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stringlengths 10
17
| question_number
int32 1
90
| exam_id
stringclasses 15
values | exam_year
stringclasses 7
values | university
stringclasses 2
values | question_type
sequence | nullified
bool 0
classes | question
stringlengths 31
2.75k
| choices
sequence | answerKey
stringclasses 5
values |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
USP_2018_3 | 3 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"physics"
] | null | Note e adote: π = 3.
Calor latente de vaporização da água: 2 x 10^6 J/kg.
Densidade da água: 10^3 kg/m3.
1 dia = 8,6 x 10^4 sFuracões são sistemas físicos que liberam uma enorme
quantidade de energia por meio de diferentes tipos de
processos, sendo um deles a condensação do vapor em água.
De acordo com o Laboratório Oceanográfico e Meteorológico
do Atlântico, um furacão produz, em média, 1,5 cm de chuva
por dia em uma região plana de 660 km de raio. Nesse caso, a
quantidade de energia por unidade de tempo envolvida no
processo de condensação do vapor em água da chuva é,
aproximadamente, | {
"text": [
"3,8 x 1015 W.",
"4,6 x 1014 W.",
"2,1 x 1013 W.",
"1,2 x 1012 W.",
"1,1 x 1011 W."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | B |
USP_2018_4 | 4 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"physics"
] | null | Note e adote:
Considere o ar em repouso e ignore sua resistência.
Ignore as dimensões das pessoas envolvidas.
Velocidade do som no ar: 360 m/s.
Aceleração da gravidade: 10 m/s2.
Em uma tribo indígena de uma ilha tropical, o teste derradeiro
de coragem de um jovem é deixar-se cair em um rio, do alto de
um penhasco. Um desses jovens se soltou verticalmente, a
partir do repouso, de uma altura de 45 m em relação à
superfície da água. O tempo decorrido, em segundos, entre o
instante em que o jovem iniciou sua queda e aquele em que um
espectador, parado no alto do penhasco, ouviu o barulho do
impacto do jovem na água é, aproximadamente, | {
"text": [
"3,1.",
"4,3.",
"5,2.",
"6,2.",
"7,0."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | A |
USP_2018_6 | 6 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"physics"
] | null | Note e adote:
Aceleração da gravidade: 10 m/s^2.
Desconsidere a massa dos motoristas e a resistência do ar.Uma caminhonete, de massa 2.000 kg, bateu na traseira de um
sedã, de massa 1.000 kg, que estava parado no semáforo, em
uma rua horizontal. Após o impacto, os dois veículos deslizaram
como um único bloco. Para a perícia, o motorista da
caminhonete alegou que estava a menos de 20 km/h quando o
acidente ocorreu. A perícia constatou, analisando as marcas de
frenagem, que a caminhonete arrastou o sedã, em linha reta,
por uma distância de 10 m. Com este dado e estimando que o
coeficiente de atrito cinético entre os pneus dos veículos e o
asfalto, no local do acidente, era 0,5, a perícia concluiu que a
velocidade real da caminhonete, em km/h, no momento da
colisão era, aproximadamente, | {
"text": [
"10.",
"15.",
"36.",
"48.",
"54."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | E |
USP_2018_8 | 8 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"chemistry",
"physics"
] | null | O ano de 2017 marca o trigésimo aniversário de um grave
acidente de contaminação radioativa, ocorrido em Goiânia em
1987. Na ocasião, uma fonte radioativa, utilizada em um
equipamento de radioterapia, foi retirada do prédio
abandonado de um hospital e, posteriormente, aberta no ferro
velho para onde fora levada. O brilho azulado do pó de césio
137 fascinou o dono do ferro-velho, que compartilhou porções
do material altamente radioativo com sua família e amigos, o
que teve consequências trágicas. O tempo necessário para que
metade da quantidade de césio-137 existente em uma fonte se
transforme no elemento não radioativo bário-137 é trinta anos.
Em relação a 1987, a fração de césio-137, em %, que existirá na
fonte radioativa 120 anos após o acidente, será,
aproximadamente, | {
"text": [
"3,1.",
"6,3.",
"12,5.",
"25,0.",
"50,0."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | B |
USP_2018_11 | 11 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"physics"
] | null | Em 2016, as lâmpadas incandescentes tiveram sua venda
definitivamente proibida no país, por razões energéticas. Uma
lâmpada fluorescente, considerada energeticamente eficiente,
consome 28 W de potência e pode produzir a mesma
intensidade luminosa que uma lâmpada incandescente
consumindo a potência de 100 W. A vida útil média da lâmpada
fluorescente é de 10.000 h e seu preço médio é de R$ 20,00,
enquanto a lâmpada incandescente tem vida útil de 1.000 h e
cada unidade custaria, hoje, R$ 4,00. O custo da energia é de
R$ 0,25 por quilowatt-hora. O valor total, em reais, que pode
ser poupado usando uma lâmpada fluorescente, ao longo da sua
vida útil, ao invés de usar lâmpadas incandescentes para obter a
mesma intensidade luminosa, durante o mesmo período de
tempo, | {
"text": [
"90,00.",
"140,00.",
"200,00.",
"250,00.",
"290,00."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | C |
USP_2018_17 | 17 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"chemistry"
] | null | A energia liberada na combustão do etanol de cana-de-açúcar
pode ser considerada advinda da energia solar, uma vez que a
primeira etapa para a produção do etanol é a fotossíntese. As
transformações envolvidas na produção e no uso do etanol
combustível são representadas pelas seguintes equações
químicas:
6CO2(g) + 6H2O(g) -> C6H12O6(aq) + 6O2(g)
C6H12O6(aq) -> 2C2H5OH(aq) + 2CO2(g) ΔH = -70 kJ/mol
C2H5OH(l) + 3O2(g) -> 2 CO2 (g) + 3 H2O (g) ΔH = -1.235 kJ/mol
Com base nessas informações, podemos afirmar que o valor de
ΔH para a reação de fotossíntese é | {
"text": [
"-1.305 kJ/mol.",
"+1.305 kJ/mol.",
"+2.400 kJ/mol.",
"-2.540 kJ/mol.",
"+2.540 kJ/mol."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | E |
USP_2018_23 | 23 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"chemistry"
] | null | Neste texto, o autor descreve o fascínio que as descobertas em
Química exerciam sobre ele, durante sua infância.
Eu adorava Química em parte por ela ser uma ciência de
transformações, de inúmeros compostos baseados em algumas
dúzias de elementos, eles próprios fixos, invariáveis e eternos. A
noção de estabilidade e de invariabilidade dos elementos era
psicologicamente crucial para mim, pois eu os via como pontos
fixos, como âncoras em um mundo instável. Mas agora, com a
radioatividade, chegavam transformações das mais incríveis.
(...)
A radioatividade não alterava as realidades da Química
ou a noção de elementos; não abalava a ideia de sua
estabilidade e identidade. O que ela fazia era aludir a duas
esferas no átomo – uma esfera relativamente superficial e
acessível, que governava a reatividade e a combinação química,
e uma esfera mais profunda, inacessível a todos os agentes
químicos e físicos usuais e suas energias relativamente
pequenas, onde qualquer mudança produzia uma alteração
fundamental de identidade.
Oliver Sacks, Tio Tungstênio: Memórias de uma infância química.
De acordo com o autor, | {
"text": [
"o trecho \"eles próprios fixos, invariáveis e eternos\" (L. 3)\nremete à dificuldade para a quebra de ligações químicas,\nque são muito estáveis.",
"\"esfera relativamente superficial\" (L. 12) e \"esfera mais\nprofunda\" (L. 14) dizem respeito, respectivamente, à\neletrosfera e ao núcleo dos átomos.",
"\"esfera relativamente superficial\" (L. 12) e \"esfera mais\nprofunda\" (L. 14) referem-se, respectivamente, aos elétrons\nda camada de valência, envolvidos nas reações químicas, e\naos elétrons das camadas internas dos átomos, que não\nestão envolvidos nas reações químicas.",
"as energias envolvidas nos processos de transformação de\num átomo em outro, como ocorre com materiais\nradioativos, são \"relativamente pequenas\" (L. 15-16).",
"a expressão \"uma alteração fundamental de identidade\"\n(L. 16-17) relaciona-se à capacidade que um mesmo átomo\ntem de fazer ligações químicas diferentes, formando\ncompostos com propriedades distintas das dos átomos\nisolados"
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | B |
USP_2018_24 | 24 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"mathematics"
] | null | Em uma urna, há bolas amarelas, brancas e vermelhas. Sabe-
se que:
I. A probabilidade de retirar uma bola vermelha dessa urna é
o dobro da probabilidade de retirar uma bola amarela.
II. Se forem retiradas 4 bolas amarelas dessa urna, a
probabilidade de retirar uma bola vermelha passa a ser 1/2.
III. Se forem retiradas 12 bolas vermelhas dessa urna, a
probabilidade de retirar uma bola branca passa a ser 1/2.
A quantidade de bolas brancas na urna é | {
"text": [
"8.",
"10.",
"12.",
"14.",
"16."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | C |
USP_2018_27 | 27 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"mathematics"
] | null | Dentre os candidatos que fizeram provas de matemática,
português e inglês num concurso, 20 obtiveram nota mínima
para aprovação nas três disciplinas. Além disso, sabe-se que:
I. 14 não obtiveram nota mínima em matemática;
II. 16 não obtiveram nota mínima em português;
III. 12 não obtiveram nota mínima em inglês;
IV. 5 não obtiveram nota mínima em matemática e em
português;
V. 3 não obtiveram nota mínima em matemática e em inglês;
VI. 7 não obtiveram nota mínima em português e em inglês e
VII. 2 não obtiveram nota mínima em português, matemática
e inglês.
A quantidade de candidatos que participaram do concurso foi | {
"text": [
"44.",
"46.",
"47.",
"48.",
"49."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | E |
USP_2018_28 | 28 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"mathematics"
] | null | Sejam D_f e D_g os maiores subconjuntos de R nos quais estão
definidas, respectivamente, as funções reais
f(x) = sqrt((x^3 + 2x^2 - 4x - 8)/x-2) e g(x) = sqrt(x^3 + 2x^2 - 4x - 8)/sqrt(x-2)
Considere, ainda, I_f e I_g as imagens de f e de g, respectivamente
Nessas condições, | {
"text": [
"D_f = D_g e I_f = I_g.",
"tanto D_f e D_g quanto I_f e I_g diferem em apenas um ponto.",
"D_f e D_g diferem em apenas um ponto, I_f e I_g diferem em\nmais de um ponto.",
"D_f e D_g diferem em mais de um ponto, I_f e I_g diferem em\napenas um ponto.",
"tanto D_f e D_g quanto I_f e I_g diferem em mais de um ponto."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | E |
USP_2018_31 | 31 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"mathematics"
] | null | Maria quer comprar uma TV que está sendo vendida por
R$ 1.500,00 à vista ou em 3 parcelas mensais sem juros de
R$ 500,00. O dinheiro que Maria reservou para essa compra
não é suficiente para pagar à vista, mas descobriu que o banco
oferece uma aplicação financeira que rende 1% ao mês. Após
fazer os cálculos, Maria concluiu que, se pagar a primeira
parcela e, no mesmo dia, aplicar a quantia restante, conseguirá
pagar as duas parcelas que faltam sem ter que colocar nem tirar
um centavo sequer. Quanto Maria reservou para essa compra,
em reais | {
"text": [
"1.450,20",
"1.480,20",
"1.485,20",
"1.495,20",
"1.490,20"
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | C |
USP_2018_32 | 32 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"mathematics"
] | null | Considere o polinômio
P(x) = x^n + a_(n_1) x^(n_1) + ... + a_1 x + a_0,
em que a_0, ..., a_(n-1) ∈ ℝ. Sabe-se que as suas n raízes estão
sobre a circunferência unitária e que a_0 < 0.
O produto das n raízes de P(x), para qualquer inteiro n >= 1, é: | {
"text": [
"0/",
"i^n",
"i^(n+1)",
"(-1)^n",
"(-1)^(n+1)"
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | E |
USP_2018_34 | 34 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"mathematics"
] | null | Dois atletas correm com velocidades constantes em uma pista
retilínea, partindo simultaneamente de extremos opostos, A e
B. Um dos corredores parte de A, chega a B e volta para A. O
outro corredor parte de B, chega a A e volta para B. Os
corredores cruzam-se duas vezes, a primeira vez a 800 metros
de A e a segunda vez a 500 metros de B. O comprimento da
pista, em metros, é | {
"text": [
"1.000.",
"1.300.",
"1.600.",
"1.900.",
"2.100."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | D |
USP_2018_35 | 35 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"biology"
] | null | Borboleta, lula e avestruz têm como principal excreta
nitrogenado, respectivamente, | {
"text": [
"ácido úrico, amônia e ácido úrico.",
"ácido úrico, ureia e amônia.",
"amônia, ácido úrico e amônia.",
"amônia, ureia e ácido úrico.",
"ureia, amônia e ácido úrico."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | A |
USP_2018_36 | 36 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"biology"
] | null | No sistema circulatório humano, | {
"text": [
"a veia cava superior transporta sangue pobre em oxigênio,\ncoletado da cabeça, dos braços e da parte superior do\ntronco, e chega ao átrio esquerdo do coração.",
"a veia cava inferior transporta sangue pobre em oxigênio,\ncoletado da parte inferior do tronco e dos membros\ninferiores, e chega ao átrio direito do coração.",
"a artéria pulmonar transporta sangue rico em oxigênio, do\ncoração até os pulmões.",
"as veias pulmonares transportam sangue rico em oxigênio,\ndos pulmões até o átrio direito do coração.",
"a artéria aorta transporta sangue rico em oxigênio para o\ncorpo, por meio da circulação sistêmica, e sai do ventrículo\ndireito do coração."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | B |
USP_2018_37 | 37 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"biology"
] | null | No grupo dos fungos, são conhecidas perto de 100 mil espécies.
Esse grupo tão diverso inclui espécies que | {
"text": [
"são sapróbias, fundamentais na ciclagem dos nutrientes,\npois sintetizam açúcares a partir do dióxido de carbono do\nar.",
"são parasitas, procariontes heterotróficos que absorvem\ncompostos orgânicos produzidos pelos organismos\nhospedeiros.",
"são comestíveis, pertencentes a um grupo de fungos\nprimitivos que não formam corpos de frutificação.",
"formam, com as raízes de plantas, associações chamadas\nmicorrizas, mutuamente benéficas, pela troca de\nnutrientes.",
"realizam respiração, na presença de oxigênio, e\nfotossíntese, na ausência desse gás, sendo, portanto,\nanaeróbias facultativas."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | D |
USP_2018_38 | 38 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"biology"
] | null | Analise as três afirmações sobre o controle da respiração em
humanos.
I. Impulsos nervosos estimulam a contração do diafragma e
dos músculos intercostais, provocando a inspiração.
II. A concentração de dióxido de carbono no sangue influencia
o ritmo respiratório.
III. O ritmo respiratório pode ser controlado voluntariamente,
mas na maior parte do tempo tem controle involuntário.
Está correto o que se afirma em | {
"text": [
"I, apenas.",
"I e III, apenas.",
"III, apenas.",
"II e III, apenas.",
"I, II e III."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | E |
USP_2018_40 | 40 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"biology"
] | null | Muitas plantas adaptadas a ambientes terrestres secos e com
alta intensidade luminosa apresentam folhas | {
"text": [
"pequenas com estômatos concentrados na parte inferior,\nmuitos tricomas claros, cutícula impermeável e parênquima\naquífero.",
"grandes com estômatos concentrados na parte inferior,\npoucos tricomas claros, cutícula impermeável e parênquima\naerífero.",
"pequenas com estômatos concentrados na parte superior,\nausência de tricomas, cera sobre a epiderme foliar e\nparênquima aquífero.",
"grandes com estômatos igualmente distribuídos em ambas\nas partes, ausência de tricomas, ausência de cera sobre a\nepiderme foliar e parênquima aerífero.",
"pequenas com estômatos concentrados na parte superior,\nmuitos tricomas claros, cera sobre a epiderme foliar e\nparênquima aerífero."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | A |
USP_2018_41 | 41 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"biology"
] | null | Células de embrião de drosófila (2n=8), que estavam em
divisão, foram tratadas com uma substância que inibe a
formação do fuso, impedindo que a divisão celular prossiga.
Após esse tratamento, quantos cromossomos e quantas
cromátides, respectivamente, cada célula terá? | {
"text": [
"4 e 4.",
"4 e 8.",
"8 e 8.",
"8 e 16.",
"16 e 16."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | D |
USP_2018_42 | 42 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"biology"
] | null | Analise as três afirmações seguintes sobre ciclos
biogeoquímicos.
I. A respiração dos seres vivos e a queima de combustíveis
fósseis e de vegetação restituem carbono à atmosfera.
II. Diferentes tipos de bactérias participam da ciclagem do
nitrogênio: as fixadoras, que transformam o gás nitrogênio
em amônia, as nitrificantes, que produzem nitrito e nitrato,
e as desnitrificantes, que devolvem o nitrogênio gasoso à
atmosfera.
III. Pelo processo da transpiração, as plantas bombeiam,
continuamente, água do solo para a atmosfera, e esse vapor
de água se condensa e contribui para a formação de nuvens,
voltando à terra como chuva.
Está correto o que se afirma em | {
"text": [
"I, apenas.",
"I e II, apenas.",
"II e III, apenas.",
"III, apenas.",
"I, II e III."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | E |
USP_2018_43 | 43 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"biology"
] | null | O botulismo provocou a morte de 1,1 mil cabeças de gado, no
último mês de agosto, numa fazenda em Mato Grosso do Sul. A
suspeita clínica inicial foi confirmada pelo exame das amostras
de grãos úmidos de milho fornecidos aos animais,
demonstrando a presença da toxina botulínica, que é produzida
pela bactéria Clostridium botulinum.
Considerando que a toxina botulínica bloqueia a transmissão
neuromuscular, a morte dos animais deve ter sido decorrente
de | {
"text": [
"infecção generalizada.",
"hemorragia interna.",
"desidratação provocada por diarreia.",
"acidente vascular cerebral.",
"parada respiratória."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | E |
USP_2018_44 | 44 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"biology"
] | null | A levedura Saccharomyces cerevisiae pode obter energia na
ausência de oxigênio, de acordo com a equação
C6H12O6 -> 2 CO2 + 2 CH3CH2OH + 2 ATP.
Produtos desse processo são utilizados na indústria de
alimentos e bebidas. Esse processo ocorre _____________ da
levedura e seus produtos são utilizados na produção de
_____________.
As lacunas dessa frase devem ser preenchidas por: | {
"text": [
"nas mitocôndrias; cerveja e vinagre.",
"nas mitocôndrias; cerveja e pão.",
"no citosol; cerveja e pão.",
"no citosol; iogurte e vinagre.",
"no citosol e nas mitocôndrias; cerveja e iogurte."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | C |
USP_2018_45 | 45 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"biology"
] | null | Nos cães labradores, a cor da pelagem preta, chocolate ou
dourada depende da interação entre dois genes, um localizado
no cromossomo 11 (alelos B e b) e o outro, no cromossomo 5
(alelos E e e). O alelo dominante B é responsável pela síntese
do pigmento preto e o alelo recessivo b, pela produção do
pigmento chocolate. O alelo dominante E determina a
deposição do pigmento preto ou chocolate nos pelos; e o alelo
e impede a deposição de pigmento no pelo.
Dentre 36 cães resultantes de cruzamentos de cães
heterozigóticos nos dois lócus com cães duplo-homozigóticos
recessivos, quantos com pelagem preta, chocolate e dourada,
respectivamente, são esperados? | {
"text": [
"0, 0 e 36.",
"9, 9 e 18.",
"18, 9 e 9.",
"18, 0 e 18.",
"18, 18 e 0"
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | B |
USP_2018_46 | 46 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"biology",
"chemistry"
] | null | Considere estas três reações químicas realizadas por seres
vivos:
I. Fotossíntese
6 H2O + 6 CO2 (luz ->) 6 O2 + C6H12O6
II. Quimiossíntese metanogênica
CO2 + 4H2 -> CH4 + 2H2O
III. Respiração celular
6 O2 + C6H12O6 -> 6 H2O + 6 CO2
A mudança no estado de oxidação do elemento carbono em
cada reação e o tipo de organismo em que a reação ocorre são: | {
"text": [
"I: redução, autotrófico; II: redução, autotrófico; III: oxidação, heterotrófico, autotrófico.",
"I: oxidação, autotrófico; II: oxidação, heterotrófico; III: oxidação, autotrófico.",
"I: redução, autotrófico; II: redução, heterotrófico e autotrófico; III: redução, heterotrófico e autotrófico.",
"I: oxidação, autotrófico e heterotrófico; II: redução, autotrófico; III: oxidação, autotrófico.",
"I: oxidação, heterotrófico. II: oxidação, autotrófico; III: redução, heterotrófico."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | A |
USP_2018_48 | 48 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"geography"
] | null | Às vésperas da Cúpula do G20, que teve início em 07 de julho
de 2017, em Hamburgo, na Alemanha, a chanceler alemã,
Angela Merkel, discursou no Parlamento e referiu-se a atores
políticos importantes no cenário mundial, conforme os trechos
transcritos a seguir.
Quem pensa que os problemas deste mundo podem ser
resolvidos com o isolacionismo e o protecionismo está
cometendo um enorme erro. Somente juntos podemos
encontrar as respostas certas às questões centrais dos nossos
tempos (...) Não podemos esperar até que a última pessoa na
Terra esteja convencida da evidência científica das mudanças
climáticas. Em outras palavras: o acordo climático (de Paris) é
irreversível e não negociável.
www.jb.com.br/pais/notícias.
Analise as três afirmações seguintes, quanto aos objetivos e ao
teor desses trechos do discurso.
I. Podem ser entendidos como uma crítica à saída dos EUA do
acordo sobre as mudanças climáticas construído na COP21
de 2015, em Paris, à época assinado pelo ex-presidente
Barack Obama. A saída foi justificada pelo atual presidente
Donald Trump, afirmando que o acordo seria prejudicial à
economia americana.
II. Trata-se de um elogio à recente postura de algumas
autoridades do Reino Unido, o qual, em seu processo
denominado Brexit, pretende proteger a economia
britânica, mas sem afetar seus compromissos financeiros
com o acordo de Paris de 2015 e os relacionados com as
questões estratégicas coletivas da Comunidade Europeia.
III. Faz-se uma crítica direta à França, que, mesmo tendo sido a
sede da COP21 de 2015, vem continuamente
desobedecendo a esse acordo, pois contraria as metas
firmadas de emissão de CO2 em suas atividades industriais.
Está correto o que se afirma em | {
"text": [
"I, apenas.",
"II, apenas.",
"I e III, apenas.",
"II e III, apenas.",
"I, II e III."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | A |
USP_2018_49 | 49 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"geography",
"history"
] | null | Contemporaneamente, pode-se definir a sociedade mundial
como a do petróleo, devido à participação desta matéria-prima
em inúmeros produtos e atividades humanas. A utilização deste
recurso natural data de muitos séculos, mas sua exploração e
beneficiamento se expandiram somente a partir do século XX.
A respeito desse recurso natural, é correto afirmar: | {
"text": [
"Houve uma forte redução do preço do barril, no início da\ndécada de 1970, por conta dos resultados das pesquisas\nenvolvendo novos procedimentos de extração e refino.",
"A estatização, no Brasil, do transporte e do refino de\npetróleo iniciou-se no final dos anos 1930 sob o governo de\nJuscelino Kubitschek.",
"O início de seu uso como fonte de energia se deu em 1920,\nna Inglaterra, com a descoberta de reservas pouco\nprofundas.",
"No final dos anos 1920, sete empresas petrolíferas mundiais\nconstituíram um cartel controlador da extração, transporte,\nrefino e distribuição do petróleo.",
"Os Estados Unidos possuem reservas ilimitadas de petróleo,\no que ocasiona independência em relação aos países\nparticipantes da OPEP."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | D |
USP_2018_50 | 50 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"geography"
] | null | Países europeus, como França e Alemanha, têm valorizado,
principalmente nas duas últimas décadas, o estabelecimento da
menor distância possível entre as áreas de produção agrícola e
de consumo, o que se denomina circuito curto. Na França, o
circuito curto é reconhecido por integrar, no máximo, um
intermediário entre o produtor e o consumidor, quando não se
trata de venda direta. No Brasil, ainda que não haja uma
definição oficial, o circuito curto é identificado pela proximidade
entre produtor e consumidor.
Moacir R. Darolt et al. A diversidade dos circuitos curtos de alimentos
ecológicos: ensinamentos do caso brasileiro e francês.
Agriculturas, v.10, n.2. Adaptado.
Considere a definição apresentada e analise as três afirmações:
I. A proximidade entre área de produção agrícola e de
consumo pode contribuir para a redução da emissão de CO2.
II. O objetivo fundamental do circuito curto é a ampliação da
lucratividade das grandes indústrias alimentícias, com
ganhos advindos da redução dos custos de transporte.
III. Com o circuito curto, são geradas novas relações sociais,
pelas quais se pode atingir o preço justo das mercadorias,
tanto para o consumidor como para o produtor.
Está correto apenas o que se afirma em | {
"text": [
"I.",
"II.",
"I e II.",
"II e III.",
"I e III."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | E |
USP_2018_53 | 53 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"geography",
"history"
] | null | As casinhas eram alugadas por mês e as tinas por dia; e tudo
pago adiantado. O preço de cada tina, metendo a água,
quinhentos réis; sabão à parte. As moradoras do cortiço tinham
preferência e não pagavam nada para lavar.
(...) E, mal vagava uma das casinhas, ou um quarto, um canto
onde coubesse um colchão, surgia uma nuvem de pretendentes
a disputá-los.
E aquilo se foi constituindo numa grande lavanderia, agitada e
barulhenta, com as suas cercas de varas, as suas hortaliças
verdejantes e os seus jardinzinhos de três e quatro palmos, que
apareciam como manchas alegres por entre a negrura das
limosas tinas transbordantes e o revérbero das claras barracas
de algodão cru, armadas sobre os lustrosos bancos de lavar.
Aluísio Azevedo, O cortiço
Nas cidades brasileiras, particularmente no último quartel do
século XIX, novas formas urbanas são constituídas, como os
cortiços e as favelas. Sobre esse fenômeno, é correto afirmar: | {
"text": [
"A expansão periférica no século XIX, na zona sul da cidade\ndo Rio de Janeiro, teve significativa presença de cortiços,\ndevido à chegada massiva de imigrantes japoneses.",
"A primeira favela carioca teve sua origem no forte\nempobrecimento da população no contexto da crise\ncafeeira na região serrana do Rio de Janeiro.",
"A maior concentração dos cortiços da cidade de São Paulo,\npresentes no último quartel do século XIX, localizava-se na\nporção mais central da aglomeração urbana.",
"As primeiras favelas brasileiras se originaram devido à\nexpansão da atividade industrial, no centro da cidade de\nSão Paulo, no início do último quartel do século XIX.",
"Nas cidades do Vale do Paraíba, durante a expansão\ncafeeira, os cortiços eram muito frequentes, por conta da\npresença de imigrantes italianos empobrecidos"
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | C |
USP_2018_54 | 54 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"geography"
] | null | O conceito de erosão apresenta definições mais amplas ou mais
restritas. A mais abrangente envolve os processos de
denudação da superfície terrestre de forma geral, incluindo
desde os processos de intemperismo de todos os tipos até os de
transporte e deposição de material. Outro conceito, mais
restrito, envolve apenas o deslocamento do material
intemperizado, seja solo ou rocha, por agentes de transporte
como a água corrente, o vento, o gelo ou a gravidade,
produzindo formas erosivas características.
R. Fairbridge. The Encyclopedia of Geomorphology, 1968. Adaptado
Exemplo de processo ao qual se aplica o conceito mais restrito
de erosão é | {
"text": [
"a formação de rochas.",
"a oxidação de rochas.",
"a formação de sulcos no solo.",
"a formação de concreções no solo.",
"o vulcanismo da crosta."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | C |
USP_2018_55 | 55 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"geography",
"history"
] | null | As primeiras práticas de agricultura datam de,
aproximadamente, 10.000 anos. Neste período, ocorreram
inúmeras transformações na sua base técnica, mas é, no
decorrer da segunda metade do século XX, que a revolução
agrícola contemporânea, fundada na elevada motorização-
mecanização, na seleção de variedades de plantas e de raças de
animais e na ampla utilização de corretores de pH dos solos, de
fertilizantes, de ração animal e de insumos químicos para as
plantas e para os animais domésticos, progrediu vigorosamente
nos países desenvolvidos e em alguns setores limitados dos
países subdesenvolvidos.
Marcel Mazoyer & Laurence Roudart. História das agriculturas
no mundo: do neolítico à crise contemporânea,
São Paulo: Unesp; Brasília: NEAD, 2010. Adaptado
As transformações ocorridas na agricultura após meados do
século XX foram reconhecidas como revolução verde, sobre a
qual se pode afirmar: | {
"text": [
"Sua concepção foi desenvolvida no Japão e nos Tigres\nAsiáticos após a II Guerra Mundial.",
"Contribuiu para a ampliação da diversificação das espécies\ne do controle das sementes pelos pequenos agricultores.",
"Seus parâmetros produtivos estavam fundados, desde sua\norigem, em preservar e proteger a biodiversidade nas áreas\nde cultivo.",
"Com sua expansão, na África e no sudeste Asiático, as\npopulações rurais puderam alcançar padrões de consumo\nsemelhantes aos das grandes metrópoles.",
"Foi baseada na inovação científica e está atrelada à grande\nprodução de grãos em extensas áreas de monocultura."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | E |
USP_2018_58 | 58 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"history"
] | null | Os Impérios helenísticos, amálgamas ecléticas de formas
gregas e orientais, alargaram o espaço da civilização urbana da
Antiguidade clássica, diluindo-lhe a substância [...].
De 200 a.C. em diante, o poder imperial romano avançou para
leste [...] e nos meados do século II as suas legiões haviam
esmagado todas as barreiras sérias de resistência do Oriente.
P. Anderson. Passagens da Antiguidade ao feudalismo.
Porto: Afrontamento, 1982
Na região das formações sociais gregas, | {
"text": [
"a autonomia das cidades-estado manteve-se intocável,\napesar da centralização política implementada pelos\nimperadores helenísticos.",
"essas formações e os impérios helenísticos constituíram-se\ncom o avanço das conquistas espartanas no período\nposterior às guerras no Peloponeso, ao final do século V a.C.",
"a conquista romana caracterizou-se por uma forte ofensiva\nfrente à cultura helenística, impondo a língua latina e\ncerceando as escolas filosóficas gregas.",
"o Oriente tornou-se área preponderante do Império\nRomano a partir do século III d.C., com a crise do\nescravismo, que afetou mais fortemente sua parte\nocidental.",
"os espaços foram conquistados pelas tropas romanas, na\nGrécia e na Ásia Menor, em seu período de apogeu, devido\nàs lutas intestinas e às rivalidades entre cidades-estado."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | D |
USP_2018_59 | 59 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"history"
] | null | Um grande manto de florestas e várzeas cortado por clareiras
cultivadas, mais ou menos férteis, tal é o aspecto da
Cristandade - algo diferente do Oriente muçulmano, mundo de
oásis em meio a desertos. Num local a madeira é rara e as
árvores indicam a civilização, noutro a madeira é abundante e
sinaliza a barbárie. A religião, que no Oriente nasceu ao abrigo
das palmeiras, cresceu no Ocidente em detrimento das árvores,
refúgio dos gênios pagãos que monges, santos e missionários
abatem impiedosamente
J. Le Goff. A civilização do ocidente medieval.
Bauru: Edusc, 2005. Adaptado.
Acerca das características da Cristandade e do Islã no período
medieval, pode-se afirmar que | {
"text": [
"o cristianismo se desenvolveu a partir do mundo rural,\nenquanto a religião muçulmana teve como base inicial as\ncidades e os povoados da península arábica.",
"a concentração humana assemelhava-se nas clareiras e nos\noásis, que se constituíam como células econômicas, sociais\ne culturais, tanto da Cristandade quanto do Islã.",
"a Cristandade é considerada o negativo do Islã, pela ausência\nde cidades, circuitos mercantis e transações monetárias, que\nabundavam nas formações sociais islâmicas.",
"o clero cristão, defensor do monoteísmo estrito, combateu\nas práticas pagãs muçulmanas, arraigadas nas florestas e\nnas regiões desérticas da Cristandade ocidental.",
"a expansão econômica islâmica caracterizou-se pela\nampliação das fronteiras de cultivo, em detrimento das\nflorestas, em um movimento inverso àquele verificado no\nOcidente medieval."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | B |
USP_2018_61 | 61 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"history"
] | null | A respeito dos espaços econômicos do açúcar e do ouro no
Brasil colonial, é correto afirmar: | {
"text": [
"A pecuária no sertão nordestino surgiu em resposta às\ndemandas de transporte da economia mineradora.",
"A produção açucareira estimulou a formação de uma rede\nurbana mais ampla do que a atividade aurífera.",
"O custo relativo do frete dos metais preciosos viabilizou a\ninteriorização da colonização portuguesa.",
"A mão de obra escrava indígena foi mais empregada na\nexploração do ouro do que na produção de açúcar.",
"Ambas as atividades produziram efeitos similares sobre a\nformação de um mercado interno colonial."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | C |
USP_2018_62 | 62 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"history"
] | null | Na edição de julho de 1818 do Correio Braziliense, o jornalista
Hipólito José da Costa, residente em Londres, publicou a
seguinte avaliação sobre os dilemas então enfrentados pelo
Império português na América:
A presença de S.M. [Sua Majestade Imperial] no Brasil lhe dará
ocasião para ter mais ou menos influência naqueles
acontecimentos; a independência em que el-rei ali se acha das
intrigas europeias o deixa em liberdade para decidir-se nas
ocorrências, segundo melhor convier a seus interesses. Se volta
para Lisboa, antes daquela crise se decidir, não poderá tomar
parte nos arranjamentos que a nova ordem de coisas deve
ocasionar na América.
Nesse excerto, o autor referia-se | {
"text": [
"aos desdobramentos da Revolução Pernambucana do ano\nanterior, que ameaçara o domínio português sobre o\ncentro-sul do Brasil.",
"às demandas da Revolução Constitucionalista do Porto,\nexigindo a volta imediata do monarca a Portugal.",
"à posição de independência de D. João VI em relação às\npressões da Santa Aliança para que interviesse nas guerras\ndo rio da Prata.",
"às implicações que os movimentos de independência na\nAmérica espanhola traziam para a dominação portuguesa\nno Brasil.",
"ao projeto de D. João VI para que seu filho D. Pedro se\ntornasse imperador do Brasil independente."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | D |
USP_2018_63 | 63 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"history"
] | null | No que se refere à crise do colonialismo português na África na
segunda metade do século XX, | {
"text": [
"a Era das Revoluções, ao implicar a abolição do tráfico\ntransatlântico de escravos para as Américas, erodiu as bases\ndo domínio de Portugal sobre Angola e Moçambique.",
"Portugal, com um poder de segunda ordem no concerto\neuropeu, se viu alijado das deliberações da Conferência de\nBerlim, perdendo assim o domínio sobre suas colônias.",
"as independências de Angola e de Moçambique foram\nmarcadas por um processo relativamente pacífico, que\nenvolveu ampla negociação com os poderes metropolitanos\nem Portugal.",
"o processo de independência das colônias portuguesas, ao\ncontrário do que ocorreu nas colônias inglesas e francesas,\nnão se relacionou às polarizações geopolíticas da Guerra\nFria.",
"o movimento de independência colonial foi decisivo para o\nprocesso de transformação política em Portugal, ao acelerar\na crise do regime autoritário nascido no período entre\nguerras."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | E |
USP_2018_64 | 64 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"history"
] | null | [...] a Declaração Universal representa um fato novo na história,
na medida em que, pela primeira vez, um sistema de princípios
fundamentais da conduta humana foi livre e expressamente
aceito, através de seus respectivos governos, pela maioria dos
homens que vive na Terra. Com essa declaração, um sistema de
valores é – pela primeira vez na história – universal, não em
princípio, mas de fato, na medida em que o consenso sobre sua
validade e sua capacidade de reger os destinos da comunidade
futura de todos os homens foi explicitamente declarado. [...]
Somente depois da Declaração Universal é que podemos ter a
certeza histórica de que a humanidade – toda a humanidade –
partilha alguns valores comuns; e podemos, finalmente, crer na
universalidade dos valores, no único sentido em que tal crença
é historicamente legítima, ou seja, no sentido em que universal
significa não algo dado objetivamente, mas algo
subjetivamente acolhido pelo universo dos homens.
N. Bobbio. A era dos direitos. Rio de Janeiro: Campus, 1992
A Declaração Universal mencionada no texto | {
"text": [
"foi instituída no processo da Revolução Francesa e norteou\nos movimentos feministas, sufragistas e operários no\ndecorrer do século XIX.",
"assemelhou-se ao universalismo cristão, que também\nresultou no estabelecimento de um conjunto de valores\npartilhado pela humanidade.",
"desenvolveu-se com a inclusão de princípios universais\npelos legisladores norte-americanos e influenciou o\nabolicionismo nos Estados Unidos.",
"foi aprovada pela Organização das Nações Unidas e serviu\ncomo referência para grupos que lutaram pelos direitos de\nnegros, mulheres e homossexuais na década de 1960.",
"originou-se do jusnaturalismo moderno e consolidou-se\ncom o movimento ilustrado e o despotismo esclarecido ao\nlongo do século XVIII"
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | D |
USP_2018_65 | 65 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"history"
] | null | Aqui no Chile estava se construindo, entre imensas dificuldades,
uma sociedade verdadeiramente justa, erguida sobre a base de
nossa soberania, de nosso orgulho nacional, do heroísmo dos
melhores habitantes do Chile. Do nosso lado, do lado da
revolução chilena, estavam a constituição e a lei, a democracia
e a esperança.
Pablo Neruda. Confesso que vivi. Memórias. Rio de Janeiro: Difel, 1980.
Nesse texto, | {
"text": [
"\"soberania\" está relacionada às campanhas de privatização\ndas minas de estanho e salitre, que até então eram\nmantidas por capitais anglo-americanos.",
"\"heroísmo\" refere-se aos embates armados, travados com\nsetores da democracia cristã e com as comunidades\nindígenas dos araucanos.",
"\"a constituição e a lei\" é uma referência ao novo\nordenamento jurídico implantado após o golpe promovido\npela Unidade Popular.",
"\"democracia\" alude a um traço peculiar da via chilena para\no socialismo, pois o presidente Salvador Allende chegou ao\npoder pelo voto.",
"\"esperança\" traduz a expectativa resultante do apoio\neconômico e estratégico que havia sido obtido junto aos\nEstados Unidos e França."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | D |
USP_2018_66 | 66 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"history"
] | null | O futurismo de Marinetti e o fascismo de Benito Mussolini têm
em comum | {
"text": [
"a constatação da falência cultural da Itália, que se agarrou\nao passado romano e ignorou os grandes avanços da\nPrimeira Revolução Industrial.",
"o desejo de proporcionar aos cidadãos italianos o acesso\naos bens de consumo e a implantação do Estado de bem-\nestar social.",
"o esforço de modernização cultural e a tentativa de demolir\nas edificações que restaram do passado romano.",
"a valorização e a adoção das bases e dos princípios das\nteorias revolucionárias anarquistas e socialistas.",
"a glorificação da ideologia da guerra e da velocidade\nproporcionada pelos avanços técnicos e militares."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | E |
USP_2018_67 | 67 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"history"
] | null | A operação era um pouco dolorosa e não durava mais que um
minuto, mas era traumática. Seu significado simbólico estava
claro para todos: este é um sinal indelével, daqui não sairão
mais; esta é a marca que se imprime nos escravos e nos animais
destinados ao matadouro, e vocês se tornaram isso. Vocês não
têm mais nome: este é o seu nome. A violência da tatuagem era
gratuita, um fim em si mesmo, pura ofensa: não bastavam os
três números de pano costurados nas calças, no casaco e no
agasalho de inverno?
Primo Levi. Os afogados e os sobreviventes. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990.
Está de acordo com o texto a seguinte afirmação: | {
"text": [
"A tatuagem era uma forma de tortura e uma mensagem\nnão verbal, que inscrevia a condenação no corpo do\nprisioneiro.",
"O uso de tatuagens era perturbador apenas para ciganos e\njudeus ortodoxos, pois violava o código moral e as leis\nreligiosas dessas comunidades.",
"O recurso de tatuar o prisioneiro, além de impor um\nsofrimento físico e moral, discriminava o tipo de\nremuneração.",
"O emprego das tatuagens funcionava como um código\nestético e de classificação dos prisioneiros nos campos de\nconcentração.",
"A tatuagem, assim como o trabalho voluntário, não tinham\nfinalidade produtiva, mas contribuíam para o entendimento\nentre os prisioneiro."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | A |
USP_2018_68 | 68 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"history"
] | null | Tanto no desenvolvimento político como no científico, o
sentimento de funcionamento defeituoso, que pode levar à
crise, é um pré-requisito para a revolução.
T. S. Kuhn. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 1989.
Analise as quatro afirmações seguintes, acerca das revoluções
políticas e científicas da Época Moderna.
I. A concepção heliocêntrica de Nicolau Copérnico,
sustentada na obra Das revoluções das esferas celestes, de
1543, reforçava a doutrina católica contra os postulados
protestantes.
II. A Lei da Gravitação Universal, proposta por Isaac Newton
no século XVII, reforçava as radicais perspectivas ateístas
que haviam pautado as ações dos gruposrevolucionários na
Inglaterra à época da Revolução Puritana.
III. Às experiências com eletricidade realizadas por Benjamin
Franklin no século XVIII, somou-se sua atuação no processo
de emancipação política dos Estados Unidos da América.
IV. Os estudos sobre o oxigênio e sobre a conservação da
matéria, feitos por Antoine Lavoisier ao final do século XVIII,
estavam em consonância com a racionalização do
conhecimento, característica da Ilustração.
Estão corretas apenas as afirmações | {
"text": [
"I, II e III.",
"II, III e IV.",
"I, III e IV.",
"I e II.",
"III e IV."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | E |
USP_2018_70 | 70 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"portuguese"
] | null | TEXTO PARA AS QUESTÕES 70 E 71
Uma obra de arte é um desafio; não a explicamos,
ajustamo-nos a ela. Ao interpretá-la, fazemos uso dos nossos
próprios objetivos e esforços, dotamo-la de um significado que
tem sua origem nos nossos próprios modos de viver e de pensar.
Numa palavra, qualquer gênero de arte que, de fato, nos afete,
torna-se, deste modo, arte moderna.
As obras de arte, porém, são como altitudes inacessíveis.
Não nos dirigimos a elas diretamente, mas contornamo-las.
Cada geração as vê sob um ângulo diferente e sob uma nova
visão; nem se deve supor que um ponto de vista mais recente é
mais eficiente do que um anterior. Cada aspecto surge na sua
altura própria, que não pode ser antecipada nem prolongada;
e, todavia, o seu significado não está perdido porque o
significado que uma obra assume para uma geração posterior
é o resultado de uma série completa de interpretações anteriores.
Arnold Hauser, Teorias da arte. Adaptado
De acordo com o texto, a compreensão do significado de uma
obra de arte pressupõe | {
"text": [
"o reconhecimento de seu significado intrínseco.",
"a exclusividade do ponto de vista mais recente.",
"a consideração de seu caráter imutável.",
"o acúmulo de interpretações anteriores.",
"a explicação definitiva de seu sentido."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | D |
USP_2018_71 | 71 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"portuguese"
] | null | TEXTO PARA AS QUESTÕES 70 E 71
Uma obra de arte é um desafio; não a explicamos,
ajustamo-nos a ela. Ao interpretá-la, fazemos uso dos nossos
próprios objetivos e esforços, dotamo-la de um significado que
tem sua origem nos nossos próprios modos de viver e de pensar.
Numa palavra, qualquer gênero de arte que, de fato, nos afete,
torna-se, deste modo, arte moderna.
As obras de arte, porém, são como altitudes inacessíveis.
Não nos dirigimos a elas diretamente, mas contornamo-las.
Cada geração as vê sob um ângulo diferente e sob uma nova
visão; nem se deve supor que um ponto de vista mais recente é
mais eficiente do que um anterior. Cada aspecto surge na sua
altura própria, que não pode ser antecipada nem prolongada;
e, todavia, o seu significado não está perdido porque o
significado que uma obra assume para uma geração posterior
é o resultado de uma série completa de interpretações anteriores.
Arnold Hauser, Teorias da arte. Adaptado
No trecho "Numa palavra, qualquer gênero de arte que, de
fato, nos afete, torna-se, deste modo, arte moderna" (L. 5-6),
as expressões sublinhadas podem ser substituídas, sem
prejuízo do sentido do texto, respectivamente, por | {
"text": [
"realmente; portanto.",
"invariavelmente; ainda.",
"com efeito; todavia.",
"com segurança; também.",
"possivelmente; até."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | A |
USP_2018_72 | 72 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"portuguese"
] | null | TEXTOS PARA AS QUESTÕES 72 E 73
Este último capítulo é todo de negativas. Não alcancei a
celebridade do emplasto, não fui ministro, não fui califa, não
conheci o casamento. Verdade é que, ao lado dessas faltas,
coube-me a boa fortuna de não comprar o pão com o suor do
meu rosto. Mais; não padeci a morte de dona Plácida, nem a
semidemência do Quincas Borba. Somadas umas coisas e
outras, qualquer pessoa imaginará que não houve míngua nem
sobra, e, conseguintemente, que saí quite com a vida. E
imaginará mal; porque ao chegar a este outro lado do mistério,
achei-me com um pequeno saldo, que é a derradeira negativa
deste capítulo de negativas: - Não tive filhos, não transmiti a
nenhuma criatura o legado da nossa miséria.
Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas.
Não sei por que até hoje todo o mundo diz que tinha
pena dos escravos. Eu não penso assim. Acho que se fosse
obrigada a trabalhar o dia inteiro não seria infeliz. Ser obrigada
a ficar à toa é que seria castigo para mim. Mamãe às vezes diz
que ela até deseja que eu fique preguiçosa; a minha esperteza
é que a amofina. Eu então respondo: "Se eu fosse preguiçosa
não sei o que seria da senhora, meu pai e meus irmãos, sem
uma empregada em casa".
Helena Morley, Minha vida de menina.
São características dos narradores Brás Cubas e Helena,
respectivamente, | {
"text": [
"malícia e ingenuidade.",
"solidariedade e egoísmo.",
"apatia e determinação.",
"rebeldia e conformismo.",
"otimismo e pessimismo."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | C |
USP_2018_73 | 73 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"portuguese"
] | null | TEXTOS PARA AS QUESTÕES 72 E 73
Este último capítulo é todo de negativas. Não alcancei a
celebridade do emplasto, não fui ministro, não fui califa, não
conheci o casamento. Verdade é que, ao lado dessas faltas,
coube-me a boa fortuna de não comprar o pão com o suor do
meu rosto. Mais; não padeci a morte de dona Plácida, nem a
semidemência do Quincas Borba. Somadas umas coisas e
outras, qualquer pessoa imaginará que não houve míngua nem
sobra, e, conseguintemente, que saí quite com a vida. E
imaginará mal; porque ao chegar a este outro lado do mistério,
achei-me com um pequeno saldo, que é a derradeira negativa
deste capítulo de negativas: - Não tive filhos, não transmiti a
nenhuma criatura o legado da nossa miséria.
Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas.
Não sei por que até hoje todo o mundo diz que tinha
pena dos escravos. Eu não penso assim. Acho que se fosse
obrigada a trabalhar o dia inteiro não seria infeliz. Ser obrigada
a ficar à toa é que seria castigo para mim. Mamãe às vezes diz
que ela até deseja que eu fique preguiçosa; a minha esperteza
é que a amofina. Eu então respondo: "Se eu fosse preguiçosa
não sei o que seria da senhora, meu pai e meus irmãos, sem
uma empregada em casa".
Helena Morley, Minha vida de menina.
Nos dois textos, obtém-se ênfase por meio do emprego de um
mesmo recurso expressivo, como se pode verificar nos
seguintes trechos: | {
"text": [
"\"Este último capítulo é todo de negativas\" / \"Eu não penso\nassim\".",
"\"Não alcancei a celebridade do emplasto, não fui ministro,\nnão fui califa, não conheci o casamento\" / \"Não sei por que\naté hoje todo o mundo diz que tinha pena dos escravos\".",
"\"Verdade é que, ao lado dessas faltas, coube-me a boa\nfortuna de não comprar o pão com o suor do meu rosto\" /\n\"Ser obrigada a ficar à toa é que seria castigo para mim\".",
"\"qualquer pessoa imaginará que não houve míngua nem\nsobra\" / \"Mamãe às vezes diz que ela até deseja que eu\nfique preguiçosa\".",
"\"Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado\nda nossa miséria\" / \"Acho que se fosse obrigada a trabalhar\no dia inteiro não seria infeliz\"."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | C |
USP_2018_74 | 74 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"portuguese"
] | null | TEXTO PARA AS QUESTÕES 74 E 75
Voltada para o encanto da vida livre do pequeno núcleo
aberto para o campo, a jovem Helena, familiar a todas as
classes sociais daquele âmbito, estava colocada num invejável
ponto de observação. (...)
Sem querer forçar um conflito que, a bem dizer, apenas
se esboça, podemos atribuir parte desta grande versatilidade
psicológica da protagonista aos ecos de uma formação
britânica, protestante, liberal, ressoando num ambiente de
corte ibérico e católico, mal saído do regime de trabalho
escravo. Colorindo a apaixonada esfera de independência da
juventude, reveste-se de acentuado sabor sociológico este caso
da menina ruiva que, embora inteiramente identificada com o
meio de gente morena que é o seu, o único que conhece e ama,
não vacila em o criticar com precisão e finura notáveis, se essa
lucidez não traduzisse a coexistência íntima de dois mundos
culturais divergentes, que se contemplam e se julgam no
interior de um eu tornado harmonioso pelo equilíbrio mesmo de
suas contradições.
Alexandre Eulálio, "Livro que nasceu clássico".
In: Helena Morley, Minha vida de menina.
O trecho do romance Minha vida de menina que ilustra de
modo mais preciso o que, para o crítico Alexandre Eulálio,
representa "a coexistência íntima de dois mundos culturais
divergentes" é: | {
"text": [
"\"Se há uma coisa que me faz muita tristeza é gostar muito\nde uma pessoa, pensando que ela é boa e depois ver que é\nruim\".",
"\"Eu tinha muita inveja de ver meus irmãos montarem no\ncavalo em pelo, mas agora estou curada e não montarei\nnunca mais na minha vida\".",
"\"Já refleti muito desde ontem e vi que o único meio de ter\nvestido é vendendo o broche. Vou dormir ainda esta noite\ncom isto na cabeça e vou conversar com Nossa Senhora\ntudo direitinho\".",
"\"Se eu não ouvir missa no domingo, como quando estou na\nBoa Vista onde não há igreja e não posso ouvir no Bom\nSucesso, fico o dia todo com um prego na consciência me\naferroando\".",
"\"Este ano saiu à rua a procissão de Cinzas que há muitos\nanos não havia. Dizem que não saía há muito tempo por\nfalta de santos, porque muitos já estavam quebrados\"."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | C |
USP_2018_75 | 75 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"portuguese"
] | null | TEXTO PARA AS QUESTÕES 74 E 75
Voltada para o encanto da vida livre do pequeno núcleo
aberto para o campo, a jovem Helena, familiar a todas as
classes sociais daquele âmbito, estava colocada num invejável
ponto de observação. (...)
Sem querer forçar um conflito que, a bem dizer, apenas
se esboça, podemos atribuir parte desta grande versatilidade
psicológica da protagonista aos ecos de uma formação
britânica, protestante, liberal, ressoando num ambiente de
corte ibérico e católico, mal saído do regime de trabalho
escravo. Colorindo a apaixonada esfera de independência da
juventude, reveste-se de acentuado sabor sociológico este caso
da menina ruiva que, embora inteiramente identificada com o
meio de gente morena que é o seu, o único que conhece e ama,
não vacila em o criticar com precisão e finura notáveis, se essa
lucidez não traduzisse a coexistência íntima de dois mundos
culturais divergentes, que se contemplam e se julgam no
interior de um eu tornado harmonioso pelo equilíbrio mesmo de
suas contradições.
Alexandre Eulálio, "Livro que nasceu clássico".
In: Helena Morley, Minha vida de menina.
De acordo com Alexandre Eulálio, a protagonista do romance
Minha vida de menina | {
"text": [
"vivencia um conflito – uma ideia fortalecida por \"a bem\ndizer\" (L. 5).",
"apresenta certo vínculo com o protestantismo – uma ideia\nsintetizada por \"ecos de uma formação britânica\" (L. 7-8).",
"formou-se num meio alheio ao trabalho escravo – um fato\nreferido por \"num ambiente de corte ibérico e católico\"\n(L. 8-9).",
"rejeita as influências do meio em que vive – uma\ncaracterística revelada por \"precisão e finura notáveis\"\n(L. 14).",
"tem a sua lucidez psicológica abalada pelas ambivalências\nde sua educação – um traço reiterado por \"equilíbrio\nmesmo de suas contradições\" (L. 17-18)"
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | B |
USP_2018_76 | 76 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"portuguese"
] | null | TEXTO PARA AS QUESTÕES 76 E 77
O rumor crescia, condensando-se; o zunzum de todos os
dias acentuava-se; já se não destacavam vozes dispersas, mas
um só ruído compacto que enchia todo o cortiço. Começavam a
fazer compras na venda; ensarilhavam-se* discussões e
rezingas**; ouviam-se gargalhadas e pragas; já se não falava,
gritava-se. Sentia-se naquela fermentação sanguínea, naquela
gula viçosa de plantas rasteiras que mergulham os pés
vigorosos na lama preta e nutriente da vida, o prazer animal de
existir, a triunfante satisfação de respirar sobre a terra.
Da porta da venda que dava para o cortiço iam e vinham
como formigas; fazendo compras.
Duas janelas do Miranda abriram-se. Apareceu numa a
Isaura, que se dispunha a começar a limpeza da casa. -Nhá Dunga! gritou ela para baixo, a sacudir um pano
de mesa; se você tem cuscuz de milho hoje, bata na porta,
ouviu?
Aluísio Azevedo, O cortiço.
* ensarilhar-se: emaranhar-se.
** rezinga: resmungo
Uma característica do Naturalismo presente no texto é: | {
"text": [
"forte apelo aos sentidos.",
"idealização do espaço.",
"exaltação da natureza.",
"realce de aspectos raciais.",
"ênfase nas individualidades"
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | A |
USP_2018_77 | 77 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"portuguese"
] | null | TEXTO PARA AS QUESTÕES 76 E 77
O rumor crescia, condensando-se; o zunzum de todos os
dias acentuava-se; já se não destacavam vozes dispersas, mas
um só ruído compacto que enchia todo o cortiço. Começavam a
fazer compras na venda; ensarilhavam-se* discussões e
rezingas**; ouviam-se gargalhadas e pragas; já se não falava,
gritava-se. Sentia-se naquela fermentação sanguínea, naquela
gula viçosa de plantas rasteiras que mergulham os pés
vigorosos na lama preta e nutriente da vida, o prazer animal de
existir, a triunfante satisfação de respirar sobre a terra.
Da porta da venda que dava para o cortiço iam e vinham
como formigas; fazendo compras.
Duas janelas do Miranda abriram-se. Apareceu numa a
Isaura, que se dispunha a começar a limpeza da casa. -Nhá Dunga! gritou ela para baixo, a sacudir um pano
de mesa; se você tem cuscuz de milho hoje, bata na porta,
ouviu?
Aluísio Azevedo, O cortiço.
* ensarilhar-se: emaranhar-se.
** rezinga: resmungo
Constitui marca do registro informal da língua o trecho | {
"text": [
"\"mas um só ruído compacto\" (L. 2-3).",
"\"ouviam-se gargalhadas\" (L. 5).",
"\"o prazer animal de existir\" (L. 8-9).",
"\"gritou ela para baixo\" (L. 14).",
"\"bata na porta\" (L. 15)."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | E |
USP_2018_78 | 78 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"portuguese"
] | null | TEXTOS PARA AS QUESTÕES 78 E 79
(...) procurei adivinhar o que se passa na alma duma
cachorra. Será que há mesmo alma em cachorro? Não me
importo. O meu bicho morre desejando acordar num mundo
cheio de preás. Exatamente o que todos nós desejamos. A
diferença é que eu quero que eles apareçam antes do sono, e
padre Zé Leite pretende que eles nos venham em sonhos, mas
no fundo todos somos como a minha cachorra Baleia e
esperamos preás. (...)
Carta de Graciliano Ramos a sua esposa.
(...) Uma angústia apertou-lhe o pequeno coração.
Precisava vigiar as cabras: àquela hora cheiros de suçuarana
deviam andar pelas ribanceiras, rondar as moitas afastadas.
Felizmente os meninos dormiam na esteira, por baixo do caritó
onde sinha Vitória guardava o cachimbo.
(...)
Baleia queria dormir. Acordaria feliz, num mundo cheio
de preás. E lamberia as mãos de Fabiano, um Fabiano enorme.
As crianças se espojariam com ela, rolariam com ela num pátio
enorme, num chiqueiro enorme. O mundo ficaria todo cheio de
preás, gordos, enormes.
Graciliano Ramos, Vidas secas
As declarações de Graciliano Ramos na Carta e o excerto do
romance permitem afirmar que a personagem Baleia, em Vidas
secas, representa | {
"text": [
"o conformismo dos sertanejos.",
"os anseios comunitários de justiça social.",
"os desejos incompatíveis com os de Fabiano.",
"a crença em uma vida sobrenatural.",
"o desdém por um mundo melhor."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | B |
USP_2018_79 | 79 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"portuguese"
] | null | TEXTOS PARA AS QUESTÕES 78 E 79
(...) procurei adivinhar o que se passa na alma duma
cachorra. Será que há mesmo alma em cachorro? Não me
importo. O meu bicho morre desejando acordar num mundo
cheio de preás. Exatamente o que todos nós desejamos. A
diferença é que eu quero que eles apareçam antes do sono, e
padre Zé Leite pretende que eles nos venham em sonhos, mas
no fundo todos somos como a minha cachorra Baleia e
esperamos preás. (...)
Carta de Graciliano Ramos a sua esposa.
(...) Uma angústia apertou-lhe o pequeno coração.
Precisava vigiar as cabras: àquela hora cheiros de suçuarana
deviam andar pelas ribanceiras, rondar as moitas afastadas.
Felizmente os meninos dormiam na esteira, por baixo do caritó
onde sinha Vitória guardava o cachimbo.
(...)
Baleia queria dormir. Acordaria feliz, num mundo cheio
de preás. E lamberia as mãos de Fabiano, um Fabiano enorme.
As crianças se espojariam com ela, rolariam com ela num pátio
enorme, num chiqueiro enorme. O mundo ficaria todo cheio de
preás, gordos, enormes.
Graciliano Ramos, Vidas secas
A comparação entre os fragmentos, respectivamente, da Carta
e de Vidas secas, permite afirmar que | {
"text": [
"\"será que há mesmo\" e \"acordaria feliz\" sugerem dúvida.",
"\"procurei adivinhar\" e \"precisava vigiar\" significam\nnecessidade.",
"\"no fundo todos somos\" e \"andar pelas ribanceiras\"\nindicam lugar.",
"\" padre Zé Leite pretende\" e \"Baleia queria dormir\" indicam\nintencionalidade.",
"\"todos nós desejamos\" e \"dormiam na esteira\" indicam\npossibilidade."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | D |
USP_2018_80 | 80 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"portuguese"
] | null | TEXTO PARA AS QUESTÕES DE 80 A 82
Sarapalha
– Ô calorão, Primo!... E que dor de cabeça excomungada!
– É um instantinho e passa... É só ter paciência....
– É... passa... passa... passa... Passam umas mulheres
vestidas de cor de água, sem olhos na cara, para não terem de
olhar a gente... Só ela é que não passa, Primo Argemiro!... E eu
já estou cansado de procurar, no meio das outras... Não vem!...
Foi, rio abaixo, com o outro... Foram p'r'os infernos!...
– Não foi, Primo Ribeiro. Não foram pelo rio... Foi trem-de
ferro que levou...
– Não foi no rio, eu sei... No rio ninguém não anda... Só a
maleita é quem sobe e desce, olhando seus mosquitinhos e
pondo neles a benção... Mas, na estória... Como é mesmo a
estória, Primo? Como é?...
– O senhor bem que sabe, Primo... Tem paciência, que não é
bom variar...
– Mas, a estória, Primo!... Como é?... Conta outra vez...
– O senhor já sabe as palavras todas de cabeça... "Foi o
moço-bonito que apareceu, vestido com roupa de dia-de
domingo e com a viola enfeitada de fitas... E chamou a moça
p'ra ir se fugir com ele"...
– Espera, Primo, elas estão passando... Vão umas atrás das
outras... Cada qual mais bonita... Mas eu não quero,
nenhuma!... Quero só ela... Luísa...
– Prima Luísa...
– Espera um pouco, deixa ver se eu vejo... Me ajuda, Primo!
Me ajuda a ver...
– Não é nada, Primo Ribeiro... Deixa disso!
– Não é mesmo não...
– Pois então?!
– Conta o resto da estória!...
– ..."Então, a moça, que não sabia que o moço-bonito era o
capeta, ajuntou suas roupinhas melhores numa trouxa, e foi
com ele na canoa, descendo o rio..."
Guimarães Rosa, Sagarana
A novela Sarapalha apresenta uma estória dentro de outra, por
meio da qual a personagem masculina da narrativa principal
(Primo Argemiro) alude a uma mulher da narrativa secundária
(a moça levada pelo capeta). O mesmo procedimento ocorre
em | {
"text": [
"Duelo, com Cassiano e Silivana.",
"Minha gente, com Ramiro e a filha de Emílio.",
"A volta do marido pródigo, com Lalino e Maria Rita.",
"O burrinho pedrês, com Raymundão e a namorada de Silvino.",
"A hora e vez de Augusto Matraga, com Ovídio e Dionóra."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | D |
USP_2018_81 | 81 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"portuguese"
] | null | TEXTO PARA AS QUESTÕES DE 80 A 82
Sarapalha
– Ô calorão, Primo!... E que dor de cabeça excomungada!
– É um instantinho e passa... É só ter paciência....
– É... passa... passa... passa... Passam umas mulheres
vestidas de cor de água, sem olhos na cara, para não terem de
olhar a gente... Só ela é que não passa, Primo Argemiro!... E eu
já estou cansado de procurar, no meio das outras... Não vem!...
Foi, rio abaixo, com o outro... Foram p'r'os infernos!...
– Não foi, Primo Ribeiro. Não foram pelo rio... Foi trem-de
ferro que levou...
– Não foi no rio, eu sei... No rio ninguém não anda... Só a
maleita é quem sobe e desce, olhando seus mosquitinhos e
pondo neles a benção... Mas, na estória... Como é mesmo a
estória, Primo? Como é?...
– O senhor bem que sabe, Primo... Tem paciência, que não é
bom variar...
– Mas, a estória, Primo!... Como é?... Conta outra vez...
– O senhor já sabe as palavras todas de cabeça... "Foi o
moço-bonito que apareceu, vestido com roupa de dia-de
domingo e com a viola enfeitada de fitas... E chamou a moça
p'ra ir se fugir com ele"...
– Espera, Primo, elas estão passando... Vão umas atrás das
outras... Cada qual mais bonita... Mas eu não quero,
nenhuma!... Quero só ela... Luísa...
– Prima Luísa...
– Espera um pouco, deixa ver se eu vejo... Me ajuda, Primo!
Me ajuda a ver...
– Não é nada, Primo Ribeiro... Deixa disso!
– Não é mesmo não...
– Pois então?!
– Conta o resto da estória!...
– ..."Então, a moça, que não sabia que o moço-bonito era o
capeta, ajuntou suas roupinhas melhores numa trouxa, e foi
com ele na canoa, descendo o rio..."
Guimarães Rosa, Sagarana
No texto de Sarapalha, constitui exemplo de personificação o
seguinte trecho: | {
"text": [
"\"No rio ninguém não anda\" (L. 10).",
"\"só a maleita é quem sobe e desce\" (L. 10-11).",
"\"O senhor já sabe as palavras todas de cabeça\" (L. 17).",
"\"e com a viola enfeitada de fitas\" (L. 19).",
"\"ajuntou suas roupinhas melhores numa trouxa\" (L. 32)"
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | B |
USP_2018_82 | 82 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"portuguese",
"biology"
] | null | TEXTO PARA AS QUESTÕES DE 80 A 82
Sarapalha
– Ô calorão, Primo!... E que dor de cabeça excomungada!
– É um instantinho e passa... É só ter paciência....
– É... passa... passa... passa... Passam umas mulheres
vestidas de cor de água, sem olhos na cara, para não terem de
olhar a gente... Só ela é que não passa, Primo Argemiro!... E eu
já estou cansado de procurar, no meio das outras... Não vem!...
Foi, rio abaixo, com o outro... Foram p'r'os infernos!...
– Não foi, Primo Ribeiro. Não foram pelo rio... Foi trem-de
ferro que levou...
– Não foi no rio, eu sei... No rio ninguém não anda... Só a
maleita é quem sobe e desce, olhando seus mosquitinhos e
pondo neles a benção... Mas, na estória... Como é mesmo a
estória, Primo? Como é?...
– O senhor bem que sabe, Primo... Tem paciência, que não é
bom variar...
– Mas, a estória, Primo!... Como é?... Conta outra vez...
– O senhor já sabe as palavras todas de cabeça... "Foi o
moço-bonito que apareceu, vestido com roupa de dia-de
domingo e com a viola enfeitada de fitas... E chamou a moça
p'ra ir se fugir com ele"...
– Espera, Primo, elas estão passando... Vão umas atrás das
outras... Cada qual mais bonita... Mas eu não quero,
nenhuma!... Quero só ela... Luísa...
– Prima Luísa...
– Espera um pouco, deixa ver se eu vejo... Me ajuda, Primo!
Me ajuda a ver...
– Não é nada, Primo Ribeiro... Deixa disso!
– Não é mesmo não...
– Pois então?!
– Conta o resto da estória!...
– ..."Então, a moça, que não sabia que o moço-bonito era o
capeta, ajuntou suas roupinhas melhores numa trouxa, e foi
com ele na canoa, descendo o rio..."
Guimarães Rosa, Sagarana
Tendo como base o trecho "só a maleita é quem sobe e desce,
olhando seus mosquitinhos e pondo neles a benção...", o termo
em destaque foi empregado ironicamente por aludir ao inseto | {
"text": [
"causador da malária.",
"causador da febre amarela.",
"transmissor da doença de Chagas.",
"transmissor da malária.",
"transmissor da febre amarela."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | D |
USP_2018_83 | 83 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"portuguese"
] | null | TEXTO PARA AS QUESTÕES 83 E 84
Os bens e o sangue
VIII
(...)
Ó filho pobre, e descorçoado*, e finito
ó inapto para as cavalhadas e os trabalhos brutais
com a faca, o formão, o couro... Ó tal como quiséramos
para tristeza nossa e consumação das eras,
para o fim de tudo que foi grande!
Ó desejado,
ó poeta de uma poesia que se furta e se expande
à maneira de um lago de pez** e resíduos letais...
És nosso fim natural e somos teu adubo,
tua explicação e tua mais singela virtude...
Pois carecia que um de nós nos recusasse
para melhor servir-nos. Face a face
te contemplamos, e é teu esse primeiro
e úmido beijo em nossa boca de barro e de sarro.
Carlos Drummond de Andrade, Claro enigma.
* "descorçoado": assim como "desacorçoado", é uma variante de uso popular
da palavra "desacoroçoado", que significa "desanimado".
** "pez": piche
Considere as seguintes afirmações:
I. Os familiares, que falam no poema, ironizam a condição
frágil do poeta.
II. O passado é uma maldição da qual o poeta, como revela o
título do poema, não consegue se desvencilhar.
III. O trecho "o fim de tudo que foi grande" remete à ruína das
oligarquias, das quais Drummond é tributário.
IV. A imagem de uma "poesia que se furta e se expande/à
maneira de um lago de pez e resíduos letais..." sintetiza o
pessimismo dos poemas de Claro enigma.
Estão corretas: | {
"text": [
"I e II, apenas.",
"I, II e III, apenas.",
"II e IV, apenas.",
"I, III e IV, apenas.",
"I, II, III e IV."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | E |
USP_2018_84 | 84 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"portuguese"
] | null | TEXTO PARA AS QUESTÕES 83 E 84
Os bens e o sangue
VIII
(...)
Ó filho pobre, e descorçoado*, e finito
ó inapto para as cavalhadas e os trabalhos brutais
com a faca, o formão, o couro... Ó tal como quiséramos
para tristeza nossa e consumação das eras,
para o fim de tudo que foi grande!
Ó desejado,
ó poeta de uma poesia que se furta e se expande
à maneira de um lago de pez** e resíduos letais...
És nosso fim natural e somos teu adubo,
tua explicação e tua mais singela virtude...
Pois carecia que um de nós nos recusasse
para melhor servir-nos. Face a face
te contemplamos, e é teu esse primeiro
e úmido beijo em nossa boca de barro e de sarro.
Carlos Drummond de Andrade, Claro enigma.
* "descorçoado": assim como "desacorçoado", é uma variante de uso popular
da palavra "desacoroçoado", que significa "desanimado".
** "pez": piche
Considere o tipo de relação estabelecida pela preposição
"para" nos seguintes trechos do poema:
I. "ó inapto para as cavalhadas e os trabalhos brutais".
II. "Ó tal como quiséramos para tristeza nossa e consumação
das eras".
III. "para o fim de tudo que foi grande".
IV. "para melhor servir-nos".
A preposição "para" introduz uma oração com ideia de
finalidade apenas em | {
"text": [
"I.",
"I e II.",
"III.",
"III e IV.",
"IV."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | E |
USP_2018_89 | 89 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"english"
] | null | TEXTO PARA AS QUESTÕES 89 E 90
Algorithms are everywhere. They play the stockmarket,
decide whether you can have a mortgage and may one day
drive your car for you. They search the internet when
commanded, stick carefully chosen advertisements into the
sites you visit and decide what prices to show you in online
shops. (…) But what exactly are algorithms, and what makes
them so powerful?
An algorithm is, essentially, a brainless way of doing
clever things. It is a set of precise steps that need no great
mental effort to follow but which, if obeyed exactly and
mechanically, will lead to some desirable outcome. Long
division and column addition are examples that everyone is
familiar with — if you follow the procedure, you are guaranteed
to get the right answer. So is the strategy, rediscovered
thousands of times every year by schoolchildren bored with
learning mathematical algorithms, for playing a perfect game
of noughts and crosses. The brainlessness is key: each step
should be as simple and as free from ambiguity as possible.
Cooking recipes and driving directions are algorithms of a sort.
But instructions like "stew the meat until tender" or "it's a few
miles down the road" are too vague to follow without at least
some interpretation.
(…)
The Economist, August 30, 2017
No texto, um exemplo associado ao fato de algoritmos estarem
por toda parte é | {
"text": [
"o cartão de crédito.",
"o livre mercado.",
"a dieta.",
"o jogo de xadrez.",
"o comércio eletrônico"
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | E |
USP_2018_90 | 90 | USP_2018 | 2018 | USP | [
"english"
] | null | TEXTO PARA AS QUESTÕES 89 E 90
Algorithms are everywhere. They play the stockmarket,
decide whether you can have a mortgage and may one day
drive your car for you. They search the internet when
commanded, stick carefully chosen advertisements into the
sites you visit and decide what prices to show you in online
shops. (…) But what exactly are algorithms, and what makes
them so powerful?
An algorithm is, essentially, a brainless way of doing
clever things. It is a set of precise steps that need no great
mental effort to follow but which, if obeyed exactly and
mechanically, will lead to some desirable outcome. Long
division and column addition are examples that everyone is
familiar with — if you follow the procedure, you are guaranteed
to get the right answer. So is the strategy, rediscovered
thousands of times every year by schoolchildren bored with
learning mathematical algorithms, for playing a perfect game
of noughts and crosses. The brainlessness is key: each step
should be as simple and as free from ambiguity as possible.
Cooking recipes and driving directions are algorithms of a sort.
But instructions like "stew the meat until tender" or "it's a few
miles down the road" are too vague to follow without at least
some interpretation.
(…)
The Economist, August 30, 2017
Segundo o texto, a execução de um algoritmo consiste em um
processo que | {
"text": [
"prevê a memorização de tabelas e fórmulas.",
"envolve mecanismos de seleção e detecção de erros.",
"se apoia em um número infinito de etapas.",
"é incompatível com análises subjetivas e imprecisas.",
"alterna níveis altos e baixos de esforço intelectual."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | D |
USP_2019_2 | 2 | USP_2019 | 2019 | USP | [
"history"
] | null | O capitalismo neoliberal, após os anos 1980, caracteriza‐se | {
"text": [
"pela prevalência da agricultura e pecuária no PIB dos países\ndesenvolvidos.",
"pelo crescimento da concentração da riqueza e das finanças\nem detrimento dos setores produtivos e pela tendência à\ndiminuição dos direitos sociais.",
"pela adoção de políticas que restringem a fluidez dos\ncapitais e distribuem mais equitativamente a riqueza.",
"pelo fortalecimento do papel do Estado nos direitos sociais\ne pela diminuição do papel das finanças em relação ao PIB\nmundial.",
"pela formação de blocos econômicos entre países\nperiféricos, que impediram a livre circulação de capitais e\ncontiveram o aumento das desigualdades."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | B |
USP_2019_7 | 7 | USP_2019 | 2019 | USP | [
"geography",
"history"
] | null | Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação
e a Agricultura (FAO), anualmente, 1,3 bilhão de toneladas de
alimentos (30% da produção total no planeta) é perdido em
dois processos: o desperdício que se relaciona ao descarte de
alimentos em bom estado e a perda ao longo da cadeia
produtiva. O desperdício representa 46% e é muito maior nas
regiões mais ricas. As perdas relativas ao circuito de produção
representam 54% do total e são maiores nos países em
desenvolvimento.
https://nacoesunidas.org/fao‐30‐de‐toda‐a‐comida‐produzida‐no‐mundo‐vai‐parar‐no‐lixo.
Adaptado.
Percentual de pessoas em estado de insegurança alimentar grave*
Local | 2017
África | 29,8%
América Latina | 9,8%
Ásia | 6,9%
América Setentrional e Europa | 1,4%
Mundo | 10,2%
FAO. El estado de la seguridad alimentaria y la nutrición en el mundo. 2018.
Adaptado.
*pessoa que está sem alimento e/ou que ficou um dia todo sem comer várias
vezes ao ano.
Com base nas informações da FAO e em seus conhecimentos,
indique a afirmação correta. | {
"text": [
"A produção de alimentos vem decaindo mundialmente\ndevido aos problemas na logística de produção, o que tem\nprovocado aumento da insegurança alimentar.",
"Nos continentes mais desenvolvidos, a perda de alimentos\ndevido ao sistema de transporte e armazenamento é a\nprincipal causa da inexistência da insegurança alimentar.",
"O fato de parte significativa da população africana estar em\nestado de insegurança alimentar ocorre devido ao\ndesperdício das monoculturas de cereais.",
"O controle rigoroso do desperdício explica o baixo\npercentual de pessoas em situação de insegurança\nalimentar na América Setentrional e na Europa.",
"Os dois diferentes processos que causam a enorme perda\nde alimentos no mundo refletem as desigualdades\neconômicas e sociais existentes entre os continentes."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | E |
USP_2019_15 | 15 | USP_2019 | 2019 | USP | [
"physics"
] | null | Em uma fábrica, um técnico deve medir a velocidade angular
de uma polia girando. Ele apaga as luzes do ambiente e ilumina
a peça somente com a luz de uma lâmpada estroboscópica, cuja
frequência pode ser continuamente variada e precisamente
conhecida. A polia tem uma mancha branca na lateral. Ele
observa que, quando a frequência de flashes é 9 Hz, a mancha
na polia parece estar parada. Então aumenta vagarosamente a
frequência do piscar da lâmpada e só quando esta atinge 12 Hz
é que, novamente, a mancha na polia parece estar parada. Com
base nessas observações, ele determina que a velocidade
angular da polia, em rpm, é | {
"text": [
"2.160",
"1.260",
"309",
"180",
"36"
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | A |
USP_2019_17 | 17 | USP_2019 | 2019 | USP | [
"physics"
] | null | Um rapaz de massa m1 corre numa pista horizontal e pula sobre
um skate de massa m2, que se encontra inicialmente em
repouso. Com o impacto, o skate adquire velocidade e o
conjunto rapaz+skate segue em direção a uma rampa e atinge
uma altura máxima h. A velocidade do rapaz, imediatamente
antes de tocar no skate, é dada por
Note e adote:
Considere que o sistema rapaz + skate não perde
energia devido a forças dissipativas, após a colisão. | {
"text": [
"m1 + m2)/m2 * √gh",
"m1 + m2)/2m1 * √gh",
"m1/m2 * √2gh",
"(m1 + m2)/m1 * √2gh",
"(2m1 + m2)/m1 * √gh"
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | D |
USP_2019_21 | 21 | USP_2019 | 2019 | USP | [
"physics"
] | null | Em uma garrafa térmica, são colocados 200 g de água à
temperatura de 30 °C e uma pedra de gelo de 50 g, à
temperatura de –10 °C. Após o equilíbrio térmico,
Note e adote:
calor latente de fusão do gelo = 80 cal/g;
calor específico do gelo = 0,5 cal/g °C;
calor específico da água = 1,0 cal/g °C. | {
"text": [
"todo o gelo derreteu e a temperatura de equilíbrio é 7°C.",
"todo o gelo derreteu e a temperatura de equilíbrio\né 0,4 °C.",
"todo o gelo derreteu e a temperatura de equilíbrio é 20 °C.",
"nem todo o gelo derreteu e a temperatura de equilíbrio\né 0 °C.",
"o gelo não derreteu e a temperatura de equilíbrio é –2 °C."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | A |
USP_2019_23 | 23 | USP_2019 | 2019 | USP | [
"physics"
] | null | Três amigos vão acampar e descobrem que nenhum deles
trouxe fósforos. Para acender o fogo e fazer o almoço, resolvem
improvisar e prendem um pedaço de filme plástico
transparente num aro de "cipó". Colocam um pouco de água
sobre o plástico, formando uma poça de aproximadamente
14 cm de diâmetro e 1 cm de profundidade máxima, cuja forma
pode ser aproximada pela de uma calota esférica. Quando o sol
está a pino, para aproveitamento máximo da energia solar, a
distância, em cm, entre o centro do filme e a palha seca usada
para iniciar o fogo, é, aproximadamente,
Note e adote:
Para uma lente plano‐convexa, 1/f = (n-1)1/R,
sendo n o índice de refração da lente e R o seu
raio de curvatura.
Índice de refração da água = 1,33. | {
"text": [
"75",
"50",
"25",
"14",
"7"
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | A |
USP_2019_24 | 24 | USP_2019 | 2019 | USP | [
"physics"
] | null | Um chuveiro elétrico que funciona em 220 V possui uma chave
que comuta entre as posições "verão" e "inverno". Na posição
"verão", a sua resistência elétrica tem o valor 22 Ω, enquanto
na posição "inverno" é 11 Ω. Considerando que na posição
"verão" o aumento de temperatura da água, pelo chuveiro, é
5 °C, para o mesmo fluxo de água, a variação de temperatura,
na posição "inverno", em °C, é | {
"text": [
"2,5",
"5,0",
"10,0",
"15,0",
"20,0"
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | C |
USP_2019_25 | 25 | USP_2019 | 2019 | USP | [
"biology"
] | null | Nas margens de um rio, verificava‐se a seguinte cadeia trófica:
o capim ali presente servia de alimento para gafanhotos, que,
por sua vez, eram predados por passarinhos, cuja espécie só
ocorria naquele ambiente e tinha exclusivamente os
gafanhotos como alimento; tais passarinhos eram predados por
gaviões da região.
A lama tóxica que vazou de uma empresa mineradora matou
quase totalmente o capim ali existente. É correto afirmar que,
em seguida, o consumidor secundário | {
"text": [
"teve sua população reduzida como consequência direta do\naumento da biomassa no primeiro nível trófico da cadeia.",
"teve sua população reduzida como consequência indireta\nda diminuição da biomassa no primeiro nível trófico da\ncadeia.",
"não teve sua população afetada, pois o efeito da lama tóxica\nse deu sobre o primeiro nível trófico da cadeia e não sobre\no segundo.",
"não teve sua população afetada, pois a lama tóxica não teve\nefeito direto sobre ele, mas sim sobre um nível trófico\ninferior.",
"teve sua população aumentada como consequência direta\ndo aumento da biomassa no segundo nível trófico da\ncadeia."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | B |
USP_2019_27 | 27 | USP_2019 | 2019 | USP | [
"biology"
] | null | O aquecimento global resulta do seguinte fenômeno: parte da
energia solar incidente sobre a Terra é irradiada de volta ao
espaço, sendo bloqueada, em grande parte, por gases de efeito
estufa, o que aumenta a temperatura do planeta. As
alternativas apresentam: I‐ o motivo pelo qual os raios solares
conseguem penetrar a atmosfera terrestre, mas, ao serem
refletidos, são barrados, em grande parte, pelos gases de efeito
estufa; II‐ uma das causas diretas do aumento da concentração
de gases de efeito estufa na atmosfera.
Os itens I e II estão corretamente indicados em: | {
"text": [
"I A energia solar incide na atmosfera em\ncomprimentos de onda menores e é refletida\nem comprimentos de onda maiores.\nII Destruição de florestas nativas.",
"I A energia solar incide na atmosfera em\ncomprimentos de onda maiores e é refletida em\ncomprimentos de onda menores.\nII Represamento dos rios para abastecimento de\nhidrelétricas.",
"I A energia solar incide na atmosfera e é refletida\nem ondas de mesmo comprimento.\nII Plantio de árvores exóticas no lugar de árvores\nnativas.",
"I A energia solar incide na atmosfera em\ncomprimentos de onda maiores e é refletida em\ncomprimentos de onda menores.\nII Uso de combustível fóssil.",
"I A energia solar incide na atmosfera em\ncomprimentos de onda menores e é refletida\nem comprimentos de onda maiores.\nII Uso da água dos rios para o abastecimento\ndomiciliar."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | A |
USP_2019_28 | 28 | USP_2019 | 2019 | USP | [
"biology"
] | null | Um organismo multicelular, fotossintetizante, que possui
sistema vascular e não possui frutos ou sementes é uma | {
"text": [
"alga.",
"briófita.",
"pteridófita.",
"gimnosperma.",
"angiosperma."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | C |
USP_2019_29 | 29 | USP_2019 | 2019 | USP | [
"biology"
] | null | A esquistossomose é uma doença que tem forte impacto na
saúde pública brasileira. Os grupos do parasita (I) e do seu
hospedeiro intermediário (II) e a forma de infestação (III) são: | {
"text": [
"I‐protozoário; II‐artrópode; III‐picada de mosquito.",
"I‐nematódeo; II‐molusco; III‐penetração pela pele.",
"I‐protozoário; II‐artrópode; III‐picada de barbeiro.",
"I‐platelminto; II‐mamífero; III‐ingestão de carne crua.",
"I‐platelminto; II‐molusco; III‐penetração pela pele."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | E |
USP_2019_31 | 31 | USP_2019 | 2019 | USP | [
"biology",
"chemistry"
] | null | O processo de acidificação dos oceanos, decorrente das
mudanças climáticas globais, afeta diretamente as colônias de
corais, influenciando na formação de recifes. Assinale a
alternativa que completa corretamente a explicação para esse
fenômeno.
O dióxido de carbono dissolvido no oceano | {
"text": [
"gera menor quantidade de íons de hidrogênio, o que\ndiminui o pH da água, liberando maior quantidade de íons\ncálcio, que, por sua vez, se ligam aos carbonatos,\naumentando o tamanho dos recifes.",
"é absorvido pelo fitoplâncton, entrando no processo\nfotossintético, e o oxigênio liberado permanece na água do\nmar, oxidando e matando os recifes de coral.",
"leva à formação de ácido carbônico, que, dissociado, gera,\nao final, íons de hidrogênio e de carbonato, que se ligam,\nimpedindo a formação do carbonato de cálcio que compõe\nos recifes de coral.",
"é absorvido pelo fitoplâncton, entrando no processo\nfotossintético, e o oxigênio liberado torna a água do mar\nmais oxigenada, aumentando a atividade dos corais e o\ntamanho de seus recifes.",
"reage com a água, produzindo ácido carbônico, que\npermanece no oceano e corrói os recifes de coral, que são\nformados por carbonato de cálcio."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | E |
USP_2019_34 | 34 | USP_2019 | 2019 | USP | [
"biology"
] | null | Desde 2013, a cobertura vacinal para doenças como caxumba,
sarampo, rubéola e poliomielite vem caindo ano a ano em todo
o país, devido, entre outros motivos, ____I____. Contudo,
sabe‐se que a vacina é o único meio de prevenir essas doenças
e consiste na inoculação de _____II_____.
As lacunas I e II podem ser corretamente preenchidas por: | {
"text": [
"I à baixa incidência dessas doenças atualmente, não\nrepresentando mais riscos à saúde pública.\nII anticorpos que estimulam uma resposta imunológica\npassiva contra uma doença específica, em pessoas\nsaudáveis.",
"I a movimentos antivacinação, que têm se expandido\npelo mundo.\nII vírus patogênicos modificados em laboratório,\n causando a cura pela competição com os vírus não\nmodificados da pessoa doente.",
"I a movimentos antivacinação, que têm se expandido\npelo mundo.\nII antígenos do agente patogênico, estimulando uma\nresposta imunológica ativa, em pessoas saudáveis.",
"I ao alto custo dessas vacinas, não coberto pelo\nsistema público, o que as torna inacessíveis a grande\nparte da população.\nII antígenos do agente patogênico para garantir a cura\nem um curto espaço de tempo, em pessoas doentes.",
"I à baixa incidência dessas doenças atualmente, não\nrepresentando mais riscos à saúde pública.\nII anticorpos específicos produzidos em outro\norganismo, que se multiplicam e eliminam o agente\npatogênico, em pessoas doentes."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | C |
USP_2019_38 | 38 | USP_2019 | 2019 | USP | [
"chemistry"
] | null | Considerando que baterias de Li‐FeS_2 podem gerar uma
voltagem nominal de 1,5 V, o que as torna úteis no cotidiano e
que a primeira reação de descarga dessas baterias é
2 Li + FeS_2 ➝ Li_2FeS_2 , é correto afirmar: | {
"text": [
"O lítio metálico é oxidado na primeira descarga.",
"O ferro é oxidado e o lítio é reduzido na primeira descarga.",
"O lítio é o cátodo dessa bateria.",
"A primeira reação de descarga forma lítio metálico.",
"O lítio metálico e o dissulfeto ferroso estão em contato\ndireto dentro da bateria."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | A |
USP_2019_46 | 46 | USP_2019 | 2019 | USP | [
"mathematics"
] | null | Em uma família, o número de irmãs de cada filha é igual à
metade do número de irmãos. Cada filho tem o mesmo número
de irmãos e irmãs.
O número total de filhos e filhas da família é | {
"text": [
"4",
"5",
"7",
"10",
"15"
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | C |
USP_2019_47 | 47 | USP_2019 | 2019 | USP | [
"mathematics"
] | null | Se a função f:ℝ - {2} → ℝ é definida por f(x) = (2x+1)/(x-2) e a
função g:ℝ - {2} → ℝ é definida por g(x)=f(f(x)), então
g(x) é igual a
| {
"text": [
"x/2",
"x^2",
"2x",
"2x + 3",
"x"
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | E |
USP_2019_48 | 48 | USP_2019 | 2019 | USP | [
"mathematics"
] | null | Considere a função polinomial f: ℝ → ℝ definida por
f(x) = ax^2 +bx+c,
em que a,b,c ∈ ℝ e a ≠ 0. No plano cartesiano xy, a única
intersecção da reta y = 2 com o gráfico de f é o ponto (2;2) e
a intersecção da reta x = 0 com o gráfico de f é o ponto
(0;-6). O valor de a+b+c é | {
"text": [
"–2",
"0",
"2",
"4",
"6"
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | B |
USP_2019_50 | 50 | USP_2019 | 2019 | USP | [
"mathematics"
] | null | Forma‐se uma pilha de folhas de papel, em que cada folha tem
0,1 mm de espessura. A pilha é formada da seguinte maneira:
coloca‐se uma folha na primeira vez e, em cada uma das vezes
seguintes, tantas quantas já houverem sido colocadas
anteriormente. Depois de 33 dessas operações, a altura da
pilha terá a ordem de grandeza | {
"text": [
"da altura de um poste.",
"da altura de um prédio de 30 andares.",
"do comprimento da Av. Paulista.",
"da distância da cidade de São Paulo (SP) à cidade do Rio de\nJaneiro (RJ).",
"do diâmetro da Terra."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | D |
USP_2019_53 | 53 | USP_2019 | 2019 | USP | [
"mathematics"
] | null | Se log₂y = (-1/2)+(2/3)*log₂x, para x > 0, então
| {
"text": [
"y = ³√(x^2) / √2",
"y = √((x^3)/2)",
"y = -1/√2 + ³√(x^2)",
"y = √2 ∙ ³√(x^2)",
"y = √(2(x^3))"
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | A |
USP_2019_58 | 58 | USP_2019 | 2019 | USP | [
"portuguese"
] | null | TEXTO PARA AS QUESTÕES 58 E 59
Mito, na acepção aqui empregada, não significa mentira,
falsidade ou mistificação. Tomo de empréstimo a formulação
de Hans Blumenberg do mito político como um processo
contínuo de trabalho de uma narrativa que responde a uma
necessidade prática de uma sociedade em determinado 5
período. Narrativa simbólica que é, o mito político coloca em
suspenso o problema da verdade. Seu discurso não pretende ter
validade factual, mas também não pode ser percebido como
mentira (do contrário, não seria mito). O mito político confere
um sentido às circunstâncias que envolvem os indivíduos: ao 10
fazê‐los ver sua condição presente como parte de uma história
em curso, ajuda a compreender e suportar o mundo em que
vivem.
ENGELKE, Antonio. O anjo redentor. Piauí, ago. 2018, ed. 143, p. 24.
De acordo com o texto, o "mito político" | {
"text": [
"prejudica o entendimento do mundo real.",
"necessita da abstração do tempo.",
"depende da verificação da verdade.",
"é uma fantasia desvinculada da realidade.",
"atende a situações concretas."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | E |
USP_2019_59 | 59 | USP_2019 | 2019 | USP | [
"portuguese"
] | null | TEXTO PARA AS QUESTÕES 58 E 59
Mito, na acepção aqui empregada, não significa mentira,
falsidade ou mistificação. Tomo de empréstimo a formulação
de Hans Blumenberg do mito político como um processo
contínuo de trabalho de uma narrativa que responde a uma
necessidade prática de uma sociedade em determinado 5
período. Narrativa simbólica que é, o mito político coloca em
suspenso o problema da verdade. Seu discurso não pretende ter
validade factual, mas também não pode ser percebido como
mentira (do contrário, não seria mito). O mito político confere
um sentido às circunstâncias que envolvem os indivíduos: ao 10
fazê‐los ver sua condição presente como parte de uma história
em curso, ajuda a compreender e suportar o mundo em que
vivem.
ENGELKE, Antonio. O anjo redentor. Piauí, ago. 2018, ed. 143, p. 24.
Sobre o sujeito da oração "em que vivem" (L. 12‐13), é correto
afirmar: | {
"text": [
"Expressa indeterminação, cabendo ao leitor deduzir a quem\nse refere a ação verbal.",
"Está oculto e visa evitar a repetição da palavra\n\"circunstâncias\" (L. 10).",
"É uma função sintática preenchida pelo pronome \"que\"\n(L. 12).",
"É indeterminado, tendo em vista que não é possível\nidentificar a quem se refere a ação verbal.",
"Está oculto e seu referente é o mesmo do pronome \"os\" em\n\"fazê‐los\" (L. 11)."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | E |
USP_2019_60 | 60 | USP_2019 | 2019 | USP | [
"portuguese"
] | null | Sim, estou me associando à campanha nacional contra os
verbos que acabam em "ilizar". Se nada for feito, daqui a pouco
eles serão mais numerosos do que os terminados simplesmente
em "ar". Todos os dias os maus tradutores de livros de
5 marketing e administração disponibilizam mais e mais termos
infelizes, que imediatamente são operacionalizados pela mídia,
reinicializando palavras que já existiam e eram perfeitamente
claras e eufônicas.
A doença está tão disseminada que muitos verbos honestos,
10 com currículo de ótimos serviços prestados, estão a ponto de
cair em desgraça entre pessoas de ouvidos sensíveis. Depois que
você fica alérgico a disponibilizar, como você vai admitir,
digamos, "viabilizar"? É triste demorar tanto tempo para a
gente se dar conta de que "desincompatibilizar" sempre foi um
15 palavrão.
FREIRE, Ricardo. Complicabilizando. Época, ago. 2003.
Com base no texto, é correto afirmar: | {
"text": [
"A \"campanha nacional\" a que se refere o autor tem por\nobjetivo banir da língua portuguesa os verbos terminados\nem \"ilizar\".",
"O autor considera o emprego de verbos como\n\"reinicializando\" (L. 7) e \"viabilizar\" (L. 13) uma verdadeira\n\"doença\".",
"A maioria dos verbos terminados em \"(i)lizar\", presentes no\ntexto, foi incorporada à língua por influência estrangeira.",
"O autor, no final do primeiro parágrafo, acaba usando\ninvoluntariamente os verbos que ele condena.",
"Os prefixos \"des\" e \"in\", que entram na formação do verbo\n\"desincompatibilizar\" (L. 14), têm sentido oposto, por isso o\nautor o considera um \"palavrão\"."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | C |
USP_2019_61 | 61 | USP_2019 | 2019 | USP | [
"portuguese"
] | null | Seria difícil encontrar hoje um crítico literário respeitável
que gostasse de ser apanhado defendendo como uma ideia a
velha antítese estilo e conteúdo. A esse respeito prevalece um
religioso consenso. Todos estão prontos a reconhecer que estilo
e conteúdo são indissolúveis, que o estilo fortemente individual
de cada escritor importante é um elemento orgânico de sua
obra e jamais algo meramente "decorativo".
Na prática da crítica, entretanto, a velha antítese persiste
praticamente inexpugnada.
Susan Sontag. "Do estilo". Contra a interpretação.
Consideradas no contexto, as expressões "religioso consenso",
"orgânico" e "inexpugnada", sublinhadas no texto, podem ser
substituídas, sem alteração de sentido, respectivamente, por: | {
"text": [
"místico entendimento; biológico; invencível.",
"piedoso acordo; puro; inesgotável.",
"secular conformidade; natural; incompreensível.",
"fervorosa unanimidade; visceral; insuperada.",
"espiritual ajuste; vital; indomada."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | D |
USP_2019_63 | 63 | USP_2019 | 2019 | USP | [
"portuguese"
] | null | I. Diante da dificuldade, municípios de diferentes regiões do
país realizaram um segundo "dia D" neste sábado. O
primeiro ocorreu em 18 de agosto. A adesão, no entanto,
ainda ficou abaixo do esperado. Agora, a recomendação é
que estados e municípios façam busca ativa para garantir
que todo o público‐alvo da campanha seja vacinado.
Folha de S. Paulo. São Paulo. 03/09/2018.
II. Pensar sobre a vaga, buscar conhecer a empresa e o que ela
busca já faz de você alguém especial. Muitos que procuram
o balcão de emprego não compreendem que os detalhes são
fundamentais para conseguir a recolocação. Agora, não
pense que você vai conseguir na primeira investida, a busca
por um novo emprego requer paciência e persistência, tenha
você 20 anos ou 50.
Balcão de Emprego. Disponível em: <https://empregabrasil.com.br/>
O termo "Agora" pode ser substituído, respectivamente, em I e
II e sem prejuízo de sentidos nos dois textos, por | {
"text": [
"Neste momento; Por conseguinte.",
"Neste ínterim; De fato.",
"Portanto; Ademais.",
"Todavia; Então.",
"Doravante; Mas."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | E |
USP_2019_64 | 64 | USP_2019 | 2019 | USP | [
"portuguese"
] | null | I. Surge então a pergunta: se a fantasia funciona como
realidade; se não conseguimos agir senão mutilando o
nosso eu; se o que há de mais profundo em nós é no fim de
contas a opinião dos outros; se estamos condenados a não
atingir o que nos parece realmente valioso –, qual a
diferença entre o bem e o mal, o justo e o injusto, o certo e
o errado? O autor passou a vida a ilustrar esta pergunta, que
é modulada de maneira exemplar no primeiro e mais
conhecido dos seus grandes romances de maturidade.
II. É preciso todavia lembrar que essa ligação com o problema
geográfico e social só adquire significado pleno, isto é, só
atua sobre o leitor, graças à elevada qualidade artística do
livro. O seu autor soube transpor o ritmo mesológico para a
própria estrutura da narrativa, mobilizando recursos que a
fazem parecer movida pela mesma fatalidade sem saída.
(...) Da consciência mortiça da personagem podem emergir
os transes periódicos em que se estorce o homem esmagado
pela paisagem e pelos outros homens.
Nos fragmentos I e II, aqui adaptados, o crítico Antonio Candido
avalia duas obras literárias, que são, respectivamente, | {
"text": [
"A Relíquia e Sagarana.",
"O Cortiço e Iracema.",
"Sagarana e O Cortiço.",
"Mayombe e Minha Vida de Menina.",
"Memórias Póstumas de Brás Cubas e Vidas Secas."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | E |
USP_2019_65 | 65 | USP_2019 | 2019 | USP | [
"portuguese"
] | null | Atente para as seguintes afirmações relativas ao desfecho do
romance A Relíquia, de Eça de Queirós:
I. O autor revela, por meio de Teodorico, sua descrença num
Jesus divinizado, imagem que é substituída pela ideia de
Consciência.
II. Ao ser sincero com Crispim, Teodorico conquista a vida de
burguês que sempre almejou.
III. Teodorico dá ouvidos à mensagem de Cristo, arrepende‐se
de sua hipocrisia beata e abraça a fé católica.
Está correto o que se afirma apenas em | {
"text": [
"I.",
"II.",
"I e II.",
"II e III.",
"I e III."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | C |
USP_2019_66 | 66 | USP_2019 | 2019 | USP | [
"portuguese"
] | null | TEXTOS PARA AS QUESTÕES 66 E 67
O povo que chupa o caju, a manga, o cambucá e a jabuticaba,
pode falar uma língua com igual pronúncia e o mesmo espírito
do povo que sorve o figo, a pera, o damasco e a nêspera?
José de Alencar. Bênção Paterna. Prefácio a Sonhos d'ouro.
A graciosa ará, sua companheira e amiga, brinca junto dela. Às
vezes sobe aos ramos da árvore e de lá chama a virgem pelo
nome, outras remexe o uru de palha matizada, onde traz a
selvagem seus perfumes, os alvos fios do crautá, as agulhas da
juçara com que tece a renda e as tintas de que matiza o
algodão.
José de Alencar. Iracema.
Glossário:
"ará": periquito; "uru": cesto; "crautá": espécie de bromélia; "juçara": tipo de
palmeira espinhosa.
Com base nos trechos acima, é adequado afirmar: | {
"text": [
"Para Alencar, a literatura brasileira deveria ser capaz de\nrepresentar os valores nacionais com o mesmo espírito do\neuropeu que sorve o figo, a pera, o damasco e a nêspera.",
"Ao discutir, no primeiro trecho, a importação de ideias e\ncostumes, Alencar propõe uma literatura baseada no\nabrasileiramento da língua portuguesa, como se verifica no\nsegundo trecho.",
"O contraste entre os verbos \"chupar\" e \"sorver\",\nempregados no primeiro trecho, revela o rebaixamento de\nlinguagem buscado pelo escritor em Iracema.",
"Em Iracema, a construção de uma literatura exótica, tal\ncomo se verifica no segundo trecho, pautou‐se pela recusa\nde nossos elementos naturais.",
"Ambos os trechos são representativos da tendência\nescapista de nosso romantismo, na medida em que\nvalorizam os elementos naturais em detrimento da\nrealidade rotineira."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | B |
USP_2019_67 | 67 | USP_2019 | 2019 | USP | [
"portuguese"
] | null | TEXTOS PARA AS QUESTÕES 66 E 67
O povo que chupa o caju, a manga, o cambucá e a jabuticaba,
pode falar uma língua com igual pronúncia e o mesmo espírito
do povo que sorve o figo, a pera, o damasco e a nêspera?
José de Alencar. Bênção Paterna. Prefácio a Sonhos d'ouro.
A graciosa ará, sua companheira e amiga, brinca junto dela. Às
vezes sobe aos ramos da árvore e de lá chama a virgem pelo
nome, outras remexe o uru de palha matizada, onde traz a
selvagem seus perfumes, os alvos fios do crautá, as agulhas da
juçara com que tece a renda e as tintas de que matiza o
algodão.
José de Alencar. Iracema.
Glossário:
"ará": periquito; "uru": cesto; "crautá": espécie de bromélia; "juçara": tipo de
palmeira espinhosa.
No trecho "outras remexe o uru de palha matizada", a palavra
sublinhada expressa ideia de | {
"text": [
"concessão.",
"finalidade.",
"adição.",
"tempo.",
"consequência."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | D |
USP_2019_68 | 68 | USP_2019 | 2019 | USP | [
"portuguese"
] | null | TEXTOS PARA AS QUESTÕES 68 E 69
Sonetilho do falso
Fernando Pessoa
Onde nasci, morri.
Onde morri, existo.
E das peles que visto
muitas há que não vi.
5 Sem mim como sem ti
posso durar. Desisto
de tudo quanto é misto
e que odiei ou senti.
Nem Fausto nem Mefisto,
10 à deusa que se ri
deste nosso oaristo*,
eis‐me a dizer: assisto
além, nenhum, aqui,
mas não sou eu, nem isto.
Carlos Drummond de Andrade.
Claro Enigma.
Ulisses
O mito é o nada que é tudo
O mesmo sol que abre os céus
É um mito brilhante e mudo ‐
O corpo morto de Deus,
Vivo e desnudo.
Este, que aqui aportou
Foi por não ser existindo.
Sem existir nos bastou.
Por não ter vindo foi vindo
E nos criou
Assim a lenda se escorre
A entrar na realidade,
E a fecundá‐la decorre.
Em baixo, a vida, metade
De nada, morre.
Fernando Pessoa. Mensagem.
*conversa íntima entre casais.
Considerando os poemas, assinale a alternativa correta. | {
"text": [
"As noções de que a identidade do poeta independe de sua\nexistência biográfica, no \"Sonetilho\", e de que o mito se\nperpetua para além da vida, em \"Ulisses\", produzem uma\nanalogia entre os poemas.",
"As referências a Mefisto (\"diabo\", na lenda alemã de\nFausto) e a Deus no \"Sonetilho\" e em \"Ulisses\",\nrespectivamente, associadas ao polo de opostos \"morte\" e\n\"vida\", revelam uma perspectiva cristã comum aos poemas.",
"O resgate da forma clássica, no \"Sonetilho\", e a referência à\nprimeira pessoa do plural, em \"Ulisses\", denotam um\nmesmo espírito agregador e comunitário.",
"O eu lírico de cada poema se identifica, respectivamente,\ncom seus títulos. No poema de Drummond, trata‐se de\nalguém referido como \"falso Fernando Pessoa\", já no\npoema de Pessoa, o eu lírico é \"Ulisses\".",
"Os versos \"As coisas tangíveis / tornam‐se insensíveis / à\npalma da mão. // Mas as coisas findas, / muito mais que\nlindas, / essas ficarão\", de outro poema de Claro Enigma,\nsugerem uma relação de contraste com os poemas citados."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | A |
USP_2019_69 | 69 | USP_2019 | 2019 | USP | [
"portuguese"
] | null | TEXTOS PARA AS QUESTÕES 68 E 69
Sonetilho do falso
Fernando Pessoa
Onde nasci, morri.
Onde morri, existo.
E das peles que visto
muitas há que não vi.
5 Sem mim como sem ti
posso durar. Desisto
de tudo quanto é misto
e que odiei ou senti.
Nem Fausto nem Mefisto,
10 à deusa que se ri
deste nosso oaristo*,
eis‐me a dizer: assisto
além, nenhum, aqui,
mas não sou eu, nem isto.
Carlos Drummond de Andrade.
Claro Enigma.
Ulisses
O mito é o nada que é tudo
O mesmo sol que abre os céus
É um mito brilhante e mudo ‐
O corpo morto de Deus,
Vivo e desnudo.
Este, que aqui aportou
Foi por não ser existindo.
Sem existir nos bastou.
Por não ter vindo foi vindo
E nos criou
Assim a lenda se escorre
A entrar na realidade,
E a fecundá‐la decorre.
Em baixo, a vida, metade
De nada, morre.
Fernando Pessoa. Mensagem.
*conversa íntima entre casais. O oxímoro é uma "figura em que se combinam palavras de
sentido oposto que parecem excluir‐se mutuamente, mas que,
no contexto, reforçam a expressão" (HOUAISS, 2001). No
poema "Sonetilho do falso Fernando Pessoa", o emprego dessa
figura de linguagem ocorre em: | {
"text": [
"\"Onde morri, existo\" (L. 2).",
"\"E das peles que visto / muitas há que não vi\" (L. 3‐4).",
"\"Desisto / de tudo quanto é misto / e que odiei ou senti\"\n(L. 6‐8).",
"\"à deusa que se ri / deste nosso oaristo\" (L. 10‐11).",
"\"mas não sou eu, nem isto\" (L. 14)."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | A |
USP_2019_70 | 70 | USP_2019 | 2019 | USP | [
"portuguese"
] | null | E grita a piranha cor de palha, irritadíssima:
– Tenho dentes de navalha, e com um pulo de ida‐e‐volta
resolvo a questão!...
– Exagero... – diz a arraia – eu durmo na areia, de ferrão a
prumo, e sempre há um descuidoso que vem se espetar.
– Pois, amigas, – murmura o gimnoto*, mole, carregando a
bateria – nem quero pensar no assunto: se eu soltar três
pensamentos elétricos, bate‐poço, poço em volta, até vocês
duas boiarão mortas...
*peixe elétrico.
Esse texto, extraído de Sagarana, de Guimarães Rosa, | {
"text": [
"antecipa o destino funesto do ex‐militar Cassiano Gomes e\ndo marido traído Turíbio Todo, em \"Duelo\", ao qual serve\ncomo epígrafe.",
"assemelha‐se ao caráter existencial da disputa entre\nBrilhante, Dansador e Rodapião na novela \"Conversa de\nBois\".",
"reúne as três figurações do protagonista da novela \"A hora\ne vez de Augusto Matraga\", assim denominados: Augusto\nEstêves, Nhô Augusto e Augusto Matraga.",
"representa o misticismo e a atmosfera de feitiçaria que\nenvolve o preto velho João Mangalô e sua desavença com o\nnarrador‐personagem José, em \"São Marcos\".",
"constitui uma das cantigas de \"O burrinho Pedrês\", em que\na sagacidade da boiada se sobressai à ignorância do\nburrinho."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | A |
USP_2019_71 | 71 | USP_2019 | 2019 | USP | [
"portuguese"
] | null | TEXTOS PARA AS QUESTÕES 71 E 72
I. Cinquenta anos! Não era preciso confessá‐lo. Já se vai
sentindo que o meu estilo não é tão lesto* como nos primeiros
dias. Naquela ocasião, cessado o diálogo com o oficial da
marinha, que enfiou a capa e saiu, confesso que fiquei um pouco
triste. Voltei à sala, lembrou‐me dançar uma polca, embriagar‐
me das luzes, das flores, dos cristais, dos olhos bonitos, e do
burburinho surdo e ligeiro das conversas particulares. E não me
arrependo; remocei. Mas, meia hora depois, quando me retirei
do baile, às quatro da manhã, o que é que fui achar no fundo do
carro? Os meus cinquenta anos.
*ágil
II. Meu caro crítico,
Algumas páginas atrás, dizendo eu que tinha
cinquenta anos, acrescentei: "Já se vai sentindo que o meu
estilo não é tão lesto como nos primeiros dias". Talvez aches
esta frase incompreensível, sabendo‐se o meu atual estado;
mas eu chamo a tua atenção para a sutileza daquele
pensamento. O que eu quero dizer não é que esteja agora mais
velho do que quando comecei o livro. A morte não envelhece.
Quero dizer, sim, que em cada fase da narração da minha vida
experimento a sensação correspondente. Valha‐me Deus! é
preciso explicar tudo.
Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas.
Entre os dois trechos do romance, nota‐se o movimento que vai
da memória de vivências à revisão que o defunto autor faz de
um mesmo episódio. A citação, pertencente a outro capítulo do
mesmo livro, que melhor sintetiza essa duplicidade narrativa,
é: | {
"text": [
"\"A conclusão, portanto, é que há duas forças capitais: o\namor, que multiplica a espécie, e o nariz, que a subordina\nao indivíduo\".",
"\"Obra de finado. Escrevi‐a com a pena da galhofa e a tinta\nda melancolia, e não é difícil perceber o que poderá sair\ndesse conúbio\".",
"\"Mas o livro é enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa\ncontração cadavérica; vício grave, e aliás ínfimo, porque o\nmaior defeito do livro és tu, leitor\".",
"\"Viver não é a mesma cousa que morrer; assim o afirmam\ntodos os joalheiros desse mundo, gente muito vista na\ngramática\".",
"\"Não havia ali a atmosfera somente da águia e do beija‐flor;\nhavia também a da lesma e do sapo\"."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | B |
USP_2019_72 | 72 | USP_2019 | 2019 | USP | [
"portuguese"
] | null | TEXTOS PARA AS QUESTÕES 71 E 72
I. Cinquenta anos! Não era preciso confessá‐lo. Já se vai
sentindo que o meu estilo não é tão lesto* como nos primeiros
dias. Naquela ocasião, cessado o diálogo com o oficial da
marinha, que enfiou a capa e saiu, confesso que fiquei um pouco
triste. Voltei à sala, lembrou‐me dançar uma polca, embriagar‐
me das luzes, das flores, dos cristais, dos olhos bonitos, e do
burburinho surdo e ligeiro das conversas particulares. E não me
arrependo; remocei. Mas, meia hora depois, quando me retirei
do baile, às quatro da manhã, o que é que fui achar no fundo do
carro? Os meus cinquenta anos.
*ágil
II. Meu caro crítico,
Algumas páginas atrás, dizendo eu que tinha
cinquenta anos, acrescentei: "Já se vai sentindo que o meu
estilo não é tão lesto como nos primeiros dias". Talvez aches
esta frase incompreensível, sabendo‐se o meu atual estado;
mas eu chamo a tua atenção para a sutileza daquele
pensamento. O que eu quero dizer não é que esteja agora mais
velho do que quando comecei o livro. A morte não envelhece.
Quero dizer, sim, que em cada fase da narração da minha vida
experimento a sensação correspondente. Valha‐me Deus! é
preciso explicar tudo.
Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas.
A passagem final do texto II – "Valha‐me Deus! é preciso
explicar tudo." – denota um elemento presente no estilo do
romance, ou seja, | {
"text": [
"o realismo, visto no rigor explicativo dos fatos.",
"a religiosidade, que se socorre do auxílio divino.",
"o humor, capaz de relativizar as ideias.",
"a metalinguagem, que imprime linearidade à narração.",
"a ironia, própria do discurso positivo."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | C |
USP_2019_80 | 80 | USP_2019 | 2019 | USP | [
"history"
] | null | (…) o "arco do triunfo" é um fragmento de muro que, embora
isolado da muralha, tem a forma de uma porta da cidade. (...)
Os primeiros exemplos documentados são estruturas do século
II a.C., mas os principais arcos de triunfo são os do Império,
como os arcos de Tito, de Sétimo Severo ou de Constantino,
todos no foro romano, e todos de grande beleza pela elegância
de suas proporções.
PEREIRA, J. R. A., Introdução à arquitetura. Das origens ao século XXI. Porto
Alegre: Salvaterra, 2010, p. 81.
Dentre os vários aspectos da arquitetura romana, destaca‐se a
monumentalidade de suas construções. A relação entre o "arco
do triunfo" e a História de Roma está baseada | {
"text": [
"no processo de formação da urbe romana e de edificação\nde entradas defensivas contra invasões de povos\nconsiderados bárbaros.",
"nas celebrações religiosas das divindades romanas\nvinculadas aos ritos de fertilidade e aos seus ancestrais\netruscos.",
"nas celebrações das vitórias militares romanas que\npermitiram a expansão territorial, a consolidação territorial\ne o estabelecimento do sistema escravista.",
"na edificação de monumentos comemorativos em memória\ndas lutas dos plebeus e do alargamento da cidadania\nromana.",
"nos registros das perseguições ao cristianismo e da\ndestruição de suas edificações monásticas."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | C |
USP_2019_81 | 81 | USP_2019 | 2019 | USP | [
"history"
] | null | Os comentadores do texto sagrado (…) reconhecem a
submissão da mulher ao homem como um dos momentos da
divisão hierárquica que regula as relações entre Deus, Cristo e
a humanidade, encontrando ainda a origem e o fundamento
divino daquela submissão na cena primária da criação de Adão
e Eva e no seu destino antes e depois da queda.
CASAGRANDE, C., A mulher sob custódia, in: História das Mulheres, Lisboa:
Afrontamento, 1993, v. 2, p. 122‐123.
O excerto refere‐se à apreensão de determinadas passagens
bíblicas pela cristandade medieval, especificamente em relação
à condição das mulheres na sociedade feudal. A esse respeito,
é correto afirmar: | {
"text": [
"As mulheres originárias da nobreza podiam ingressar nos\nconventos e ministrar os sacramentos como os homens de\nmesma condição social.",
"A culpabilização das mulheres pela expulsão do Paraíso\nTerrestre servia de justificativa para sua subordinação social\naos homens.",
"As mulheres medievais eram impedidas do exercício das\natividades políticas, ao contrário do que acontecera no\nmundo greco‐romano.",
"As mulheres medievais eram iletradas e tinham o acesso à\ncultura e às artes proibido, devido à sua condição social e\nnatural.",
"A submissão das mulheres medievais aos homens esteve\ndesvinculada de normatizações acerca da sexualidade."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | B |
USP_2019_83 | 83 | USP_2019 | 2019 | USP | [
"history"
] | null | Sobre a revolução cultural ocorrida na China, a partir de 1966,
é correto afirmar que se tratou de | {
"text": [
"movimento dirigido por intelectuais e estudantes contra o\ngoverno ditatorial de Mao Tsé‐Tung.",
"proposta encaminhada pelos camponeses em busca da\nretomada das raízes xintoístas da China imperial.",
"reação dos intelectuais refratários ao regime comunista que\npretendia restaurar o mandarinato.",
"expurgo de cunho anti‐intelectualista que recusava as\ninfluências ocidental e soviética.",
"um processo que culminou nas reivindicações de livre‐\npensamento e na abertura da China para o mercado."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | D |
USP_2019_85 | 85 | USP_2019 | 2019 | USP | [
"history"
] | null | Sob qualquer aspecto, este [a Revolução Industrial] foi
provavelmente o mais importante acontecimento na história do
mundo, pelo menos desde a invenção da agricultura e das
cidades. E foi iniciado pela Grã‐Bretanha. É evidente que isto
não foi acidental.
Eric Hobsbawm, A Era das Revoluções. São Paulo: Paz e Terra, 2005.
19ª edição, p. 52.
A Revolução Industrial, ocorrida na Inglaterra nos decênios
finais do século XVIII, | {
"text": [
"deveu‐se ao pioneirismo científico e tecnológico dos\nbritânicos, aliado a uma grande oferta de mão de obra\nespecializada e a uma política estatal pacifista e voltada\npara o comércio.",
"originou‐se das profundas transformações agrárias\nexpressas pela concentração fundiária, perda da posse da\nterra pelo campesinato e formação de uma mão de obra\nassalariada.",
"vinculou‐se à derrocada da aristocracia e à ascensão da\nburguesia, orientada pela política mercantilista e\nsintetizada na filosofia de Adam Smith.",
"resultou da supressão de leis protecionistas de inspiração\nmercantilista e do combate ao tráfico negreiro, com vistas à\nconquista de mercados externos consumidores.",
"decorreu da ampla difusão de um ideário Ilustrado, o qual\nteria promovido aquilo que o sociólogo alemão Max Weber\ndescreve como o \"espírito do capitalismo\"."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | B |
USP_2019_87 | 87 | USP_2019 | 2019 | USP | [
"history"
] | null | É difícil acreditar que a Revolução Francesa teria sido muito
diferente, mesmo que a Revolução Americana nunca tivesse
acontecido. É fácil mostrar que os americanos não tentaram
uma semelhante ruptura substancial com o passado, como
fizeram os franceses. No entanto, (...) as duas revoluções foram
muito parecidas.
Robert R. Palmer, The Age of The Democratic Revolution: The Challenge,
Princeton, Princeton University Presse, vol I, 1959, p.267.
Com base no texto e em seus conhecimentos acerca da
Revolução Francesa e do revolucionário processo de
independência dos Estados Unidos, assinale a afirmação
correta. | {
"text": [
"A revolução norte‐americana repercutiu pouco nos\nmovimentos liberais da Europa e, mesmo na França da\népoca da Ilustração, seu impacto foi mais de ordem\neconômica do que política.",
"O processo de independência dos Estados Unidos foi\nmarcado pela ausência de divisões internas entre os colonos\ne pela exclusão das camadas populares da sociedade no\nprocesso político.",
"O processo de independência dos Estados Unidos foi\nconsumado pela redação de uma Constituição, cuja\nelaboração ficou a cargo de notáveis, que representavam os\ninteresses das classes proprietárias.",
"A guerra da independência norte‐americana caracterizou‐\nse pela ausência de radicalismo político e social, o que se\ndeveu à menor penetração dos ideais Ilustrados nos últimos\nanos do período colonial.",
"A revolução norte‐americana repercutiu não só na\nIlustração europeia e na Revolução Francesa, como\ndemonstrou de modo teórico e prático a viabilidade de um\ngrande Estado republicano e democrático."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | E |
USP_2019_88 | 88 | USP_2019 | 2019 | USP | [
"history"
] | null | Em junho de 1995, a seleção de rugby da África do Sul
conquistou a Copa do Mundo dessa modalidade esportiva ao
vencer a equipe da Nova Zelândia por 15 a 12, na cidade de
Johannesburgo. O capitão sul‐africano, François Pienaar,
recebeu a taça destinada à seleção campeã das mãos de Nelson
Mandela.
Esse acontecimento esportivo | {
"text": [
"é um dos marcos do fim do Apartheid, devido à constituição\nde uma primeira seleção multirracial representando a África\ndo Sul.",
"tornou‐se uma das justificativas para o veto à participação\nda África do Sul em eventos esportivos devido à proibição\nda presença de atletas brancos.",
"permitiu a vitória eleitoral de Mandela, apoiado\nmassivamente pelos bôeres insuflados pelo nacionalismo\nsul‐africano.",
"desencadeou uma série de conflitos raciais entre negros e\nbrancos devido às rivalidades entre os atletas da seleção\nsul‐africana.",
"foi realizado graças a um esforço conjunto de Nelson\nMandela e de Frederik de Klerk, agraciados, por isso, com o\nprêmio Nobel da Paz."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | A |
USP_2019_90 | 90 | USP_2019 | 2019 | USP | [
"history"
] | null | A história do século XIX foi marcada pela tensão entre tradições
políticas e intelectuais que apelava, ora para a força do
nacionalismo, ora para o vigor das ideias internacionalistas.
Indique a alternativa que traduz uma destas tradições. | {
"text": [
"A formulação de alianças militares, a união de forças\nmonárquicas e abolição das fronteiras políticas\ncontribuíram para minar o poder dos Estados‐Nacionais.",
"O 1º de Maio e os rituais trabalhistas manifestavam a\nascensão de partidos e de movimentos de massa, expressão\ndo nacionalismo da classe trabalhadora.",
"As guerras de caráter religioso que eclodiram na Europa\ndemonstram um enfraquecimento do poder universal da\nIgreja Católica e a ascensão de tradições religiosas nacionais.",
"O apelo ao direito de autodeterminação dos povos\nquestionou o poder das casas dinásticas e contribuiu para a\nposterior fragmentação dos grandes impérios europeus.",
"O culto do progresso e da liberdade despertou os ideais\nrepublicanos e democráticos que contribuíram para o\nestabelecimento de federações supranacionais."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | D |
USP_2020_2 | 2 | USP_2020 | 2020 | USP | [
"physics"
] | null | Note e Adote: Entalpia de vaporização da água a 100 °C = 40 kJ/mol;
Massa molar da água = 18 g/mol, Densidade da água = 1 g/mL.
Equipamentos domésticos chamados de vaporizadores para
roupa utilizam o vapor de água gerado por um sistema de
resistências elétricas a partir de água líquida. Um equipamento
com potência nominal de 1.600 W foi utilizado para passar
roupas por 20 minutos, consumindo 540 mL de água. Em relação
ao gasto total de energia do equipamento, o gasto de energia
utilizado apenas para vaporizar a água, após ela já ter atingido a
temperatura de ebulição, equivale a, aproximadamente, | {
"text": [
"0,04%.",
"0,062%.",
"4,6%.",
"40%.",
"62%."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | E |
USP_2020_14 | 14 | USP_2020 | 2020 | USP | [
"mathematics"
] | null | Se, em 15 anos, o salário mínimo teve um aumento nominal
de 300% e a inflação foi de 100%, é correto afirmar que o
aumento real do salário mínimo, nesse período, foi de | {
"text": [
"50%.",
"100%.",
"150%.",
"200%.",
"250%."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | B |
USP_2020_17 | 17 | USP_2020 | 2020 | USP | [
"mathematics"
] | null | A menor esfera na qual um paralelepípedo reto‐retângulo de
medidas 7 cm × 4 cm × 4 cm está inscrito tem diâmetro de | {
"text": [
"9 cm.",
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