: em cartaz
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Trufas ganham destaque em nova casa nos Jardins
DANIELLE NAGASE DE SÃO PAULO Em fins de dezembro, a Tartuferia San Paolo abriu as portas com uma proposta diferente: ser um local de trufas na cidade. Isso mesmo. Misto de café, empório e rotisseria, ela não destaca um tipo de cozinha tampouco um prato ou uma bebida. As estrelas ali são as trufas, brancas e negras, importadas da região da Úmbria, na Itália. Tudo o que é oferecido na casa (exceto as bebidas) tem um quê desse produto —fresco quando na época ou em conserva. O pão de queijo, por exemplo, vem recheado com requeijão de corte com nacos de trufas negras (R$ 10). A doçura moderada do sorvete de mascarpone (R$ 24) fica por conta de um mel trufado. Além dos salgados e lanches rápidos, há diariamente três opções de pratos, que são as sugestões do chef (R$ 68). Chance de provar o atum selado com redução de balsâmico e trufas, o linguine à carbonara com queijo pecorino trufado ou o filé-mignon com purê rústico, que chega à mesa com uma generosa fatia de manteiga com trufas. Para quem gosta de cozinhar, é possível levar para casa produtinhos como azeite, vinagre balsâmico, massas secas, molhos e geleias. Tudo trufado, claro. Alameda Lorena, 1.906, Jardim Paulista. tel. 3831-8072. Seg. a qui.: 10h às 23h. Sex. e sáb.: 10h à 0h. Dom.: das 10h às 18h.
saopaulo
Trufas ganham destaque em nova casa nos JardinsDANIELLE NAGASE DE SÃO PAULO Em fins de dezembro, a Tartuferia San Paolo abriu as portas com uma proposta diferente: ser um local de trufas na cidade. Isso mesmo. Misto de café, empório e rotisseria, ela não destaca um tipo de cozinha tampouco um prato ou uma bebida. As estrelas ali são as trufas, brancas e negras, importadas da região da Úmbria, na Itália. Tudo o que é oferecido na casa (exceto as bebidas) tem um quê desse produto —fresco quando na época ou em conserva. O pão de queijo, por exemplo, vem recheado com requeijão de corte com nacos de trufas negras (R$ 10). A doçura moderada do sorvete de mascarpone (R$ 24) fica por conta de um mel trufado. Além dos salgados e lanches rápidos, há diariamente três opções de pratos, que são as sugestões do chef (R$ 68). Chance de provar o atum selado com redução de balsâmico e trufas, o linguine à carbonara com queijo pecorino trufado ou o filé-mignon com purê rústico, que chega à mesa com uma generosa fatia de manteiga com trufas. Para quem gosta de cozinhar, é possível levar para casa produtinhos como azeite, vinagre balsâmico, massas secas, molhos e geleias. Tudo trufado, claro. Alameda Lorena, 1.906, Jardim Paulista. tel. 3831-8072. Seg. a qui.: 10h às 23h. Sex. e sáb.: 10h à 0h. Dom.: das 10h às 18h.
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Leitor faz lista de desejos inspirados em artigos publicados na Folha
Desejos para 2015 (lista inspirada em artigos publicados na Folha de São Paulo entre os dias 22 e 27/12/14) 1 - Que não deixemos de ousar por medo da frustração. (Lygia da Veiga Pereira) 2 - Que os países encontrem "um novo caminho de fraternidade e reconciliação." (Papa Francisco). 3 - Que saibamos perceber e responder com o coração a necessidade de ternura no mundo. (Papa Francisco). 4 - Que políticos e economistas entendam que a economia "não é –e tampouco deve ser– único vetor da diplomacia." (Marcos Troijo) 5 - Que a burocracia, salutar na essência, sirva mais à clientela do que a si mesma. (Mario Sergio Conti) 6 - Que o sentido atual de politicamente correto –"...o domínio de uma única maneira de pensar, a 'correta', com o patrulhamento de qualquer desvio, de qualquer diferença...", dê lugar à possibilidade de debate com o acolhimento das diferenças. (Francisco Daudt, em Politicamente correto) 7 - Que o foco da assistência vá além de ajudar a sobreviver; que também possibilite prosperar. (Gary Darmistadt e Karlee Silver). 8 - "...Que a vida dos mais novos não seja tomada [por nós] como uma carreira... Eles constituirão isso quando chegar a hora." Que entendamos de uma vez por todas que "antes disso, eles precisam de nossa companhia para aprender a conviver, a colaborar e a desenvolver algumas virtudes." (Rosely Saião) 9 - Que a mobilidade urbana seja vista como uma questão de qualidade de vida e receba os investimentos necessários à sua resolução. (Leão serva) 10 - Que nossos olhares se ampliem para além das selfies. (Eu)
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Leitor faz lista de desejos inspirados em artigos publicados na FolhaDesejos para 2015 (lista inspirada em artigos publicados na Folha de São Paulo entre os dias 22 e 27/12/14) 1 - Que não deixemos de ousar por medo da frustração. (Lygia da Veiga Pereira) 2 - Que os países encontrem "um novo caminho de fraternidade e reconciliação." (Papa Francisco). 3 - Que saibamos perceber e responder com o coração a necessidade de ternura no mundo. (Papa Francisco). 4 - Que políticos e economistas entendam que a economia "não é –e tampouco deve ser– único vetor da diplomacia." (Marcos Troijo) 5 - Que a burocracia, salutar na essência, sirva mais à clientela do que a si mesma. (Mario Sergio Conti) 6 - Que o sentido atual de politicamente correto –"...o domínio de uma única maneira de pensar, a 'correta', com o patrulhamento de qualquer desvio, de qualquer diferença...", dê lugar à possibilidade de debate com o acolhimento das diferenças. (Francisco Daudt, em Politicamente correto) 7 - Que o foco da assistência vá além de ajudar a sobreviver; que também possibilite prosperar. (Gary Darmistadt e Karlee Silver). 8 - "...Que a vida dos mais novos não seja tomada [por nós] como uma carreira... Eles constituirão isso quando chegar a hora." Que entendamos de uma vez por todas que "antes disso, eles precisam de nossa companhia para aprender a conviver, a colaborar e a desenvolver algumas virtudes." (Rosely Saião) 9 - Que a mobilidade urbana seja vista como uma questão de qualidade de vida e receba os investimentos necessários à sua resolução. (Leão serva) 10 - Que nossos olhares se ampliem para além das selfies. (Eu)
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Caminho da arquitetura se une ao da sustentabilidade
VERÔNICA FRAIDENRAICH COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Pesquisas sobre matéria-prima e análise de dados que ajudam a desperdiçar menos e a criar espaços melhores para as pessoas. Esses são alguns dos fatores que vêm provocando uma mudança de cultura e de práticas na arquitetura. "Ao escolher um material, analisamos a sua origem, como ele foi fabricado e até se incentivou o desenvolvimento local", diz Carol Bueno, 41, uma das sócias do escritório franco-brasileiro Triptyque, referência em experimentações. No Studio Arthur Casas, conhecido por projetar grandes residências e estabelecimentos comerciais, uma equipe também dedica parte de seu tempo à pesquisa de materiais. "Acompanhar sites e publicações de tecnologia, resgatar métodos e materiais de construção antigos e avaliar a combinação desses com produtos tecnológicos fazem parte das nossas atividades", explica Rodrigo Carvalho, 34, coordenador de projetos. "O conceito de sustentabilidade veio para ficar e é irreversível", afirma o arquiteto Arthur Casas, 55. O uso cada vez mais frequente da plataforma BIM (Building Information Modeling), ou Modelagem da Informação da Construção, em português, também causa transformações. O BIM soma ao projeto dados sobre consumo energético, quantidade de materiais, interferências externas e muitos outros que podem tornar a obra final mais sustentável, rápida e barata. "O BIM permite errar menos ao fornecer informações mais precisas e detalhadas da construção", explica o arquiteto João Gaspar, 39, diretor do TI Lab, centro de treinamento que oferece cursos sobre o programa. Ele conta que viu na área uma oportunidade de negócio. "Temas relacionados ao 3D, como renderização, BIM e fabricação digital estão na ordem do dia e fazem parte do currículo das faculdades mais avançadas do mundo mas, no Brasil, nem todas as instituições tratam do tema." O professor Marcos de Oliveira, coordenador do curso de arquitetura da Faap (Fundação Armando Álvares Penteado) lembra que o BIM ganhou ênfase quando algumas licitações de obras públicas passaram a exigir o uso do modelo, há cerca de quatro anos, mas reforça que o papel do arquiteto vai muito além da plataforma. "A premissa do arquiteto é pensar em que tipo de cidade vamos ter para sustentar o crescimento da população, vivendo com saúde e qualidade de vida", afirma Oliveira. Conhecimentos em mobilidade, drenagem urbana, habitação e ambiente ajudam a ter uma noção geral da cidade e são necessários ao trabalho do arquiteto, completa o coordenador. ARQUITETURA ONDE ESTUDAR Centro Universitário Belas Artes, Escola da Cidade, Mackenzie, PUC-Campinas, Unicamp e USP DURAÇÃO DO CURSO 5 anos O QUE FAZ Projeta e organiza espaços internos e externos, como áreas verdes, residências e comércios. Coordena construções e reformas de prédios. Supervisiona equipes de trabalho, realiza estudos de viabilidade técnica e econômica, vistorias, perícias e emite laudos. Profissionais que usam o sistema BIM lidam com configurações de computadores e de rede e softwares como o ARCHICAD, Revit, SketchUp, AECOsim ou Vectorworks SALÁRIO INICIAL R$ 3.000 a R$ 5.000 PERFIL DESEJADO PELAS EMPRESAS Familiaridade com softwares como o BIM, de criação de modelos virtuais de construções, além de lógica de programação. Também são valorizados conhecimentos em mobilidade urbana e impacto ambiental e facilidade para trabalhar em equipe ONDE HÁ VAGAS Escritórios de arquitetura e engenharia, instituições de pesquisa, órgãos do setor público, construtoras e incorporadoras que implantaram sistemas de trabalho baseados em BIM VISÃO DE QUEM FAZ "Criatividade, observação e informação são premissas básicas para o arquiteto. Percebo os jovens profissionais mais comprometidos com o ambiente. Deixar um legado, uma marca, que era o que perseguia a minha geração, pode ter se tornado secundário", Arthur Casas, 55, arquiteto
sobretudo
Caminho da arquitetura se une ao da sustentabilidade VERÔNICA FRAIDENRAICH COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Pesquisas sobre matéria-prima e análise de dados que ajudam a desperdiçar menos e a criar espaços melhores para as pessoas. Esses são alguns dos fatores que vêm provocando uma mudança de cultura e de práticas na arquitetura. "Ao escolher um material, analisamos a sua origem, como ele foi fabricado e até se incentivou o desenvolvimento local", diz Carol Bueno, 41, uma das sócias do escritório franco-brasileiro Triptyque, referência em experimentações. No Studio Arthur Casas, conhecido por projetar grandes residências e estabelecimentos comerciais, uma equipe também dedica parte de seu tempo à pesquisa de materiais. "Acompanhar sites e publicações de tecnologia, resgatar métodos e materiais de construção antigos e avaliar a combinação desses com produtos tecnológicos fazem parte das nossas atividades", explica Rodrigo Carvalho, 34, coordenador de projetos. "O conceito de sustentabilidade veio para ficar e é irreversível", afirma o arquiteto Arthur Casas, 55. O uso cada vez mais frequente da plataforma BIM (Building Information Modeling), ou Modelagem da Informação da Construção, em português, também causa transformações. O BIM soma ao projeto dados sobre consumo energético, quantidade de materiais, interferências externas e muitos outros que podem tornar a obra final mais sustentável, rápida e barata. "O BIM permite errar menos ao fornecer informações mais precisas e detalhadas da construção", explica o arquiteto João Gaspar, 39, diretor do TI Lab, centro de treinamento que oferece cursos sobre o programa. Ele conta que viu na área uma oportunidade de negócio. "Temas relacionados ao 3D, como renderização, BIM e fabricação digital estão na ordem do dia e fazem parte do currículo das faculdades mais avançadas do mundo mas, no Brasil, nem todas as instituições tratam do tema." O professor Marcos de Oliveira, coordenador do curso de arquitetura da Faap (Fundação Armando Álvares Penteado) lembra que o BIM ganhou ênfase quando algumas licitações de obras públicas passaram a exigir o uso do modelo, há cerca de quatro anos, mas reforça que o papel do arquiteto vai muito além da plataforma. "A premissa do arquiteto é pensar em que tipo de cidade vamos ter para sustentar o crescimento da população, vivendo com saúde e qualidade de vida", afirma Oliveira. Conhecimentos em mobilidade, drenagem urbana, habitação e ambiente ajudam a ter uma noção geral da cidade e são necessários ao trabalho do arquiteto, completa o coordenador. ARQUITETURA ONDE ESTUDAR Centro Universitário Belas Artes, Escola da Cidade, Mackenzie, PUC-Campinas, Unicamp e USP DURAÇÃO DO CURSO 5 anos O QUE FAZ Projeta e organiza espaços internos e externos, como áreas verdes, residências e comércios. Coordena construções e reformas de prédios. Supervisiona equipes de trabalho, realiza estudos de viabilidade técnica e econômica, vistorias, perícias e emite laudos. Profissionais que usam o sistema BIM lidam com configurações de computadores e de rede e softwares como o ARCHICAD, Revit, SketchUp, AECOsim ou Vectorworks SALÁRIO INICIAL R$ 3.000 a R$ 5.000 PERFIL DESEJADO PELAS EMPRESAS Familiaridade com softwares como o BIM, de criação de modelos virtuais de construções, além de lógica de programação. Também são valorizados conhecimentos em mobilidade urbana e impacto ambiental e facilidade para trabalhar em equipe ONDE HÁ VAGAS Escritórios de arquitetura e engenharia, instituições de pesquisa, órgãos do setor público, construtoras e incorporadoras que implantaram sistemas de trabalho baseados em BIM VISÃO DE QUEM FAZ "Criatividade, observação e informação são premissas básicas para o arquiteto. Percebo os jovens profissionais mais comprometidos com o ambiente. Deixar um legado, uma marca, que era o que perseguia a minha geração, pode ter se tornado secundário", Arthur Casas, 55, arquiteto
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Morre aos 74, em Nashville, nos EUA, o músico de rock Leon Russell
Morreu em Nashville, nos Estados Unidos, neste sábado, aos 74, o músico Leon Russell, famoso por sua extensa carreira no rock e na música country. Sua morte foi confirmada por sua mulher em comunicado enviado à imprensa. Ele havia passado por uma cirurgia no coração em julho e ainda se recuperava da operação. Russell foi pianista em uma série de sucessos da música ao longo dos anos 1960, tendo tocado em bandas como The Beach Boys, California Girls e Jan and Dean's Surf City. Mais tarde, tocaria com Bob Dylan e Elton John, com quem lançou o álbum "The Union", além de Frank Sinatra, Joe Cocker, Tina Turner e Willie Nelson. Os Beatles George Harrison, John Lennon e Ringo Starr tocaram em seu primeiro disco solo, "Leon Russell" (1970). Como compositor, assinou canções como "A Song for You", "Delta Lady", famosa na voz de Joe Cocker, e "Hummingbird".
ilustrada
Morre aos 74, em Nashville, nos EUA, o músico de rock Leon RussellMorreu em Nashville, nos Estados Unidos, neste sábado, aos 74, o músico Leon Russell, famoso por sua extensa carreira no rock e na música country. Sua morte foi confirmada por sua mulher em comunicado enviado à imprensa. Ele havia passado por uma cirurgia no coração em julho e ainda se recuperava da operação. Russell foi pianista em uma série de sucessos da música ao longo dos anos 1960, tendo tocado em bandas como The Beach Boys, California Girls e Jan and Dean's Surf City. Mais tarde, tocaria com Bob Dylan e Elton John, com quem lançou o álbum "The Union", além de Frank Sinatra, Joe Cocker, Tina Turner e Willie Nelson. Os Beatles George Harrison, John Lennon e Ringo Starr tocaram em seu primeiro disco solo, "Leon Russell" (1970). Como compositor, assinou canções como "A Song for You", "Delta Lady", famosa na voz de Joe Cocker, e "Hummingbird".
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Coworking conquista adeptos por aumentar chance de parcerias
JULLIANE SILVEIRA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Decidir montar escritório e, no dia seguinte, já ter móveis, equipamentos e até colegas. Essa é uma das razões que levam profissionais a alugar uma cadeira num coworking, escritório compartilhado cada vez mais comum. Dos 378 espaços desse tipo no país, 140 foram abertos nos últimos 12 meses, segundo pesquisa do portal Coworking Brasil. "Há um crescimento intenso de oferta desses locais", diz Fernando Aguirre, fundador do portal. Além da comodidade e do custo mais baixo que o de um escritório próprio, outro fator impulsiona o crescimento da modalidade: o networking. "Tenho dificuldade de entender por que alguém ainda prefere se isolar num escritório", diz Sérgio Serapião, 42. O empreendedor social fechou a sede de sua empresa há quatro anos para trabalhar em um coworking com o sócio. Hoje, aluga quatro estações de trabalho e criou uma rede de parceiros para execução dos projetos. Serapião conquistou clientes e fez parcerias com pessoas que conheceu no ambiente de trabalho. "Ocorrem encontros ótimos, que podem se tornar um negócio, um cliente ou uma amizade." Ou até um sócio, como ocorreu com o publicitário Bruno Moretti, 34. Depois de oito meses em um coworking, decidiu abrir uma agência de gerenciamento de marcas com o gestor de projetos que trabalhava na mesa ao lado. Os primeiros clientes também estavam no escritório compartilhado, onde a nova agência funcionou por mais um ano e três meses. "Descobrimos como é trabalhar de forma colaborativa", diz Moretti. Hoje, a empresa está num escritório próprio, mas os sócios ainda frequentam dois serviços de coworking para palestras e eventos. Assim, mantêm a rede de relacionamentos. A locação de uma estação de trabalho custa R$ 800 por mês, em média. O serviço de endereço comercial e atendimento telefônico têm preço médio de R$ 200, e a locação de sala de reuniões gira em torno de R$ 50 por hora. A GoWork, que tem oito estações de coworking na cidade de São Paulo, cobra cerca de R$ 11 mil por ano por uma mesa de trabalho. JUNTO OU MISTURADO - Prós e contras de trabalhar dentro de casa ou em um espaço compartilhado A empresa fez um levantamento de custos em escritório particular na capital paulista e chegou ao valor médio de R$ 17,4 mil anuais por cadeira, levando em conta gastos com manutenção. "Estar em um coworking possibilita conexões que seriam mais difíceis de criar de outras formas, permite troca de ideias, relações afetivas e, no final das contas, negócios", avalia Gilberto Safarti, professor da Escola de Administração de Empresas de Fundação Getulio Vargas. EM CASA Já quem não faz questão de criar conexões, quer reduzir gastos ao mínimo ou trabalha com informações sigilosas, pode fazer home office e alugar serviços específicos de endereço comercial e salas de reuniões em coworkings quando necessário. Foi a opção da consultora financeira Natália Amaral, 30, que decidiu conter gastos após um ano em um escritório compartilhado. Agora, trabalha em casa e vai ao local apenas para reuniões. "Consegui clientes e até meu contador lá", conta. "Trabalho em casa para me reorganizar", afirma. Mesmo quem precisa de privacidade pode estar em coworking, nas salas fechadas, diz Jorge Pacheco, fundador da Plug. A locação de ambientes privativos é tendência nesse mercado: hoje há 840 salas privadas no Brasil, contra 122 em 2015.
sobretudo
Coworking conquista adeptos por aumentar chance de parcerias JULLIANE SILVEIRA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Decidir montar escritório e, no dia seguinte, já ter móveis, equipamentos e até colegas. Essa é uma das razões que levam profissionais a alugar uma cadeira num coworking, escritório compartilhado cada vez mais comum. Dos 378 espaços desse tipo no país, 140 foram abertos nos últimos 12 meses, segundo pesquisa do portal Coworking Brasil. "Há um crescimento intenso de oferta desses locais", diz Fernando Aguirre, fundador do portal. Além da comodidade e do custo mais baixo que o de um escritório próprio, outro fator impulsiona o crescimento da modalidade: o networking. "Tenho dificuldade de entender por que alguém ainda prefere se isolar num escritório", diz Sérgio Serapião, 42. O empreendedor social fechou a sede de sua empresa há quatro anos para trabalhar em um coworking com o sócio. Hoje, aluga quatro estações de trabalho e criou uma rede de parceiros para execução dos projetos. Serapião conquistou clientes e fez parcerias com pessoas que conheceu no ambiente de trabalho. "Ocorrem encontros ótimos, que podem se tornar um negócio, um cliente ou uma amizade." Ou até um sócio, como ocorreu com o publicitário Bruno Moretti, 34. Depois de oito meses em um coworking, decidiu abrir uma agência de gerenciamento de marcas com o gestor de projetos que trabalhava na mesa ao lado. Os primeiros clientes também estavam no escritório compartilhado, onde a nova agência funcionou por mais um ano e três meses. "Descobrimos como é trabalhar de forma colaborativa", diz Moretti. Hoje, a empresa está num escritório próprio, mas os sócios ainda frequentam dois serviços de coworking para palestras e eventos. Assim, mantêm a rede de relacionamentos. A locação de uma estação de trabalho custa R$ 800 por mês, em média. O serviço de endereço comercial e atendimento telefônico têm preço médio de R$ 200, e a locação de sala de reuniões gira em torno de R$ 50 por hora. A GoWork, que tem oito estações de coworking na cidade de São Paulo, cobra cerca de R$ 11 mil por ano por uma mesa de trabalho. JUNTO OU MISTURADO - Prós e contras de trabalhar dentro de casa ou em um espaço compartilhado A empresa fez um levantamento de custos em escritório particular na capital paulista e chegou ao valor médio de R$ 17,4 mil anuais por cadeira, levando em conta gastos com manutenção. "Estar em um coworking possibilita conexões que seriam mais difíceis de criar de outras formas, permite troca de ideias, relações afetivas e, no final das contas, negócios", avalia Gilberto Safarti, professor da Escola de Administração de Empresas de Fundação Getulio Vargas. EM CASA Já quem não faz questão de criar conexões, quer reduzir gastos ao mínimo ou trabalha com informações sigilosas, pode fazer home office e alugar serviços específicos de endereço comercial e salas de reuniões em coworkings quando necessário. Foi a opção da consultora financeira Natália Amaral, 30, que decidiu conter gastos após um ano em um escritório compartilhado. Agora, trabalha em casa e vai ao local apenas para reuniões. "Consegui clientes e até meu contador lá", conta. "Trabalho em casa para me reorganizar", afirma. Mesmo quem precisa de privacidade pode estar em coworking, nas salas fechadas, diz Jorge Pacheco, fundador da Plug. A locação de ambientes privativos é tendência nesse mercado: hoje há 840 salas privadas no Brasil, contra 122 em 2015.
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Organizações sociais e multinacional se unem para ampliar acesso à água
Em uma realidade em que distâncias se medem por horas de barco, a iniciativa Água+Acesso reúne uma multinacional e organizações sociais para recolher boas ideias que levem água para comunidades da região Norte onde, contraditoriamente, o bem para consumo humano é escasso. No edital, o primeiro na plataforma Movimento Coletivo, R$ 600 mil serão destinados a soluções para os nove desafios elaborados –que vão desde energia para bombeamento até alta concentração de ferro e manganês. Os projetos devem melhorar acesso a água, tanto no Norte como no Nordeste do país. Os principais entraves incluem criação de tecnologias mais baratas para perfuração de poços, tratamento de água e geração de energia com fontes renováveis, explica Pedro Massa, diretor de Valor Compartilhado da Coca-Cola, empresa que encabeça a aliança. Para identificá-los, a multinacional fez um mapeamento dessas áreas, onde 35 milhões de pessoas não têm acesso à água, junto com organizações sociais que já trabalham nas regiões Norte e Nordeste. Uma dessas instituições é o Projeto Saúde e Alegria, fundado em 1985 pelo médico Eugênio Scannavino Neto para estimular a cidadania e apoiar o desenvolvimento comunitário sustentável na Amazônia paraense. "Trabalhamos com água há muitos anos. A primeira cisterna foi instalada há 25 anos", conta Davide Pompermaier, coordenador da área que cuida do acesso à água. "Levamos água e infraestrutura a unidades de conservação e comunidades ribeirinhas isoladas, onde o poder público não chega." Por esse conhecimento, o Saúde e Alegria integra a força-tarefa como uma das organizações que farão o meio de campo entre as soluções propostas e as comunidades locais. PARCERIA A aliança que gerencia o programa inclui, ainda, Instituto Coca-Cola Brasil, Banco do Nordeste, WTT (World Transforming Technologies), Fundação Avina, Fundação Amazonas Sustentável, SISAR e Instituto Trata Brasil. A ideia de unir as forças, segundo Rodrigo Brito, coordenador do programa no Instituto Coca-Cola Brasil e integrante da Rede Folha de Empreendedores Socioambientais, vem da grandeza do desafio de solucionar o acesso à água potável. "50% das soluções para o acesso à água na América Latina fracassam e viram elefantes brancos", diz. "Decidimos nos unir a quem já faz bem e há muito tempo." Ideia que vai ao encontro do que afirma Pedro Massa. "Não vai ser a iniciativa de uma ou outra empresa que vai solucionar. O que vai resolver é uma aliança." O programa, inicialmente direcionado às regiões Norte e Nordeste pela alta demanda, deve ser expandido, segundo o diretor da Coca-Cola. "Vamos investir em soluções mais propositivas para implementar no campo, nos territórios de atuação dos parceiros", explica. "Depois de testadas, vamos escalando para outros territórios." Para Brito, outro ponto importante da iniciativa é a sua sustentabilidade. "O programa deve oferecer um menu de soluções em modelos autossustentáveis para as comunidades", afirma. "A perspectiva é que essa aliança, daqui a cinco, dez anos, não dependa da Coca-Cola." As inscrições de projetos no edital Água+Acesso podem ser feitas pelo site até 7 de julho. As iniciativas selecionadas serão anunciadas em 4 de agosto, e a implementação dos pilotos deve começar em 5 de agosto.
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Organizações sociais e multinacional se unem para ampliar acesso à águaEm uma realidade em que distâncias se medem por horas de barco, a iniciativa Água+Acesso reúne uma multinacional e organizações sociais para recolher boas ideias que levem água para comunidades da região Norte onde, contraditoriamente, o bem para consumo humano é escasso. No edital, o primeiro na plataforma Movimento Coletivo, R$ 600 mil serão destinados a soluções para os nove desafios elaborados –que vão desde energia para bombeamento até alta concentração de ferro e manganês. Os projetos devem melhorar acesso a água, tanto no Norte como no Nordeste do país. Os principais entraves incluem criação de tecnologias mais baratas para perfuração de poços, tratamento de água e geração de energia com fontes renováveis, explica Pedro Massa, diretor de Valor Compartilhado da Coca-Cola, empresa que encabeça a aliança. Para identificá-los, a multinacional fez um mapeamento dessas áreas, onde 35 milhões de pessoas não têm acesso à água, junto com organizações sociais que já trabalham nas regiões Norte e Nordeste. Uma dessas instituições é o Projeto Saúde e Alegria, fundado em 1985 pelo médico Eugênio Scannavino Neto para estimular a cidadania e apoiar o desenvolvimento comunitário sustentável na Amazônia paraense. "Trabalhamos com água há muitos anos. A primeira cisterna foi instalada há 25 anos", conta Davide Pompermaier, coordenador da área que cuida do acesso à água. "Levamos água e infraestrutura a unidades de conservação e comunidades ribeirinhas isoladas, onde o poder público não chega." Por esse conhecimento, o Saúde e Alegria integra a força-tarefa como uma das organizações que farão o meio de campo entre as soluções propostas e as comunidades locais. PARCERIA A aliança que gerencia o programa inclui, ainda, Instituto Coca-Cola Brasil, Banco do Nordeste, WTT (World Transforming Technologies), Fundação Avina, Fundação Amazonas Sustentável, SISAR e Instituto Trata Brasil. A ideia de unir as forças, segundo Rodrigo Brito, coordenador do programa no Instituto Coca-Cola Brasil e integrante da Rede Folha de Empreendedores Socioambientais, vem da grandeza do desafio de solucionar o acesso à água potável. "50% das soluções para o acesso à água na América Latina fracassam e viram elefantes brancos", diz. "Decidimos nos unir a quem já faz bem e há muito tempo." Ideia que vai ao encontro do que afirma Pedro Massa. "Não vai ser a iniciativa de uma ou outra empresa que vai solucionar. O que vai resolver é uma aliança." O programa, inicialmente direcionado às regiões Norte e Nordeste pela alta demanda, deve ser expandido, segundo o diretor da Coca-Cola. "Vamos investir em soluções mais propositivas para implementar no campo, nos territórios de atuação dos parceiros", explica. "Depois de testadas, vamos escalando para outros territórios." Para Brito, outro ponto importante da iniciativa é a sua sustentabilidade. "O programa deve oferecer um menu de soluções em modelos autossustentáveis para as comunidades", afirma. "A perspectiva é que essa aliança, daqui a cinco, dez anos, não dependa da Coca-Cola." As inscrições de projetos no edital Água+Acesso podem ser feitas pelo site até 7 de julho. As iniciativas selecionadas serão anunciadas em 4 de agosto, e a implementação dos pilotos deve começar em 5 de agosto.
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Veto a comida sem carne de porco em escolas gera polêmica na França
A decisão de alguns prefeitos da direita francesa de acabar com as refeições sem carne de porco nas cantinas das escolas, que eram oferecidas aos alunos muçulmanos e judeus, está provocando polêmica no país. A controvérsia começou quando Gilles Platret, prefeito de Châlon-sur-Saône, do partido Os Republicanos (novo partido do ex-presidente Nicolas Sarkozy, ex-UMP), anunciou um cardápio único para todos os alunos, sem distinções, a partir de setembro, quando começa o ano letivo na França. Eleito em 2014, Platret decidiu pôr fim neste ano a uma prática em vigor desde 1984: os pais dos alunos de Châlon-sur-Saône recebiam um formulário da prefeitura que permitia escolher se eles desejavam ou não refeições sem carne de porco para seus filhos. Para o prefeito, propor um cardápio alternativo sem carne de porco equivale a fornecer um serviço público particular em função da religião, o que desrespeita, em sua avaliação, o princípio da laicidade do Estado francês, determinado por uma lei de 1905. "A prefeitura não deve diferenciar a oferta de seus serviços em funções de considerações que são da esfera privada", alegou Platret para impor um cardápio único nas cantinas escolares da cidade. FRATURAS DA SOCIEDADE Pais de alunos se disseram indignados com a decisão. A oposição municipal também contestou a medida, que acabou criando debates em todo o país. O prefeito ganhou o apoio de Sarkozy, líder de seu partido. "Quem deseja que seus filhos tenham hábitos alimentares religiosos devem procurar escolas privadas religiosas", disse ele. A medida criou divisões na própria legenda. Políticos do Os Republicanos lamentaram a discussão "inútil", que amplia as "fraturas" da sociedade francesa. A Liga de Defesa Judiciária dos Muçulmanos tentou um recurso contra a prefeitura de Chalon-sur-Saône, a primeira a suprimir o cardápio alternativo, alegando "desrespeito ao direito da liberdade de culto" das crianças. A decisão do tribunal administrativo de Dijon sobre o mérito do caso deve ser anunciada em novembro. Mas a Justiça francesa tem sempre dado ganho de causa às prefeituras que decidem suprimir o cardápio alternativo, considerando que isso não é contrário à liberdade religiosa. Para a ministra da Educação, a socialista Najat Vallaud-Belkacem, a medida acaba impedindo o acesso de alguns alunos à merenda escolar. O prefeito de Perpignan, Jean-Marc Pujol, do partido Os Republicanos, também suprimiu das cantinas escolares da cidade do sul da França os chamados "cardápios de substituição" (alternativos) para crianças que não podem comer carne de porco por motivos religiosos. "É para lutar contra o desperdício alimentar. Inúmeros pais desaconselham os filhos a comer qualquer tipo de carne que não seja halal (termo árabe que significa 'permitido pela lei islâmica'). Jogamos fora 300 quilos de carne por semana", afirma Pujol. LIBERDADE DE ESCOLHA Para preservar a "liberdade de escolha", o prefeito de Perpignan instituiu um cardápio totalmente vegetariano. Com o objetivo de evitar polêmicas ligadas a questões religiosas, outras cidades estão criando opções sem carne, como é o caso de Toulouse e Pau. Em Chilly-Mazarin, nos arredores de Paris, o prefeito Jean-Paul Beneytou, de Os Republicanos, também pôs fim ao cardápio alternativo e decidiu que as cantinas escolares devem servir a carne e os legumes separadamente, o que permite aos alunos fazer uma refeição vegetariana. A grande maioria das escolas e colégios do país oferece um menu alternativo às refeições com carne de porco. Mas nada impede um prefeito de estabelecer apenas um tipo de prato para todos. Segundo uma circular do Ministério do Interior, as cantinas escolares são um serviço público facultativo. Os alunos não são obrigados a frequentá-las, e não existem imposições legais em relação aos cardápios servidos. A única obrigatoriedade fixada pelo Estado é a de servir uma refeição variada e equilibrada em termos nutricionais. OBRIGAÇÕES RELIGIOSAS Ligado ao gabinete do primeiro-ministro, o Observatório da Laicidade recomenda não levar em conta as obrigações religiosas, como não consumir determinado tipo de alimento, mas oferecer opções diversas, como pratos com ou sem carne. A Associação dos Prefeitos da França (AMF na sigla em francês), presidida por François Baroin, de Os Republicanos, apresentou um relatório sobre a laicidade segundo o qual os cardápios elaborados em função de princípios religiosos são contrários às regras do Estado laico. Ao mesmo tempo, de maneira vaga, a AMF defende refeições variadas. Yves Jégo, deputado do partido UDI, de centro-direita, irá propor um projeto de lei prevendo cardápios vegetarianos para substituir as refeições com carne de porco ou outro alimento que não seja consumido por motivos religiosos. Segundo uma pesquisa Odoxa-iTélé, 53% dos franceses são contra cardápios alternativos (para quem não come carne de porco) nas escolas do país. O Front National, da extrema-direita, manteve o cardápio alternativo em boa parte das cerca de uma dúzia de cidades que conquistou nas eleições municipais do ano passado.
bbc
Veto a comida sem carne de porco em escolas gera polêmica na FrançaA decisão de alguns prefeitos da direita francesa de acabar com as refeições sem carne de porco nas cantinas das escolas, que eram oferecidas aos alunos muçulmanos e judeus, está provocando polêmica no país. A controvérsia começou quando Gilles Platret, prefeito de Châlon-sur-Saône, do partido Os Republicanos (novo partido do ex-presidente Nicolas Sarkozy, ex-UMP), anunciou um cardápio único para todos os alunos, sem distinções, a partir de setembro, quando começa o ano letivo na França. Eleito em 2014, Platret decidiu pôr fim neste ano a uma prática em vigor desde 1984: os pais dos alunos de Châlon-sur-Saône recebiam um formulário da prefeitura que permitia escolher se eles desejavam ou não refeições sem carne de porco para seus filhos. Para o prefeito, propor um cardápio alternativo sem carne de porco equivale a fornecer um serviço público particular em função da religião, o que desrespeita, em sua avaliação, o princípio da laicidade do Estado francês, determinado por uma lei de 1905. "A prefeitura não deve diferenciar a oferta de seus serviços em funções de considerações que são da esfera privada", alegou Platret para impor um cardápio único nas cantinas escolares da cidade. FRATURAS DA SOCIEDADE Pais de alunos se disseram indignados com a decisão. A oposição municipal também contestou a medida, que acabou criando debates em todo o país. O prefeito ganhou o apoio de Sarkozy, líder de seu partido. "Quem deseja que seus filhos tenham hábitos alimentares religiosos devem procurar escolas privadas religiosas", disse ele. A medida criou divisões na própria legenda. Políticos do Os Republicanos lamentaram a discussão "inútil", que amplia as "fraturas" da sociedade francesa. A Liga de Defesa Judiciária dos Muçulmanos tentou um recurso contra a prefeitura de Chalon-sur-Saône, a primeira a suprimir o cardápio alternativo, alegando "desrespeito ao direito da liberdade de culto" das crianças. A decisão do tribunal administrativo de Dijon sobre o mérito do caso deve ser anunciada em novembro. Mas a Justiça francesa tem sempre dado ganho de causa às prefeituras que decidem suprimir o cardápio alternativo, considerando que isso não é contrário à liberdade religiosa. Para a ministra da Educação, a socialista Najat Vallaud-Belkacem, a medida acaba impedindo o acesso de alguns alunos à merenda escolar. O prefeito de Perpignan, Jean-Marc Pujol, do partido Os Republicanos, também suprimiu das cantinas escolares da cidade do sul da França os chamados "cardápios de substituição" (alternativos) para crianças que não podem comer carne de porco por motivos religiosos. "É para lutar contra o desperdício alimentar. Inúmeros pais desaconselham os filhos a comer qualquer tipo de carne que não seja halal (termo árabe que significa 'permitido pela lei islâmica'). Jogamos fora 300 quilos de carne por semana", afirma Pujol. LIBERDADE DE ESCOLHA Para preservar a "liberdade de escolha", o prefeito de Perpignan instituiu um cardápio totalmente vegetariano. Com o objetivo de evitar polêmicas ligadas a questões religiosas, outras cidades estão criando opções sem carne, como é o caso de Toulouse e Pau. Em Chilly-Mazarin, nos arredores de Paris, o prefeito Jean-Paul Beneytou, de Os Republicanos, também pôs fim ao cardápio alternativo e decidiu que as cantinas escolares devem servir a carne e os legumes separadamente, o que permite aos alunos fazer uma refeição vegetariana. A grande maioria das escolas e colégios do país oferece um menu alternativo às refeições com carne de porco. Mas nada impede um prefeito de estabelecer apenas um tipo de prato para todos. Segundo uma circular do Ministério do Interior, as cantinas escolares são um serviço público facultativo. Os alunos não são obrigados a frequentá-las, e não existem imposições legais em relação aos cardápios servidos. A única obrigatoriedade fixada pelo Estado é a de servir uma refeição variada e equilibrada em termos nutricionais. OBRIGAÇÕES RELIGIOSAS Ligado ao gabinete do primeiro-ministro, o Observatório da Laicidade recomenda não levar em conta as obrigações religiosas, como não consumir determinado tipo de alimento, mas oferecer opções diversas, como pratos com ou sem carne. A Associação dos Prefeitos da França (AMF na sigla em francês), presidida por François Baroin, de Os Republicanos, apresentou um relatório sobre a laicidade segundo o qual os cardápios elaborados em função de princípios religiosos são contrários às regras do Estado laico. Ao mesmo tempo, de maneira vaga, a AMF defende refeições variadas. Yves Jégo, deputado do partido UDI, de centro-direita, irá propor um projeto de lei prevendo cardápios vegetarianos para substituir as refeições com carne de porco ou outro alimento que não seja consumido por motivos religiosos. Segundo uma pesquisa Odoxa-iTélé, 53% dos franceses são contra cardápios alternativos (para quem não come carne de porco) nas escolas do país. O Front National, da extrema-direita, manteve o cardápio alternativo em boa parte das cerca de uma dúzia de cidades que conquistou nas eleições municipais do ano passado.
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Peça adapta livro de Antonio Prata sobre suas memórias de infância
São experiências e descobertas de uma criança, mas narradas em tom adulto, quase filosófico. "Nu de Botas", que estreia nesta sexta (23) em São Paulo após uma temporada no Rio, é uma adaptação teatral do livro homônimo de Antonio Prata sobre as memórias de infância do autor. Ao versar o livro para o palco, a diretora Cristina Moura partiu de um preceito: apesar de serem narrados em primeira pessoa por uma criança, aqueles relatos tinham tamanha carga filosófica que requeriam um falar adulto. Assim, os cinco atores se revezam como protagonistas e personagens secundários sem mimetizar vozes infantis. "Quase todos os contos tratam de dilemas", diz ela, que adaptou o texto com Pedro Brício, integrante do elenco. Como o trecho em que a criança, quando passeia com os pais de um coleguinha, teme dizer àqueles "estranhos" da vontade de ir ao banheiro: "Eu não sabia se todas as pessoas faziam cocô ou se aquele era um problema meu". Para Brício, Prata expõe com essa filosofia infantil "quão patéticas e arbitrárias" são algumas convenções sociais a que sujeitamos. "A minha ideia foi fazer a habilidade narrativa e verbal de um adulto, mas o pensamento maluco de uma criança", conta o escritor e colunista da Folha, que teve a ideia para o livro quando foi convidado a voltar à escola de sua infância e ali lhe voltaram lembranças da época. Na adaptação, foram selecionados 17 contos da obra. Alguns são encenados na íntegra, outros com cortes. Também foi trocada a ordem dos textos. Na peça, as histórias são agrupadas por temas, como família, amigos e curiosidades sexuais, afirma Brício. A encenação de Moura, que tem um histórico de dança (integrou a companhia belga Les Ballets C de La B) e performance, vai por um caminho diferente dos trabalhos anteriores da diretora. Em "Nu", ela dá mais espaço à palavra; os atores narram as histórias quase como se conversassem com o público. O cenário simples tem alguns poucos elementos, como cadeiras e bancos. Cobertos de papel craft, os elementos vão sendo revelados ao longo do espetáculo. "Acho o livro muito imagético, quase cinematográfico", diz a diretora. "Queria criar na peça a mesma sensação que tive ao ler o livro: poder imaginar as cenas." É como permitir ao público a capacidade de fabulação de uma criança. * NU DE BOTAS QUANDO sex. e sáb., às 21h30; dom., às 18h30; até 23/7 ONDE Sesc Belenzinho - teatro, r. Padre Adelino, 1.000, tel. (11) 2076-9700 QUANTO R$ 6 a R$ 20 CLASSIFICAÇÃO 14 anos
ilustrada
Peça adapta livro de Antonio Prata sobre suas memórias de infânciaSão experiências e descobertas de uma criança, mas narradas em tom adulto, quase filosófico. "Nu de Botas", que estreia nesta sexta (23) em São Paulo após uma temporada no Rio, é uma adaptação teatral do livro homônimo de Antonio Prata sobre as memórias de infância do autor. Ao versar o livro para o palco, a diretora Cristina Moura partiu de um preceito: apesar de serem narrados em primeira pessoa por uma criança, aqueles relatos tinham tamanha carga filosófica que requeriam um falar adulto. Assim, os cinco atores se revezam como protagonistas e personagens secundários sem mimetizar vozes infantis. "Quase todos os contos tratam de dilemas", diz ela, que adaptou o texto com Pedro Brício, integrante do elenco. Como o trecho em que a criança, quando passeia com os pais de um coleguinha, teme dizer àqueles "estranhos" da vontade de ir ao banheiro: "Eu não sabia se todas as pessoas faziam cocô ou se aquele era um problema meu". Para Brício, Prata expõe com essa filosofia infantil "quão patéticas e arbitrárias" são algumas convenções sociais a que sujeitamos. "A minha ideia foi fazer a habilidade narrativa e verbal de um adulto, mas o pensamento maluco de uma criança", conta o escritor e colunista da Folha, que teve a ideia para o livro quando foi convidado a voltar à escola de sua infância e ali lhe voltaram lembranças da época. Na adaptação, foram selecionados 17 contos da obra. Alguns são encenados na íntegra, outros com cortes. Também foi trocada a ordem dos textos. Na peça, as histórias são agrupadas por temas, como família, amigos e curiosidades sexuais, afirma Brício. A encenação de Moura, que tem um histórico de dança (integrou a companhia belga Les Ballets C de La B) e performance, vai por um caminho diferente dos trabalhos anteriores da diretora. Em "Nu", ela dá mais espaço à palavra; os atores narram as histórias quase como se conversassem com o público. O cenário simples tem alguns poucos elementos, como cadeiras e bancos. Cobertos de papel craft, os elementos vão sendo revelados ao longo do espetáculo. "Acho o livro muito imagético, quase cinematográfico", diz a diretora. "Queria criar na peça a mesma sensação que tive ao ler o livro: poder imaginar as cenas." É como permitir ao público a capacidade de fabulação de uma criança. * NU DE BOTAS QUANDO sex. e sáb., às 21h30; dom., às 18h30; até 23/7 ONDE Sesc Belenzinho - teatro, r. Padre Adelino, 1.000, tel. (11) 2076-9700 QUANTO R$ 6 a R$ 20 CLASSIFICAÇÃO 14 anos
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Grupo Abril sai do negócio educacional com venda da Abril Educação a fundos
O Grupo Abril vendeu a totalidade das ações da Abril Educação para fundos de investimentos da gestora Tarpon, em uma operação avaliada em R$ 1,3 bilhão. O valor representa a soma da fatia de 20,73% do capital social total adquirido nesta segunda-feira (9) com os 19,91% que o Tarpon havia adquirido em agosto do ano passado, considerando o valor de R$ 12,33 por ação. A Abril Educação faturou R$ 1,039 bilhão e obteve lucro líquido de R$ 78,9 milhões em 2013. De janeiro a setembro de 2014, o faturamento foi a R$ 753,7 milhões, alta de 32,6% ante igual período do ano anterior. A empresa atua nas áreas de edição de livros didáticos e paradidáticos, sistemas de ensino, colégios, cursos pré-vestibulares, para concursos públicos e ensino de idiomas. A venda do negócio de educação é mais um passo no processo de enxugamento que vem sendo implementado no grupo Abril desde a morte do empresário Roberto Civita, filho do fundador do grupo, Victor Civita, em maio de 2013. Desde então, a empresa descontinuou quatro títulos próprios ("Alfa", "Bravo", "Gloss" e "Lola"), vendeu as frequências da MTV e transferiu dez títulos para a Editora Caras. Com a venda da Abril Educação, o Grupo Abril passa a focar em duas áreas de negócio: produção de conteúdo e logística e distribuição de revistas e produtos para o e-commerce. Esses negócios são divididos em duas holdings: Abril Mídia (holding formada pela Abril Gráfica e Abril Comunicações, que publica a revista "Veja", entre outros títulos); e DGB (formada pelas empresas Dinap, Treelog e Total Express, especializadas em logística e distribuição). O atual presidente executivo do Tarpon, Eduardo Mufarej, vai assumir o posto de presidente da Abril Educação. Pelas regras da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), o novo controlador terá de fazer uma OPA (Oferta Pública de Aquisição). Hoje as ações da empresa são negociadas no Novo Mercado. Além das ações negociadas na Bolsa (34,1% do total), a empresa tem ainda como sócios o governo de Cingapura (18,5%) e o fundo Constellation (6,6%).
mercado
Grupo Abril sai do negócio educacional com venda da Abril Educação a fundosO Grupo Abril vendeu a totalidade das ações da Abril Educação para fundos de investimentos da gestora Tarpon, em uma operação avaliada em R$ 1,3 bilhão. O valor representa a soma da fatia de 20,73% do capital social total adquirido nesta segunda-feira (9) com os 19,91% que o Tarpon havia adquirido em agosto do ano passado, considerando o valor de R$ 12,33 por ação. A Abril Educação faturou R$ 1,039 bilhão e obteve lucro líquido de R$ 78,9 milhões em 2013. De janeiro a setembro de 2014, o faturamento foi a R$ 753,7 milhões, alta de 32,6% ante igual período do ano anterior. A empresa atua nas áreas de edição de livros didáticos e paradidáticos, sistemas de ensino, colégios, cursos pré-vestibulares, para concursos públicos e ensino de idiomas. A venda do negócio de educação é mais um passo no processo de enxugamento que vem sendo implementado no grupo Abril desde a morte do empresário Roberto Civita, filho do fundador do grupo, Victor Civita, em maio de 2013. Desde então, a empresa descontinuou quatro títulos próprios ("Alfa", "Bravo", "Gloss" e "Lola"), vendeu as frequências da MTV e transferiu dez títulos para a Editora Caras. Com a venda da Abril Educação, o Grupo Abril passa a focar em duas áreas de negócio: produção de conteúdo e logística e distribuição de revistas e produtos para o e-commerce. Esses negócios são divididos em duas holdings: Abril Mídia (holding formada pela Abril Gráfica e Abril Comunicações, que publica a revista "Veja", entre outros títulos); e DGB (formada pelas empresas Dinap, Treelog e Total Express, especializadas em logística e distribuição). O atual presidente executivo do Tarpon, Eduardo Mufarej, vai assumir o posto de presidente da Abril Educação. Pelas regras da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), o novo controlador terá de fazer uma OPA (Oferta Pública de Aquisição). Hoje as ações da empresa são negociadas no Novo Mercado. Além das ações negociadas na Bolsa (34,1% do total), a empresa tem ainda como sócios o governo de Cingapura (18,5%) e o fundo Constellation (6,6%).
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Cortado do Mundial, cubano sonha defender Brasil no Pan e na Olimpíada
O Brasil está muito perto de ter o primeiro estrangeiro defendendo a seleção de handebol. O jogador é Carlos Mirabal, 32, cubano que desertou do país em 2006 e, desde 2007, vive em São Bernardo do Campo, na Grande SP. Ele foi convocado pela primeira vez para a equipe nacional no fim do ano passado e esteve na pré-lista de 28 inscritos no Mundial do Qatar, que começa na quinta (15). Sem o processo de naturalização concluído, porém, foi cortado na última semana de 2014 e não viajou com a seleção para o Oriente Médio. "Soubemos no fim do ano, a naturalização foi iniciativa dele. Tentamos ajudar, mas não deu tempo. Com certeza estará com passaporte nas mãos antes do Pan de Toronto", diz o presidente da Confederação Brasileira de Handebol, Manoel Luiz Oliveira. "Falta pouco para finalizar o processo", afirma o atleta cubano já possui visto permanente. "Espero ter tudo em março ou abril", completa. Em 2013, Mirabal se casou com a brasileira professora de educação física Brisa Alves, 30. A cerimônia religiosa foi em outubro passado. "Quando casei o desejo de jogar pelo Brasil aumentou", diz o ponta da Metodista. Além de jogar pela seleção cubana no início da carreira, o atleta representou a República Dominicana –país para onde desertou– no Pan de Guadalajara, em 2011. Agora, ele quer disputar uma Olimpíada. "É meu sonho. Se tiver os documentos, só vai depender de mim". Graduado em educação física, falando português com sotaque e sem saber sambar, apesar das aulas da mulher, Mirabal se assume brasileiro. "Tenho gingado brasileiro, me considero carioca", brinca o atleta que planeja morar no Brasil após parar de jogar. Outro desejo é visitar os pais, em Cuba. Como punição do governo por ter desertado, ele ficou proibido de entra na ilha por oito anos. Ou seja, agora pode voltar, o que deve acontecer no meio do ano. Talvez faça uma parada em Havana após disputar o Pan no Canadá, desta vez, com a camisa do Brasil.
esporte
Cortado do Mundial, cubano sonha defender Brasil no Pan e na OlimpíadaO Brasil está muito perto de ter o primeiro estrangeiro defendendo a seleção de handebol. O jogador é Carlos Mirabal, 32, cubano que desertou do país em 2006 e, desde 2007, vive em São Bernardo do Campo, na Grande SP. Ele foi convocado pela primeira vez para a equipe nacional no fim do ano passado e esteve na pré-lista de 28 inscritos no Mundial do Qatar, que começa na quinta (15). Sem o processo de naturalização concluído, porém, foi cortado na última semana de 2014 e não viajou com a seleção para o Oriente Médio. "Soubemos no fim do ano, a naturalização foi iniciativa dele. Tentamos ajudar, mas não deu tempo. Com certeza estará com passaporte nas mãos antes do Pan de Toronto", diz o presidente da Confederação Brasileira de Handebol, Manoel Luiz Oliveira. "Falta pouco para finalizar o processo", afirma o atleta cubano já possui visto permanente. "Espero ter tudo em março ou abril", completa. Em 2013, Mirabal se casou com a brasileira professora de educação física Brisa Alves, 30. A cerimônia religiosa foi em outubro passado. "Quando casei o desejo de jogar pelo Brasil aumentou", diz o ponta da Metodista. Além de jogar pela seleção cubana no início da carreira, o atleta representou a República Dominicana –país para onde desertou– no Pan de Guadalajara, em 2011. Agora, ele quer disputar uma Olimpíada. "É meu sonho. Se tiver os documentos, só vai depender de mim". Graduado em educação física, falando português com sotaque e sem saber sambar, apesar das aulas da mulher, Mirabal se assume brasileiro. "Tenho gingado brasileiro, me considero carioca", brinca o atleta que planeja morar no Brasil após parar de jogar. Outro desejo é visitar os pais, em Cuba. Como punição do governo por ter desertado, ele ficou proibido de entra na ilha por oito anos. Ou seja, agora pode voltar, o que deve acontecer no meio do ano. Talvez faça uma parada em Havana após disputar o Pan no Canadá, desta vez, com a camisa do Brasil.
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Informar para não desinformar
O Tribunal de Contas do Município de São Paulo levantou recentemente supostas irregularidades contratuais praticadas por dois consórcios de empresas que operam o sistema de transporte por ônibus na capital. A notícia foi destaque não pela análise realizada, mas pelo valor -R$ 1 bilhão- que, segundo parecer dos conselheiros do tribunal, deverá ser devolvido aos cofres públicos pelas empresas. Infelizmente, as informações veiculadas se basearam, unicamente, nas análises e ilações feitas, não na realidade dos fatos. Uma das irregularidades apontadas trata da instalação de centros de operação e da reforma de terminais. Vale destacar que as empresas operadoras, em atendimento ao contrato firmado em 2003, montaram seus respectivos Centros de Operação da Concessionária (COC). No entanto, não puderam investir nos terminais de integração porque a SPTrans (empresa municipal responsável pelo transporte coletivo), até meados de 2015, não repassou nenhuma remuneração a esse título. Somente a partir dessa data, e por meio de aditivo contratual, as empresas assumiram a responsabilidade pela limpeza, segurança e administração dos terminais, cujos serviços vêm sendo, sistematicamente, elogiados pelos usuários desses equipamentos. Com relação à renovação da frota, as empresas estão substituindo os seus veículos com mais de dez anos de uso, apesar dos sucessivos adiamentos do processo licitatório que as deixam sem saber qual tipo de ônibus adquirir. Os veículos com mais de dez anos não são mais depreciados na planilha de custo e, quando necessário, passam a fazer parte da chamada "reserva técnica" -em situações emergenciais, como vandalismo e incêndios criminosos de ônibus, podem substituir a frota apta à operação. Vale lembrar que a empresa Ernest & Young entregou à SPTrans no final de 2015 um relatório de auditoria, finalizado após oito meses de intenso trabalho, em que examina lançamentos e resultados contábeis, bem como procedimentos operacionais e questões relacionadas à gestão das frotas e das instalações fixas das empresas concessionárias e das permissionárias. O relatório apresenta algumas sugestões de melhoria da gestão, mas não aponta nenhuma das irregularidades mencionadas na análise do TCM. Assim, trocando em miúdos, as empresas buscam cumprir as suas obrigações contratuais e prestar o serviço com a melhor qualidade possível, apesar do ambiente em que trabalham e das condições que lhes são oferecidas -que não estão, pelo menos a maioria delas, sob suas responsabilidades. Por fim, dizer que as empresas operadoras mantêm com o município uma relação contratual cheia de irregularidades é sugerir que a administração pública, por meio da SPTrans, não está realizando a gestão desses contratos de maneira eficiente, rigorosa e responsável. FRANCISCO CHRISTOVAM é presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo. Presidiu a SPTrans (empresa que gere o transporte municipal) de 1993 a 1999 PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br
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Informar para não desinformarO Tribunal de Contas do Município de São Paulo levantou recentemente supostas irregularidades contratuais praticadas por dois consórcios de empresas que operam o sistema de transporte por ônibus na capital. A notícia foi destaque não pela análise realizada, mas pelo valor -R$ 1 bilhão- que, segundo parecer dos conselheiros do tribunal, deverá ser devolvido aos cofres públicos pelas empresas. Infelizmente, as informações veiculadas se basearam, unicamente, nas análises e ilações feitas, não na realidade dos fatos. Uma das irregularidades apontadas trata da instalação de centros de operação e da reforma de terminais. Vale destacar que as empresas operadoras, em atendimento ao contrato firmado em 2003, montaram seus respectivos Centros de Operação da Concessionária (COC). No entanto, não puderam investir nos terminais de integração porque a SPTrans (empresa municipal responsável pelo transporte coletivo), até meados de 2015, não repassou nenhuma remuneração a esse título. Somente a partir dessa data, e por meio de aditivo contratual, as empresas assumiram a responsabilidade pela limpeza, segurança e administração dos terminais, cujos serviços vêm sendo, sistematicamente, elogiados pelos usuários desses equipamentos. Com relação à renovação da frota, as empresas estão substituindo os seus veículos com mais de dez anos de uso, apesar dos sucessivos adiamentos do processo licitatório que as deixam sem saber qual tipo de ônibus adquirir. Os veículos com mais de dez anos não são mais depreciados na planilha de custo e, quando necessário, passam a fazer parte da chamada "reserva técnica" -em situações emergenciais, como vandalismo e incêndios criminosos de ônibus, podem substituir a frota apta à operação. Vale lembrar que a empresa Ernest & Young entregou à SPTrans no final de 2015 um relatório de auditoria, finalizado após oito meses de intenso trabalho, em que examina lançamentos e resultados contábeis, bem como procedimentos operacionais e questões relacionadas à gestão das frotas e das instalações fixas das empresas concessionárias e das permissionárias. O relatório apresenta algumas sugestões de melhoria da gestão, mas não aponta nenhuma das irregularidades mencionadas na análise do TCM. Assim, trocando em miúdos, as empresas buscam cumprir as suas obrigações contratuais e prestar o serviço com a melhor qualidade possível, apesar do ambiente em que trabalham e das condições que lhes são oferecidas -que não estão, pelo menos a maioria delas, sob suas responsabilidades. Por fim, dizer que as empresas operadoras mantêm com o município uma relação contratual cheia de irregularidades é sugerir que a administração pública, por meio da SPTrans, não está realizando a gestão desses contratos de maneira eficiente, rigorosa e responsável. FRANCISCO CHRISTOVAM é presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo. Presidiu a SPTrans (empresa que gere o transporte municipal) de 1993 a 1999 PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br
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Campanha de reciclagem 'Separe. Não Pare' será lançada dia 28
"Separe. Não Pare. Um movimento que começa e não pode parar". Esse é o mote de uma nova campanha nacional de informação e mobilização pela separação e pelo descarte correto dos resíduos domésticos. Ela será lançada na próxima segunda (28) em Brasília. O foco é o consumidor. A campanha foi organizada e desenvolvida pelas empresas signatárias do acordo setorial de embalagens, reunidas no grupo Coalizão, em associação com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (ONU Meio Ambiente). O acordo setorial, que é previsto na lei brasileira dos resíduos sólidos e regulamenta o fluxo das embalagens pós-consumo, prevê como meta para o setor reduzir em 22% a quantidade de embalagens encaminhadas para aterros sanitários no Brasil, até 2018. Reduzir o que vai para aterro significa reciclar. Para reciclar, é preciso que o consumidor separe, as empresas providenciem a forma e os meios para receber de volta e a indústria reabsorva ou absorva esses materiais. O engajamento da população é fundamental para dar o pontapé inicial, decisivo, separando corretamente em casa os materiais após o consumo. Pensando nisso, a campanha, que começa com ações em São Paulo, terá como um dos braços a comunicação direta com os condomínios, através de associações de empresas de administração de imóveis, como o Secovi. Para reunir conteúdos relativos ao tema, como dicas de separação, como descartar cada tipo de reciclável e onde encontrar postos de entrega voluntária será lançado um portal, que estará ativo a partir de segunda em www.separenaopare.com.br. A mensagem que será divulgada é a da facilidade de todo o processo e da sua importância vital. As pessoas serão incentivadas a separar o lixo doméstico em orgânico e reciclável e destinar os recicláveis para catadores do bairro, pontos de entrega ou caminhões de coleta seletiva municipal. O acordo setorial de embalagens foi assinado em 2015, para ampliar a reciclagem no país. São signatárias 23 associações de produtores, importadores, usuários e comerciantes de embalagens. É o maior acordo setorial de logística reversa do país e regula a reciclagem de recipientes plásticos, papel e latas de alumínio, estabelecendo as responsabilidades em relação à coleta e o tratamento dos resíduos.
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Campanha de reciclagem 'Separe. Não Pare' será lançada dia 28"Separe. Não Pare. Um movimento que começa e não pode parar". Esse é o mote de uma nova campanha nacional de informação e mobilização pela separação e pelo descarte correto dos resíduos domésticos. Ela será lançada na próxima segunda (28) em Brasília. O foco é o consumidor. A campanha foi organizada e desenvolvida pelas empresas signatárias do acordo setorial de embalagens, reunidas no grupo Coalizão, em associação com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (ONU Meio Ambiente). O acordo setorial, que é previsto na lei brasileira dos resíduos sólidos e regulamenta o fluxo das embalagens pós-consumo, prevê como meta para o setor reduzir em 22% a quantidade de embalagens encaminhadas para aterros sanitários no Brasil, até 2018. Reduzir o que vai para aterro significa reciclar. Para reciclar, é preciso que o consumidor separe, as empresas providenciem a forma e os meios para receber de volta e a indústria reabsorva ou absorva esses materiais. O engajamento da população é fundamental para dar o pontapé inicial, decisivo, separando corretamente em casa os materiais após o consumo. Pensando nisso, a campanha, que começa com ações em São Paulo, terá como um dos braços a comunicação direta com os condomínios, através de associações de empresas de administração de imóveis, como o Secovi. Para reunir conteúdos relativos ao tema, como dicas de separação, como descartar cada tipo de reciclável e onde encontrar postos de entrega voluntária será lançado um portal, que estará ativo a partir de segunda em www.separenaopare.com.br. A mensagem que será divulgada é a da facilidade de todo o processo e da sua importância vital. As pessoas serão incentivadas a separar o lixo doméstico em orgânico e reciclável e destinar os recicláveis para catadores do bairro, pontos de entrega ou caminhões de coleta seletiva municipal. O acordo setorial de embalagens foi assinado em 2015, para ampliar a reciclagem no país. São signatárias 23 associações de produtores, importadores, usuários e comerciantes de embalagens. É o maior acordo setorial de logística reversa do país e regula a reciclagem de recipientes plásticos, papel e latas de alumínio, estabelecendo as responsabilidades em relação à coleta e o tratamento dos resíduos.
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Relator quer artes e educação física obrigatórias no ensino médio
Após uma primeira rodada de discussões no Congresso, a proposta de um novo ensino médio deve passar por mudanças e poderá ter de volta as disciplinas de artes e educação física como obrigatórias nesta etapa de ensino. A mudança consta de parecer apresentado pelo relator da MP (medida provisória) que reformula o ensino médio, o senador Pedro Chaves (PSC-MS). Além de propor que as duas disciplinas sejam mantidas, o relator também sugere aumentar para 60% o percentual da carga horária destinada ao ensino de conteúdos comuns a todos os alunos, a serem definidos pela BNCC (base nacional comum curricular), hoje em discussão no Conselho Nacional de Educação. Reformas no Ensino Médio Proposta anterior do governo, no entanto, previa que esses conteúdos não ultrapassassem 1.200 horas, o equivalente a 50% da carga horária atual. No restante do período, o aluno teria a opção de aprofundamento em cinco áreas de ensino, semelhantes às já elencadas na proposta inicial: linguagens e suas tecnologias, matemática e suas tecnologias, ciências humanas e sociais aplicadas, ciências da natureza e suas tecnologias e formação profissionalizante. Ao comentar a proposta, Chaves chegou a sugerir que os conteúdos da base nacional comum fossem divididos de forma igual nos três anos do ensino médio. Assim, o estudante teria que escolher, já no primeiro ano, qual área gostaria de se aprofundar. A mudança, porém, não consta do texto encaminhado à votação em comissão formada para discutir o tema no Congresso. Segundo o relator, caberá às redes de ensino definir a oferta dos conteúdos aos alunos. Para Chaves, no entanto, os estudantes teriam condições de escolher por uma área de aprofundamento já no primeiro ano. "Na Europa [os alunos] decidem com 15 anos. Temos que adquirir maturidade. Eles [estudantes] não têm maturidade para gritar 'abaixo a medida provisória'? Não estão invadindo as escolas?, afirmou. O relator propõe ainda uma "meta intermediária" para ampliação da carga horária anual do ensino médio –a ideia, assim, é que seja ampliada de 800 horas para 1.000 horas/ano em até cinco anos. Neste caso, o aluno teria 600 horas de disciplinas comuns e 400 horas na área que escolher. "Teremos 600 horas por ano [de conteúdo obrigatório]. Isso vai ser bom porque não vai permitir nenhum tipo de redução da parte geral, o que era uma reclamação grande", defendeu. OUTRAS MUDANÇAS O relatório, que propõe mudanças ao texto original da medida provisória anunciado pelo governo, foi apresentado na manhã desta terça-feira (29) em comissão formada para discutir a proposta no Congresso. Ao todo, foram analisadas 568 sugestões de emendas ao texto original. A votação da nova proposta, porém, foi adiada após pedido de vistas. A previsão é que o texto sugerido pelo relator seja votado na comissão da MP nesta quarta (30). Em seguida, a proposta segue para o plenário da Câmara e, depois, para o Senado. O parecer traz ainda outras mudanças. Em uma delas, o relatório propõe aumentar o prazo para implementação do novo ensino médio. Antes, a previsão era que fosse implementado em até 180 dias após a definição da base nacional curricular. Agora, o parecer sugere que o novo modelo passe a valer a partir do segundo ano da aprovação da base -o que estenderia o início para 2019, de acordo com Chaves. O parecer também estende de quatro para dez anos o prazo previsto para que o governo financie a implementação do ensino em tempo integral. A avaliação é que o prazo de apenas quatro anos seria "insuficiente" para que Estados e o Distrito Federal possam implementar – e manter– o modelo em tempo integral. PROFESSORES Em um trecho que despertou polêmica ao ser lido no Congresso, o parecer também amplia a possibilidade de contratação de professores sem formação específica nas disciplinas que devem lecionar. Parte desses contratos já estavam previstos no texto original da medida provisória, desde que os profissionais comprovassem "notório saber". Já a proposta do relator sugere também que "profissionais graduados" possam atuar no magistério, desde que apresentem "complementação pedagógica". "Um engenheiro, por exemplo, é expert em química, física e matemática. A legislação é muito exigente e quer que tenha curso de pedagogia. Queremos que faça complementação pedagógica. Fazendo um curso de 360 horas, poderá ministrar aulas no ensino médio", diz Chaves. PROTESTOS A apresentação do relatório foi marcada por protestos de cerca de 30 manifestantes contrários às propostas. Após a reunião, o grupo entoou gritos de "medida provisória é golpe na educação". Houve confusão com seguranças do Senado, que tentaram impedir que a manifestação continuasse nos corredores. Um dos policiais chegou a pegar à força e rasgar uma faixa que estava com um dos manifestantes. Parlamentares da oposição ao governo também reagiram às medidas. Para a senadora Fátima Bezerra (PT-RN), as sugestões apresentadas no relatório indicam um "retrocesso brutal". "Ele não responde de maneira nenhuma ao cenário de dificuldades pelo qual passa o ensino médio brasileiro. Pelo contrário, vai agravar a situação", disse.
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Relator quer artes e educação física obrigatórias no ensino médioApós uma primeira rodada de discussões no Congresso, a proposta de um novo ensino médio deve passar por mudanças e poderá ter de volta as disciplinas de artes e educação física como obrigatórias nesta etapa de ensino. A mudança consta de parecer apresentado pelo relator da MP (medida provisória) que reformula o ensino médio, o senador Pedro Chaves (PSC-MS). Além de propor que as duas disciplinas sejam mantidas, o relator também sugere aumentar para 60% o percentual da carga horária destinada ao ensino de conteúdos comuns a todos os alunos, a serem definidos pela BNCC (base nacional comum curricular), hoje em discussão no Conselho Nacional de Educação. Reformas no Ensino Médio Proposta anterior do governo, no entanto, previa que esses conteúdos não ultrapassassem 1.200 horas, o equivalente a 50% da carga horária atual. No restante do período, o aluno teria a opção de aprofundamento em cinco áreas de ensino, semelhantes às já elencadas na proposta inicial: linguagens e suas tecnologias, matemática e suas tecnologias, ciências humanas e sociais aplicadas, ciências da natureza e suas tecnologias e formação profissionalizante. Ao comentar a proposta, Chaves chegou a sugerir que os conteúdos da base nacional comum fossem divididos de forma igual nos três anos do ensino médio. Assim, o estudante teria que escolher, já no primeiro ano, qual área gostaria de se aprofundar. A mudança, porém, não consta do texto encaminhado à votação em comissão formada para discutir o tema no Congresso. Segundo o relator, caberá às redes de ensino definir a oferta dos conteúdos aos alunos. Para Chaves, no entanto, os estudantes teriam condições de escolher por uma área de aprofundamento já no primeiro ano. "Na Europa [os alunos] decidem com 15 anos. Temos que adquirir maturidade. Eles [estudantes] não têm maturidade para gritar 'abaixo a medida provisória'? Não estão invadindo as escolas?, afirmou. O relator propõe ainda uma "meta intermediária" para ampliação da carga horária anual do ensino médio –a ideia, assim, é que seja ampliada de 800 horas para 1.000 horas/ano em até cinco anos. Neste caso, o aluno teria 600 horas de disciplinas comuns e 400 horas na área que escolher. "Teremos 600 horas por ano [de conteúdo obrigatório]. Isso vai ser bom porque não vai permitir nenhum tipo de redução da parte geral, o que era uma reclamação grande", defendeu. OUTRAS MUDANÇAS O relatório, que propõe mudanças ao texto original da medida provisória anunciado pelo governo, foi apresentado na manhã desta terça-feira (29) em comissão formada para discutir a proposta no Congresso. Ao todo, foram analisadas 568 sugestões de emendas ao texto original. A votação da nova proposta, porém, foi adiada após pedido de vistas. A previsão é que o texto sugerido pelo relator seja votado na comissão da MP nesta quarta (30). Em seguida, a proposta segue para o plenário da Câmara e, depois, para o Senado. O parecer traz ainda outras mudanças. Em uma delas, o relatório propõe aumentar o prazo para implementação do novo ensino médio. Antes, a previsão era que fosse implementado em até 180 dias após a definição da base nacional curricular. Agora, o parecer sugere que o novo modelo passe a valer a partir do segundo ano da aprovação da base -o que estenderia o início para 2019, de acordo com Chaves. O parecer também estende de quatro para dez anos o prazo previsto para que o governo financie a implementação do ensino em tempo integral. A avaliação é que o prazo de apenas quatro anos seria "insuficiente" para que Estados e o Distrito Federal possam implementar – e manter– o modelo em tempo integral. PROFESSORES Em um trecho que despertou polêmica ao ser lido no Congresso, o parecer também amplia a possibilidade de contratação de professores sem formação específica nas disciplinas que devem lecionar. Parte desses contratos já estavam previstos no texto original da medida provisória, desde que os profissionais comprovassem "notório saber". Já a proposta do relator sugere também que "profissionais graduados" possam atuar no magistério, desde que apresentem "complementação pedagógica". "Um engenheiro, por exemplo, é expert em química, física e matemática. A legislação é muito exigente e quer que tenha curso de pedagogia. Queremos que faça complementação pedagógica. Fazendo um curso de 360 horas, poderá ministrar aulas no ensino médio", diz Chaves. PROTESTOS A apresentação do relatório foi marcada por protestos de cerca de 30 manifestantes contrários às propostas. Após a reunião, o grupo entoou gritos de "medida provisória é golpe na educação". Houve confusão com seguranças do Senado, que tentaram impedir que a manifestação continuasse nos corredores. Um dos policiais chegou a pegar à força e rasgar uma faixa que estava com um dos manifestantes. Parlamentares da oposição ao governo também reagiram às medidas. Para a senadora Fátima Bezerra (PT-RN), as sugestões apresentadas no relatório indicam um "retrocesso brutal". "Ele não responde de maneira nenhuma ao cenário de dificuldades pelo qual passa o ensino médio brasileiro. Pelo contrário, vai agravar a situação", disse.
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Corinthians e Palmeiras fecham patrocínios nas camisas para clássico
Corinthians e Palmeiras anunciaram nesta sexta-feira (6) que terão patrocínios pontuais em suas camisas para a partida de domingo (8), às 17h, no estádio do clube alviverde. A escola de idiomas Fisk e a Faculdade das Américas (FAM) terão suas marcas expostas na camisa do Palmeiras. O logotipo da Fisk estará nas mangas, ao passo que o da FAM estará nas barras das camisas. A Fisk também estampará sua marca nas mangas do uniforme corintiano.
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Corinthians e Palmeiras fecham patrocínios nas camisas para clássicoCorinthians e Palmeiras anunciaram nesta sexta-feira (6) que terão patrocínios pontuais em suas camisas para a partida de domingo (8), às 17h, no estádio do clube alviverde. A escola de idiomas Fisk e a Faculdade das Américas (FAM) terão suas marcas expostas na camisa do Palmeiras. O logotipo da Fisk estará nas mangas, ao passo que o da FAM estará nas barras das camisas. A Fisk também estampará sua marca nas mangas do uniforme corintiano.
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Aviso
Excepcionalmente nesta quinta (17) a coluna não é publicada
colunas
AvisoExcepcionalmente nesta quinta (17) a coluna não é publicada
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Uma entrevista com Décio de Almeida Prado gravada em fitas cassete
Quando cheguei às imediações da casa onde morava Décio de Almeida Prado (1917-2000), no Pacaembu, para a entrevista combinada dias antes, o mestre fazia seu passeio habitual em frente às residências vizinhas. Enquanto eu o acompanhava no breve trajeto, começamos informalmente a conversa. Falamos sobre o Teatro Brasileiro de Comédia, os atores Jaime Costa (1897-1967) e Cacilda Becker (1921-69), o crítico Miroel Silveira (1914-88), contemporâneos de Décio. Simpático, ele respondia às observações voltando o rosto sorridente para o interlocutor. Mostrava-se gentil nesse primeiro contato pessoal (havíamos conversado por telefone noutra ocasião). A professora e ensaísta Maria Silvia Betti, ex-aluna de Décio, nos acompanharia na visita e chegou logo em seguida. A ideia era obter um documento espontâneo sobre o teatro brasileiro desde a gênese. Sim, fazia-se teatro nas caravelas, "durante as calmarias", e o primeiro dramaturgo atuante no país, José de Anchieta, surgiu na segunda metade do século 16. O roteiro de questões nos levaria, um pouco aos saltos, até o século 20. Logo começamos a gravar as falas por meio de aparelho cassete, desses que já não se fabricam. Estávamos em agosto de 1997, quando o crítico e historiador completava 80 anos. Entrevistas e artigos relativos ao aniversário e um livro-homenagem, "Décio de Almeida Prado: Um Homem de Teatro" (Edusp), haviam sido publicados nos dias anteriores. Partimos do teatro possivelmente praticado nas velhas naus e da relação plausível, embora remota, dos autos de Anchieta com certas peças de Ariano Suassuna e João Cabral. Sem demora alcançamos o que talvez tenha sido o período predileto do historiador: o romantismo. Décio apontou o caráter político, participante, do teatro romântico, inclusive no Brasil: "É um engano pensar que o romantismo era alguma coisa afastada da vida, é uma visão que se tem hoje em dia do romantismo, mas é errada, é o contrário". Se as peças de Gonçalves de Magalhães ligavam-se à agenda política do então jovem país independente, as de José de Alencar, décadas mais tarde, privilegiaram temas sociais e psicológicos –o casamento por dinheiro, por exemplo. Mas sem a crueza do naturalismo, lembrou Décio (mencionando Machado de Assis): "Quem foi criado com o leite romântico não atura o beefsteak naturalista". Assunto cercado de alguma polêmica era a recepção dada às comédias e revistas tradicionais pela geração de Décio. Apresentei ao crítico uma declaração do diretor Flávio Rangel (1934-88), para quem "se condenou erradamente o tipo de espetáculo que faziam a Alda Garrido [1896-1970] e o Jaime Costa", astros do velho teatro, "herdeiros de uma tradição que deveria ter sido mantida e adaptada". Décio fez silêncio por instantes. Mas respondeu: "Essa comédia já estava havia 20 anos, 30 anos se repetindo, estava esgotada. E o sujeito então quer uma coisa diferente, nova". Os embates do jovem jornalista com o ator Procópio Ferreira (1898-1979), em quem o crítico maduro reconhecerá "enorme talento cômico", ligam-se à mesma circunstância. Décio falava sobre os dotes de Dercy Gonçalves (1907-2008) e Colé (1919-2000) quando o primeiro lado da fita terminou, sem que percebêssemos. Logo trocamos o lado e retomamos a conversa. Ao tratar de Lenormand, autor de vanguarda encenado no Brasil pelo grupo de Álvaro Moreyra (1888-1964), recordou, bem-humorado: "O comentário maldoso que eu ouvi na época era que 'Ásia' [o título da peça] realmente devia se ler 'Azia'". A sério, ponderava: "A ideia de que só o teatro comercial morre é errada, a vanguarda morre também". Um ponto de inflexão: Zé Celso, com o Oficina, desafiou "certas regras gerais" ao encenar, em 1967, "O Rei da Vela", de Oswald de Andrade (1890-1954). A passagem do moderno ao contemporâneo ocorre nessa fase. Nelson Rodrigues (1912-80) e Gerald Thomas foram outros nomes citados durante os 60 minutos que registramos (a matéria seria publicada na revista "Humanidades", da UnB, em 1998). Falávamos sobre o Grupo Universitário de Teatro, que Décio dirigiu de 1943 a 1948, quando o segundo lado da fita chegou ao fim. De novo, ninguém notou. FERNANDO MARQUES, 58, é professor do departamento de artes cênicas da UnB e autor de "A Província dos Diamantes: Ensaios sobre Teatro" (Autêntica/Siglaviva).
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Uma entrevista com Décio de Almeida Prado gravada em fitas casseteQuando cheguei às imediações da casa onde morava Décio de Almeida Prado (1917-2000), no Pacaembu, para a entrevista combinada dias antes, o mestre fazia seu passeio habitual em frente às residências vizinhas. Enquanto eu o acompanhava no breve trajeto, começamos informalmente a conversa. Falamos sobre o Teatro Brasileiro de Comédia, os atores Jaime Costa (1897-1967) e Cacilda Becker (1921-69), o crítico Miroel Silveira (1914-88), contemporâneos de Décio. Simpático, ele respondia às observações voltando o rosto sorridente para o interlocutor. Mostrava-se gentil nesse primeiro contato pessoal (havíamos conversado por telefone noutra ocasião). A professora e ensaísta Maria Silvia Betti, ex-aluna de Décio, nos acompanharia na visita e chegou logo em seguida. A ideia era obter um documento espontâneo sobre o teatro brasileiro desde a gênese. Sim, fazia-se teatro nas caravelas, "durante as calmarias", e o primeiro dramaturgo atuante no país, José de Anchieta, surgiu na segunda metade do século 16. O roteiro de questões nos levaria, um pouco aos saltos, até o século 20. Logo começamos a gravar as falas por meio de aparelho cassete, desses que já não se fabricam. Estávamos em agosto de 1997, quando o crítico e historiador completava 80 anos. Entrevistas e artigos relativos ao aniversário e um livro-homenagem, "Décio de Almeida Prado: Um Homem de Teatro" (Edusp), haviam sido publicados nos dias anteriores. Partimos do teatro possivelmente praticado nas velhas naus e da relação plausível, embora remota, dos autos de Anchieta com certas peças de Ariano Suassuna e João Cabral. Sem demora alcançamos o que talvez tenha sido o período predileto do historiador: o romantismo. Décio apontou o caráter político, participante, do teatro romântico, inclusive no Brasil: "É um engano pensar que o romantismo era alguma coisa afastada da vida, é uma visão que se tem hoje em dia do romantismo, mas é errada, é o contrário". Se as peças de Gonçalves de Magalhães ligavam-se à agenda política do então jovem país independente, as de José de Alencar, décadas mais tarde, privilegiaram temas sociais e psicológicos –o casamento por dinheiro, por exemplo. Mas sem a crueza do naturalismo, lembrou Décio (mencionando Machado de Assis): "Quem foi criado com o leite romântico não atura o beefsteak naturalista". Assunto cercado de alguma polêmica era a recepção dada às comédias e revistas tradicionais pela geração de Décio. Apresentei ao crítico uma declaração do diretor Flávio Rangel (1934-88), para quem "se condenou erradamente o tipo de espetáculo que faziam a Alda Garrido [1896-1970] e o Jaime Costa", astros do velho teatro, "herdeiros de uma tradição que deveria ter sido mantida e adaptada". Décio fez silêncio por instantes. Mas respondeu: "Essa comédia já estava havia 20 anos, 30 anos se repetindo, estava esgotada. E o sujeito então quer uma coisa diferente, nova". Os embates do jovem jornalista com o ator Procópio Ferreira (1898-1979), em quem o crítico maduro reconhecerá "enorme talento cômico", ligam-se à mesma circunstância. Décio falava sobre os dotes de Dercy Gonçalves (1907-2008) e Colé (1919-2000) quando o primeiro lado da fita terminou, sem que percebêssemos. Logo trocamos o lado e retomamos a conversa. Ao tratar de Lenormand, autor de vanguarda encenado no Brasil pelo grupo de Álvaro Moreyra (1888-1964), recordou, bem-humorado: "O comentário maldoso que eu ouvi na época era que 'Ásia' [o título da peça] realmente devia se ler 'Azia'". A sério, ponderava: "A ideia de que só o teatro comercial morre é errada, a vanguarda morre também". Um ponto de inflexão: Zé Celso, com o Oficina, desafiou "certas regras gerais" ao encenar, em 1967, "O Rei da Vela", de Oswald de Andrade (1890-1954). A passagem do moderno ao contemporâneo ocorre nessa fase. Nelson Rodrigues (1912-80) e Gerald Thomas foram outros nomes citados durante os 60 minutos que registramos (a matéria seria publicada na revista "Humanidades", da UnB, em 1998). Falávamos sobre o Grupo Universitário de Teatro, que Décio dirigiu de 1943 a 1948, quando o segundo lado da fita chegou ao fim. De novo, ninguém notou. FERNANDO MARQUES, 58, é professor do departamento de artes cênicas da UnB e autor de "A Província dos Diamantes: Ensaios sobre Teatro" (Autêntica/Siglaviva).
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Nobel de Fisiologia ou Medicina vai para pesquisas sobre relógio biológico
O Nobel de Fisiologia ou Medicina de 2017 foi para três americanos, Jeffrey C. Hall, Michael Rosbash e Michael W Young, pelas descobertas dos mecanismos moleculares por trás dos ritmos circadianos. O anúncio foi feito na manhã desta segunda (2). A palavra circadiano significa "ao redor do dia" e os ritmos circadianos têm origem evolutiva que remonta às células mais primitivas. Na prática, eles permitem que as células –e os organismos que formam– tenham um comportamento otimizado dependendo da hora do dia. O trabalho dos americanos foi decifrar quais são as engrenagens moleculares do chamado relógio interno. A grande sacada dos pesquisadores foi perceber que existe um processo de retroalimentação que configura o relógio. Em conversa por telefone com a Folha, o agora nobelista Michael Rosbash, da Universidade Brandeis, disse que foi acordado logo cedo por um representante do comitê do Nobel. "Estava na cama, dormindo, quando o telefone tocou. Eram 5h10 da manhã." "Fiquei muito surpreso. É uma área importante mas não pensávamos que ela seria agraciada. Existem várias áreas empolgantes na biologia", disse. Décadas atrás, quando começou a pesquisar na área, uma das dificuldades era lidar com as técnicas de manipulação do DNA, ainda incipientes. "Era desafiador clonar esses genes. Éramos jovens e trabalhávamos duro e não tínhamos ideia aonde aquilo nos levaria." Um experimento conduzido no século 18 já mostrava que seres vivos poderiam ter uma espécie de relógio interno: a planta mimosa abre suas folhas de dia e as fecha à noite. Quando foi colocada em um ambiente escuro, o padrão de abertura e fechamento se repetia. O que faltava era explicar como isso ocorria. Os primeiros experimentos ocorreram na década de 1970, mas só na década de de 1980 é que houve um salto na área, com estudos usando a mosquinha Drosophila melanogaster. A dupla Hall e Rosbash foi responsável pelas descobertas do funcionamento do gene "period". Basicamente, o gene period é o responsável pela produção do RNA mensageiro que contém instruções para a produção da proteína PER. Essa proteína, por sua vez, é responsável por inibir a atividade do gene period. Dessa forma, dependendo da quantidade de proteína PER em suas células, é possível que o organismo tenha uma noção aproximada de que horas são. Uma questão, no entanto, faltava ser resolvida: a periodicidade. O que faria o ciclo de produção de PER durar aproximadamente 24h? A resposta veio com o trabalho de Young, que descobriu um outro gene de relógio, o "timeless" que produz a proteína TIM. Young mostrou que a proteína TIM se liga à proteína PER. Esse complexo consegue entrar no núcleo da célula e bloquear a atividade do gene period. Ele ainda descobriu um outro gene, o "doubletime", que faz proteína DBT, também capaz de atuar diretamente sobre a PER, provocando sua degradação. A partir das descobertas premiadas em 2017 surgiu o embasamento para explicar por que, em humanos, a pressão sanguínea é maior e os reflexos são mais ágeis de dia e, de noite, tendemos a sentir sonolência e baixar a temperatura corporal. BRASIL Atualmente já há também explicações de como fatores externos, como a luminosidade, entram na jogada. Mas esse avanço só foi possível por esses trabalhos que quebraram o paradigma de uma área, segundo a comissão do Nobel. O ponto de vista é reforçado pela professora da USP Regina Markus, que pesquisa na área de cronobiologia. "Interessante que foi um reconhecimento da pesquisa básica, feita em Drosphila [mosquinhas]. Os trabalhos premiados são a raiz, o início da área", diz. "O Brasil geralmente se preocupa em financiar tecnologia ou inovação, mas, para esses acontecerem, é necessária uma pesquisa básica de alta densidade. É dela que surgem desdobramentos como esses", diz Markus. Em uma de suas linhas de pesquisa a professora mostrou que a noção de tempo para o organismo pode ser afetada por lesões –quando a melatonina, hormônio que sinaliza a fase escura do dia, deixa de ser produzida. O hormônio é uma das formas de o organismo sincronizar os vários relógios biológicos. "Relógio biológico" não é um termo que Mario Pedrazzoli, cronobiologista e professor da USP-Leste tenha em alta conta. Ele prefere usar "temporizadores biológicos", porque "o termo relógio é uma falsa analogia e traz a ideia de uma ideia de marcação do tempo fixa, que não depende de mais nada". Em um de seus trabalhos, Pedrazzoli mostra que o gene PER3 -parente do PER- é importante para explicar hábitos diurnos em primatas e que alterações no gene podem levar a distúrbios de sono. Há outros estudos que mostram possíveis efeitos negativos relacionados à agressão do relógio (ou temporizador) interno: hipertensão, obesidade, diabetes, problemas de memória e colesterol elevado. O que falta, afirma Pedrazzoli, é traduzir o conhecimento em medicina preventiva. Indo para o lado biológico da coisa, Rosbash diz que ainda há mistérios a serem resolvidos. Por que a temperatura não exerce nenhuma influência nesse processo, que é em grande parte químico? Outra incógnita é o motivo de nós e todos os outros animais dormirem -falta entender a função do sono. No ano passado o vencedor do prêmio foi Yoshinori Ohsumi, que desvendou grade parte do mecanismo pelos qual as células reciclam o próprio "lixo", a autofagia. O processo é importante para a renovação celular e também tem papel importante em doenças. A única pessoa nascida no Brasil que recebeu um Nobel foi o britânico Peter Medawar, pela descoberta das bases da tolerância imunológica adquirida, ou seja, a capacidade de fazer o sistema imunológico de um organismo não reagir a certos fatores. Rosbash também tem vínculo com o Brasil. Ele conta que seus avós maternos se estabeleceram no país e que tem primos em São Paulo. ESCOLHA A escolha do vencedor do mais importante prêmio da área é realizada por um grupo de 50 pesquisadores ligados ao Instituto Karolinska, na Suécia, escolhido por Alfred Nobel em seu testamento para eleger aquele que tenha feito notáveis contribuições ao futuro da humanidade para receber a láurea. O prazo para o comitê receber as indicações foi dia 31 de janeiros. Ao todo foram 361 nomes no páreo. Podem indicar nomes membros do comitê do Nobel do Instituto Karolinska, biologistas e médicos ligados à Academia Real Sueca de Ciências, vencedores dos Nobéis de Fisiologia ou Medicina ou de química, professores titulares de medicina de instituições suecas, norueguesas, finlandesas, islandesas ou dinamarquesas e acadêmicos e cientistas selecionados pelo comitê do Nobel –autoindicações são desconsideradas. A cerimônia de premiação propriamente dita dos vencedores deste ano só ocorre em dezembro. Entre as descobertas premiadas no passado estão a descoberta da estrutura do DNA por James Watson, Francis Crick e Maurice Wilkins (1962), a da penicilina por Fleming e outros (1945), a do ciclo do ácido cítrico por Hans Krebs (1953), e a da estrutura do sistema nervoso por Camillo Golgi e Santiago Ramón y Cajal (1906). Outras descobertas notáveis premiadas pelo Nobel de Medicina ou Fisiologia são a da insulina (1932), da relação entre HPV e câncer (2008), a da fertilização in vitro (2010), a de que existem grupos sanguíneos (1930) e a de como agem os hormônios (1971). Os vencedores de 2017 dividirão o prêmio de 9 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 3,5 milhões). O dinheiro vem de um fundo de mais de 4 bilhões de coroas suecas (em valores atuais) deixado pelo patrono do prêmio, Alfred Nobel (1833-1896), inventor da dinamite. Os prêmios são distribuídos desde 1901. Além do valor em dinheiro, o laureado recebe uma medalha e um diploma QUÍMICA E FÍSICA Nesta terça (3) e na quarta (4) serão anunciados, respectivamente, os prêmios nas áreas de física e de química. Os dois são distribuídos pela Academia Real Sueca de Ciências. Em 2016 ganharam o Nobel de física um trio de pesquisadores dos EUA que desenvolveu técnicas capazes de desvendar a existência de novos estados da matéria em condições extremas. No mesmo ano, o prêmio de química ficou com três pesquisadores responsáveis pela aurora da área das nanomáquinas, dispositivos moleculares capazes de tarefas extraordinárias, ao menos em teoria, como levar um carregamento de uma determinada droga diretamente para um tumor, combatendo-o. - 3.out (terça) Nobel de Física 4.out (quarta) Nobel de Química 6.out (sexta) Nobel da Paz 9.out (segunda) Prêmio de Ciências Econômicas
ciencia
Nobel de Fisiologia ou Medicina vai para pesquisas sobre relógio biológicoO Nobel de Fisiologia ou Medicina de 2017 foi para três americanos, Jeffrey C. Hall, Michael Rosbash e Michael W Young, pelas descobertas dos mecanismos moleculares por trás dos ritmos circadianos. O anúncio foi feito na manhã desta segunda (2). A palavra circadiano significa "ao redor do dia" e os ritmos circadianos têm origem evolutiva que remonta às células mais primitivas. Na prática, eles permitem que as células –e os organismos que formam– tenham um comportamento otimizado dependendo da hora do dia. O trabalho dos americanos foi decifrar quais são as engrenagens moleculares do chamado relógio interno. A grande sacada dos pesquisadores foi perceber que existe um processo de retroalimentação que configura o relógio. Em conversa por telefone com a Folha, o agora nobelista Michael Rosbash, da Universidade Brandeis, disse que foi acordado logo cedo por um representante do comitê do Nobel. "Estava na cama, dormindo, quando o telefone tocou. Eram 5h10 da manhã." "Fiquei muito surpreso. É uma área importante mas não pensávamos que ela seria agraciada. Existem várias áreas empolgantes na biologia", disse. Décadas atrás, quando começou a pesquisar na área, uma das dificuldades era lidar com as técnicas de manipulação do DNA, ainda incipientes. "Era desafiador clonar esses genes. Éramos jovens e trabalhávamos duro e não tínhamos ideia aonde aquilo nos levaria." Um experimento conduzido no século 18 já mostrava que seres vivos poderiam ter uma espécie de relógio interno: a planta mimosa abre suas folhas de dia e as fecha à noite. Quando foi colocada em um ambiente escuro, o padrão de abertura e fechamento se repetia. O que faltava era explicar como isso ocorria. Os primeiros experimentos ocorreram na década de 1970, mas só na década de de 1980 é que houve um salto na área, com estudos usando a mosquinha Drosophila melanogaster. A dupla Hall e Rosbash foi responsável pelas descobertas do funcionamento do gene "period". Basicamente, o gene period é o responsável pela produção do RNA mensageiro que contém instruções para a produção da proteína PER. Essa proteína, por sua vez, é responsável por inibir a atividade do gene period. Dessa forma, dependendo da quantidade de proteína PER em suas células, é possível que o organismo tenha uma noção aproximada de que horas são. Uma questão, no entanto, faltava ser resolvida: a periodicidade. O que faria o ciclo de produção de PER durar aproximadamente 24h? A resposta veio com o trabalho de Young, que descobriu um outro gene de relógio, o "timeless" que produz a proteína TIM. Young mostrou que a proteína TIM se liga à proteína PER. Esse complexo consegue entrar no núcleo da célula e bloquear a atividade do gene period. Ele ainda descobriu um outro gene, o "doubletime", que faz proteína DBT, também capaz de atuar diretamente sobre a PER, provocando sua degradação. A partir das descobertas premiadas em 2017 surgiu o embasamento para explicar por que, em humanos, a pressão sanguínea é maior e os reflexos são mais ágeis de dia e, de noite, tendemos a sentir sonolência e baixar a temperatura corporal. BRASIL Atualmente já há também explicações de como fatores externos, como a luminosidade, entram na jogada. Mas esse avanço só foi possível por esses trabalhos que quebraram o paradigma de uma área, segundo a comissão do Nobel. O ponto de vista é reforçado pela professora da USP Regina Markus, que pesquisa na área de cronobiologia. "Interessante que foi um reconhecimento da pesquisa básica, feita em Drosphila [mosquinhas]. Os trabalhos premiados são a raiz, o início da área", diz. "O Brasil geralmente se preocupa em financiar tecnologia ou inovação, mas, para esses acontecerem, é necessária uma pesquisa básica de alta densidade. É dela que surgem desdobramentos como esses", diz Markus. Em uma de suas linhas de pesquisa a professora mostrou que a noção de tempo para o organismo pode ser afetada por lesões –quando a melatonina, hormônio que sinaliza a fase escura do dia, deixa de ser produzida. O hormônio é uma das formas de o organismo sincronizar os vários relógios biológicos. "Relógio biológico" não é um termo que Mario Pedrazzoli, cronobiologista e professor da USP-Leste tenha em alta conta. Ele prefere usar "temporizadores biológicos", porque "o termo relógio é uma falsa analogia e traz a ideia de uma ideia de marcação do tempo fixa, que não depende de mais nada". Em um de seus trabalhos, Pedrazzoli mostra que o gene PER3 -parente do PER- é importante para explicar hábitos diurnos em primatas e que alterações no gene podem levar a distúrbios de sono. Há outros estudos que mostram possíveis efeitos negativos relacionados à agressão do relógio (ou temporizador) interno: hipertensão, obesidade, diabetes, problemas de memória e colesterol elevado. O que falta, afirma Pedrazzoli, é traduzir o conhecimento em medicina preventiva. Indo para o lado biológico da coisa, Rosbash diz que ainda há mistérios a serem resolvidos. Por que a temperatura não exerce nenhuma influência nesse processo, que é em grande parte químico? Outra incógnita é o motivo de nós e todos os outros animais dormirem -falta entender a função do sono. No ano passado o vencedor do prêmio foi Yoshinori Ohsumi, que desvendou grade parte do mecanismo pelos qual as células reciclam o próprio "lixo", a autofagia. O processo é importante para a renovação celular e também tem papel importante em doenças. A única pessoa nascida no Brasil que recebeu um Nobel foi o britânico Peter Medawar, pela descoberta das bases da tolerância imunológica adquirida, ou seja, a capacidade de fazer o sistema imunológico de um organismo não reagir a certos fatores. Rosbash também tem vínculo com o Brasil. Ele conta que seus avós maternos se estabeleceram no país e que tem primos em São Paulo. ESCOLHA A escolha do vencedor do mais importante prêmio da área é realizada por um grupo de 50 pesquisadores ligados ao Instituto Karolinska, na Suécia, escolhido por Alfred Nobel em seu testamento para eleger aquele que tenha feito notáveis contribuições ao futuro da humanidade para receber a láurea. O prazo para o comitê receber as indicações foi dia 31 de janeiros. Ao todo foram 361 nomes no páreo. Podem indicar nomes membros do comitê do Nobel do Instituto Karolinska, biologistas e médicos ligados à Academia Real Sueca de Ciências, vencedores dos Nobéis de Fisiologia ou Medicina ou de química, professores titulares de medicina de instituições suecas, norueguesas, finlandesas, islandesas ou dinamarquesas e acadêmicos e cientistas selecionados pelo comitê do Nobel –autoindicações são desconsideradas. A cerimônia de premiação propriamente dita dos vencedores deste ano só ocorre em dezembro. Entre as descobertas premiadas no passado estão a descoberta da estrutura do DNA por James Watson, Francis Crick e Maurice Wilkins (1962), a da penicilina por Fleming e outros (1945), a do ciclo do ácido cítrico por Hans Krebs (1953), e a da estrutura do sistema nervoso por Camillo Golgi e Santiago Ramón y Cajal (1906). Outras descobertas notáveis premiadas pelo Nobel de Medicina ou Fisiologia são a da insulina (1932), da relação entre HPV e câncer (2008), a da fertilização in vitro (2010), a de que existem grupos sanguíneos (1930) e a de como agem os hormônios (1971). Os vencedores de 2017 dividirão o prêmio de 9 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 3,5 milhões). O dinheiro vem de um fundo de mais de 4 bilhões de coroas suecas (em valores atuais) deixado pelo patrono do prêmio, Alfred Nobel (1833-1896), inventor da dinamite. Os prêmios são distribuídos desde 1901. Além do valor em dinheiro, o laureado recebe uma medalha e um diploma QUÍMICA E FÍSICA Nesta terça (3) e na quarta (4) serão anunciados, respectivamente, os prêmios nas áreas de física e de química. Os dois são distribuídos pela Academia Real Sueca de Ciências. Em 2016 ganharam o Nobel de física um trio de pesquisadores dos EUA que desenvolveu técnicas capazes de desvendar a existência de novos estados da matéria em condições extremas. No mesmo ano, o prêmio de química ficou com três pesquisadores responsáveis pela aurora da área das nanomáquinas, dispositivos moleculares capazes de tarefas extraordinárias, ao menos em teoria, como levar um carregamento de uma determinada droga diretamente para um tumor, combatendo-o. - 3.out (terça) Nobel de Física 4.out (quarta) Nobel de Química 6.out (sexta) Nobel da Paz 9.out (segunda) Prêmio de Ciências Econômicas
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Artilheiros marcam, e Inglaterra vira sobre a Alemanha em Berlim
A Inglaterra conseguiu uma virada incrível em amistoso contra a Alemanha, neste sábado (26), em jogo de duas seleções candidatas ao título da Eurocopa-2016, que será realizada a partir de 10 de junho, na França. O gol da vitória inglesa, após estar perdendo por 2 a 0, foi marcado já nos acréscimos, pelo zagueiro Eric Dier. Antes, Jamie Vardy, do Leicester, de letra, e Harry Kane, do Tottenham, principais goleadores do Campeonato Inglês na temporada, haviam marcado para os ingleses, empatando a partida. Toni Kross e Mario Gomez fizeram os gols que deram a vantagem inicial à Alemanha no Estádio Olímpico de Berlim. A Inglaterra está no Grupo B da Euro, com Eslováquia, Rússia e País de Gales. Estreia contra os russos, no dia 11, em Marselha. Os alemães estão no Grupo C, ao lado de Ucrânia, contra quem estreiam no dia 12, Polônia e Irlanda do Norte. RÚSSIA A Rússia despachou neste sábado a Lituânia, que não conseguiu a classificação para o torneio europeu, em amistoso realizado em Moscou. A equipe, que será sede da próxima Copa do Mundo, em 2018, venceu por 3 a 0, com gols de Smolov, Golovin e Glushakov. Em casa, a Rússia foi amplamente superior diante dos lituanos. O placar elástico mostra o domínio em campo, apesar de os anfitriões terem poupado alguns jogadores considerados titulares, como Dzagoev. No primeiro tempo, Smolov recebeu de Ivanov e abriu o placar para a Rússia. Na volta para o intervalo, os russos conseguiram ampliar o marcador. Golovin acertou bonito chute dentro da área e fez o segundo. Após cobrança de escanteio, Glushakov escorou de ombro para o fundo das redes para marcar o terceiro. POLÔNIA GOLEIA A Polônia conseguiu mais um bom resultado em sua preparação para a Eurocopa. Neste sábado, a equipe recebeu a Finlândia e venceu por 5 a 0. O artilheiro Lewandowski foi poupado e só entrou no segundo tempo, mas passou em branco. Os gols foram de Grosicki (2), Wszolek (2) e Starzynski. Jogando em casa, os poloneses não deram a menor chance aos finlandeses e abriram 3 a 0 ainda no primeiro tempo. A Polônia estreia na Eurocopa no dia 12 de junho, contra a Irlanda do Norte, em Nice. ÁUSTRIA VENCE ALBÂNIA Em duelo com dois times classificados para a Euro, melhor para a Áustria. Em Viena, a equipe venceu a Albânia por 2 a 1. Logo no início, a Áustria abriu o marcador com Janko. Não demorou muito para Harnik aumentar o placar. Logo na volta do intervalo, Lenjani diminuiu para os albaneses. Mas a expulsão de Kace travou o ímpeto dos visitantes. A Albânia começa a sua primeira participação na Euro no dia 11 de junho, contra a Suíça, em Lens Agglo. Já a Áustria enfrenta a Hungria no dia 14 de junho, em Bordeaux.
esporte
Artilheiros marcam, e Inglaterra vira sobre a Alemanha em BerlimA Inglaterra conseguiu uma virada incrível em amistoso contra a Alemanha, neste sábado (26), em jogo de duas seleções candidatas ao título da Eurocopa-2016, que será realizada a partir de 10 de junho, na França. O gol da vitória inglesa, após estar perdendo por 2 a 0, foi marcado já nos acréscimos, pelo zagueiro Eric Dier. Antes, Jamie Vardy, do Leicester, de letra, e Harry Kane, do Tottenham, principais goleadores do Campeonato Inglês na temporada, haviam marcado para os ingleses, empatando a partida. Toni Kross e Mario Gomez fizeram os gols que deram a vantagem inicial à Alemanha no Estádio Olímpico de Berlim. A Inglaterra está no Grupo B da Euro, com Eslováquia, Rússia e País de Gales. Estreia contra os russos, no dia 11, em Marselha. Os alemães estão no Grupo C, ao lado de Ucrânia, contra quem estreiam no dia 12, Polônia e Irlanda do Norte. RÚSSIA A Rússia despachou neste sábado a Lituânia, que não conseguiu a classificação para o torneio europeu, em amistoso realizado em Moscou. A equipe, que será sede da próxima Copa do Mundo, em 2018, venceu por 3 a 0, com gols de Smolov, Golovin e Glushakov. Em casa, a Rússia foi amplamente superior diante dos lituanos. O placar elástico mostra o domínio em campo, apesar de os anfitriões terem poupado alguns jogadores considerados titulares, como Dzagoev. No primeiro tempo, Smolov recebeu de Ivanov e abriu o placar para a Rússia. Na volta para o intervalo, os russos conseguiram ampliar o marcador. Golovin acertou bonito chute dentro da área e fez o segundo. Após cobrança de escanteio, Glushakov escorou de ombro para o fundo das redes para marcar o terceiro. POLÔNIA GOLEIA A Polônia conseguiu mais um bom resultado em sua preparação para a Eurocopa. Neste sábado, a equipe recebeu a Finlândia e venceu por 5 a 0. O artilheiro Lewandowski foi poupado e só entrou no segundo tempo, mas passou em branco. Os gols foram de Grosicki (2), Wszolek (2) e Starzynski. Jogando em casa, os poloneses não deram a menor chance aos finlandeses e abriram 3 a 0 ainda no primeiro tempo. A Polônia estreia na Eurocopa no dia 12 de junho, contra a Irlanda do Norte, em Nice. ÁUSTRIA VENCE ALBÂNIA Em duelo com dois times classificados para a Euro, melhor para a Áustria. Em Viena, a equipe venceu a Albânia por 2 a 1. Logo no início, a Áustria abriu o marcador com Janko. Não demorou muito para Harnik aumentar o placar. Logo na volta do intervalo, Lenjani diminuiu para os albaneses. Mas a expulsão de Kace travou o ímpeto dos visitantes. A Albânia começa a sua primeira participação na Euro no dia 11 de junho, contra a Suíça, em Lens Agglo. Já a Áustria enfrenta a Hungria no dia 14 de junho, em Bordeaux.
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Rui o sonho de um enlace islã/democracia
Ruiu com o plebiscito deste domingo (16) o sonho de que a Turquia de Recep Tayyp Erdogan, no poder desde 2003, pudesse promover o casamento entre islamismo e democracia. Um partido islamista (o AKP, sigla turca para Partido Justiça e Desenvolvimento) continua no poder, mas a reforma constitucional aprovada pelo voto passa longe de estabelecer uma democracia plena. A melhor análise do que resultará do modelo de presidência executiva referendado pelo eleitorado é a ironia de Asli Aydıntasbas, do Conselho Europeu de Relações Exteriores: "O modelo de governo passa de um sistema parlamentar para uma presidência executiva no estilo dos Estados Unidos –menos a Suprema Corte e o Congresso". De fato, o novo sistema elimina os pesos e contrapesos que são a característica essencial da democracia. Há algum exagero nessa análise, mas não muita. O Parlamento continua existindo e nele continuam representados partidos oposicionistas, para não mencionar o fato de que a estreita margem da vitória do "sim" indica uma forte resistência social ao autoritarismo. De qualquer forma, o poder do Parlamento é consideravelmente recortado e passa a ser concentrado na Presidência. O caso do Judiciário é ainda mais eloquente: hoje, o presidente aponta apenas 4 dos 22 membros do mais importante corpo judicial, o Alto Conselho de Juízes e Procuradores. A emenda agora aprovada reduz o número de membros e permite que Erdogan e seus aliados no Parlamento apontem todos eles. Acrescente-se a esses dados o fato de que Erdogan praticamente eliminou a mídia independente –e tem-se de fato o cenário do que a revista "The Economist", na capa do número que está nas bancas, define como "democracia iliberal". Na prática, esse modelo pouco democrático já estava em vigor antes do plebiscito. Desde que assumiu, em 2014, Erdogan atuou como presidente executivo –e não como o presidente mais cerimonial que é desenhado pela Constituição vigente. Tornou-se ainda mais "iliberal" depois do fracassado golpe de 2016, promovendo um formidável expurgo de opositores e/ou independentes, nos órgãos de governo, nas Forças Armadas, na academia e no jornalismo (160 órgãos de imprensa foram fechados desde então e 120 jornalistas estão na cadeia). A legalização, via plebiscito, de uma "democracia iliberal" torna praticamente impossível que a Turquia possa ser aceita pela União Europeia, com a qual negocia a adesão desde 1999. "É o fim da história europeia da Turquia", decreta, por exemplo, Fabrizio Tassinari, do Instituto Dinamarquês para Estudos Internacionais. Não parece ser um problema para Erdogan, a julgar pelos ataques verbais que dirigiu a países europeus, durante a campanha para o plebiscito.
mundo
Rui o sonho de um enlace islã/democraciaRuiu com o plebiscito deste domingo (16) o sonho de que a Turquia de Recep Tayyp Erdogan, no poder desde 2003, pudesse promover o casamento entre islamismo e democracia. Um partido islamista (o AKP, sigla turca para Partido Justiça e Desenvolvimento) continua no poder, mas a reforma constitucional aprovada pelo voto passa longe de estabelecer uma democracia plena. A melhor análise do que resultará do modelo de presidência executiva referendado pelo eleitorado é a ironia de Asli Aydıntasbas, do Conselho Europeu de Relações Exteriores: "O modelo de governo passa de um sistema parlamentar para uma presidência executiva no estilo dos Estados Unidos –menos a Suprema Corte e o Congresso". De fato, o novo sistema elimina os pesos e contrapesos que são a característica essencial da democracia. Há algum exagero nessa análise, mas não muita. O Parlamento continua existindo e nele continuam representados partidos oposicionistas, para não mencionar o fato de que a estreita margem da vitória do "sim" indica uma forte resistência social ao autoritarismo. De qualquer forma, o poder do Parlamento é consideravelmente recortado e passa a ser concentrado na Presidência. O caso do Judiciário é ainda mais eloquente: hoje, o presidente aponta apenas 4 dos 22 membros do mais importante corpo judicial, o Alto Conselho de Juízes e Procuradores. A emenda agora aprovada reduz o número de membros e permite que Erdogan e seus aliados no Parlamento apontem todos eles. Acrescente-se a esses dados o fato de que Erdogan praticamente eliminou a mídia independente –e tem-se de fato o cenário do que a revista "The Economist", na capa do número que está nas bancas, define como "democracia iliberal". Na prática, esse modelo pouco democrático já estava em vigor antes do plebiscito. Desde que assumiu, em 2014, Erdogan atuou como presidente executivo –e não como o presidente mais cerimonial que é desenhado pela Constituição vigente. Tornou-se ainda mais "iliberal" depois do fracassado golpe de 2016, promovendo um formidável expurgo de opositores e/ou independentes, nos órgãos de governo, nas Forças Armadas, na academia e no jornalismo (160 órgãos de imprensa foram fechados desde então e 120 jornalistas estão na cadeia). A legalização, via plebiscito, de uma "democracia iliberal" torna praticamente impossível que a Turquia possa ser aceita pela União Europeia, com a qual negocia a adesão desde 1999. "É o fim da história europeia da Turquia", decreta, por exemplo, Fabrizio Tassinari, do Instituto Dinamarquês para Estudos Internacionais. Não parece ser um problema para Erdogan, a julgar pelos ataques verbais que dirigiu a países europeus, durante a campanha para o plebiscito.
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Deslizamento de terra mata quatro pessoas na Grande SP
Um deslizamento de terra matou quatro pessoas e deixou outras quatro feridas, em Itapecerica da Serra (Grande São Paulo), na noite deste sábado (26). Inicialmente, a Secretaria da Segurança informou que quatro pessoas tinham morrido. Depois corrigiu para três, porque uma estava desaparecida. Nesta noite, o quarto corpo foi encontrado. Por volta das 20h de ontem, uma encosta cedeu e atingiu ao menos três casas na rua Nhá Jorda, no Jardim Mirante. Chovia muito no momento do acidente, de acordo com os bombeiros. Segundo a secretaria, em uma das casas estavam Marisa Aparecida Morchiela, 47, e sua filha Yasmin Morchiela da Silva, 20, que morreram. A Folha ouviu familiares das duas, que disseram que a filha de Yasmin, que iria completar dois anos, foi encontrada com vida pelos bombeiros. Em outra casa, estavam as outras vítimas: Sheyla Cristiana Rodrigues, 23, e sua filha de três anos. Os moradores de duas das casas morreram. Uma terceira residência atingida estava vazia. Os corpos foram encontrados durante a madrugada. Outras quatro pessoas ficaram feridas: uma criança de um ano, uma adolescente de 16, uma mulher de 18 e um homem de 23. Os três últimos foram internados no Hospital Geral de Itapecerica da Serra. Os demais moradores perceberam o deslizamento e conseguiram deixar o local a tempo. Nove carros de bombeiros, totalizando 30 homens, foram enviados ao local para atender a ocorrência. Segundo os bombeiros, equipes continuam no local fazendo buscas. A perícia da Polícia Científica também foi enviada ao local.
cotidiano
Deslizamento de terra mata quatro pessoas na Grande SPUm deslizamento de terra matou quatro pessoas e deixou outras quatro feridas, em Itapecerica da Serra (Grande São Paulo), na noite deste sábado (26). Inicialmente, a Secretaria da Segurança informou que quatro pessoas tinham morrido. Depois corrigiu para três, porque uma estava desaparecida. Nesta noite, o quarto corpo foi encontrado. Por volta das 20h de ontem, uma encosta cedeu e atingiu ao menos três casas na rua Nhá Jorda, no Jardim Mirante. Chovia muito no momento do acidente, de acordo com os bombeiros. Segundo a secretaria, em uma das casas estavam Marisa Aparecida Morchiela, 47, e sua filha Yasmin Morchiela da Silva, 20, que morreram. A Folha ouviu familiares das duas, que disseram que a filha de Yasmin, que iria completar dois anos, foi encontrada com vida pelos bombeiros. Em outra casa, estavam as outras vítimas: Sheyla Cristiana Rodrigues, 23, e sua filha de três anos. Os moradores de duas das casas morreram. Uma terceira residência atingida estava vazia. Os corpos foram encontrados durante a madrugada. Outras quatro pessoas ficaram feridas: uma criança de um ano, uma adolescente de 16, uma mulher de 18 e um homem de 23. Os três últimos foram internados no Hospital Geral de Itapecerica da Serra. Os demais moradores perceberam o deslizamento e conseguiram deixar o local a tempo. Nove carros de bombeiros, totalizando 30 homens, foram enviados ao local para atender a ocorrência. Segundo os bombeiros, equipes continuam no local fazendo buscas. A perícia da Polícia Científica também foi enviada ao local.
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'Estamos apreensivos e revoltados', diz líder local sobre chegada de lama
Moradores do distrito de Regência, no Espírito Santo, onde desemboca o rio Doce, estão "apreensivos" com a chegada da lama ao mar e "revoltados" com a falta de informações, segundo afirmou à BBC Brasil Carlos Sangália, vice-presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica de Barra Seca e Foz do Rio Doce e educador ambiental do Projeto Tamar. "A comunidade está apreensiva com a chegada da lama proveniente do rompimento da barragem em Mariana ao mar. E também está revoltada pois faltam informações sobre a real dimensão do problema", disse ele. De acordo com Sangália, o momento é "crítico". "Estamos tentando fazer de tudo para minimizar o impacto ambiental dessa tragédia", acrescentou ele. Previsões oficiais indicam que a lama proveniente do rompimento de uma barragem da empresa Samarco em Mariana (MG) há duas semanas deve começar a chegar ao litoral do Espírito Santo, onde se localiza a foz do rio Doce, neste domingo (22). O 'tsunami marrom', como vem sendo chamado, é composto por rejeitos do beneficiamento de minério de ferro. Ainda não se sabe se a composição é tóxica para humanos, mas, de acordo com especialistas, ela funcionaria como uma "esponja", absorvendo outros poluentes para dentro do rio. Na sexta-feira, os moradores da região realizaram um protesto contra a Samarco, mineradora controlada pela Vale e pela anglo-australiana BHP Billiton e considerada a responsável pelo desastre. A empresa diz que está instalando barreiras de proteção para tentar minimizar o impacto ambiental da lama. De acordo com Sangália, os trabalhos se concentram agora em alargar a foz do rio para permitir o escoamento do material para o mar. "A lama não pode ficar estacionada dentro da foz, pois o impacto ambiental será muito maior. É preciso deixar que esse material chegue ao mar, onde vai se dissipar". DIVERGÊNCIA O alargamento da foz do rio Doce segue determinação da Justiça Estadual do Espírito Santo, que obrigou a Samarco a adotar as medidas necessárias para facilitar o escoamento da água. A decisão, segundo o TJ (Tribunal de Justiça) do Estado, foi tomada com base na opinião de especialistas e após encontros com representantes de órgãos como o Iema (Instituto Estadual de Meio Ambiente) e o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). A Justiça determinou também que a empresa resgate representantes de todas as espécies da fauna aquática nativa que têm o rio como habitat, assim como ovos de tartarugas marinhas que possam ser afetados pela lama. A decisão da Justiça Estadual contraria determinação anterior da Justiça Federal, que, por meio de liminar, havia obrigado a Samarco a impedir que a lama chegasse ao mar sob pena de multa de R$10 milhões por dia. BIODIVERSIDADE AMEAÇADA Segundo especialistas, a foz do rio Doce é um importante celeiro de nutrientes para animais marinhos, como a tartaruga-de-couro (ameaçada de extinção), o golfinho pontoporia e as baleias jubartes. Em entrevista à BBC Brasil, o biólogo André Ruschi afirmou que o contato da lama com o mar seria equivalente "a dizimar o Pantanal". "Precisamos impedir a todo custo que essa lama chegue ao mar. Caso contrário, pode se tornar um desastre de proporções mundiais, com consequências difíceis de imaginar. É um risco que não podemos correr. E o preço que pagaremos por ele será enorme", disse ele. Já o Ministério do Meio Ambiente prevê um cenário menos drástico. Segundo o órgão, a lama atingiria uma área de 9 km de mar ao longo do litoral do Espírito Santo. A estimativa é baseada em um levantamento feito pelo grupo de pesquisa do oceanógrafo Paulo Rosman, da UFRJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro).
bbc
'Estamos apreensivos e revoltados', diz líder local sobre chegada de lamaMoradores do distrito de Regência, no Espírito Santo, onde desemboca o rio Doce, estão "apreensivos" com a chegada da lama ao mar e "revoltados" com a falta de informações, segundo afirmou à BBC Brasil Carlos Sangália, vice-presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica de Barra Seca e Foz do Rio Doce e educador ambiental do Projeto Tamar. "A comunidade está apreensiva com a chegada da lama proveniente do rompimento da barragem em Mariana ao mar. E também está revoltada pois faltam informações sobre a real dimensão do problema", disse ele. De acordo com Sangália, o momento é "crítico". "Estamos tentando fazer de tudo para minimizar o impacto ambiental dessa tragédia", acrescentou ele. Previsões oficiais indicam que a lama proveniente do rompimento de uma barragem da empresa Samarco em Mariana (MG) há duas semanas deve começar a chegar ao litoral do Espírito Santo, onde se localiza a foz do rio Doce, neste domingo (22). O 'tsunami marrom', como vem sendo chamado, é composto por rejeitos do beneficiamento de minério de ferro. Ainda não se sabe se a composição é tóxica para humanos, mas, de acordo com especialistas, ela funcionaria como uma "esponja", absorvendo outros poluentes para dentro do rio. Na sexta-feira, os moradores da região realizaram um protesto contra a Samarco, mineradora controlada pela Vale e pela anglo-australiana BHP Billiton e considerada a responsável pelo desastre. A empresa diz que está instalando barreiras de proteção para tentar minimizar o impacto ambiental da lama. De acordo com Sangália, os trabalhos se concentram agora em alargar a foz do rio para permitir o escoamento do material para o mar. "A lama não pode ficar estacionada dentro da foz, pois o impacto ambiental será muito maior. É preciso deixar que esse material chegue ao mar, onde vai se dissipar". DIVERGÊNCIA O alargamento da foz do rio Doce segue determinação da Justiça Estadual do Espírito Santo, que obrigou a Samarco a adotar as medidas necessárias para facilitar o escoamento da água. A decisão, segundo o TJ (Tribunal de Justiça) do Estado, foi tomada com base na opinião de especialistas e após encontros com representantes de órgãos como o Iema (Instituto Estadual de Meio Ambiente) e o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). A Justiça determinou também que a empresa resgate representantes de todas as espécies da fauna aquática nativa que têm o rio como habitat, assim como ovos de tartarugas marinhas que possam ser afetados pela lama. A decisão da Justiça Estadual contraria determinação anterior da Justiça Federal, que, por meio de liminar, havia obrigado a Samarco a impedir que a lama chegasse ao mar sob pena de multa de R$10 milhões por dia. BIODIVERSIDADE AMEAÇADA Segundo especialistas, a foz do rio Doce é um importante celeiro de nutrientes para animais marinhos, como a tartaruga-de-couro (ameaçada de extinção), o golfinho pontoporia e as baleias jubartes. Em entrevista à BBC Brasil, o biólogo André Ruschi afirmou que o contato da lama com o mar seria equivalente "a dizimar o Pantanal". "Precisamos impedir a todo custo que essa lama chegue ao mar. Caso contrário, pode se tornar um desastre de proporções mundiais, com consequências difíceis de imaginar. É um risco que não podemos correr. E o preço que pagaremos por ele será enorme", disse ele. Já o Ministério do Meio Ambiente prevê um cenário menos drástico. Segundo o órgão, a lama atingiria uma área de 9 km de mar ao longo do litoral do Espírito Santo. A estimativa é baseada em um levantamento feito pelo grupo de pesquisa do oceanógrafo Paulo Rosman, da UFRJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro).
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Visitante da Flip também deve ficar atento à programação paralela
Apesar do ano de crise (o orçamento é o menor na década, de R$ 7,4 milhões) e da ausência da estrela Roberto Saviano, a 13ª edição da Flip (Feira Literária Internacional de Paraty) continua com uma programação recheada e variada. Além da Tenda dos Autores e das mesas oficiais, a programação paralela também merece a atenção dos visitantes, destaca a jornalista e colunista da *Folha* Raquel Cozer, que participou da transmissão ao vivo da TV Folha direto de Paraty.?É quase impossível dar conta de tudo. Vocês anda pelas ruas, vê um aglomerado e é algum autor debatendo?, diz Raquel, que destacou as concorridas Casa Folha e Sesc. Ela conversou com o editor-adjunta da ?Ilustrada? Fabio Victor e com a editora da ?TV Folha?, Camila Marques.Leia o texto completo
tv
Visitante da Flip também deve ficar atento à programação paralelaApesar do ano de crise (o orçamento é o menor na década, de R$ 7,4 milhões) e da ausência da estrela Roberto Saviano, a 13ª edição da Flip (Feira Literária Internacional de Paraty) continua com uma programação recheada e variada. Além da Tenda dos Autores e das mesas oficiais, a programação paralela também merece a atenção dos visitantes, destaca a jornalista e colunista da *Folha* Raquel Cozer, que participou da transmissão ao vivo da TV Folha direto de Paraty.?É quase impossível dar conta de tudo. Vocês anda pelas ruas, vê um aglomerado e é algum autor debatendo?, diz Raquel, que destacou as concorridas Casa Folha e Sesc. Ela conversou com o editor-adjunta da ?Ilustrada? Fabio Victor e com a editora da ?TV Folha?, Camila Marques.Leia o texto completo
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Justiça decreta prisão de mulher acusada de envenenar filho e marido
A Justiça do Ceará decretou a prisão preventiva de Cristiane Renata Coelho, 41, acusada de envenenar o marido, o subtenente do Exército Francileudo Bezerra Severino, 45, e o filho deles Lewdo Coelho Severido, 9. A decisão da juíza Daniela da Rocha, da 3ª Vara do Júri de Fortaleza, também ordena a quebra de sigilo dos e-mails de Cristiane e de Francileudo e de seus perfis nas redes sociais, no período de julho de 2013 a janeiro de 2015. O objetivo é identificar se houve coautoria do crime. Os dados serão repassados à Polícia Civil. Na segunda-feira (4), o Ministério Público do Ceará apresentou denúncia contra Cristiane Coelho. Ela foi acusada de homicídio do filho e de tentativa de homicídio do marido em novembro de 2014. Segundo investigação da polícia e denúncia da Promotoria, a mulher colocou veneno de rato, conhecido como chumbinho, em um sorvete de morango oferecido ao filho e em uma taça de vinho do marido. A criança morreu e o marido foi hospitalizado, mas sobreviveu. Na decisão, da última terça-feira (5), a magistrada afirma que os laudos periciais, como exame toxicológico, e depoimentos de testemunhas representam "mais do que indícios" de que Cristiane usou o veneno para tirar a vida do filho e tentar matar o marido. "Os peritos apontam a pessoa que manteve sua integridade física incólume, ou seja, a senhora Cristiane Renata Coelho Severino, como sendo quem tenha administrado e manipulado o veneno em alusão, tanto para o vinho degustado por Francileudo, como para uso no sorvete", diz a decisão. A juíza cita ainda depoimento de uma das testemunhas, que teria mencionado o interesse de Cristiane em adquirir o veneno de rato. O advogado de Cristiane, Paulo Quezado, não atendeu as ligações da reportagem.
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Justiça decreta prisão de mulher acusada de envenenar filho e maridoA Justiça do Ceará decretou a prisão preventiva de Cristiane Renata Coelho, 41, acusada de envenenar o marido, o subtenente do Exército Francileudo Bezerra Severino, 45, e o filho deles Lewdo Coelho Severido, 9. A decisão da juíza Daniela da Rocha, da 3ª Vara do Júri de Fortaleza, também ordena a quebra de sigilo dos e-mails de Cristiane e de Francileudo e de seus perfis nas redes sociais, no período de julho de 2013 a janeiro de 2015. O objetivo é identificar se houve coautoria do crime. Os dados serão repassados à Polícia Civil. Na segunda-feira (4), o Ministério Público do Ceará apresentou denúncia contra Cristiane Coelho. Ela foi acusada de homicídio do filho e de tentativa de homicídio do marido em novembro de 2014. Segundo investigação da polícia e denúncia da Promotoria, a mulher colocou veneno de rato, conhecido como chumbinho, em um sorvete de morango oferecido ao filho e em uma taça de vinho do marido. A criança morreu e o marido foi hospitalizado, mas sobreviveu. Na decisão, da última terça-feira (5), a magistrada afirma que os laudos periciais, como exame toxicológico, e depoimentos de testemunhas representam "mais do que indícios" de que Cristiane usou o veneno para tirar a vida do filho e tentar matar o marido. "Os peritos apontam a pessoa que manteve sua integridade física incólume, ou seja, a senhora Cristiane Renata Coelho Severino, como sendo quem tenha administrado e manipulado o veneno em alusão, tanto para o vinho degustado por Francileudo, como para uso no sorvete", diz a decisão. A juíza cita ainda depoimento de uma das testemunhas, que teria mencionado o interesse de Cristiane em adquirir o veneno de rato. O advogado de Cristiane, Paulo Quezado, não atendeu as ligações da reportagem.
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Sexta tem redução de velocidade na zona leste e show de Elza Soares
O QUE AFETA SUA VIDA Mais seis vias da zona leste têm velocidade reduzida a partir desta sexta (4). Passam a operar a 50 km/h as avenidas Pires do Rio, Deputado Doutor José Aristodemo Pinotti e São Miguel. A alteração também vale para a Estrada Imperador, Estrada de Mogi das Cruzes e para a rua Embira. Fique atento. Coletivos de ciclistas organizam uma bicicletada em apoio às ocupações das escolas estaduais. Eles se concentram às 20h na praça do Ciclista e planejam passar pela E.E. Maria José, na Bela Vista, e pela ETEC Parque da Juventude, em Santana. Vale lembrar: não devem circular nesta sexta (4) veículos com placas que terminam em 9 ou 0. O rodízio no centro expandido vale das 7h às 10h e entre 17h e 20h * TEMPO O dia será nublado, com chuva durante a manhã. As temperaturas ficam entre 20ºC e 29ºC. * CULTURA E LAZER No Sesc Pompeia, Elza Soares apresenta seu primeiro disco apenas de inéditas, "A Mulher do Fim do Mundo". Acompanhada dos músicos Kiko Dinucci, Marcelo Cabral, Rodrigo Campos, Romulo Fróes, Felipe Roseno e Guilherme Kastrup, ela canta sobre racismo e violência doméstica. A banda de rock Supercordas faz show na Serralheria Espaço Cultural, às 0h00, para lançar o terceiro álbum da carreira, "Terceira Terra". O quarteto paulista The Soundscapes abre o palco, que também terá Dj set de Irina Bertolucci, do Garotas Suecas. O coletivo Metanol comemora seis anos de vida com 12 horas de festa na Trackers. Das 21h às 9h, a balada eletrônica terá duas pistas, flash tattoo e comidinhas. Ingr.: R$ 30 (antecipado) e R$ 40 (na porta) A exposição "Filhos da Guerra: O Custo Humanitário de um Conflito Ignorado", em cartaz na Zipper Galeria, reúne fotografias do paraense Gabriel Chaim, que acompanhou de perto os conflitos na Síria. Ingr.: GRÁTIS * AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas às 21h. Coordenação: Ricardo Ampudia Reportagem: Amanda Massuela
saopaulo
Sexta tem redução de velocidade na zona leste e show de Elza SoaresO QUE AFETA SUA VIDA Mais seis vias da zona leste têm velocidade reduzida a partir desta sexta (4). Passam a operar a 50 km/h as avenidas Pires do Rio, Deputado Doutor José Aristodemo Pinotti e São Miguel. A alteração também vale para a Estrada Imperador, Estrada de Mogi das Cruzes e para a rua Embira. Fique atento. Coletivos de ciclistas organizam uma bicicletada em apoio às ocupações das escolas estaduais. Eles se concentram às 20h na praça do Ciclista e planejam passar pela E.E. Maria José, na Bela Vista, e pela ETEC Parque da Juventude, em Santana. Vale lembrar: não devem circular nesta sexta (4) veículos com placas que terminam em 9 ou 0. O rodízio no centro expandido vale das 7h às 10h e entre 17h e 20h * TEMPO O dia será nublado, com chuva durante a manhã. As temperaturas ficam entre 20ºC e 29ºC. * CULTURA E LAZER No Sesc Pompeia, Elza Soares apresenta seu primeiro disco apenas de inéditas, "A Mulher do Fim do Mundo". Acompanhada dos músicos Kiko Dinucci, Marcelo Cabral, Rodrigo Campos, Romulo Fróes, Felipe Roseno e Guilherme Kastrup, ela canta sobre racismo e violência doméstica. A banda de rock Supercordas faz show na Serralheria Espaço Cultural, às 0h00, para lançar o terceiro álbum da carreira, "Terceira Terra". O quarteto paulista The Soundscapes abre o palco, que também terá Dj set de Irina Bertolucci, do Garotas Suecas. O coletivo Metanol comemora seis anos de vida com 12 horas de festa na Trackers. Das 21h às 9h, a balada eletrônica terá duas pistas, flash tattoo e comidinhas. Ingr.: R$ 30 (antecipado) e R$ 40 (na porta) A exposição "Filhos da Guerra: O Custo Humanitário de um Conflito Ignorado", em cartaz na Zipper Galeria, reúne fotografias do paraense Gabriel Chaim, que acompanhou de perto os conflitos na Síria. Ingr.: GRÁTIS * AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas às 21h. Coordenação: Ricardo Ampudia Reportagem: Amanda Massuela
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Confira 12 lojas que vendem todo tipo de mobiliário para sua casa
ANA ELISA FARIA CAMILA SAYURI DE SÃO PAULO RAFAEL BAHIA COLABORAÇÃO PARA A sãopaulo Confira 12 lojas que vendem todo tipo de mobiliário para sua casa e também prestam consultaria e oferecem produtos de designers conhecidos. * ADENDO Mais que um showroom, a loja presta consultoria em decoração de ambientes residenciais e corporatvos. Além disso, também faz curadoria de mobiliários com essência brasileira. adendo.com.br. R. Manduri, 210, Jardim Paulistano, tel. 3071-3555. Seg. a sex.: 10h às 18h. - BRENTWOOD Há móveis para áreas internas, como aparadores, baús, estantes e mesas, e externas, a exemplo de namoradeiras e chaises. Também há uma linha corporativa. brentwood.com.br. Al. Gabriel Monteiro da Silva, 1.130, Jardim América, tel. 2344-0600. Seg. a sex.: 10h às 19h. Sáb.: 10h às 18h. - CARBONO O showroom da grife oferece design contemporâneo e acabamento despojado, assinados por uma equipe fixa e designers convidados. A poltrona C28, de Marcus Ferreira, sai por R$ 6.955,21. carbonodesign.com.br. Al. Gabriel Monteiro da Silva, 1.618, Jardim América, tel. 3815-1699. Seg. a sex.: 10h às 19h. Sáb.: 10h às 15h. - CLAMI A marca oferece móveis variados para áreas de estar, jantar, externa, home theater e também dormitório. Há peças de estilos clássicos a contemporâneos e a nova linha se destaca por apresentar linhas retas e pegada urbana. clami.com.br. R. Teodoro Sampaio, 1.650, Pinheiros, tel. 3032-8103. Seg. a sáb.: 9h30 às 20h. Dom.: 14h às 19h. - DPOT Reúne a maior coleção de mobiliário autoral do país. Isay Weinfeld, Ruy Ohtake e Estudiobola estão entre os designers que assinam as peças à venda. dpot.com.br. Al. Gabriel Monteiro da Silva, 479, Jardim América, tel. 3082-9513. Seg. a sex.: 10h às 19h. Sáb.: 10h às 15h. - ETNA Além da vasta gama de mobiliário e objetos de decoração (de marcas nacionais e importadas), a marca conta com artigos para cama, mesa, banho e utilidades domésticas. O sofá Cloudy Fair, de madeira, compensado e tecido 100% poliéster, custa R$ 3.999,90. etna.com.br. Av. Dr. Chucri Zaidan, 281, Vila Cordeiro, tel. 3004-3622. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom.: 11h às 20h. - FUTON COMPANY As peças são feitas a partir de técnicas de enchimento mais evoluídas, diferenciando-se do original futon japonês (o shikibuton). futon-company.com.br. R. Mateus Grou, 370, Pinheiros, tel. 4562-5000. Seg. a Sexta: 10h às 19h. Sáb.: 10h às 16h. - MICASA O estiloso imóvel de fachada envidraçada, nos Jardins, abriga desde 2004 a loja com móveis e objetos de decoração de marcas cobiçadas no mundo do design, como Artek, Moroso, Diesel, Cappellin e Vitra. micasa.com.br. R. Estados Unidos, 2.109, Jardim América, tel. 3088-1238. Seg. a sex.: 10h às 19h. Sáb.: 10h às 17h. - OPPA Com cerca de 3.000 produtos em seu portfólio, a marca aposta em peças práticas e fáceis de montar. Entre as sugestões, a poltrona Tambaqui design Rosenbaum e o Fetiche, que custa R$ 2.299,99. oppa.com.br. R. Aspicuelta, 153, Vila Madalena, tel. 2158-1568. Seg. a sáb.: 10h às 20h. Dom.: 11h às 17h. - ORNARE Suas linhas de móveis sob medida englobam armários, painéis e sistemas para cozinha e banheiro. Assinam os modelos nomes reconhecidos do mercado de decoração, como Marcelo Rosenbaum, Patricia Anastassiadis e Zanini de Zanine. ornare.com.br.. Al. Gabriel Monteiro da Silva, 1.101, Jardim América, tel. 3065-6622. Seg. a sex.: 10h às 20h. Sáb.: 12h às 14h. - SACCARO As peças são criações de designers convidados ou pela equipe própria. Um dos destaques é a cadeira Ladecasa, design Roque Frizzo, com estrutura em madeira e estofado em tecido ou couro, que custa R$ 2.680. saccaro.com.br.. Shopping D&D. Av. Nações Unidas, 12.551, lj. 330, tel. 3043-9136. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom.: 12h às 20h. - TOK&STOK A rede tem um amplo estoque de móveis e acessórios para decoração. As peças são modernas e inovadoras, fruto de parcerias com designers nacionais e internacionais. tokstok.com.br. Av. Eusébio Matoso, 1.231, Pinheiros, tel. 3583-4700. Seg. a sáb.: 9h às 22h. Dom.: 12h às 20h.
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Confira 12 lojas que vendem todo tipo de mobiliário para sua casaANA ELISA FARIA CAMILA SAYURI DE SÃO PAULO RAFAEL BAHIA COLABORAÇÃO PARA A sãopaulo Confira 12 lojas que vendem todo tipo de mobiliário para sua casa e também prestam consultaria e oferecem produtos de designers conhecidos. * ADENDO Mais que um showroom, a loja presta consultoria em decoração de ambientes residenciais e corporatvos. Além disso, também faz curadoria de mobiliários com essência brasileira. adendo.com.br. R. Manduri, 210, Jardim Paulistano, tel. 3071-3555. Seg. a sex.: 10h às 18h. - BRENTWOOD Há móveis para áreas internas, como aparadores, baús, estantes e mesas, e externas, a exemplo de namoradeiras e chaises. Também há uma linha corporativa. brentwood.com.br. Al. Gabriel Monteiro da Silva, 1.130, Jardim América, tel. 2344-0600. Seg. a sex.: 10h às 19h. Sáb.: 10h às 18h. - CARBONO O showroom da grife oferece design contemporâneo e acabamento despojado, assinados por uma equipe fixa e designers convidados. A poltrona C28, de Marcus Ferreira, sai por R$ 6.955,21. carbonodesign.com.br. Al. Gabriel Monteiro da Silva, 1.618, Jardim América, tel. 3815-1699. Seg. a sex.: 10h às 19h. Sáb.: 10h às 15h. - CLAMI A marca oferece móveis variados para áreas de estar, jantar, externa, home theater e também dormitório. Há peças de estilos clássicos a contemporâneos e a nova linha se destaca por apresentar linhas retas e pegada urbana. clami.com.br. R. Teodoro Sampaio, 1.650, Pinheiros, tel. 3032-8103. Seg. a sáb.: 9h30 às 20h. Dom.: 14h às 19h. - DPOT Reúne a maior coleção de mobiliário autoral do país. Isay Weinfeld, Ruy Ohtake e Estudiobola estão entre os designers que assinam as peças à venda. dpot.com.br. Al. Gabriel Monteiro da Silva, 479, Jardim América, tel. 3082-9513. Seg. a sex.: 10h às 19h. Sáb.: 10h às 15h. - ETNA Além da vasta gama de mobiliário e objetos de decoração (de marcas nacionais e importadas), a marca conta com artigos para cama, mesa, banho e utilidades domésticas. O sofá Cloudy Fair, de madeira, compensado e tecido 100% poliéster, custa R$ 3.999,90. etna.com.br. Av. Dr. Chucri Zaidan, 281, Vila Cordeiro, tel. 3004-3622. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom.: 11h às 20h. - FUTON COMPANY As peças são feitas a partir de técnicas de enchimento mais evoluídas, diferenciando-se do original futon japonês (o shikibuton). futon-company.com.br. R. Mateus Grou, 370, Pinheiros, tel. 4562-5000. Seg. a Sexta: 10h às 19h. Sáb.: 10h às 16h. - MICASA O estiloso imóvel de fachada envidraçada, nos Jardins, abriga desde 2004 a loja com móveis e objetos de decoração de marcas cobiçadas no mundo do design, como Artek, Moroso, Diesel, Cappellin e Vitra. micasa.com.br. R. Estados Unidos, 2.109, Jardim América, tel. 3088-1238. Seg. a sex.: 10h às 19h. Sáb.: 10h às 17h. - OPPA Com cerca de 3.000 produtos em seu portfólio, a marca aposta em peças práticas e fáceis de montar. Entre as sugestões, a poltrona Tambaqui design Rosenbaum e o Fetiche, que custa R$ 2.299,99. oppa.com.br. R. Aspicuelta, 153, Vila Madalena, tel. 2158-1568. Seg. a sáb.: 10h às 20h. Dom.: 11h às 17h. - ORNARE Suas linhas de móveis sob medida englobam armários, painéis e sistemas para cozinha e banheiro. Assinam os modelos nomes reconhecidos do mercado de decoração, como Marcelo Rosenbaum, Patricia Anastassiadis e Zanini de Zanine. ornare.com.br.. Al. Gabriel Monteiro da Silva, 1.101, Jardim América, tel. 3065-6622. Seg. a sex.: 10h às 20h. Sáb.: 12h às 14h. - SACCARO As peças são criações de designers convidados ou pela equipe própria. Um dos destaques é a cadeira Ladecasa, design Roque Frizzo, com estrutura em madeira e estofado em tecido ou couro, que custa R$ 2.680. saccaro.com.br.. Shopping D&D. Av. Nações Unidas, 12.551, lj. 330, tel. 3043-9136. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom.: 12h às 20h. - TOK&STOK A rede tem um amplo estoque de móveis e acessórios para decoração. As peças são modernas e inovadoras, fruto de parcerias com designers nacionais e internacionais. tokstok.com.br. Av. Eusébio Matoso, 1.231, Pinheiros, tel. 3583-4700. Seg. a sáb.: 9h às 22h. Dom.: 12h às 20h.
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Florestas brasileiras na COP 21
Nos próximos meses, dois importantes eventos liderados pela ONU debaterão a relação entre clima e sustentabilidade . Em 27 deste mês, em Nova York, chefes de Estado das principais nações do mundo deverão assumir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), elaborados a partir das diretrizes da Rio+20 e que substituirão os Objetivos do Milênio, criados em 2000. Já em dezembro, em Paris, será a vez da Conferência das Mudanças Climáticas, a COP-21, cuja maior expectativa refere-se à assinatura de um novo acordo climático que substitua, de forma efetiva, o Protocolo de Kyoto a partir de 2020. O Brasil deve levar importante contribuição à COP-21, com o estabelecimento de compromissos de redução de emissões de gases causadores do aquecimento global. Na COP-21, entretanto, haverá muitas outras frentes de ação. Uma das mais relevantes para as atividades que se valem de florestas plantadas diz respeito às negociações de crédito de carbono florestal por causa das oportunidades de mitigação de emissões de CO2 pelas árvores plantadas e de preservação das matas nativas a elas associadas. Sabe-se que as florestas desempenham um papel importante sobre o clima, uma vez que têm alta capacidade de sequestrar carbono, contribuindo para a diminuição do aquecimento global. O plantio de florestas, a adoção de processos de gestão mais eficazes e amplos, a recuperação de áreas degradadas e a preservação de matas nativas atuam para reduzir a concentração de CO2 na atmosfera. É reconhecido que árvores jovens são mais eficientes do que as adultas no sequestro de carbono –além do que utilizam para se alimentar, elas permitem a fixação do carbono na madeira–, incentivar o plantio de florestas e atividades que precisem dessa matéria-prima é atuar em benefício do planeta. Nos plantios destinados à produção e nas áreas de conservação, a formação e a manutenção de estoques de carbono resultam em remoções dos gases de efeito estufa com a consequente redução de sua concentração na atmosfera e durante todo o tempo em que o estoque for mantido. Em 2014, os 7,7 milhões de hectares de áreas de plantios florestais no Brasil foram responsáveis pelo estoque de cerca de 1,7 bilhão de toneladas de CO2, o que equivale a um ano das emissões nacionais. Além da manutenção ou aumento dos estoques de carbono, cada produto originário de árvores plantadas pode evitar ou reduzir emissões associadas ao uso de produtos oriundos de matérias-primas fósseis ou não renováveis. O potencial de mitigação do setor está relacionado à superação dos principais entraves ao seu desenvolvimento no Brasil, como a elevada carga tributária de investimentos, gargalos de infraestrutura e logística e questões trabalhistas. Além de questões estruturais, os principais desafios à expansão do setor estão vinculados à base plantada. O aprofundamento de mecanismos existentes e o desenvolvimento de novas alternativas, que valorizem economicamente os benefícios climáticos gerados pelo setor, representam sinergias positivas de grande valor para o desenvolvimento sustentável brasileiro. ELIZABETH DE CARVALHAES é presidente-executiva da Ibá - Indústria Brasileira de Árvores e presidente do ICFPA - International Council of Forest and Paper Associations * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Florestas brasileiras na COP 21Nos próximos meses, dois importantes eventos liderados pela ONU debaterão a relação entre clima e sustentabilidade . Em 27 deste mês, em Nova York, chefes de Estado das principais nações do mundo deverão assumir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), elaborados a partir das diretrizes da Rio+20 e que substituirão os Objetivos do Milênio, criados em 2000. Já em dezembro, em Paris, será a vez da Conferência das Mudanças Climáticas, a COP-21, cuja maior expectativa refere-se à assinatura de um novo acordo climático que substitua, de forma efetiva, o Protocolo de Kyoto a partir de 2020. O Brasil deve levar importante contribuição à COP-21, com o estabelecimento de compromissos de redução de emissões de gases causadores do aquecimento global. Na COP-21, entretanto, haverá muitas outras frentes de ação. Uma das mais relevantes para as atividades que se valem de florestas plantadas diz respeito às negociações de crédito de carbono florestal por causa das oportunidades de mitigação de emissões de CO2 pelas árvores plantadas e de preservação das matas nativas a elas associadas. Sabe-se que as florestas desempenham um papel importante sobre o clima, uma vez que têm alta capacidade de sequestrar carbono, contribuindo para a diminuição do aquecimento global. O plantio de florestas, a adoção de processos de gestão mais eficazes e amplos, a recuperação de áreas degradadas e a preservação de matas nativas atuam para reduzir a concentração de CO2 na atmosfera. É reconhecido que árvores jovens são mais eficientes do que as adultas no sequestro de carbono –além do que utilizam para se alimentar, elas permitem a fixação do carbono na madeira–, incentivar o plantio de florestas e atividades que precisem dessa matéria-prima é atuar em benefício do planeta. Nos plantios destinados à produção e nas áreas de conservação, a formação e a manutenção de estoques de carbono resultam em remoções dos gases de efeito estufa com a consequente redução de sua concentração na atmosfera e durante todo o tempo em que o estoque for mantido. Em 2014, os 7,7 milhões de hectares de áreas de plantios florestais no Brasil foram responsáveis pelo estoque de cerca de 1,7 bilhão de toneladas de CO2, o que equivale a um ano das emissões nacionais. Além da manutenção ou aumento dos estoques de carbono, cada produto originário de árvores plantadas pode evitar ou reduzir emissões associadas ao uso de produtos oriundos de matérias-primas fósseis ou não renováveis. O potencial de mitigação do setor está relacionado à superação dos principais entraves ao seu desenvolvimento no Brasil, como a elevada carga tributária de investimentos, gargalos de infraestrutura e logística e questões trabalhistas. Além de questões estruturais, os principais desafios à expansão do setor estão vinculados à base plantada. O aprofundamento de mecanismos existentes e o desenvolvimento de novas alternativas, que valorizem economicamente os benefícios climáticos gerados pelo setor, representam sinergias positivas de grande valor para o desenvolvimento sustentável brasileiro. ELIZABETH DE CARVALHAES é presidente-executiva da Ibá - Indústria Brasileira de Árvores e presidente do ICFPA - International Council of Forest and Paper Associations * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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EUA obrigarão passageiros vindos do Oriente Médio a despachar eletrônicos
O Departamento de Segurança Interna dos EUA anunciará nos próximos dias uma resolução que proíbe o transporte de eletrônicos maiores que um celular na bagagem de mão em voos vindos do Oriente Médio e do norte da África. Segundo a imprensa americana informou nesta segunda-feira (20), equipamentos como notebooks, tablets, leitores eletrônicos, câmeras e leitores de DVD portáteis só poderão ser levados na bagagem despachada. Membros do governo disseram que a medida valerá para dez aeroportos: Doha (Qatar), Al Kuait (Kuait), Dubai e Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos), Riad e Jidda (Arábia Saudita), Cairo (Egito), Amã (Jordânia), Casablanca (Marrocos) e Istambul (Turquia). O veto aos eletrônicos, afirmam os funcionários, será uma resposta a uma ameaça terrorista. A rede CNN diz se tratar de uma retaliação da Al Qaeda na Península Arábica à morte de líderes em ataques dos EUA no Iêmen. A previsão é que a resolução seja anunciada até quarta (22) e algumas companhias aéreas já se prepararam. A Royal Jordanian alertou os passageiros que eles podem ser barrados se levarem os equipamentos na bagagem de mão. O jornal saudita "Al Riyadh" informou que a monarquia do golfo Pérsico passou as orientações para as transportadoras sediadas no país. A medida não vale, porém, para aviões de companhias americanas vindos destes países. A Casa Branca não comentou sobre o assunto, assim como o Departamento de Segurança Interna. As novas ordens se somam a uma resolução que obriga os passageiros a trazerem seus eletrônicos carregados em voos rumo aos EUA.
mundo
EUA obrigarão passageiros vindos do Oriente Médio a despachar eletrônicosO Departamento de Segurança Interna dos EUA anunciará nos próximos dias uma resolução que proíbe o transporte de eletrônicos maiores que um celular na bagagem de mão em voos vindos do Oriente Médio e do norte da África. Segundo a imprensa americana informou nesta segunda-feira (20), equipamentos como notebooks, tablets, leitores eletrônicos, câmeras e leitores de DVD portáteis só poderão ser levados na bagagem despachada. Membros do governo disseram que a medida valerá para dez aeroportos: Doha (Qatar), Al Kuait (Kuait), Dubai e Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos), Riad e Jidda (Arábia Saudita), Cairo (Egito), Amã (Jordânia), Casablanca (Marrocos) e Istambul (Turquia). O veto aos eletrônicos, afirmam os funcionários, será uma resposta a uma ameaça terrorista. A rede CNN diz se tratar de uma retaliação da Al Qaeda na Península Arábica à morte de líderes em ataques dos EUA no Iêmen. A previsão é que a resolução seja anunciada até quarta (22) e algumas companhias aéreas já se prepararam. A Royal Jordanian alertou os passageiros que eles podem ser barrados se levarem os equipamentos na bagagem de mão. O jornal saudita "Al Riyadh" informou que a monarquia do golfo Pérsico passou as orientações para as transportadoras sediadas no país. A medida não vale, porém, para aviões de companhias americanas vindos destes países. A Casa Branca não comentou sobre o assunto, assim como o Departamento de Segurança Interna. As novas ordens se somam a uma resolução que obriga os passageiros a trazerem seus eletrônicos carregados em voos rumo aos EUA.
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Rio volta a ter sensação térmica de 44ºC; calor continua no fim de semana
Depois de alguns dias de tempo mais ameno, o Rio de Janeiro voltou a registrar temperaturas elevadas e sensação térmica acima dos 40ºC nesta sexta-feira (9). O tempo ficou predominantemente claro e a temperatura chegou aos 39,6°C em Guaratiba, zona oeste do Rio. O Alerta Rio, da prefeitura, aponta que a sensação térmica foi ainda maior, alcançando os 44°C. Para o final de semana, o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) prevê céu claro a parcialmente nublado, com temperatura mínima de 22°C e máxima de 41°C. Não há previsão de chuvas. As temperaturas mais altas devem continuar pelo menos até a próxima terça-feira (13), por causa de uma massa de ar quente e seco sobre a cidade, que mantém o tempo estável e reduz a nebulosidade. Com as altas temperaturas, a previsão é de praias cheias. O Centro de Operações da Prefeitura do Rio informou que as praias recomendadas para banho são Diabo, Grumari, Ipanema, Joatinga, Leme, Pontal de Sernambetiba, Prainha, Recreio dos Bandeirantes, Urca, Vermelha e Vidigal. As praias de Copacabana, da Barra da Tijuca e do Leblon também estão liberadas, mas com restrições em alguns pontos.
cotidiano
Rio volta a ter sensação térmica de 44ºC; calor continua no fim de semanaDepois de alguns dias de tempo mais ameno, o Rio de Janeiro voltou a registrar temperaturas elevadas e sensação térmica acima dos 40ºC nesta sexta-feira (9). O tempo ficou predominantemente claro e a temperatura chegou aos 39,6°C em Guaratiba, zona oeste do Rio. O Alerta Rio, da prefeitura, aponta que a sensação térmica foi ainda maior, alcançando os 44°C. Para o final de semana, o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) prevê céu claro a parcialmente nublado, com temperatura mínima de 22°C e máxima de 41°C. Não há previsão de chuvas. As temperaturas mais altas devem continuar pelo menos até a próxima terça-feira (13), por causa de uma massa de ar quente e seco sobre a cidade, que mantém o tempo estável e reduz a nebulosidade. Com as altas temperaturas, a previsão é de praias cheias. O Centro de Operações da Prefeitura do Rio informou que as praias recomendadas para banho são Diabo, Grumari, Ipanema, Joatinga, Leme, Pontal de Sernambetiba, Prainha, Recreio dos Bandeirantes, Urca, Vermelha e Vidigal. As praias de Copacabana, da Barra da Tijuca e do Leblon também estão liberadas, mas com restrições em alguns pontos.
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Professores visitam casas de alunos para evitar evasão escolar em MG
Um ano após ouvir de uma pedagoga que seu filho de criação "não tinha jeito" e "ia virar traficante", a vendedora de 62 anos diz se sentir aliviada com os rumos do garoto. O adolescente de 15 anos era conhecido por faltar nas aulas e por arranjar brigas. Mudou seu comportamento após uma professora começar a visitar a casa da família e a ouvir suas queixas. A prática se tornou comum nas escolas municipais de Contagem, na Grande Belo Horizonte, após a implantação de um programa que tenta diminuir a evasão escolar e melhorar a atitude dos alunos dentro da sala de aula. A ideia foi levada adiante há aproximadamente um ano e, depois de uma apresentação do programa no México, Contagem foi aceita na rede "Cidades Aprendizagem", da Unesco (braço da ONU), que incentiva a adoção de políticas públicas para educação. Alguns professores ganham cargo de "articulador comunitário" e se aproximam das famílias de estudantes com algum problema para diagnosticar a situação. Os dados são enviados para um comitê municipal e, se necessário, é providenciada assistência psicológica, médica e social aos alunos. O programa, de acordo com o relatório de instituto que preta consultoria ao município, provocou uma "redução drástica de faltas na escola (84%)" e "melhoria do comportamento". ATENÇÃO No caso do adolescente de 15 anos que chegou a ser tratado como um estudante que "não tinha jeito", a articuladora Glauce Leonel, 38, descobriu que ele havia sido abandonado pela mãe e, por isso, se sente rejeitado. Segundo ela e a mãe de criação, a aproximação da escola e a maior atenção dada ao aluno já surtiram efeito. "Não é que tenha havido uma mudança mágica no comportamento, mas ele tem se adequado depois que a escola se aproximou. Passou a assistir às aulas e parou de enfrentar os outros", afirma Leonel, que antes de ser articuladora lecionava educação física. Atualmente, ela visita outros 18 estudantes. Apesar de a iniciativa ser bem vista, a ajuda requerida pelos educadores nem sempre vem com rapidez. O próprio menino de 15 anos atendido por Leonel e que mudou seu comportamento, por exemplo, ainda não conseguiu a assistência de um psicólogo, embora a articuladora ache que seja necessário. SAÚDE Crianças com problemas de saúde também são monitoradas pelos articuladores. Lázaro Fernandes, 8, tem uma doença não diagnosticada que fragiliza os ossos, dificulta a fala e a respiração. "A primeira visita que recebi da Raquel [de Souza, a articuladora] foi quando meu filho se quebrou todo após uma queda", diz a dona de casa Elizabete Fernandes, 38, mãe do menino. Foram obtidos remédios e equipamentos. Ele também passou a ser assistido por uma psicóloga e se tornou mais sociável. "É outra criança", diz a mãe. "Nosso objetivo é fechar um cerco de proteção para o que está acontecendo com o aluno", explica Tereza Cristina de Oliveira, uma das responsáveis pelo programa. Segundo ela, a prioridade são estudantes com suspeita de uso de drogas, de abuso ou que têm pouca frequência em sala de aula. Aproximadamente 50 escolas fazem parte do programa.
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Professores visitam casas de alunos para evitar evasão escolar em MGUm ano após ouvir de uma pedagoga que seu filho de criação "não tinha jeito" e "ia virar traficante", a vendedora de 62 anos diz se sentir aliviada com os rumos do garoto. O adolescente de 15 anos era conhecido por faltar nas aulas e por arranjar brigas. Mudou seu comportamento após uma professora começar a visitar a casa da família e a ouvir suas queixas. A prática se tornou comum nas escolas municipais de Contagem, na Grande Belo Horizonte, após a implantação de um programa que tenta diminuir a evasão escolar e melhorar a atitude dos alunos dentro da sala de aula. A ideia foi levada adiante há aproximadamente um ano e, depois de uma apresentação do programa no México, Contagem foi aceita na rede "Cidades Aprendizagem", da Unesco (braço da ONU), que incentiva a adoção de políticas públicas para educação. Alguns professores ganham cargo de "articulador comunitário" e se aproximam das famílias de estudantes com algum problema para diagnosticar a situação. Os dados são enviados para um comitê municipal e, se necessário, é providenciada assistência psicológica, médica e social aos alunos. O programa, de acordo com o relatório de instituto que preta consultoria ao município, provocou uma "redução drástica de faltas na escola (84%)" e "melhoria do comportamento". ATENÇÃO No caso do adolescente de 15 anos que chegou a ser tratado como um estudante que "não tinha jeito", a articuladora Glauce Leonel, 38, descobriu que ele havia sido abandonado pela mãe e, por isso, se sente rejeitado. Segundo ela e a mãe de criação, a aproximação da escola e a maior atenção dada ao aluno já surtiram efeito. "Não é que tenha havido uma mudança mágica no comportamento, mas ele tem se adequado depois que a escola se aproximou. Passou a assistir às aulas e parou de enfrentar os outros", afirma Leonel, que antes de ser articuladora lecionava educação física. Atualmente, ela visita outros 18 estudantes. Apesar de a iniciativa ser bem vista, a ajuda requerida pelos educadores nem sempre vem com rapidez. O próprio menino de 15 anos atendido por Leonel e que mudou seu comportamento, por exemplo, ainda não conseguiu a assistência de um psicólogo, embora a articuladora ache que seja necessário. SAÚDE Crianças com problemas de saúde também são monitoradas pelos articuladores. Lázaro Fernandes, 8, tem uma doença não diagnosticada que fragiliza os ossos, dificulta a fala e a respiração. "A primeira visita que recebi da Raquel [de Souza, a articuladora] foi quando meu filho se quebrou todo após uma queda", diz a dona de casa Elizabete Fernandes, 38, mãe do menino. Foram obtidos remédios e equipamentos. Ele também passou a ser assistido por uma psicóloga e se tornou mais sociável. "É outra criança", diz a mãe. "Nosso objetivo é fechar um cerco de proteção para o que está acontecendo com o aluno", explica Tereza Cristina de Oliveira, uma das responsáveis pelo programa. Segundo ela, a prioridade são estudantes com suspeita de uso de drogas, de abuso ou que têm pouca frequência em sala de aula. Aproximadamente 50 escolas fazem parte do programa.
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Manchester United e City voltam a vencer; Arsenal lidera o Inglês
Fazendo um Campeonato Inglês abaixo do esperado, o Manchester United voltou a vencer na competição depois de seis jogos. Jogando em casa, o United bateu o Swansea por 2 a 1 neste sábado (2), pela 20ª rodada do torneio. Os gols do triunfo do time vermelho de Manchester foram marcados por Anthony Martial e Wayne Rooney. O gol do Swansea foi de Gylfi Sigurdsson. A última vitória do United no Inglês havia sido em 21 de novembro, contra o Watford, pela 13ª rodada. Com a vitória, o Manchester United volta a sonhar com melhores posições na tabela do campeonato. Com 33 pontos ganhos, ocupa a quinta colocação na classificação. O Swansea ficou com 19 pontos e está na 17ª posição, última fora da zona do rebaixamento. ARSENAL LIDERA O Arsenal bateu o Newcastle em casa por 1 a 0 e se manteve na liderança do Inglês. O gol do triunfo do time de Londres foi marcado por Koscielny. Com o resultado, o Arsenal mantém o tabu de não perder para o Newcastle há cinco anos. Desde novembro de 2010, foram 11 jogos entre os dois times, com 9 vitórias dos londrinos e dois empates. Líder da competição com 42 pontos, o Arsenal abriu dois pontos de diferença para o segundo colocado, o Leicester, que empatou sem gols com o Bournemouth. CITY NA BRIGA O Manchester City segue na cola do Arsenal. A equipe venceu o Watford, fora de casa, por 2 a 1, foi aos 39 pontos e continua na terceira posição. O primeiro gol da partida foi dos donos da casa. Aos 10 min do segundo tempo, após cobranças de escanteio, Kolarov desviou de cabeça e jogou a bola contra o seu próprio gol. Aos 37 min, Yaya Touré empatou para o City. O argentino Agüero virou a partida dois minutos depois e deu números finais ao jogo. Na próxima rodada, o Manchester City recebe o Everton, na quarta-feira. No mesmo dia, o Watford visita o Southampton.
esporte
Manchester United e City voltam a vencer; Arsenal lidera o InglêsFazendo um Campeonato Inglês abaixo do esperado, o Manchester United voltou a vencer na competição depois de seis jogos. Jogando em casa, o United bateu o Swansea por 2 a 1 neste sábado (2), pela 20ª rodada do torneio. Os gols do triunfo do time vermelho de Manchester foram marcados por Anthony Martial e Wayne Rooney. O gol do Swansea foi de Gylfi Sigurdsson. A última vitória do United no Inglês havia sido em 21 de novembro, contra o Watford, pela 13ª rodada. Com a vitória, o Manchester United volta a sonhar com melhores posições na tabela do campeonato. Com 33 pontos ganhos, ocupa a quinta colocação na classificação. O Swansea ficou com 19 pontos e está na 17ª posição, última fora da zona do rebaixamento. ARSENAL LIDERA O Arsenal bateu o Newcastle em casa por 1 a 0 e se manteve na liderança do Inglês. O gol do triunfo do time de Londres foi marcado por Koscielny. Com o resultado, o Arsenal mantém o tabu de não perder para o Newcastle há cinco anos. Desde novembro de 2010, foram 11 jogos entre os dois times, com 9 vitórias dos londrinos e dois empates. Líder da competição com 42 pontos, o Arsenal abriu dois pontos de diferença para o segundo colocado, o Leicester, que empatou sem gols com o Bournemouth. CITY NA BRIGA O Manchester City segue na cola do Arsenal. A equipe venceu o Watford, fora de casa, por 2 a 1, foi aos 39 pontos e continua na terceira posição. O primeiro gol da partida foi dos donos da casa. Aos 10 min do segundo tempo, após cobranças de escanteio, Kolarov desviou de cabeça e jogou a bola contra o seu próprio gol. Aos 37 min, Yaya Touré empatou para o City. O argentino Agüero virou a partida dois minutos depois e deu números finais ao jogo. Na próxima rodada, o Manchester City recebe o Everton, na quarta-feira. No mesmo dia, o Watford visita o Southampton.
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Com recorde brasileiro, Joanna Maranhão ganha mais duas medalhas
Ao sair da piscina da prova de 400 metros medley nos Jogos Pan Americanos, Joanna Maranhão estava em quarto lugar, a quatro décimos da canadense Sydney Pickrem. Mas já saiu satisfeita. Ela conseguiu quebrar o recorde brasileiro dela mesma, que durava 11 anos. O novo prêmio veio segundos depois, com o anúncio da desqualificação da antes medalhista de ouro, a canadense Emily Overholt. Com a mudança, seu recorde lhe valeu o bronze. "Esperei muito por esse dia. Se não quebrasse esse recorde, seria um fardo pelo resto da vida. Poderia ficar em oitavo lugar que ainda assim ficaria feliz. Tive uma batalha psicológica com essa marca. Achei que nunca ia batê-la. Cheguei a dizer a mim mesma que nunca mais nadaria essa prova", disse ela logo após a competição. Ela completou os 400 metros em 4min38s07, superando os 4min40s que ela conseguiu na Olimpíada de Atenas-04. Joanna já havia conquistado o bronze nos 200 metros borboleta. REVEZAMENTO Maranhão ainda esteve na equipe que levou a medalha de prata no revezamento 4 x 200 metros livre nesta quinta. O time brasileiro, composto também por Larissa Martins, Jéssica Cavalheiro e Manuella Lyrio, completou a prova em 7min56s36, dois segundos atrás dos Estados Unidos, que ficaram com o ouro. CONFIRA AS MEDALHAS DO BRASIL NO PAN-2015 Crédito: Editoria de Arte/Folhapress
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Com recorde brasileiro, Joanna Maranhão ganha mais duas medalhasAo sair da piscina da prova de 400 metros medley nos Jogos Pan Americanos, Joanna Maranhão estava em quarto lugar, a quatro décimos da canadense Sydney Pickrem. Mas já saiu satisfeita. Ela conseguiu quebrar o recorde brasileiro dela mesma, que durava 11 anos. O novo prêmio veio segundos depois, com o anúncio da desqualificação da antes medalhista de ouro, a canadense Emily Overholt. Com a mudança, seu recorde lhe valeu o bronze. "Esperei muito por esse dia. Se não quebrasse esse recorde, seria um fardo pelo resto da vida. Poderia ficar em oitavo lugar que ainda assim ficaria feliz. Tive uma batalha psicológica com essa marca. Achei que nunca ia batê-la. Cheguei a dizer a mim mesma que nunca mais nadaria essa prova", disse ela logo após a competição. Ela completou os 400 metros em 4min38s07, superando os 4min40s que ela conseguiu na Olimpíada de Atenas-04. Joanna já havia conquistado o bronze nos 200 metros borboleta. REVEZAMENTO Maranhão ainda esteve na equipe que levou a medalha de prata no revezamento 4 x 200 metros livre nesta quinta. O time brasileiro, composto também por Larissa Martins, Jéssica Cavalheiro e Manuella Lyrio, completou a prova em 7min56s36, dois segundos atrás dos Estados Unidos, que ficaram com o ouro. CONFIRA AS MEDALHAS DO BRASIL NO PAN-2015 Crédito: Editoria de Arte/Folhapress
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Grécia diz que não vai cooperar mais com grupo de credores
O novo ministro das Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis, afirmou que o governo não tem intenção de cooperar com uma missão da "troica" de credores formada por FMI, União Europeia e BCE (Banco Central Europeu). O ministro disse ainda que não licitaria prorrogação da data limite de 28 de fevereiro, em sua negociação com os credores. Caso não seja fechada até lá a renovação do programa de resgaste, o país vai perder acesso a linhas de crédito do BCE. "Essa plataforma permitiu que conquistássemos a confiança do povo grego", disse o ministro a jornalistas depois da reunião, em Atenas, com Jeroen Djisselbloem, o chefe do grupo de ministros de Finanças da zona do euro. Djisselbloem disse que uma decisão quanto ao prazo seria tomada antes do final de fevereiro, mas rejeitou o apelo da Grécia por uma conferência especial sobre a dívida, dizendo que essa conferência já existia, na forma do grupo de ministros das finanças dos países do euro. A reunião de uma hora de duração parece nada ter feito para reduzir a distância entre o governo do primeiro-ministro Alexis Tsipras e seus parceiros europeus, que insistiram em que a Grécia precisa respeitar suas obrigações sob o acordo de resgate de € 240 bilhões. NEGOCIAÇÕES O novo governo de esquerda da Grécia abriu as negociações com seus parceiros europeus sobre o pacote de resgate ao país que está em vigor, rejeitando completamente qualquer expectativa de um prolongamento do programa e da fiscalização internacional que o acompanha. Varoufakis se reuniu com Djisselbloem, para o que os dois descreveram como discussões "construtivas" sobre os objetivos do novo governo. Varoufakis não ofereceu indicação sobre o que a Grécia –que precisa respeitar os termos do programa de resgate do FMI e União Europeia para que seus bancos mantenham acesso continuado a verbas do BCE– faria caso não fosse possível chegar a um acordo dentro do prazo. Atenas espera o desembolso de uma parcela final de € 7,2 bilhões das verbas de resgate, está sem acesso aos mercados internacionais de títulos, e precisa pagar cerca de € 10 bilhões em dívidas até a metade deste ano. O ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schaüble, repetiu a mensagem em que a administração da chanceler Angela Merkel vem insistindo desde que o novo governo grego tomou posse, afirmando que a generosidade alemã já havia se estendido ao limite, e que o país não aceitaria chantagem. Tradução de PAULO MIGLIACCI
mercado
Grécia diz que não vai cooperar mais com grupo de credoresO novo ministro das Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis, afirmou que o governo não tem intenção de cooperar com uma missão da "troica" de credores formada por FMI, União Europeia e BCE (Banco Central Europeu). O ministro disse ainda que não licitaria prorrogação da data limite de 28 de fevereiro, em sua negociação com os credores. Caso não seja fechada até lá a renovação do programa de resgaste, o país vai perder acesso a linhas de crédito do BCE. "Essa plataforma permitiu que conquistássemos a confiança do povo grego", disse o ministro a jornalistas depois da reunião, em Atenas, com Jeroen Djisselbloem, o chefe do grupo de ministros de Finanças da zona do euro. Djisselbloem disse que uma decisão quanto ao prazo seria tomada antes do final de fevereiro, mas rejeitou o apelo da Grécia por uma conferência especial sobre a dívida, dizendo que essa conferência já existia, na forma do grupo de ministros das finanças dos países do euro. A reunião de uma hora de duração parece nada ter feito para reduzir a distância entre o governo do primeiro-ministro Alexis Tsipras e seus parceiros europeus, que insistiram em que a Grécia precisa respeitar suas obrigações sob o acordo de resgate de € 240 bilhões. NEGOCIAÇÕES O novo governo de esquerda da Grécia abriu as negociações com seus parceiros europeus sobre o pacote de resgate ao país que está em vigor, rejeitando completamente qualquer expectativa de um prolongamento do programa e da fiscalização internacional que o acompanha. Varoufakis se reuniu com Djisselbloem, para o que os dois descreveram como discussões "construtivas" sobre os objetivos do novo governo. Varoufakis não ofereceu indicação sobre o que a Grécia –que precisa respeitar os termos do programa de resgate do FMI e União Europeia para que seus bancos mantenham acesso continuado a verbas do BCE– faria caso não fosse possível chegar a um acordo dentro do prazo. Atenas espera o desembolso de uma parcela final de € 7,2 bilhões das verbas de resgate, está sem acesso aos mercados internacionais de títulos, e precisa pagar cerca de € 10 bilhões em dívidas até a metade deste ano. O ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schaüble, repetiu a mensagem em que a administração da chanceler Angela Merkel vem insistindo desde que o novo governo grego tomou posse, afirmando que a generosidade alemã já havia se estendido ao limite, e que o país não aceitaria chantagem. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Não só o PT precisa fazer autocrítica
Anteontem, nesta mesma Folha, Demétrio Magnoli teceu críticas à minha coluna de semana passada. Suas objeções foram razoáveis e o tom de seu texto foi civilizado. E, no entanto, nossa discordância persiste. Na coluna de segunda passada propus que a briga recente dos colunistas conservadores refletia um conflito mais profundo dentro da direita: apoiar a Lava Jato até o fim é arriscar derrubar Temer; e derrubar Temer é arriscar o futuro das reformas econômicas. Magnoli despreza a briga entre os colunistas conservadores como algo que "só tem relevância para almas viciadas nas guerrilhas crônicas das redes sociais". Bem, foram essas almas viciadas que lideraram as passeatas pelo impeachment. Se a direita moderada aceitou essa liderança, não pode esperar escapar inteiramente do contágio das besteiras que os malucos gritam no YouTube. Na direita moderada é comum descrever o impeachment como uma lição, uma volta da razão após a loucura petista. Não foi isso. O nível do jogo sujo envolvido na derrubada de Dilma Rousseff é mais claro a cada áudio vazado. Se o bom senso tiver vencido alguma coisa, terá sido por sua disposição de se aliar a coisas muito, muito ruins. Parte da picaretagem era o discurso de que havia algo excepcional na corrupção petista: exatamente o discurso que Magnoli tenta reciclar quando diz que o PT criou o "Estado-Odebrecht". Contra isso, todos os fatos: a Lava Jato nos mostra a cada nova delação que o cartel das empreiteiras financiou todos os grandes partidos nas últimas décadas. O PT, como partido centralizado, administrava o que roubava centralizadamente. Os partidos de direita, que são só associações entre caciques, deixavam que cada cacique administrasse seu esquema. Quem quiser ver nisso uma diferença fundamental, boa sorte. O hospital que não foi feito com o dinheiro roubado é o mesmo nos dois casos. Magnoli também postula que as reformas são necessárias porque a Nova Matriz Econômica destruiu a economia; e que as reformas não estariam ameaçadas se Temer caísse, porque são necessárias. Está errado nos dois casos. Os economistas liberais produziram boas críticas da Nova Matriz Econômica, mas não fizeram só isso: também identificaram uma crise fiscal de longo prazo no Brasil, que precisa ser enfrentada. As barbeiragens de Dilma foram muito ruins, e anteciparam esse acerto de contas; mas ninguém razoável acha que a Reforma da Previdência é necessária por culpa de Dilma Rousseff. E a história do Brasil está cheia de reformas necessárias que não foram feitas. É preciso que seja do interesse dos políticos fazê-las. O PMDB está fazendo as reformas para fugir da polícia, comprando o apoio da elite econômica com reformas impopulares. Se Temer cair, terá ficado claro que a estratégia não deu certo. Não há porque supor que, nesse quadro, sobreviveria a aliança entre as facções "Uma Ponte para o Futuro" e "Áudio do Jucá". Concordo inteiramente com Magnoli sobre a necessidade de autocrítica da esquerda, e compartilho do diagnóstico de que os intelectuais e líderes petistas têm fracassado escandalosamente nessa tarefa. Mas, a cada dia que passa, fica mais claro que tem muito mais gente, além do PT, que precisa fazer sua autocrítica e abandonar as próprias análises autocomplacentes. Falta a autocrítica do impeachment.
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Não só o PT precisa fazer autocríticaAnteontem, nesta mesma Folha, Demétrio Magnoli teceu críticas à minha coluna de semana passada. Suas objeções foram razoáveis e o tom de seu texto foi civilizado. E, no entanto, nossa discordância persiste. Na coluna de segunda passada propus que a briga recente dos colunistas conservadores refletia um conflito mais profundo dentro da direita: apoiar a Lava Jato até o fim é arriscar derrubar Temer; e derrubar Temer é arriscar o futuro das reformas econômicas. Magnoli despreza a briga entre os colunistas conservadores como algo que "só tem relevância para almas viciadas nas guerrilhas crônicas das redes sociais". Bem, foram essas almas viciadas que lideraram as passeatas pelo impeachment. Se a direita moderada aceitou essa liderança, não pode esperar escapar inteiramente do contágio das besteiras que os malucos gritam no YouTube. Na direita moderada é comum descrever o impeachment como uma lição, uma volta da razão após a loucura petista. Não foi isso. O nível do jogo sujo envolvido na derrubada de Dilma Rousseff é mais claro a cada áudio vazado. Se o bom senso tiver vencido alguma coisa, terá sido por sua disposição de se aliar a coisas muito, muito ruins. Parte da picaretagem era o discurso de que havia algo excepcional na corrupção petista: exatamente o discurso que Magnoli tenta reciclar quando diz que o PT criou o "Estado-Odebrecht". Contra isso, todos os fatos: a Lava Jato nos mostra a cada nova delação que o cartel das empreiteiras financiou todos os grandes partidos nas últimas décadas. O PT, como partido centralizado, administrava o que roubava centralizadamente. Os partidos de direita, que são só associações entre caciques, deixavam que cada cacique administrasse seu esquema. Quem quiser ver nisso uma diferença fundamental, boa sorte. O hospital que não foi feito com o dinheiro roubado é o mesmo nos dois casos. Magnoli também postula que as reformas são necessárias porque a Nova Matriz Econômica destruiu a economia; e que as reformas não estariam ameaçadas se Temer caísse, porque são necessárias. Está errado nos dois casos. Os economistas liberais produziram boas críticas da Nova Matriz Econômica, mas não fizeram só isso: também identificaram uma crise fiscal de longo prazo no Brasil, que precisa ser enfrentada. As barbeiragens de Dilma foram muito ruins, e anteciparam esse acerto de contas; mas ninguém razoável acha que a Reforma da Previdência é necessária por culpa de Dilma Rousseff. E a história do Brasil está cheia de reformas necessárias que não foram feitas. É preciso que seja do interesse dos políticos fazê-las. O PMDB está fazendo as reformas para fugir da polícia, comprando o apoio da elite econômica com reformas impopulares. Se Temer cair, terá ficado claro que a estratégia não deu certo. Não há porque supor que, nesse quadro, sobreviveria a aliança entre as facções "Uma Ponte para o Futuro" e "Áudio do Jucá". Concordo inteiramente com Magnoli sobre a necessidade de autocrítica da esquerda, e compartilho do diagnóstico de que os intelectuais e líderes petistas têm fracassado escandalosamente nessa tarefa. Mas, a cada dia que passa, fica mais claro que tem muito mais gente, além do PT, que precisa fazer sua autocrítica e abandonar as próprias análises autocomplacentes. Falta a autocrítica do impeachment.
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Meio orgasmo
Parece que o tal Viagra feminino ou pílula cor-de-rosa, destinada a aumentar a libido e, por consequência, o prazer das mulheres, não é lá isso tudo. Todas as matérias que li essa semana comemoravam: "Já é um avanço! Vivemos em um mundo que só se preocupa com o prazer do homem!". Mas depois davam a real: "O resultado pode ser pífio". Alguns estudos mais aprofundados nos EUA dizem que o efeito do remédio, quando perceptível, "aumenta" a porcentagem de (apenas) MEIO ORGASMO por mês na vida sexual das moças. O que seria um meio orgasmo, pelo amor de Deus? E por que tudo é mais complicado e difícil e "ainda não, mas quase" quando se trata de mulher? Enquanto o Viagra devolveu às ruas um número gigantesco de bisavôs entrevados, a tal droga flibanserin nos oferta um aumento de MEIO orgasmo? Por mês? É tipo "eita tá vindo, eita tá chegando, opa tô... Eu vou... Não, é mentira!!". É tipo "olha a cobra" na festa junina. Só que não. Que mundo injusto. Nem um orgasminho inteiro você conseguiu... E agora só mês que vem! Enquanto isso, no livro megacampeão de vendas de Andressa Urach, "Morri Para Viver", ela narra que o seu primeiro orgasmo foi com o cachorrinho de uma amiga. Nem todo mundo vende livros e goza com tanta facilidade. Benza Deus essas pessoas que têm os neurotransmissores e o mercado editorial jogando a favor. A mesma preguiça que tenho do remédio ser rosa (sério que mulher só usa rosa? Que seremos definidas por uma cor fofura até na hora de trepar com mais qualidade?) tenho de quem vai reclamar disso (sério que mulher só usa rosa? Que seremos definidas por uma cor fofura até na hora de trepar com mais qualidade?). A mesma preguiça que tenho do nome VIAGRA feminino (sério que, pra falar de nós, precisamos antes falar de um homem?) tenho de quem vai reclamar disso (você já entendeu meu ponto). O mundo tá chato e, pra piorar, tem um remedinho aí, símbolo máximo da conquista sexual feminina nesse 2015, que aumenta nossas chances em MEIO orgasmo. Por mês. Olha só que louca essa vida: mas as mulheres ainda têm que dar graças a Deus, porque pelo menos "estão pensando na gente"! Depois de centenas de remédios para o prazer do homem, enfim fizeram um PRA NÓS. É pegar o meio orgasmo, achar que é melhor que nada, e voltar mês que vem. Para os homens, o agrado começou na década de 90 e era algo mecânico: tomou, perdurou. O nosso agradinho esperou até 2015 e atua no cérebro, coisa bem mais complicada que um pinto (ainda bem! Por isso somos mulheres!). E não pode tomar junto com pílula (olha o atraso) e nem pode beber (olha o preconceito) e periga você desmaiar na hora H. Até a hora H tem "h" de homem, e maiúscula! Homem pode tudo! Feministas, psicanalistas, repórteres, programas matinais que ensinam "o que são boas fezes", todos unidos pra comemorar as nossas chances em ter, com sorte, o fabuloso MEIO ORGASMO. Por mês. Pelo menos estão pensando na gente. Já é diferente dos tempos da minha avó. Já é diferente dos tempos da minha bisavó. Não sei se é tão diferente. Talvez uma campanha "se masturbe e transe com quem você está a fim sem medo de ser feliz" liberasse aí, pra mulherada, mais do que meio orgasmo por mês. Mas, enquanto o casamento fizer de nós "mulheres melhores", talvez nem meio orgasmo um remédio, com trinta anos de atraso, possa dar.
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Meio orgasmoParece que o tal Viagra feminino ou pílula cor-de-rosa, destinada a aumentar a libido e, por consequência, o prazer das mulheres, não é lá isso tudo. Todas as matérias que li essa semana comemoravam: "Já é um avanço! Vivemos em um mundo que só se preocupa com o prazer do homem!". Mas depois davam a real: "O resultado pode ser pífio". Alguns estudos mais aprofundados nos EUA dizem que o efeito do remédio, quando perceptível, "aumenta" a porcentagem de (apenas) MEIO ORGASMO por mês na vida sexual das moças. O que seria um meio orgasmo, pelo amor de Deus? E por que tudo é mais complicado e difícil e "ainda não, mas quase" quando se trata de mulher? Enquanto o Viagra devolveu às ruas um número gigantesco de bisavôs entrevados, a tal droga flibanserin nos oferta um aumento de MEIO orgasmo? Por mês? É tipo "eita tá vindo, eita tá chegando, opa tô... Eu vou... Não, é mentira!!". É tipo "olha a cobra" na festa junina. Só que não. Que mundo injusto. Nem um orgasminho inteiro você conseguiu... E agora só mês que vem! Enquanto isso, no livro megacampeão de vendas de Andressa Urach, "Morri Para Viver", ela narra que o seu primeiro orgasmo foi com o cachorrinho de uma amiga. Nem todo mundo vende livros e goza com tanta facilidade. Benza Deus essas pessoas que têm os neurotransmissores e o mercado editorial jogando a favor. A mesma preguiça que tenho do remédio ser rosa (sério que mulher só usa rosa? Que seremos definidas por uma cor fofura até na hora de trepar com mais qualidade?) tenho de quem vai reclamar disso (sério que mulher só usa rosa? Que seremos definidas por uma cor fofura até na hora de trepar com mais qualidade?). A mesma preguiça que tenho do nome VIAGRA feminino (sério que, pra falar de nós, precisamos antes falar de um homem?) tenho de quem vai reclamar disso (você já entendeu meu ponto). O mundo tá chato e, pra piorar, tem um remedinho aí, símbolo máximo da conquista sexual feminina nesse 2015, que aumenta nossas chances em MEIO orgasmo. Por mês. Olha só que louca essa vida: mas as mulheres ainda têm que dar graças a Deus, porque pelo menos "estão pensando na gente"! Depois de centenas de remédios para o prazer do homem, enfim fizeram um PRA NÓS. É pegar o meio orgasmo, achar que é melhor que nada, e voltar mês que vem. Para os homens, o agrado começou na década de 90 e era algo mecânico: tomou, perdurou. O nosso agradinho esperou até 2015 e atua no cérebro, coisa bem mais complicada que um pinto (ainda bem! Por isso somos mulheres!). E não pode tomar junto com pílula (olha o atraso) e nem pode beber (olha o preconceito) e periga você desmaiar na hora H. Até a hora H tem "h" de homem, e maiúscula! Homem pode tudo! Feministas, psicanalistas, repórteres, programas matinais que ensinam "o que são boas fezes", todos unidos pra comemorar as nossas chances em ter, com sorte, o fabuloso MEIO ORGASMO. Por mês. Pelo menos estão pensando na gente. Já é diferente dos tempos da minha avó. Já é diferente dos tempos da minha bisavó. Não sei se é tão diferente. Talvez uma campanha "se masturbe e transe com quem você está a fim sem medo de ser feliz" liberasse aí, pra mulherada, mais do que meio orgasmo por mês. Mas, enquanto o casamento fizer de nós "mulheres melhores", talvez nem meio orgasmo um remédio, com trinta anos de atraso, possa dar.
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Apresentadores em canal no YouTube usam drogas para informar efeitos
Há cinco meses no ar, o Drugslab, criado pela emissora pública holandesa BNN especialmente para a internet, já tem mais de 298 mil assinantes e 8,6 milhões de visualizações com os 18 episódios exibidos até agora —um novo vai ao ar toda sexta-feira. Cada episódio é dedicado a uma droga. Os apresentadores falam sobre sua história, como é feita, se tem aplicações medicinais, os efeitos e prejuízos causados por ela e como consumi-la com segurança. "Não havia na internet um programa que desse essas informações de forma precisa para os jovens. Não há um jeito melhor de fazer isso do que usá-las em frente à câmera", diz Jelle Klumpenaar, criador e produtor do Drugslab, à BBC Brasil. Em seu relatório mais recente sobre o tema, divulgado no ano passado, a Organização das Nações Unidas aponta que 250 milhões de pessoas —cerca de 5% da população mundial entre 15 e 64 anos— usou drogas ao menos uma vez em 2014. Ao mesmo tempo, 29 milhões de pessoas sofriam com problemas relacionados a drogas, o primeiro aumento registrado nos últimos seis anos —eram 27 milhões em 2013. O consumo abusivo levou 207 mil pessoas à morte no mundo naquele ano. A ONU diz que, "de forma geral, o impacto do uso de drogas para a saúde continua a ser devastador". Klumpenaar afirma que o Drugslab busca prestar um serviço e reduzir os danos gerados pelo uso dessas substâncias, em sintonia com uma mudança na forma como jovens consomem informação. "Educar jovens sobre drogas é uma boa forma de evitar acidentes. E eles preferem pessoas reais contando histórias reais em vez de apresentadores lendo roteiros", diz o produtor. "Há quem ache nosso conteúdo controverso, e respeitamos isso. Falar sobre o tema ainda é um grande tabu em muitos países. Queremos quebrar esse tabu." EFEITOS E PERIGOS À frente do canal estão o cantor Rens Polman, 25, o estudante universitário Bastiaan Rosman, 23, e a atriz Nellie Benner, 30. No episódio de estreia, cabe à Rens testar ecstasy, uma pílula muito popular em festas de música eletrônica cujo princípio ativo é conhecido como MDMA. Logo no início, o rapaz se vira para a câmera e destaca a importância de testar o comprimido para saber sua composição —um serviço oferecido desde 1992 por laboratórios autorizados pelo Ministério da Saúde holandês. "Sempre faça o teste, porque às vezes as pílulas parecem iguais [às de ecstasy], mas são imitações", diz Rens antes de engolir um comprimido rosa. Depois de alguma espera, ele começa a relatar as sensações geradas pela droga —ele sente calor, sua boca resseca, suas mãos ficam frias e suadas, sua sensibilidade se aguça. Sóbria ao seu lado, Nellie questiona Rens sobre o que ele sente enquanto monitora seus batimentos cardíacos e temperatura e faz uma série de testes para avaliar como as habilidades cognitivas, motoras e o comportamento do colega são afetados. Na tela, surgem alertas como: "Os acidentes mais comuns envolvendo o uso de ecstasy são superaquecimento [do corpo] e intoxicação por água". Cada programa, de dez minutos, é acompanhado por um clipe curto que resume o que é a droga testada e traz recomendações do que fazer e evitar ao consumi-la. Entre alguns dos conselhos dados aos espectadores, estão: avisar amigos da dose usada, evitar beber álcool com drogas que afetam o sistema nervoso e ter em mente que drogas feitas a partir de ingredientes naturais não são uma opção mais saudável do que as sintéticas. INFORMAÇÃO O criador do canal rejeita a ideia de que, ao mostrar jovens experimentando drogas, esteja de alguma forma incentivando outros jovens a fazer o mesmo ou glorificando seu uso. "Adolescentes e jovens experimentam drogas, é normal. Se eles não obtêm essas informações com nosso programa, vão buscar por isso na internet", afirma Klupenaar. "Não é nosso papel dizer que isso é errado. Mostramos os efeitos e oferecemos as informações para minimizar os possíveis perigos." O produtor destaca ainda que os vídeos do canal só podem ser vistos por usuários do YouTube cadastrados como maiores de 18 anos. "Checamos as regras do site com cuidado e mostramos a ideia para a equipe do YouTube na Holanda. Eles adoraram." O YouTube respondeu a um pedido de entrevista da BBC Brasil dizendo que "não comenta casos específicos", mas que, se o Drugslab está no ar, é porque "está de acordo" com suas diretrizes. O psiquiatra Dartiu Xavier, que coordena há 28 anos o Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), diz que o Drugaslab "é algo novo e importante". "Um canal assim presta um serviço de utilidade pública. Diversos estudos mostram que a forma como combatemos o uso de drogas desde os anos 1970 não está funcionando", afirma Xavier. Ele explica que, desde os anos 1990, uma nova estratégia baseada na redução de danos vem ganhando força. "Há iniciativas bem sucedidas na Europa e outros países, como, por exemplo, oferecer teste da composição de drogas em boates. A pessoa vai usar de qualquer maneira. É mais seguro que saiba o que está usando. Mas, no Brasil, ainda existe muita resistência a essa abordagem, e vários técnicos da área acreditam que isso incentiva o consumo." Mesmo na Holanda, o Drugslab não é aprovado por todos. Ferry Goossens, que lidera o programa para álcool e drogas do Trimbos Instituut, referência no país para tratamento e prevenção de doenças mentais e vícios, avalia que o canal não é uma boa ideia. Ele argumenta que, ao usar uma abordagem como a redução de danos, a mensagem deve ser dirigida a quem já usa drogas. "O Drugslab pode ser visto por qualquer um e mostra como usá-las (as substâncias). A maioria das pessoas - e dos jovens - não usa drogas. E quem não consome pode ficar interessado em testar ou quem usa um tipo pode querer experimentar outros", diz Goossens. "A maioria das pessoas não tem problemas ao usar drogas, mas há muitas que têm e vão parar no hospital depois de uma única dose. O efeito é imprevisível, e fazer isso uma única vez pode ser perigoso ou até mesmo fatal." TESTES Desde a estreia, em setembro, os apresentadores do Drugslab já experimentaram algumas das drogas mais comuns, como cocaína, LSD, cogumelos e bolo com maconha, outras menos conhecidas —o composto sintético 2C-B e ecstasy feito com ervas, por exemplo —e algumas que muitos não considerariam uma droga, como cafeína concentrada, álcool e óxido nítrico (o gás hilariante). A ideia é que os espectadores sugiram quais devem ser testadas. O canal, no entanto, ainda não se aventurou a atender a pedidos por drogas como heroína, a que mais mata no mundo, segundo a ONU. Qual foi a mais difícil de testar até agora? "Álcool", diz Klumpenaar. "Bastiaan ficou tão tonto que foi difícil para ele responder às perguntas de Rens." Por sua vez, Rens diz ter ficado surpreso com o ecstasy de ervas. "Nunca pensei que funcionaria, mas senti coisas que nunca experimentei com esctasy comum. Por isso, não acredito que seja feito só com ervas. Mas aí é que está: você nunca sabe exatamente o que tem em uma droga." Ele conta que, ao ser convidado para apresentar o programa, não sabia a princípio se aceitaria, porque as pessoas não só saberiam que ele estava usando drogas, mas o veriam fazendo isso. "No fim das contas, aceitei porque achei bom poder falar desse tema e educar as pessoas. Muitas nos agradecem por isso." SEGURANÇA A Holanda permite há quatro décadas o consumo, em cafés especializados, de maconha e outras substâncias consideradas "leves" em sua política nacional de drogas, como trufas e cogumelos alucinógenos. As classificadas como "pesadas", como cocaína ou morfina, são proibidas. Questionada sobre a origem de drogas ilegais testadas no programa, a produção do canal diz que prefere não revelar suas fontes. Segundo o Centro Europeu de Monitoramento para Drogas e Vício, a taxa de mortes relacionadas a drogas entre pessoas com 15 a 64 anos na Holanda foi de 10,8 por 1 milhão em 2014, quase 50% abaixo da média europeia, de 19,2 por 1 milhão. "Apesar de haver alguma variação anual, esse índice se mantém relativamente baixo, o que pode ser explicado pelo número reduzido de usuários de alto risco que são marginalizados socialmente, a ampla disponibilidade de medidas de tratamento e prevenção e o baixo uso de drogas injetáveis", diz o centro em seu site. Klumpenaar explica que fazer um programa sobre drogas não é algo novo para a rede holandesa, que integra uma associação de emissoras públicas do país regulada por uma fundação financiada por meio de impostos. A BNN já produz o Spuiten en Slikken (Injete e Engula, em holandês), que trata das histórias por trás de uma droga e seus usuários. O Drugslab, por sua vez, se concentra nos efeitos de curto prazo de uma droga. No entanto, ressalta o produtor, o canal não é feito com recursos repassados pelo governo. Klumpenaar diz que um dos principais desafios da produção é garantir a segurança dos apresentadores, já que a reação de uma pessoa a uma droga "é imprevisível" e "há sempre riscos envolvidos". Por isso, um médico acompanha as filmagens. O produtor conta que ele e sua equipe esperavam receber reações negativas por se tratar de um tema polêmico, mas afirma que isso não se concretizou. "As mensagens que recebemos são muito positivas. Não poderíamos ter desejado um começo melhor", diz. "Mas é bom ter cuidado, porque é cedo para falar. Nossos vídeos não foram vistos nem por 1% do público do YouTube... ainda."
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Apresentadores em canal no YouTube usam drogas para informar efeitosHá cinco meses no ar, o Drugslab, criado pela emissora pública holandesa BNN especialmente para a internet, já tem mais de 298 mil assinantes e 8,6 milhões de visualizações com os 18 episódios exibidos até agora —um novo vai ao ar toda sexta-feira. Cada episódio é dedicado a uma droga. Os apresentadores falam sobre sua história, como é feita, se tem aplicações medicinais, os efeitos e prejuízos causados por ela e como consumi-la com segurança. "Não havia na internet um programa que desse essas informações de forma precisa para os jovens. Não há um jeito melhor de fazer isso do que usá-las em frente à câmera", diz Jelle Klumpenaar, criador e produtor do Drugslab, à BBC Brasil. Em seu relatório mais recente sobre o tema, divulgado no ano passado, a Organização das Nações Unidas aponta que 250 milhões de pessoas —cerca de 5% da população mundial entre 15 e 64 anos— usou drogas ao menos uma vez em 2014. Ao mesmo tempo, 29 milhões de pessoas sofriam com problemas relacionados a drogas, o primeiro aumento registrado nos últimos seis anos —eram 27 milhões em 2013. O consumo abusivo levou 207 mil pessoas à morte no mundo naquele ano. A ONU diz que, "de forma geral, o impacto do uso de drogas para a saúde continua a ser devastador". Klumpenaar afirma que o Drugslab busca prestar um serviço e reduzir os danos gerados pelo uso dessas substâncias, em sintonia com uma mudança na forma como jovens consomem informação. "Educar jovens sobre drogas é uma boa forma de evitar acidentes. E eles preferem pessoas reais contando histórias reais em vez de apresentadores lendo roteiros", diz o produtor. "Há quem ache nosso conteúdo controverso, e respeitamos isso. Falar sobre o tema ainda é um grande tabu em muitos países. Queremos quebrar esse tabu." EFEITOS E PERIGOS À frente do canal estão o cantor Rens Polman, 25, o estudante universitário Bastiaan Rosman, 23, e a atriz Nellie Benner, 30. No episódio de estreia, cabe à Rens testar ecstasy, uma pílula muito popular em festas de música eletrônica cujo princípio ativo é conhecido como MDMA. Logo no início, o rapaz se vira para a câmera e destaca a importância de testar o comprimido para saber sua composição —um serviço oferecido desde 1992 por laboratórios autorizados pelo Ministério da Saúde holandês. "Sempre faça o teste, porque às vezes as pílulas parecem iguais [às de ecstasy], mas são imitações", diz Rens antes de engolir um comprimido rosa. Depois de alguma espera, ele começa a relatar as sensações geradas pela droga —ele sente calor, sua boca resseca, suas mãos ficam frias e suadas, sua sensibilidade se aguça. Sóbria ao seu lado, Nellie questiona Rens sobre o que ele sente enquanto monitora seus batimentos cardíacos e temperatura e faz uma série de testes para avaliar como as habilidades cognitivas, motoras e o comportamento do colega são afetados. Na tela, surgem alertas como: "Os acidentes mais comuns envolvendo o uso de ecstasy são superaquecimento [do corpo] e intoxicação por água". Cada programa, de dez minutos, é acompanhado por um clipe curto que resume o que é a droga testada e traz recomendações do que fazer e evitar ao consumi-la. Entre alguns dos conselhos dados aos espectadores, estão: avisar amigos da dose usada, evitar beber álcool com drogas que afetam o sistema nervoso e ter em mente que drogas feitas a partir de ingredientes naturais não são uma opção mais saudável do que as sintéticas. INFORMAÇÃO O criador do canal rejeita a ideia de que, ao mostrar jovens experimentando drogas, esteja de alguma forma incentivando outros jovens a fazer o mesmo ou glorificando seu uso. "Adolescentes e jovens experimentam drogas, é normal. Se eles não obtêm essas informações com nosso programa, vão buscar por isso na internet", afirma Klupenaar. "Não é nosso papel dizer que isso é errado. Mostramos os efeitos e oferecemos as informações para minimizar os possíveis perigos." O produtor destaca ainda que os vídeos do canal só podem ser vistos por usuários do YouTube cadastrados como maiores de 18 anos. "Checamos as regras do site com cuidado e mostramos a ideia para a equipe do YouTube na Holanda. Eles adoraram." O YouTube respondeu a um pedido de entrevista da BBC Brasil dizendo que "não comenta casos específicos", mas que, se o Drugslab está no ar, é porque "está de acordo" com suas diretrizes. O psiquiatra Dartiu Xavier, que coordena há 28 anos o Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), diz que o Drugaslab "é algo novo e importante". "Um canal assim presta um serviço de utilidade pública. Diversos estudos mostram que a forma como combatemos o uso de drogas desde os anos 1970 não está funcionando", afirma Xavier. Ele explica que, desde os anos 1990, uma nova estratégia baseada na redução de danos vem ganhando força. "Há iniciativas bem sucedidas na Europa e outros países, como, por exemplo, oferecer teste da composição de drogas em boates. A pessoa vai usar de qualquer maneira. É mais seguro que saiba o que está usando. Mas, no Brasil, ainda existe muita resistência a essa abordagem, e vários técnicos da área acreditam que isso incentiva o consumo." Mesmo na Holanda, o Drugslab não é aprovado por todos. Ferry Goossens, que lidera o programa para álcool e drogas do Trimbos Instituut, referência no país para tratamento e prevenção de doenças mentais e vícios, avalia que o canal não é uma boa ideia. Ele argumenta que, ao usar uma abordagem como a redução de danos, a mensagem deve ser dirigida a quem já usa drogas. "O Drugslab pode ser visto por qualquer um e mostra como usá-las (as substâncias). A maioria das pessoas - e dos jovens - não usa drogas. E quem não consome pode ficar interessado em testar ou quem usa um tipo pode querer experimentar outros", diz Goossens. "A maioria das pessoas não tem problemas ao usar drogas, mas há muitas que têm e vão parar no hospital depois de uma única dose. O efeito é imprevisível, e fazer isso uma única vez pode ser perigoso ou até mesmo fatal." TESTES Desde a estreia, em setembro, os apresentadores do Drugslab já experimentaram algumas das drogas mais comuns, como cocaína, LSD, cogumelos e bolo com maconha, outras menos conhecidas —o composto sintético 2C-B e ecstasy feito com ervas, por exemplo —e algumas que muitos não considerariam uma droga, como cafeína concentrada, álcool e óxido nítrico (o gás hilariante). A ideia é que os espectadores sugiram quais devem ser testadas. O canal, no entanto, ainda não se aventurou a atender a pedidos por drogas como heroína, a que mais mata no mundo, segundo a ONU. Qual foi a mais difícil de testar até agora? "Álcool", diz Klumpenaar. "Bastiaan ficou tão tonto que foi difícil para ele responder às perguntas de Rens." Por sua vez, Rens diz ter ficado surpreso com o ecstasy de ervas. "Nunca pensei que funcionaria, mas senti coisas que nunca experimentei com esctasy comum. Por isso, não acredito que seja feito só com ervas. Mas aí é que está: você nunca sabe exatamente o que tem em uma droga." Ele conta que, ao ser convidado para apresentar o programa, não sabia a princípio se aceitaria, porque as pessoas não só saberiam que ele estava usando drogas, mas o veriam fazendo isso. "No fim das contas, aceitei porque achei bom poder falar desse tema e educar as pessoas. Muitas nos agradecem por isso." SEGURANÇA A Holanda permite há quatro décadas o consumo, em cafés especializados, de maconha e outras substâncias consideradas "leves" em sua política nacional de drogas, como trufas e cogumelos alucinógenos. As classificadas como "pesadas", como cocaína ou morfina, são proibidas. Questionada sobre a origem de drogas ilegais testadas no programa, a produção do canal diz que prefere não revelar suas fontes. Segundo o Centro Europeu de Monitoramento para Drogas e Vício, a taxa de mortes relacionadas a drogas entre pessoas com 15 a 64 anos na Holanda foi de 10,8 por 1 milhão em 2014, quase 50% abaixo da média europeia, de 19,2 por 1 milhão. "Apesar de haver alguma variação anual, esse índice se mantém relativamente baixo, o que pode ser explicado pelo número reduzido de usuários de alto risco que são marginalizados socialmente, a ampla disponibilidade de medidas de tratamento e prevenção e o baixo uso de drogas injetáveis", diz o centro em seu site. Klumpenaar explica que fazer um programa sobre drogas não é algo novo para a rede holandesa, que integra uma associação de emissoras públicas do país regulada por uma fundação financiada por meio de impostos. A BNN já produz o Spuiten en Slikken (Injete e Engula, em holandês), que trata das histórias por trás de uma droga e seus usuários. O Drugslab, por sua vez, se concentra nos efeitos de curto prazo de uma droga. No entanto, ressalta o produtor, o canal não é feito com recursos repassados pelo governo. Klumpenaar diz que um dos principais desafios da produção é garantir a segurança dos apresentadores, já que a reação de uma pessoa a uma droga "é imprevisível" e "há sempre riscos envolvidos". Por isso, um médico acompanha as filmagens. O produtor conta que ele e sua equipe esperavam receber reações negativas por se tratar de um tema polêmico, mas afirma que isso não se concretizou. "As mensagens que recebemos são muito positivas. Não poderíamos ter desejado um começo melhor", diz. "Mas é bom ter cuidado, porque é cedo para falar. Nossos vídeos não foram vistos nem por 1% do público do YouTube... ainda."
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Entenda como é feita a pesquisa do Datafolha
DE SÃO PAULO O QUE FOI PESQUISADO Esta edição tem 59 categorias, sendo 15 novidades em relação a 2015 NOVIDADES Marca que representa o Brasil (categoria especial), Cereal Matinal, Iogurte Grego, Molho de Tomate, Panetone, Tempero Pronto, Maquiagem, Caminhão, Detergente, Esponja de Aço, Louças e Metais Sanitários, Repelente, Ar-Condicionado, Ferro de Passar e Videogame MARGEM DE ERRO É de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. Quando a diferença entre duas marcas é de 4 pontos percentuais, considera-se vencedora a marca que está numericamente à frente, segundo o Datafolha DESEMPATE Para desempatar, é usado o "awareness", termo em inglês que significa consciência. Se mesmo assim o empate continuar, as marcas empatadas são consideradas vencedoras 'AWARENESS' É medido a partir das respostas obtidas na segunda pergunta feita pelo Datafolha em cada categoria: "De quais outras marcas de sabão em pó [por exemplo] você se lembra?". Essa situação está identificada com o selo "AW" nesta edição NÍVEL DE CONFIANÇA É de 95%. Isso significa que se fossem feitos 100 levantamentos, em 95 deles os resultados estariam dentro da margem prevista, segundo o Instituto Datafolha
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Entenda como é feita a pesquisa do DatafolhaDE SÃO PAULO O QUE FOI PESQUISADO Esta edição tem 59 categorias, sendo 15 novidades em relação a 2015 NOVIDADES Marca que representa o Brasil (categoria especial), Cereal Matinal, Iogurte Grego, Molho de Tomate, Panetone, Tempero Pronto, Maquiagem, Caminhão, Detergente, Esponja de Aço, Louças e Metais Sanitários, Repelente, Ar-Condicionado, Ferro de Passar e Videogame MARGEM DE ERRO É de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. Quando a diferença entre duas marcas é de 4 pontos percentuais, considera-se vencedora a marca que está numericamente à frente, segundo o Datafolha DESEMPATE Para desempatar, é usado o "awareness", termo em inglês que significa consciência. Se mesmo assim o empate continuar, as marcas empatadas são consideradas vencedoras 'AWARENESS' É medido a partir das respostas obtidas na segunda pergunta feita pelo Datafolha em cada categoria: "De quais outras marcas de sabão em pó [por exemplo] você se lembra?". Essa situação está identificada com o selo "AW" nesta edição NÍVEL DE CONFIANÇA É de 95%. Isso significa que se fossem feitos 100 levantamentos, em 95 deles os resultados estariam dentro da margem prevista, segundo o Instituto Datafolha
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Membros do COI pressionam órgão a tomar atitude enfática contra Nuzman
Membros proeminentes do COI (Comitê Olímpico Internacional) presentes na sessão da entidade em Lima, no Peru, cobram do órgão uma atitude mais enfática contra o presidente do COB (Comitê Olímpico do Brasil), Carlos Arthur Nuzman, 75 -também líder da Rio-2016 e membro honorário do COI-, por seu suposto envolvimento em esquema de compra de votos na eleição do Rio como sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Em comunicado oficial, o comitê afirmou que vai esperar manifestação das autoridades brasileiras para tomar providências sobre o caso. Ex-vice-presidente do COI e seu membro ativo mais antigo, o canadense Richard Pound, 75, disse que o escândalo afeta a credibilidade da entidade e "precisa ser resolvida imediatamente". O dirigente, que é tido como um dos mais críticos dentro da organização, não poupou queixas contra o próprio comitê internacional. "Minha preocupação é que falamos [no COI] muito de ética e de valores, mas não fazemos nada. Não concordo com essa posição de esperar que as autoridades tragam os esclarecimentos e somente então agir", disse Pound, que já presidiu a Wada (Agência Mundial Antidoping). "Não é possível propor um esporte ético se você não é ético", afirmou. "Se o COI estivesse fazendo tudo o que propõe, seria mais santificado do que a Madre Teresa. Mas sabemos que não é assim." O canadense traçou um paralelo entre a suspeita atual com o escândalo dos Jogos de Inverno de Salt Lake City-2002, que também envolveu compra de votos de membros do COI e veio à tona em novembro de 1998. Na ocasião, integrantes do comitê organizador do evento americano deram presentes e pagamentos em troca de sufrágios. A descoberta resultou na expulsão de dez membros do comitê internacional. Pound, que era vice-presidente do COI na época, afirmou que a reação da entidade foi mais firme. "No caso de Salt Lake City, nós [o COI] fizemos a investigação. Não esperamos pela polícia ou qualquer outro. Agora não estamos fazendo nada", afirmou. Na segunda (11), o comitê executivo do COI emitiu comunicado no qual disse que entrou em contato as autoridades brasileiras para saber mais a respeito da investigação que tem Nuzman como alvo. Também ressaltou que vai agir desde que tenha provas. A posição passiva é contraproducente, diz Pound. "O processo criminal leva muito tempo. E, se você é o acusado, quanto mais tempo, melhor. Documentos se perdem, pessoas morrem. É preciso caminhar mais rápido." Ele avalia que as suspeitas prejudicam a reputação dos demais membros. "Quando pessoas veem que somos membros do COI perguntam: 'ah, você é um daqueles criminosos'?. Isso não é nada bom para a organização." Figura central da candidatura de Madri-2016, que perdeu a disputa final para o Rio, Juan Antonio Samaranch, 57, também cobrou respostas. "Temos um respeito à questão judicial, por isso não podemos emitir mais opinião neste momento. Foi uma vitoria que na época pareceu limpa. Agora, se ficar comprovado que houve irregularidades, os responsáveis terão de responder e pagar." Filho do homônimo ex-presidente do COI, ele disse que se houver provas de compra de votos haverá consequências. "Atuaremos decisivamente assim que tivermos mais informações a respeito." Recentemente eleito para presidir o Comitê Paraolímpico Internacional, o brasileiro Andrew Parsons afirmou que "todos os envolvidos no esporte querem que isso se resolva rapidamente". "Fica uma mancha, independentemente do resultado da investigação, porque já ocorreu a acusação. Espero que ela diminua no fim, mas de qualquer foram fica um gosto amargo", concluiu. Nuzman é suspeito de viabilizar um esquema de compra de votos para a candidatura do Rio para os Jogos de 2016, de acordo com o Ministério Público Federal e procuradores franceses. O cartola foi intimado a depor no dia 5 de setembro e sua casa foi alvo de busca e apreensão em operação da Polícia Federal -foram achados R$ 480 mil, em várias moedas, e seus passaportes foram apreendidos. Seus advogados negam envolvimento no esquema. As outras peças do esquema seriam o senegalês Lamine Diack e seu filho, Papa Massata Diack, que teriam recebido US$ 2 milhões de propina para influenciarem votos da África, e o empresário brasileiro Arthur Menezes Soares, ligado ao ex-governador do Rio Sérgio Cabral.
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Membros do COI pressionam órgão a tomar atitude enfática contra NuzmanMembros proeminentes do COI (Comitê Olímpico Internacional) presentes na sessão da entidade em Lima, no Peru, cobram do órgão uma atitude mais enfática contra o presidente do COB (Comitê Olímpico do Brasil), Carlos Arthur Nuzman, 75 -também líder da Rio-2016 e membro honorário do COI-, por seu suposto envolvimento em esquema de compra de votos na eleição do Rio como sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Em comunicado oficial, o comitê afirmou que vai esperar manifestação das autoridades brasileiras para tomar providências sobre o caso. Ex-vice-presidente do COI e seu membro ativo mais antigo, o canadense Richard Pound, 75, disse que o escândalo afeta a credibilidade da entidade e "precisa ser resolvida imediatamente". O dirigente, que é tido como um dos mais críticos dentro da organização, não poupou queixas contra o próprio comitê internacional. "Minha preocupação é que falamos [no COI] muito de ética e de valores, mas não fazemos nada. Não concordo com essa posição de esperar que as autoridades tragam os esclarecimentos e somente então agir", disse Pound, que já presidiu a Wada (Agência Mundial Antidoping). "Não é possível propor um esporte ético se você não é ético", afirmou. "Se o COI estivesse fazendo tudo o que propõe, seria mais santificado do que a Madre Teresa. Mas sabemos que não é assim." O canadense traçou um paralelo entre a suspeita atual com o escândalo dos Jogos de Inverno de Salt Lake City-2002, que também envolveu compra de votos de membros do COI e veio à tona em novembro de 1998. Na ocasião, integrantes do comitê organizador do evento americano deram presentes e pagamentos em troca de sufrágios. A descoberta resultou na expulsão de dez membros do comitê internacional. Pound, que era vice-presidente do COI na época, afirmou que a reação da entidade foi mais firme. "No caso de Salt Lake City, nós [o COI] fizemos a investigação. Não esperamos pela polícia ou qualquer outro. Agora não estamos fazendo nada", afirmou. Na segunda (11), o comitê executivo do COI emitiu comunicado no qual disse que entrou em contato as autoridades brasileiras para saber mais a respeito da investigação que tem Nuzman como alvo. Também ressaltou que vai agir desde que tenha provas. A posição passiva é contraproducente, diz Pound. "O processo criminal leva muito tempo. E, se você é o acusado, quanto mais tempo, melhor. Documentos se perdem, pessoas morrem. É preciso caminhar mais rápido." Ele avalia que as suspeitas prejudicam a reputação dos demais membros. "Quando pessoas veem que somos membros do COI perguntam: 'ah, você é um daqueles criminosos'?. Isso não é nada bom para a organização." Figura central da candidatura de Madri-2016, que perdeu a disputa final para o Rio, Juan Antonio Samaranch, 57, também cobrou respostas. "Temos um respeito à questão judicial, por isso não podemos emitir mais opinião neste momento. Foi uma vitoria que na época pareceu limpa. Agora, se ficar comprovado que houve irregularidades, os responsáveis terão de responder e pagar." Filho do homônimo ex-presidente do COI, ele disse que se houver provas de compra de votos haverá consequências. "Atuaremos decisivamente assim que tivermos mais informações a respeito." Recentemente eleito para presidir o Comitê Paraolímpico Internacional, o brasileiro Andrew Parsons afirmou que "todos os envolvidos no esporte querem que isso se resolva rapidamente". "Fica uma mancha, independentemente do resultado da investigação, porque já ocorreu a acusação. Espero que ela diminua no fim, mas de qualquer foram fica um gosto amargo", concluiu. Nuzman é suspeito de viabilizar um esquema de compra de votos para a candidatura do Rio para os Jogos de 2016, de acordo com o Ministério Público Federal e procuradores franceses. O cartola foi intimado a depor no dia 5 de setembro e sua casa foi alvo de busca e apreensão em operação da Polícia Federal -foram achados R$ 480 mil, em várias moedas, e seus passaportes foram apreendidos. Seus advogados negam envolvimento no esquema. As outras peças do esquema seriam o senegalês Lamine Diack e seu filho, Papa Massata Diack, que teriam recebido US$ 2 milhões de propina para influenciarem votos da África, e o empresário brasileiro Arthur Menezes Soares, ligado ao ex-governador do Rio Sérgio Cabral.
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Quase 75% das crianças de menos de quatro anos não vão à creche
Quase 75% de crianças brasileiras com menos de quatro anos de idade não vão à creche. São 7,7 milhões nessa situação de um total de 10,3 milhões, de acordo com pesquisa inédita do IBGE com base em dados do Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) 2015. Os dados da pesquisa mostram que, das 10,3 milhões de crianças, 84,4% (8,7 milhões) normalmente permaneciam, de segunda a sexta-feira, de manhã e de tarde, no mesmo local e com a mesma pessoa. Desse total, 74,5% ficam em suas próprias casas sob os cuidados de um de seus responsáveis. Já 16,6% das crianças passam a manhã e a tarde em creches ou escolas. De acordo com o instituto, quanto mais nova a criança, maior era o percentual de permanência no mesmo lugar e com a mesma pessoa ao longo do dia. O levantamento ainda aponta que a proporção de crianças matriculadas em creches está bem abaixo da meta estipulada pelo governo no Plano Nacional de Educação, que é atender, no mínimo, 50% das crianças de até três anos. Crianças com menos de 4 anos - Local de permanência durante a semana, nos períodos da manhã e tarde; no Brasil, em % A pesquisa aponta que as crianças que não vão à creche são mais pobres. Para os menores de quatro anos que permaneciam, de segunda a sexta, de manhã e de tarde, no local onde moram, o rendimento médio mensal domiciliar (R$ 550) representava 56,6% daquelas que frequentavam creche ou escola (R$ 972) em 2015. Entre os responsáveis pelas que estavam fora da creche ou escola, 61,8% tinham interesse em conseguir uma vaga (4,7 milhões). 43,2% (2,1 milhões) deles tomaram alguma ação ou providência para conseguir uma vaga. Entre os mais ricos, a proporção era menor –nas classes de rendimento médio domiciliar per capita mais altas, chegando a 54,4% naquela de 3 salários mínimos ou mais. Já na classe sem rendimento a menos de 25% do salário mínimo, essa proporção era de 61,5%. Quanto mais velha a criança, maior era o interesse por vaga em creche ou escola. Enquanto para 49,1% das crianças de menos de um ano havia essa interesse, para aquelas de três anos, a proporção alcançava 78,6%. Também havia variações regionais. Na região Norte, esse percentual era de 26,4%, enquanto na Sul, chegava a 57,3%. Crianças com menos de 4 anos - Rendimento médio mensal domiciliar per capita, em R$, de acordo com local no qual as crianças permanecem durante a semana, nos períodos da manhã e tarde MULHERES CUIDAM Para 83,8% (8,6 milhões) das crianças com menos de quatro anos, a principal pessoa responsável era do sexo feminino. A maior parte dos responsáveis pela criança trabalhava na semana em que a pesquisa foi feita 52,1%. Quando essa pessoa era mulher, a proporção era para 45%; entre os homens, a estimativa era de 89%. As crianças com menos de quatro anos (10,3 milhões) representavam 5,1% da população e estavam presentes em 13,7% (9,2 milhões) dos domicílios. Em geral, o rendimento médio domiciliar per capita também era menor nos domicílios com crianças de menos de quatro anos.
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Quase 75% das crianças de menos de quatro anos não vão à crecheQuase 75% de crianças brasileiras com menos de quatro anos de idade não vão à creche. São 7,7 milhões nessa situação de um total de 10,3 milhões, de acordo com pesquisa inédita do IBGE com base em dados do Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) 2015. Os dados da pesquisa mostram que, das 10,3 milhões de crianças, 84,4% (8,7 milhões) normalmente permaneciam, de segunda a sexta-feira, de manhã e de tarde, no mesmo local e com a mesma pessoa. Desse total, 74,5% ficam em suas próprias casas sob os cuidados de um de seus responsáveis. Já 16,6% das crianças passam a manhã e a tarde em creches ou escolas. De acordo com o instituto, quanto mais nova a criança, maior era o percentual de permanência no mesmo lugar e com a mesma pessoa ao longo do dia. O levantamento ainda aponta que a proporção de crianças matriculadas em creches está bem abaixo da meta estipulada pelo governo no Plano Nacional de Educação, que é atender, no mínimo, 50% das crianças de até três anos. Crianças com menos de 4 anos - Local de permanência durante a semana, nos períodos da manhã e tarde; no Brasil, em % A pesquisa aponta que as crianças que não vão à creche são mais pobres. Para os menores de quatro anos que permaneciam, de segunda a sexta, de manhã e de tarde, no local onde moram, o rendimento médio mensal domiciliar (R$ 550) representava 56,6% daquelas que frequentavam creche ou escola (R$ 972) em 2015. Entre os responsáveis pelas que estavam fora da creche ou escola, 61,8% tinham interesse em conseguir uma vaga (4,7 milhões). 43,2% (2,1 milhões) deles tomaram alguma ação ou providência para conseguir uma vaga. Entre os mais ricos, a proporção era menor –nas classes de rendimento médio domiciliar per capita mais altas, chegando a 54,4% naquela de 3 salários mínimos ou mais. Já na classe sem rendimento a menos de 25% do salário mínimo, essa proporção era de 61,5%. Quanto mais velha a criança, maior era o interesse por vaga em creche ou escola. Enquanto para 49,1% das crianças de menos de um ano havia essa interesse, para aquelas de três anos, a proporção alcançava 78,6%. Também havia variações regionais. Na região Norte, esse percentual era de 26,4%, enquanto na Sul, chegava a 57,3%. Crianças com menos de 4 anos - Rendimento médio mensal domiciliar per capita, em R$, de acordo com local no qual as crianças permanecem durante a semana, nos períodos da manhã e tarde MULHERES CUIDAM Para 83,8% (8,6 milhões) das crianças com menos de quatro anos, a principal pessoa responsável era do sexo feminino. A maior parte dos responsáveis pela criança trabalhava na semana em que a pesquisa foi feita 52,1%. Quando essa pessoa era mulher, a proporção era para 45%; entre os homens, a estimativa era de 89%. As crianças com menos de quatro anos (10,3 milhões) representavam 5,1% da população e estavam presentes em 13,7% (9,2 milhões) dos domicílios. Em geral, o rendimento médio domiciliar per capita também era menor nos domicílios com crianças de menos de quatro anos.
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Em Paris, mictório ecológico de rua coleta xixi para fazer composto
Eles chegaram no fim de dezembro a uma calçada da rue de Bercy, perto da Gare de Lyon, que está entre as dez maiores estações de Paris. Na parte de cima, uma floreira com espécies perfumadas, como a lavanda, por exemplo. Na parte de baixo, um compartimento cheio de palha seca. Uma abertura permite aos homens urinar em pé de frente para as flores diretamente no compartimento que tem palha. Esse é o esquema do Uritrottoir, mictório ecológico de rua. "La mini-vespasienne seche", alude aos banheiros públicos parisienses -"vespasiennes", também só para homens - instalados a partir de 1834 na capital francesa. Em Paris, os banheiros de rua para mulheres só apareceram quase 150 anos depois. Criados pela agência de design industrial Faltazi, alguns Uritrottoir devem ser instalados ainda no primeiro semestre de 2017 em Nantes, também na França, onde fica a empresa, e Lausanne, na Suíça, segundo os fabricantes. O Uritrottoir é mictório seco. É um sistema fechado em que não há adição de água para diluir e conduzir a urina e nem de esgoto para coletar e jogar num sistema conectado. Usa dois resíduos orgânicos, a urina e a palha, para produzir um material útil. O nitrogênio da urina reage com o carbono da palha tirando o odor e criando um composto bom para o cultivo de plantas. Segundo a empresa, o dispositivo pode ser colocado em locais públicos ou jardins privados. Após 600 usos, um sinal eletrônico é enviado para uma central e uma equipe vai ao local para colocar um novo refil de palha no compartimento de baixo e usar o composto para a floreira de cima. A publicidade do Uritrottoir vende a ideia de que o equipamento pode reduzir o odor de xixi das ruas, e é voltada ao público baladeiro masculino. A empresa afirma que está pensando numa versão adequada ao público feminino. Fundada em 2000 pelos designers Laurent Lebot e Victor Massip, a Faltazi tem outros projetos de equipamentos ecologicamente corretos. Em 2009, desenvolveu para um concurso de ideias inovadoras do consórcio francês VIA uma cozinha ideal. Apresentou no ano seguinte, em evento paralelo do Salão de design de Milão, o protótipo da Ekokook, com reaproveitamento de resíduos secos, tratamento de efluentes e uma composteira de minhocas. Em 2011, começou a projetar o Uritonoir (mistura de urinol, o penico, e funil), destinado a fazendas, festivais e raves rurais. Trata-se de uma simples folha de polipropileno, que é vincada e dobrada em forma de funil para ser acoplada a um fardo de feno. Em 2014, instalou a primeira composteira coletiva de rua, a Ekovore, em Nantes. A Ekovore recebe os resíduos orgânicos que os moradores levam voluntariamente e destina composto para jardins compartilhados nos bairros. A estrutura não requer fundação e tem área da compostagem, secador de material, tanque de água e telhado verde. Já existe em vários tamanhos.
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Em Paris, mictório ecológico de rua coleta xixi para fazer compostoEles chegaram no fim de dezembro a uma calçada da rue de Bercy, perto da Gare de Lyon, que está entre as dez maiores estações de Paris. Na parte de cima, uma floreira com espécies perfumadas, como a lavanda, por exemplo. Na parte de baixo, um compartimento cheio de palha seca. Uma abertura permite aos homens urinar em pé de frente para as flores diretamente no compartimento que tem palha. Esse é o esquema do Uritrottoir, mictório ecológico de rua. "La mini-vespasienne seche", alude aos banheiros públicos parisienses -"vespasiennes", também só para homens - instalados a partir de 1834 na capital francesa. Em Paris, os banheiros de rua para mulheres só apareceram quase 150 anos depois. Criados pela agência de design industrial Faltazi, alguns Uritrottoir devem ser instalados ainda no primeiro semestre de 2017 em Nantes, também na França, onde fica a empresa, e Lausanne, na Suíça, segundo os fabricantes. O Uritrottoir é mictório seco. É um sistema fechado em que não há adição de água para diluir e conduzir a urina e nem de esgoto para coletar e jogar num sistema conectado. Usa dois resíduos orgânicos, a urina e a palha, para produzir um material útil. O nitrogênio da urina reage com o carbono da palha tirando o odor e criando um composto bom para o cultivo de plantas. Segundo a empresa, o dispositivo pode ser colocado em locais públicos ou jardins privados. Após 600 usos, um sinal eletrônico é enviado para uma central e uma equipe vai ao local para colocar um novo refil de palha no compartimento de baixo e usar o composto para a floreira de cima. A publicidade do Uritrottoir vende a ideia de que o equipamento pode reduzir o odor de xixi das ruas, e é voltada ao público baladeiro masculino. A empresa afirma que está pensando numa versão adequada ao público feminino. Fundada em 2000 pelos designers Laurent Lebot e Victor Massip, a Faltazi tem outros projetos de equipamentos ecologicamente corretos. Em 2009, desenvolveu para um concurso de ideias inovadoras do consórcio francês VIA uma cozinha ideal. Apresentou no ano seguinte, em evento paralelo do Salão de design de Milão, o protótipo da Ekokook, com reaproveitamento de resíduos secos, tratamento de efluentes e uma composteira de minhocas. Em 2011, começou a projetar o Uritonoir (mistura de urinol, o penico, e funil), destinado a fazendas, festivais e raves rurais. Trata-se de uma simples folha de polipropileno, que é vincada e dobrada em forma de funil para ser acoplada a um fardo de feno. Em 2014, instalou a primeira composteira coletiva de rua, a Ekovore, em Nantes. A Ekovore recebe os resíduos orgânicos que os moradores levam voluntariamente e destina composto para jardins compartilhados nos bairros. A estrutura não requer fundação e tem área da compostagem, secador de material, tanque de água e telhado verde. Já existe em vários tamanhos.
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RN anuncia medidas para Alcaçuz mas não dá prazo para retomar presídio
O governo do Rio Grande do Norte anunciou nesta segunda-feira (23) medidas para tentar retomar a autoridade em Alcaçuz, que está há dez dias sob controle de detentos rebelados. Uma rebelião que começou no último dia 14 deixou pelo menos 26 detentos mortos. Desde então, já houve uma série de tumultos, uma vez que os detentos circulam livremente nos pavilhões. O Estado anunciou nesta segunda a chegada de 70 agentes penitenciários federais, a recuperação de pavilhões do presídio e a construção de uma cerca elétrica ao redor da unidade prisional, além de melhorias na iluminação e implantação de câmeras de segurança. O secretário estadual de segurança, Caio César Bezerra, admitiu que, do lado de dentro, Alcaçuz continua sob domínio dos detentos, e que a vigilância do Estado se mantém no entorno do presídio. "Estamos tomando todas as ações no sentido de, o mais breve possível, conseguirmos controlar a penitenciária", disse Bezerra, sem dar prazo para quando isso acontecerá. O governo diz que recolheu "muitas armas" nesta semana, mas afirma que os detentos continuam produzindo artefatos com os pedaços de ferro e madeira que são retirados da estrutura do próprio presídio. Ao ser questionado sobre os motivos da demora para conseguir retomar o presídio, o secretário disse que que "tudo está sendo feito para garantir vidas". "A polícia dará total apoio para garantir que estas obras possam ser realizadas e o presídio retomado", afirmou. TÚNEIS Policiais da Força Nacional encontraram três túneis ao redor da penitenciária entre este domingo (22) e a manhã desta segunda. Um dos túneis estava camuflado com galhos de árvores, enquanto outro só foi descoberto após a forte chuva que caiu na região no domingo levar parte da areia. A polícia não sabe se as escavações foram utilizadas para fuga durante as rebeliões. Todos os túneis, de acordo com a secretaria, já foram fechados pelos próprios agentes de segurança. A penitenciária registrou uma nova tentativa de fuga na madrugada desta segunda (23). Segundo a Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado, alguns detentos tentaram escapar pelo telhado de um dos alojamentos. Um agente penitenciário percebeu a movimentação e disparou em direção presos. Os presos recuaram e voltaram para dentro do presídio. Um dos detentos foi atingido no braço. Ele foi socorrido e levado para o hospital Walfredo Gurgel, onde passa bem.
cotidiano
RN anuncia medidas para Alcaçuz mas não dá prazo para retomar presídioO governo do Rio Grande do Norte anunciou nesta segunda-feira (23) medidas para tentar retomar a autoridade em Alcaçuz, que está há dez dias sob controle de detentos rebelados. Uma rebelião que começou no último dia 14 deixou pelo menos 26 detentos mortos. Desde então, já houve uma série de tumultos, uma vez que os detentos circulam livremente nos pavilhões. O Estado anunciou nesta segunda a chegada de 70 agentes penitenciários federais, a recuperação de pavilhões do presídio e a construção de uma cerca elétrica ao redor da unidade prisional, além de melhorias na iluminação e implantação de câmeras de segurança. O secretário estadual de segurança, Caio César Bezerra, admitiu que, do lado de dentro, Alcaçuz continua sob domínio dos detentos, e que a vigilância do Estado se mantém no entorno do presídio. "Estamos tomando todas as ações no sentido de, o mais breve possível, conseguirmos controlar a penitenciária", disse Bezerra, sem dar prazo para quando isso acontecerá. O governo diz que recolheu "muitas armas" nesta semana, mas afirma que os detentos continuam produzindo artefatos com os pedaços de ferro e madeira que são retirados da estrutura do próprio presídio. Ao ser questionado sobre os motivos da demora para conseguir retomar o presídio, o secretário disse que que "tudo está sendo feito para garantir vidas". "A polícia dará total apoio para garantir que estas obras possam ser realizadas e o presídio retomado", afirmou. TÚNEIS Policiais da Força Nacional encontraram três túneis ao redor da penitenciária entre este domingo (22) e a manhã desta segunda. Um dos túneis estava camuflado com galhos de árvores, enquanto outro só foi descoberto após a forte chuva que caiu na região no domingo levar parte da areia. A polícia não sabe se as escavações foram utilizadas para fuga durante as rebeliões. Todos os túneis, de acordo com a secretaria, já foram fechados pelos próprios agentes de segurança. A penitenciária registrou uma nova tentativa de fuga na madrugada desta segunda (23). Segundo a Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado, alguns detentos tentaram escapar pelo telhado de um dos alojamentos. Um agente penitenciário percebeu a movimentação e disparou em direção presos. Os presos recuaram e voltaram para dentro do presídio. Um dos detentos foi atingido no braço. Ele foi socorrido e levado para o hospital Walfredo Gurgel, onde passa bem.
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Amazon critica lentidão de agência aérea dos EUA ao regulamentar drones
A Amazon criticou nesta terça-feira (24) durante audiência no Senado americano o que chamou de "falta de ímpeto" da FAA (agência que regula a aviação nos EUA) para regulamentar o uso de aeronaves não tripuladas, os drones. A reclamação de Paul Misener, vice-presidente sobre políticas públicas globais da companhia americana, foi feita a membros do subcomitê da Casa acerca de aviação após o anúncio da liberação de entregas de compras usando tais veículos. Segundo a Amazon, a aprovação é irrelevante, já que o drone para o qual obteve o aval está "obsoleto" e não é mais usado pela empresa nos seus testes, ddisse Misener, relata o jornal "The Wall Street Journal". A "luz verde" concedida à Amazon pela agência federal dos EUA na semana passada foi para Empresas não podem operar drones em território americano sem uma permissão da FAA. Para Misener, outros países têm atitude muito mais "progressista" quanto ao uso dos drones que os EUA atualmente. "Em nenhum lugar fora dos Estados Unidos tivemos de esperar mais de um ou dois meses para começar os testes", disse. O intuito da Amazon de testar entregas usando drones foi divulgado primeiramente em julho do ano passado. No Reino Unido, a Amazon já realiza experimentos do tipo. Segundo o site da revista "Forbes", um dos senadores presentes na reunião, Cory Booker, concordou com a argumentação de Misener. "É difícil de acreditar nisso", afirmou, depois de declarar que a FAA teria sido um empecilho para que os irmãos Wright voassem suas aeronaves no país, no começo do século passado, caso a agência existisse então. "A lentidão com que este país está se movendo."
tec
Amazon critica lentidão de agência aérea dos EUA ao regulamentar dronesA Amazon criticou nesta terça-feira (24) durante audiência no Senado americano o que chamou de "falta de ímpeto" da FAA (agência que regula a aviação nos EUA) para regulamentar o uso de aeronaves não tripuladas, os drones. A reclamação de Paul Misener, vice-presidente sobre políticas públicas globais da companhia americana, foi feita a membros do subcomitê da Casa acerca de aviação após o anúncio da liberação de entregas de compras usando tais veículos. Segundo a Amazon, a aprovação é irrelevante, já que o drone para o qual obteve o aval está "obsoleto" e não é mais usado pela empresa nos seus testes, ddisse Misener, relata o jornal "The Wall Street Journal". A "luz verde" concedida à Amazon pela agência federal dos EUA na semana passada foi para Empresas não podem operar drones em território americano sem uma permissão da FAA. Para Misener, outros países têm atitude muito mais "progressista" quanto ao uso dos drones que os EUA atualmente. "Em nenhum lugar fora dos Estados Unidos tivemos de esperar mais de um ou dois meses para começar os testes", disse. O intuito da Amazon de testar entregas usando drones foi divulgado primeiramente em julho do ano passado. No Reino Unido, a Amazon já realiza experimentos do tipo. Segundo o site da revista "Forbes", um dos senadores presentes na reunião, Cory Booker, concordou com a argumentação de Misener. "É difícil de acreditar nisso", afirmou, depois de declarar que a FAA teria sido um empecilho para que os irmãos Wright voassem suas aeronaves no país, no começo do século passado, caso a agência existisse então. "A lentidão com que este país está se movendo."
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Química não é uma ciência exata, diz Rio-2016 sobre piscina com água verde
CAMILA MATTOSO ENVIADA ESPECIAL AO RIO A piscina do Parque Aquático Maria Lenk, que recebe provas de polo aquático, nado sincronizado e saltos ornamentais, mais uma vez amanheceu verde nesta sexta-feira (12). A promessa do Comitê Rio-2016 era de que ela voltasse a sua cor normal na última quinta-feira (11), o que não aconteceu. Não há ainda prazo para que o problema seja resolvido. Segundo os organizadores, muitos profissionais trabalham para melhorar o problema mais rápido possível. Os treinos de saltos ornamentais previstos para a manhã desta sexta foram cancelados em razão do tratamento feito na água. O diretor de comunicação do Rio-2016 voltou a dizer que não há nenhum risco à saúde dos atletas. "Descobrimos, entre outras coisas, que a química que não é uma ciência exata. A piscina amanheceu hoje [sexta] melhor, estamos trabalhando para que tudo fique certo o mais rápido possível. O problema era mais complexo do que pensamos, mas está tudo sendo feito. A piscina vai ficar em ordem o mais rápido possível", afirmou Mário Andrada, diretor de comunicação da Rio-2016. "A gente desde o primeiro dia disse que houve um problema de manutenção. Admitimos essa questão. A chuva não está ajudando", completou. Alguns atletas de polo aquático da Austrália reclamaram de ardência nos olhos. Médicos que atenderam os jogadores não viram ligação com a cor da água. O Comitê Organizador Rio-2016 afirmou que a razão para a alteração foi uma proliferação de algas causada pelo calor e pela falta de vento. Segundo o comitê, testes mostram que a qualidade da água não está comprometida. Em nota, a Fina (federação internacional de natação) afirmou que produtos químicos vazaram dos tanques de água, alterando o PH e a cor da água. "A Fina pode confirmar que a cor incomum da água observado durante as competições de saltos ornamentais na Rio-2016 se deu porque alguns produtos químicos dos reservatórios de água utilizados no processo de tratamento de água vazaram para a piscina. Como resultado, o PH da água estava fora do valor habitual, fazendo com que houvesse a descoloração". A entidade disse ainda que não há risco para a saúde dos atletas. "A Fina conduziu testes na qualidade da água e concluiu que não há risco para a saúde ou segurança dos atletas, e não há razão para a competição ser afetada", afirmou.
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Química não é uma ciência exata, diz Rio-2016 sobre piscina com água verde CAMILA MATTOSO ENVIADA ESPECIAL AO RIO A piscina do Parque Aquático Maria Lenk, que recebe provas de polo aquático, nado sincronizado e saltos ornamentais, mais uma vez amanheceu verde nesta sexta-feira (12). A promessa do Comitê Rio-2016 era de que ela voltasse a sua cor normal na última quinta-feira (11), o que não aconteceu. Não há ainda prazo para que o problema seja resolvido. Segundo os organizadores, muitos profissionais trabalham para melhorar o problema mais rápido possível. Os treinos de saltos ornamentais previstos para a manhã desta sexta foram cancelados em razão do tratamento feito na água. O diretor de comunicação do Rio-2016 voltou a dizer que não há nenhum risco à saúde dos atletas. "Descobrimos, entre outras coisas, que a química que não é uma ciência exata. A piscina amanheceu hoje [sexta] melhor, estamos trabalhando para que tudo fique certo o mais rápido possível. O problema era mais complexo do que pensamos, mas está tudo sendo feito. A piscina vai ficar em ordem o mais rápido possível", afirmou Mário Andrada, diretor de comunicação da Rio-2016. "A gente desde o primeiro dia disse que houve um problema de manutenção. Admitimos essa questão. A chuva não está ajudando", completou. Alguns atletas de polo aquático da Austrália reclamaram de ardência nos olhos. Médicos que atenderam os jogadores não viram ligação com a cor da água. O Comitê Organizador Rio-2016 afirmou que a razão para a alteração foi uma proliferação de algas causada pelo calor e pela falta de vento. Segundo o comitê, testes mostram que a qualidade da água não está comprometida. Em nota, a Fina (federação internacional de natação) afirmou que produtos químicos vazaram dos tanques de água, alterando o PH e a cor da água. "A Fina pode confirmar que a cor incomum da água observado durante as competições de saltos ornamentais na Rio-2016 se deu porque alguns produtos químicos dos reservatórios de água utilizados no processo de tratamento de água vazaram para a piscina. Como resultado, o PH da água estava fora do valor habitual, fazendo com que houvesse a descoloração". A entidade disse ainda que não há risco para a saúde dos atletas. "A Fina conduziu testes na qualidade da água e concluiu que não há risco para a saúde ou segurança dos atletas, e não há razão para a competição ser afetada", afirmou.
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Prefeitura tenta anular doação de terreno do Morumbi na Justiça
A Procuradoria Geral do Município de São Paulo entrou com uma ação na Justiça para anular doação feita ao São Paulo Futebol Clube, na década de 1950, do terreno onde foi construído o estádio do Morumbi. Autor da ação, o procurador Luis Felipe Ferreira Mendonça Cruz afirma que a área onde foi construído o estádio deveria ser de uso público. O terreno fazia parte de um loteamento cujo projeto apontava que o espaço seria uma praça pública. A licença foi dada à Empresa Mercantil e Comissionária Merco S.A., em agosto de 1951, para que ela estabelecesse um núcleo residencial. O tamanho da área licenciada era de aproximadamente 2,3 milhões de metros quadrados. O loteamento foi posteriormente adquirido por outra empresa, a Imobiliária Aricanduva, que decidiu doar uma área para o São Paulo, onde o estádio seria erguido. À época, houve contestação por parte do Departamento de Urbanismo do município, mas a doação acabou se concretizando em 1952, por meio de escritura pública. O que a procuradoria argumenta, entretanto, é que a transferência de terrenos apontados como de destinação pública em loteamentos aprovados é feita automaticamente ao município, sem que seja necessário um título formal. Além disso, a ação aponta que não existe prescrição para casos como esse. Em eventual vitória da Prefeitura na ação, a doação seria anulada e perderia o valor. Nesse caso, o São Paulo teria que negociar contrapartidas para legalizar a posse do terreno. Procurado o São Paulo disse que "não se trata de uma cessão de terreno público, e sim entre duas entidades particulares". De acordo com a nota enviada, "a construtora decidiu alterar o projeto de loteamento e mudou a praça desporto para o que hoje é a área do clube e pediu duas contrapartidas: a construção de um estacionamento (o edifício garagem que hoje já existe no Morumbi) e um parque (a sede social), sem determinar se deveria ser gratuita ou não. Esse procedimento, cabe frisar, teve anuência da prefeitura." Leia a nota do clube na íntegra É importante frisar que não se trata de uma cessão de terreno publico, e sim entre duas entidades particulares. A construtora decidiu alterar o projeto de loteamento e mudou a praça desporto para o que hoje é a área do clube e pediu duas contrapartidas; a construção de um estacionamento (o edifício garagem que hoje já existe no Morumbi) e um parque (a sede social), sem determinar se deveria ser gratuita ou não. Esse procedimento, cabe frisar, teve anuência da prefeitura. Apesar do tom alarmista com o qual a notícia veio a publico, o São Paulo está absolutamente tranquilo com o questionamento porque atendeu a todas as exigências solicitadas pela construtora à época e está pronto para dialogar com todos os órgãos competentes para explicar sua posição. O clube também explica que ainda não foi notificado da ação.
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Prefeitura tenta anular doação de terreno do Morumbi na JustiçaA Procuradoria Geral do Município de São Paulo entrou com uma ação na Justiça para anular doação feita ao São Paulo Futebol Clube, na década de 1950, do terreno onde foi construído o estádio do Morumbi. Autor da ação, o procurador Luis Felipe Ferreira Mendonça Cruz afirma que a área onde foi construído o estádio deveria ser de uso público. O terreno fazia parte de um loteamento cujo projeto apontava que o espaço seria uma praça pública. A licença foi dada à Empresa Mercantil e Comissionária Merco S.A., em agosto de 1951, para que ela estabelecesse um núcleo residencial. O tamanho da área licenciada era de aproximadamente 2,3 milhões de metros quadrados. O loteamento foi posteriormente adquirido por outra empresa, a Imobiliária Aricanduva, que decidiu doar uma área para o São Paulo, onde o estádio seria erguido. À época, houve contestação por parte do Departamento de Urbanismo do município, mas a doação acabou se concretizando em 1952, por meio de escritura pública. O que a procuradoria argumenta, entretanto, é que a transferência de terrenos apontados como de destinação pública em loteamentos aprovados é feita automaticamente ao município, sem que seja necessário um título formal. Além disso, a ação aponta que não existe prescrição para casos como esse. Em eventual vitória da Prefeitura na ação, a doação seria anulada e perderia o valor. Nesse caso, o São Paulo teria que negociar contrapartidas para legalizar a posse do terreno. Procurado o São Paulo disse que "não se trata de uma cessão de terreno público, e sim entre duas entidades particulares". De acordo com a nota enviada, "a construtora decidiu alterar o projeto de loteamento e mudou a praça desporto para o que hoje é a área do clube e pediu duas contrapartidas: a construção de um estacionamento (o edifício garagem que hoje já existe no Morumbi) e um parque (a sede social), sem determinar se deveria ser gratuita ou não. Esse procedimento, cabe frisar, teve anuência da prefeitura." Leia a nota do clube na íntegra É importante frisar que não se trata de uma cessão de terreno publico, e sim entre duas entidades particulares. A construtora decidiu alterar o projeto de loteamento e mudou a praça desporto para o que hoje é a área do clube e pediu duas contrapartidas; a construção de um estacionamento (o edifício garagem que hoje já existe no Morumbi) e um parque (a sede social), sem determinar se deveria ser gratuita ou não. Esse procedimento, cabe frisar, teve anuência da prefeitura. Apesar do tom alarmista com o qual a notícia veio a publico, o São Paulo está absolutamente tranquilo com o questionamento porque atendeu a todas as exigências solicitadas pela construtora à época e está pronto para dialogar com todos os órgãos competentes para explicar sua posição. O clube também explica que ainda não foi notificado da ação.
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Alckmin publica decreto e avança na reforma dos ciclos da rede paulista
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) publicou nesta terça-feira (1°) decreto em que autoriza a transferência de funcionários da Secretaria da Educação para que possa adequar-se à proposta de dividir parte dos colégios por ciclos únicos de ensino (anos iniciais e finais do fundamental e o médio). Esse plano prevê para 2016 o fechamento de 92 escolas e o remanejamento de 311 mil alunos –a rede estadual tem 5.147 escolas e atende a 3,8 milhões de estudantes. Ao todo, 754 escolas atenderão só um ciclo de ensino no Estado. O decreto nº 61.672 foi publicado na edição desta terça no "Diário Oficial" da cidade e já entra em vigor. A transferência, de acordo com o decreto, será realizada para os "casos em que as escolas da rede estadual deixarem de atender um ou mais segmentos, ou, quando passarem a atender novos segmentos". Porém, a medida não informa o número de funcionários que serão afetados com a nova disposição. A proposta de reorganização foi anunciada em setembro e deve ser aplicada no ano letivo de 2016. Desde o dia 9 de novembro, estudantes ocupam escolas em São Paulo em protesto contra a medida. Há 194 escolas ocupadas, segundo balanço desta terça divulgado pela Secretaria do Estado de Educação. Na semana passada, o secretário Herman Voorwald (Educação) admitiu que pode ter havido "uma deficiência na questão da comunicação para entender o que é a reorganização". "Entendo que, por conta de uma rede extremamente complexa, elas [as informações] não chegam da maneira que deveriam chegar, ou porque são contaminadas ou pela incompetência de nós nos comunicarmos com os pais." "Mas não há a menor dúvida que o movimento [a reorganização] é importante. Por que nosso aluno não tem o direito de ter uma escola melhor?" Voorwald também negou que a reestruturação tenha objetivo financeiro, ele disse: "A minha única preocupação é que esses jovens tenham uma melhor educação. Eu tenho vergonha, enquanto secretário do Estado da Educação, dos resultados que o Estado de São Paulo, que esse país apresenta, e que o Estado de São Paulo apresenta. Não é possível que a sociedade se conforme com isso". Mudanças na educação
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Alckmin publica decreto e avança na reforma dos ciclos da rede paulistaO governador Geraldo Alckmin (PSDB) publicou nesta terça-feira (1°) decreto em que autoriza a transferência de funcionários da Secretaria da Educação para que possa adequar-se à proposta de dividir parte dos colégios por ciclos únicos de ensino (anos iniciais e finais do fundamental e o médio). Esse plano prevê para 2016 o fechamento de 92 escolas e o remanejamento de 311 mil alunos –a rede estadual tem 5.147 escolas e atende a 3,8 milhões de estudantes. Ao todo, 754 escolas atenderão só um ciclo de ensino no Estado. O decreto nº 61.672 foi publicado na edição desta terça no "Diário Oficial" da cidade e já entra em vigor. A transferência, de acordo com o decreto, será realizada para os "casos em que as escolas da rede estadual deixarem de atender um ou mais segmentos, ou, quando passarem a atender novos segmentos". Porém, a medida não informa o número de funcionários que serão afetados com a nova disposição. A proposta de reorganização foi anunciada em setembro e deve ser aplicada no ano letivo de 2016. Desde o dia 9 de novembro, estudantes ocupam escolas em São Paulo em protesto contra a medida. Há 194 escolas ocupadas, segundo balanço desta terça divulgado pela Secretaria do Estado de Educação. Na semana passada, o secretário Herman Voorwald (Educação) admitiu que pode ter havido "uma deficiência na questão da comunicação para entender o que é a reorganização". "Entendo que, por conta de uma rede extremamente complexa, elas [as informações] não chegam da maneira que deveriam chegar, ou porque são contaminadas ou pela incompetência de nós nos comunicarmos com os pais." "Mas não há a menor dúvida que o movimento [a reorganização] é importante. Por que nosso aluno não tem o direito de ter uma escola melhor?" Voorwald também negou que a reestruturação tenha objetivo financeiro, ele disse: "A minha única preocupação é que esses jovens tenham uma melhor educação. Eu tenho vergonha, enquanto secretário do Estado da Educação, dos resultados que o Estado de São Paulo, que esse país apresenta, e que o Estado de São Paulo apresenta. Não é possível que a sociedade se conforme com isso". Mudanças na educação
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'O mais importante é saber quando não operar', diz neurocirurgião
"É preciso três meses para aprender a fazer uma cirurgia, três anos para saber quando é preciso fazê-la e 30 anos para saber quando não se deve fazer uma operação", diz, por telefone, em um tom meio sério meio jocoso, o renomado neurocirugião britânico Henry Marsh. Essas palavras, na verdade, são de um antigo ditado que costuma circular entre cirurgiões ingleses, mas sintetizam com perfeição sua visão após 35 anos de experiência. "Quando se é jovem, o médico quer operar todo mundo. É otimista, entusiasta. Depois, começa a acumular resultados ruins e a entender que uma operação não é solução para tudo." Os fracassos vão parar no "cemitério que todos os cirurgiões carregam consigo", citação do médico francês René Lariche que abre o livro de Marsh, Sem Causar Mal - Histórias de Vida, Morte e Neurocirurgia (Editora nVersos). Lançado em 2014, foi escolhido como um dos melhores livros do ano pelos jornais The New York Times, Financial Times, Washington Post e pela revista The Economist. 'QUANTO MAIS SE PRATICA, MAIOR É O CEMITÉRIO' No "cemitério particular" de Henry Marsh há muitas pessoas. Ali vive, por exemplo, uma menina ucraniana que, embora tenha sobrevivido a uma complicada cirurgia no cérebro, saiu da sala de operação em más condições e com tão pouca chance de recuperação que Marsh chegou a questionar se era hora de parar de trabalhar. O neurocirurgião, que ainda acompanha à distância a evolução do quadro de saúde da menina, admite que cometeu um erro de "excesso de confiança" em si mesmo. Mas, embora esse caso o tenha afetado profundamente, ele conseguiu não se deixar paralisar. "Se martirizar pelo que aconteceu é inútil", afirma o médico. A franqueza com que Marsh narra em seu livro casos reais com os quais já lidou em sua carreira é fascinante e ao mesmo tempo aterrorizante. Os detalhes de cada história, os relatos das conversas com pacientes e as anedotas sobre o que acontece num hospital, às vezes até com uma pitada de humor, são descritos com precisão, graças a um diário que o médico manteve por uma década. Por vezes, quando a mulher de Marsh, a escritora e antropóloga Kate Fox, lhe perguntava o que tinha feito naquele dia no trabalho, o médico costumava abrir o computador e ler para ela fragmentos do diário. Foi Kate quem disse: "isso podia ser um livro". ERROS MÉDICOS De acordo com Marsh, a maioria dos erros médicos ocorre fora da sala de cirurgia. "Muitas vezes as pessoas têm a impressão de que erros estão relacionados à estabilidade do pulso do cirurgião, o que é uma bobagem", diz categórico. "As coisas não caem da sua mão nem você corta o que não deveria... isso acontece, mas é muito, muito raro", complementa. Quase sempre, explica o médico, erros ocorrem na tomada de decisões anteriores, quando tratam de questões sobre operar ou não o paciente, ou que tipo de operação será feita e como ela vai ser executada. "Pela minha experiência, quando algo vai mal, quase sempre é porque se tomou a decisão equivocada", avalia o médico. É durante o processo de decisão que os cirurgiões enfrentam grandes dilemas. Às vezes, têm de optar por aquilo que no jargão médico é chamado de "sacrifícios": causar algum dano para evitar danos ainda maiores. Em seu livro, Henry Marsh descreve, por exemplo, o caso de uma mulher que teve extraído um tumor cerebral benigno, mas, no processo, a deixaram com dor facial crônica. "Isso é um tipo de decisão que você faz antes da operação", explica ele. ADRENALINA O livro de Marsh também traz dados curiosos sobre a textura do cérebro, que se parece uma massa branca gelatinosa, sobre o melhor amigo de um neurocirurgião - não é o bisturi, mas um aspirador - e explica que muitas cirurgias cerebrais são feitas com anestesia local, com o paciente acordado enquanto tem a cabeça vasculhada. Mesmo com 35 anos de experiência no currículo, Marsh admite que ainda fica nervoso antes de uma operação, especialmente se algo deu errado na última cirurgia similar à que está prestes a fazer. Ele conta que tudo é muito tenso e exige uma concentração absoluta. "E isso, de muitas formas, é viciante", admite. "A gente faz cirurgia porque é emocionante, é emocionante!", enfatiza, destacando a adrenalina, emoção e ansiedade como partes importantes de se operar. MÉDICO TEM QUE SER BOM ATOR Do ponto de vista do paciente, contudo, o que se espera de um médico é algo diferente dessa explosão de sentimentos. "É muito importante aparentar calma e mostrar que está seguro. Não há nada mais assustador para um paciente que um cirurgião ansioso", diz ele. "E isso é um dos problemas de ser um médico: você tem que ser um bom ator, para os pacientes e para si mesmo." Tradicionalmente, os cirurgiões não falam sobre seus erros. Na verdade, acredita Marsh, não seria possível ter escrito esse livro com a mesma honestidade em outro momento de sua carreira. Sem Causar Mal foi publicado quando Marsh estava se aposentando como neurocirurgião sênior no Hospital Universitário de St. Georges, em Londres, onde trabalhava há mais de três décadas. O médico, que ainda trabalha como professor, admite que a cultura a respeito do nível de honestidade que se espera dos médicos está mudando. "Eu mesmo mudei", diz ele. "Nós afastamos da ideia de que os médicos são deuses e sempre sabem mais e melhor." VERDADE ATERRORIZANTE Questionado sobre quanta informação realmente pode ser dada a um paciente ou aos familiares quando algo é realmente grave, Marsh responde que não pode dizer toda a verdade. "É muito difícil. A verdade é aterrorizante", afirma. Ele se defende dizendo que não há certezas absolutas na medicina e que tudo o que os médicos fazem é baseado em probabilidades. "Se você diz a um paciente que há uma chance de 10% de morrer, vai aterrorizá-lo e ainda vai ter que fazer a operação. A maneira como apresenta a informação é muito importante porque você tem que preservar a esperança e confiança, e também a honestidade, e isso é muito difícil." "Eu sempre tentei ser honesto. Mas... Eu tenho certeza que, em algum momento no passado, eu menti um pouco", ele admite. "Há grandes mentiras e pequenas mentiras". Marsh observa que os médicos muitas vezes não sabem o que as famílias e os pacientes acharam da forma como a notícia lhes foi repassada e, por isso, é muito difícil de aprender passar bem as informações mais complicadas. No caso de Marsh, ajudou muito estar do "outro lado", como paciente, e também quando seu filho fez uma cirurgia para tirar um tumor no cérebro. O menino ainda era um bebê e ele um médico residente. ARROGÂNCIA Marsh responde com um robusto sim quando perguntado se já teve que dizer a algum paciente que cometeu um erro. "Eu digo às pessoas para me denunciarem quando acho que cometi um erro grave. Eu fiz isso três vezes", ele admite. Uma dessas situações está no livro. "Não é fácil fazer isso", diz ele. Por lei, no Reino Unido, hospitais têm que respeitar "dever de sinceridade", no qual é necessário informar e pedir desculpas aos doentes se houve erros que causaram danos significativos. Mas, em países Reino Unido e Estados Unidos, médicos não são responsabilizados financeiramente se houver denúnica. Mas, de acordo com Marsh, eles têm medo sim de admitir erros. É uma questão de vergonha. "Se você entrar na sala de operação cheio de dúvidas, você não pode operar", diz ele. Talvez por isso, de acordo com Marsh, tradicionalmente, cirurgiões normalmente são arrogantes e têm um "ego grande". "Em parte, é um mecanismo de auto-defesa, para enfrentar a incerteza e poder fazer um trabalho perigoso. Mas é o paciente que está em risco, não você", observa.
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'O mais importante é saber quando não operar', diz neurocirurgião"É preciso três meses para aprender a fazer uma cirurgia, três anos para saber quando é preciso fazê-la e 30 anos para saber quando não se deve fazer uma operação", diz, por telefone, em um tom meio sério meio jocoso, o renomado neurocirugião britânico Henry Marsh. Essas palavras, na verdade, são de um antigo ditado que costuma circular entre cirurgiões ingleses, mas sintetizam com perfeição sua visão após 35 anos de experiência. "Quando se é jovem, o médico quer operar todo mundo. É otimista, entusiasta. Depois, começa a acumular resultados ruins e a entender que uma operação não é solução para tudo." Os fracassos vão parar no "cemitério que todos os cirurgiões carregam consigo", citação do médico francês René Lariche que abre o livro de Marsh, Sem Causar Mal - Histórias de Vida, Morte e Neurocirurgia (Editora nVersos). Lançado em 2014, foi escolhido como um dos melhores livros do ano pelos jornais The New York Times, Financial Times, Washington Post e pela revista The Economist. 'QUANTO MAIS SE PRATICA, MAIOR É O CEMITÉRIO' No "cemitério particular" de Henry Marsh há muitas pessoas. Ali vive, por exemplo, uma menina ucraniana que, embora tenha sobrevivido a uma complicada cirurgia no cérebro, saiu da sala de operação em más condições e com tão pouca chance de recuperação que Marsh chegou a questionar se era hora de parar de trabalhar. O neurocirurgião, que ainda acompanha à distância a evolução do quadro de saúde da menina, admite que cometeu um erro de "excesso de confiança" em si mesmo. Mas, embora esse caso o tenha afetado profundamente, ele conseguiu não se deixar paralisar. "Se martirizar pelo que aconteceu é inútil", afirma o médico. A franqueza com que Marsh narra em seu livro casos reais com os quais já lidou em sua carreira é fascinante e ao mesmo tempo aterrorizante. Os detalhes de cada história, os relatos das conversas com pacientes e as anedotas sobre o que acontece num hospital, às vezes até com uma pitada de humor, são descritos com precisão, graças a um diário que o médico manteve por uma década. Por vezes, quando a mulher de Marsh, a escritora e antropóloga Kate Fox, lhe perguntava o que tinha feito naquele dia no trabalho, o médico costumava abrir o computador e ler para ela fragmentos do diário. Foi Kate quem disse: "isso podia ser um livro". ERROS MÉDICOS De acordo com Marsh, a maioria dos erros médicos ocorre fora da sala de cirurgia. "Muitas vezes as pessoas têm a impressão de que erros estão relacionados à estabilidade do pulso do cirurgião, o que é uma bobagem", diz categórico. "As coisas não caem da sua mão nem você corta o que não deveria... isso acontece, mas é muito, muito raro", complementa. Quase sempre, explica o médico, erros ocorrem na tomada de decisões anteriores, quando tratam de questões sobre operar ou não o paciente, ou que tipo de operação será feita e como ela vai ser executada. "Pela minha experiência, quando algo vai mal, quase sempre é porque se tomou a decisão equivocada", avalia o médico. É durante o processo de decisão que os cirurgiões enfrentam grandes dilemas. Às vezes, têm de optar por aquilo que no jargão médico é chamado de "sacrifícios": causar algum dano para evitar danos ainda maiores. Em seu livro, Henry Marsh descreve, por exemplo, o caso de uma mulher que teve extraído um tumor cerebral benigno, mas, no processo, a deixaram com dor facial crônica. "Isso é um tipo de decisão que você faz antes da operação", explica ele. ADRENALINA O livro de Marsh também traz dados curiosos sobre a textura do cérebro, que se parece uma massa branca gelatinosa, sobre o melhor amigo de um neurocirurgião - não é o bisturi, mas um aspirador - e explica que muitas cirurgias cerebrais são feitas com anestesia local, com o paciente acordado enquanto tem a cabeça vasculhada. Mesmo com 35 anos de experiência no currículo, Marsh admite que ainda fica nervoso antes de uma operação, especialmente se algo deu errado na última cirurgia similar à que está prestes a fazer. Ele conta que tudo é muito tenso e exige uma concentração absoluta. "E isso, de muitas formas, é viciante", admite. "A gente faz cirurgia porque é emocionante, é emocionante!", enfatiza, destacando a adrenalina, emoção e ansiedade como partes importantes de se operar. MÉDICO TEM QUE SER BOM ATOR Do ponto de vista do paciente, contudo, o que se espera de um médico é algo diferente dessa explosão de sentimentos. "É muito importante aparentar calma e mostrar que está seguro. Não há nada mais assustador para um paciente que um cirurgião ansioso", diz ele. "E isso é um dos problemas de ser um médico: você tem que ser um bom ator, para os pacientes e para si mesmo." Tradicionalmente, os cirurgiões não falam sobre seus erros. Na verdade, acredita Marsh, não seria possível ter escrito esse livro com a mesma honestidade em outro momento de sua carreira. Sem Causar Mal foi publicado quando Marsh estava se aposentando como neurocirurgião sênior no Hospital Universitário de St. Georges, em Londres, onde trabalhava há mais de três décadas. O médico, que ainda trabalha como professor, admite que a cultura a respeito do nível de honestidade que se espera dos médicos está mudando. "Eu mesmo mudei", diz ele. "Nós afastamos da ideia de que os médicos são deuses e sempre sabem mais e melhor." VERDADE ATERRORIZANTE Questionado sobre quanta informação realmente pode ser dada a um paciente ou aos familiares quando algo é realmente grave, Marsh responde que não pode dizer toda a verdade. "É muito difícil. A verdade é aterrorizante", afirma. Ele se defende dizendo que não há certezas absolutas na medicina e que tudo o que os médicos fazem é baseado em probabilidades. "Se você diz a um paciente que há uma chance de 10% de morrer, vai aterrorizá-lo e ainda vai ter que fazer a operação. A maneira como apresenta a informação é muito importante porque você tem que preservar a esperança e confiança, e também a honestidade, e isso é muito difícil." "Eu sempre tentei ser honesto. Mas... Eu tenho certeza que, em algum momento no passado, eu menti um pouco", ele admite. "Há grandes mentiras e pequenas mentiras". Marsh observa que os médicos muitas vezes não sabem o que as famílias e os pacientes acharam da forma como a notícia lhes foi repassada e, por isso, é muito difícil de aprender passar bem as informações mais complicadas. No caso de Marsh, ajudou muito estar do "outro lado", como paciente, e também quando seu filho fez uma cirurgia para tirar um tumor no cérebro. O menino ainda era um bebê e ele um médico residente. ARROGÂNCIA Marsh responde com um robusto sim quando perguntado se já teve que dizer a algum paciente que cometeu um erro. "Eu digo às pessoas para me denunciarem quando acho que cometi um erro grave. Eu fiz isso três vezes", ele admite. Uma dessas situações está no livro. "Não é fácil fazer isso", diz ele. Por lei, no Reino Unido, hospitais têm que respeitar "dever de sinceridade", no qual é necessário informar e pedir desculpas aos doentes se houve erros que causaram danos significativos. Mas, em países Reino Unido e Estados Unidos, médicos não são responsabilizados financeiramente se houver denúnica. Mas, de acordo com Marsh, eles têm medo sim de admitir erros. É uma questão de vergonha. "Se você entrar na sala de operação cheio de dúvidas, você não pode operar", diz ele. Talvez por isso, de acordo com Marsh, tradicionalmente, cirurgiões normalmente são arrogantes e têm um "ego grande". "Em parte, é um mecanismo de auto-defesa, para enfrentar a incerteza e poder fazer um trabalho perigoso. Mas é o paciente que está em risco, não você", observa.
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Acampamento com 1.500 migrantes é esvaziado na região norte de Paris
A polícia francesa começou a esvaziar na manhã desta sexta-feira (16) um acampamento improvisado no norte de Paris, onde ao menos 1.500 migrantes viviam em condições deploráveis. A operação, realizada com forte presença policial, começou às 7h locais (2h de Brasília). Os migrantes, em sua maioria sudaneses, afegãos e eritreus —incluindo mulheres e crianças—, eram retirados em ônibus. Esse mesmo acampamento já havia sido desmantelado no dia 17 de agosto. Um total de 700 pessoas foram transferidas a centros de acolhida, mas, desde então, centenas de migrantes voltaram a se instalar em barracas ou em colchões no chão. "Há muitas famílias com crianças, mais que de costume. É claro que vamos nos encarregar delas", declarou à AFP a ministra francesa de Habitação, Emmanuelle Cosse, presente durante a operação. Os migrantes serão levados em 50 ônibus a centros de acolhida na região parisiense. Ibrahim, um sudanês que vivia há um mês neste acampamento, disse que queria entrar em um dos ônibus para "ir a qualquer lugar, mas não aqui. Dormir na rua é difícil. Choveu, estou cansado, quero descansar", contou. No dia 22 de julho, cerca de 2.500 migrantes foram retirados de um acampamento localizado na região norte da capital, o que representou a operação de maior envergadura deste tipo realizada até agora na capital francesa. Para oferecer uma alternativa a esses migrantes, a prefeitura de Paris prepara um primeiro centro de acolhida que abrirá suas portas em meados de outubro. O centro, exclusivamente para homens e com uma capacidade para 600 pessoas, será um lugar de passagem, onde os migrantes poderão se beneficiar de atendimento médico, ajuda psicológica e conselhos jurídicos antes de ser orientados a outras estruturas. Outro centro para mulheres e crianças, de 350 lugares, abrirá as portas no fim do ano na periferia sul de Paris.
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Acampamento com 1.500 migrantes é esvaziado na região norte de ParisA polícia francesa começou a esvaziar na manhã desta sexta-feira (16) um acampamento improvisado no norte de Paris, onde ao menos 1.500 migrantes viviam em condições deploráveis. A operação, realizada com forte presença policial, começou às 7h locais (2h de Brasília). Os migrantes, em sua maioria sudaneses, afegãos e eritreus —incluindo mulheres e crianças—, eram retirados em ônibus. Esse mesmo acampamento já havia sido desmantelado no dia 17 de agosto. Um total de 700 pessoas foram transferidas a centros de acolhida, mas, desde então, centenas de migrantes voltaram a se instalar em barracas ou em colchões no chão. "Há muitas famílias com crianças, mais que de costume. É claro que vamos nos encarregar delas", declarou à AFP a ministra francesa de Habitação, Emmanuelle Cosse, presente durante a operação. Os migrantes serão levados em 50 ônibus a centros de acolhida na região parisiense. Ibrahim, um sudanês que vivia há um mês neste acampamento, disse que queria entrar em um dos ônibus para "ir a qualquer lugar, mas não aqui. Dormir na rua é difícil. Choveu, estou cansado, quero descansar", contou. No dia 22 de julho, cerca de 2.500 migrantes foram retirados de um acampamento localizado na região norte da capital, o que representou a operação de maior envergadura deste tipo realizada até agora na capital francesa. Para oferecer uma alternativa a esses migrantes, a prefeitura de Paris prepara um primeiro centro de acolhida que abrirá suas portas em meados de outubro. O centro, exclusivamente para homens e com uma capacidade para 600 pessoas, será um lugar de passagem, onde os migrantes poderão se beneficiar de atendimento médico, ajuda psicológica e conselhos jurídicos antes de ser orientados a outras estruturas. Outro centro para mulheres e crianças, de 350 lugares, abrirá as portas no fim do ano na periferia sul de Paris.
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Brasileiros avançam na repescagem do Mundial de Surfe em Bells Beach
Após dois dias sem competição, a etapa de Bells Beach foi retomada na noite deste sábado (4) - manhã de domingo na Austrália. Os brasileiros Filipe Toledo, Adriano de Souza e Jadson André venceram na repescagem e avançaram para a terceira rodada da etapa do Circuito Mundial de Surfe. Filipe Toledo, vencedor da primeira etapa em Gold Coast, conseguiu uma nota 9.17, segunda mais alta do dia, e eliminou o havaiano Dusty Payne. Confira a manobra: Toledo Na próxima fase, ele enfrentará outro havaiano, Sebastian Zietz, que conseguiu a vaga após eliminar o estreante Ítalo Ferreira. Adriano de Souza, o Mineirinho, eliminou o experiente C.J Hobgood com uma pequena diferença: 16.27 a 15.54. A oitava bateria do dia colocou os brasileiros Jadson André e Miguel Pupo frente a frente. Melhor para Jadson, que enfrentará o australiano Taj Burrow na terceira rodada. Já Wiggolly Dantas não conseguiram derrotar Matt Banting e está fora da etapa. Gabriel Medina havia vencido na estreia e já estava classificado. Ele terá pela frente o australiano Mason Ho. SILVANA LIMA Silvana Lima disputará a repescagem para garantir uma vaga na quinta rodada. Ela enfrentará a norte-americana Lakey Peterson.
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Brasileiros avançam na repescagem do Mundial de Surfe em Bells BeachApós dois dias sem competição, a etapa de Bells Beach foi retomada na noite deste sábado (4) - manhã de domingo na Austrália. Os brasileiros Filipe Toledo, Adriano de Souza e Jadson André venceram na repescagem e avançaram para a terceira rodada da etapa do Circuito Mundial de Surfe. Filipe Toledo, vencedor da primeira etapa em Gold Coast, conseguiu uma nota 9.17, segunda mais alta do dia, e eliminou o havaiano Dusty Payne. Confira a manobra: Toledo Na próxima fase, ele enfrentará outro havaiano, Sebastian Zietz, que conseguiu a vaga após eliminar o estreante Ítalo Ferreira. Adriano de Souza, o Mineirinho, eliminou o experiente C.J Hobgood com uma pequena diferença: 16.27 a 15.54. A oitava bateria do dia colocou os brasileiros Jadson André e Miguel Pupo frente a frente. Melhor para Jadson, que enfrentará o australiano Taj Burrow na terceira rodada. Já Wiggolly Dantas não conseguiram derrotar Matt Banting e está fora da etapa. Gabriel Medina havia vencido na estreia e já estava classificado. Ele terá pela frente o australiano Mason Ho. SILVANA LIMA Silvana Lima disputará a repescagem para garantir uma vaga na quinta rodada. Ela enfrentará a norte-americana Lakey Peterson.
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Ser um às no volante requer mais do que habilidade e conhecimento das leis
Com as mãos alinhadas no topo do volante, espelhos retrovisores ajustados para sua esposa e encosto do banco bastante inclinado, o analista de TI Ney Nogueira, 35, está prestes a sair da garagem com seu automóvel. Em um breve passeio com o instrutor de pilotagem Cacá Clauset de carona, Nogueira mostra que realmente é um bom motorista, mas há pontos a melhorar. Leia mais aqui
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Ser um às no volante requer mais do que habilidade e conhecimento das leisCom as mãos alinhadas no topo do volante, espelhos retrovisores ajustados para sua esposa e encosto do banco bastante inclinado, o analista de TI Ney Nogueira, 35, está prestes a sair da garagem com seu automóvel. Em um breve passeio com o instrutor de pilotagem Cacá Clauset de carona, Nogueira mostra que realmente é um bom motorista, mas há pontos a melhorar. Leia mais aqui
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Diário de Paris: mostra explora apetite insaciável do inglês David Hockney
Depois de uma primeira parada na Tate, em Londres, a retrospectiva de David Hockney desembarcou no Centre Pompidou (até 23/10) quase sem tirar nem pôr. Algumas baixas —entre elas, "Modelo com Autorretrato Inacabado" (1977)— foram compensadas por telas saídas do forno, enviadas diretamente do ateliê em Los Angeles, onde o artista vem passando a maior parte dos seus 80 anos. O artista inglês se consagrou ao imortalizar nas suas pinturas das décadas de 1960 e 70 cenas hedonistas em torno das piscinas e casas modernistas da cidade californiana. "Não é um segundo Éden, e sim um espaço utópico, como o Taiti foi para Gauguin e o Marrocos para Matisse, explicaram os especialistas Paul Melia e Ulrich Luckhardt. A mostra evidencia a destreza artística e o apetite insaciável do britânico, além de "A Bigger Splash" (1966). Depois de descobrir a obra de Picasso em 1960, o jovem logo se deu conta de que não precisava ser fiel a nenhum tema, estilo, técnica ou gênero, lição que segue à risca até hoje. Hockney também herdou do mestre catalão o gosto pelo experimentalismo, usando e abusando de tecnologias (de fotocopiadoras e faxes até iPads), e um interesse particular na representação do espaço na pintura. Didier Ottinger, curador da retrospectiva parisiense, deu ênfase a este aspecto. O homenageado adorou a valorização desse período nada unânime entre os críticos. Quando visitou a montagem da mostra com jornalistas, tinha em punho e mostrava para todos "A Perspectiva Invertida", ensaio escrito em 1919 pelo teólogo russo Pavel Florensky que questionou a perspectiva renascentista monofocal. Passou batido pelas primeiras salas até chegar à produção mais recente, recheada de pontos de fuga que convergem para fora da pintura. A perspectiva invertida das obras faz o espectador se sentir no centro da ação —a emoção varia de acordo com o conteúdo. O quadro no meio do tríptico inédito "Anunciação" (2017), que recria a famosa cena bíblica pintada por Fra Angelico, em 1437, é um dos mais bem-sucedidos. TEATRO DE REVISTA Desde que "Grande -" estreou no fim de 2016, os ingressos para o mais recente espetáculo circense de Tsirihaka Harrivel e Vimala Pons têm-se esgotado na velocidade da luz —em setembro, os artistas voltam ao Le Cent-Quatre, em Paris, antes de turnê pela Europa. "Inclassificável" é o adjetivo mais lido na imprensa para descrever a dupla que se conheceu em 2005 no Cnac (Centro Nacional de Artes do Circo) e se destacou no coletivo Ivan Mosjoukine com criações como o "De Nos Jours". Em "Grande -", eles brincam com o formato do teatro de revista do final do século 19, pondo em prática a fisicalidade do vocabulário circense (malabarismo, jogos de facas, ventriloquismo, acrobacia...) a serviço da fragilidade das emoções humanas, mais especificamente o fim de uma relação amorosa. Cada número compõe um mosaico de sentimentos à flor da pele, sem preocupação narrativa em explicar comos e porquês. Além de atuarem com diversos objetos cotidianos dispostos em cima de mesas, eles agem no palco como diretores, sonoplastas e contrarregras, exercendo um controle quase absoluto sobre números hilários, como uma briga de casal em que um arremessa facas no outro. Mas nem tudo pesa nas costas dos dois protagonistas. O hífen do título não é por acaso: "O espetáculo deve ser completado pela experiência de vida de cada espectador ao sair da sala", dizem. DIORAMANIA Numa carta à sua irmã, Balzac descreveu o diorama como "a maravilha do século". O escritor francês não foi o primeiro nem o último fã dessa revolução ótica, espécie de teatro sem atores onde imagens parecem se movimentar graças a um jogo de luzes e espelhos. Inventado em 1822 por dois pintores —entre eles Daguerre, um dos pais da fotografia—, o dispositivo do século 19 caiu aos poucos em desuso, mas continuou fascinando o imaginário de muitas gerações, como mostra uma exposição no Palais de Tokyo (até 10/9). DIORAMANIA 2 Parte de "Dioramas" examina as diferentes formas nas quais artistas contemporâneos —Ryan Gander, Hiroshi Sugimoto, Anselm Kiefer— se apropriaram desse antepassado do cinema e da realidade virtual. O mais interessante é quando a mostra evidencia as motivações etnográficas, pedagógicas ou religiosas por trás do ilusionismo. ISABEL JUNQUEIRA, 33, é jornalista.
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Diário de Paris: mostra explora apetite insaciável do inglês David HockneyDepois de uma primeira parada na Tate, em Londres, a retrospectiva de David Hockney desembarcou no Centre Pompidou (até 23/10) quase sem tirar nem pôr. Algumas baixas —entre elas, "Modelo com Autorretrato Inacabado" (1977)— foram compensadas por telas saídas do forno, enviadas diretamente do ateliê em Los Angeles, onde o artista vem passando a maior parte dos seus 80 anos. O artista inglês se consagrou ao imortalizar nas suas pinturas das décadas de 1960 e 70 cenas hedonistas em torno das piscinas e casas modernistas da cidade californiana. "Não é um segundo Éden, e sim um espaço utópico, como o Taiti foi para Gauguin e o Marrocos para Matisse, explicaram os especialistas Paul Melia e Ulrich Luckhardt. A mostra evidencia a destreza artística e o apetite insaciável do britânico, além de "A Bigger Splash" (1966). Depois de descobrir a obra de Picasso em 1960, o jovem logo se deu conta de que não precisava ser fiel a nenhum tema, estilo, técnica ou gênero, lição que segue à risca até hoje. Hockney também herdou do mestre catalão o gosto pelo experimentalismo, usando e abusando de tecnologias (de fotocopiadoras e faxes até iPads), e um interesse particular na representação do espaço na pintura. Didier Ottinger, curador da retrospectiva parisiense, deu ênfase a este aspecto. O homenageado adorou a valorização desse período nada unânime entre os críticos. Quando visitou a montagem da mostra com jornalistas, tinha em punho e mostrava para todos "A Perspectiva Invertida", ensaio escrito em 1919 pelo teólogo russo Pavel Florensky que questionou a perspectiva renascentista monofocal. Passou batido pelas primeiras salas até chegar à produção mais recente, recheada de pontos de fuga que convergem para fora da pintura. A perspectiva invertida das obras faz o espectador se sentir no centro da ação —a emoção varia de acordo com o conteúdo. O quadro no meio do tríptico inédito "Anunciação" (2017), que recria a famosa cena bíblica pintada por Fra Angelico, em 1437, é um dos mais bem-sucedidos. TEATRO DE REVISTA Desde que "Grande -" estreou no fim de 2016, os ingressos para o mais recente espetáculo circense de Tsirihaka Harrivel e Vimala Pons têm-se esgotado na velocidade da luz —em setembro, os artistas voltam ao Le Cent-Quatre, em Paris, antes de turnê pela Europa. "Inclassificável" é o adjetivo mais lido na imprensa para descrever a dupla que se conheceu em 2005 no Cnac (Centro Nacional de Artes do Circo) e se destacou no coletivo Ivan Mosjoukine com criações como o "De Nos Jours". Em "Grande -", eles brincam com o formato do teatro de revista do final do século 19, pondo em prática a fisicalidade do vocabulário circense (malabarismo, jogos de facas, ventriloquismo, acrobacia...) a serviço da fragilidade das emoções humanas, mais especificamente o fim de uma relação amorosa. Cada número compõe um mosaico de sentimentos à flor da pele, sem preocupação narrativa em explicar comos e porquês. Além de atuarem com diversos objetos cotidianos dispostos em cima de mesas, eles agem no palco como diretores, sonoplastas e contrarregras, exercendo um controle quase absoluto sobre números hilários, como uma briga de casal em que um arremessa facas no outro. Mas nem tudo pesa nas costas dos dois protagonistas. O hífen do título não é por acaso: "O espetáculo deve ser completado pela experiência de vida de cada espectador ao sair da sala", dizem. DIORAMANIA Numa carta à sua irmã, Balzac descreveu o diorama como "a maravilha do século". O escritor francês não foi o primeiro nem o último fã dessa revolução ótica, espécie de teatro sem atores onde imagens parecem se movimentar graças a um jogo de luzes e espelhos. Inventado em 1822 por dois pintores —entre eles Daguerre, um dos pais da fotografia—, o dispositivo do século 19 caiu aos poucos em desuso, mas continuou fascinando o imaginário de muitas gerações, como mostra uma exposição no Palais de Tokyo (até 10/9). DIORAMANIA 2 Parte de "Dioramas" examina as diferentes formas nas quais artistas contemporâneos —Ryan Gander, Hiroshi Sugimoto, Anselm Kiefer— se apropriaram desse antepassado do cinema e da realidade virtual. O mais interessante é quando a mostra evidencia as motivações etnográficas, pedagógicas ou religiosas por trás do ilusionismo. ISABEL JUNQUEIRA, 33, é jornalista.
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Defeitos de 'Os Dez Mandamentos' se repetem em 'A Terra Prometida'
Os autores de "A Terra Prometida" —que estreou na Record nesta terça (5)– não são os mesmos de "Os Dez Mandamentos", mas boa parte do elenco da nova trama trabalhou na antecessora. Além disso, a concepção geral deixa claro que todas essas novelas fazem parte de um mesmo projeto. É praticamente um seriado, já em sua terceira temporada. O primeiro capítulo fez uma boa escolha dramática e não começou no dia seguinte à morte de Moisés. Ao contrário: deu um salto no tempo, e lançou o espectador diretamente no cerco a Jericó. Apesar de uma certa enrolação, um efeito espetacular não chegou a demorar: a queda das muralhas da cidade cananeia, derrubadas por Deus para que os hebreus pudessem invadi-la com facilidade. Não foi de encher os olhos como a abertura do Mar Vermelho, mas também não levou uma semana para acontecer. Mesmo assim, a execução de "A Terra Prometida" ainda deixa a desejar. Os diálogos continuam pedantes, apesar de coloquialismos como "você vai arrasar" pipocarem de vez em quando. Até uma atriz tarimbada como Beth Goulart (Léia) tropeçou nas frases pomposas, apesar de ser uma das poucas que conseguiu passar emoção genuína com gestos e expressões. A canastrice de algumas interpretações e alguns cenários que parecem de papelão fazem com que a declarada pretensão de emular "Game of Thrones" fracasse redondamente. Uma vilã chamada Kalesi (Juliana Silveira), quase homônima da Khaleesi da série da HBO, tornou essa comparação ainda mais despropositada. Aliás, o figurino da personagem lembrava a bruxa Malévola revista por uma escola de samba do terceiro grupo. Na verdade, é tudo tão parecido com "Os Dez Mandamentos" que muitos espectadores nem devem ter percebido que se trata de outro programa. A história de Josué (Sidney Sampaio) não tem o mesmo apelo que a do Êxodo. Mas a Record já se consolidou como a emissora das tramas bíblicas, e conquistou um público fiel. Por tudo isto, "A Terra Prometida" não deve fazer feio —pelo menos, não no Ibope. A TERRA PROMETIDA QUANDO às 20h30, na Record
ilustrada
Defeitos de 'Os Dez Mandamentos' se repetem em 'A Terra Prometida'Os autores de "A Terra Prometida" —que estreou na Record nesta terça (5)– não são os mesmos de "Os Dez Mandamentos", mas boa parte do elenco da nova trama trabalhou na antecessora. Além disso, a concepção geral deixa claro que todas essas novelas fazem parte de um mesmo projeto. É praticamente um seriado, já em sua terceira temporada. O primeiro capítulo fez uma boa escolha dramática e não começou no dia seguinte à morte de Moisés. Ao contrário: deu um salto no tempo, e lançou o espectador diretamente no cerco a Jericó. Apesar de uma certa enrolação, um efeito espetacular não chegou a demorar: a queda das muralhas da cidade cananeia, derrubadas por Deus para que os hebreus pudessem invadi-la com facilidade. Não foi de encher os olhos como a abertura do Mar Vermelho, mas também não levou uma semana para acontecer. Mesmo assim, a execução de "A Terra Prometida" ainda deixa a desejar. Os diálogos continuam pedantes, apesar de coloquialismos como "você vai arrasar" pipocarem de vez em quando. Até uma atriz tarimbada como Beth Goulart (Léia) tropeçou nas frases pomposas, apesar de ser uma das poucas que conseguiu passar emoção genuína com gestos e expressões. A canastrice de algumas interpretações e alguns cenários que parecem de papelão fazem com que a declarada pretensão de emular "Game of Thrones" fracasse redondamente. Uma vilã chamada Kalesi (Juliana Silveira), quase homônima da Khaleesi da série da HBO, tornou essa comparação ainda mais despropositada. Aliás, o figurino da personagem lembrava a bruxa Malévola revista por uma escola de samba do terceiro grupo. Na verdade, é tudo tão parecido com "Os Dez Mandamentos" que muitos espectadores nem devem ter percebido que se trata de outro programa. A história de Josué (Sidney Sampaio) não tem o mesmo apelo que a do Êxodo. Mas a Record já se consolidou como a emissora das tramas bíblicas, e conquistou um público fiel. Por tudo isto, "A Terra Prometida" não deve fazer feio —pelo menos, não no Ibope. A TERRA PROMETIDA QUANDO às 20h30, na Record
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Por que é perigoso recarregar o celular em lugares públicos
É uma situação bastante comum. A bateria do seu celular acaba e você, no aeroporto, café ou transporte público, coloca o aparelho para recarregar. Especialistas em segurança alertam, no entanto, que isso pode levar apuros —logo, demanda precauções. "Quando você conecta seu telefone ou tablet (a pontos de recarga) em lugares públicos —um aeroporto, por exemplo—, se um hacker passou por ali antes, ele pode extrair informações do seu aparelho", explicou Samuel Burke, repórter de tecnologia da rede americana de TV CNN, em um programa especial sobre o assunto. Além disso, usar um cabo USB para recarregar o celular conectando-o a um computador ou tablet que você não conhece também está longe de ser a melhor opção. Segundo a empresa de segurança cibernética russa Kaspersky Lab, os celulares deixam expostos um grande número de dados quando estão conectados a computadores, um processo que, no jargão técnico, os especialistas chamam de "aperto de mão". Durante o "aperto de mão", o telefone passa, pelo cabo, informações para o computador. Ele "conta" à máquina, por exemplo, como se chama, qual é seu fabricante, número de série, sistema operacional e até sua lista de arquivos. A partir daí, seu celular pode ficar "infectado" e é possível que uma pessoa monitore as atividades do aparelho usando o ID (código de identificação) do dispositivo, explicam os especialistas da empresa. Entre as consequências mais comuns do "aperto de mão" está a possível invasão do dispositivo por um programa maléfico, malware em inglês, e que pode, por exemplo, bloquear seu acesso a arquivos. Para devolver esse acesso, muitos hackers tentam obrigar o usuário a pagar um "resgate". Outra possível consequência é que vírus podem infectar o aparelho e, disfarçados de páginas oficiais, obter informações pessoais do usuário, como dados bancários. JUICE-JACKING Em texto no jornal americano The New York Times, a repórter de tecnologia da publicação, J.D. Biersdorfer, disse que a cópia de dados telefônicos de uma pessoa sem seu consentimento —chamada de "juice-jaking"— "foi demonstrada em convenções de hackers". "É perfeitamente possível transferir programas maléficos para um telefone a partir da conexão USB de um computador ou dispositivo em ponto público de recarga, por exemplo, em aeroportos ou shopping centers", explicou Biersdorfer. "Em 2016, a Federal Trade Commission dos Estados Unidos (Comissão Federal de Comércio, FTC na sigla em inglês) recomendou a consumidores que não conectassem seus smartphones a sistemas de entretenimento por meio de um porto USB ou conexão Bluetooth em carros alugados", escreveu a especialista. A razão, segundo Biersdorfer, é que o sistema é capaz de importar e armazenar dados do seu telefone —como registros de chamadas, contatos e endereços que você solicitou ao GPS (Global Positioning System, instrumento de navegação embutido em computadores e smartphones que se baseia em sinais de rádio emitidos por satélites artificiais). Por isso, a FTC aconselha que, em vez de utilizar a conexão de saída do USB, o consumidor conecte seu aparelho na tomada elétrica do carro por meio de um cabo compatível. Detalhe: esse é apenas um exemplo de "juice-jaking". Recomendações - Utilize as funções de encriptação e autenticação do seu celular para proteger seus dados e arquivos. Elas podem ser encontradas entre os ajustes de segurança do aparelho. - Use um bom antivírus. - Não recarregue seu celular em computadores e pontos de recarga que não sejam de sua confiança. - Se você decidir correr o risco e recarregar em um local menos confiável, não desbloqueie o aparelho durante a recarga. - Use um cabo USB especial, que te permita recarregar o telefone, mas, ao mesmo tempo, evite a transferência de dados. - Faça a recarga com o aparelho desligado - Proteja seu telefone com uma boa senha. - Seja cauteloso com os aplicativos que você instala.
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Por que é perigoso recarregar o celular em lugares públicosÉ uma situação bastante comum. A bateria do seu celular acaba e você, no aeroporto, café ou transporte público, coloca o aparelho para recarregar. Especialistas em segurança alertam, no entanto, que isso pode levar apuros —logo, demanda precauções. "Quando você conecta seu telefone ou tablet (a pontos de recarga) em lugares públicos —um aeroporto, por exemplo—, se um hacker passou por ali antes, ele pode extrair informações do seu aparelho", explicou Samuel Burke, repórter de tecnologia da rede americana de TV CNN, em um programa especial sobre o assunto. Além disso, usar um cabo USB para recarregar o celular conectando-o a um computador ou tablet que você não conhece também está longe de ser a melhor opção. Segundo a empresa de segurança cibernética russa Kaspersky Lab, os celulares deixam expostos um grande número de dados quando estão conectados a computadores, um processo que, no jargão técnico, os especialistas chamam de "aperto de mão". Durante o "aperto de mão", o telefone passa, pelo cabo, informações para o computador. Ele "conta" à máquina, por exemplo, como se chama, qual é seu fabricante, número de série, sistema operacional e até sua lista de arquivos. A partir daí, seu celular pode ficar "infectado" e é possível que uma pessoa monitore as atividades do aparelho usando o ID (código de identificação) do dispositivo, explicam os especialistas da empresa. Entre as consequências mais comuns do "aperto de mão" está a possível invasão do dispositivo por um programa maléfico, malware em inglês, e que pode, por exemplo, bloquear seu acesso a arquivos. Para devolver esse acesso, muitos hackers tentam obrigar o usuário a pagar um "resgate". Outra possível consequência é que vírus podem infectar o aparelho e, disfarçados de páginas oficiais, obter informações pessoais do usuário, como dados bancários. JUICE-JACKING Em texto no jornal americano The New York Times, a repórter de tecnologia da publicação, J.D. Biersdorfer, disse que a cópia de dados telefônicos de uma pessoa sem seu consentimento —chamada de "juice-jaking"— "foi demonstrada em convenções de hackers". "É perfeitamente possível transferir programas maléficos para um telefone a partir da conexão USB de um computador ou dispositivo em ponto público de recarga, por exemplo, em aeroportos ou shopping centers", explicou Biersdorfer. "Em 2016, a Federal Trade Commission dos Estados Unidos (Comissão Federal de Comércio, FTC na sigla em inglês) recomendou a consumidores que não conectassem seus smartphones a sistemas de entretenimento por meio de um porto USB ou conexão Bluetooth em carros alugados", escreveu a especialista. A razão, segundo Biersdorfer, é que o sistema é capaz de importar e armazenar dados do seu telefone —como registros de chamadas, contatos e endereços que você solicitou ao GPS (Global Positioning System, instrumento de navegação embutido em computadores e smartphones que se baseia em sinais de rádio emitidos por satélites artificiais). Por isso, a FTC aconselha que, em vez de utilizar a conexão de saída do USB, o consumidor conecte seu aparelho na tomada elétrica do carro por meio de um cabo compatível. Detalhe: esse é apenas um exemplo de "juice-jaking". Recomendações - Utilize as funções de encriptação e autenticação do seu celular para proteger seus dados e arquivos. Elas podem ser encontradas entre os ajustes de segurança do aparelho. - Use um bom antivírus. - Não recarregue seu celular em computadores e pontos de recarga que não sejam de sua confiança. - Se você decidir correr o risco e recarregar em um local menos confiável, não desbloqueie o aparelho durante a recarga. - Use um cabo USB especial, que te permita recarregar o telefone, mas, ao mesmo tempo, evite a transferência de dados. - Faça a recarga com o aparelho desligado - Proteja seu telefone com uma boa senha. - Seja cauteloso com os aplicativos que você instala.
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Fotógrafo registra a felicidade na natureza no Norte do país
Trabalhando em São Paulo –para veículos como a Folha, inclusive–, o fotógrafo Henrique Manreza registrou muitos homens de negócios e pessoas bem-sucedidas. "Vi muita gente com muita grana e um sorriso meio oco", conta. Foi essa inquietude que o fez partir para um período sabático de cerca de quatro meses, em 2012, pelo Norte do Brasil, no projeto Rumos. A ideia era fotografar pessoas em busca do significado da felicidade. "Toda vez que eu ia para a região, via pessoas extremamente simples, mas com sorrisos enormes", conta. "E o mundo está precisando de assuntos mais alegres, coisas que façam a gente pensar no que eleva nosso potencial de felicidade". Além das pessoas, Manreza, viu felicidade nas paisagens: "A natureza está intrínseca, dentro da alegria e da sobrevivência dessas pessoas –ela oxigena, lembra algo divino". O projeto busca agora financiamento em um site de "crowdfunding" para virar exposição em São Paulo. * Confira outras edições do Álbum de Viagem: Água, por Valdemir Cunha Salvador, por Marco Sebás Ushuaia, por Maya Brasiliano América Central, por Vitor Schietti Patagônia chilena, por Tuca Reinés Arrufo em Fernando de Noronha, por Davi Ribeiro Praias do Ceará, por Marco Ankosqui Nova York, por Gabriel Cabral O Mundo em Minas, por Renato Weil e Glória Tupinambás Cuba e Miami, por Maritza Caneca Berlim, por Julia Chequer Lisboa, por Mariana Pinto
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Fotógrafo registra a felicidade na natureza no Norte do paísTrabalhando em São Paulo –para veículos como a Folha, inclusive–, o fotógrafo Henrique Manreza registrou muitos homens de negócios e pessoas bem-sucedidas. "Vi muita gente com muita grana e um sorriso meio oco", conta. Foi essa inquietude que o fez partir para um período sabático de cerca de quatro meses, em 2012, pelo Norte do Brasil, no projeto Rumos. A ideia era fotografar pessoas em busca do significado da felicidade. "Toda vez que eu ia para a região, via pessoas extremamente simples, mas com sorrisos enormes", conta. "E o mundo está precisando de assuntos mais alegres, coisas que façam a gente pensar no que eleva nosso potencial de felicidade". Além das pessoas, Manreza, viu felicidade nas paisagens: "A natureza está intrínseca, dentro da alegria e da sobrevivência dessas pessoas –ela oxigena, lembra algo divino". O projeto busca agora financiamento em um site de "crowdfunding" para virar exposição em São Paulo. * Confira outras edições do Álbum de Viagem: Água, por Valdemir Cunha Salvador, por Marco Sebás Ushuaia, por Maya Brasiliano América Central, por Vitor Schietti Patagônia chilena, por Tuca Reinés Arrufo em Fernando de Noronha, por Davi Ribeiro Praias do Ceará, por Marco Ankosqui Nova York, por Gabriel Cabral O Mundo em Minas, por Renato Weil e Glória Tupinambás Cuba e Miami, por Maritza Caneca Berlim, por Julia Chequer Lisboa, por Mariana Pinto
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Impeachment de Dilma acirra divisão dos governos do continente
O processo de impeachment que destituiu nesta quarta (31) Dilma Rousseff acirrou uma esperada divisão dos governos do continente. Enquanto os EUA afirmaram que o afastamento definitivo da agora ex-presidente seguiu o ordenamento constitucional, os chamados governos bolivarianos –Venezuela, Equador e Bolívia– reagiram convocando seus embaixadores no país. A resposta a Caracas veio em poucas horas. Em nota, o Itamaraty disse que a atitude venezuelana "nega os princípios e objetivos da integração latino-americana" e convocou o embaixador do Brasil em Caracas, Ruy Pereira, para consultas. Sem alarde, os representantes em Quito e La Paz também foram chamados, apurou a Folha. CASA BRANCA A aguardada posição de Washington foi divulgada pelo Departamento de Estado pouco após a votação no Senado. Em comunicado, o governo dos EUA chama de "essencial" a relação bilateral com o Brasil, que diz esperar manter "forte" e avançar em temas de interesse mútuo. "O Senado brasileiro, de acordo com o ordenamento constitucional do Brasil, votou para remover a presidente Dilma Rousseff do cargo. Estamos confiantes que continuaremos a forte relação bilateral", disse John Kirby, porta-voz do departamento. Washington elogiou a solidez das instituições brasileiras e reiterou o respeito às regras democráticas. "Como as duas maiores democracias do hemisfério, Brasil e EUA são parceiros comprometidos. Os EUA cooperam com o Brasil para enfrentar temas de interesse mútuo e os desafios urgentes do século." Em tom similar, o governo da Argentina afirmou em nota que respeita o processo de impeachment e continuará trabalhando pela integração com o "país irmão", respeitando direitos humanos, instituições democráticas e o direito internacional, além de buscar fortalecer o Mercosul. Desde o início do processo, o presidente Mauricio Macri se mostrou simpático ao governo Temer. Em maio, a Argentina foi o primeiro país a receber José Serra como ministro de Relações Exteriores. Temer deverá visitar Buenos Aires no início de outubro. A Argentina se tornou aliado crucial na reconfiguração regional que inclui o afastamento dos antigos aliados dos governos Lula e Dilma. O governo do Chile, por sua vez, se declarou "respeitoso" em relação à decisão do Senado brasileiro. O presidente do Equador, Rafael Correa, afirmou após a aprovação do impeachment que convocaria seu embaixador no Brasil e chamou o processo de "apologia à traição". Mais tarde, o governo de Nicolás Maduro repetiu o movimento e foi além, congelando as relações entre Caracas e Brasília e evocando o que chamou de "golpe parlamentar". Maduro expressou "toda a solidariedade" a Dilma. Pela manhã, o boliviano Evo Morales anunciara que convocaria seu embaixador em Brasília se a petista fosse destituída –promessa cumprida à tarde, após a votação. As posições são delicadas, pois o Brasil é parceiro-chave dos países bolivarianos, com investimentos nas áreas de construção civil e energia. Do outro lado do Atlântico, os governos europeus não haviam se manifestado até a publicação desta reportagem. O embaixador britânico no Brasil, Alex Ellis, apelava a seguidores on-line: "Socorro. Alguém pode me ajudar a explicar a Londres as decisões do Senado sobre não cassação e as consequências?" Colaboraram MARCELO NINIO, em Washington, e CLÓVIS ROSSI, em São Paulo
mundo
Impeachment de Dilma acirra divisão dos governos do continenteO processo de impeachment que destituiu nesta quarta (31) Dilma Rousseff acirrou uma esperada divisão dos governos do continente. Enquanto os EUA afirmaram que o afastamento definitivo da agora ex-presidente seguiu o ordenamento constitucional, os chamados governos bolivarianos –Venezuela, Equador e Bolívia– reagiram convocando seus embaixadores no país. A resposta a Caracas veio em poucas horas. Em nota, o Itamaraty disse que a atitude venezuelana "nega os princípios e objetivos da integração latino-americana" e convocou o embaixador do Brasil em Caracas, Ruy Pereira, para consultas. Sem alarde, os representantes em Quito e La Paz também foram chamados, apurou a Folha. CASA BRANCA A aguardada posição de Washington foi divulgada pelo Departamento de Estado pouco após a votação no Senado. Em comunicado, o governo dos EUA chama de "essencial" a relação bilateral com o Brasil, que diz esperar manter "forte" e avançar em temas de interesse mútuo. "O Senado brasileiro, de acordo com o ordenamento constitucional do Brasil, votou para remover a presidente Dilma Rousseff do cargo. Estamos confiantes que continuaremos a forte relação bilateral", disse John Kirby, porta-voz do departamento. Washington elogiou a solidez das instituições brasileiras e reiterou o respeito às regras democráticas. "Como as duas maiores democracias do hemisfério, Brasil e EUA são parceiros comprometidos. Os EUA cooperam com o Brasil para enfrentar temas de interesse mútuo e os desafios urgentes do século." Em tom similar, o governo da Argentina afirmou em nota que respeita o processo de impeachment e continuará trabalhando pela integração com o "país irmão", respeitando direitos humanos, instituições democráticas e o direito internacional, além de buscar fortalecer o Mercosul. Desde o início do processo, o presidente Mauricio Macri se mostrou simpático ao governo Temer. Em maio, a Argentina foi o primeiro país a receber José Serra como ministro de Relações Exteriores. Temer deverá visitar Buenos Aires no início de outubro. A Argentina se tornou aliado crucial na reconfiguração regional que inclui o afastamento dos antigos aliados dos governos Lula e Dilma. O governo do Chile, por sua vez, se declarou "respeitoso" em relação à decisão do Senado brasileiro. O presidente do Equador, Rafael Correa, afirmou após a aprovação do impeachment que convocaria seu embaixador no Brasil e chamou o processo de "apologia à traição". Mais tarde, o governo de Nicolás Maduro repetiu o movimento e foi além, congelando as relações entre Caracas e Brasília e evocando o que chamou de "golpe parlamentar". Maduro expressou "toda a solidariedade" a Dilma. Pela manhã, o boliviano Evo Morales anunciara que convocaria seu embaixador em Brasília se a petista fosse destituída –promessa cumprida à tarde, após a votação. As posições são delicadas, pois o Brasil é parceiro-chave dos países bolivarianos, com investimentos nas áreas de construção civil e energia. Do outro lado do Atlântico, os governos europeus não haviam se manifestado até a publicação desta reportagem. O embaixador britânico no Brasil, Alex Ellis, apelava a seguidores on-line: "Socorro. Alguém pode me ajudar a explicar a Londres as decisões do Senado sobre não cassação e as consequências?" Colaboraram MARCELO NINIO, em Washington, e CLÓVIS ROSSI, em São Paulo
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Brasil não redistribuiu renda do topo para a base da pirâmide
Muitos analistas entenderam que o estudo de Marc Morgan, publicado na semana passada pelo World Wealth Income Database, instituto dirigido por Thomas Piketty, refuta a tese de que houve queda na desigualdade de renda no Brasil nas últimas décadas. O estudo mostra, por exemplo, que, nos cinco anos que antecederam a crise financeira internacional de 2007-08, o 0,1% mais rico da população se apropriou de 68% do crescimento da renda nacional. A pesquisa reforça estudos anteriores dos pesquisadores Marcelo Medeiros, Fabio Castro e Pedro Souza, da Universidade de Brasília, os primeiros a complementar os dados da Pnad/IBGE com informações de declarações de Imposto de Renda obtidas na Receita Federal. Ao combinar dados tributários, que tendem a subestimar menos a renda dos mais ricos do que as pesquisas amostrais, com os dados da Pnad, que capta melhor a renda dos mais pobres, os pesquisadores brasileiros já haviam concluído que não houve queda na parcela da renda apropriada pelo 1% mais rico no Brasil ao longo dos anos 2000. Embora o foco do trabalho de Marc Morgan seja a distribuição da renda pré-tributação, sabemos que o nosso sistema tributário altamente regressivo não corrige o problema: ao contrário, a alta parcela da renda dos mais ricos que é isenta de Imposto de Renda nos deixa ainda mais distantes de países com uma distribuição mais igualitária. Mas, embora nada tenha sido feito ao longo dos últimos governos para redistribuir renda do topo para a base da pirâmide, o que exigiria, por exemplo, o aumento da tributação sobre a renda e o patrimônio dos mais ricos e a redução de impostos sobre o consumo, certamente houve melhora na distribuição de renda na base da pirâmide. Além do efeito das transferências de renda, tanto os dados da Receita quanto os da Pnad/IBGE mostram que houve forte redução da desigualdade salarial naquele período. Em outras palavras, ainda que os salários tenham ficado menos concentrados nos anos 2000 graças ao crescimento acelerado dos rendimentos de trabalhadores da base da pirâmide —fruto da valorização do salário mínimo e do crescimento de setores muito intensivos em mão de obra menos qualificada—, a renda do capital cresceu ainda mais e se manteve altamente concentrada na mão dos mais ricos. Um trabalho de Marcelo Medeiros e Fabio Castro realizado para os anos 2006-2012 sugere que o crescimento da renda do capital foi o grande responsável pela resiliência da desigualdade no período, não por causa do aumento dos lucros das empresas, e sim pelos altos ganhos de capital obtidos sobre a riqueza acumulada. Essa medida capta, por exemplo, a forte alta nos preços dos imóveis e de ativos financeiros que marcou aqueles anos. Mas, se a queda da desigualdade de renda na base não foi suficiente para compensar os ganhos derivados da alta concentração da riqueza na mão dos mais ricos na última década, as características da crise atual e da política econômica implementada, por sua vez, apontam para um aumento da desigualdade também na base da pirâmide nos próximos anos. Um estudo recente da Tendências Consultoria com base em dados da Pnad sugere que, no que tange à massa de salários, as famílias da chamada classe A —com renda superior a R$ 17.286 mensais— obtiveram um crescimento da renda seis vez superior à média no primeiro semestre deste ano.
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Brasil não redistribuiu renda do topo para a base da pirâmideMuitos analistas entenderam que o estudo de Marc Morgan, publicado na semana passada pelo World Wealth Income Database, instituto dirigido por Thomas Piketty, refuta a tese de que houve queda na desigualdade de renda no Brasil nas últimas décadas. O estudo mostra, por exemplo, que, nos cinco anos que antecederam a crise financeira internacional de 2007-08, o 0,1% mais rico da população se apropriou de 68% do crescimento da renda nacional. A pesquisa reforça estudos anteriores dos pesquisadores Marcelo Medeiros, Fabio Castro e Pedro Souza, da Universidade de Brasília, os primeiros a complementar os dados da Pnad/IBGE com informações de declarações de Imposto de Renda obtidas na Receita Federal. Ao combinar dados tributários, que tendem a subestimar menos a renda dos mais ricos do que as pesquisas amostrais, com os dados da Pnad, que capta melhor a renda dos mais pobres, os pesquisadores brasileiros já haviam concluído que não houve queda na parcela da renda apropriada pelo 1% mais rico no Brasil ao longo dos anos 2000. Embora o foco do trabalho de Marc Morgan seja a distribuição da renda pré-tributação, sabemos que o nosso sistema tributário altamente regressivo não corrige o problema: ao contrário, a alta parcela da renda dos mais ricos que é isenta de Imposto de Renda nos deixa ainda mais distantes de países com uma distribuição mais igualitária. Mas, embora nada tenha sido feito ao longo dos últimos governos para redistribuir renda do topo para a base da pirâmide, o que exigiria, por exemplo, o aumento da tributação sobre a renda e o patrimônio dos mais ricos e a redução de impostos sobre o consumo, certamente houve melhora na distribuição de renda na base da pirâmide. Além do efeito das transferências de renda, tanto os dados da Receita quanto os da Pnad/IBGE mostram que houve forte redução da desigualdade salarial naquele período. Em outras palavras, ainda que os salários tenham ficado menos concentrados nos anos 2000 graças ao crescimento acelerado dos rendimentos de trabalhadores da base da pirâmide —fruto da valorização do salário mínimo e do crescimento de setores muito intensivos em mão de obra menos qualificada—, a renda do capital cresceu ainda mais e se manteve altamente concentrada na mão dos mais ricos. Um trabalho de Marcelo Medeiros e Fabio Castro realizado para os anos 2006-2012 sugere que o crescimento da renda do capital foi o grande responsável pela resiliência da desigualdade no período, não por causa do aumento dos lucros das empresas, e sim pelos altos ganhos de capital obtidos sobre a riqueza acumulada. Essa medida capta, por exemplo, a forte alta nos preços dos imóveis e de ativos financeiros que marcou aqueles anos. Mas, se a queda da desigualdade de renda na base não foi suficiente para compensar os ganhos derivados da alta concentração da riqueza na mão dos mais ricos na última década, as características da crise atual e da política econômica implementada, por sua vez, apontam para um aumento da desigualdade também na base da pirâmide nos próximos anos. Um estudo recente da Tendências Consultoria com base em dados da Pnad sugere que, no que tange à massa de salários, as famílias da chamada classe A —com renda superior a R$ 17.286 mensais— obtiveram um crescimento da renda seis vez superior à média no primeiro semestre deste ano.
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Teremos que esperar uma epidemia de H1N1 no país?, pergunta leitor
As filas de horas não são causadas só pela vacina contra o vírus da gripe H1N1. Todas as outras doenças e a falta de médicos contribuem para isso. É um absurdo que, na rede pública, a vacina só comece a ser aplicada no dia 30 de abril. Teremos que esperar mais pessoas morrerem e uma epidemia se instalar no país? * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Teremos que esperar uma epidemia de H1N1 no país?, pergunta leitorAs filas de horas não são causadas só pela vacina contra o vírus da gripe H1N1. Todas as outras doenças e a falta de médicos contribuem para isso. É um absurdo que, na rede pública, a vacina só comece a ser aplicada no dia 30 de abril. Teremos que esperar mais pessoas morrerem e uma epidemia se instalar no país? * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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'La La Land' foge de clichês e promove o velho junto do novo
Se a primeira imagem de "La La Land" remete a Godard, logo em seguida é dos movimentos de câmera magistrais de Busby Berkeley que lembramos. Boa maneira de dizer, para começo de conversa, que aqui teremos um encontro do velho com o novo. Que os mestres do musical (de que Berkeley é uma espécie de pai de todos), mas não só eles, serão evocados. Com efeito, a trama de "La La Land" remete aos anos 1930/40. Estamos em Los Angeles, claro, e Mia (Emma Stone) é a garçonete que sonha em ser atriz. Já o pianista Sebastian (Ryan Gosling) sonha em ter um clube de jazz e em reerguer o gênero (aparentemente bem em baixa por lá). Mia vai dando murro em ponta de faca, teste após teste. Sebastian perde empregos por tocar as músicas de que gosta. O encontro é inevitável e acontece como tem de acontecer num musical: por música. A tradição, já se vê, não é apenas uma escora para o filme: a coreografia é forte, assim como a direção de arte. Se Ryan Gosling não é um Fred Astaire, defende-se bem. Lembremos que o musical romântico é um gênero em que o clichê está sempre à espreita. Eis uma virtude a mais da direção (e da escrita) de Damien Chazelle: ele sabe provocar o clichê, o "déjà vu", para depois melhor despistá-lo e, ao mesmo tempo, enganar-nos. O espectador é alguém que gosta de ser enganado. Em resumidas contas, existe quase um abismo a separar "La La Land" dos musicais mais ou menos recentes, de "Mamma Mia" a "Chicago" (Oscar de melhor filme em 2003). Ou, por que não lembrar, "Whiplash", que o próprio Chazelle dirigiu (e escreveu em 2013), que padecia de uma mise-en-scène tão dura quanto sua temática: a busca da perfeição por um jovem músico, aluno de um sádico. Chazelle tirou boas lições daquele filme. Entre outras, a de que a perfeição é um item tremendamente sobrevalorizado (o que foi, aliás, reafirmado há dias por Nelson Freire). Deixou escapar algumas lições dos musicais clássicos, a mais importante das quais é de que é necessário um subplot, de preferência cômico, para aliviar a história principal. Por não fazê-lo, "La La Land" termina incorporando momentos de forte perda de interesse (no miolo da trama, em particular), ao mesmo tempo em que a insistência no tema central (temos de levar adiante nossos sonhos blá-blá-blá) acaba por expor sua precariedade (ou velhice, no caso dá no mesmo). Apesar desses pesares, os momentos de interesse, as invenções, os cortes bem achados de "La La Land" compensam amplamente seus problemas: Chazelle continua a ter o sucesso no centro de seus pensamentos. Agora, com mais largueza de vista, pensa no que se ganha e no que se perde quando realizamos nossos sonhos de sucesso. * LA LA LAND: CANTANDO ESTAÇÕES DIREÇÃO Damien Chazelle ELENCO Ryan Gosling, Emma Stone PRODUÇÃO EUA, 2016, livre QUANDO estreia nesta quinta (19); hoje em pré-estreia em diversas salas
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'La La Land' foge de clichês e promove o velho junto do novoSe a primeira imagem de "La La Land" remete a Godard, logo em seguida é dos movimentos de câmera magistrais de Busby Berkeley que lembramos. Boa maneira de dizer, para começo de conversa, que aqui teremos um encontro do velho com o novo. Que os mestres do musical (de que Berkeley é uma espécie de pai de todos), mas não só eles, serão evocados. Com efeito, a trama de "La La Land" remete aos anos 1930/40. Estamos em Los Angeles, claro, e Mia (Emma Stone) é a garçonete que sonha em ser atriz. Já o pianista Sebastian (Ryan Gosling) sonha em ter um clube de jazz e em reerguer o gênero (aparentemente bem em baixa por lá). Mia vai dando murro em ponta de faca, teste após teste. Sebastian perde empregos por tocar as músicas de que gosta. O encontro é inevitável e acontece como tem de acontecer num musical: por música. A tradição, já se vê, não é apenas uma escora para o filme: a coreografia é forte, assim como a direção de arte. Se Ryan Gosling não é um Fred Astaire, defende-se bem. Lembremos que o musical romântico é um gênero em que o clichê está sempre à espreita. Eis uma virtude a mais da direção (e da escrita) de Damien Chazelle: ele sabe provocar o clichê, o "déjà vu", para depois melhor despistá-lo e, ao mesmo tempo, enganar-nos. O espectador é alguém que gosta de ser enganado. Em resumidas contas, existe quase um abismo a separar "La La Land" dos musicais mais ou menos recentes, de "Mamma Mia" a "Chicago" (Oscar de melhor filme em 2003). Ou, por que não lembrar, "Whiplash", que o próprio Chazelle dirigiu (e escreveu em 2013), que padecia de uma mise-en-scène tão dura quanto sua temática: a busca da perfeição por um jovem músico, aluno de um sádico. Chazelle tirou boas lições daquele filme. Entre outras, a de que a perfeição é um item tremendamente sobrevalorizado (o que foi, aliás, reafirmado há dias por Nelson Freire). Deixou escapar algumas lições dos musicais clássicos, a mais importante das quais é de que é necessário um subplot, de preferência cômico, para aliviar a história principal. Por não fazê-lo, "La La Land" termina incorporando momentos de forte perda de interesse (no miolo da trama, em particular), ao mesmo tempo em que a insistência no tema central (temos de levar adiante nossos sonhos blá-blá-blá) acaba por expor sua precariedade (ou velhice, no caso dá no mesmo). Apesar desses pesares, os momentos de interesse, as invenções, os cortes bem achados de "La La Land" compensam amplamente seus problemas: Chazelle continua a ter o sucesso no centro de seus pensamentos. Agora, com mais largueza de vista, pensa no que se ganha e no que se perde quando realizamos nossos sonhos de sucesso. * LA LA LAND: CANTANDO ESTAÇÕES DIREÇÃO Damien Chazelle ELENCO Ryan Gosling, Emma Stone PRODUÇÃO EUA, 2016, livre QUANDO estreia nesta quinta (19); hoje em pré-estreia em diversas salas
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Parque do Harry Potter em Orlando terá festa de Natal inspirada no bruxo
A Universal divulgou divulgou nesta quinta (13) uma celebração de Natal dedicada às histórias de Harry Potter em seus parques em Orlando (EUA). As comemorações temáticas acontecerão no Wizarding World of Harry Potter, área inspirada nos livros da autora inglesa J. K. Rowling, . A partir de novembro, o castelo de Hogwarts receberá projeções e efeitos especiais que remetem ao Natal.   Além disso, decorações com guirlandas estarão nas ruas de Hogsmeade e do Beco Diagonal –locais icônicos nos livros e temas dos ambientes. Os visitantes poderão provar também comidas e bebidas temáticas. Mais informações sobre as projeções e quais comidas farão parte do cardápio serão divulgadas em breve pela empresa. A programação acontecerá de 18 de novembro a 6 de janeiro de 2018 e está inclusa no valor do ingresso. Pacotes de quatro dias para os três parques da Universal custam a partir de US$ 165 (cerca de R$ 515). A Universal divulgou também que um desfile será feito na mesma época. A parada será no mesmo modelo que as que costumam acontecer nos Estados Unidos, com personagens gigantes. Minions, Shrek e personagens do filme "Meu Malvado Favorito" estão confirmados. O PARQUE A atração inspirada em "Harry Potter" foi inaugurada em 2010 e originalmente concebida nos moldes do vilarejo de Hogsmeade. Em 2014, o local foi ampliado com a inauguração do Beco Diagonal. Os locais recriam o espaços mágicos descritos nos romances da escritora J. K. Rowling, mas principalmente nos filmes baseados na série. As atrações, incluindo o castelo, são ligadas por um trem chamado Expresso Hogwarts.
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Parque do Harry Potter em Orlando terá festa de Natal inspirada no bruxoA Universal divulgou divulgou nesta quinta (13) uma celebração de Natal dedicada às histórias de Harry Potter em seus parques em Orlando (EUA). As comemorações temáticas acontecerão no Wizarding World of Harry Potter, área inspirada nos livros da autora inglesa J. K. Rowling, . A partir de novembro, o castelo de Hogwarts receberá projeções e efeitos especiais que remetem ao Natal.   Além disso, decorações com guirlandas estarão nas ruas de Hogsmeade e do Beco Diagonal –locais icônicos nos livros e temas dos ambientes. Os visitantes poderão provar também comidas e bebidas temáticas. Mais informações sobre as projeções e quais comidas farão parte do cardápio serão divulgadas em breve pela empresa. A programação acontecerá de 18 de novembro a 6 de janeiro de 2018 e está inclusa no valor do ingresso. Pacotes de quatro dias para os três parques da Universal custam a partir de US$ 165 (cerca de R$ 515). A Universal divulgou também que um desfile será feito na mesma época. A parada será no mesmo modelo que as que costumam acontecer nos Estados Unidos, com personagens gigantes. Minions, Shrek e personagens do filme "Meu Malvado Favorito" estão confirmados. O PARQUE A atração inspirada em "Harry Potter" foi inaugurada em 2010 e originalmente concebida nos moldes do vilarejo de Hogsmeade. Em 2014, o local foi ampliado com a inauguração do Beco Diagonal. Os locais recriam o espaços mágicos descritos nos romances da escritora J. K. Rowling, mas principalmente nos filmes baseados na série. As atrações, incluindo o castelo, são ligadas por um trem chamado Expresso Hogwarts.
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Leitores demonstram pouca fé em acordos econômicos com China
O maciço investimento que os chineses se propuseram a fazer no Brasil, e que chega num momento em que a economia brasileira está com a corda no pescoço, abrange vários segmentos de nossa economia e inclui até mesmo a construção de uma ferrovia ligando o Brasil ao Peru (China compra avião e banco e abre mercado para carne). Vamos torcer para que o governo da China não venha a ser um novo Percival Farquhar. JOÃO MANUEL CARVALHO MAIO (São José dos Campos, SP) * Alguém poderia pegar uma caderneta, anotar os 35 acordos bilaterais que o Brasil assinou com a China e, ao longo do tempo, ir marcando quais foram executados. Os chineses, com certeza, têm interesse nas nossas riquezas, mas investir aqui bilhões de dólares é uma outra história. Difícil mesmo de acreditar é na construção de uma ferrovia Transoceânica, já que a construção da ferrovia Norte-Sul se arrasta há décadas e nem mesmo as já existentes são cuidadas. Mais uma mentira para iludir o povo? CLAUDIR JOSÉ MANDELLI (Tupã, SP) * Não há como ter expectativa do governo e Itamaraty fazerem bons acordos bilaterais com outros países (Mais Mercosul, mais Brasil no mundo), se na vitrine que era para ser o Mercosul o Brasil não apresenta a mínima capacidade de liderança. Faz anos que não há iniciativa pró-ativa para o comércio entre os países do bloco; e a iniciativa deveria ser justo do Brasil. Dias atrás foi noticiado que China não cumpriu o acordo do ano passado de comprar os aviões prometidos da Embraer; agora noticia-se que que acordo que Dilma está firmando este ano promete novamente compra de aeronaves. Resumindo, no comércio internacional somos atualmente apenas "fregueses" dos interesses de outros países. RODRIGO ENS (Curitiba, PR) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Leitores demonstram pouca fé em acordos econômicos com ChinaO maciço investimento que os chineses se propuseram a fazer no Brasil, e que chega num momento em que a economia brasileira está com a corda no pescoço, abrange vários segmentos de nossa economia e inclui até mesmo a construção de uma ferrovia ligando o Brasil ao Peru (China compra avião e banco e abre mercado para carne). Vamos torcer para que o governo da China não venha a ser um novo Percival Farquhar. JOÃO MANUEL CARVALHO MAIO (São José dos Campos, SP) * Alguém poderia pegar uma caderneta, anotar os 35 acordos bilaterais que o Brasil assinou com a China e, ao longo do tempo, ir marcando quais foram executados. Os chineses, com certeza, têm interesse nas nossas riquezas, mas investir aqui bilhões de dólares é uma outra história. Difícil mesmo de acreditar é na construção de uma ferrovia Transoceânica, já que a construção da ferrovia Norte-Sul se arrasta há décadas e nem mesmo as já existentes são cuidadas. Mais uma mentira para iludir o povo? CLAUDIR JOSÉ MANDELLI (Tupã, SP) * Não há como ter expectativa do governo e Itamaraty fazerem bons acordos bilaterais com outros países (Mais Mercosul, mais Brasil no mundo), se na vitrine que era para ser o Mercosul o Brasil não apresenta a mínima capacidade de liderança. Faz anos que não há iniciativa pró-ativa para o comércio entre os países do bloco; e a iniciativa deveria ser justo do Brasil. Dias atrás foi noticiado que China não cumpriu o acordo do ano passado de comprar os aviões prometidos da Embraer; agora noticia-se que que acordo que Dilma está firmando este ano promete novamente compra de aeronaves. Resumindo, no comércio internacional somos atualmente apenas "fregueses" dos interesses de outros países. RODRIGO ENS (Curitiba, PR) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Fotógrafos registram movimento de educação ambiental na periferia de SP
Nesta terça-feira (22), a galeria Olido, no centro de São Paulo, recebe a mostra "Se Essa Vila Fosse Minha". Em cartaz até 22 de maio, ela retrata a imersão de fotógrafos em comunidades da zona leste paulistana. O trabalho é um projeto do documentarista italiano Daniele Ottobre, também curador da exposição, que tem como objetivo retratar os protagonistas do Varre Vila, movimento de engajamento comunitário e educação ambiental. Também está registrado em um livro homônimo, a ser lançado nesta segunda (21) em evento para convidados. Comandado pelo morador Ionilton Aragão, o movimento ajuda na limpeza das ruas de comunidades como Nossa Senhora Aparecida e Vila Santa Inês. O lixo serviu como ponto de partida para os fotógrafos Marlene Bergamo (da Folha), Paulo Vitale (ex-editor de fotografia da revista "Veja") e da italiana Anna La Stella. As lentes dos três registraram as paisagens da periferia, o cotidiano dos moradores e os muros grafitados da região. Para Ottobre, o resultado ao mesmo tempo autoral e complementar dá foco à consciência ambiental, ao engajamento popular e à arte. Ao todo, 50 obras estarão em exposição e à venda, com renda revertida para a praça símbolo do projeto, uma rotatória que antes funcionava como lixão e agora exibe mosaicos de cerâmica assinados por artistas locais. SE ESSA VILA FOSSE MINHA QUANDO ter. a dom., das 13h às 20h; de 22 de março a 22 de maio ONDE Galeria Olido - 1.º pavimento, av. São João, 473, tel. (11) 3331-8399 QUANTO grátis
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Fotógrafos registram movimento de educação ambiental na periferia de SPNesta terça-feira (22), a galeria Olido, no centro de São Paulo, recebe a mostra "Se Essa Vila Fosse Minha". Em cartaz até 22 de maio, ela retrata a imersão de fotógrafos em comunidades da zona leste paulistana. O trabalho é um projeto do documentarista italiano Daniele Ottobre, também curador da exposição, que tem como objetivo retratar os protagonistas do Varre Vila, movimento de engajamento comunitário e educação ambiental. Também está registrado em um livro homônimo, a ser lançado nesta segunda (21) em evento para convidados. Comandado pelo morador Ionilton Aragão, o movimento ajuda na limpeza das ruas de comunidades como Nossa Senhora Aparecida e Vila Santa Inês. O lixo serviu como ponto de partida para os fotógrafos Marlene Bergamo (da Folha), Paulo Vitale (ex-editor de fotografia da revista "Veja") e da italiana Anna La Stella. As lentes dos três registraram as paisagens da periferia, o cotidiano dos moradores e os muros grafitados da região. Para Ottobre, o resultado ao mesmo tempo autoral e complementar dá foco à consciência ambiental, ao engajamento popular e à arte. Ao todo, 50 obras estarão em exposição e à venda, com renda revertida para a praça símbolo do projeto, uma rotatória que antes funcionava como lixão e agora exibe mosaicos de cerâmica assinados por artistas locais. SE ESSA VILA FOSSE MINHA QUANDO ter. a dom., das 13h às 20h; de 22 de março a 22 de maio ONDE Galeria Olido - 1.º pavimento, av. São João, 473, tel. (11) 3331-8399 QUANTO grátis
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Dentista de famosos e de quem não pode pagar lança livro sobre sorrisos
Os 30 anos de atuação do dentista paulistano Fábio Bibancos estarão no livro "O Pequeno Palácio do Sorriso", lançado nesta quinta-feira (17), no restaurante Rodeio, em São Paulo. Vencedor do Prêmio Empreendedor Social em 2006 e conhecido por tratar famosos como Gal Costa, Lázaro Ramos, Cláudia Raia, Rodrigo Lombardi, Maria Gadú e Vladimir Brichta, o dentista também é fundador da Turma do Bem. A organização conta com 17 mil profissionais voluntários para realizar atendimento gratuito a milhares de crianças e jovens, no Brasil, na América Latina e em Portugal, sendo uma das cinco organizações com maior impacto social no mundo. Outro projeto de Fábio Bibancos, criado em 2012, foi o Apolônias do Bem, que garante tratamento odontológico gratuito a cerca de mil mulheres vítimas de violência. O Instituto Bibancos de Odontologia se tornou, assim, referência brasileira em atendimento e engajamento social na área de odontologia. "É preciso um olhar especial para a sustentabilidade, para o desenvolvimento humano, para a construção da confiança e qualidade de vida das pessoas", diz Bibancos. Lançamento do livro "O Pequeno Palácio do Sorriso - Restaurante Rodeiro - Rua Haddock Lobo, 1498, Cerqueira César, São Paulo, SP. Qui. (17): 18h às 22h. GRÁTIS
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Dentista de famosos e de quem não pode pagar lança livro sobre sorrisosOs 30 anos de atuação do dentista paulistano Fábio Bibancos estarão no livro "O Pequeno Palácio do Sorriso", lançado nesta quinta-feira (17), no restaurante Rodeio, em São Paulo. Vencedor do Prêmio Empreendedor Social em 2006 e conhecido por tratar famosos como Gal Costa, Lázaro Ramos, Cláudia Raia, Rodrigo Lombardi, Maria Gadú e Vladimir Brichta, o dentista também é fundador da Turma do Bem. A organização conta com 17 mil profissionais voluntários para realizar atendimento gratuito a milhares de crianças e jovens, no Brasil, na América Latina e em Portugal, sendo uma das cinco organizações com maior impacto social no mundo. Outro projeto de Fábio Bibancos, criado em 2012, foi o Apolônias do Bem, que garante tratamento odontológico gratuito a cerca de mil mulheres vítimas de violência. O Instituto Bibancos de Odontologia se tornou, assim, referência brasileira em atendimento e engajamento social na área de odontologia. "É preciso um olhar especial para a sustentabilidade, para o desenvolvimento humano, para a construção da confiança e qualidade de vida das pessoas", diz Bibancos. Lançamento do livro "O Pequeno Palácio do Sorriso - Restaurante Rodeiro - Rua Haddock Lobo, 1498, Cerqueira César, São Paulo, SP. Qui. (17): 18h às 22h. GRÁTIS
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Celular da Kodak não honra tradição da empresa; confira impressões
Depois de pedir falência e passar por um processo de reestruturação, a Kodak tenta ressurgir para o consumidor comum, tão acostumado com a tradição fotográfica da companhia. Na CES, uma das feiras de eletrônicos mais importantes do mundo, a empresa mostrou uma das maneiras de como tentará voltar aos dias de glória: um smartphone voltado para o vovô. Anunciado dias antes da feira, o IM5 não vai brigar com topos de linha, como os iPhones da Apple, ou com aparelhos que caíram no gosto popular, como o Moto G. O telefone foca em um público mais velho —e decepciona por ter pouca intimidade com o legado da Kodak. No rápido teste da reportagem, o IM5 mostrou que não deverá ser o salvador da lavoura. A interface retrabalhada do Android 4.4 (a atualização para o 5, versão mais recente do sistema operacional, é garantida) tem ícones enormes espalhados pela tela —"internet", "Gmail", e "câmera" são alguns deles. Ainda há "compartilhar" e "imprimir", únicos momentos em que o aparelho mostra sua suposta ligação com o mundo das fotos. Tudo é ajeitado de maneira bem básica, para evitar que o usuário caia em menus e se perca na interface. A tela de 5 polegadas é grande, mas a resolução de 720p deixa suas limitações aparentes. O corpo do aparelho é de plástico, com um design que lembra o do iPhone 5, e a maior qualidade do aparelho é sua leveza. Não deverá incomodar o usuário. No quesito câmeras, ele conta com uma frontal de 5 Mpixels e outra traseira, de 13 Mpixels. A qualidade das imagens pareceu satisfatória, mas nada que não possa ser obtido com um aparelho como o Moto G, de preço intermediário (R$ 749, na versão mais simples). Pouco para um aparelho que carrega o nome da Kodak. Sinal de que a companhia ainda tenta se levantar é que o aparelho não é produzido pela empresa, mas, sim, pelo Bullitt Group, fabricante que está longe de ter forte presença no mercado. O IM5 será lançado na Europa, no primeiro semestre, por US$ 250. Deve chegar aos Estados Unidos até o final do ano. Não há informações sobre lançamento no Brasil.
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Celular da Kodak não honra tradição da empresa; confira impressõesDepois de pedir falência e passar por um processo de reestruturação, a Kodak tenta ressurgir para o consumidor comum, tão acostumado com a tradição fotográfica da companhia. Na CES, uma das feiras de eletrônicos mais importantes do mundo, a empresa mostrou uma das maneiras de como tentará voltar aos dias de glória: um smartphone voltado para o vovô. Anunciado dias antes da feira, o IM5 não vai brigar com topos de linha, como os iPhones da Apple, ou com aparelhos que caíram no gosto popular, como o Moto G. O telefone foca em um público mais velho —e decepciona por ter pouca intimidade com o legado da Kodak. No rápido teste da reportagem, o IM5 mostrou que não deverá ser o salvador da lavoura. A interface retrabalhada do Android 4.4 (a atualização para o 5, versão mais recente do sistema operacional, é garantida) tem ícones enormes espalhados pela tela —"internet", "Gmail", e "câmera" são alguns deles. Ainda há "compartilhar" e "imprimir", únicos momentos em que o aparelho mostra sua suposta ligação com o mundo das fotos. Tudo é ajeitado de maneira bem básica, para evitar que o usuário caia em menus e se perca na interface. A tela de 5 polegadas é grande, mas a resolução de 720p deixa suas limitações aparentes. O corpo do aparelho é de plástico, com um design que lembra o do iPhone 5, e a maior qualidade do aparelho é sua leveza. Não deverá incomodar o usuário. No quesito câmeras, ele conta com uma frontal de 5 Mpixels e outra traseira, de 13 Mpixels. A qualidade das imagens pareceu satisfatória, mas nada que não possa ser obtido com um aparelho como o Moto G, de preço intermediário (R$ 749, na versão mais simples). Pouco para um aparelho que carrega o nome da Kodak. Sinal de que a companhia ainda tenta se levantar é que o aparelho não é produzido pela empresa, mas, sim, pelo Bullitt Group, fabricante que está longe de ter forte presença no mercado. O IM5 será lançado na Europa, no primeiro semestre, por US$ 250. Deve chegar aos Estados Unidos até o final do ano. Não há informações sobre lançamento no Brasil.
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Dólar cai com espera pela ata do Copom e volume menor após feriado
O dólar opera em queda nesta segunda-feira (8), com baixo volume de negócios após o feriado de Corpus Christi, na semana passada, e com os investidores à espera da ata da última reunião de política monetária do Banco Central, em busca de pistas sobre o rumo da taxa básica de juros do país. Às 12h45 (de Brasília), o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha desvalorização de 0,94% sobre o real, cotado em R$ 3,128 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, cedia 0,69%, para R$ 3,129. A moeda americana perdia força ante a maioria das divisas internacionais, após a agência Bloomberg ter citado uma autoridade francesa dizendo que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, teria dito aos países do G-7 que o dólar forte seria um problema. A Casa Branca mais tarde negou que o presidente teria feito essa declaração. O fortalecimento do dólar tende a encarecer produtos americanos para seus parceiros comerciais, atrapalhando a retomada da maior economia do mundo. Esse tema ganha ainda mais relevância em um momento em que o Federal Reserve (banco central dos EUA) avalia os indicadores econômicos para decidir quando elevar os juros naquele país, decisão que pode atrair para os EUA recursos atualmente aplicados em outros mercados. Internamente, os investidores esperam pela divulgação, na quinta-feira (11), da ata do Copom. O foco recai sobre o rumo da Selic (taxa básica de juros), que foi elevada a 13,75% ao ano na semana passada. Uma parcela dos analistas aposta que haverá novo aumento em julho, visto que a inflação no país segue acelerando. O Boletim Focus do Banco Central divulgado nesta segunda-feira mostrou que as instituições consultadas esperam uma alta de 8,46% para o IPCA (índice oficial da inflação no Brasil) ao fim deste ano, contra 8,39% na semana anterior, na oitava semana seguida de piora do cenário. Segundo operadores, também contribui para a queda do dólar a fala da presidente Dilma Rousseff publicada pelo jornal "O Estado de S.Paulo", em que ela defende o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. "Não se pode fazer isso, criar um Judas. [...] É bem típico e uma forma errada de resolver o problema", disse. "A responsabilidade não é exclusiva dele." Investidores também continuaram monitorando a postura do Banco Central brasileiro em relação às ofertas de swap cambial (operação que equivale à venda futura de dólares), após a autoridade monetária sinalizar que seguirá fazendo neste mês rolagem parcial do lote de contratos que vence em julho. O BC rolou nesta sexta-feira 7.000 contratos de swap, em uma operação que movimentou US$ 342,3 milhões. BOLSA No mercado de ações, o principal índice da Bolsa brasileira operava em leve alta, amparado no desempenho do setor financeiro –segmento com maior peso dentro do Ibovespa. Às 12h45, o avanço era de 0,41%, para 53.189 pontos. O volume financeiro girava em torno de R$ 1,4 bilhão, também afetado pelo menor número de negócios por causa do feriado de Corpus Christi, na semana passada. O Itaú Unibanco via suas ações subirem 0,42%, para R$ 33,29, enquanto o papel preferencial do Bradesco, sem direito a voto, avançava 1,27%, para R$ 27,89. Já o Banco do Brasil valorizava-se 1,07%, a R$ 22,57. O ganho do setor financeiro ofuscava a perda da mineradora Vale, cujas ações preferenciais tinham baixa de 1,76%, para R$ 17,30 cada uma. A empresa reflete negativamente dados que mostraram queda nas importações da China em maio acima das expectativas. O país asiático é o principal destino das exportações da companhia. Em sentido oposto, a Rumo Logística encabeçava a lista das maiores altas do Ibovespa, com avanço de 3,76%, para R$ 1,38, com o mercado na expectativa pelo anúncio do programa de concessões de infraestrutura, incluindo aditivos para a renovação dos contratos atuais de ferrovias. "Um dos planos que pode ser incluído no pacote é o da Rumo Logística", disse a Guide Investimentos em relatório. Também do setor de infraestrutura, CCR ganhava 2,06%, para R$ 15,88.
mercado
Dólar cai com espera pela ata do Copom e volume menor após feriadoO dólar opera em queda nesta segunda-feira (8), com baixo volume de negócios após o feriado de Corpus Christi, na semana passada, e com os investidores à espera da ata da última reunião de política monetária do Banco Central, em busca de pistas sobre o rumo da taxa básica de juros do país. Às 12h45 (de Brasília), o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha desvalorização de 0,94% sobre o real, cotado em R$ 3,128 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, cedia 0,69%, para R$ 3,129. A moeda americana perdia força ante a maioria das divisas internacionais, após a agência Bloomberg ter citado uma autoridade francesa dizendo que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, teria dito aos países do G-7 que o dólar forte seria um problema. A Casa Branca mais tarde negou que o presidente teria feito essa declaração. O fortalecimento do dólar tende a encarecer produtos americanos para seus parceiros comerciais, atrapalhando a retomada da maior economia do mundo. Esse tema ganha ainda mais relevância em um momento em que o Federal Reserve (banco central dos EUA) avalia os indicadores econômicos para decidir quando elevar os juros naquele país, decisão que pode atrair para os EUA recursos atualmente aplicados em outros mercados. Internamente, os investidores esperam pela divulgação, na quinta-feira (11), da ata do Copom. O foco recai sobre o rumo da Selic (taxa básica de juros), que foi elevada a 13,75% ao ano na semana passada. Uma parcela dos analistas aposta que haverá novo aumento em julho, visto que a inflação no país segue acelerando. O Boletim Focus do Banco Central divulgado nesta segunda-feira mostrou que as instituições consultadas esperam uma alta de 8,46% para o IPCA (índice oficial da inflação no Brasil) ao fim deste ano, contra 8,39% na semana anterior, na oitava semana seguida de piora do cenário. Segundo operadores, também contribui para a queda do dólar a fala da presidente Dilma Rousseff publicada pelo jornal "O Estado de S.Paulo", em que ela defende o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. "Não se pode fazer isso, criar um Judas. [...] É bem típico e uma forma errada de resolver o problema", disse. "A responsabilidade não é exclusiva dele." Investidores também continuaram monitorando a postura do Banco Central brasileiro em relação às ofertas de swap cambial (operação que equivale à venda futura de dólares), após a autoridade monetária sinalizar que seguirá fazendo neste mês rolagem parcial do lote de contratos que vence em julho. O BC rolou nesta sexta-feira 7.000 contratos de swap, em uma operação que movimentou US$ 342,3 milhões. BOLSA No mercado de ações, o principal índice da Bolsa brasileira operava em leve alta, amparado no desempenho do setor financeiro –segmento com maior peso dentro do Ibovespa. Às 12h45, o avanço era de 0,41%, para 53.189 pontos. O volume financeiro girava em torno de R$ 1,4 bilhão, também afetado pelo menor número de negócios por causa do feriado de Corpus Christi, na semana passada. O Itaú Unibanco via suas ações subirem 0,42%, para R$ 33,29, enquanto o papel preferencial do Bradesco, sem direito a voto, avançava 1,27%, para R$ 27,89. Já o Banco do Brasil valorizava-se 1,07%, a R$ 22,57. O ganho do setor financeiro ofuscava a perda da mineradora Vale, cujas ações preferenciais tinham baixa de 1,76%, para R$ 17,30 cada uma. A empresa reflete negativamente dados que mostraram queda nas importações da China em maio acima das expectativas. O país asiático é o principal destino das exportações da companhia. Em sentido oposto, a Rumo Logística encabeçava a lista das maiores altas do Ibovespa, com avanço de 3,76%, para R$ 1,38, com o mercado na expectativa pelo anúncio do programa de concessões de infraestrutura, incluindo aditivos para a renovação dos contratos atuais de ferrovias. "Um dos planos que pode ser incluído no pacote é o da Rumo Logística", disse a Guide Investimentos em relatório. Também do setor de infraestrutura, CCR ganhava 2,06%, para R$ 15,88.
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Queimadas ajudam a preservar diversidade de espécies no cerrado
O único jeito de preservar a diversidade de espécies do cerrado, um dos biomas mais ricos e ameaçados do Brasil, é queimá-lo de vez em quando. Sem a presença intermitente do fogo, as plantas típicas desse ambiente correm o risco de sumir, dando lugar a uma formação florestal relativamente empobrecida, revela um estudo feito no interior paulista. De modo geral, as áreas de cerrado do município de Águas de Santa Bárbara (SP) que passaram três décadas sem serem tocadas pelas chamas devem ter perdido 27% de suas espécies vegetais e 35% de suas espécies de formigas (grupo muito diversificado, que serve como indicador da biodiversidade animal da região como um todo). Se a conta incluir somente os "especialistas" em cerrado, que vivem apenas nesse bioma, o cenário fica ainda mais desanimador: perda de 67% das plantas e 86% das formigas. "A gente acabou de apresentar os resultados num congresso sobre restauração florestal, e todo mundo ficou espantado", contou à Folha a pesquisadora Giselda Durigan, do Instituto Florestal (órgão do governo do Estado). Giselda e seus colegas (de instituições como Unesp, Unicamp, Universidade Federal de Uberlândia e Universidade da Carolina do Norte) também estão publicando os dados na edição desta semana da revista especializada "Science Advances". Em alguma medida, o problema detectado pela equipe seria esperado, visto que os vários tipos de vegetação que perfazem o cerrado parecem ter evoluído para se adaptar à ação dos incêndios naturais, provocados pela longa estação seca que caracteriza o bioma. De fato, diversas plantas desse ambiente precisam até de uma mãozinha do fogo para que suas sementes germinem. Outras, como os arbustos e as gramíneas, não conseguem crescer em áreas de vegetação mais fechada, e a queima periódica ajuda a manter o terreno livre para que prosperem. NA PRÁTICA Nas circunstâncias atuais, no entanto, as áreas que são reservas naturais tendem a adotar uma política restritiva de controle de incêndios, ao passo que os trechos de cerrado nas mãos de proprietários rurais, além de já muito degradadas e fragmentadas, não queimam como antigamente. Giselda e seus colegas usaram dois métodos para medir o impacto dessa transformação. Primeiro, estudaram a diversidade de espécies de plantas e formigas em 30 trechos diferentes de cerrado da Estação Ecológica de Santa Bárbara. Incluíram na análise tanto áreas em que o cerrado é naturalmente mais fechado, com presença razoável de árvores, quanto as que têm predomínio de campos mais abertos –e, o que é crucial, os trechos onde formações florestais surgiram faz pouco tempo, nas últimas décadas. A medição da diversidade de espécies atual foi comparada com imagens de satélite que ajudam a contar como era a região há 30 anos e como ela está hoje. É isso o que ajuda os pesquisadores a saber qual seria a distribuição de espécies típica do cerrado "natural" e, portanto, o quanto se perdeu com o aparecimento das novas matas. "Em geral, essas áreas florestais novas são formadas por espécies muito generalistas. Em inglês, o pessoal usa até o termo 'tramp species' [espécies vagabundas]", conta a pesquisadora. Nas condições atuais, explica Giselda, deixar que os incêndios naturais façam a diversidade de espécies do cerrado voltar ao normal não seria uma boa ideia por causa da fragmentação do ambiente, que poderia perder suas poucas áreas remanescentes se não houver controle. O ideal seria o manejo ativo do fogo nessas áreas. "Temos um conhecimento tradicional que poderia ser empregado para ajudar nisso, como o do manejo de pastos, dos próprios canaviais, e o utilizado pelas populações indígenas há séculos." - Entenda a importância do fogo para o cerrado FOGO DO BEM O cerrado é um bioma que combina áreas com mais espécies de árvores e vastos trechos de vegetação aberta, com biodiversidade única que depende da forte presença da luz solar e de incêndios naturais periódicos para que suas sementes germinem VIROU FLORESTA O manejo das reservas naturais do cerrado hoje, bem como alterações trazidas pela expansão agropecuária, tem impedido esses incêndios naturais. Numa área de cerrado do interior de SP, essa mudança fez com que áreas naturalmente abertas virassem floresta nos últimos 30 anos MENOS ESPÉCIES O resultado foi uma diminuição de cerca de 30% na diversidade de espécies de plantas e de formigas dessas áreas -provavelmente porque espécies únicas do cerrado já não conseguiam se estabelecer COM CUIDADO Para reverter essa perda, o recomendável é fazer a queima controlada dessas áreas abertas do bioma
ambiente
Queimadas ajudam a preservar diversidade de espécies no cerradoO único jeito de preservar a diversidade de espécies do cerrado, um dos biomas mais ricos e ameaçados do Brasil, é queimá-lo de vez em quando. Sem a presença intermitente do fogo, as plantas típicas desse ambiente correm o risco de sumir, dando lugar a uma formação florestal relativamente empobrecida, revela um estudo feito no interior paulista. De modo geral, as áreas de cerrado do município de Águas de Santa Bárbara (SP) que passaram três décadas sem serem tocadas pelas chamas devem ter perdido 27% de suas espécies vegetais e 35% de suas espécies de formigas (grupo muito diversificado, que serve como indicador da biodiversidade animal da região como um todo). Se a conta incluir somente os "especialistas" em cerrado, que vivem apenas nesse bioma, o cenário fica ainda mais desanimador: perda de 67% das plantas e 86% das formigas. "A gente acabou de apresentar os resultados num congresso sobre restauração florestal, e todo mundo ficou espantado", contou à Folha a pesquisadora Giselda Durigan, do Instituto Florestal (órgão do governo do Estado). Giselda e seus colegas (de instituições como Unesp, Unicamp, Universidade Federal de Uberlândia e Universidade da Carolina do Norte) também estão publicando os dados na edição desta semana da revista especializada "Science Advances". Em alguma medida, o problema detectado pela equipe seria esperado, visto que os vários tipos de vegetação que perfazem o cerrado parecem ter evoluído para se adaptar à ação dos incêndios naturais, provocados pela longa estação seca que caracteriza o bioma. De fato, diversas plantas desse ambiente precisam até de uma mãozinha do fogo para que suas sementes germinem. Outras, como os arbustos e as gramíneas, não conseguem crescer em áreas de vegetação mais fechada, e a queima periódica ajuda a manter o terreno livre para que prosperem. NA PRÁTICA Nas circunstâncias atuais, no entanto, as áreas que são reservas naturais tendem a adotar uma política restritiva de controle de incêndios, ao passo que os trechos de cerrado nas mãos de proprietários rurais, além de já muito degradadas e fragmentadas, não queimam como antigamente. Giselda e seus colegas usaram dois métodos para medir o impacto dessa transformação. Primeiro, estudaram a diversidade de espécies de plantas e formigas em 30 trechos diferentes de cerrado da Estação Ecológica de Santa Bárbara. Incluíram na análise tanto áreas em que o cerrado é naturalmente mais fechado, com presença razoável de árvores, quanto as que têm predomínio de campos mais abertos –e, o que é crucial, os trechos onde formações florestais surgiram faz pouco tempo, nas últimas décadas. A medição da diversidade de espécies atual foi comparada com imagens de satélite que ajudam a contar como era a região há 30 anos e como ela está hoje. É isso o que ajuda os pesquisadores a saber qual seria a distribuição de espécies típica do cerrado "natural" e, portanto, o quanto se perdeu com o aparecimento das novas matas. "Em geral, essas áreas florestais novas são formadas por espécies muito generalistas. Em inglês, o pessoal usa até o termo 'tramp species' [espécies vagabundas]", conta a pesquisadora. Nas condições atuais, explica Giselda, deixar que os incêndios naturais façam a diversidade de espécies do cerrado voltar ao normal não seria uma boa ideia por causa da fragmentação do ambiente, que poderia perder suas poucas áreas remanescentes se não houver controle. O ideal seria o manejo ativo do fogo nessas áreas. "Temos um conhecimento tradicional que poderia ser empregado para ajudar nisso, como o do manejo de pastos, dos próprios canaviais, e o utilizado pelas populações indígenas há séculos." - Entenda a importância do fogo para o cerrado FOGO DO BEM O cerrado é um bioma que combina áreas com mais espécies de árvores e vastos trechos de vegetação aberta, com biodiversidade única que depende da forte presença da luz solar e de incêndios naturais periódicos para que suas sementes germinem VIROU FLORESTA O manejo das reservas naturais do cerrado hoje, bem como alterações trazidas pela expansão agropecuária, tem impedido esses incêndios naturais. Numa área de cerrado do interior de SP, essa mudança fez com que áreas naturalmente abertas virassem floresta nos últimos 30 anos MENOS ESPÉCIES O resultado foi uma diminuição de cerca de 30% na diversidade de espécies de plantas e de formigas dessas áreas -provavelmente porque espécies únicas do cerrado já não conseguiam se estabelecer COM CUIDADO Para reverter essa perda, o recomendável é fazer a queima controlada dessas áreas abertas do bioma
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Brad Pitt estrela filme de guerra e se vê envolvido em batalha cibernética
É preciso um bocado de autoestima para estar frente a frente com Brad Pitt. Você fica uns segundos procurando algo de errado na beleza do cara, para poder dizer por aí: "Ah, pessoalmente, nem é tudo isso..." Depois você desiste e, quando chega em casa, desabafa com a mulher, em tom de derrota: "O cara é bonitão mesmo, viu?" Aos 51 anos, Brad Pitt é um dos atores mais famosos do mundo. É milionário, está em forma e é casado com a atriz Angelina Jolie, com quem tem seis filhos -três adotivos e três biológicos. Ele é até simpático. No encontro com jornalistas para falar sobre seu novo filme, "Corações de Ferro", que estreia em 5 de fevereiro no Brasil, ele enfrenta o assédio dos repórteres. Alguns o chamam de "Mr. Brad", outros pedem para tirar "selfies". Com todos, ele é gentil. Como é de praxe nesse tipo de encontro, é proibido tirar fotos e o estúdio pede que as perguntas foquem o filme —e não a vida pessoal do ator. Mas era impossível deixar de perguntar a Brad sobre o tão falado casamento "secreto" com Angelina Jolie, no dia 23 de agosto do ano passado, numa propriedade do casal em Château Miraval, no sul da França. A cerimônia teve presença apenas dos seis filhos, de alguns familiares e poucos amigos. Mas as fotos foram vendidas por eles mesmos por US$ 5 milhões às revistas "People" e "Hello!". O dinheiro foi doado a uma fundação mantida pelo casal, sempre engajado em causas beneficentes. Conhecido por ser um tipo mais quietão, Brad se esquiva da pergunta com ironia: "Mas que casamento?" Insisto, sob o olhar atento de seus assessores, e ele responde, sorrindo: "Desculpe, não posso ajudar, não". O ator está com seu clássico visual estrategicamente despojado, com um chapéu laranja todo reluzente, jeans e uma camiseta em gola V debaixo de um blazer cinza amassado. A roupa destoa um tanto do ambiente, o Museu do Tanque, no condado de Dorset, na Inglaterra. No drama de guerra do diretor americano David Ayer (roteirista de "Dia de Treinamento"), ele é o sargento Don "Wardaddy" Collier, líder de um tanque de guerra aliado chamado "Fury", que combate a Alemanha nazista no fim da Segunda Guerra Mundial. A história se passa num intervalo de 24 horas, em que o personagem de Brad Pitt e quatro soldados americanos que vivem dentro do tanque percorrem o território alemão para selar de vez a derrota germânica. As cenas foram gravadas durante três meses no Reino Unido -a maioria delas dentro de um tanque Sherman, de 37 toneladas, usado no conflito e emprestado pelo museu. "Foi uma experiência de completa imersão. Estudamos táticas de guerra, visitamos bases, tivemos uma lista de leitura sem fim", diz Brad, com respostas diretas e decoradas. Para dar autenticidade ao filme, os cinco atores dormiram e comeram naquele espaço durante a preparação. O tanque, eles disseram, fedia, e o aperto gerou até atritos entre o elenco. Mas nada que atrapalhasse o resultado. "No momento em que começamos a filmar de fato, tínhamos vivido no tanque, ido ao banheiro nele, cozinhado nele. Era tão confortável como qualquer sala de estar em que eu já estive." Para ele, produzir um longa sobre a guerra não significa necessariamente exaltá-la. "Nós falamos sobre a questão humana do combate, sobre condições difíceis, e conversamos com parentes de soldados que nunca haviam dividido essa experiência antes." CONVERSAS PRIVADAS Pelo menos US$ 68 milhões foram gastos no filme, lançado em outubro passado no Reino Unido e nos Estados Unidos. A produção liderou as bilheterias americanas na sua primeira semana, arrecadando de cara US$ 23,5 milhões. Mas o longa acabou virando notícia por outros motivos: no fim de novembro, quando ainda era inédito em muitos países, entre eles o Brasil, foi um dos filmes vazados na internet por causa do ataque cibernético ao estúdio americano Sony Pictures. "Corações de Ferro" teria sido baixado pelo menos um milhão de vezes na web em menos de três dias. O lançamento da comédia "A Entrevista", em que dois repórteres são encarregados pela CIA de matar o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, foi apontado como possível causa do ataque. Os norte-coreanos, suspeitos de envolvimento com os hackers, negam ligação com o caso. Estima-se que os prejuízos à Sony alcancem US$ 100 milhões. Além dos filmes inéditos, os hackers também vazaram e-mails, como uma conversa entre executivos do estúdio criticando Angelina Jolie, mulher de Pitt, que é chamada de "fedelha mimada e minimamente talentosa". Brad Pitt conversou com Serafina antes do ataque à Sony. À mídia americana, ele se posicionou contra a divulgação do material hackeado. "Uma conversa entre duas pessoas, por e-mail ou pessoalmente, deve ser privada", disse o ator. "Os sites que disseminam essas informações deveriam parar. Mas não vão. E nós deveríamos parar de ler esse conteúdo. Mas não vamos."
serafina
Brad Pitt estrela filme de guerra e se vê envolvido em batalha cibernéticaÉ preciso um bocado de autoestima para estar frente a frente com Brad Pitt. Você fica uns segundos procurando algo de errado na beleza do cara, para poder dizer por aí: "Ah, pessoalmente, nem é tudo isso..." Depois você desiste e, quando chega em casa, desabafa com a mulher, em tom de derrota: "O cara é bonitão mesmo, viu?" Aos 51 anos, Brad Pitt é um dos atores mais famosos do mundo. É milionário, está em forma e é casado com a atriz Angelina Jolie, com quem tem seis filhos -três adotivos e três biológicos. Ele é até simpático. No encontro com jornalistas para falar sobre seu novo filme, "Corações de Ferro", que estreia em 5 de fevereiro no Brasil, ele enfrenta o assédio dos repórteres. Alguns o chamam de "Mr. Brad", outros pedem para tirar "selfies". Com todos, ele é gentil. Como é de praxe nesse tipo de encontro, é proibido tirar fotos e o estúdio pede que as perguntas foquem o filme —e não a vida pessoal do ator. Mas era impossível deixar de perguntar a Brad sobre o tão falado casamento "secreto" com Angelina Jolie, no dia 23 de agosto do ano passado, numa propriedade do casal em Château Miraval, no sul da França. A cerimônia teve presença apenas dos seis filhos, de alguns familiares e poucos amigos. Mas as fotos foram vendidas por eles mesmos por US$ 5 milhões às revistas "People" e "Hello!". O dinheiro foi doado a uma fundação mantida pelo casal, sempre engajado em causas beneficentes. Conhecido por ser um tipo mais quietão, Brad se esquiva da pergunta com ironia: "Mas que casamento?" Insisto, sob o olhar atento de seus assessores, e ele responde, sorrindo: "Desculpe, não posso ajudar, não". O ator está com seu clássico visual estrategicamente despojado, com um chapéu laranja todo reluzente, jeans e uma camiseta em gola V debaixo de um blazer cinza amassado. A roupa destoa um tanto do ambiente, o Museu do Tanque, no condado de Dorset, na Inglaterra. No drama de guerra do diretor americano David Ayer (roteirista de "Dia de Treinamento"), ele é o sargento Don "Wardaddy" Collier, líder de um tanque de guerra aliado chamado "Fury", que combate a Alemanha nazista no fim da Segunda Guerra Mundial. A história se passa num intervalo de 24 horas, em que o personagem de Brad Pitt e quatro soldados americanos que vivem dentro do tanque percorrem o território alemão para selar de vez a derrota germânica. As cenas foram gravadas durante três meses no Reino Unido -a maioria delas dentro de um tanque Sherman, de 37 toneladas, usado no conflito e emprestado pelo museu. "Foi uma experiência de completa imersão. Estudamos táticas de guerra, visitamos bases, tivemos uma lista de leitura sem fim", diz Brad, com respostas diretas e decoradas. Para dar autenticidade ao filme, os cinco atores dormiram e comeram naquele espaço durante a preparação. O tanque, eles disseram, fedia, e o aperto gerou até atritos entre o elenco. Mas nada que atrapalhasse o resultado. "No momento em que começamos a filmar de fato, tínhamos vivido no tanque, ido ao banheiro nele, cozinhado nele. Era tão confortável como qualquer sala de estar em que eu já estive." Para ele, produzir um longa sobre a guerra não significa necessariamente exaltá-la. "Nós falamos sobre a questão humana do combate, sobre condições difíceis, e conversamos com parentes de soldados que nunca haviam dividido essa experiência antes." CONVERSAS PRIVADAS Pelo menos US$ 68 milhões foram gastos no filme, lançado em outubro passado no Reino Unido e nos Estados Unidos. A produção liderou as bilheterias americanas na sua primeira semana, arrecadando de cara US$ 23,5 milhões. Mas o longa acabou virando notícia por outros motivos: no fim de novembro, quando ainda era inédito em muitos países, entre eles o Brasil, foi um dos filmes vazados na internet por causa do ataque cibernético ao estúdio americano Sony Pictures. "Corações de Ferro" teria sido baixado pelo menos um milhão de vezes na web em menos de três dias. O lançamento da comédia "A Entrevista", em que dois repórteres são encarregados pela CIA de matar o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, foi apontado como possível causa do ataque. Os norte-coreanos, suspeitos de envolvimento com os hackers, negam ligação com o caso. Estima-se que os prejuízos à Sony alcancem US$ 100 milhões. Além dos filmes inéditos, os hackers também vazaram e-mails, como uma conversa entre executivos do estúdio criticando Angelina Jolie, mulher de Pitt, que é chamada de "fedelha mimada e minimamente talentosa". Brad Pitt conversou com Serafina antes do ataque à Sony. À mídia americana, ele se posicionou contra a divulgação do material hackeado. "Uma conversa entre duas pessoas, por e-mail ou pessoalmente, deve ser privada", disse o ator. "Os sites que disseminam essas informações deveriam parar. Mas não vão. E nós deveríamos parar de ler esse conteúdo. Mas não vamos."
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'Sinto falta do Pernalonga', diz LeBron James sobre possível 'Space Jam 2'
No que depender do jogador de basquete LeBron James, astro da NBA, pode vir por aí uma continuação do filme "Space Jam", produção que em 1996 botou na mesma quadra Michael Jordan e os Looney Tunes. "Sentimos falta do Pernalonga, do Patolino, do Diabo da Tasmânia e de todos", disse o esportista ao jornal "Today". Há semanas circulam rumores de que uma sequência poderia voltar aos cinemas tendo o elenco encabeçado por James. As especulações ganharam força após o jogador assinar um contrato com a Warner. Cinema não é uma quadra de todo estranha para LeBron James: ele atua ao lado da comediante Amy Schumer no filme "Descompensada", que deve chegar ao Brasil em setembro, e já disse que gostaria de continuar fazendo filmes. "É uma paixão", disse.
ilustrada
'Sinto falta do Pernalonga', diz LeBron James sobre possível 'Space Jam 2'No que depender do jogador de basquete LeBron James, astro da NBA, pode vir por aí uma continuação do filme "Space Jam", produção que em 1996 botou na mesma quadra Michael Jordan e os Looney Tunes. "Sentimos falta do Pernalonga, do Patolino, do Diabo da Tasmânia e de todos", disse o esportista ao jornal "Today". Há semanas circulam rumores de que uma sequência poderia voltar aos cinemas tendo o elenco encabeçado por James. As especulações ganharam força após o jogador assinar um contrato com a Warner. Cinema não é uma quadra de todo estranha para LeBron James: ele atua ao lado da comediante Amy Schumer no filme "Descompensada", que deve chegar ao Brasil em setembro, e já disse que gostaria de continuar fazendo filmes. "É uma paixão", disse.
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Ativistas da área de saúde defendem governo de acusação de farmacêuticas
O GTPI (Grupo de Trabalho em Propriedade Intelectual) divulgou nesta quarta (17) uma nota de repúdio ao anúncio publicado pelo Sindusfarma (sindicato que representa as principais indústrias farmacêuticas do país) que acusa o Ministério da Saúde de descumprir as regras sanitárias nacionais e de "incentivar a pirataria". A polêmica gira em torno da compra de um medicamento para tratamento da Aids de um laboratório indiano, sem que o produto tenha aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A transação foi feita por meio da Opas (Organização Pan-Americana de Saúde), a partir de um fundo usado para compra de produtos não fabricados no país ou que precisam ser adquiridos de forma emergencial. Segundo o GPTI, "é mentira que o Brasil, ao importar o medicamento genérico antirretroviral darunavir, da Índia, comete qualquer tipo de crime, pirataria ou atentado contra a indústria." Para o grupo, que reúne organizações e ativistas da área de propriedade intelectual e acesso à saúde no Brasil, a iniciativa garante a sustentabilidade das políticas de acesso a medicamentos e incentiva a produção local do darunavir, que está em domínio público. O Ministério da Saúde nega infringir as regras e diz que a medida está de acordo com a legislação vigente. A seguir, a íntegra da nota do GTPI. Sindusfarma ameaça a sustentabilidade do programa brasileiro de distribuição dos medicamentos de Aids O Sindusfarma - Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo, em nota paga veiculada em jornais e repercutida pela imprensa em 17/08/2016, traz informações mentirosas e distorcidas, que necessitam de reparação: 1. É mentira que o Brasil, ao importar o medicamento genérico antirretroviral darunavir, da Índia, comete qualquer tipo de crime, pirataria ou atentado contra a indústria. Pelo contrário: garante a sustentabilidade das políticas de acesso a medicamentos e incentiva a produção local do darunavir, que está em domínio público. 2. A posição do Sindusfarma representa o interesse da sua afiliada Janssen-Cilag Farmacêutica Ltda., que até o ano passado era fornecedora exclusiva do medicamento anti-HIV darunavir no Brasil. O preço cobrado pela empresa Janssen era absurdo e impraticável, ultrapassando três mil dólares por paciente/ano. Os gastos do governo brasileiro com a compra apenas deste medicamento foram de quase R$ 93 milhões em 2014. Isso equivale a mais de 11% do orçamento destinado à compra de todos os antirretrovirais no mesmo ano. 3. O Sidusfarma mente sobre a qualidade do medicamento genérico em questão. A empresa indiana Hetero, que foi selecionada como fornecedora pelos países do Mercosul, possui um produto que atende os padrões internacionais de qualidade e custa três vezes menos que o medicamento de marca da Janssen. Não há nenhum motivo para afirmar que trata-se de pirataria ou risco sanitário para o Brasil. Essa estratégia de confundir medicamentos genéricos com pirateados e atacar a qualidade de medicamentos genéricos é velha e absurda de qualquer ponto de vista: ético, legal ou sanitário. 4. Desde 2013, o GTPI - Grupo de Trabalho de Propriedade Intelectual, exige do Ministério da Saúde uma solução para os preços abusivos do darunavir. Foram inúmeras cartas, reuniões e debates, inclusive no Conselho Nacional de Saúde (CNS), em 2015 com a presença do Sindusfarma. 5. Diferente do que propala o Sinfusrma, o darunavir está em domínio público no Brasil, e não há nenhuma barreira patentária que impeça a compra de genéricos ou a produção de sua versão genérica no país. Não está em vigor nenhum dos 18 pedidos de patentes relacionados ao darunavir que a Janssen insistiu em apresentar no Brasil, tentando criar uma cortina para impedir a entrada de versões genéricas no mercado. 6. Ao contrário do que alega o Sindusfarma, a opção de compra do genérico importado não afeta a indústria nacional, pois não há produção local de darunavir no Brasil. A multinacional Janssen, fornecedora exclusiva do medicamento, nunca teve interesse em gerar empregos ou transferir tecnologia para o país. 7. A nota faz uma confusão, convenientemente, entre fundo rotatório e fundo estratégico da Organização Pan-americana de Saúde (OPAS). O fundo rotatório serve para a compra emergencial de vacinas. Já o fundo estratégico lida com a compras regulares de medicamentos, já possui um rol de mais de 150 produtos em sua lista e tem como referência a lista de medicamentos essenciais da OMS. A compra conjunta de darunavir entre os países do Mercosul e está sendo operacionalizada via fundo estratégico da OPAS. Portanto, a insinuação de que o Brasil usou um mecanismo de emergência mesmo havendo o produto disponível no país é uma distorção da realidade. 8. O Brasil tomou a melhor decisão. O GTPI apoia a conclusão do processo de compra por parte do Brasil pelo valor negociado de R$ 4,053 por unidade em substituição ao valor de R$ 9,564 pago anteriormente, representando uma economia de quase R$ 46 milhões. É inadmissível que o Brasil, como quer o Sindusrama, pague preços de monopólio por um medicamento que está em domínio público. 9. O Sindusfarma comete um atentado contra o bom senso e a boa informação, além de aterrorizar milhares de pacientes que vivem com HIV ao impor obstáculo à sustentabilidade do programa brasileiro de aids. O Sindusfarma fere os princípios do SUS e da administração pública, e vai contra os interesses coletivos. Assinam as organizações-membro do GTPI: Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS - ABIA (coordenação); Conectas Direitos Humanos; FENAFAR - Federação Nacional dos Farmacêuticos; Fórum de ONG AIDS de São Paulo; Fórum de ONG AIDS do Rio Grande do Sul; Fórum Maranhense de ONG AIDS; GESTOS - Soropositividade, Comunicação & Gênero; Grupo de Apoio à Prevenção da AIDS - Bahia - GAPA/BA; Grupo de Apoio à Prevenção da AIDS - São Paulo - GAPA/SP; Grupo de Apoio à Prevenção da AIDS - Rio Grande do Sul - GAPA/RS; Grupo de Incentivo à Vida - GIV; Grupo Pela Vidda - São Paulo; Grupo Pela Vidda - Rio de Janeiro; Grupo de Resistência Asa Branca - GRAB; IDEC - Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor; Médicos Sem Fronteiras - Campanha de Acesso a Medicamentos/Brasil; Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/AIDS - Núcleo São Luís do Maranhão; Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/AIDS - Núcleo Piauí; Universidades Aliadas por Medicamentos Essenciais - UAEM/Brasil.
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Ativistas da área de saúde defendem governo de acusação de farmacêuticasO GTPI (Grupo de Trabalho em Propriedade Intelectual) divulgou nesta quarta (17) uma nota de repúdio ao anúncio publicado pelo Sindusfarma (sindicato que representa as principais indústrias farmacêuticas do país) que acusa o Ministério da Saúde de descumprir as regras sanitárias nacionais e de "incentivar a pirataria". A polêmica gira em torno da compra de um medicamento para tratamento da Aids de um laboratório indiano, sem que o produto tenha aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A transação foi feita por meio da Opas (Organização Pan-Americana de Saúde), a partir de um fundo usado para compra de produtos não fabricados no país ou que precisam ser adquiridos de forma emergencial. Segundo o GPTI, "é mentira que o Brasil, ao importar o medicamento genérico antirretroviral darunavir, da Índia, comete qualquer tipo de crime, pirataria ou atentado contra a indústria." Para o grupo, que reúne organizações e ativistas da área de propriedade intelectual e acesso à saúde no Brasil, a iniciativa garante a sustentabilidade das políticas de acesso a medicamentos e incentiva a produção local do darunavir, que está em domínio público. O Ministério da Saúde nega infringir as regras e diz que a medida está de acordo com a legislação vigente. A seguir, a íntegra da nota do GTPI. Sindusfarma ameaça a sustentabilidade do programa brasileiro de distribuição dos medicamentos de Aids O Sindusfarma - Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo, em nota paga veiculada em jornais e repercutida pela imprensa em 17/08/2016, traz informações mentirosas e distorcidas, que necessitam de reparação: 1. É mentira que o Brasil, ao importar o medicamento genérico antirretroviral darunavir, da Índia, comete qualquer tipo de crime, pirataria ou atentado contra a indústria. Pelo contrário: garante a sustentabilidade das políticas de acesso a medicamentos e incentiva a produção local do darunavir, que está em domínio público. 2. A posição do Sindusfarma representa o interesse da sua afiliada Janssen-Cilag Farmacêutica Ltda., que até o ano passado era fornecedora exclusiva do medicamento anti-HIV darunavir no Brasil. O preço cobrado pela empresa Janssen era absurdo e impraticável, ultrapassando três mil dólares por paciente/ano. Os gastos do governo brasileiro com a compra apenas deste medicamento foram de quase R$ 93 milhões em 2014. Isso equivale a mais de 11% do orçamento destinado à compra de todos os antirretrovirais no mesmo ano. 3. O Sidusfarma mente sobre a qualidade do medicamento genérico em questão. A empresa indiana Hetero, que foi selecionada como fornecedora pelos países do Mercosul, possui um produto que atende os padrões internacionais de qualidade e custa três vezes menos que o medicamento de marca da Janssen. Não há nenhum motivo para afirmar que trata-se de pirataria ou risco sanitário para o Brasil. Essa estratégia de confundir medicamentos genéricos com pirateados e atacar a qualidade de medicamentos genéricos é velha e absurda de qualquer ponto de vista: ético, legal ou sanitário. 4. Desde 2013, o GTPI - Grupo de Trabalho de Propriedade Intelectual, exige do Ministério da Saúde uma solução para os preços abusivos do darunavir. Foram inúmeras cartas, reuniões e debates, inclusive no Conselho Nacional de Saúde (CNS), em 2015 com a presença do Sindusfarma. 5. Diferente do que propala o Sinfusrma, o darunavir está em domínio público no Brasil, e não há nenhuma barreira patentária que impeça a compra de genéricos ou a produção de sua versão genérica no país. Não está em vigor nenhum dos 18 pedidos de patentes relacionados ao darunavir que a Janssen insistiu em apresentar no Brasil, tentando criar uma cortina para impedir a entrada de versões genéricas no mercado. 6. Ao contrário do que alega o Sindusfarma, a opção de compra do genérico importado não afeta a indústria nacional, pois não há produção local de darunavir no Brasil. A multinacional Janssen, fornecedora exclusiva do medicamento, nunca teve interesse em gerar empregos ou transferir tecnologia para o país. 7. A nota faz uma confusão, convenientemente, entre fundo rotatório e fundo estratégico da Organização Pan-americana de Saúde (OPAS). O fundo rotatório serve para a compra emergencial de vacinas. Já o fundo estratégico lida com a compras regulares de medicamentos, já possui um rol de mais de 150 produtos em sua lista e tem como referência a lista de medicamentos essenciais da OMS. A compra conjunta de darunavir entre os países do Mercosul e está sendo operacionalizada via fundo estratégico da OPAS. Portanto, a insinuação de que o Brasil usou um mecanismo de emergência mesmo havendo o produto disponível no país é uma distorção da realidade. 8. O Brasil tomou a melhor decisão. O GTPI apoia a conclusão do processo de compra por parte do Brasil pelo valor negociado de R$ 4,053 por unidade em substituição ao valor de R$ 9,564 pago anteriormente, representando uma economia de quase R$ 46 milhões. É inadmissível que o Brasil, como quer o Sindusrama, pague preços de monopólio por um medicamento que está em domínio público. 9. O Sindusfarma comete um atentado contra o bom senso e a boa informação, além de aterrorizar milhares de pacientes que vivem com HIV ao impor obstáculo à sustentabilidade do programa brasileiro de aids. O Sindusfarma fere os princípios do SUS e da administração pública, e vai contra os interesses coletivos. Assinam as organizações-membro do GTPI: Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS - ABIA (coordenação); Conectas Direitos Humanos; FENAFAR - Federação Nacional dos Farmacêuticos; Fórum de ONG AIDS de São Paulo; Fórum de ONG AIDS do Rio Grande do Sul; Fórum Maranhense de ONG AIDS; GESTOS - Soropositividade, Comunicação & Gênero; Grupo de Apoio à Prevenção da AIDS - Bahia - GAPA/BA; Grupo de Apoio à Prevenção da AIDS - São Paulo - GAPA/SP; Grupo de Apoio à Prevenção da AIDS - Rio Grande do Sul - GAPA/RS; Grupo de Incentivo à Vida - GIV; Grupo Pela Vidda - São Paulo; Grupo Pela Vidda - Rio de Janeiro; Grupo de Resistência Asa Branca - GRAB; IDEC - Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor; Médicos Sem Fronteiras - Campanha de Acesso a Medicamentos/Brasil; Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/AIDS - Núcleo São Luís do Maranhão; Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/AIDS - Núcleo Piauí; Universidades Aliadas por Medicamentos Essenciais - UAEM/Brasil.
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Pós mais prática simula ambiente de empresas para formar empreendedor
Dois grupos de executivos, em lados opostos, ficam debruçados sobre um tabuleiro. Não é uma brincadeira, mas uma aula de empreendedorismo na Saint Paul Escola de Negócios, em São Paulo. Vence quem faz uma companhia fictícia lucrar mais. Simular o dia a dia das empresas é apenas uma das estratégias das escolas para formar novos empresários. Eles têm sido desafiados a roteirizar um negócio, criar start-ups e sair a campo para analisar a concorrência. "A pergunta que um estudante precisa fazer é: o que as pessoas vão precisar amanhã?", diz André Nardy, coordenador da Saint Paul. "O empreendedor é um futurólogo que é ensinado a radiografar cenários para pescar oportunidades", diz Alessandro Saade, da BSP (Business School São Paulo). Foi de olho no futuro que o engenheiro eletricista Luiz Tangari, 40, cursou uma especialização em desenvolvimento empresarial e achou no agronegócio um nicho. Modalidade dos curso de pós-graduação Ele criou um software que diminui o uso de agrotóxicos nas lavouras. "Minha start-up já tem 140 clientes e faturou R$ 3,5 milhões em 2015." O cientista da computação Walter Aranda Júnior, 27, procurou no curso uma outra solução. Epilético desde os 15 anos, criou um dispositivo que, conectado à cabeça, pode prever uma convulsão. "No ano passado, tive uma crise forte que me deixou imóvel. Depois disso, decidi que deveria agir." Aranda desenvolveu a ferramenta nas aulas do MBA em arquitetura de soluções, na Fiap (Faculdade de Informática e Administração Paulista). E só saiu de lá após montar uma start-up –tarefa que contou como trabalho de conclusão de curso. A tecnologia foi apresentada ao Hospital Israelita Albert Einstein e aguarda recursos para ser aperfeiçoada. Além de Aranda, quem se formou na Fiap receberá assessoria da faculdade para captar recursos e fugir de uma estatística que ronda o setor: cerca de 25% das start-ups "morrem" em menos de um ano, segundo estudo da Fundação Dom Cabral. "Na fase da captação, o empreendedor não pode desanimar. Uma ideia convence o mercado quando tem grande aplicabilidade", diz o executivo Antônio Melilo. ADAPTAÇÕES "A solução para em pé'? É exequível? Foi confrontada?" Essas são as questões que todo estudante precisa se fazer, segundo Sílvio Laban, gestor de MBAs do Insper. Natália Mazur, 29, testou seu experimento, viu que não era estratégico e mudou de rumo no meio do MBA em novos negócios, da BSP. Em vez de doces, ela optou por produzir biscoitos. Nasceu a Biscoiteca. "Você não pode esperar de um MBA a fórmula pronta. Lá você é levado a se adaptar", diz. Para Bruno Rondani, coordenador do Wenovate, grupo que liga empreendedores a investidores, se a ideia "for única demais, não faz parte do entendimento das pessoas, não vinga". "É uma corrida. Tem muita gente trabalhando na mesma coisa." Carlos Arruda, coordenador da Fundação Dom Cabral, ensina um atalho. "Quanto maior o problema, maior a chance de ganhar com uma nova ideia", afirma. QUERO SER EMPREENDEDOR MBAs com formação na área BSP (Business School São Paulo) Curso MBA in innovation management Custo R$ 39.900* Oferece bolsas e isenções? não Disciplinas principais gestão do ciclo da inovação e plano de negócios Inscrições até 7 de março Próxima turma 19 de março Contato (11) 5095-5656 Saint Paul Curso empreendedorismo e gestão Custo R$ 33.857,28 (a prazo) ou R$ 29.117,26 (à vista) Oferece bolsas e isenções? até 15% de desconto para colaboradores Disciplinas empreendedorismo, inovação e criatividade, gestão de marcas Inscrições até 28 de março Próxima turma 29 de março (unidade Vila Olímpia); 14 de maio (unidade Jardins) Insper Curso MBA executivo weekend Custo R$ 63.964,14 Oferece bolsas e isenções? não Disciplinas principais gestão estratégica, finanças corporativas, gerenciamento de conflitos Inscrições até 28 de abril Próxima turma em abril, com aulas quinzenais às sextas e aos sábados Contato (11) 4504-2400 Fiap (Faculdade de Informática de Administração Paulista) Curso gestão estratégica de negócios Custo a partir de R$ 16.627 Oferece bolsas e isenções? para empresas parceiras Disciplinas principais criar start-up, plano de negócios Inscrições até o início do curso Próximas turmas a partir de 25 de abril Contato (11) 3385-8010 * Valor à vista que não inclui o módulo internacional do curso
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Pós mais prática simula ambiente de empresas para formar empreendedorDois grupos de executivos, em lados opostos, ficam debruçados sobre um tabuleiro. Não é uma brincadeira, mas uma aula de empreendedorismo na Saint Paul Escola de Negócios, em São Paulo. Vence quem faz uma companhia fictícia lucrar mais. Simular o dia a dia das empresas é apenas uma das estratégias das escolas para formar novos empresários. Eles têm sido desafiados a roteirizar um negócio, criar start-ups e sair a campo para analisar a concorrência. "A pergunta que um estudante precisa fazer é: o que as pessoas vão precisar amanhã?", diz André Nardy, coordenador da Saint Paul. "O empreendedor é um futurólogo que é ensinado a radiografar cenários para pescar oportunidades", diz Alessandro Saade, da BSP (Business School São Paulo). Foi de olho no futuro que o engenheiro eletricista Luiz Tangari, 40, cursou uma especialização em desenvolvimento empresarial e achou no agronegócio um nicho. Modalidade dos curso de pós-graduação Ele criou um software que diminui o uso de agrotóxicos nas lavouras. "Minha start-up já tem 140 clientes e faturou R$ 3,5 milhões em 2015." O cientista da computação Walter Aranda Júnior, 27, procurou no curso uma outra solução. Epilético desde os 15 anos, criou um dispositivo que, conectado à cabeça, pode prever uma convulsão. "No ano passado, tive uma crise forte que me deixou imóvel. Depois disso, decidi que deveria agir." Aranda desenvolveu a ferramenta nas aulas do MBA em arquitetura de soluções, na Fiap (Faculdade de Informática e Administração Paulista). E só saiu de lá após montar uma start-up –tarefa que contou como trabalho de conclusão de curso. A tecnologia foi apresentada ao Hospital Israelita Albert Einstein e aguarda recursos para ser aperfeiçoada. Além de Aranda, quem se formou na Fiap receberá assessoria da faculdade para captar recursos e fugir de uma estatística que ronda o setor: cerca de 25% das start-ups "morrem" em menos de um ano, segundo estudo da Fundação Dom Cabral. "Na fase da captação, o empreendedor não pode desanimar. Uma ideia convence o mercado quando tem grande aplicabilidade", diz o executivo Antônio Melilo. ADAPTAÇÕES "A solução para em pé'? É exequível? Foi confrontada?" Essas são as questões que todo estudante precisa se fazer, segundo Sílvio Laban, gestor de MBAs do Insper. Natália Mazur, 29, testou seu experimento, viu que não era estratégico e mudou de rumo no meio do MBA em novos negócios, da BSP. Em vez de doces, ela optou por produzir biscoitos. Nasceu a Biscoiteca. "Você não pode esperar de um MBA a fórmula pronta. Lá você é levado a se adaptar", diz. Para Bruno Rondani, coordenador do Wenovate, grupo que liga empreendedores a investidores, se a ideia "for única demais, não faz parte do entendimento das pessoas, não vinga". "É uma corrida. Tem muita gente trabalhando na mesma coisa." Carlos Arruda, coordenador da Fundação Dom Cabral, ensina um atalho. "Quanto maior o problema, maior a chance de ganhar com uma nova ideia", afirma. QUERO SER EMPREENDEDOR MBAs com formação na área BSP (Business School São Paulo) Curso MBA in innovation management Custo R$ 39.900* Oferece bolsas e isenções? não Disciplinas principais gestão do ciclo da inovação e plano de negócios Inscrições até 7 de março Próxima turma 19 de março Contato (11) 5095-5656 Saint Paul Curso empreendedorismo e gestão Custo R$ 33.857,28 (a prazo) ou R$ 29.117,26 (à vista) Oferece bolsas e isenções? até 15% de desconto para colaboradores Disciplinas empreendedorismo, inovação e criatividade, gestão de marcas Inscrições até 28 de março Próxima turma 29 de março (unidade Vila Olímpia); 14 de maio (unidade Jardins) Insper Curso MBA executivo weekend Custo R$ 63.964,14 Oferece bolsas e isenções? não Disciplinas principais gestão estratégica, finanças corporativas, gerenciamento de conflitos Inscrições até 28 de abril Próxima turma em abril, com aulas quinzenais às sextas e aos sábados Contato (11) 4504-2400 Fiap (Faculdade de Informática de Administração Paulista) Curso gestão estratégica de negócios Custo a partir de R$ 16.627 Oferece bolsas e isenções? para empresas parceiras Disciplinas principais criar start-up, plano de negócios Inscrições até o início do curso Próximas turmas a partir de 25 de abril Contato (11) 3385-8010 * Valor à vista que não inclui o módulo internacional do curso
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'Orgulho e Preconceito' vira musical com canções de Chitãozinho e Xororó
"Orgulho e Preconceito", clássico de Jane Austen (1775-1817), já foi recontado das mais variadas maneiras. Serviu de inspiração para a série de livros "O Diário de Bridget Jones", da inglesa Helen Fielding, e até ganhou personagens mortos-vivos na paródia "Orgulho e Preconceito e Zumbis", de Seth Grahame-Smith. Agora, a trama é contada por meio de músicas que ficaram conhecidas na voz da dupla sertaneja Chitãozinho e Xororó em "Nuvem de Lágrimas", musical que estreia nesta quinta (5) em São Paulo. Luciano Andrey, que divide a direção do espetáculo com Tania Nardini, conta que há tempos queria fazer uma produção do gênero. "Quando comecei o projeto, vi que muitos colegas tinham vontade de fazer um musical sertanejo. Sertanejo é música popular brasileira. Dizer que não pode virar musical é uma bobagem." Na pesquisa, afirma que achou em Chitãozinho e Xororó um bom resumo do gênero. "Eles são a Madonna do sertanejo. Representam bem todas as fases, do sertanejo de raiz ao universitário." A dupla não participou da produção, mas assistiu a ensaios finais. "Achamos inovador e ousado um musical todo sertanejo, por não ceder a nenhum tipo de preconceito em relação ao gênero", relata Xororó. "É muito interessante ver esse gênero da cultura popular associado a um clássico da literatura." Para o roteiro, escrito por Anna Toledo, buscou-se um recurso comum na Broadway: dar roupagem moderna a um clássico da literatura –como "O Despertar da Primavera" (2006), versão rock do livro de Frank Wedekind (1891). "São universos muito distintos, mas ao mesmo tempo há uma semelhança: aqui a gente fala de uma cultura sertaneja e, no livro, Jane Austen retrata o campo inglês." FIO DE CABELO "Nuvem de Lágrimas", porém, não segue à risca a trama do clássico de Austen. A Inglaterra do início do século 19 dá lugar ao interior paulista dos anos 1990 (quando o sertanejo eclodiu). Elizabeth Bennet, a jovem protagonista do romance, vira Bete Borba (Lucy Alves), gerente de uma cooperativa agrícola que sonha em deslanchar na música ao lado da irmã mais velha, Jane (Adriana Del Claro). Logo no início, Bete se desentende com o advogado Darcy (Gabriel Sater, filho do violeiro Almir Sater), que faz uma reclamação à cooperativa sobre um erro de português na embalagem das famosas geleias da mãe dela (papel de Rosana Pena). A diferença social entre os protagonistas rende mais brigas, mas logo cessam o embate e o preconceito: eles se aproximam ao descobrirem a paixão comum pela música. Já o núcleo mais velho tem sua história ampliada –descobre-se, por exemplo, que a mãe de Bete tem outro caso de amor em seu passado. São eles que protagonizam os clássicos mais antigos, como "Fio de Cabelo", entoada por Zé Henrique de Paula, que interpreta o pai de Bete. "Pra gente foi importante trazer esse amor mais maduro para não cair só na questão social, no papel da mulher, que era outro na época de Jane Austen", diz Andrey. O repertório do musical segue com canções mais dançantes, como "Bailão de Peão", e os arranjos também trazem variações do sertanejo, como o folk e o country. Os atores são acompanhados de uma banda de oito músicos, mas fica a cargo dos próprios intérpretes tocar muitos dos instrumentos, em especial violões e sanfonas. NUVEM DE LÁGRIMAS QUANDO qui., às 21h; sex., às 21h30; sáb., às 17h e às 21h; dom., às 19h; até 20/12 ONDE Teatro Bradesco - shopping Bourbon, r. Palestra Itália, 500, tel. (11) 4003-1212 QUANTO de R$ 25 a R$ 190 CLASSIFICAÇÃO livre
ilustrada
'Orgulho e Preconceito' vira musical com canções de Chitãozinho e Xororó"Orgulho e Preconceito", clássico de Jane Austen (1775-1817), já foi recontado das mais variadas maneiras. Serviu de inspiração para a série de livros "O Diário de Bridget Jones", da inglesa Helen Fielding, e até ganhou personagens mortos-vivos na paródia "Orgulho e Preconceito e Zumbis", de Seth Grahame-Smith. Agora, a trama é contada por meio de músicas que ficaram conhecidas na voz da dupla sertaneja Chitãozinho e Xororó em "Nuvem de Lágrimas", musical que estreia nesta quinta (5) em São Paulo. Luciano Andrey, que divide a direção do espetáculo com Tania Nardini, conta que há tempos queria fazer uma produção do gênero. "Quando comecei o projeto, vi que muitos colegas tinham vontade de fazer um musical sertanejo. Sertanejo é música popular brasileira. Dizer que não pode virar musical é uma bobagem." Na pesquisa, afirma que achou em Chitãozinho e Xororó um bom resumo do gênero. "Eles são a Madonna do sertanejo. Representam bem todas as fases, do sertanejo de raiz ao universitário." A dupla não participou da produção, mas assistiu a ensaios finais. "Achamos inovador e ousado um musical todo sertanejo, por não ceder a nenhum tipo de preconceito em relação ao gênero", relata Xororó. "É muito interessante ver esse gênero da cultura popular associado a um clássico da literatura." Para o roteiro, escrito por Anna Toledo, buscou-se um recurso comum na Broadway: dar roupagem moderna a um clássico da literatura –como "O Despertar da Primavera" (2006), versão rock do livro de Frank Wedekind (1891). "São universos muito distintos, mas ao mesmo tempo há uma semelhança: aqui a gente fala de uma cultura sertaneja e, no livro, Jane Austen retrata o campo inglês." FIO DE CABELO "Nuvem de Lágrimas", porém, não segue à risca a trama do clássico de Austen. A Inglaterra do início do século 19 dá lugar ao interior paulista dos anos 1990 (quando o sertanejo eclodiu). Elizabeth Bennet, a jovem protagonista do romance, vira Bete Borba (Lucy Alves), gerente de uma cooperativa agrícola que sonha em deslanchar na música ao lado da irmã mais velha, Jane (Adriana Del Claro). Logo no início, Bete se desentende com o advogado Darcy (Gabriel Sater, filho do violeiro Almir Sater), que faz uma reclamação à cooperativa sobre um erro de português na embalagem das famosas geleias da mãe dela (papel de Rosana Pena). A diferença social entre os protagonistas rende mais brigas, mas logo cessam o embate e o preconceito: eles se aproximam ao descobrirem a paixão comum pela música. Já o núcleo mais velho tem sua história ampliada –descobre-se, por exemplo, que a mãe de Bete tem outro caso de amor em seu passado. São eles que protagonizam os clássicos mais antigos, como "Fio de Cabelo", entoada por Zé Henrique de Paula, que interpreta o pai de Bete. "Pra gente foi importante trazer esse amor mais maduro para não cair só na questão social, no papel da mulher, que era outro na época de Jane Austen", diz Andrey. O repertório do musical segue com canções mais dançantes, como "Bailão de Peão", e os arranjos também trazem variações do sertanejo, como o folk e o country. Os atores são acompanhados de uma banda de oito músicos, mas fica a cargo dos próprios intérpretes tocar muitos dos instrumentos, em especial violões e sanfonas. NUVEM DE LÁGRIMAS QUANDO qui., às 21h; sex., às 21h30; sáb., às 17h e às 21h; dom., às 19h; até 20/12 ONDE Teatro Bradesco - shopping Bourbon, r. Palestra Itália, 500, tel. (11) 4003-1212 QUANTO de R$ 25 a R$ 190 CLASSIFICAÇÃO livre
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Prédios projetados por arquitetos de renome mudam Itaim e Vila Olímpia
JUSSARA SOARES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Além de infraestrutura completa e acabamentos luxuosos, os novos empreendimentos no Itaim Bibi e na Vila Olímpia trazem assinatura de designers e arquitetos renomados. Ao menos nove prédios com esse perfil estão em construção ou com lançamento previsto para os próximos meses. É o caso do Forma Itaim, da Huma Desenvolvimento Imobiliário, que tem assinatura do arquiteto espanhol Fermín Vázquez, do escritório b720. O edifício, que deve ser entregue em abril, tem 123 estúdios de 45 m², em um prédio cuja fachada é ventilada e revestida de cerâmica. Uma piscina coberta de 25 m², quadra de squash e elevadores com vista panorâmica são outros destaques. Ainda restam 30% das unidades à venda por R$ 900 mil. "Sem dúvida esses empreendimentos começam a dar uma nova cara para toda a região do Itaim", diz Rafael Rossi, diretor da Huma. No segundo semestre, a empresa lança o Huma Itaim, do escritório paulistano Una Arquitetos. Com unidades de 44 m² a 139 m², o empreendimento tem no térreo um café e uma praça aberta ao público, com inspiração nos "pocket parks" de Nova York. Outro chamariz é a piscina de borda infinita na cobertura, inspirada na do hotel Marina Bay Sands, em Singapura. A previsão é que o m² seja vendido por R$ 22 mil. A Cyrela é outra com empreendimentos nessa linha. São três, o primeiro é na rua das Fiandeiras, no Itaim, com assinatura de Pininfarina, o escritório italiano de design da Ferrari. O uso de estruturas metálicas dará curvas ao edifício de 23 andares, com 92 apartamentos. As unidades custam a partir de R$ 1 milhão e 68% já estão vendidas. A previsão de entrega é fevereiro de 2018. Outro residencial de luxo da Cyrela é o One Sixty, com decoração assinada pelo escritório londrino Yoo, do designer Phillipe Stark e John Hitchcox. Em uma área de mais de 5.000 m², a torre terá apartamentos de 275 m² a 592 m². Das 55 unidades, com preço a partir de R$ 8 milhões, 25% estão vendidas. A previsão de entrega é 2020. "Daqui dez anos, essa região terá o metro quadrado mais caro de São Paulo", diz Luciano Amaral, diretor geral da Benx Incorporada, que tem dois empreendimentos de alto padrão na região, um deles é o Artsy, na rua Coronel Ferreira Lobo. Com projeto do escritório Pablo Slemenson, tem 27 unidades de 182 m² a 370 m² e paisagismo do escritório Burle Marx & Cia. CONCENTRAÇÃO "São empreendimentos que se tornam objeto de desejo para o comprador. São pessoas antenadas, então sempre temos que oferecer novos produtos que superem os últimos, o que acaba gerando uma concentração de prédios de alto padrão", diz Reynaldo Rosemberg, sócio-diretor da RRG. Até o início de 2018, a construtora irá lançar na região um empreendimento com assinatura do escritório de Arthur Casas. Os novos residenciais se juntarão ao Vitra Itaim, prédio espelhado na rua Horácio Lafer assinado por Daniel Libeskind, arquiteto polonês premiado, responsável pelo Museu Judaico, em Berlim, e pela revitalização do Ground Zero, em Nova York. O empresário Márcio Trigueiro, 42, morador do Vitra, acha que o edifício se assemelha à arquitetura da cidade americana. "Quando olhamos para o futuro, percebemos que essa região caminha para ter uma arquitetura com design mais arrojado. Nem todo mundo gosta, mas são apenas 14 apartamentos. É algo bem mais exclusivo", afirma.
sobretudo
Prédios projetados por arquitetos de renome mudam Itaim e Vila Olímpia JUSSARA SOARES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Além de infraestrutura completa e acabamentos luxuosos, os novos empreendimentos no Itaim Bibi e na Vila Olímpia trazem assinatura de designers e arquitetos renomados. Ao menos nove prédios com esse perfil estão em construção ou com lançamento previsto para os próximos meses. É o caso do Forma Itaim, da Huma Desenvolvimento Imobiliário, que tem assinatura do arquiteto espanhol Fermín Vázquez, do escritório b720. O edifício, que deve ser entregue em abril, tem 123 estúdios de 45 m², em um prédio cuja fachada é ventilada e revestida de cerâmica. Uma piscina coberta de 25 m², quadra de squash e elevadores com vista panorâmica são outros destaques. Ainda restam 30% das unidades à venda por R$ 900 mil. "Sem dúvida esses empreendimentos começam a dar uma nova cara para toda a região do Itaim", diz Rafael Rossi, diretor da Huma. No segundo semestre, a empresa lança o Huma Itaim, do escritório paulistano Una Arquitetos. Com unidades de 44 m² a 139 m², o empreendimento tem no térreo um café e uma praça aberta ao público, com inspiração nos "pocket parks" de Nova York. Outro chamariz é a piscina de borda infinita na cobertura, inspirada na do hotel Marina Bay Sands, em Singapura. A previsão é que o m² seja vendido por R$ 22 mil. A Cyrela é outra com empreendimentos nessa linha. São três, o primeiro é na rua das Fiandeiras, no Itaim, com assinatura de Pininfarina, o escritório italiano de design da Ferrari. O uso de estruturas metálicas dará curvas ao edifício de 23 andares, com 92 apartamentos. As unidades custam a partir de R$ 1 milhão e 68% já estão vendidas. A previsão de entrega é fevereiro de 2018. Outro residencial de luxo da Cyrela é o One Sixty, com decoração assinada pelo escritório londrino Yoo, do designer Phillipe Stark e John Hitchcox. Em uma área de mais de 5.000 m², a torre terá apartamentos de 275 m² a 592 m². Das 55 unidades, com preço a partir de R$ 8 milhões, 25% estão vendidas. A previsão de entrega é 2020. "Daqui dez anos, essa região terá o metro quadrado mais caro de São Paulo", diz Luciano Amaral, diretor geral da Benx Incorporada, que tem dois empreendimentos de alto padrão na região, um deles é o Artsy, na rua Coronel Ferreira Lobo. Com projeto do escritório Pablo Slemenson, tem 27 unidades de 182 m² a 370 m² e paisagismo do escritório Burle Marx & Cia. CONCENTRAÇÃO "São empreendimentos que se tornam objeto de desejo para o comprador. São pessoas antenadas, então sempre temos que oferecer novos produtos que superem os últimos, o que acaba gerando uma concentração de prédios de alto padrão", diz Reynaldo Rosemberg, sócio-diretor da RRG. Até o início de 2018, a construtora irá lançar na região um empreendimento com assinatura do escritório de Arthur Casas. Os novos residenciais se juntarão ao Vitra Itaim, prédio espelhado na rua Horácio Lafer assinado por Daniel Libeskind, arquiteto polonês premiado, responsável pelo Museu Judaico, em Berlim, e pela revitalização do Ground Zero, em Nova York. O empresário Márcio Trigueiro, 42, morador do Vitra, acha que o edifício se assemelha à arquitetura da cidade americana. "Quando olhamos para o futuro, percebemos que essa região caminha para ter uma arquitetura com design mais arrojado. Nem todo mundo gosta, mas são apenas 14 apartamentos. É algo bem mais exclusivo", afirma.
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Máquina inteligente imprime desenhos e frases na espuma do café
Um híbrido de impressora com máquina de café promete gravar qualquer imagem em alta qualidade na espuma do café. O Ripple Maker é um dispositivo inteligente que imprime desenhos, fotos, símbolos e frases sobre o café em xícaras de até 7 cm de altura e 4,6 cm de largura. A tinta? Um extrato de café patenteado feito a partir de uma mistura de grãos de café arábica e Robusta –segundo a companhia, não há adição de açúcar ou conservantes. As imagens são escolhidas por meio de uma tela touch LCD embutida na própria máquina, que tem acesso ao wi-fi e já vem com vários desenhos –divididos em categorias como humor, saudações e cultura. Pelo site, o barista pode criar outros "ripples" (o nome faz uma brincadeira com a palavra em inglês que significa as ondulações formadas sobre uma superfície líquida), usando fotografias, por exemplo. Os consumidores podem fazer o mesmo por meio do aplicativo para celular –disponível somente para iOS– antes de pedir o café. Segundo a empresa, a máquina funciona em qualquer tipo de café e leite, quente ou gelado. O importante é a espuma do leite, sobre a qual a imagem é gravada. Por enquanto, só estão sendo aceitos pedidos de máquinas para os Estados Unidos e o Canadá. Além do aparelho, o cliente compra também um plano para acessar a plataforma e receber o extrato de café. O pacote mais simples, o bronze, faz até 1.000 desenhos por mês, já o mais completo, até 5.000. Vídeo
tec
Máquina inteligente imprime desenhos e frases na espuma do caféUm híbrido de impressora com máquina de café promete gravar qualquer imagem em alta qualidade na espuma do café. O Ripple Maker é um dispositivo inteligente que imprime desenhos, fotos, símbolos e frases sobre o café em xícaras de até 7 cm de altura e 4,6 cm de largura. A tinta? Um extrato de café patenteado feito a partir de uma mistura de grãos de café arábica e Robusta –segundo a companhia, não há adição de açúcar ou conservantes. As imagens são escolhidas por meio de uma tela touch LCD embutida na própria máquina, que tem acesso ao wi-fi e já vem com vários desenhos –divididos em categorias como humor, saudações e cultura. Pelo site, o barista pode criar outros "ripples" (o nome faz uma brincadeira com a palavra em inglês que significa as ondulações formadas sobre uma superfície líquida), usando fotografias, por exemplo. Os consumidores podem fazer o mesmo por meio do aplicativo para celular –disponível somente para iOS– antes de pedir o café. Segundo a empresa, a máquina funciona em qualquer tipo de café e leite, quente ou gelado. O importante é a espuma do leite, sobre a qual a imagem é gravada. Por enquanto, só estão sendo aceitos pedidos de máquinas para os Estados Unidos e o Canadá. Além do aparelho, o cliente compra também um plano para acessar a plataforma e receber o extrato de café. O pacote mais simples, o bronze, faz até 1.000 desenhos por mês, já o mais completo, até 5.000. Vídeo
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Principal reservatório de água que abastece o Rio atinge volume morto
O nível do reservatório de Paraibuna, o principal do sistema que abastece o Estado do Rio, atingiu o volume morto nesta quarta-feira (21). A informação consta do balanço do setor energético, publicado diariamente pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico). O boletim da última quarta foi publicado na manhã desta quinta-feira (22). O volume do Paraibuna, que na segunda-feira passada estava em 0,15%, caiu a zero 48 horas mais tarde. O reservatório faz parte de hidrelétrica da Cesp (Companhia Energética de São Paulo). Ele fica no município de mesmo nome, no Vale do Paraíba (SP), e considerado o coração do sistema que abastece o Rio de Janeiro. Ele é o maior do grupo de quatro reservatórios, todos eles em níveis historicamente baixos, do rio Paraíba do Sul, a única fonte de abastecimento de água fluminense. Os outros três reservatórios do Paraíba do Sul– Santa Branca, Jaguari e Funil– estão com volume respectivamente de 0,65%, 2% e 4,15%. O sistema de abastecimento do Rio é diferente do de São Paulo. O Estado é abastecido pelo Paraíba do Sul, um rio federal que nasce em São Paulo e passa por Rio e Minas. Os reservatórios existentes são os das usinas hidrelétricas. Diferentemente de São Paulo, que tem reservatório exclusivos para abastecimento de água controlados pela Sabesp, os do Paraíba do Sul tem dupla função– geração de energia e abastecimento humano– e são de propriedade das usinas. As regras de utilização dos reservatórios do Paraíba do Sul são feitas em conjunto pela ANA, ONS, governos dos Estados de Rio, São Paulo e Minas e pelas hidrelétricas que os administram. Há comitês que reúnem essas instituições e órgãos da sociedade civil para o monitoramento da situação e decisão sobre a operação. Em Barra Piraí, interior do Rio, há uma transposição do Paraíba do Sul para Guandu, rio artificial que abastece a capital e a região metropolitana. A redução do nível dos quatro reservatórios no curso do Paraíba do Sul, reduz a vazão do rio antes dele chegar na transposição, que abastece 11 milhões de pessoas. O Paraíba do Sul segue para outras regiões do Estado do Rio. Segundo o site da ANA, o volume morto do Paraibuna tem 2,095 trilhões de litros. Questionada, a agência ainda não se pronunciou sobre como será feita a utilização do volume morto do Paraibuna. Não é possível saber neste momento o quanto desse volume, considerado por especialistas suficiente para abastecer o estado do Rio por cerca de seis meses, irá para o abastecimento do Estado. Há um quinto reservatório no Estado, o da hidrelétrica de Lajes, que fica no rio Piraí, no município de mesmo nome no interior do Rio, que não foi concebido para armazenamento de água para consumo, mas que teria, segundo especialistas, água suficiente para abastecer a região metropolitana por 15 dias. A queda do nível dos reservatórios que compõe o sistema do Rio chama atenção. Há três meses, em novembro do ano passado, o nível do Paraibuna, o maior reservatório do sistema, e de Funil, o segundo maior e único dos quatro que fica em território fluminense, eram, respectivamente, seis e três vezes maiores que o registrado ontem. Na última sexta-feira, entrevistado para uma reportagem sobre o nível baixo do Paraibuna publicada no último sábado por esta Folha, o gerente de projeto da consultoria Cohidro, Celso Ávila, afirmou que usar o volume morto do reservatório seria adiar um problema, já que ele demoraria ainda mais para se recuperar. Em 16 de outubro, no meio da disputa eleitoral em que saiu vitorioso, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, afirmou que "se a seca continuar pelos próximos 30 dias, vamos ter problemas". Não choveu significativamente desde então. Procurado na última sexta-feira para comentar o assunto, não se pronunciou. A Folha questionou novamente o governador e até o momento não obteve resposta. Jorge Briard, presidente da Cedae, a empresa que cuida do abastecimento da região metropolitana e de outros 62 municípios do Estado, negou na última sexta que houvesse a necessidade de racionamento. A companhia, explicou, já trabalha com uma tarifa diferenciada para quem consome menos e colocou na rua uma campanha para uso consciente da água. Ele disse, contudo, que "se tivermos período ainda mais longo de estiagem, é provável que o volume morto do Paraibuna precise ser usado", mas ressaltou que a empresa não tem ingerência sobre isso. A Folha ainda não conseguiu contato com Briard para essa reportagem.
cotidiano
Principal reservatório de água que abastece o Rio atinge volume mortoO nível do reservatório de Paraibuna, o principal do sistema que abastece o Estado do Rio, atingiu o volume morto nesta quarta-feira (21). A informação consta do balanço do setor energético, publicado diariamente pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico). O boletim da última quarta foi publicado na manhã desta quinta-feira (22). O volume do Paraibuna, que na segunda-feira passada estava em 0,15%, caiu a zero 48 horas mais tarde. O reservatório faz parte de hidrelétrica da Cesp (Companhia Energética de São Paulo). Ele fica no município de mesmo nome, no Vale do Paraíba (SP), e considerado o coração do sistema que abastece o Rio de Janeiro. Ele é o maior do grupo de quatro reservatórios, todos eles em níveis historicamente baixos, do rio Paraíba do Sul, a única fonte de abastecimento de água fluminense. Os outros três reservatórios do Paraíba do Sul– Santa Branca, Jaguari e Funil– estão com volume respectivamente de 0,65%, 2% e 4,15%. O sistema de abastecimento do Rio é diferente do de São Paulo. O Estado é abastecido pelo Paraíba do Sul, um rio federal que nasce em São Paulo e passa por Rio e Minas. Os reservatórios existentes são os das usinas hidrelétricas. Diferentemente de São Paulo, que tem reservatório exclusivos para abastecimento de água controlados pela Sabesp, os do Paraíba do Sul tem dupla função– geração de energia e abastecimento humano– e são de propriedade das usinas. As regras de utilização dos reservatórios do Paraíba do Sul são feitas em conjunto pela ANA, ONS, governos dos Estados de Rio, São Paulo e Minas e pelas hidrelétricas que os administram. Há comitês que reúnem essas instituições e órgãos da sociedade civil para o monitoramento da situação e decisão sobre a operação. Em Barra Piraí, interior do Rio, há uma transposição do Paraíba do Sul para Guandu, rio artificial que abastece a capital e a região metropolitana. A redução do nível dos quatro reservatórios no curso do Paraíba do Sul, reduz a vazão do rio antes dele chegar na transposição, que abastece 11 milhões de pessoas. O Paraíba do Sul segue para outras regiões do Estado do Rio. Segundo o site da ANA, o volume morto do Paraibuna tem 2,095 trilhões de litros. Questionada, a agência ainda não se pronunciou sobre como será feita a utilização do volume morto do Paraibuna. Não é possível saber neste momento o quanto desse volume, considerado por especialistas suficiente para abastecer o estado do Rio por cerca de seis meses, irá para o abastecimento do Estado. Há um quinto reservatório no Estado, o da hidrelétrica de Lajes, que fica no rio Piraí, no município de mesmo nome no interior do Rio, que não foi concebido para armazenamento de água para consumo, mas que teria, segundo especialistas, água suficiente para abastecer a região metropolitana por 15 dias. A queda do nível dos reservatórios que compõe o sistema do Rio chama atenção. Há três meses, em novembro do ano passado, o nível do Paraibuna, o maior reservatório do sistema, e de Funil, o segundo maior e único dos quatro que fica em território fluminense, eram, respectivamente, seis e três vezes maiores que o registrado ontem. Na última sexta-feira, entrevistado para uma reportagem sobre o nível baixo do Paraibuna publicada no último sábado por esta Folha, o gerente de projeto da consultoria Cohidro, Celso Ávila, afirmou que usar o volume morto do reservatório seria adiar um problema, já que ele demoraria ainda mais para se recuperar. Em 16 de outubro, no meio da disputa eleitoral em que saiu vitorioso, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, afirmou que "se a seca continuar pelos próximos 30 dias, vamos ter problemas". Não choveu significativamente desde então. Procurado na última sexta-feira para comentar o assunto, não se pronunciou. A Folha questionou novamente o governador e até o momento não obteve resposta. Jorge Briard, presidente da Cedae, a empresa que cuida do abastecimento da região metropolitana e de outros 62 municípios do Estado, negou na última sexta que houvesse a necessidade de racionamento. A companhia, explicou, já trabalha com uma tarifa diferenciada para quem consome menos e colocou na rua uma campanha para uso consciente da água. Ele disse, contudo, que "se tivermos período ainda mais longo de estiagem, é provável que o volume morto do Paraibuna precise ser usado", mas ressaltou que a empresa não tem ingerência sobre isso. A Folha ainda não conseguiu contato com Briard para essa reportagem.
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Veridiana acerta em pizzas crocantes, mas desliza no serviço; veja avaliação
DE SÃO PAULO Um quê de sofisticação paira no casarão de 1903 onde fica instalada a matriz da pizzaria Veridiana, no bairro de Higienópolis -há outros dois endereços na cidade. Destaque para o forno a lenha, de estrutura majestosa. Dele, saem pizzas à moda de Nápoles, com massa média e coberturas como a que leva linguiça de javali e cebola. De sobremesa, prove a torta de nozes ou o petit gâteau. * Veridiana Informe-se sobre o local Jamie's Italian Informe-se sobre o local Lapin Informe-se sobre o local Brace Bar & Griglia Informe-se sobre o local Feijoada da Bia Informe-se sobre o local
saopaulo
Veridiana acerta em pizzas crocantes, mas desliza no serviço; veja avaliaçãoDE SÃO PAULO Um quê de sofisticação paira no casarão de 1903 onde fica instalada a matriz da pizzaria Veridiana, no bairro de Higienópolis -há outros dois endereços na cidade. Destaque para o forno a lenha, de estrutura majestosa. Dele, saem pizzas à moda de Nápoles, com massa média e coberturas como a que leva linguiça de javali e cebola. De sobremesa, prove a torta de nozes ou o petit gâteau. * Veridiana Informe-se sobre o local Jamie's Italian Informe-se sobre o local Lapin Informe-se sobre o local Brace Bar & Griglia Informe-se sobre o local Feijoada da Bia Informe-se sobre o local
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Parceiro de Hunter S. Thompson faz ilustrações para 'Breaking Bad'
As ilustrações do inglês Ralph Steadman, 79, casam bem com o universo do jornalista e escritor Hunter S. Thompson (1935-2007), tido como o criador do jornalismo gonzo: ambos são exagerados, excêntricos e carregam uma alta carga lisérgica. Agora, Steadman empresta seu traço para o universo da série "Breaking Bad": são dele os desenhos que aparecem na caixa de blu-rays sobre a série, divisor de águas da televisão americana que foi ao ar entre 2008 e 2013. Aqui, mais uma vez, uma espécie de "coincidência temática": a série relata como um professor de química (Bryan Cranston) se juntou a um ex-aluno, o junkie Jesse (Aaron Paul), para que juntos se firmassem como megatraficantes de metanfetamina no sudoeste dos Estados Unidos, entrando em choque com os cartéis mexicanos atuantes no local. "Eu nunca tinha ouvido falar da série. E, então, quando tomei conhecimento, tudo se encaixou", diz Steadman à Folha. "Assisti a todas as cinco temporadas em três semanas e tive de fato uma crise de abstinência quando terminei." Steadman, que ganhou fama pelas ilustrações dos livros de Thompson, contou também sobre a sua parceria com o jornalista. "Era difícil manter o ritmo. Os horários dele não eram humanos. Ele ficava acordado a noite toda enquanto tudo o que eu queria era acordar para tomar café da manhã, mas esse tipo de coisa nem sequer era ponderada!" Steadman, que já havia firmado alguma carreira desenhando caricaturas de política, viajou com Thompson no início dos anos 1970 para o Derby do Kentucky, tradicional corrida de cavalos daquele Estado americano. O traço de Steadman, diz o ilustrador, "deu forma às ideias mais abstratas" dos escritos de Thompson. "Thompson dizia: 'não gosto de trabalhar com os fotógrafos porque eles não se envolvem na história, mas Ralph se envolve." Em 1972, os dois se uniram novamente para produzir "Medo e Delírio em Las Vegas", um clássico do chamado jornalismo gonzo, estilo descompromissado com a objetividade jornalística e que preza pela narração em primeira pessoa. Para acompanhar esses textos, Steadman traça imagens de sujeitos esbugalhados, cheios de cigarro, drogas e álcool. "Thompson era a única pessoa que eu deveria ter conhecido quando fui para a América - e eu, felizmente, o conheci", diz o ilustrador. E onde Steadman acha que há vestígios do jornalismo gonzo? "Há uma tentativa em Louisville para recriá-lo aos dias de hoje. Mas acho que muitas das aspirações do jornalismo gonzo infiltram a obra de vários escritores. Ensinam o estilo por sua forma não convencional." BLU-RAY BREAKING BAD - A COLEÇÃO COMPLETA - STEELBOOK - EDIÇÃO LIMITADA DISTRIBUIDORA Sony CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA 16 anos QUANTO R$ 399
ilustrada
Parceiro de Hunter S. Thompson faz ilustrações para 'Breaking Bad'As ilustrações do inglês Ralph Steadman, 79, casam bem com o universo do jornalista e escritor Hunter S. Thompson (1935-2007), tido como o criador do jornalismo gonzo: ambos são exagerados, excêntricos e carregam uma alta carga lisérgica. Agora, Steadman empresta seu traço para o universo da série "Breaking Bad": são dele os desenhos que aparecem na caixa de blu-rays sobre a série, divisor de águas da televisão americana que foi ao ar entre 2008 e 2013. Aqui, mais uma vez, uma espécie de "coincidência temática": a série relata como um professor de química (Bryan Cranston) se juntou a um ex-aluno, o junkie Jesse (Aaron Paul), para que juntos se firmassem como megatraficantes de metanfetamina no sudoeste dos Estados Unidos, entrando em choque com os cartéis mexicanos atuantes no local. "Eu nunca tinha ouvido falar da série. E, então, quando tomei conhecimento, tudo se encaixou", diz Steadman à Folha. "Assisti a todas as cinco temporadas em três semanas e tive de fato uma crise de abstinência quando terminei." Steadman, que ganhou fama pelas ilustrações dos livros de Thompson, contou também sobre a sua parceria com o jornalista. "Era difícil manter o ritmo. Os horários dele não eram humanos. Ele ficava acordado a noite toda enquanto tudo o que eu queria era acordar para tomar café da manhã, mas esse tipo de coisa nem sequer era ponderada!" Steadman, que já havia firmado alguma carreira desenhando caricaturas de política, viajou com Thompson no início dos anos 1970 para o Derby do Kentucky, tradicional corrida de cavalos daquele Estado americano. O traço de Steadman, diz o ilustrador, "deu forma às ideias mais abstratas" dos escritos de Thompson. "Thompson dizia: 'não gosto de trabalhar com os fotógrafos porque eles não se envolvem na história, mas Ralph se envolve." Em 1972, os dois se uniram novamente para produzir "Medo e Delírio em Las Vegas", um clássico do chamado jornalismo gonzo, estilo descompromissado com a objetividade jornalística e que preza pela narração em primeira pessoa. Para acompanhar esses textos, Steadman traça imagens de sujeitos esbugalhados, cheios de cigarro, drogas e álcool. "Thompson era a única pessoa que eu deveria ter conhecido quando fui para a América - e eu, felizmente, o conheci", diz o ilustrador. E onde Steadman acha que há vestígios do jornalismo gonzo? "Há uma tentativa em Louisville para recriá-lo aos dias de hoje. Mas acho que muitas das aspirações do jornalismo gonzo infiltram a obra de vários escritores. Ensinam o estilo por sua forma não convencional." BLU-RAY BREAKING BAD - A COLEÇÃO COMPLETA - STEELBOOK - EDIÇÃO LIMITADA DISTRIBUIDORA Sony CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA 16 anos QUANTO R$ 399
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Novo ensino médio é uma agenda do país
A velocidade com que o debate do novo ensino médio tomou as ruas -com especialistas, professores, alunos e pais discutindo o assunto- comprova que essa é uma agenda da sociedade. Se é uma pauta urgente do país, por que não estava na prioridade das reformas? Porque a coragem e a decisão política do presidente Michel Temer eram necessárias para levar adiante a mudança que a juventude deseja e precisa. A reforma do ensino médio não podia mais esperar. Adiá-la comprometeria uma geração de jovens, enredada em um sistema de baixa qualidade, com os piores resultados de aprendizagem da educação básica. Há consenso de que o modelo atual não desperta no aluno o interesse pela escola. Seja pela defasagem entre o ensino e a realidade cotidiana, seja pela falta de perspectiva de futuro ou pelo excesso de disciplinas. Dos jovens de 17 anos que deveriam estar no terceiro ano do ensino médio, 25% estão fora da escola. Ou seja, nessa idade 1 milhão de estudantes ficam no meio do caminho. Esse debate é antigo e está amadurecido. Começou com as discussões das Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio (1998), seguiu com a mudança do Fundef para o Fundeb (2007), com o primeiro seminário do Conselho Nacional de Secretários de Educação (2010) e prosseguiu até se definir a diversificação e flexibilização para melhorar a qualidade pelo Plano Nacional de Educação (2014). Ou seja, afirmar que medida provisória (MP) não tem debate é falácia. A medida não é decreto. Trata-se de uma proposição legislativa que tem eficácia imediata, mas é discutida, recebe emendas, pode ser alterada totalmente e até rejeitada no Congresso. Essa MP recebeu 568 emendas. Há quase quatro anos tramita um projeto sobre o assunto, sem conseguir furar a fila de votações, tomada por temas econômicos. Enquanto não entra na pauta, o país acumula o segundo Ideb consecutivo desde 2011 sem atingir as metas para a educação de nível médio no Brasil. Os alunos hoje sabem menos português e matemática do que em 1997. Os principais países do mundo oferecem itinerários formativos diversos e respeitam o protagonismo do jovem. É inaceitável que o Brasil, oitava economia do mundo, conviva com 1,7 milhão de jovens entre 17 e 19 anos que nem estudam e nem trabalham, que vivem como invisíveis. Muitos estão em situação de vulnerabilidade, sendo atraídos pela criminalidade e pelas drogas. O novo ensino médio permite ao estudante escolher áreas de conhecimento de acordo com sua vocação e projeto de vida. Possibilita, também, que opte pela formação técnica. Outra parte do ciclo será comum a todos pela base curricular. O jovem vai projetar seu futuro, seja no ensino superior, seja no técnico profissional. Nessa mudança, o professor é fundamental. O Ministério da Educação investiu mais de R$ 1,5 bilhão em formação com programas pouco focados e resultados insatisfatórios. Vamos discutir com Estados, municípios e universidade uma política que valorize a capacitação do magistério. Ao mesmo tempo, criamos uma política de indução de escolas em tempo integral, investindo R$ 1,5 bilhão. Esperamos pular de 380 mil para 900 mil alunos até 2018. Se os próximos governos adotarem essa política, em pouco mais de dez anos alcançaremos a meta do Plano Nacional de Educação de 25% das vagas de ensino médio em tempo integral até 2024. Educação não pode ter cor partidária. Deve-se discutir a reforma que interessa ao país e ao jovem. Não existe solução mágica, mas a educação no Brasil precisa avançar. O primeiro passo foi dado. JOSÉ MENDONÇA BEZERRA FILHO é ministro da Educação. Foi deputado federal e governador de Pernambuco (2006-2007) pelo PFL, atual DEM PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br
opiniao
Novo ensino médio é uma agenda do paísA velocidade com que o debate do novo ensino médio tomou as ruas -com especialistas, professores, alunos e pais discutindo o assunto- comprova que essa é uma agenda da sociedade. Se é uma pauta urgente do país, por que não estava na prioridade das reformas? Porque a coragem e a decisão política do presidente Michel Temer eram necessárias para levar adiante a mudança que a juventude deseja e precisa. A reforma do ensino médio não podia mais esperar. Adiá-la comprometeria uma geração de jovens, enredada em um sistema de baixa qualidade, com os piores resultados de aprendizagem da educação básica. Há consenso de que o modelo atual não desperta no aluno o interesse pela escola. Seja pela defasagem entre o ensino e a realidade cotidiana, seja pela falta de perspectiva de futuro ou pelo excesso de disciplinas. Dos jovens de 17 anos que deveriam estar no terceiro ano do ensino médio, 25% estão fora da escola. Ou seja, nessa idade 1 milhão de estudantes ficam no meio do caminho. Esse debate é antigo e está amadurecido. Começou com as discussões das Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio (1998), seguiu com a mudança do Fundef para o Fundeb (2007), com o primeiro seminário do Conselho Nacional de Secretários de Educação (2010) e prosseguiu até se definir a diversificação e flexibilização para melhorar a qualidade pelo Plano Nacional de Educação (2014). Ou seja, afirmar que medida provisória (MP) não tem debate é falácia. A medida não é decreto. Trata-se de uma proposição legislativa que tem eficácia imediata, mas é discutida, recebe emendas, pode ser alterada totalmente e até rejeitada no Congresso. Essa MP recebeu 568 emendas. Há quase quatro anos tramita um projeto sobre o assunto, sem conseguir furar a fila de votações, tomada por temas econômicos. Enquanto não entra na pauta, o país acumula o segundo Ideb consecutivo desde 2011 sem atingir as metas para a educação de nível médio no Brasil. Os alunos hoje sabem menos português e matemática do que em 1997. Os principais países do mundo oferecem itinerários formativos diversos e respeitam o protagonismo do jovem. É inaceitável que o Brasil, oitava economia do mundo, conviva com 1,7 milhão de jovens entre 17 e 19 anos que nem estudam e nem trabalham, que vivem como invisíveis. Muitos estão em situação de vulnerabilidade, sendo atraídos pela criminalidade e pelas drogas. O novo ensino médio permite ao estudante escolher áreas de conhecimento de acordo com sua vocação e projeto de vida. Possibilita, também, que opte pela formação técnica. Outra parte do ciclo será comum a todos pela base curricular. O jovem vai projetar seu futuro, seja no ensino superior, seja no técnico profissional. Nessa mudança, o professor é fundamental. O Ministério da Educação investiu mais de R$ 1,5 bilhão em formação com programas pouco focados e resultados insatisfatórios. Vamos discutir com Estados, municípios e universidade uma política que valorize a capacitação do magistério. Ao mesmo tempo, criamos uma política de indução de escolas em tempo integral, investindo R$ 1,5 bilhão. Esperamos pular de 380 mil para 900 mil alunos até 2018. Se os próximos governos adotarem essa política, em pouco mais de dez anos alcançaremos a meta do Plano Nacional de Educação de 25% das vagas de ensino médio em tempo integral até 2024. Educação não pode ter cor partidária. Deve-se discutir a reforma que interessa ao país e ao jovem. Não existe solução mágica, mas a educação no Brasil precisa avançar. O primeiro passo foi dado. JOSÉ MENDONÇA BEZERRA FILHO é ministro da Educação. Foi deputado federal e governador de Pernambuco (2006-2007) pelo PFL, atual DEM PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br
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Sátira de Banksy sobre espionagem é retirada de parede na Inglaterra
Um dos mais famosos murais de Banksy, uma sátira sobre a espionagem britânica, foi removido de seu local e teme-se que a obra tenha sido destruída. Intitulada "Spy Booth" ("cabine de espionagem", em tradução livre), a pintura surgiu na parede de uma casa na cidade de Cheltenham, na Inglaterra, em abril de 2014, alguns meses após virem à tona as revelações de Edward Snowden sobre grampos telefônicos realizados ilegalmente pelos próprios governos de alguns países. Ele mostra três agentes do governo em casacos marrons e chapéus de feltro escutando conversas em uma cabine telefônica encostada no local. De acordo com o "The Guardian", a casa onde o mural foi pintado fica perto do centro de operações de vigilância do governo britânico. Segundo apurou o jornal britânico, a propriedade foi posta à venda em janeiro pelo valor de 210 mil libras (cerca de R$ 900 mil) e o anúncio esclarecia que uma reforma seria necessária, sendo este o motivo mais plausível para a retirada do grafiti. Em fevereiro de 2015, o Conselho Municipal de Cheltenham concedeu uma permissão de planeamento retrospectiva, o que quer dizer que o mural não poderia ter sido removido sem autorização da cúpula da cidade. Steve Jordan, líder do conselho, disse à BBC estar ciente de que estavam sendo efetuados reparos no gesso da casa, mas que não sabia do desaparecimento do mural. "A obra é protegida por lei. Vou analisar a situação, certamente", afirmou.
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Sátira de Banksy sobre espionagem é retirada de parede na InglaterraUm dos mais famosos murais de Banksy, uma sátira sobre a espionagem britânica, foi removido de seu local e teme-se que a obra tenha sido destruída. Intitulada "Spy Booth" ("cabine de espionagem", em tradução livre), a pintura surgiu na parede de uma casa na cidade de Cheltenham, na Inglaterra, em abril de 2014, alguns meses após virem à tona as revelações de Edward Snowden sobre grampos telefônicos realizados ilegalmente pelos próprios governos de alguns países. Ele mostra três agentes do governo em casacos marrons e chapéus de feltro escutando conversas em uma cabine telefônica encostada no local. De acordo com o "The Guardian", a casa onde o mural foi pintado fica perto do centro de operações de vigilância do governo britânico. Segundo apurou o jornal britânico, a propriedade foi posta à venda em janeiro pelo valor de 210 mil libras (cerca de R$ 900 mil) e o anúncio esclarecia que uma reforma seria necessária, sendo este o motivo mais plausível para a retirada do grafiti. Em fevereiro de 2015, o Conselho Municipal de Cheltenham concedeu uma permissão de planeamento retrospectiva, o que quer dizer que o mural não poderia ter sido removido sem autorização da cúpula da cidade. Steve Jordan, líder do conselho, disse à BBC estar ciente de que estavam sendo efetuados reparos no gesso da casa, mas que não sabia do desaparecimento do mural. "A obra é protegida por lei. Vou analisar a situação, certamente", afirmou.
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Madrugada pré-votação tem troca de agressões entre deputados
As horas que antecederam a votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff ficarão marcadas pelo acirramento dos discurso na tribuna e por discussões e troca de agressões entre deputados no plenário. Durante a madrugada deste domingo, em duas ocasiões a bancada do deixa disso evitou que parlamentares da base aliada e da oposição abandonassem a batalha verbal rumo às vias de fato. Vitor Valim (PSDB-CE) e Sibá Machado (PT-AC) protagonizaram o momento mais tenso, por volta de 1h. Em seu pronunciamento, o tucano chamou os petistas de "bandidos". Sibá o esperou descer da tribuna para tomar satisfações. Valim não gostou da abordagem e empurrou o colega, dando início à confusão. Outros parlamentares intervieram e seguraram o tucano para impedir o agravamento do embate. "O Sibá bateu no meu peito e disse que, se eu continuasse no plenário, iria me pegar. Vai fazer o que comigo? Um bandido desse, de um partido desse ainda vem ameaçar os outros? Eu o empurrei, respondi à altura", afirmou Valim. O petista confirmou ter ido ao encontro de tucano, em suas palavras, para avisá-lo de que iria "lhe dar um pau", quando pegasse o microfone. "Eu perguntei: 'Você vai estar aqui quando eu falar? Vou rebater, vou lhe dar um pau. O que isso, o cara nos chamar de safados, bandidos, de tudo?", justificou Sibá Machado. PSOL X PSDB Duas horas antes, foi a vez de Glauber Braga (PSOL-RJ) ser contido por colegas e pela Polícia Legislativa durante bate-boca com o deputado Rocha (PSDB-AC). Braga também havia acabado de discursar, quando pediu respeito a Rocha e criticou os que tentaram interrompê-lo. Com o plenário dividido, Braga passou a acompanhar os pronunciamentos na área em que está concentrada a oposição. Um dos parlamentares anti-governo disse que ele deveria se juntar ao grupo contrário ao impeachment. Irritado, Glauber Braga partiu em direção a Rocha: "Eu vou permanecer onde bem entender. Alguém vai me tirar daqui? Não vai", afirmou. Um policial legislativo se posicionou entre os dois. Outros deputados, principalmente da oposição, seguraram o parlamentar do PSOL, até que ele se acalmasse e saísse do plenário. Depois do ocorrido, Braga deu sua versão da confusão: "Eu fui falar com eles com polidez e educação, e eles se juntaram para tentarem me tirar dali", contou. Já Rocha argumentou que a batalha ocorrerá no domingo, quando a Câmara decidirá se afasta ou não Dilma da presidência. "Não tem porrada, não. Aqui é no voto que nós vamos ganhar", provocou o tucano.
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Madrugada pré-votação tem troca de agressões entre deputadosAs horas que antecederam a votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff ficarão marcadas pelo acirramento dos discurso na tribuna e por discussões e troca de agressões entre deputados no plenário. Durante a madrugada deste domingo, em duas ocasiões a bancada do deixa disso evitou que parlamentares da base aliada e da oposição abandonassem a batalha verbal rumo às vias de fato. Vitor Valim (PSDB-CE) e Sibá Machado (PT-AC) protagonizaram o momento mais tenso, por volta de 1h. Em seu pronunciamento, o tucano chamou os petistas de "bandidos". Sibá o esperou descer da tribuna para tomar satisfações. Valim não gostou da abordagem e empurrou o colega, dando início à confusão. Outros parlamentares intervieram e seguraram o tucano para impedir o agravamento do embate. "O Sibá bateu no meu peito e disse que, se eu continuasse no plenário, iria me pegar. Vai fazer o que comigo? Um bandido desse, de um partido desse ainda vem ameaçar os outros? Eu o empurrei, respondi à altura", afirmou Valim. O petista confirmou ter ido ao encontro de tucano, em suas palavras, para avisá-lo de que iria "lhe dar um pau", quando pegasse o microfone. "Eu perguntei: 'Você vai estar aqui quando eu falar? Vou rebater, vou lhe dar um pau. O que isso, o cara nos chamar de safados, bandidos, de tudo?", justificou Sibá Machado. PSOL X PSDB Duas horas antes, foi a vez de Glauber Braga (PSOL-RJ) ser contido por colegas e pela Polícia Legislativa durante bate-boca com o deputado Rocha (PSDB-AC). Braga também havia acabado de discursar, quando pediu respeito a Rocha e criticou os que tentaram interrompê-lo. Com o plenário dividido, Braga passou a acompanhar os pronunciamentos na área em que está concentrada a oposição. Um dos parlamentares anti-governo disse que ele deveria se juntar ao grupo contrário ao impeachment. Irritado, Glauber Braga partiu em direção a Rocha: "Eu vou permanecer onde bem entender. Alguém vai me tirar daqui? Não vai", afirmou. Um policial legislativo se posicionou entre os dois. Outros deputados, principalmente da oposição, seguraram o parlamentar do PSOL, até que ele se acalmasse e saísse do plenário. Depois do ocorrido, Braga deu sua versão da confusão: "Eu fui falar com eles com polidez e educação, e eles se juntaram para tentarem me tirar dali", contou. Já Rocha argumentou que a batalha ocorrerá no domingo, quando a Câmara decidirá se afasta ou não Dilma da presidência. "Não tem porrada, não. Aqui é no voto que nós vamos ganhar", provocou o tucano.
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EUA e UE ameaçam impor sanções a Maduro se Constituinte for mantida
EUA e União Europeia ameaçaram nesta segunda (17) impor sanções contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, caso ele mantenha a convocação de uma Constituinte. O ultimato veio um dia após milhões de pessoas rejeitarem a convocatória em plebiscito sem valor legal organizado pela oposição. O chavista, porém, deu sinais de que não pretende recuar. Voltou a acusar os estrangeiros de ingerência no país —mesmo argumento usado para rebater as condenações pela violência nos protestos contra ele, que somam 96 mortos em 108 dias. A Casa Branca disse que tomará "ações econômicas fortes e rápidas" contra Caracas se a votação for mantida. "Os EUA não ficarão parados enquanto a Venezuela desmorona", diz o comunicado, que reitera o chamado de eleições "livres e justas" para "transformar o país em uma "democracia próspera e plena". A chefe da diplomacia da União Europeia, Federica Mogherini, disse que o bloco pode aplicar sanções contra o país se Maduro mantiver a eleição do próximo dia 30. "Convocar essa Assembleia Constituinte corre o risco de polarizar mais o país e de aumentar a confrontação." A punição é solicitada pela Espanha, que, junto com a Alemanha, pediu que Maduro repense a decisão de manter a eleição da Constituinte. Os cumprimentos aos participantes do plebiscito também vieram de desafetos regionais do chavismo, como o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, e a Argentina. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores brasileiro considerou o alto comparecimento "uma mostra inequívoca da vontade" dos venezuelanos de restaurarem o Estado de Direito e pediu o cancelamento da votação. As reações começaram horas após a divulgação dos resultados da consulta que, segundo a comissão organizadora, teve 7.186.170 votos, o equivalente a 36% do eleitorado e metade dos votantes na eleição parlamentar de 2015, vencida pela oposição. Ainda no fim da tarde do domingo, o instituto de pesquisa ORC, independente, divulgou uma boca de urna em que estimava 4 milhões de participantes. Naturalmente, chavistas não compareceram. Maduro reiterou a posição de que a troca da Constituição "consolida a independência e a soberania" do país e atacou a reação estrangeira, pondo Mogherini como alvo. "A Venezuela é um país livre e soberano e ninguém nos dá ordens! Federica, você se enganou. A Venezuela não é colônia da União Europeia!" Até o momento ele não comentou as declarações de Trump. PROTESTOS Nesta segunda, a coalizão opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD) anunciou uma agenda de medidas da "hora zero", como chama a resposta aos participantes do plebiscito que convocou. O vice-presidente da Assembleia Nacional, Freddy Guevara, convocou os votantes a registrarem na quarta (19) a intenção de convocar um governo de união e a uma greve geral na quinta (20). Enquanto isso, o governo manteve a campanha para desestimar o plebiscito. Um dos principais líderes chavistas, Jorge Rodríguez acusou a oposição de ter triplicado o número de votantes e a atacou por fazer a consulta sem a relação oficial de eleitores. "Eles nem sabiam quem tinha direito a votar. Votaram crianças de dez anos, brasileiros, americanos", disse. O Conselho Nacional Eleitoral não forneceu as atas à MUD. * ENTENDA O PLEBISCITO Qual o valor legal do plebiscito da oposição a Maduro? Nenhum. Ele não foi aprovado pelo Conselho Nacional Eleitoral e não tem validade Por que promovê-lo? A votação foi um gesto de protesto contra a convocação de uma Constituinte por Maduro com cotas para chavistas Qual a consequência? A participação expressiva aumenta a pressão sobre Maduro e dá munição a governos estrangeiros para pedirem que ele desista da Constituinte Quantos votaram? A oposição fala em 7,2 milhões de votantes de um universo de 20 milhões; um instituto de pesquisa estimou 4 milhões. 98% dos votos foram contra a Constituinte –os chavistas não foram às urnas Houve auditoria? Uma universidade e cinco ex-presidentes latino-americanos monitoraram a votação, mas sem haver lista de eleitores –o pleito não é oficial– é impossível verificar os números
mundo
EUA e UE ameaçam impor sanções a Maduro se Constituinte for mantidaEUA e União Europeia ameaçaram nesta segunda (17) impor sanções contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, caso ele mantenha a convocação de uma Constituinte. O ultimato veio um dia após milhões de pessoas rejeitarem a convocatória em plebiscito sem valor legal organizado pela oposição. O chavista, porém, deu sinais de que não pretende recuar. Voltou a acusar os estrangeiros de ingerência no país —mesmo argumento usado para rebater as condenações pela violência nos protestos contra ele, que somam 96 mortos em 108 dias. A Casa Branca disse que tomará "ações econômicas fortes e rápidas" contra Caracas se a votação for mantida. "Os EUA não ficarão parados enquanto a Venezuela desmorona", diz o comunicado, que reitera o chamado de eleições "livres e justas" para "transformar o país em uma "democracia próspera e plena". A chefe da diplomacia da União Europeia, Federica Mogherini, disse que o bloco pode aplicar sanções contra o país se Maduro mantiver a eleição do próximo dia 30. "Convocar essa Assembleia Constituinte corre o risco de polarizar mais o país e de aumentar a confrontação." A punição é solicitada pela Espanha, que, junto com a Alemanha, pediu que Maduro repense a decisão de manter a eleição da Constituinte. Os cumprimentos aos participantes do plebiscito também vieram de desafetos regionais do chavismo, como o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, e a Argentina. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores brasileiro considerou o alto comparecimento "uma mostra inequívoca da vontade" dos venezuelanos de restaurarem o Estado de Direito e pediu o cancelamento da votação. As reações começaram horas após a divulgação dos resultados da consulta que, segundo a comissão organizadora, teve 7.186.170 votos, o equivalente a 36% do eleitorado e metade dos votantes na eleição parlamentar de 2015, vencida pela oposição. Ainda no fim da tarde do domingo, o instituto de pesquisa ORC, independente, divulgou uma boca de urna em que estimava 4 milhões de participantes. Naturalmente, chavistas não compareceram. Maduro reiterou a posição de que a troca da Constituição "consolida a independência e a soberania" do país e atacou a reação estrangeira, pondo Mogherini como alvo. "A Venezuela é um país livre e soberano e ninguém nos dá ordens! Federica, você se enganou. A Venezuela não é colônia da União Europeia!" Até o momento ele não comentou as declarações de Trump. PROTESTOS Nesta segunda, a coalizão opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD) anunciou uma agenda de medidas da "hora zero", como chama a resposta aos participantes do plebiscito que convocou. O vice-presidente da Assembleia Nacional, Freddy Guevara, convocou os votantes a registrarem na quarta (19) a intenção de convocar um governo de união e a uma greve geral na quinta (20). Enquanto isso, o governo manteve a campanha para desestimar o plebiscito. Um dos principais líderes chavistas, Jorge Rodríguez acusou a oposição de ter triplicado o número de votantes e a atacou por fazer a consulta sem a relação oficial de eleitores. "Eles nem sabiam quem tinha direito a votar. Votaram crianças de dez anos, brasileiros, americanos", disse. O Conselho Nacional Eleitoral não forneceu as atas à MUD. * ENTENDA O PLEBISCITO Qual o valor legal do plebiscito da oposição a Maduro? Nenhum. Ele não foi aprovado pelo Conselho Nacional Eleitoral e não tem validade Por que promovê-lo? A votação foi um gesto de protesto contra a convocação de uma Constituinte por Maduro com cotas para chavistas Qual a consequência? A participação expressiva aumenta a pressão sobre Maduro e dá munição a governos estrangeiros para pedirem que ele desista da Constituinte Quantos votaram? A oposição fala em 7,2 milhões de votantes de um universo de 20 milhões; um instituto de pesquisa estimou 4 milhões. 98% dos votos foram contra a Constituinte –os chavistas não foram às urnas Houve auditoria? Uma universidade e cinco ex-presidentes latino-americanos monitoraram a votação, mas sem haver lista de eleitores –o pleito não é oficial– é impossível verificar os números
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Nova primeira-ministra britânica parece mais Merkel do que Thatcher
Momentos após a confirmação de Theresa May como a próxima primeira-ministra do Reino Unido, tabloides e piadas em Londres a comparavam com a "dama de ferro" dos anos 80, Margaret Thatcher. Mas quem tiver um olhar mais atento verá que há mais coisas em comum com a mulher mais poderosa da Europa hoje: a "chanceler de ferro" da Alemanha, Angela Merkel. Ambas têm um histórico de pragmatismo cauteloso. Merkel é conhecida por ficar em cima do muro sobre várias questões, à espera do surgimento de um consenso antes de se comprometer com qualquer que seja o lado com maior probabilidade de funcionar. May demonstrou sua própria compreensão das táticas da paciência, ao optar por ficar à margem politicamente, durante o nocivo referendo britânico sobre a adesão à União Europeia —ela ficou no meio, aparentemente o melhor lugar para assumir o comando de um Partido Conservador dividido na sequência da renúncia de David Cameron. "Muitas vezes as pessoas afirmam que não dá para você dizer o que Merkel pensa sobre determinada questão até o último momento, e talvez nem mesmo nesse momento. May parece ser igualmente inescrutável. Ela espera a melhor hora", disse Hans Kundnani, que vive em Londres e é analista de política externa do think tank German Marshall Fund. "Todo mundo parece querer comparar as líderes mulheres com Thatcher. Mesmo quando Merkel surgiu, ela foi comparada com Thatcher também. Mas, na verdade, Merkel é a anti-Thatcher", disse Kundnani. "Thatcher era muito apaixonada, com crenças fortes, e lutou por elas. Ela era uma política polêmica, enquanto Merkel é o oposto. Até agora, com base no que sabemos de May, parece haver mais Merkel do que Maggie nela." Os meios de comunicação alemães exploraram como May, 59, pode chegar a ter um intenso relacionamento de trabalho com Merkel, 61, líder da Alemanha desde 2005, ao citar semelhanças quanto a essência e estilo, de antecedentes familiares a hobbies. "Quanto há de Merkel na sra. Brexit?", indagou na edição online da terça-feira o tabloide alemão "Bild", que mencionou paralelos entre as líderes e a esperança de que elas possam desenvolver um vínculo que limite o dano político para a Europa, enquanto o Reino Unido negocia uma saída lenta da União Europeia de 28 países. As duas cresceram no interior, em lares de devoção cristã: May, em uma cidade perto de Oxford, onde seu pai era vigário da Igreja Anglicana; Merkel, em uma cidade ao norte de Berlim, onde seu pai era pastor luterano. Ambas gostam de relaxar na cozinha e cozinham para seus maridos, arredios às câmeras. May diz que tem mais de 100 livros de receitas à mão, que consulta com seu marido Philip, banqueiro de investimentos, enquanto Merkel disse haver acostumado mal seu marido, Joachim Sauer, com bolo de frutas caseiro. Nenhuma das duas tem filhos, uma questão que se mostrou estranhamente decisiva para a rápida confirmação de May como líder britânica. Sua principal rival para a liderança, Andrea Leadsom, renunciou praticamente um dia depois de sugerir, de forma desastrada, que seria uma melhor líder porque ela, ao contrário de May, era mãe. Tanto Merkel como May preferem vestimentas sóbrias, com uma fraqueza, compartilhada, pelos colares de contas grandes e pelas cores menta e turquesa. Os paralelos da moda terminam definitivamente em seus pés, que May notoriamente adorna com uma variedade de calçados caros. A coleção de sapatos de May é tão representativa da sua imagem, por outro lado sóbria, que o jornal alemão "Die Welt", em uma reportagem sobre a nova líder britânica, publicou uma foto de primeira página dos seus pés em sapatos de salto com estampa de leopardo, ao lado do título "Os sapatos do poder". Possivelmente, o maior problema agora é saber se May se tornará, como primeira-ministra, uma centrista que busca o consenso, como Merkel, ou se fará uma guinada à direita, em direção aos legisladores mais expressivamente antieuropeus do seu Partido Conservador. Enquanto Thatcher era famosa pela rigidez —"Esta senhora não muda de opinião", ela disse uma vez, zombando de outros legisladores dispostos a acordos—, May destacou a necessidade de os conservadores analisarem de forma crítica sua imagem de indiferença e de chegarem aos pobres e marginalizados. "Sob a minha liderança, o Partido Conservador irá se colocar —completamente, absolutamente, inequivocamente— a serviço dos trabalhadores comuns", ela disse na segunda-feira, horas antes de se tornar oficialmente designada para primeira-ministra. May passou os últimos seis anos trabalhando como ministra do Interior de Cameron, o cargo mais alto em termos de cumprimento da lei e manutenção da ordem pública para a Inglaterra e o País de Gales, o primeiro cinco deles em coalizão com o Partido Liberal Democrata de esquerda. Merkel governou duas vezes com rivais de esquerda, e moveu seus democratas cristãos conservadores para o centro de forma implacável. Merkel afastou a Alemanha da dependência de energia nuclear, descartou o recrutamento militar e aumentou o apoio a mães trabalhadoras. IMIGRAÇÃO As duas líderes trilharam caminhos totalmente diferentes em relação à questão que mais alimentou o sentimento anti-Europa no Reino Unido: imigração. Merkel foi vista como a inspiradora de um engarrafamento de refugiados na Europa com a promessa de 2015 de dar abrigo ilimitado a refugiados de guerra, uma posição que ela foi forçada a moderar, já que a capacidade da Alemanha para absorver os recém-chegados foi levada ao limite. May, pelo contrário, vem sendo consistentemente firme na busca por reduzir a imigração para o Reino Unido —embora, em seu papel de liderança emergente, tenha advertido que a imigração poderia aumentar vertiginosamente antes de o Reino Unido sair da UE. E, nessa questão chave, aqueles que comparam May e Merkel veem sinais de que as negociações do Reino Unido com a UE podem terminar sendo de longo prazo, com May já comprometida a não invocar o artigo do tratado que formalmente dá início às negociações de saída até 2017. No discurso de segunda-feira, May prometeu que "´Brexit` significa ´Brexit`" —mas não deu sinais sobre o tipo de saída que ela realmente imagina que acontecerá, ou quando. Alguns esperam que May possa chegar a comandar a arte da virada política, de forma parecida a Merkel, que mudou de rumo quando os acontecimentos e as necessidades da coalizão assim exigiram. Kundnani disse suspeitar que May gostaria de minimizar a desconexão do Reino Unido em relação à economia sem fronteiras da UE, mas que poderia se encontrar com um espaço de manobra particularmente pequeno dentro das fileiras conservadoras, porque ela, ao contrário da maioria dos seus rivais de liderança derrotados, apoiou o lado da "permanência" no referendo. "Ela tem que ser mais dura para provar suas credenciais em relação à opção pela ´saída`", disse ele. "Ela pode, de forma privada, preferir outro caminho, mas a pressão sobre ela para não recuar na votação do ´Brexit` será maior." Tradução de DENISE MOTA
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Nova primeira-ministra britânica parece mais Merkel do que ThatcherMomentos após a confirmação de Theresa May como a próxima primeira-ministra do Reino Unido, tabloides e piadas em Londres a comparavam com a "dama de ferro" dos anos 80, Margaret Thatcher. Mas quem tiver um olhar mais atento verá que há mais coisas em comum com a mulher mais poderosa da Europa hoje: a "chanceler de ferro" da Alemanha, Angela Merkel. Ambas têm um histórico de pragmatismo cauteloso. Merkel é conhecida por ficar em cima do muro sobre várias questões, à espera do surgimento de um consenso antes de se comprometer com qualquer que seja o lado com maior probabilidade de funcionar. May demonstrou sua própria compreensão das táticas da paciência, ao optar por ficar à margem politicamente, durante o nocivo referendo britânico sobre a adesão à União Europeia —ela ficou no meio, aparentemente o melhor lugar para assumir o comando de um Partido Conservador dividido na sequência da renúncia de David Cameron. "Muitas vezes as pessoas afirmam que não dá para você dizer o que Merkel pensa sobre determinada questão até o último momento, e talvez nem mesmo nesse momento. May parece ser igualmente inescrutável. Ela espera a melhor hora", disse Hans Kundnani, que vive em Londres e é analista de política externa do think tank German Marshall Fund. "Todo mundo parece querer comparar as líderes mulheres com Thatcher. Mesmo quando Merkel surgiu, ela foi comparada com Thatcher também. Mas, na verdade, Merkel é a anti-Thatcher", disse Kundnani. "Thatcher era muito apaixonada, com crenças fortes, e lutou por elas. Ela era uma política polêmica, enquanto Merkel é o oposto. Até agora, com base no que sabemos de May, parece haver mais Merkel do que Maggie nela." Os meios de comunicação alemães exploraram como May, 59, pode chegar a ter um intenso relacionamento de trabalho com Merkel, 61, líder da Alemanha desde 2005, ao citar semelhanças quanto a essência e estilo, de antecedentes familiares a hobbies. "Quanto há de Merkel na sra. Brexit?", indagou na edição online da terça-feira o tabloide alemão "Bild", que mencionou paralelos entre as líderes e a esperança de que elas possam desenvolver um vínculo que limite o dano político para a Europa, enquanto o Reino Unido negocia uma saída lenta da União Europeia de 28 países. As duas cresceram no interior, em lares de devoção cristã: May, em uma cidade perto de Oxford, onde seu pai era vigário da Igreja Anglicana; Merkel, em uma cidade ao norte de Berlim, onde seu pai era pastor luterano. Ambas gostam de relaxar na cozinha e cozinham para seus maridos, arredios às câmeras. May diz que tem mais de 100 livros de receitas à mão, que consulta com seu marido Philip, banqueiro de investimentos, enquanto Merkel disse haver acostumado mal seu marido, Joachim Sauer, com bolo de frutas caseiro. Nenhuma das duas tem filhos, uma questão que se mostrou estranhamente decisiva para a rápida confirmação de May como líder britânica. Sua principal rival para a liderança, Andrea Leadsom, renunciou praticamente um dia depois de sugerir, de forma desastrada, que seria uma melhor líder porque ela, ao contrário de May, era mãe. Tanto Merkel como May preferem vestimentas sóbrias, com uma fraqueza, compartilhada, pelos colares de contas grandes e pelas cores menta e turquesa. Os paralelos da moda terminam definitivamente em seus pés, que May notoriamente adorna com uma variedade de calçados caros. A coleção de sapatos de May é tão representativa da sua imagem, por outro lado sóbria, que o jornal alemão "Die Welt", em uma reportagem sobre a nova líder britânica, publicou uma foto de primeira página dos seus pés em sapatos de salto com estampa de leopardo, ao lado do título "Os sapatos do poder". Possivelmente, o maior problema agora é saber se May se tornará, como primeira-ministra, uma centrista que busca o consenso, como Merkel, ou se fará uma guinada à direita, em direção aos legisladores mais expressivamente antieuropeus do seu Partido Conservador. Enquanto Thatcher era famosa pela rigidez —"Esta senhora não muda de opinião", ela disse uma vez, zombando de outros legisladores dispostos a acordos—, May destacou a necessidade de os conservadores analisarem de forma crítica sua imagem de indiferença e de chegarem aos pobres e marginalizados. "Sob a minha liderança, o Partido Conservador irá se colocar —completamente, absolutamente, inequivocamente— a serviço dos trabalhadores comuns", ela disse na segunda-feira, horas antes de se tornar oficialmente designada para primeira-ministra. May passou os últimos seis anos trabalhando como ministra do Interior de Cameron, o cargo mais alto em termos de cumprimento da lei e manutenção da ordem pública para a Inglaterra e o País de Gales, o primeiro cinco deles em coalizão com o Partido Liberal Democrata de esquerda. Merkel governou duas vezes com rivais de esquerda, e moveu seus democratas cristãos conservadores para o centro de forma implacável. Merkel afastou a Alemanha da dependência de energia nuclear, descartou o recrutamento militar e aumentou o apoio a mães trabalhadoras. IMIGRAÇÃO As duas líderes trilharam caminhos totalmente diferentes em relação à questão que mais alimentou o sentimento anti-Europa no Reino Unido: imigração. Merkel foi vista como a inspiradora de um engarrafamento de refugiados na Europa com a promessa de 2015 de dar abrigo ilimitado a refugiados de guerra, uma posição que ela foi forçada a moderar, já que a capacidade da Alemanha para absorver os recém-chegados foi levada ao limite. May, pelo contrário, vem sendo consistentemente firme na busca por reduzir a imigração para o Reino Unido —embora, em seu papel de liderança emergente, tenha advertido que a imigração poderia aumentar vertiginosamente antes de o Reino Unido sair da UE. E, nessa questão chave, aqueles que comparam May e Merkel veem sinais de que as negociações do Reino Unido com a UE podem terminar sendo de longo prazo, com May já comprometida a não invocar o artigo do tratado que formalmente dá início às negociações de saída até 2017. No discurso de segunda-feira, May prometeu que "´Brexit` significa ´Brexit`" —mas não deu sinais sobre o tipo de saída que ela realmente imagina que acontecerá, ou quando. Alguns esperam que May possa chegar a comandar a arte da virada política, de forma parecida a Merkel, que mudou de rumo quando os acontecimentos e as necessidades da coalizão assim exigiram. Kundnani disse suspeitar que May gostaria de minimizar a desconexão do Reino Unido em relação à economia sem fronteiras da UE, mas que poderia se encontrar com um espaço de manobra particularmente pequeno dentro das fileiras conservadoras, porque ela, ao contrário da maioria dos seus rivais de liderança derrotados, apoiou o lado da "permanência" no referendo. "Ela tem que ser mais dura para provar suas credenciais em relação à opção pela ´saída`", disse ele. "Ela pode, de forma privada, preferir outro caminho, mas a pressão sobre ela para não recuar na votação do ´Brexit` será maior." Tradução de DENISE MOTA
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Cristiano Ronaldo e rede portuguesa firmam parceira para hotéis CR7
O jogador português Cristiano Ronaldo e a rede Pestana oficializaram, nesta quinta-feira (17), uma parceria que vai resultar em uma nova bandeira hoteleira: a Pestana CR7. De acordo com um comunicado enviado à imprensa, a "joint venture" pretende abrir, até 2017, quatro hotéis, somando um investimento de € 75 milhões (R$ 316,5 milhões). O primeiro deles, a ser inaugurado antes do próximo verão europeu –ou seja, até junho do ano que vem–, ficará próximo ao porto de cruzeiros de Funchal, na ilha da Madeira, onde nasceram Cristiano Ronaldo e Dionisio Pestana, dono da rede hoteleira. Ele deve ficar próximo, inclusive, a um museu dedicado ao jogador. Depois, serão abertas unidades em Lisboa (Portugal), no bairro da Baixa, na GranVía, em Madri (Espanha), e, por último, em Nova York, em um prédio a duas quadras da Times Square. Ao todo, os hotéis Pestana CR7 devem somar 400 quartos. Segundo a rede, os estabelecimentos devem ter um conceito de hotel-boutique, mas ainda não foram divulgados maiores detalhes a respeito de como eles serão por dentro. A imprensa portuguesa especula, no entanto, que os hotéis sejam voltados para a geração "millenials": menos focados nos quartos e apostando mais em áreas comuns e de lazer. CR7 é o apelido do jogador, eleito três vezes o melhor do mundo (2008, 2013 e 2014), em referência a suas iniciais e a camisa que veste em campo. O grupo Pestana, fundado em 1972, administra quase 90 hotéis em 15 países -no Brasil, está presente em São Paulo, Rio, Natal, São Luís, Curitiba, Angra dos Reis e Salvador.
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Cristiano Ronaldo e rede portuguesa firmam parceira para hotéis CR7O jogador português Cristiano Ronaldo e a rede Pestana oficializaram, nesta quinta-feira (17), uma parceria que vai resultar em uma nova bandeira hoteleira: a Pestana CR7. De acordo com um comunicado enviado à imprensa, a "joint venture" pretende abrir, até 2017, quatro hotéis, somando um investimento de € 75 milhões (R$ 316,5 milhões). O primeiro deles, a ser inaugurado antes do próximo verão europeu –ou seja, até junho do ano que vem–, ficará próximo ao porto de cruzeiros de Funchal, na ilha da Madeira, onde nasceram Cristiano Ronaldo e Dionisio Pestana, dono da rede hoteleira. Ele deve ficar próximo, inclusive, a um museu dedicado ao jogador. Depois, serão abertas unidades em Lisboa (Portugal), no bairro da Baixa, na GranVía, em Madri (Espanha), e, por último, em Nova York, em um prédio a duas quadras da Times Square. Ao todo, os hotéis Pestana CR7 devem somar 400 quartos. Segundo a rede, os estabelecimentos devem ter um conceito de hotel-boutique, mas ainda não foram divulgados maiores detalhes a respeito de como eles serão por dentro. A imprensa portuguesa especula, no entanto, que os hotéis sejam voltados para a geração "millenials": menos focados nos quartos e apostando mais em áreas comuns e de lazer. CR7 é o apelido do jogador, eleito três vezes o melhor do mundo (2008, 2013 e 2014), em referência a suas iniciais e a camisa que veste em campo. O grupo Pestana, fundado em 1972, administra quase 90 hotéis em 15 países -no Brasil, está presente em São Paulo, Rio, Natal, São Luís, Curitiba, Angra dos Reis e Salvador.
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Menus em oferta: confira 6 endereços para aproveitar a Restaurant Week
DE SÃO PAULO Começa nesta segunda (11) a 18ª edição da Restaurant Week. Durante três semanas (até 1º/5), 170 casas servirão menus completos -entrada, prato principal e sobremesa- por um preço promocional. Cobra-se R$ 42,90 pelo almoço e R$ 53,90 no jantar. Para inspirar os cozinheiros, a organização sugeriu o tema "pratos clássicos com toques brasileiros", favorecendo a utilização de ingredientes como açaí, castanha-do-pará e pupunha. Entre as sugestões do almoço no Z Carniceria, por exemplo, está o pirarucu em crosta de castanhas brasileiras com arroz de quibebe. No recém-inaugurado Silo Forneria & Bar, na Vila Nova Conceição, o arremate da refeição pode ficar por conta da sopa de tapioca com calda de goiabada. Mas nem só de brasilidades vive o festival. A pluralidade de cozinhas que marca o cenário gastronômico paulistano também se reflete nos menus da RW. Confira a seguir algumas casas participantes e consulte a lista completa no site oficial: restaurantweek.com.br * Obá A cozinha multicultural idealizada por Hugo Delgado também é representada no menu do festival. Uma das sugestões de entrada é a Yam Kai, uma salada de sotaque tailandês que combina ovo frito, amendoim, ervas frescas e cebola roxa (foto). Para a sobremesa, boa opção é o pão de ló de castanha-do-pará com geleia de manga e sorvete de creme. R. Dr. Melo Alves, 205, Cerqueira César, região oeste, tel. 3086-4774. 80 lugares. Ter. a qui.: 12h às 15h e 19h às 23h30. Sex.: 12h às 15h e 20h à 0h30. Sáb.: 13h às 16h30 e 20h à 0h30. Dom.: 13h às 16h30. * Bolinha Neste tradicional endereço, inaugurado em 1946, uma das sugestões é a famosa feijoada completa da casa. Outra receita brasileira é alternativa: o bobó de camarão (foto), que chega à mesa guarnecido de arroz e farofa de dendê. No arremate, os clientes escolhem entre quindim e pudim de leite. Av. Cidade Jardim, 53, Itaim Bibi, região oeste, tel. 3061-2010. 240 lugares. Ter. a dom.: 11h30 às 24h. * Z Carniceria O bar-restaurante transferido recentemente da rua Augusta para Pinheiros, também participa do festival. No jantar, prepara nhoque de mandioquinha com ragu de cogumelos e fonduta de queijo grana padano (foto). A etapa principal pode ser antecedida pelos mexilhões com pupunha e fritas e, para finalizar, a sugestão é a torta de banana com chocolate. Av. Brig. Faria Lima, 724, Pinheiros, região oeste, tel. 2936-0934. 400 pessoas. Ter. a qui.: 12h às 15h e 18h às 24h. Sex.: 12h às 15h e 18h às 2h. Sáb.: 13h às 17h e 18h às 2h. * P.J. Clarke's De matriz nova-iorquina, o restaurante funciona em dois endereços na capital. Para a Restaurant Week, sugere hambúrguer de picanha com mozarela, rúcula e vinagrete (foto). Outra opção de prato principal combina cubos de filé-mignon, cogumelos e pimentão e chega à mesa guarnecida de arroz integral. As sobremesas selecionadas para com por o menu do festival são o bolo de rolo de goiabada e a cheesecake incrementada com paçoca. R. Dr. Mário Ferraz, 568, Jardim Paulistano, região oeste, tel. 3078-2965. 98 lugares. Seg.: 12h às 15h. Ter. a qui.: 12h às 15h e 18h às 23h30. Sex.: 12h à 1h. Sáb.: 10h à 1h. Dom.: 10h às 23h30. E outro endereço. * Hub Oferecido exclusivamente no jantar, o menu criado para o evento pode incluir a salada grega em versão baiana, elaborada com queijo de coalho grelhado e temperada com azeite de dendê. Na sequência, é possível experimentar o filé de robalo escoltado por espuma de açaí e vegetais grelhados (foto). Para sobremesa, há o macaron de pistache servido sobre calda de chocolate e o ravióli de Nutella, que ganha toque brasileiro graças à adição de castanha-do-pará. R. Olimpíadas, 205, Vila Olímpia, região oeste, tel. 3049-6689. 60 lugares. Seg.: 12h às 15h. Seg. a dom.: 12h às 15h30 e 19h às 0h. Silo Forneria & Bar O restaurante, inaugurado recentemente, apresenta, entre as sugestões da RW, uma receita que combina filés grelhados de anchova ou cavalinha. Para ladear o peixe, chega à mesa o espaguete de pupunha com molho pesto e folhas de mostarda. A refeição pode começar com o duo de empanadas (de carne e de palmito) servidas com molho de pimenta preparado na casa. Na sobremesa, os clientes escolhem entre rabanada com sorvete de creme e raspas de chocolate ou sopa de tapioca com calda de goiabada. R. Diogo Jácome, 360, Vila Nova Conceição, região sul, tel. 3044-7323. Ter. a qui.: 12h às 15h30 e 18h30 às 23h30. Dom.: 12h às 16h30 e 18h30 Às 22h30.
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Menus em oferta: confira 6 endereços para aproveitar a Restaurant WeekDE SÃO PAULO Começa nesta segunda (11) a 18ª edição da Restaurant Week. Durante três semanas (até 1º/5), 170 casas servirão menus completos -entrada, prato principal e sobremesa- por um preço promocional. Cobra-se R$ 42,90 pelo almoço e R$ 53,90 no jantar. Para inspirar os cozinheiros, a organização sugeriu o tema "pratos clássicos com toques brasileiros", favorecendo a utilização de ingredientes como açaí, castanha-do-pará e pupunha. Entre as sugestões do almoço no Z Carniceria, por exemplo, está o pirarucu em crosta de castanhas brasileiras com arroz de quibebe. No recém-inaugurado Silo Forneria & Bar, na Vila Nova Conceição, o arremate da refeição pode ficar por conta da sopa de tapioca com calda de goiabada. Mas nem só de brasilidades vive o festival. A pluralidade de cozinhas que marca o cenário gastronômico paulistano também se reflete nos menus da RW. Confira a seguir algumas casas participantes e consulte a lista completa no site oficial: restaurantweek.com.br * Obá A cozinha multicultural idealizada por Hugo Delgado também é representada no menu do festival. Uma das sugestões de entrada é a Yam Kai, uma salada de sotaque tailandês que combina ovo frito, amendoim, ervas frescas e cebola roxa (foto). Para a sobremesa, boa opção é o pão de ló de castanha-do-pará com geleia de manga e sorvete de creme. R. Dr. Melo Alves, 205, Cerqueira César, região oeste, tel. 3086-4774. 80 lugares. Ter. a qui.: 12h às 15h e 19h às 23h30. Sex.: 12h às 15h e 20h à 0h30. Sáb.: 13h às 16h30 e 20h à 0h30. Dom.: 13h às 16h30. * Bolinha Neste tradicional endereço, inaugurado em 1946, uma das sugestões é a famosa feijoada completa da casa. Outra receita brasileira é alternativa: o bobó de camarão (foto), que chega à mesa guarnecido de arroz e farofa de dendê. No arremate, os clientes escolhem entre quindim e pudim de leite. Av. Cidade Jardim, 53, Itaim Bibi, região oeste, tel. 3061-2010. 240 lugares. Ter. a dom.: 11h30 às 24h. * Z Carniceria O bar-restaurante transferido recentemente da rua Augusta para Pinheiros, também participa do festival. No jantar, prepara nhoque de mandioquinha com ragu de cogumelos e fonduta de queijo grana padano (foto). A etapa principal pode ser antecedida pelos mexilhões com pupunha e fritas e, para finalizar, a sugestão é a torta de banana com chocolate. Av. Brig. Faria Lima, 724, Pinheiros, região oeste, tel. 2936-0934. 400 pessoas. Ter. a qui.: 12h às 15h e 18h às 24h. Sex.: 12h às 15h e 18h às 2h. Sáb.: 13h às 17h e 18h às 2h. * P.J. Clarke's De matriz nova-iorquina, o restaurante funciona em dois endereços na capital. Para a Restaurant Week, sugere hambúrguer de picanha com mozarela, rúcula e vinagrete (foto). Outra opção de prato principal combina cubos de filé-mignon, cogumelos e pimentão e chega à mesa guarnecida de arroz integral. As sobremesas selecionadas para com por o menu do festival são o bolo de rolo de goiabada e a cheesecake incrementada com paçoca. R. Dr. Mário Ferraz, 568, Jardim Paulistano, região oeste, tel. 3078-2965. 98 lugares. Seg.: 12h às 15h. Ter. a qui.: 12h às 15h e 18h às 23h30. Sex.: 12h à 1h. Sáb.: 10h à 1h. Dom.: 10h às 23h30. E outro endereço. * Hub Oferecido exclusivamente no jantar, o menu criado para o evento pode incluir a salada grega em versão baiana, elaborada com queijo de coalho grelhado e temperada com azeite de dendê. Na sequência, é possível experimentar o filé de robalo escoltado por espuma de açaí e vegetais grelhados (foto). Para sobremesa, há o macaron de pistache servido sobre calda de chocolate e o ravióli de Nutella, que ganha toque brasileiro graças à adição de castanha-do-pará. R. Olimpíadas, 205, Vila Olímpia, região oeste, tel. 3049-6689. 60 lugares. Seg.: 12h às 15h. Seg. a dom.: 12h às 15h30 e 19h às 0h. Silo Forneria & Bar O restaurante, inaugurado recentemente, apresenta, entre as sugestões da RW, uma receita que combina filés grelhados de anchova ou cavalinha. Para ladear o peixe, chega à mesa o espaguete de pupunha com molho pesto e folhas de mostarda. A refeição pode começar com o duo de empanadas (de carne e de palmito) servidas com molho de pimenta preparado na casa. Na sobremesa, os clientes escolhem entre rabanada com sorvete de creme e raspas de chocolate ou sopa de tapioca com calda de goiabada. R. Diogo Jácome, 360, Vila Nova Conceição, região sul, tel. 3044-7323. Ter. a qui.: 12h às 15h30 e 18h30 às 23h30. Dom.: 12h às 16h30 e 18h30 Às 22h30.
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Por pressão de hotéis, Booking.com abandona 'cláusula de paridade'
O site de reservas on-line Booking.com aceitou renunciar parcialmente à política de "paridade de preços" que impunha aos estabelecimentos anunciantes da plataforma, informou nesta terça-feira (21) a autoridade francesa que regula a concorrência comercial. Até agora, o Booking.com obrigava os hotéis que anunciassem no site a não cobrar uma tarifa inferior aos preços mostrados na página às pessoas que fizessem reservas diretamente por telefone ou na recepção. França, Itália e Suécia iniciaram uma investigação, apoiada pela Comissão Europeia, sobre as práticas do site para fazer reservas on-line. Várias associações de hoteleiros se queixaram que a página incorria em práticas anticoncorrência. "Penso que encontramos um meio-termo satisfatório", disse Bruno Lasserre, presidente da comissão francesa que regula a concorrência. As novas normas para hotéis que desejem anunciar na plataforma entrarão em vigor em 1º de julho para os estabelecimentos desses três países, mas devem ser estendidas "para o conjunto do espaço comercial europeu", segundo a entidade francesa. De acordo com essas novas normas, o Booking.com não impedirá que os hotéis que o desejem proponham preços mais baixos em outras plataformas, por telefone ou e-mail. Em troca, os hoteleiros não poderão oferecer, em seus sites, tarifas inferiores às anunciadas no Booking.com. "Não estamos completamente satisfeito. Ainda há muito a fazer para terminar com todas as cláusulas anticoncorrência", assinalou Herve Becam, vice-presidente da associação francesa de hotéis e restaurantes.
turismo
Por pressão de hotéis, Booking.com abandona 'cláusula de paridade'O site de reservas on-line Booking.com aceitou renunciar parcialmente à política de "paridade de preços" que impunha aos estabelecimentos anunciantes da plataforma, informou nesta terça-feira (21) a autoridade francesa que regula a concorrência comercial. Até agora, o Booking.com obrigava os hotéis que anunciassem no site a não cobrar uma tarifa inferior aos preços mostrados na página às pessoas que fizessem reservas diretamente por telefone ou na recepção. França, Itália e Suécia iniciaram uma investigação, apoiada pela Comissão Europeia, sobre as práticas do site para fazer reservas on-line. Várias associações de hoteleiros se queixaram que a página incorria em práticas anticoncorrência. "Penso que encontramos um meio-termo satisfatório", disse Bruno Lasserre, presidente da comissão francesa que regula a concorrência. As novas normas para hotéis que desejem anunciar na plataforma entrarão em vigor em 1º de julho para os estabelecimentos desses três países, mas devem ser estendidas "para o conjunto do espaço comercial europeu", segundo a entidade francesa. De acordo com essas novas normas, o Booking.com não impedirá que os hotéis que o desejem proponham preços mais baixos em outras plataformas, por telefone ou e-mail. Em troca, os hoteleiros não poderão oferecer, em seus sites, tarifas inferiores às anunciadas no Booking.com. "Não estamos completamente satisfeito. Ainda há muito a fazer para terminar com todas as cláusulas anticoncorrência", assinalou Herve Becam, vice-presidente da associação francesa de hotéis e restaurantes.
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Inter derrota o Grêmio e conquista o penta do Campeonato Gaúcho
Com uma atuação excelente na primeira etapa, o Inter conquistou o quinto título consecutivo do Campeonato Gaúcho neste domingo (3), ao derrotar o Grêmio por 2 a 1 no estádio Beira-Rio, em Porto Alegre. Após empate sem gols no primeiro jogo, disputado há uma semana, a equipe colorada precisava vencer para ficar com o troféu ainda nos 90 minutos. Com saldo qualificado na decisão, os gremistas necessitavam de um empata sem gols para conquistar o primeiro Estadual desde 2010. A vitória do Inter começou a ser construída aos 6min, por Nilmar. Valdívia ampliou a vantagem aos 18min, mas Giuliano descontou para o Grêmio nos acréscimos da primeira etapa. Com o título, Diego Aguirre se torna o primeiro técnico estrangeiro a vencer o Estadual do Rio Grande do Sul desde 1950, quando o argentino Alfredo González levou o clube alvirrubro ao título. Já Felipão, em sua terceira passagem pelo Grêmio, perdeu pela primeira vez uma decisão para o Inter. O Inter volta a jogar às 22h da quarta-feira (6), diante do Atlético-MG, no estádio Independência, em Belo Horizonte. O jogo é valido pelo confronto da ida das oitavas de final da Taça Libertadores. Pelo Campeonato Brasileiro, o Grêmio estreia às 11h do domingo (10), contra a Ponte Preta, em Porto Alegre. Mais tarde, às 16h, os colorados enfrentam o Atlético-PR na Arena da Baixada, em Curitiba. O JOGO Com Valdívia escalado desde o início, o Inter iniciou a partida com uma formação mais ofensiva do que no primeiro jogo da decisão. Já o Grêmio apostou na manutenção do time, com exceção da entrada do zagueiro Erazo em lugar do suspenso Geromel. Obrigados a vencer, os colorados partiram para o ataque desde o pontapé inicial. Aos 5min, o meia argentino Andrés D'Alessandro levantou a bola na área e Eduardo Sasha escorou para a cabeçada de Valdívia, que obrigou o goleiro Marcelo Grohe a espalmar na direção do travessão e salvar o Grêmio. Veja vídeo No minuto seguinte, o Inter saiu na frente. Valdívia driblou Erazo dentro da área e deu para Nilmar. O atacante ajeitou e tocou sobre o arqueiro gremista para abrir o placar. Aos 17min, Fellipe Bastos acertou o poste direito da meta do Inter em cobrança de falta. Na sequência, o jogador gremista errou um passe para trás e permitiu a roubada de Nilmar. O atacante ganhou de Matías Rodriguez na velocidade e encontrou Valdívia dentro da área, que bateu forte para fazer 2 a 0. Melhor na defesa e mais perigoso no ataque, o Inter dominou o jogo até os 40 minutos, quando diminuiu a intensidade. Melhor para o Grêmio, que rapidamente descontou. Aos 47min, Rhodolfo aproveitou cobrança de falta de Douglas e desviou de cabeça para o gol. Muriel defendeu, mas Giuliano aproveitou o rebote para diminuir a vantagem. Após o intervalo, o clássico deixou de ser uma disputa ofensiva para se concentrar na intermediária, com muitos lances ríspidos e tensão de sobra. O Grêmio assumiu a iniciativa do confronto, mas esbarrou no nervosismo e em suas próprias limitações técnicas. Antes do fim, o gremista Rhodolfo parou arrancada de Eduardo Sasha com falta por trás e recebeu o vermelho do árbitro Leandro Vuaden.
esporte
Inter derrota o Grêmio e conquista o penta do Campeonato GaúchoCom uma atuação excelente na primeira etapa, o Inter conquistou o quinto título consecutivo do Campeonato Gaúcho neste domingo (3), ao derrotar o Grêmio por 2 a 1 no estádio Beira-Rio, em Porto Alegre. Após empate sem gols no primeiro jogo, disputado há uma semana, a equipe colorada precisava vencer para ficar com o troféu ainda nos 90 minutos. Com saldo qualificado na decisão, os gremistas necessitavam de um empata sem gols para conquistar o primeiro Estadual desde 2010. A vitória do Inter começou a ser construída aos 6min, por Nilmar. Valdívia ampliou a vantagem aos 18min, mas Giuliano descontou para o Grêmio nos acréscimos da primeira etapa. Com o título, Diego Aguirre se torna o primeiro técnico estrangeiro a vencer o Estadual do Rio Grande do Sul desde 1950, quando o argentino Alfredo González levou o clube alvirrubro ao título. Já Felipão, em sua terceira passagem pelo Grêmio, perdeu pela primeira vez uma decisão para o Inter. O Inter volta a jogar às 22h da quarta-feira (6), diante do Atlético-MG, no estádio Independência, em Belo Horizonte. O jogo é valido pelo confronto da ida das oitavas de final da Taça Libertadores. Pelo Campeonato Brasileiro, o Grêmio estreia às 11h do domingo (10), contra a Ponte Preta, em Porto Alegre. Mais tarde, às 16h, os colorados enfrentam o Atlético-PR na Arena da Baixada, em Curitiba. O JOGO Com Valdívia escalado desde o início, o Inter iniciou a partida com uma formação mais ofensiva do que no primeiro jogo da decisão. Já o Grêmio apostou na manutenção do time, com exceção da entrada do zagueiro Erazo em lugar do suspenso Geromel. Obrigados a vencer, os colorados partiram para o ataque desde o pontapé inicial. Aos 5min, o meia argentino Andrés D'Alessandro levantou a bola na área e Eduardo Sasha escorou para a cabeçada de Valdívia, que obrigou o goleiro Marcelo Grohe a espalmar na direção do travessão e salvar o Grêmio. Veja vídeo No minuto seguinte, o Inter saiu na frente. Valdívia driblou Erazo dentro da área e deu para Nilmar. O atacante ajeitou e tocou sobre o arqueiro gremista para abrir o placar. Aos 17min, Fellipe Bastos acertou o poste direito da meta do Inter em cobrança de falta. Na sequência, o jogador gremista errou um passe para trás e permitiu a roubada de Nilmar. O atacante ganhou de Matías Rodriguez na velocidade e encontrou Valdívia dentro da área, que bateu forte para fazer 2 a 0. Melhor na defesa e mais perigoso no ataque, o Inter dominou o jogo até os 40 minutos, quando diminuiu a intensidade. Melhor para o Grêmio, que rapidamente descontou. Aos 47min, Rhodolfo aproveitou cobrança de falta de Douglas e desviou de cabeça para o gol. Muriel defendeu, mas Giuliano aproveitou o rebote para diminuir a vantagem. Após o intervalo, o clássico deixou de ser uma disputa ofensiva para se concentrar na intermediária, com muitos lances ríspidos e tensão de sobra. O Grêmio assumiu a iniciativa do confronto, mas esbarrou no nervosismo e em suas próprias limitações técnicas. Antes do fim, o gremista Rhodolfo parou arrancada de Eduardo Sasha com falta por trás e recebeu o vermelho do árbitro Leandro Vuaden.
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Em crise, universidade estadual do RJ vive caos sem pesquisa e aula parada
O ano é 2017, mas a Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ainda está em 2016. Por falta de repasses do governo estadual, a segunda melhor universidade do Estado e uma das 15 melhores do país, segundo o último Ranking Universitário Folha, está parada no tempo. Seus alunos de graduação não começaram as aulas do segundo semestre de 2016, a pesquisa está quase parando e o hospital universitário funciona abaixo da capacidade. Dos R$ 90 milhões anuais para custeio da universidade, o governo de Luiz Fernando Pezão (PMDB) repassou apenas R$ 15,5 milhões em 2016, e nada em 2017, diz a Uerj. Com isso, o pagamento de empresas terceirizadas (vigilância, limpeza, manutenção, restaurante universitário etc.) está atrasado, inviabilizando a retomada das atividades, segundo a reitoria. Os problemas de repasse se arrastam desde 2015. Também estão atrasados pagamentos de servidores –os técnicos entraram em greve em dezembro– e de bolsistas. - RAIO-X Nome: Universidade do Estado do Rio de Janeiro Fundação: 4 de dezembro de 1950 Alunos: cerca de 41.000 (graduação, pós-graduação, CAp Uerj e EaD) Orçamento anual: R$ 1,04 bilhão CRISE 1. O segundo semestre letivo de 2016 ainda não foi iniciado; o reinício estava marcado para janeiro, mas vem sendo adiado por causa da crise 2. Dívida com terceirizados: R$ 24 milhões; o último pagamento a empresas terceirizadas foi em dezembro de 2016 3. Docentes e técnicos não receberam 13º de 2016, nem salário de fev.2017; pagamento de jan.2017 foi feito na última sexta 4. O último pagamento de bolsas foi referente a dez.2016. Inclui bolsas para cotistas e de auxílio, monitoria, iniciação científica e extensão 5. Governo do Rio repassou só R$ 15,5 mi dos R$ 90 mi previstos em 2016 para serviços como vigilância, limpeza e restaurante 6. A Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia ainda não repassou nenhuma verba para a universidade desde o início do ano - O curso de medicina exemplifica os efeitos em cadeia da falta de recursos, que vão de impactos na vida de alunos ao atendimento à população que usa o hospital universitário, referência na rede estadual. Por causa da paralisação em 2016, alunos do terceiro ano fizeram uma prova de estágio para hospitais municipais tendo estudado só metade do conteúdo necessário. "O prejuízo é para nós e para a sociedade. A faculdade pública deve dar um retorno de serviço qualificado para a população. Como está, não é possível", diz Yan Ribeiro, 21. "Se as atividades não forem retomadas até maio ou junho, em um dado momento faltarão alunos de internato, etapa de estágio no hospital universitário", diz o reitor, Ruy Garcia Marques. Também significa encerrar um ano com cerca de cem médicos qualificados a menos no mercado –a média de formandos anuais da faculdade de medicina da Uerj. A situação se aplica aos demais cursos. A crise também afeta a pesquisa e estimula a evasão de alunos. Exemplo disso é a pós-graduação em fisiopatologia clínica experimental, que tem nota máxima do Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e reconhecimento internacional. Neste ano, ela só preencheu cerca de 50% das vagas de mestrado e doutorado. "Os alunos veem que a universidade está com dificuldade de manter as aulas. Vão se matricular num curso que pode parar?", questiona o pró-reitor de pesquisa e pós-graduação, Egberto de Moura. O financiamento de pesquisa, diz ele, é feito pela Faperj (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio), que não liberou parte dos recursos de 2015 e nada de 2016, acumulando uma dívida de R$ 70 milhões com a Uerj. "Cada vez mais jovens estão abandonando a pesquisa no Brasil. Os gastos públicos no futuro serão maiores porque a pesquisa contribui para prevenir problemas e gera recursos com desenvolvimento de tecnologias", diz Moura. Carla Borges, 21, estudante de educação física, está sem receber a bolsa de iniciação científica, mas não pode buscar trabalho fora da universidade sem se desvincular dela. Por causa do atraso no início das aulas, não poderá fazer mestrado fora do país, para o qual já havia passado. "Estou desolada, com os planos para o futuro congelados e sem dinheiro", diz. SALÁRIOS ATRASADOS Como os demais servidores do Estado, professores e técnicos da Uerj vêm recebendo seus salários parcelados e com atraso. A quinta e última parcela do pagamento de janeiro foi depositada na sexta (17). Não há previsão de quando cairão os salários de fevereiro e de março deste ano, tampouco o 13º de 2016. O atraso no calendário da Uerj começou após uma greve de março a julho de 2016, em busca de reajustes de salários e bolsas e da normalização dos repasses do governo. Os grevistas e o governo chegaram a um acordo que deu fim à paralisação: haveria reformulação do plano de carreira, aumento da bolsa de R$ 400 para R$ 450 (a partir de janeiro de 2017), repasse de R$ 13 milhões emergenciais e de mais cinco parcelas mensais de R$ 10 milhões. Só o repasse emergencial foi cumprido. "Com o repasse, terminamos as aulas do primeiro semestre, mesmo sem condições. Neste ano, os problemas voltaram e piores. Sem segurança, sem limpeza, com o bandejão fechado, nós sem salário e os estudantes sem bolsa", diz Lia Rocha, presidente da Associação de Docentes da Uerj. Os docentes estão em greve desde o fim da última paralisação. Em janeiro, a reitoria decidiu suspender o reinício do segundo semestre de 2016 por falta de condições básicas. A Uerj agora negocia retomar os serviços de limpeza e elevador, e espera poder começar as aulas no dia 27. Também pretende entrar na Justiça contra o governo para obter o repasse de verbas. HOSPITAL O Hospital Universitário Pedro Ernesto tem 41 especialidades e é referência no Estado. Com capacidade para 512 leitos, trabalha hoje com 188. Em dezembro, eram 70, devido à falta de pagamento de salários. A lenta retomada de atendimentos se deve ao fato de que seus servidores estão recebendo em condições um pouco melhores que os aposentados e demais servidores da Uerj. Por via judicial, o Estado foi obrigado a pagar esses servidores dentro do mês. Isso porque seus salários vêm do Fundo Estadual de Saúde, e não da Secretaria Especial de Ciência e Tecnologia, como os dos servidores da Uerj. Técnicos de enfermagem denunciam, porém, falta de materiais básicos e medicamentos. "Não temos insumos básicos. Falta esparadrapo, agulhas e medicamentos como antibióticos. Participei de uma cirurgia ontem, um paciente teve o rim retirado e não havia esparadrapos inteiros", diz Kátia Regina, 53. O diretor, Edmar dos Santos, nega que haja falta de materiais, mas reconhece que existem problemas com medicamentos. OUTRO LADO O governo do Estado do Rio diz que tem se esforçado para buscar soluções para o que descreve como "quadro de graves dificuldades enfrentadas pela" instituição". Sinal disso, diz, é que 76% do orçamento total da Uerj foram repassados em 2016. "Os repasses não ocorreram na sua totalidade devido à crise nas finanças estaduais, provocada pela significativa queda na receita de tributos em consequência da depressão econômica do país, pelo recuo na arrecadação de royalties e a redução dos investimentos da Petrobras." A Secretaria de Fazenda nega que não tenha feito repasses em 2017, reitera que pagou os salários de janeiro, e diz que se esforça para quitar os de fevereiro. Diz ainda que "os professores têm sido valorizados pelo governo estadual". "Desde o início de 2010, houve aumentos de salários para os professores da instituição que variaram entre 43,7%, no caso dos professores adjuntos, a 73,3%, para professores associados. O número de bolsas pagas a alunos de graduação subiu de 2.004, em 2007, para mais de 8.500." Sobre a Faperj, diz que repassou a maior parte dos recursos para 2015 e 2016 –R$ 445,9 milhões em 2015 e R$ 330,8 milhões em 2016.
educacao
Em crise, universidade estadual do RJ vive caos sem pesquisa e aula paradaO ano é 2017, mas a Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ainda está em 2016. Por falta de repasses do governo estadual, a segunda melhor universidade do Estado e uma das 15 melhores do país, segundo o último Ranking Universitário Folha, está parada no tempo. Seus alunos de graduação não começaram as aulas do segundo semestre de 2016, a pesquisa está quase parando e o hospital universitário funciona abaixo da capacidade. Dos R$ 90 milhões anuais para custeio da universidade, o governo de Luiz Fernando Pezão (PMDB) repassou apenas R$ 15,5 milhões em 2016, e nada em 2017, diz a Uerj. Com isso, o pagamento de empresas terceirizadas (vigilância, limpeza, manutenção, restaurante universitário etc.) está atrasado, inviabilizando a retomada das atividades, segundo a reitoria. Os problemas de repasse se arrastam desde 2015. Também estão atrasados pagamentos de servidores –os técnicos entraram em greve em dezembro– e de bolsistas. - RAIO-X Nome: Universidade do Estado do Rio de Janeiro Fundação: 4 de dezembro de 1950 Alunos: cerca de 41.000 (graduação, pós-graduação, CAp Uerj e EaD) Orçamento anual: R$ 1,04 bilhão CRISE 1. O segundo semestre letivo de 2016 ainda não foi iniciado; o reinício estava marcado para janeiro, mas vem sendo adiado por causa da crise 2. Dívida com terceirizados: R$ 24 milhões; o último pagamento a empresas terceirizadas foi em dezembro de 2016 3. Docentes e técnicos não receberam 13º de 2016, nem salário de fev.2017; pagamento de jan.2017 foi feito na última sexta 4. O último pagamento de bolsas foi referente a dez.2016. Inclui bolsas para cotistas e de auxílio, monitoria, iniciação científica e extensão 5. Governo do Rio repassou só R$ 15,5 mi dos R$ 90 mi previstos em 2016 para serviços como vigilância, limpeza e restaurante 6. A Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia ainda não repassou nenhuma verba para a universidade desde o início do ano - O curso de medicina exemplifica os efeitos em cadeia da falta de recursos, que vão de impactos na vida de alunos ao atendimento à população que usa o hospital universitário, referência na rede estadual. Por causa da paralisação em 2016, alunos do terceiro ano fizeram uma prova de estágio para hospitais municipais tendo estudado só metade do conteúdo necessário. "O prejuízo é para nós e para a sociedade. A faculdade pública deve dar um retorno de serviço qualificado para a população. Como está, não é possível", diz Yan Ribeiro, 21. "Se as atividades não forem retomadas até maio ou junho, em um dado momento faltarão alunos de internato, etapa de estágio no hospital universitário", diz o reitor, Ruy Garcia Marques. Também significa encerrar um ano com cerca de cem médicos qualificados a menos no mercado –a média de formandos anuais da faculdade de medicina da Uerj. A situação se aplica aos demais cursos. A crise também afeta a pesquisa e estimula a evasão de alunos. Exemplo disso é a pós-graduação em fisiopatologia clínica experimental, que tem nota máxima do Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e reconhecimento internacional. Neste ano, ela só preencheu cerca de 50% das vagas de mestrado e doutorado. "Os alunos veem que a universidade está com dificuldade de manter as aulas. Vão se matricular num curso que pode parar?", questiona o pró-reitor de pesquisa e pós-graduação, Egberto de Moura. O financiamento de pesquisa, diz ele, é feito pela Faperj (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio), que não liberou parte dos recursos de 2015 e nada de 2016, acumulando uma dívida de R$ 70 milhões com a Uerj. "Cada vez mais jovens estão abandonando a pesquisa no Brasil. Os gastos públicos no futuro serão maiores porque a pesquisa contribui para prevenir problemas e gera recursos com desenvolvimento de tecnologias", diz Moura. Carla Borges, 21, estudante de educação física, está sem receber a bolsa de iniciação científica, mas não pode buscar trabalho fora da universidade sem se desvincular dela. Por causa do atraso no início das aulas, não poderá fazer mestrado fora do país, para o qual já havia passado. "Estou desolada, com os planos para o futuro congelados e sem dinheiro", diz. SALÁRIOS ATRASADOS Como os demais servidores do Estado, professores e técnicos da Uerj vêm recebendo seus salários parcelados e com atraso. A quinta e última parcela do pagamento de janeiro foi depositada na sexta (17). Não há previsão de quando cairão os salários de fevereiro e de março deste ano, tampouco o 13º de 2016. O atraso no calendário da Uerj começou após uma greve de março a julho de 2016, em busca de reajustes de salários e bolsas e da normalização dos repasses do governo. Os grevistas e o governo chegaram a um acordo que deu fim à paralisação: haveria reformulação do plano de carreira, aumento da bolsa de R$ 400 para R$ 450 (a partir de janeiro de 2017), repasse de R$ 13 milhões emergenciais e de mais cinco parcelas mensais de R$ 10 milhões. Só o repasse emergencial foi cumprido. "Com o repasse, terminamos as aulas do primeiro semestre, mesmo sem condições. Neste ano, os problemas voltaram e piores. Sem segurança, sem limpeza, com o bandejão fechado, nós sem salário e os estudantes sem bolsa", diz Lia Rocha, presidente da Associação de Docentes da Uerj. Os docentes estão em greve desde o fim da última paralisação. Em janeiro, a reitoria decidiu suspender o reinício do segundo semestre de 2016 por falta de condições básicas. A Uerj agora negocia retomar os serviços de limpeza e elevador, e espera poder começar as aulas no dia 27. Também pretende entrar na Justiça contra o governo para obter o repasse de verbas. HOSPITAL O Hospital Universitário Pedro Ernesto tem 41 especialidades e é referência no Estado. Com capacidade para 512 leitos, trabalha hoje com 188. Em dezembro, eram 70, devido à falta de pagamento de salários. A lenta retomada de atendimentos se deve ao fato de que seus servidores estão recebendo em condições um pouco melhores que os aposentados e demais servidores da Uerj. Por via judicial, o Estado foi obrigado a pagar esses servidores dentro do mês. Isso porque seus salários vêm do Fundo Estadual de Saúde, e não da Secretaria Especial de Ciência e Tecnologia, como os dos servidores da Uerj. Técnicos de enfermagem denunciam, porém, falta de materiais básicos e medicamentos. "Não temos insumos básicos. Falta esparadrapo, agulhas e medicamentos como antibióticos. Participei de uma cirurgia ontem, um paciente teve o rim retirado e não havia esparadrapos inteiros", diz Kátia Regina, 53. O diretor, Edmar dos Santos, nega que haja falta de materiais, mas reconhece que existem problemas com medicamentos. OUTRO LADO O governo do Estado do Rio diz que tem se esforçado para buscar soluções para o que descreve como "quadro de graves dificuldades enfrentadas pela" instituição". Sinal disso, diz, é que 76% do orçamento total da Uerj foram repassados em 2016. "Os repasses não ocorreram na sua totalidade devido à crise nas finanças estaduais, provocada pela significativa queda na receita de tributos em consequência da depressão econômica do país, pelo recuo na arrecadação de royalties e a redução dos investimentos da Petrobras." A Secretaria de Fazenda nega que não tenha feito repasses em 2017, reitera que pagou os salários de janeiro, e diz que se esforça para quitar os de fevereiro. Diz ainda que "os professores têm sido valorizados pelo governo estadual". "Desde o início de 2010, houve aumentos de salários para os professores da instituição que variaram entre 43,7%, no caso dos professores adjuntos, a 73,3%, para professores associados. O número de bolsas pagas a alunos de graduação subiu de 2.004, em 2007, para mais de 8.500." Sobre a Faperj, diz que repassou a maior parte dos recursos para 2015 e 2016 –R$ 445,9 milhões em 2015 e R$ 330,8 milhões em 2016.
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Minhocão fecha sábado. Talvez para sempre
O secretário municipal de Cultura, Nabil Bonduki, anunciou na sexta (12) que o Minhocão será fechado sábado (20) às 15h para atividades da Virada Cultural. A CET fará estudos de impacto da medida sobre o trânsito para iluminar a decisão sobre o fechamento do Elevado todos os sábados a partir desse horário. Nabil, que foi coordenador da tramitação do Plano Diretor que previu o fechamento definitivo do Minhocão em alguns anos, disse à coluna que a tendência da prefeitura é adotar o fechamento definitivo aos sábados, como já ocorre aos domingos. A medida está prevista em proposta de lei do vereador José Police Neto. Nabil disse também que a prefeitura estuda passar a fechar a avenida Paulista aos domingos a partir da inauguração da ciclovia na avenida tida como símbolo da cidade. * #MALDITOSFIOS SUPRAPARTIDÁRIOS Sábado, durante a inauguração da exposição coletiva de fotos #malditosfios, na galeria Mezanino (rua Cunha Gago, 208, Pinheiros), foram comentadas propostas em gestação, na prefeitura e na oposição, para apressar o enterramento da fiação aérea na cidade. O vereador Andrea Matarazzo, fotógrafo amador com uma foto na mostra, deve apresentar em breve à Câmara um projeto de lei que prevê: aumentar a previsão legal de enterramento dos atuais 250 km para 350 km anuais; e indicar punição em caso de não cumprimento da meta (a lei atual, de 2005, não prevê qualquer sanção). Já o secretário Nabil Bonduki, ao visitar a vernissage, mencionou projeto do prefeito Haddad que prevê tornar obrigatório o enterramento dos fios aéreos em todas as vias onde já existe tubulação subterrânea. Isso viabilizaria o enterramento imediato em áreas como a região do largo da Batata, em Pinheiros, onde a prefeitura instalou os tubos, a Eletropaulo enterrou seus fios mas as companhias de telefonia e tevê a cabo não baixaram os seus; também a Eletropaulo seria obrigada a passar sua fiação por tubulação sob a calçada naquelas áreas onde empresas de fibra ótica mantêm fiação subterrânea (frequente no centro expandido). A prefeitura já prevê o enterramento dos fios em corredores de ônibus e em áreas com obras de reurbanização. Se os dois políticos (pré-candidatos à eleição de 2018) superarem a distância partidária e somarem suas ideias, é possível imaginar uma mudança rápida na paisagem de São Paulo. * SOB ATAQUES, UBER INICIA SERVIÇO MAIS BARATO QUE TÁXI O Uber começou na última sexta-feira a oferecer o serviço "UberX", com preços de corrida até 30% mais baratos que os dos carros "Black" com que vinha operando no Brasil. O resultado deve ser uma tarifa 10% menor do que a dos táxis comuns. Se o serviço mais caro já vinha gerando protestos de taxistas, o atrito agora deve aumentar. Nos EUA e na Europa o aplicativo oferece vários serviços: carros de luxo, vans, carros mais confortáveis (como o "Black") e opções mais baratas do que os táxis. Em alguns lugares inclusive pode ser usado para chamar táxis normais. Depois de alguns meses operando no Brasil, o aplicativo agora lança uma nova opção. O Uber tem tido grande aceitação de usuários porque oferece atendimento melhor: os motoristas têm treinamento de etiqueta que não é comum nos taxistas; trabalham com paletó e gravata, oferecem balinhas e água e uma estimativa precisa do valor da corrida, por ser calculada por GPS. Ao mesmo tempo, a empresa tem atraído taxistas cansados de pagar até 200 reais por dia para frotas ou donos de táxis por não terem alvarás. São Paulo tem mais de 150 mil taxistas e só 35 mil alvarás, aproximadamente. Ou seja, milhares de motoristas trabalham em condições adversas para pagar o aluguel do táxi (ou se têm carro, pagam o uso do alvará a um terceiro) e depois ainda conseguir renda para viver. Um motorista de frota paga R$ 180 por dia (mas não paga manutenção) mais o combustível; o aluguel de alvará resulta em valor menor mas o motorista arca com todos os custos do carro. Já o Uber cobra 20% da corrida. Um motorista que tenha carro mas não possua alvará passa a ganhar mais. Os taxistas fazem campanha contra o Uber para não perder clientes mas também contra o risco de desvalorização do negócio de aluguel de alvarás (ilegal, mas amplamente disseminado e lucrativo) e das diárias de frota. * A ILUMINAÇÃO E O TCM O Tribunal de Contas do Município deve se debruçar na quarta-feira sobre a consulta da Câmara dos Vereadores sobre a PPP da iluminação pública. De novo, discute-se se o projeto da prefeitura que criou a empresa público-privada para trocar as lâmpadas públicas de São Paulo precisaria ter sido submetido à Câmara ou não. Um requerimento de conteúdo semelhante, do vereador Police Neto, foi recusado. Se não votar esta semana, haverá uma questão complicada: quarta-feira que vem é dia 23, quando devem ser abertos os envelopes com as propostas das empresas concorrentes. No processo há uma coincidência curiosa: o autor do projeto do governo Haddad foi o então secretário João Antônio (PT). Agora, como conselheiro do TCM, ele vota se considera sua própria lei juridicamente correta ou não.
colunas
Minhocão fecha sábado. Talvez para sempreO secretário municipal de Cultura, Nabil Bonduki, anunciou na sexta (12) que o Minhocão será fechado sábado (20) às 15h para atividades da Virada Cultural. A CET fará estudos de impacto da medida sobre o trânsito para iluminar a decisão sobre o fechamento do Elevado todos os sábados a partir desse horário. Nabil, que foi coordenador da tramitação do Plano Diretor que previu o fechamento definitivo do Minhocão em alguns anos, disse à coluna que a tendência da prefeitura é adotar o fechamento definitivo aos sábados, como já ocorre aos domingos. A medida está prevista em proposta de lei do vereador José Police Neto. Nabil disse também que a prefeitura estuda passar a fechar a avenida Paulista aos domingos a partir da inauguração da ciclovia na avenida tida como símbolo da cidade. * #MALDITOSFIOS SUPRAPARTIDÁRIOS Sábado, durante a inauguração da exposição coletiva de fotos #malditosfios, na galeria Mezanino (rua Cunha Gago, 208, Pinheiros), foram comentadas propostas em gestação, na prefeitura e na oposição, para apressar o enterramento da fiação aérea na cidade. O vereador Andrea Matarazzo, fotógrafo amador com uma foto na mostra, deve apresentar em breve à Câmara um projeto de lei que prevê: aumentar a previsão legal de enterramento dos atuais 250 km para 350 km anuais; e indicar punição em caso de não cumprimento da meta (a lei atual, de 2005, não prevê qualquer sanção). Já o secretário Nabil Bonduki, ao visitar a vernissage, mencionou projeto do prefeito Haddad que prevê tornar obrigatório o enterramento dos fios aéreos em todas as vias onde já existe tubulação subterrânea. Isso viabilizaria o enterramento imediato em áreas como a região do largo da Batata, em Pinheiros, onde a prefeitura instalou os tubos, a Eletropaulo enterrou seus fios mas as companhias de telefonia e tevê a cabo não baixaram os seus; também a Eletropaulo seria obrigada a passar sua fiação por tubulação sob a calçada naquelas áreas onde empresas de fibra ótica mantêm fiação subterrânea (frequente no centro expandido). A prefeitura já prevê o enterramento dos fios em corredores de ônibus e em áreas com obras de reurbanização. Se os dois políticos (pré-candidatos à eleição de 2018) superarem a distância partidária e somarem suas ideias, é possível imaginar uma mudança rápida na paisagem de São Paulo. * SOB ATAQUES, UBER INICIA SERVIÇO MAIS BARATO QUE TÁXI O Uber começou na última sexta-feira a oferecer o serviço "UberX", com preços de corrida até 30% mais baratos que os dos carros "Black" com que vinha operando no Brasil. O resultado deve ser uma tarifa 10% menor do que a dos táxis comuns. Se o serviço mais caro já vinha gerando protestos de taxistas, o atrito agora deve aumentar. Nos EUA e na Europa o aplicativo oferece vários serviços: carros de luxo, vans, carros mais confortáveis (como o "Black") e opções mais baratas do que os táxis. Em alguns lugares inclusive pode ser usado para chamar táxis normais. Depois de alguns meses operando no Brasil, o aplicativo agora lança uma nova opção. O Uber tem tido grande aceitação de usuários porque oferece atendimento melhor: os motoristas têm treinamento de etiqueta que não é comum nos taxistas; trabalham com paletó e gravata, oferecem balinhas e água e uma estimativa precisa do valor da corrida, por ser calculada por GPS. Ao mesmo tempo, a empresa tem atraído taxistas cansados de pagar até 200 reais por dia para frotas ou donos de táxis por não terem alvarás. São Paulo tem mais de 150 mil taxistas e só 35 mil alvarás, aproximadamente. Ou seja, milhares de motoristas trabalham em condições adversas para pagar o aluguel do táxi (ou se têm carro, pagam o uso do alvará a um terceiro) e depois ainda conseguir renda para viver. Um motorista de frota paga R$ 180 por dia (mas não paga manutenção) mais o combustível; o aluguel de alvará resulta em valor menor mas o motorista arca com todos os custos do carro. Já o Uber cobra 20% da corrida. Um motorista que tenha carro mas não possua alvará passa a ganhar mais. Os taxistas fazem campanha contra o Uber para não perder clientes mas também contra o risco de desvalorização do negócio de aluguel de alvarás (ilegal, mas amplamente disseminado e lucrativo) e das diárias de frota. * A ILUMINAÇÃO E O TCM O Tribunal de Contas do Município deve se debruçar na quarta-feira sobre a consulta da Câmara dos Vereadores sobre a PPP da iluminação pública. De novo, discute-se se o projeto da prefeitura que criou a empresa público-privada para trocar as lâmpadas públicas de São Paulo precisaria ter sido submetido à Câmara ou não. Um requerimento de conteúdo semelhante, do vereador Police Neto, foi recusado. Se não votar esta semana, haverá uma questão complicada: quarta-feira que vem é dia 23, quando devem ser abertos os envelopes com as propostas das empresas concorrentes. No processo há uma coincidência curiosa: o autor do projeto do governo Haddad foi o então secretário João Antônio (PT). Agora, como conselheiro do TCM, ele vota se considera sua própria lei juridicamente correta ou não.
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É normal ardência no nariz durante o exercício físico?
Quando pratico atividade física, como corrida ou musculação, sinto uma ardência/queimação muito forte no nariz. É normal? R.G.O.C. Esse tipo de sensação não é comum. A qualidade do ar é a maior causa de irritação nasal durante o esporte. Normalmente, o incômodo é provocado pelo ar seco e frio ou pelo ar poluído. "Se ele estiver, por exemplo, no parque Ibirapuera, ao meio-dia, estará respirando um ar poluído com excesso de ozônio. Isso irrita muito a via respiratória", diz Olavo Mion, otorrinolaringologista da ABORL-CCF (Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facil) e presidente da Academia Brasileira de Rinologia. O mesmo vale para academias com ar-condicionado, que deixam o ar seco e frio. Mion aconselha que o exercício seja feito em locais com poucos carros, pela manhã ou no fim da tarde. Ele também afirma que lavar o nariz com soro fisiológico antes e depois do exercício ajuda a controlar possíveis ressecamentos nasais. É importante, contudo, consultar e buscar a orientação de um otorrinolaringologista. - A cada semana, nas edições de sábado do jornal impresso, a editoria de Saúde da Folha responde a uma pergunta dos leitores sobre saúde. É dada preferência a questões mais gerais sobre doenças, cuidados com a saúde e hábitos saudáveis. Mande sua dúvida para o nosso Facebook ou e-mail saude@grupofolha.com.br, informando nome completo e cidade. Por carta, escreva para Editoria de Saúde, al. Barão de Limeira, 425, 4º. andar, CEP 01202-900, São Paulo-SP.
equilibrioesaude
É normal ardência no nariz durante o exercício físico?Quando pratico atividade física, como corrida ou musculação, sinto uma ardência/queimação muito forte no nariz. É normal? R.G.O.C. Esse tipo de sensação não é comum. A qualidade do ar é a maior causa de irritação nasal durante o esporte. Normalmente, o incômodo é provocado pelo ar seco e frio ou pelo ar poluído. "Se ele estiver, por exemplo, no parque Ibirapuera, ao meio-dia, estará respirando um ar poluído com excesso de ozônio. Isso irrita muito a via respiratória", diz Olavo Mion, otorrinolaringologista da ABORL-CCF (Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facil) e presidente da Academia Brasileira de Rinologia. O mesmo vale para academias com ar-condicionado, que deixam o ar seco e frio. Mion aconselha que o exercício seja feito em locais com poucos carros, pela manhã ou no fim da tarde. Ele também afirma que lavar o nariz com soro fisiológico antes e depois do exercício ajuda a controlar possíveis ressecamentos nasais. É importante, contudo, consultar e buscar a orientação de um otorrinolaringologista. - A cada semana, nas edições de sábado do jornal impresso, a editoria de Saúde da Folha responde a uma pergunta dos leitores sobre saúde. É dada preferência a questões mais gerais sobre doenças, cuidados com a saúde e hábitos saudáveis. Mande sua dúvida para o nosso Facebook ou e-mail saude@grupofolha.com.br, informando nome completo e cidade. Por carta, escreva para Editoria de Saúde, al. Barão de Limeira, 425, 4º. andar, CEP 01202-900, São Paulo-SP.
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Piloto automático e motores melhores ressuscitam vendas de carros zero
KARINA CRAVEIRO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA O publicitário Eduardo Barros, 34, roda por São Paulo com um Jeep Compass novo. O modelo foi o escolhido para substituir um Hyundai Tucson que o paulistano tirou da concessionária ainda zero-quilômetro, em 2013. "Estava buscando um carro mais moderno, principalmente em relação ao motor, ao consumo e a outros itens como sistema de conectividade", afirma. Assim como Barros, muita gente escolheu trocar de carro agora-as vendas de veículos novos subiram 13,5% em junho, em comparação com 2016, de acordo com a Anfavea, a associação nacional das montadoras. O caso do publicitário serve, ainda, para ilustrar o salto tecnológico que a indústria deu nos últimos cinco anos, um dos maiores da história. Na opinião do presidente da Anfavea, Antonio Megale, a evolução ocorre naturalmente no Brasil, porque o mercado é um dos mais concorridos no mundo todo. De acordo com ele, essa rivalidade faz com que as montadoras invistam em novidades para seus produtos, porque quem que fica parado perde espaço muito rápido. "O carro de hoje é completamente diferente daquele comercializado há cinco anos. É possível dividir a evolução em três áreas: eficiência energética, segurança e tecnologia, sendo que a última engloba conectividade e itens de conforto", diz Megale. Em relação aos motores, Milad Kalume Neto, gerente de desenvolvimento de negócios da Jato Brasil (que atua na área de pesquisa de mercado), destaca que as metas de eficiência impactaram no investimento dos fabricantes para a diminuição do consumo de combustível e também para a redução das emissões. Essa movimentação é consequência do programa Inovar-Auto, que começou a valer em 2012, e resultou em um aumento de cerca de 12% na eficiência energética. "Além disso, os motores passaram a ser menores com a inclusão de turbocompressor, movimento denominado 'downsizing'", afirma. AIRBAGS A cirurgiã-dentista Isabela Dal Rovere, 25, acaba de "aposentar" seu antigo Fiat Palio 2010 para comprar um Ford Ka zero-quilômetro. "O carro já estava com uma quilometragem alta. Além disso, não tinha airbags. Eu pego muita estrada e já estava preocupada com o fator segurança", diz. Ela elogiou a relação custo-benefício do hatch da montadora. Por causa da legislação, todos os veículos fabricados a partir de janeiro de 2014 passaram a sair de fábrica com airbags frontais e freios ABS de série. Para 2020 está prevista a obrigatoriedade do controle de estabilidade. CONFORTO Na parte de conforto e tecnologia, uma grande variedade dispositivos já pode ser encontrada em modelos que custam menos de R$ 50 mil. A Hyundai, por exemplo, acaba de incluir o sistema multimídia em todas as versões do HB20. Enquanto isso, o Ford Ka tem assistente de partida em rampa, ainda que nas versões mais caras. Também aumentou a oferta de modelos com volante multifuncional, e carros com câmbio automático ou automatizado já não são figuras raras no trânsito. "A conectividade passou a ser um elemento-chave. São itens como conexão via bluetooth, display de entretenimento, piloto automático adaptativo, estacionamento automático e chaves inteligentes", diz Kalume. "Além disso, ar-condicionado, bancos de couro e direção assistida estão até nos veículos de entrada."
sobretudo
Piloto automático e motores melhores ressuscitam vendas de carros zero KARINA CRAVEIRO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA O publicitário Eduardo Barros, 34, roda por São Paulo com um Jeep Compass novo. O modelo foi o escolhido para substituir um Hyundai Tucson que o paulistano tirou da concessionária ainda zero-quilômetro, em 2013. "Estava buscando um carro mais moderno, principalmente em relação ao motor, ao consumo e a outros itens como sistema de conectividade", afirma. Assim como Barros, muita gente escolheu trocar de carro agora-as vendas de veículos novos subiram 13,5% em junho, em comparação com 2016, de acordo com a Anfavea, a associação nacional das montadoras. O caso do publicitário serve, ainda, para ilustrar o salto tecnológico que a indústria deu nos últimos cinco anos, um dos maiores da história. Na opinião do presidente da Anfavea, Antonio Megale, a evolução ocorre naturalmente no Brasil, porque o mercado é um dos mais concorridos no mundo todo. De acordo com ele, essa rivalidade faz com que as montadoras invistam em novidades para seus produtos, porque quem que fica parado perde espaço muito rápido. "O carro de hoje é completamente diferente daquele comercializado há cinco anos. É possível dividir a evolução em três áreas: eficiência energética, segurança e tecnologia, sendo que a última engloba conectividade e itens de conforto", diz Megale. Em relação aos motores, Milad Kalume Neto, gerente de desenvolvimento de negócios da Jato Brasil (que atua na área de pesquisa de mercado), destaca que as metas de eficiência impactaram no investimento dos fabricantes para a diminuição do consumo de combustível e também para a redução das emissões. Essa movimentação é consequência do programa Inovar-Auto, que começou a valer em 2012, e resultou em um aumento de cerca de 12% na eficiência energética. "Além disso, os motores passaram a ser menores com a inclusão de turbocompressor, movimento denominado 'downsizing'", afirma. AIRBAGS A cirurgiã-dentista Isabela Dal Rovere, 25, acaba de "aposentar" seu antigo Fiat Palio 2010 para comprar um Ford Ka zero-quilômetro. "O carro já estava com uma quilometragem alta. Além disso, não tinha airbags. Eu pego muita estrada e já estava preocupada com o fator segurança", diz. Ela elogiou a relação custo-benefício do hatch da montadora. Por causa da legislação, todos os veículos fabricados a partir de janeiro de 2014 passaram a sair de fábrica com airbags frontais e freios ABS de série. Para 2020 está prevista a obrigatoriedade do controle de estabilidade. CONFORTO Na parte de conforto e tecnologia, uma grande variedade dispositivos já pode ser encontrada em modelos que custam menos de R$ 50 mil. A Hyundai, por exemplo, acaba de incluir o sistema multimídia em todas as versões do HB20. Enquanto isso, o Ford Ka tem assistente de partida em rampa, ainda que nas versões mais caras. Também aumentou a oferta de modelos com volante multifuncional, e carros com câmbio automático ou automatizado já não são figuras raras no trânsito. "A conectividade passou a ser um elemento-chave. São itens como conexão via bluetooth, display de entretenimento, piloto automático adaptativo, estacionamento automático e chaves inteligentes", diz Kalume. "Além disso, ar-condicionado, bancos de couro e direção assistida estão até nos veículos de entrada."
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Galeria de fotos mostra o dia a dia de crianças em favelas do Quênia
Os problemas de viver numa favela são parecidos em todo o mundo. Falta saneamento básico, as moradias são improvisadas com tapumes e papelão, as ruas são de terra e há carência de escolas, hospitais e áreas de lazer para jovens e adultos. As fotos acima retratam a vida cotidiana das crianças em favelas de Nairóbi, capital do Quênia.
folhinha
Galeria de fotos mostra o dia a dia de crianças em favelas do QuêniaOs problemas de viver numa favela são parecidos em todo o mundo. Falta saneamento básico, as moradias são improvisadas com tapumes e papelão, as ruas são de terra e há carência de escolas, hospitais e áreas de lazer para jovens e adultos. As fotos acima retratam a vida cotidiana das crianças em favelas de Nairóbi, capital do Quênia.
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Ano foi difícil, mas há esperança
Este 2016 ficará na lembrança como um ano de turbulências para o Brasil. Na economia, a crise se agravou de maneira significativa. Falou-se que as finanças do país estão gravemente enfermas, e a cura requer remédio amargo. A terapia de choque que o governo está para aplicar ao "paciente" atinge a quase todos os brasileiros -são partes desse tratamento a fixação do teto para os gastos federais e a reforma da Previdência. Ninguém nega a necessidade de sanar as finanças públicas; o problema é determinar como serão feitos os cortes e a justa distribuição dos gastos. A reforma da Previdência parece inquestionável para evitar a impossibilidade de honrar os compromissos com os aposentados, enfermos e outros assistidos. Também aqui, a questão é a distribuição equitativa de perdas e danos. Outra dificuldade é superar toda forma de corrupção na gestão do bem público. Nem falemos das turbulências políticas! A presidente da República foi afastada; caiu o presidente da Câmara dos Deputados, por denúncias de corrupção; quase cai o presidente do Senado. Vários ministros de Estado foram afastados por denúncias de malversação do bem público; um ex-governador do Rio está preso e outros expoentes da política nacional são acusados de diversos crimes. O ano político se conclui com ânimos sobressaltados e assombrados, diante dos anúncios de mais práticas ilícitas graves. Será este o ano da depuração na política brasileira? Também vimos crescer a influência do Poder Judiciário; não há lembrança de precedentes similares. O procurador-geral da República e o Ministério Público têm agido com firmeza. O Supremo Tribunal Federal está com mais trabalho do que nunca! Seu ativismo e protagonismo, quase sempre aplaudidos, por vezes parecem paradoxais, levando alguns a questionarem a eventual extrapolação de suas competências e a invasão do espaço do Legislativo. É preciso reconhecer, porém, que, por força do Judiciário e de sua atuação, acontecem coisas inauditas nesta parte atlântica das Américas: denúncias e fatos de corrupção são seriamente investigados; altos diretores e executivos de empresas estatais e privadas são chamados às contas com a Justiça; pagam-se multas e outras penalizações, com somas antes inimagináveis, quando antes não se ouvia falar em devolução do bem público desviado ou roubado. Algo está mudando em nosso país tropical. O ano também teve como marca gigantescas manifestações populares pelas ruas e praças de todo o Brasil. Em geral, não foram organizadas por partidos políticos ou sindicatos de categorias sociais: a voz das ruas apareceu e pretende ser ouvida. Apesar de não ser sempre fácil compreender a linguagem dessas manifestações, elas deram expressão à consciência cidadã do povo brasileiro, que já não aceita mais o papel de mero expectador da cena política, sem influência nem participação. "Sua Excelência, o Povo" deseja usar a palavra e fazer valer a sua força, como apareceu claro nas eleições municipais de outubro. O balanço geral do ano parece muito ruim, mas, a meu ver, não é tanto assim. Apesar de chegarem ao final do ano cansados de levar sustos, os brasileiros amadureceram no seu sentimento cidadão. Os escândalos revelados, que parecem não ter fim, também podem ter o efeito de um choque ético para a consciência; tomara que apareça clara a percepção de que o "jeitinho" e a "lei da vantagem" não ficam bem, nem podem ser a referência maior nas relações sociais, econômicas e políticas. É preciso recuperar princípios e posturas éticas. O cardeal dom Paulo Evaristo Arns, morto em 14 de dezembro, denunciou injustiças, violências e corrupção do poder enquanto foi arcebispo de São Paulo, mas nunca perdia a esperança de ver o Brasil curado de seus males: "coragem, não desanimem", dizia ele. Seu lema,"de esperança em esperança", vale para desejar Feliz Natal e abençoado ano de 2017 a todos. Coragem, não desanimemos! CARDEAL DOM ODILO PEDRO SCHERER, doutor em teologia pela Universidade Gregoriana (Roma), é arcebispo de São Paulo PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br
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Ano foi difícil, mas há esperançaEste 2016 ficará na lembrança como um ano de turbulências para o Brasil. Na economia, a crise se agravou de maneira significativa. Falou-se que as finanças do país estão gravemente enfermas, e a cura requer remédio amargo. A terapia de choque que o governo está para aplicar ao "paciente" atinge a quase todos os brasileiros -são partes desse tratamento a fixação do teto para os gastos federais e a reforma da Previdência. Ninguém nega a necessidade de sanar as finanças públicas; o problema é determinar como serão feitos os cortes e a justa distribuição dos gastos. A reforma da Previdência parece inquestionável para evitar a impossibilidade de honrar os compromissos com os aposentados, enfermos e outros assistidos. Também aqui, a questão é a distribuição equitativa de perdas e danos. Outra dificuldade é superar toda forma de corrupção na gestão do bem público. Nem falemos das turbulências políticas! A presidente da República foi afastada; caiu o presidente da Câmara dos Deputados, por denúncias de corrupção; quase cai o presidente do Senado. Vários ministros de Estado foram afastados por denúncias de malversação do bem público; um ex-governador do Rio está preso e outros expoentes da política nacional são acusados de diversos crimes. O ano político se conclui com ânimos sobressaltados e assombrados, diante dos anúncios de mais práticas ilícitas graves. Será este o ano da depuração na política brasileira? Também vimos crescer a influência do Poder Judiciário; não há lembrança de precedentes similares. O procurador-geral da República e o Ministério Público têm agido com firmeza. O Supremo Tribunal Federal está com mais trabalho do que nunca! Seu ativismo e protagonismo, quase sempre aplaudidos, por vezes parecem paradoxais, levando alguns a questionarem a eventual extrapolação de suas competências e a invasão do espaço do Legislativo. É preciso reconhecer, porém, que, por força do Judiciário e de sua atuação, acontecem coisas inauditas nesta parte atlântica das Américas: denúncias e fatos de corrupção são seriamente investigados; altos diretores e executivos de empresas estatais e privadas são chamados às contas com a Justiça; pagam-se multas e outras penalizações, com somas antes inimagináveis, quando antes não se ouvia falar em devolução do bem público desviado ou roubado. Algo está mudando em nosso país tropical. O ano também teve como marca gigantescas manifestações populares pelas ruas e praças de todo o Brasil. Em geral, não foram organizadas por partidos políticos ou sindicatos de categorias sociais: a voz das ruas apareceu e pretende ser ouvida. Apesar de não ser sempre fácil compreender a linguagem dessas manifestações, elas deram expressão à consciência cidadã do povo brasileiro, que já não aceita mais o papel de mero expectador da cena política, sem influência nem participação. "Sua Excelência, o Povo" deseja usar a palavra e fazer valer a sua força, como apareceu claro nas eleições municipais de outubro. O balanço geral do ano parece muito ruim, mas, a meu ver, não é tanto assim. Apesar de chegarem ao final do ano cansados de levar sustos, os brasileiros amadureceram no seu sentimento cidadão. Os escândalos revelados, que parecem não ter fim, também podem ter o efeito de um choque ético para a consciência; tomara que apareça clara a percepção de que o "jeitinho" e a "lei da vantagem" não ficam bem, nem podem ser a referência maior nas relações sociais, econômicas e políticas. É preciso recuperar princípios e posturas éticas. O cardeal dom Paulo Evaristo Arns, morto em 14 de dezembro, denunciou injustiças, violências e corrupção do poder enquanto foi arcebispo de São Paulo, mas nunca perdia a esperança de ver o Brasil curado de seus males: "coragem, não desanimem", dizia ele. Seu lema,"de esperança em esperança", vale para desejar Feliz Natal e abençoado ano de 2017 a todos. Coragem, não desanimemos! CARDEAL DOM ODILO PEDRO SCHERER, doutor em teologia pela Universidade Gregoriana (Roma), é arcebispo de São Paulo PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br
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