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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2021/02/04/verificamos-pastor-vacinado-coronavac-tocantins/ | lupa | #Verificamos: É falso que pastor morreu um dia após ser vacinado com a CoronaVac no Tocantins | null | 2021-02-04 | Circula pelas redes sociais a foto de um homem que teria morrido um dia depois de tomar a primeira dose da CoronaVac em Araguaína (TO) em 20 de janeiro deste ano. A vacina contra a Covid-19 está entre as que foram adotadas pelo Plano Nacional de Imunização do governo federal e é produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a empresa chinesa Sinovac. De acordo com a mensagem, a suposta vítima seria o pastor Venceslau, presidente da Assembleia de Deus Ministério de Madureira. Outra versão do post diz que se tratava de um enfermeiro da cidade. Por meio do projeto de verificação de notícias, usuários do Facebook solicitaram que esse material fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação da Lupa:
“Já está acontecendo, fiquem atentos pois a grande mídia não vai mostrar. Pastor Venceslau Presidente da Igreja Assembléia de Deus – Madureira em Araguaína – TO. Tomou a VaCHINA e na madrugada do dia seguinte passou mal e veio a óbito pela manhã”
Texto em post do Facebook que, até as 17h30 de 4 de fevereiro de 2021, tinha 287 compartilhamentos
A informação analisada pela Lupa é falsa. Em nota, a Igreja Evangélica Assembleia de Deus Ministério de Madureira, em Araguaína, afirmou que a pessoa exibida no post jamais atuou no local. “Nenhum pastor deste campo veio a óbito após tomar a vacina contra a Covid-19”, diz o texto. “O suposto pastor Venceslau que está sendo divulgado nas redes sociais não pertence ao nosso ministério em Araguaína e não temos conhecimento da sua existência.” O desmentido, que tem data de 26 de janeiro, é assinado pelo presidente da igreja em Araguaína, o pastor João Milton Moreira Gomes, e pelo vice-presidente, o pastor Edimilson Ferreira da Silva.
A prefeitura também afirmou que se trata de uma notícia falsa. De acordo com o Setor de Imunizações da Secretaria da Saúde do município, as primeiras doses da vacina só chegaram a Araguaína no dia 20 de janeiro. A aplicação começou um dia depois da data da suposta morte do “pastor Venceslau”. Logo, ainda que uma pessoa tenha falecido em 20 de janeiro, o óbito nada teria a ver com o uso do imunizante. “Nenhuma complicação após a vacina foi registrada na cidade”, informou, em nota, a Assessoria de Comunicação da Prefeitura. A pasta também desmentiu que um enfermeiro morreu após tomar vacina. O homem que aparece na foto não pôde ser identificado. | null | ['MAURÍCIO MORAES'] | [] | ['#VERIFICAMOS', '#VERIFICAMOSCOVID', 'ARAGUAÍNA', 'CORONAVAC', 'FACEBOOK', 'IGREJA EVANGÉLICA', 'IMUNIZAÇÃO', 'INSTITUTO BUTANTAN', 'NO FACEBOOK', 'PASTOR', 'PROJETO DE VERIFICAÇÃO', 'PROJETO DE VERIFICAÇÃO DE NOTÍCIAS', 'SINOVAC', 'TOCANTINS', 'VACINA CHINESA', 'VACINA DA COVID-19', 'VACINA DA SINOVAC', 'VERIFICAÇÃO', 'VERIFICAÇÃO DE FATOS', 'VERIFICAÇÃO DE NOTÍCIA', 'VERIFICAÇÃO DE NOTÍCIAS', 'VERIFICAÇÃO DE NOTÍCIAS NO FACEBOOK', 'VERIFICADO'] | 2021-05-14 | ['FALSO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2021/02/04/verificamos-vacina-bauru-doria/ | lupa | #Verificamos: É falso que Doria barrou envio de vacinas para prefeitura de Bauru | null | 2021-02-04 | Circula pelas redes sociais que o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), teria se recusado a enviar vacinas contra o novo coronavírus para a prefeitura de Bauru, por questões políticas. O post compartilhado no Facebook afirma ainda que a prefeita de Bauru, Suéllen Rosim (Patriota), teria ido a Brasília e conversado com o presidente Jair Bolsonaro sobre o caso e, por isso, o presidente teria encaminhado vacinas desenvolvidas pela Oxford para a realização da vacinação no município. Por meio do projeto de verificação de notícias, usuários do Facebook solicitaram que esse material fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação da Lupa:
“O Dória, que não recebe o apoio da prefeita de Bauru, avisou-lhe que não teriam vacinas para o município, nesta primeira etapa já que a prefeita não colocou o município na fase vermelha. Ela não teve dúvidas, embarcou para Brasília, se encontrou com o ministro da Ciência e Tecnologia, que é Baurense. Foram ao gabinete da ministra da Agricultura e também ao da ministra Damares. Todos juntos foram ao Palácio do Governo, falaram com Bolsonaro e ela exigiu vacinas de Oxford para Bauru, Piratininga, Arealva, Duartina, Tibiriçá, Avai e Lucianópolis. A jovem de 28 anos, Prefeita de Bauru, Suelen Rosin, defendeu seu povo com bravura e já avisou ao Dória: “aqui vai ficar tudo aberto. Bauru precisa trabalhar”
Texto em imagem que, até às 13h do dia 04 de fevereiro de 2021, tinha sido compartilhado por 100 pessoas no Facebook
A informação analisada pela Lupa é falsa. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), não barrou o envio de vacinas contra o novo coronavírus para a prefeitura de Bauru (SP). Até a última quarta-feira (3), a Secretaria Municipal de Saúde de Bauru recebeu 23.440 doses de vacinas do governo estadual. Esses imunizantes foram comprados pelo Ministério da Saúde e distribuídos pela Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo. Segundo o Vacinômetro, mais de 4 mil pessoas já foram vacinadas em Bauru.
A primeira entrega de vacinas para o município aconteceu no dia 20 de janeiro, quando o governo de São Paulo encaminhou 8.680 doses da Coronavac para Bauru. Logo em seguida, no dia 26 de janeiro, a prefeitura recebeu mais 6.660 doses da vacina AstraZeneca/Oxford. Nesta semana, as autoridades sinalizaram o terceiro envio de vacinas: 8.100 doses da Coronavac.
Todas essas vacinas foram encaminhadas pelo governo de São Paulo e estão sendo utilizadas para imunizar os profissionais de saúde que estão na linha de frente da pandemia. Ou seja, Doria não barrou o envio de vacinas para o município. Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo também negou o boato.
O post compartilhado no Facebook afirma ainda que a prefeita de Bauru, Suéllen Rosim (Patriota), teria encontrado o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para denunciar o ocorrido e pedir para o governo federal enviar doses da vacina. A prefeita, de fato, visitou Bolsonaro em Brasília. Contudo, o encontro foi no dia 27 de janeiro, ou seja, sete dias depois das primeiras doses da vacina serem remetidas para a cidade.
Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura de Bauru, a visita da prefeita Suéllen estava agendada desde o início do ano e não tinha relação direta com a suposta ausência de vacinas no município. “Na conversa com o presidente Jair Bolsonaro, falamos sobre a necessidade de investimentos na saúde de Bauru, pois o nosso município é um polo regional. Também mantivemos a disposição em manter um contato permanente com os ministérios. Levamos muitos projetos, e vamos continuar dialogando com os ministros e secretários para que saiam do papel, beneficiando a população de Bauru”, disse Suéllen.
Nos últimos dias, a prefeita se posicionou publicamente contra a fase vermelha do Plano São Paulo. Nesta semana, ela sancionou uma lei que transforma qualquer atividade comercial como “atividade essencial” — uma forma de burlar medidas do governo do estado que visam reduzir a propagação da Covid-19.
Esse conteúdo também foi verificado pelo Fato ou Fake. | null | ['NATHÁLIA AFONSO'] | [] | ['#VERIFICAMOS', 'ASTRAZENECA', 'BAURU', 'BOATO', 'CAMPANHA DE VACINAÇÃO', 'CENTRO DE SÃO PAULO', 'CORONAVAC', 'COVID-19', 'DORIA', 'FACEBOOK', 'FACEBOOK JOURNALISM PROJECT', 'GOVERNADOR DE SÃO PAULO', 'GOVERNADOR JOÃO DORIA', 'GOVERNO DE SÃO PAULO', 'GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO', 'INFORMAÇÃO FALSA', 'JOAO DORIA', 'NO FACEBOOK', 'NOVO CORONAVÍRUS', 'VACINA', 'VACINA CONTRA O NOVO CORONAVÍRUS', 'VACINA COVID-19', 'VERIFICAÇÃO', 'VERIFICAÇÃO DE FATOS', 'VERIFICAÇÃO DE NOTÍCIAS', 'VERIFICAÇÃO DE NOTÍCIAS NO FACEBOOK', 'VERIFICADO'] | 2021-05-14 | ['FALSO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2021/02/04/verificamos-ceo-pfizer-vacina/ | lupa | #Verificamos: É falso que CEO da Pfizer disse que não tomará vacina da Covid-19 desenvolvida pela empresa | null | 2021-02-04 | Circula nas redes sociais a informação de que o CEO da Pfizer, Albert Bourla, não tomará a vacina da Covid-19 desenvolvida pela própria empresa. Por meio do projeto de verificação de notícias, usuários do Facebook solicitaram que esse material fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação da Lupa:
“CEO da Pfizer diz que não tomará a própria vacina”
Post publicado no Facebook que, até as 13h de 4 de fevereiro de 2021, tinha mais de 200 compartilhamentos
A informação analisada pela Lupa é falsa. O post que circula nas redes sociais tira de contexto uma entrevista dada pelo CEO da Pfizer, Albert Bourla, à CNN, em 14 de dezembro de 2020. Bourla explicou que ele e outros executivos da empresa ainda não tinham tomado a vacina da Covid-19 porque não queriam “furar fila”, devido à recomendação do Centro para o Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) de que as primeiras doses deveriam ser aplicadas em trabalhadores da área de saúde.
“Não, ainda não tomei e temos um comitê de ética que está lidando com a questão de quem está recebendo. Existem regras de alocação restritas que o CDC definiu. Somos muito sensíveis para não furar a fila”, afirmou. Em seguida, Bourla diz que a recomendação é de que ele deve tomar em breve a vacina para que as pessoas possam acreditar em sua eficácia. “Eu acho que o comitê recomenda que eu seja vacinado logo porque pesquisas que vimos indicam que as pessoas acreditarão muito mais na vacina se verem o CEO da empresa sendo vacinado, então é provável que eu a receba”.
Em nota, a assessoria da Pfizer negou a afirmação do post. Explicou que o CEO da Pfizer está apenas obedecendo a recomendação do CDC de que as primeiras doses da vacina devem ir para profissionais de saúde. Também por nota, a assessoria disse que, até o presente momento, Albert Bourla ainda não foi vacinado. “O motivo continua o mesmo: a obediência às recomendações do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), que destinou as primeiras doses da vacina aos profissionais de saúde e idosos do país. Alguns estados também começaram a vacinar socorristas, professores e residentes com 75 anos ou mais”.
Em seu site, o CDC recomenda atualmente que sejam vacinados nos Estados Unidos, além do pessoal da área de saúde, pessoas acima de 75 anos ou mais, trabalhadores essenciais da linha de frente (como bombeiros, policiais) e aqueles que trabalham no setor educacional, como os professores.
Checagem similar foi feita por Aos Fatos e Fato ou Fake. | null | ['ÍTALO RÔMANY'] | [] | ['#VERIFICAMOS', 'ALBERT BOURLA', 'CDC', 'CEO DA PFIZER', 'CNN', 'COVID-19', 'DESINFORMAÇÃO', 'EFICÁCIA DA VACINA', 'FACEBOOK', 'FAKE NEWS', 'IMUNIZANTE', 'NOTÍCIAS FALSAS', 'NOVO CORONAVÍRUS', 'PANDEMIA', 'PFIZER', 'VACINA DA COVID-19', 'VACINA DA PFIZER', 'VERIFICAÇÃO DE NOTÍCIAS NO FACEBOOK'] | 2021-05-14 | ['FALSO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2021/02/03/verificamos-procuradora-prisao-lula/ | lupa | #Verificamos: Fala atribuída à procuradora sobre ‘orgasmo’ com prisão de Lula é do próprio ex-presidente | null | 2021-02-03 | Circula nas redes sociais um trecho de uma conversa interceptada entre procuradores sobre a prisão do ex-presidente Lula. Nas mensagens, a procuradora Lívia Tinôco, da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), teria escrito que a prisão de Lula é um “sonho” do Ministério Público e da Globo, que pobres não deveriam ter direitos, e que a foto de Lula preso causaria “orgasmos múltiplos”. Por meio do projeto de verificação de notícias, usuários do Facebook solicitaram que esse material fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação da Lupa:
“‘TRF, Moro, Lava Jato e Globo tem um sonho: que Lula não seja candidato em 2018. E o outro sonho de consumo deles é ter uma fotografia dele preso para terem um orgasmo múltiplo, para não ter tesão’, afirmou a procuradora Lívia Tinoco, diretora cultural da ANPR”
Post publicado no Twitter que, até as 18h de 3 de fevereiro de 2021, tinha mais de 1,6 mil compartilhamentos
A informação analisada pela Lupa é falsa. A frase atribuída à procuradora Lívia Tinoco é, na verdade, uma paráfrase de parte do discurso feito pelo ex-presidente Lula no dia 7 de abril de 2018, quando foi preso pela Polícia Federal no âmbito da operação Lava Jato. Os trechos que aparecem nas peças que circulam em redes sociais são de uma conversa em grupo de mensagens de procuradores federais, incluindo membros da Operação Lava Jato. As mensagens apreendidas pela Operação Spoofing são citadas em um documento enviado ao STF pela defesa do ex-presidente (ver página 4). Tinoco resume aos procuradores falas de Lula em seu discurso em São Bernardo do Campo (SP) e faz comentários.
Em um primeiro momento, a procuradora afirma: “TRF, Moro, Lava Jato e Globo tem um sonho: Que Lula não seja candidato em 2018. Não querem Lula de volta porque pobre não pode ter direito”. Comparando, o ex-presidente Lula, durante discurso, diz: “Pois bem, eu acho que tanto o TRF4, quanto o Moro, a Lava Jato e a Globo, elas têm um sonho de consumo. O sonho de consumo é que, primeiro, o golpe não terminou com a Dilma. (…) Eles não querem o Lula de volta porque pobre na cabeça deles não pode ter direito. Não pode comer carne de primeira. Pobre não pode andar de avião. Pobre não pode fazer universidade”.
A procuradora, em seguida, escreve no grupo: “E que o outro sonho de consumo deles é ter uma fotografia dele preso para terem um orgasmo múltiplo, para ter tesão”. Já em seu discurso, o ex-presidente Lula, ao fazer críticas à revista Veja e à TV Globo, faz uso da expressão ‘orgasmo’ como delírio da imprensa ao vê-lo preso. “Ah, eu fico imaginando o tesão da Veja colocando a capa comigo preso. Eu fico imaginando o tesão da Globo colocando a minha fotografia preso. Eles vão ter orgasmos múltiplos”.
Um outro fator que corrobora é o horário do discurso com o da publicação das mensagens no grupo. Um vídeo da Globo News, que transmitiu o discurso de Lula ao vivo, confirma a hipótese. Eram 12h40 quando Lula começou a falar que o TRF, Globo e Moro não queriam ver a candidatura do ex-presidente nas eleições de 2018. Às 12h41, Lula trata da questão sobre “pobre não pode ter direito”. É o mesmo horário em que a procuradora Lívia Tinôco publica as mensagens no grupo. Além disso, na mesma conversa, outra pessoa, não identificada, diz que ligou a televisão “na hora dos orgasmos múltiplos”.
Segundo nota enviada à imprensa, a procuradora explica que estava parafraseando o discurso do ex-presidente. “As mensagens reproduzidas fora de contexto, e veiculadas por meio de manchetes incorretas e apressadas, sem a devida apuração, induzem leitores ao erro, causam desinformação e não correspondem à verdade dos fatos”, diz.
No único trecho em que a procuradora Lívia Tinôco não parafraseia o discurso de Lula, ela insinua que o ex-presidente poderia estar embriagado. “Tomou uma no churras e ainda não passou”. A reportagem entrou em contato com a assessoria da procuradora sobre a mensagem, mas não recebeu resposta.
A Operação Spoofing investiga a invasão de dispositivos eletrônicos de autoridades, como o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro e o procurador da República Deltan Dallagnol, em relação à Operação Lava Jato. Em 28 de dezembro de 2020, o ministro do STF Ricardo Lewandowski garantiu à defesa do ex-presidente Lula o compartilhamento das mensagens apuradas pela Operação Spoofing que lhe digam respeito, direta ou indiretamente, e as que tenham relação com investigações e ações penais contra ele movidas na 13ª Vara Federal de Curitiba ou em qualquer outra jurisdição, ainda que estrangeira. | null | ['ÍTALO RÔMANY'] | [] | ['#VERIFICAMOS', 'DESINFORMAÇÃO', 'EX-PRESIDENTE LULA', 'FACEBOOK', 'FAKE NEWS', 'LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA', 'LULA', 'MENSAGENS INTERCEPTADAS', 'NOTÍCIAS FALSAS', 'OPERAÇÃO LAVA JATO', 'OPERAÇÃO SPOOFING', 'POLÍCIA FEDERAL', 'PROCURADORA LÍVIA TINÔCO', 'REVISTA VEJA', 'SERGIO MORO', 'STF', 'TRF', 'TV GLOBO', 'VERIFICAÇÃO DE NOTÍCIAS NO FACEBOOK'] | 2021-05-14 | ['FALSO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2021/02/03/verificamos-hackers-bom-dia/ | lupa | #Verificamos: É falso que ‘imagens de bom dia’ estão sendo usada por hackers para roubar dados | null | 2021-02-03 | Circula pelo WhatsApp que hackers estariam realizando um novo esquema para roubar dados pessoais. O texto afirma que a “Shanghai China International News” teria emitido um alerta afirmando que criminosos estariam criando imagens e vídeos de “bom dia”, “boa tarde” e “boa noite” com códigos maliciosos capazes de roubar informações. Por WhatsApp, leitores da Lupa sugeriram que esse conteúdo fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação:
“A partir de amanhã, não envie fotos da rede, leia o seguinte artigo para entender.
Exclua todas as fotos e vídeos de Bom dia, Boa noite e outras saudações o mais rápido possível. Leia o artigo a seguir com atenção e você entenderá o porquê. Leia tudo! Envie esta mensagem com urgência para o maior número possível de amigos para evitar invasões ilegais.
Aviso da advogada Olga Nikolaevnas: atenção! Pra quem gosta de enviar Bom dia! É um lindo dia! Boa noite! Pessoal da imagem, por favor, não envie essas boas mensagens.
Hoje, Shanghai China International News enviou SOS para todos os assinantes (este é o terceiro lembrete), e os especialistas aconselham: Não envie fotos e vídeos de bom dia, boa noite, etc. O relatório mostra que os hackers que atacaram a China criaram essas imagens, e essas imagens e vídeos são lindos, mas há um código de phishing oculto e, quando todos enviam essas mensagens, os hackers usam seu dispositivo para roubar informações pessoais, como informações de cartão de banco e dados e invadir seu telefone”
Texto compartilhado no Whatsapp
A informação analisada pela Lupa é falsa. Não há indícios de que “hackers que atacaram a China” estariam inserindo um código malicioso em imagens e vídeos para roubar dados de usuários do WhatsApp. A suposta fonte do boato, o jornal Shanghai China International News, não existe.
O texto compartilhado no Whatsapp cita ainda “phishing”. Trata-se de um tipo de golpe no qual o usuário de um determinado dispositivo eletrônico é levado a fornecer informações aos golpistas, como dados pessoais e senhas. Esse tipo de golpe é comum no WhatsApp, mas, geralmente, esses golpes são aplicados através de links — e não de vídeos ou imagens.
A Lupa verificou alguns desses golpes, como, por exemplo, o do abono emergencial de Natal. Para alertar a população, a SaferNet, ONG referência na promoção e defesa dos direitos humanos na Internet no Brasil, publicou em seu Instagram um vídeo explicando como não cair nesses golpes, dando dicas importantes para a segurança dos usuários.
O presidente da Safernet, Thiago Tavares, afirmou que a corrente que circula no WhatsApp faz parte de uma campanha de desinformação sobre as novas políticas da plataforma. Contudo, em alguns casos, imagens podem ser usadas como um vetor para a infecção por um malware (código malicioso).
O “stegosploit” é uma técnica utilizada por criminosos para ocultar código malicioso ou malware em pixels de imagens. Muitos usuários desavisados acabam baixando uma imagem que contém um desses códigos, que podem ser usados para roubar dados de um computador ou danificar programas, por exemplo.
Essa informação também foi verificada pelo Boatos.org. | null | ['NATHÁLIA AFONSO'] | [] | ['#VERIFICAMOSWHATSAPP', 'GOLPE', 'INFORMAÇÃO FALSA', 'NO WHATSAPP', 'ROUBO DE DADOS', 'VERIFICAÇÃO DE NOTÍCIAS NO WHATSAPP', 'WHATSAPP'] | 2021-05-14 | ['FALSO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2021/02/03/verificamos-flordelis-secretaria-mulher/ | lupa | #Verificamos: Flordelis já era titular da Secretaria da Mulher e não foi nomeada por apoio a Lira | null | 2021-02-03 | Circula pelas redes sociais que a deputada federal Flordelis (PSD-RJ) teria se tornado membro titular da Secretaria da Mulher após apoiar a eleição do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Por meio do projeto de verificação de notícias, usuários do Facebook solicitaram que esse material fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação da Lupa:
“Após apoiar Lira, Flordelis vira membro titular da Secretaria da Mulher”
Título de texto que circula nas redes sociais
A deputada federal Flordelis (PSD-RJ) é titular da Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados, mas isso não tem relação com a eleição de Arthur Lira (PP-AL) para a presidência da Câmara. A secretaria é um órgão do qual todas as deputadas mulheres fazem parte. Portanto, enquanto for deputada federal, Florderlis é titular deste colegiado, assim como é titular da bancada do Rio de Janeiro, do PSD ou do próprio Congresso, por exemplo.
Criada em 2013, a secretaria unifica dois órgãos da Câmara que antes operavam separadamente: a procuradoria da mulher e a coordenadoria da bancada feminina. A procuradoria tem o papel de “zelar pela participação efetiva” das mulheres na Casa, e fiscalizar ações do governo federal nessa área. Atualmente, a deputada Iracema Portella (PP-PI) é a procuradora. Aline Gurgel (PRB/AP), Marília Arraes (PT/PE) e Carmen Zanotto (PPS/SC) são procuradoras adjuntas.
Já a coordenadoria, como o nome diz, coordenar a atuação da bancada feminina. A coordenadora-geral, atualmente, é a deputada Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM/TO). São coordenadoras adjuntas Tereza Nelma (PSDB/AL), Sâmia Bonfim (PSOL/SP) e Tábata Amaral (PDT/SP). Todas as titulares da secretaria da mulher votam, em eleição realizada a cada dois anos, para todos os cargos citados. A última eleição foi em 2019. A votação para o biênio atual ainda não foi realizada.
Segundo a assessoria de imprensa da Casa, as informações sobre a composição das secretarias são atualizadas no site a cada início de sessão legislativa, quando são realizadas eleições internas. Todas as deputadas mulheres constam como “titulares” da Secretaria da Mulher em 2 de fevereiro de 2021. Veja alguns exemplos aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
Em seu Twitter, a deputada federal falou sobre o caso e lembrou que os prazos para as indicações aos cargos da Secretaria da Mulher nem sequer foram abertos. Ela, de fato, apoiou Lira na eleição da última segunda-feira (1º).
Em 2020, Flordelis foi acusada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) de ser a mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo.
Atualização às 15h50 do dia 3 de fevereiro de 2021: O título foi atualizado para esclarecer que Flordelis não foi nomeada por apoio a Lira. Após reavaliação, a etiqueta foi mudada de “verdadeiro, mas” para “falso”.
Atualização às 11h50 do dia 9 de fevereiro de 2021: A revista Fórum, responsável pela publicação do texto, informou que a reportagem foi corrigida. | null | ['NATHÁLIA AFONSO'] | [] | ['#VERIFICAMOS', 'BOATO', 'CÂMARA DOS DEPUTADOS', 'CONGRESSO', 'CONGRESSO NACIONAL', 'DEPUTADA FEDERAL', 'FACEBOOK', 'FACEBOOK JOURNALISM PROJECT', 'FLORDELIS', 'INFORMAÇÃO FALSA', 'NO FACEBOOK', 'SECRETARIA DA MULHER', 'VERIFICAÇÃO', 'VERIFICAÇÃO DE FATOS', 'VERIFICAÇÃO DE NOTÍCIAS', 'VERIFICAÇÃO DE NOTÍCIAS NO FACEBOOK', 'VERIFICADO'] | 2021-05-14 | ['FALSO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2021/02/03/verificamos-populacao-portugal-confinada/ | lupa | #Verificamos: É falso que a população de Portugal está confinada desde o começo da pandemia | null | 2021-02-03 | Uma nota publicada em um jornal de Santa Catarina afirma que as medidas de confinamento para combater a pandemia do novo coronavírus em Portugal deram errado. De acordo com o texto, publicado pelo colunista Cacau Menezes no jornal Notícias do Dia, de Florianópolis (SC), o país europeu mantém uma política de isolamento desde o começo da pandemia, ou seja, desde março de 2020. Embora tenha tido êxito no ano passado, em janeiro de 2021 Portugal passou a ser o pior país em número de casos de Covid-19 na Europa, proporcionalmente. A Lupa verificou essa informação, confira:
“Deu errado
Confinados desde o início da pandemia [os portugueses] (…)”
Nota publicada pelo colunista Cacau Menezes, do jornal Notícias do Dia, em 2 de fevereiro de 2021
A informação analisada pela Lupa é falsa. Embora Portugal tenha adotado medidas rigorosas de isolamento social em janeiro, parecidas com as estabelecidas em março e abril do ano passado, não é verdade que a população portuguesa esteja confinada desde o começo da pandemia, ou seja, desde março do ano passado. O país declarou estado de emergência em 18 de março de 2020, quando foi publicado o primeiro decreto para conter a disseminação do novo coronavírus, incluindo a suspensão de atividades letivas e a proibição da permanência em via pública sem necessidade comprovada. Essa medida foi renovada duas vezes, em 2 de abril e depois em 17 de abril. A partir de 1º de maio, o governo local flexibilizou as regras, mas manteve a obrigatoriedade do uso de máscara e medição da temperatura, por exemplo.
Em razão dessa estratégia, em abril Portugal foi considerado o país europeu que melhor enfrentou a pandemia. Entretanto, diante de uma nova onda de contágio pelo vírus a partir de outubro, o país voltou a decretar estado de emergência em 6 de novembro. Nessa data, o governo impôs aos portugueses restrições sanitárias parciais, com proibição de circulação e toque de recolher nos municípios com nível mais elevado de risco.
O isolamento parcial foi renovado até 23 de dezembro, quando voltou a ser flexibilizado para o Natal. Diferentemente do que sugere a nota, esse afrouxamento das medidas de restrição nos dias 25 e 26 de dezembro foi visto por especialistas como uma das causas do aumento de casos de Covid-19 em janeiro. Esse aumento, por sua vez, motivou a adoção, por parte do governo, de um confinamento total e similar ao realizado nos meses de março e abril de 2020 desde 15 de janeiro deste ano.
Procurado pela Lupa, o comunicador afirmou, por e-mail, que estava no Rio de Janeiro e checou as informações publicadas. Também afirmou que a nota foi uma ironia: “o Rio tem restrições só pra inglês ver. Na zona sul tudo está aberto e ninguém fiscaliza ninguém. Na praia e bares 100% sem máscaras. Quem na Europa e EUA tá trancado em casa com neve e semi lockdown tá vindo para a liberdade curtir o verão carioca. Quanto a Portugal, diziam que fez tudo certo, fechou aeroportos, fez lockdown várias vezes e não adiantou nada. Hoje é a pior situação da Europa. Mandaram ontem 40 doentes para hospitais da Áustria. Entrevistei recentemente um casal português que veio para cá fugindo do risco e das restrições de lá”, escreveu.
“Portugal saiu de exemplo e passou a ser o pior em número de casos de Covid-19 na Europa, ao ver a situação pandêmica ficar descontrolada no último mês (…)”
Nota publicada pelo colunista Cacau Menezes, do jornal Notícias do Dia, em 2 de fevereiro de 2021
A informação analisada pela Lupa foi retirada de contexto. Se levar em consideração apenas o número de casos correspondentes à segunda e terceira semanas de janeiro de 2021, Portugal teve uma taxa de notificações de 1.429,43 novos casos por cem mil habitantes e de 247,55 de óbitos por milhão de habitantes. Esses números colocaram o país no topo do ranking de 30 países europeus, segundo o Centro Europeu de Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês). Esse dado, no entanto, reflete apenas um período de 14 dias e foi divulgado em 28 de janeiro.
De fato, o número de casos confirmados de Covid-19 aumentou quase 75% em apenas um mês no país — saltou de 413.678 em 31 de dezembro de 2020 para 720.516 em 31 de janeiro deste ano. Entretanto, se se levar em consideração o total de ocorrências da doença desde o começo da pandemia, Portugal ocupa atualmente a oitava posição em relação às notificações a cada 1 milhão de habitantes no continente europeu, 71,8 mil no total.
Em relação ao número de mortes, o país tem o 15º pior índice do continente, com taxa de 1,2 óbitos por 1 milhão de pessoas. Gibraltar, San Marino, Bélgica, Eslovênia e Reino Unido são os países europeus com mais falecimentos por Covid-19, proporcionalmente.
“Portugueses, venham para o Rio aprender como se resolve isso. ”
Nota publicada pelo colunista Cacau Menezes, do jornal Notícias do Dia, em 2 de fevereiro de 2021
A informação analisada pela Lupa é falsa. Diferentemente do que sugere o texto, a cidade do Rio de Janeiro não é exemplo de combate ao coronavírus para Portugal. Com praias lotadas, desrespeito às regras de isolamento social e registro de festas em locais fechados, a capital fluminense tem mais que o dobro de mortes causadas pela Covid, proporcionalmente. | null | ['CAROL MACÁRIO'] | [] | ['CONFINAMENTO', 'CORONAVERIFICADO', 'CORONAVÍRUS', 'COVID', 'COVID-19', 'DESINFORMAÇÃO', 'EUROPA', 'FAKE NEWS', 'ISOLAMENTO', 'LOCKDOWN', 'NOTÍCIAS FALSAS', 'NOVO CORONAVÍRUS', 'PANDEMIA', 'PORTUGAL', 'RIO DE JANEIRO'] | 2021-05-14 | ['FALSO', 'VERDADEIRO, MAS', 'FALSO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2021/02/02/verificamos-tralli-sem-mascara/ | lupa | #Verificamos: Fotos de César Tralli sem máscara andando de patins são de 2014 | null | 2021-02-02 | Circula nas redes sociais fotos que mostram o jornalista César Tralli, da TV Globo, andando de patins em uma praia, sem máscara. Por meio do projeto de verificação de notícias, usuários do Facebook solicitaram que esse material fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação da Lupa:
“César Tralli, jornalista da globolixo vive vociferando para o povo usar máscara, olha o naipe dele”
Legenda de post publicado no Facebook que, até as 18h de 2 de fevereiro de 2021, tinha mais de 1,9 mil compartilhamentos
A informação analisada pela Lupa é falsa. As fotos que circulam nas redes sociais são de 2014 e não têm nenhuma relação com o contexto da pandemia da Covid-19. As imagens foram registradas pelo fotógrafo André Freitas, da AgNews, em 14 de fevereiro de 2014. Segundo o portal O Fuxico, que também publicou as imagens, o jornalista estava passeando de patins na orla do Leblon, no Rio de Janeiro.
A Lupa já verificou conteúdos similares envolvendo outras personalidades. Em janeiro deste ano, circulou nas redes sociais uma foto da jornalista Renata Vasconcellos, âncora do Jornal Nacional, com Patrícia Poeta e outras atrizes, todas sem máscaras. A imagem era de 2013.
Checagem similar foi feita pelo Boatos.org e Estadão Verifica. | null | ['ÍTALO RÔMANY'] | [] | ['#VERIFICAMOS', 'CESAR TRALLI', 'COVID-19', 'DESINFORMAÇÃO', 'FACEBOOK', 'FAKE NEWS', 'ISOLAMENTO SOCIAL', 'MÁSCARA', 'MEDIDAS DE ISOLAMENTO', 'NOTÍCIAS FALSAS', 'NOVO CORONAVÍRUS', 'PANDEMIA', 'RIO DE JANEIRO', 'TV GLOBO', 'VERIFICAÇÃO DE NOTÍCIAS NO FACEBOOK'] | 2021-05-14 | ['FALSO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2021/02/02/verificamos-biden-folhas-branco/ | lupa | #Verificamos: Biden não assina folhas de papel em branco em vídeo que circula nas redes sociais | null | 2021-02-02 | Circula pelas redes sociais um vídeo que mostra o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assinando um documento. Segunda a legenda que acompanha a gravação, ele estaria assinando folhas de papel em branco. Por meio do projeto de verificação de notícias, usuários do Facebook solicitaram que esse material fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação da Lupa:
“O vídeo do Biden assinando folha de papel em branco está dando a volta ao mundo…”
Legenda de vídeo que, até às 18h do dia 2 de fevereiro de 2021, tinha sido compartilhado por mais de 190 pessoas no Facebook
A informação analisada pela Lupa é falsa. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, não está assinando um papel em branco no vídeo. Na verdade, a iluminação da sala e a forma como o vídeo foi gravado — “estourando” o branco — contribuem para que as letras no documento sejam ofuscadas. Contudo, registros do dia feitos por jornais mostram que Biden estava assinando documentos que continham palavras escritas.
O vídeo foi feito no dia 20 de janeiro, após Biden assumir a presidência dos Estados Unidos. Na ocasião, ele assinou uma série de ordens executivas. Em uma delas, o presidente indicou que o país deveria voltar a se comprometer com o Acordo de Paris, que foi assinado em 2015 por diversas nações para combater o aumento da temperatura do planeta.
Essa informação também foi verificada pela AFP. | null | ['NATHÁLIA AFONSO'] | [] | ['#VERIFICAMOS', 'ESTADOS UNIDOS', 'FACEBOOK', 'FACEBOOK JOURNALISM PROJECT', 'INFORMAÇÃO FALSA', 'JOE BIDEN', 'NO FACEBOOK', 'NOTÍCIAS FALSAS SOBRE OS ESTADOS UNIDOS', 'PRESIDENTE DOS ESTADOS UNIDOS', 'VERIFICAÇÃO', 'VERIFICAÇÃO DE FATOS', 'VERIFICAÇÃO DE NOTÍCIAS', 'VERIFICAÇÃO DE NOTÍCIAS NO FACEBOOK'] | 2021-05-14 | ['FALSO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2021/02/02/verificamos-morte-cacique-vacina/ | lupa | #Verificamos: Morte de cacique no Acre não está relacionada com vacinação contra a Covid-19 | null | 2021-02-02 | Circula pelas redes sociais texto publicado em um website noticiando a morte do cacique Fernando Rosas Kapi Icho Katukina. O título diz o seguinte: “morre o primeiro indígena a tomar a CoronaVac no Acre”. Nas redes sociais, diversas pessoas compartilharam esse texto dizendo que a morte do cacique foi causada pela vacina. Por meio do projeto de verificação de notícias, usuários do Facebook solicitaram que esse material fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação da Lupa:
“Morre o primeiro indígena [Fernando Katukina] a tomar a CoronaVac no Acre”
Título de texto publicado no site Imprensa Brasil que, até às 13h do dia 2 de fevereiro de 2021, tinha sido compartilhado por 500 pessoas no Facebook
Na última segunda-feira (1º), o cacique Fernando Rosas Kapi Icho Katukina, de 56 anos, morreu após uma parada cardíaca. Embora ele tenha tomado a Coronavac — vacina contra o novo coronavírus desenvolvido pela Sinovac — dias antes, sua morte não tem relação com a vacina aplicada. Segundo a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), do Ministério da Saúde, Katukina lutava contra a diabetes há 11 anos e tinha ainda hipertensão e insuficiência cardíaca congestiva. Foi esse o quadro que resultou no óbito.
“No dia 19 de janeiro de 2021, foi vacinado contra a COVID-19 e em nenhum momento foi constatada conexão entre a vacinação e seu óbito. A propagação de qualquer notícia especulativa neste momento tão importante para o combate à COVID-19 dentro das comunidades indígenas, pode ser considerada, no mínimo, irresponsável”, disse a Secretaria. Ou seja, até o momento não existe a comprovação de que a vacina tenha contribuído para a morte do líder.
Fernando Katukina era uma liderança do povo Noke Ko’í (Katukina) e atuava em frentes de proteção aos povos indígenas do Acre, defendendo principalmente a educação escolar indígena. Durante a pandemia da Covid-19, ele foi infectado pelo vírus, mas se recuperou. Em janeiro de 2021, foi escolhido para ser o primeiro indígena da região a tomar a vacina, dando o exemplo para outras pessoas da região. | null | ['NATHÁLIA AFONSO'] | [] | ['#VERIFICAMOS', 'CORONAVAC', 'CORONAVÍRUS', 'COVID-19', 'FACEBOOK', 'FACEBOOK JOURNALISM PROJECT', 'INDÍGENAS', 'INFORMAÇÃO FALSA', 'NO FACEBOOK', 'PANDEMIA', 'QUESTÃO INDÍGENA', 'VACINA CHINESA', 'VACINA DA COVID', 'VERIFICAÇÃO', 'VERIFICAÇÃO DE FATOS', 'VERIFICAÇÃO DE NOTÍCIAS', 'VERIFICAÇÃO DE NOTÍCIAS NO FACEBOOK', 'VERIFICADO'] | 2021-05-14 | ['VERDADEIRO, MAS'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2021/02/01/verificamos-hidroxicloroquina-estados-unidos-trump/ | lupa | #Verificamos: É falso que o uso de hidroxicloroquina foi reavaliado nos Estados Unidos após saída de Trump | null | 2021-02-01 | Circula pelas redes sociais que o uso da hidroxicloroquina foi reavaliado nos Estados Unidos e que o medicamento passou a ser visto de forma favorável por instituições do país. De acordo com a publicação, baseada em um conteúdo do site Brasil Sem Medo, essa mudança se deve à saída de Donald Trump da presidência. Por meio do projeto de verificação de notícias, usuários do Facebook solicitaram que esse material fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação da Lupa:
“EFEITO BIDEN
Tratamento precoce começa a ser visto com outros olhos
Após a saída de Donald Trump, uso da hidroxicloroquina é reavaliado favoravelmente nos EUA.”
Título de conteúdo de site publicado no Facebook que, até as 14h30 do dia 1 de fevereiro de 2021, tinha sido compartilhado 700 vezes
A informação analisada pela Lupa é falsa. Os Estados Unidos não reavaliaram o uso da hidroxicloroquina como tratamento precoce da Covid-19 depois que o democrata Joe Biden tomou posse como presidente. Diferentemente do que sugere a publicação, desde junho de 2020 a FDA (Food and Drug Administration, na sigla em inglês), órgão do governo norte-americano similar à Anvisa no Brasil, não recomenda o uso da cloroquina ou da hidroxicloroquina como profilaxia para a doença. O Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NHI, na sigla em inglês) também não indica esses medicamentos para tratar a infecção pelo novo coronavírus. Esse posicionamento não mudou depois da conclusão do mandato de Donald Trump, em 20 de janeiro.
A peça de desinformação é baseada em um texto publicado no site Brasil Sem Medo. Esse texto cita como fonte um artigo de opinião publicado originalmente em agosto de 2020 no The American Journal of Medicine. No documento, os autores afirmam, com base na avaliação de estudos do começo do ano passado, ainda no início da pandemia, que a hidroxicloroquina é ineficaz para tratar casos hospitalares de Covid-19, mas que em pacientes ambulatoriais poderia reduzir a progressão da doença.
Entretanto, diversos estudos realizados depois da publicação desse artigo mostraram que a hidroxicloroquina também não tem eficácia em pacientes ambulatoriais e, além disso, pode causar efeitos adversos. Essas pesquisas foram enumeradas no site do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos. O NHI também disponibilizou em sua página testes que confirmam os efeitos colaterais do medicamento, incluindo o aumento de arritmia cardíaca.
Como já explicado pela Lupa, em 1º de janeiro de 2021 o American Journal of Medicine disponibilizou uma versão revisada do mesmo artigo de agosto do ano passado. Isso gerou uma interpretação equivocada acerca do conteúdo, que foi compartilhado como se fosse atual, e não do ano passado. Vale pontuar que Trump ainda era presidente dos Estados Unidos na data em que o artigo foi republicado.
O conteúdo do site Brasil Sem Medo também cita um artigo publicado no dia 18 de janeiro por pesquisadores de instituições chinesas que avaliaram a eficácia e segurança da hidroxicloroquina em comparação com a cloroquina em pacientes com casos moderados e graves de Covid-19. A partir da análise de 88 casos, num estudo randomizado, eles observaram que a hidroxicloroquina pode ser promissora na modulação do sistema imunológico, mas concluíram que mais estudos são necessários para estabelecer a segurança e eficácia do medicamento. A pesquisa foi enviada para publicação ainda em agosto. | null | ['CAROL MACÁRIO'] | [] | ['#VERIFICAMOS', '#VERIFICAMOSCOVID', 'CLOROQUINA', 'CORONAVÍRUS', 'COVID', 'COVID-19', 'DESINFORMAÇÃO', 'DONALD TRUMP', 'ESTADOS UNIDOS', 'FACEBOOK', 'FAKE NEWS', 'HIDROXICLOROQUINA', 'JOE BIDEN', 'NOTÍCIAS FALSAS', 'NOVO CORONAVÍRUS', 'TRATAMENTO PRECOCE', 'TRUMP', 'VERIFICAÇÃO DE NOTÍCIAS NO FACEBOOK'] | 2021-05-14 | ['FALSO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2021/02/01/verificamos-coronavac-vacina-oxford/ | lupa | #Verificamos: Dose da CoronaVac não custa 17 vezes mais do que a vacina de Oxford | null | 2021-02-01 | Circula nas redes sociais que o valor de uma dose da vacina da farmacêutica chinesa Sinovac custa R$ 58,20, ou seja, 17 vezes mais que uma dose do imunizante da Oxford/AstraZeneca, que sai por um valor em torno de R$ 3,40. Por meio do projeto de verificação de notícias, usuários do Facebook solicitaram que esse material fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação da Lupa:
“Uma dose da Vachina $ 58,20. Uma dose da Oxford $ 3,40. Alguém já viu a imprensa questionar esse preço?”
Trecho de post publicado no Facebook que, até as 13h de 1º de fevereiro de 2021, tinha mais de 715 compartilhamentos
A informação analisada pela Lupa é exagerada. O post que circula nas redes sociais distorce os valores das vacinas, usando valores em real para uma e em dólar para outra. O Ministério da Saúde deve pagar R$ 58,20 por cada dose da CoronaVac ao Instituto Butantan. Já o preço da vacina da AstraZeneca/Oxford depende do fornecedor, mas em nenhum caso o valor é de R$ 3,40. Pelo acordo inicial da Fiocruz com a farmacêutica britânica, a dose custaria US$ 3,16, o que, na cotação de segunda-feira (1º), equivale a R$ 17,28 — ou seja, a CoronaVac custa três vezes mais, e não 17 vezes mais. O custo da mesma vacina importada da Índia é um pouco mais alto, e equivale a cerca de metade do preço da CoronaVac.
O valor de R$ 58,20 da vacina CoronaVac está previsto no contrato estabelecido entre a Fundação Butantan e o Ministério da Saúde, assinado em 7 de janeiro deste ano. No texto, o governo federal se compromete a comprar 46 milhões de doses da vacina desenvolvida em parceria internacional entre a farmacêutica chinesa Sinovac e o Instituto Butantan. Os imunizantes, segundo o texto, devem ser entregues ao Ministério da Saúde até o fim de abril. No total, o valor da compra foi de R$ 2,6 bilhões. Também já está em negociação a compra de mais de 54 milhões de doses.
Em setembro, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a farmacêutica Astrazeneca assinaram acordo no qual estabeleceu-se que a dose de cada vacina sairia a US$ 3,16, ou R$ 17,28. O contrato estabelece a entrega de 100,4 milhões de doses de vacinas, com capacidade de produzir mais 110 milhões ao longo do segundo semestre de 2021. A Fiocruz informa que aguarda a chegada do insumo para produção de 7,5 milhões de doses de vacinas. A liberação dos primeiros lotes está prevista entre 8 e 12 de fevereiro.
Já o lote de dois milhões de vacinas importadas da Índia, que chegou ao Brasil no último dia 22 de janeiro, saiu um pouco mais caro: US$ 5,25 cada dose, ou R$ 28,62. Apesar de se tratar da mesma substância, o valor da vacina importada é mais alto porque, neste caso, a vacina foi integralmente produzida pelo Instituto Serum — no caso do lote principal, a Fiocruz ficaria responsável por preparar a vacina para a distribuição a partir dos insumos fornecidos pela AstraZeneca. Esse é o mesmo valor, por exemplo, que foi pago pela África do Sul ao Instituto Serum pela importação de 1,5 milhão de doses. Uma reportagem do The Guardian mostrou que o país, assim como o Brasil, estaria pagando o dobro que a União Europeia pela vacina de Oxford. Segundo a justificativa, o valor mais baixo, de US$ 2,16, seria um desconto aos países que investiram na pesquisa e desenvolvimento do imunizante.
Em 17 de janeiro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou por unanimidade o uso emergencial das vacinas CoronaVac e da AstraZeneca/Oxford. Até esta segunda-feira (1º), foram aplicadas no país 2,1 milhões de doses, segundo levantamento do Our World in Data, da Universidade de Oxford.
A diferença no custo das duas vacinas está relacionado com a tecnologia empregada no desenvolvimento. A CoronaVac é feita a partir do vírus inativado, uma das tecnologias mais tradicionais de produção de imunizantes. Apesar de ser mais antiga, essa técnica tem um custo de produção mais alto na comparação com vacinas mais modernas. “É preciso cultivar o vírus e trabalhar com ele ‘vivo’. Isso demanda uma estrutura de laboratórios de segurança máxima”, explicou a microbiologista Natália Pasternak, pesquisadora do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo (USP), em reportagem publicada pela Lupa em dezembro.
Já a vacina de Oxford usa uma tecnologia de vetor viral. Nesse caso, um segundo vírus, modificado geneticamente para ser inofensivo, é utilizado para carregar informações genéticas do novo coronavírus para dentro do organismo — no caso do imunizante contra Covid-19, trata-se de um tipo de adenovírus. As células humanas conseguem, assim, produzir partes do SARS-CoV-2 temporariamente e, assim, estimular uma resposta imune do organismo. Essa técnica barateia o processo de produção. “É possível ter uma plataforma pronta com o seu adenovírus e facilmente trocar de sequência genética quando quiser trocar de doença”, explicou a pesquisadora. Vale sempre pontuar que o material genético que entra nas células não interage com o núcleo, e não é capaz de modificar o DNA humano. | null | ['ÍTALO RÔMANY'] | [] | ['#VERIFICAMOS', 'ASTRAZENECA', 'CORONAVAC', 'COVID-19', 'DESINFORMAÇÃO', 'FACEBOOK', 'FAKE NEWS', 'IMUNIZANTE', 'INSTITUTO BUTANTAN', 'NOTÍCIAS FALSAS', 'NOVO CORONAVÍRUS', 'OXFORD', 'PANDEMIA', 'SINOVAC', 'VACINA', 'VACINA DA SINOVAC', 'VACINA DE OXFORD', 'VACINA DO BUTANTAN', 'VERIFICAÇÃO DE NOTÍCIAS NO FACEBOOK'] | 2021-05-14 | ['EXAGERADO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2021/02/01/verificamos-nestle-leite-condensado/ | lupa | #Verificamos: É falso que Nestlé doou leite condensado para as Forças Armadas | null | 2021-02-01 |
Circula pelas redes sociais que a Nestlé anunciou uma doação de 8 mil caixas de leite condensado para as Forças Armadas. Essa ação teria sido motivada pela grande publicidade que o Leite Moça vem recebendo desde o dia 24 de janeiro, quando uma reportagem publicada pelo Metrópoles mostrou que o Executivo gastou mais de R$ 15 milhões com leite condensado em 2020. Por meio do projeto de verificação de notícias, usuários do Facebook solicitaram que esse material fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação da Lupa:
“A empresa Nestlé, anúnciou (sic) hoje através de seu departamento de relações institucionais e relações punidas, que devido a grande repercussão de sua marca registrada leite condensado “MOÇA “, que fará a doação de 8 mil caixas do produto as Forças armadas que será distribuída partes iguais entre às 3 forças de segurança Naciona brasileira. Pela excelente campanha de propaganda divulgado em âmbito nacional sem custos a empresa. Ass. NESTLÉ DO BRASIL”
Legenda de imagem que, até às 13h do dia 1º de fevereiro de 2021, tinha sido compartilhado por mil pessoas no Facebook
A informação analisada pela Lupa é falsa. A Nestlé, empresa transnacional do setor de alimentos e bebidas que produz o Leite Moça, não anunciou que irá doar caixas de leite condensado para as Forças Armadas. Não foi possível encontrar esse comunicado no site ou nas redes sociais da companhia. Procurada, a assessoria de imprensa da Nestlé disse que a informação que circula nas redes sociais é falsa.
O boato começou a circular após o portal Metrópoles publicar uma reportagem falando sobre as compras de produtos alimentícios efetuadas em 2020 por todos os órgãos do Poder Executivo. Em 2020, o gasto com leite condensado foi de mais de R$ 15 milhões, segundo o veículo. Nas redes sociais, diversos usuários destacaram esse valor e muitos disseram, equivocadamente, que o produto seria todo destinado para o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Em nota, o Ministério da Defesa afirmou que o leite condensado é um dos itens que compõem a alimentação dos militares por seu potencial energético, podendo ser usado para substituir o leite, eventualmente. “Ressalta-se que a conservação do produto é superior à do leite fresco, que demanda armazenamento e transporte protegido de altas temperaturas”, disse a pasta.
A informação também foi verificada pelo Boatos.org. | null | ['NATHÁLIA AFONSO'] | [] | ['#VERIFICAMOS', 'FACEBOOK', 'FORÇAS ARMADAS', 'LEITE CONDENSADO', 'NESTLÉ', 'NO FACEBOOK', 'VERIFICAÇÃO', 'VERIFICAÇÃO DE FATOS', 'VERIFICAÇÃO DE NOTÍCIAS NO FACEBOOK', 'VERIFICADO'] | 2021-05-14 | ['FALSO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2021/02/01/verificamos-doria-libertadores-santos/ | lupa | #Verificamos: É de 2019 foto de Doria com camisa do Santos e sem máscara em estádio | null | 2021-02-01 | Circula nas redes sociais uma foto do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), usando uma camisa do Santos em um estádio de futebol. A legenda afirma que o governador estava no Maracanã no último sábado (30), com o prefeito da capital, Bruno Covas (PSDB), para assistir à final da Taça Libertadores da América, na qual o alvinegro perdeu de 1 a 0 para o Palmeiras. Por meio do projeto de verificação de notícias, usuários do Facebook solicitaram que esse material fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação da Lupa:
“Esse FDP,FECHA TD EM SP JUNTO COM O COVEIRO e VAI para o Maracanã .Cadê a Máscara CALCINHA APERTADA”
Legenda de foto publicada no Facebook que, até as 10h do dia 1º de fevereiro de 2021, tinha sido compartilhada por mais de 10 mil pessoas
A imagem analisada pela Lupa é antiga e não tem nenhuma relação com a final da Libertadores, realizada neste sábado (30), no Maracanã, no Rio de Janeiro. A foto foi feita em 8 de dezembro de 2019, na Vila Belmiro, em Santos (SP), pelo fotógrafo Matheus Tagé, do jornal A Tribuna. Na ocasião, o governador João Doria (PSDB), que é santista, acompanhou um jogo entre Santos e Flamengo pelo Campeonato Brasileiro. O alvinegro ganhou por 4 a 0. Ninguém usava máscara porque o jogo foi realizado antes mesmo da descoberta da Covid-19.
Doria assistiu à final da Libertadores em sua casa, em São Paulo. No sábado, às 17h13, ele publicou uma foto no Twitter e no Instagram em que aparece com a camisa do Santos com sua esposa, Bia Doria. Na legenda, escreveu: “Hoje vai dar Peixe! Viva o Santos, rumo ao tetracampeonato!”. O jogo já tinha começado no horário em que a foto foi publicada.
Ao contrário do governador, o prefeito Bruno Covas (PSDB), que também torce para o Santos, estava presente no Maracanã. Sua presença no jogo foi bastante criticada por contradizer as ações da prefeitura da capital paulista contra o coronavírus.
Apesar da torcida dos dois tucanos, o Santos perdeu o título para o Palmeiras, que venceu a partida por 1 a 0. O gol foi marcado aos 53 minutos do segundo tempo. | null | ['CHICO MARÉS'] | [] | ['#VERIFICAMOS', '#VERIFICAMOSCOVID', 'BRUNO COVAS', 'CORONAVÍRUS', 'COVAS', 'COVID', 'COVID-19', 'DESINFORMAÇÃO', 'DORIA', 'FACEBOOK', 'FAKE NEWS', 'FUTEBOL', 'JOAO DORIA', 'LIBERTADORES', 'LIBERTADORES DA AMÉRICA', 'MÁSCARA', 'NOTÍCIAS FALSAS', 'NOVO CORONAVÍRUS', 'PALMEIRAS', 'PSDB', 'SANTOS', 'TAÇA LIBERTADORES', 'VERIFICAÇÃO DE NOTÍCIAS NO FACEBOOK'] | 2021-05-14 | ['FALSO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2018/05/31/aldo-rebelo-cbn/ | lupa | Na CBN, Aldo Rebelo exagera ao falar sobre desemprego e agricultura | null | 2018-05-31 | Ex-ministro de Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff, além de ex-deputado federal pelo PCdoB, Aldo Rebelo é agora o pré-candidato do Solidariedade à Presidência da República. Em entrevista concedida à rádio CBN em 23 de maio, ele falou sobre desemprego e agricultura. A Lupa checou algumas das falas do político. Confira o resultado:
“[O Brasil tem] mais de 20 milhões de desempregados”
Aldo Rebelo, pré-candidato pelo Solidariedade, em entrevista concedida à rádio CBN no dia 23 de maio de 2018
Dados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (PnadC/T), do IBGE, publicada em abril, mostram que o Brasil tinha, no primeiro trimestre deste ano, 13,7 milhões de pessoas desempregadas ou na condição de “força de trabalho desocupada”.
Uma pessoa só é considerada desocupada quanto está procurando emprego. Se ela deixa de procurar trabalho, passa a ser classificada como “desalentada”. A PnadC/T mostra que, no primeiro trimestre de 2018, o Brasil tinha 4,6 milhões de pessoas nessa condição. Esse é o maior número de desalentados da série histórico da PnadC/T, iniciada em 2012.
Mesmo somando os desocupados e os desalentados não é possível alcançar os 20 milhões citados por Aldo Rebelo.
Procurado, Aldo Rebelo não retornou.
“Toda a agricultura brasileira (…) é feita em 8% do nosso território. A dos EUA, em 18%. A da Índia, em 60%”
Aldo Rebelo, pré-candidato pelo Solidariedade, em entrevista concedida à rádio CBN no dia 23 de maio de 2018
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) informa que 7,6% da área territorial brasileira é ocupada por lavouras. Nos Estados Unidos, essa proporção atinge 18,3%. E, na Índia, 60,5%. É importante ressaltar, no entanto, que as áreas de lavoura não são sinônimo de área destinada à agricultura. Esta última não é formada apenas pelas plantações.
Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, 52% do território norte-americano era usado para agricultura em 2012 – último dado disponível. Nesse percentual estavam computadas as pastagens e as terras cultiváveis.
Já o Banco Mundial, que usa metodologia parecida, considera que, em 2015, as áreas usadas para agricultura no Brasil representavam 33,8% do território total do país, 44,4% nos Estados Unidos e 60,4% na Índia. Nesses percentuais estão contabilizados todos os metros quadrados de terra utilizados para produção de algo, como pomares, pastagens e hortas, por exemplo – não apenas as lavouras.
Procurado, Aldo Rebelo não retornou.
“Quando [a Câmara] renovou muito [sua composição, o índice] foi 60%. Quando renovou pouco, 40%”
Aldo Rebelo, pré-candidato do Solidariedade à presidência da República, em entrevista à Folha de S.Paulo em 27 de abril de 2018
De acordo com o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), a maior renovação na composição da Câmara ocorreu na eleição de 1990 – com 61,82% -, e a menor, em 1998 – com 43,86%. A média de renovação na composição da Casa nas últimas sete eleições para deputado federal é de 49%.
(Plínio Lopes, especial para a Lupa, sob supervisão de Natália Leal)
| null | ['', 'NATÁLIA LEAL'] | [] | ['AGRICULTURA', 'ALDO REBELO', 'CÂMARA DOS DEPUTADOS', 'DESEMPREGO', 'ELEIÇÕES 2018', 'MEIO AMBIENTE', 'PRESIDÊNCIA', 'PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA', 'SOLIDARIEDADE'] | 2021-05-14 | ['EXAGERADO', 'EXAGERADO', 'VERDADEIRO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2018/05/31/sabatina-marcio-franca-sp/ | lupa | Governo de SP: França erra ao falar de mortes causadas por policiais em 2017 | null | 2018-05-31 | Governador de São Paulo e pré-candidato à reeleição pelo PSB, Márcio França participou na manhã da quarta-feira (30) da sabatina do SBT, Folha e UOL. A Lupa checou algumas das declarações dele. Confira abaixo:
“[O número de mortes causadas por policiais em serviço em 2017 é] o menor índice de toda a história”
Márcio França, governador de São Paulo e pré-candidato à reeleição, em sabatina feita por SBT/Folha/UOL no dia 30 de maio de 2018
Dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo mostram que, em 2017, 687 pessoas foram mortas por policiais em serviço no estado. Esse número supera os 591 casos registrados no ano anterior. Houve uma pequena queda, no entanto, no total de casos de mortes por policiais fora de serviço. Em 2016 foram 266. No ano passado, 253. Nos relatórios anteriores, os dados relativos a esse assunto estão incompletos. Os números referentes às mortes causadas por policiais militares fora de serviço não foram contabilizados.
Procurado, França disse que não se referia a 2017, mas ao primeiro trimestre de 2018. A pergunta que lhe foi feita nesse momento da sabatina, no entanto, citava explicitamente o ano passado.
“Desde 2006 (…) [o resultado da disputa entre PT e PSDB no segundo turno das eleições presidenciais nos estados] só mudou uma vez no Acre e uma vez no Tocantins”
Márcio França, governador de São Paulo e pré-candidato à reeleição, em sabatina feita por SBT/Folha/UOL no dia 30 de maio de 2018
De acordo registros oficiais do Tribunal Superior Eleitoral, houve mais mudanças do que as duas citadas por França na sabatina. No segundo turno de 2006, os eleitores de Acre, Rondônia e Espírito Santo votaram majoritariamente no PT para a presidência. Em 2010 e em 2014, o PSDB venceu nos três estados. No Distrito Federal, em 2006 e em 2010, o PT teve a preferência dos eleitores.
Em 2014, no entanto, a maioria dos votos ficou com o PSDB. No Tocantins, ao contrário do que o atual governador de SP disse, o PT venceu o segundo turno nas três últimas eleições presidenciais. Procurado, França afirmou que analisava “um comportamento eleitoral recorrente”, observado em “eleições polarizadas e marcadas pelo embate entre PT e PSDB”.
“São Paulo tem o menor ICMS para diesel do Brasil”
Márcio França, governador de São Paulo e pré-candidato à reeleição, em sabatina feita por SBT/Folha/UOL no dia 30 de maio de 2018
De acordo com a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para o óleo diesel é de 12% no estado. Esse é, de fato, o menor valor praticado no Brasil para o produto, segundo a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis). Mas há outros quatro estados que também aplicam esse valor: Espírito Santo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
“USP, Unicamp e Unesp (…) abrem 20, 21 mil vagas de vestibular por ano”
Márcio França, governador de São Paulo e pré-candidato à reeleição, em sabatina feita por SBT/Folha/UOL no dia 30 de maio de 2018
As três universidades estaduais citadas por França abriram, juntas, 21.852 vagas em 2018. No vestibular para ingresso neste ano, a USP foi a que mais disponibilizou vagas: 11.147. A Unicamp, por sua vez, abriu 3.340 vagas, e a Unesp, 7.365.
“[Dos alunos matriculados na USP, Unicamp e Unesp] 10 mil entram do ensino privado, 10 mil do ensino público”
Márcio França, governador de São Paulo e pré-candidato à reeleição, em sabatina feita por SBT/Folha/UOL no dia 30 de maio de 2018
Em 2017, 21.507 alunos ingressaram nas três universidades citadas por França. Desses, 9.329 vieram da rede pública. Isso representa 43,3% do total – não exatamente a metade, como sugeriu o governador e pré-candidato. E são os dados da USP que puxam esse número para baixo. Dos alunos que ingressaram na instituição no ano passado, 36,9% vieram da rede pública de ensino. Em julho de 2017, a USP inclusive estabeleceu como meta que, até 2021, metade de seus alunos deverá vir de escolas públicas. Isso já acontece na Unicamp e Unesp.
Procurado, França disse que a USP cumpriu a meta estabelecida para 2017 quanto à proporção de alunos oriundos da rede pública.
*Esta reportagem foi publicada pela edição impressa do jornal Folha de S.Paulo em 31 de maio de 2018. | null | ['CHICO MARÉS', 'CLARA BECKER', 'NATHÁLIA AFONSO'] | [] | ['DIESEL', 'GOVERNADOR', 'MÁRCIO FRANÇA', 'POLICIAIS', 'SÃO PAULO', 'VESTIBULAR'] | 2021-05-14 | ['FALSO', 'EXAGERADO', 'VERDADEIRO, MAS', 'VERDADEIRO', 'EXAGERADO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2018/05/30/verificamos-surto-conjuntivite-3/ | lupa | #Verificamos: Médico do SUS não faz ‘alerta de surto absurdo de conjuntivite viral nível 3’ | null | 2018-05-30 | Circula no Facebook e no WhatsApp a “notícia” de que um médico do SUS que trabalha no Hospital Geral de Belém (PA) teria feito um alerta sobre um novo tipo de bactéria capaz de provocar conjuntivite viral nível 3 e de matar em poucos dias. Segundo o texto, publicado em março e repostado nas redes nos últimos dias de maio, essa bactéria teria sido criada em laboratório e estaria se espalhando rapidamente pela América Latina. A Lupa foi conferir essa história. Veja abaixo o resultado:
“Médico do SUS faz alerta de surto absurdo de conjuntivite viral nível 3”
Título de postagem feita pelo site Top Five TV em março de 2018 com mais de 8 mil interações até às 19h45 do dia 30 de maio de 2018
O Ministério da Saúde afirmou em nota que não existe (em 30 de maio de 2018) nenhum surto de conjuntivite viral nível 3 no país. A Secretaria de Saúde do Pará também desmentiu a informação que circula há mais de três meses nas redes sociais.
Cabe ainda ressaltar que não existem bactérias virais, como foi descrito na “notícia” analisada. Ou a conjuntivite é de origem viral ou é bacteriana. Além disso, a conjuntivite é dividida em tipos, não em níveis.
O Ministério da Saúde esclareceu ainda que surtos de conjuntivite são mais comuns nos meses do verão e que têm a transmissibilidade facilitada quando ocorrem grandes aglomerados de pessoas.
*Nota: o site AquiRN.com.br também postou a “notícia” sobre o suposto surto. Esta checagem faz parte do projeto de verificação de notícias no Facebook.
*Dúvidas sobre o projeto? Entre em contato direto com o Facebook. | null | ['CLARA BECKER'] | [] | ['#VERIFICAMOS', 'CONJUNTIVITE', 'FACEBOOK', 'SURTO', 'SUS', 'VERIFICAÇÃO DE NOTÍCIAS'] | 2021-05-14 | ['FALSO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2018/05/30/roda-viva-ciro-gomes/ | lupa | Ciro diz que número de presas aumentou 500% em três anos. Será? | null | 2018-05-30 | Pré-candidato à Presidência da República pelo PDT, o ex-ministro Ciro Gomes participou, na noite da última segunda-feira (28), do programa Roda Viva, da TV Cultura. A Lupa analisou algumas das declarações feitas pelo presidenciável. Confira abaixo o resultado:
“[A Transnordestina] tinha 5 mil pessoas trabalhando [antes de Temer assumir a Presidência]”
Ciro Gomes, pré-candidato do PDT à Presidência da República, em entrevista ao Roda Viva no dia 28 de maio de 2018
Relatório do Tribunal de Contas da União mostra que, em abril de 2016, antes de Michel Temer assumir a Presidência da República de forma interina, 2.856 pessoas trabalhavam nas obras da Transnordestina – não 5 mil como afirmou Ciro na TV. Em junho de 2016, já com Temer no poder, o número de funcionários na obra da ferrovia caiu. Passou para 1.122 pessoas. A Transnordestina é uma obra ferroviária de 1,7 mil quilômetros que pretende integrar os estados do Piauí, Pernambuco e Ceará e fortalecer a economia regional.
Procurado, Ciro não retornou.
“Foi o Temer assumir [a Presidência] que [a Transnordestina] parou”
Ciro Gomes, pré-candidato do PDT à presidência da República, em entrevista ao Roda Viva no dia 28 de maio de 2018
As obras da ferrovia Transnordestina tiveram o repasse de recursos suspenso em 16 de maio de 2016 – quatro dias depois de Temer assumir a Presidência de forma interina. A decisão, no entanto, é decorrente de um processo que tramitou no Tribunal de Contas da União (TCU) e que investigava o descompasso entre os valores destinados à construção e o percentual executado da obra. Ou seja: não há qualquer relação com a saída de Dilma Rousseff ou a chegada de Temer à Presidência.
O processo do TCU começou em 28 de abril 2016, ainda no governo petista. A interrupção na obra, ordenada por medida cautelar, foi revogada um mês depois, e a construção voltou a andar. Em janeiro de 2017, no entanto, o TCU decidiu, mais uma vez, que os repasses deveriam ser suspensos. E a obra está parada desde então, com 56% de seu projeto concluído.
De acordo com o tribunal, o empreendimento tem alto risco de não ser concluído e de gerar dano aos cofres públicos. Por ora, a suspensão deverá ser mantida até que a empresa Transnordestina Logística S.A explique por que a obra está atrasada. Segundo consta no acórdão 67/2017 do TCU, a construção da ferrovia tinha, em 2006, um orçamento de R$ 4,5 bilhões e data de entrega prevista para 2010. Em 2015, o projeto foi reavaliado em R$ 11,2 bilhão e sua conclusão postergada para 2017.
Procurado, Ciro não retornou.
“Subiu mais de 500%, nos últimos três anos, a quantidade de mulheres apenadas no sistema prisional brasileiro”
Ciro Gomes, pré-candidato do PDT à presidência da República, em entrevista no Roda Viva no dia 28 de maio de 2018
O último Levantamento Nacional de Estatísticas Prisionais (Infopen), publicado em 2017, mostra que, nos últimos três anos, ou seja, de 2013 a 2016, o crescimento da população carcerária feminina foi de 28,9%, passando de 32,9 mil para 42,4 mil mulheres presas. O crescimento de mais de 500% citado por Ciro Gomes se deu num período de 16 anos, desde 2000, quando o país tinha 5,6 mil presas.
Procurado, Ciro não retornou.
“[Um país como o nosso tem] 760 mil pessoas aprisionadas”
Ciro Gomes, pré-candidato do PDT à presidência da República, em entrevista no Roda Viva no dia 28 de maio de 2018
A versão mais recente do Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen), mostra que o país tinha um total de 726.712 detentos em junho de 2016 – 33 mil a menos do que citou Ciro Gomes no Roda Viva. Já pelo Geopresídios, do Conselho Nacional de Justiça, são 682.721 pessoas encarceradas. O dado é de 2018.
Procurado, Ciro não retornou.
“A política [de drogas] do Uruguai tem mais ou menos a mesma data [que a de Portugal]”
Ciro Gomes, pré-candidato do PDT à presidência da República, em entrevista no Roda Viva no dia 28 de maio de 2018
A política de drogas vigente hoje em dia em Portugal foi aprovada em 2000 e entrou em vigor em 2001 – ou seja, há 17 anos. Já a Lei do Cannabis, do Uruguai, foi aprovada no final de 2013, mais de 12 anos depois. Além disso, as duas políticas são completamente diferentes entre si.
Portugal descriminalizou o consumo e a posse de pequenas quantidades de qualquer tipo de droga, mas isso ainda é considerado uma contravenção. Quando alguém é flagrado portando ou consumindo drogas, é encaminhado a uma comissão formada por médicos, assistentes sociais e advogados para avaliação, e esse grupo pode recomendar que a pessoa passe por um tratamento. Ela, no entanto, tem o direito de aceitá-lo ou não. Em Portugal, o que distingue o uso do tráfico é a quantidade de droga apreendida. Segundo a lei local, a posse é “a quantidade necessária [de drogas] para o consumo médio individual durante o período de 10 dias”. Essa quantia é definida pelo Estado – não pelo consumo individual de cada usuário.
No Uruguai, somente a compra e o uso de maconha são legalizados. Outras drogas seguem proibidas. A maconha é vendida em farmácias, com regulação do Estado. Para comprar, é preciso ser maior de idade e fazer um registro junto ao governo. Também é possível plantar até seis pés de maconha em casa para consumo próprio. Mas o produto resultante desse cultivo não pode ser vendido.
Procurado, Ciro não retornou.
“No Ceará, replicando essas práticas [do município Sobral], nós já temos 77 das 100 melhores escolas fundamentais do país”
Ciro Gomes, pré-candidato do PDT à presidência da República, em entrevista no Roda Viva no dia 28 de maio de 2018
No Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2015, último disponível, o Ceará emplacou 77 escolas municipais na lista das 100 melhores do país, mas apenas na categoria “anos iniciais”, que vai do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental. Nos anos finais desse mesmo segmento, ou seja do sexto ao nono, o Ceará colocou 35 unidades no ranking das 100 melhores escolas, um número inferior ao citado por Ciro. Dessas, uma é federal e 34 são municipais. Os dados estão disponíveis para consulta no site do INEP.
“Um de cada quatro alunos [do Ensino Médio] do Ceará estão nesse tipo de escola [profissionalizantes e de tempo integral]”
Ciro Gomes, pré-candidato do PDT à presidência da República, em entrevista no Roda Viva no dia 28 de maio de 2018
Segundo o Censo Escolar de 2017, 17,5% dos alunos cearenses do Ensino Médio estudam em horário integral. Na rede estadual, essa proporção é de 19,1% – algo como um em cada cinco alunos, e não em quatro, como dito por Ciro. É um número relativamente alto, considerando a média brasileira (de 7,9%), mas abaixo do citado pelo pré-candidato na TV. Já o número de alunos em ensino profissionalizante está próximo do citado por Gomes: 23,6%.
Procurado, Ciro não retornou. | null | ['CHICO MARÉS', 'CLARA BECKER'] | [] | ['CIRO GOMES', 'ELEIÇÕES', 'PDT', 'PRESIDÊNCIA', 'RODA VIVA', 'SOBRAL', 'TRANSNORDESTINA'] | 2021-05-14 | ['EXAGERADO', 'EXAGERADO', 'EXAGERADO', 'EXAGERADO', 'FALSO', 'VERDADEIRO, MAS', 'EXAGERADO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2018/05/29/verificamos-moro-carta-publica/ | lupa | #Verificamos: Moro não ‘mandou carta pública para o povo brasileiro’ | null | 2018-05-29 | Circulam no Facebook, no Instagram e no WhatsApp diversos links que tratam sobre uma suposta carta aberta publicada pelo juiz federal Sergio Moro para o povo brasileiro. O texto, que já tinha mais de 63 mil interações nas redes sociais em 29 de maio, “informa” que Moro teria dito que, para fazer a revolução, não seria necessário acabar com a vida de ninguém. Que as redes sociais eram a verdadeira arma. A Lupa foi conferir essa história. Veja abaixo o resultado:
“Juiz Sergio Moro manda carta pública para o povo brasileiro”
Título de postagem feita pelo site Top Five TV em 22 de janeiro de 2018 e republicado por sete páginas diferentes do Facebook entre 25 e 29 de maio, totalizando mais de 63 mil interações até as 17h15 do dia 29 de maio de 2018
Procurada, a assessoria de imprensa da Justiça Federal do Paraná, onde o juiz Sergio Moro atua, emitiu uma nota, informando que o texto que foi publicado pelas páginas analisadas pela Lupa não foi escrito pelo magistrado. “Esse texto não é de autoria do juiz federal Sergio Moro”, ressaltou.
A carta, na verdade, é de autoria de Gil Cordeiro Dias Ferreira e foi originalmente publicada como carta do leitor no jornal O Globo do dia 18 de abril de 2011 (veja aqui) – com uma formatação diferente, mas praticamente o mesmo conteúdo.
Desde então, essa “notícia” circula na internet sendo atribuída a diferentes autores. Em janeiro deste ano, o o site Boatos.org pegou uma versão atribuída à ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia.
*Nota: os sites OrdemSecreta.com.br, RobsonSampaio.com.br, PortalVejaAgora.com e EManchetes.com também postaram “notícias” sobre a suposta carta de Moro. Esta checagem faz parte do projeto de verificação de notícias no Facebook.
*Dúvidas sobre o projeto? Entre em contato direto com o Facebook. | null | ['CHICO MARÉS'] | [] | ['#VERIFICAMOS', 'CARTA', 'CARTA AO LEITOR', 'FACEBOOK', 'SERGIO MORO', 'VERIFICAÇÃO DE NOTÍCIAS'] | 2021-05-14 | ['FALSO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2018/05/29/sabatina-luiz-marinho-sp/ | lupa | Governo de SP: Luiz Marinho erra ao falar das reservas de água no estado | null | 2018-05-29 | Ex-prefeito de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, e ex-ministro do Trabalho e Emprego e da Previdência Social do governo Lula, Luiz Marinho é o pré-candidato do PT ao governo de São Paulo. Ele foi sabatinado por SBT, Folha e UOL na manhã de segunda-feira (28). A Lupa checou algumas das declarações do petista. Veja o resultado:
“O reservatório da Cantareira, neste momento, está abaixo do que estava quando iniciou a crise [hídrica], em 2015”
Luiz Marinho, pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, em sabatina feita por SBT/Folha/UOL no dia 28 de maio de 2018
A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) informou que na segunda-feira (28) os quatro reservatórios do Sistema Cantareira operavam com 46,7% de sua capacidade. A crise hídrica a que Marinho se refere começou em 2014 – não em 2015. Em 1 de fevereiro daquele ano, a Sabesp anunciou que, por conta da falta de reservas, daria descontos de 30% para quem economizasse água em São Paulo. Naquele mesmo dia, o Sistema Cantareira operava com 21,9% de sua capacidade, bem abaixo dos 46,7% registrados ontem. Em todo o ano de 2015, o pior valor observado foi o de maio, quando o sistema teve apenas 19,9% de armazenamento. Todos os dados foram extraídos dos boletins mananciais da Sabesp.
A assessoria de Marinho disse que ele se referia a dados da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU). Segundo a entidade, quando “surgiram os primeiros alertas de crise hídrica”, o volume do Sistema Cantareira estava em 61,5%. Isso ocorreu, no entanto, em 2013 – não em 2015, como mencionou o pré-candidato na sabatina.
“A polícia de SP é a que mais morre nos confrontos (…). Também é a que mais mata”
Luiz Marinho, pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, em sabatina feita por SBT/Folha/UOL no dia 28 de maio de 2018
Os dados mais atuais do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgados em 2017 pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostram que a polícia que mais morreu e mais matou em confrontos foi a do Rio de Janeiro – não a de São Paulo. Em 2016, foram 132 policiais – entre civis e militares – mortos no estado fluminense. Em São Paulo, 80. Naquele ano, o RJ também teve a maior taxa de mortes de policiais do Brasil (calculada sobre o efetivo): 2,3 policiais mortos a cada mil em serviço. Em SP, chegou a 0,7 a cada mil. O RJ ainda apareceu como o estado com o maior número de mortes decorrentes de confrontos com policiais em 2016: 925 pessoas morreram nessa situação. Em São Paulo, no mesmo período, 856.
Procurado, o pré-candidato disse que “a quantidade de operações policiais com enfrentamento com criminosos no estado do Rio de Janeiro é muito maior do que no Estado de São Paulo”. Em sua opinião não é correto comparar os dois estados.
“Nós [do PT] geramos 22 milhões de empregos com carteira assinada no governo Lula”
Luiz Marinho, pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, em sabatina feita por SBT/Folha/UOL no dia 28 de maio de 2018
Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, mostram que, durante o governo Lula (de 2003 a 2010), houve um saldo positivo de 11,3 milhões de empregos criados. Se considerado também o governo Dilma Rousseff (2011 a abril de 2016), o número chega a 14,1 milhões.
Em nota, a assessoria do pré-candidato admitiu que ele se equivocou ao falar do “governo Lula”. Queria dizer governos petistas. Além disso sustentou que, dados do Ministério do Trabalho mostram um saldo de 20 milhões nos governos Lula Dilma. Para Marinho, algo próximo ao que ele disse na sabatina.
Atualização do dia 15 de agosto de 2018, às 14h40: Segundo a Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho, a diferença entre o número total de pessoas empregadas entre 2002, último ano antes de Lula tomar posse, e 2015, último ano completo do PT no governo, era de 19,4 milhões. Ainda assim, o número é inferior ao citado no programa.
“De 2014 para cá [2018], mais de 14 milhões [de empregos com carteira assinada] foram eliminados”
Luiz Marinho, pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, em sabatina feita por SBT/Folha/UOL no dia 28 de maio de 2018
A perda, novamente segundo o Caged, foi bem menor do que a mencionada por Marinho. Entre outubro de 2014, quando a tendência de queda no número de empregos formais começou, até abril de 2018, último dado disponível, o saldo negativo foi de 3,1 milhões de vagas. Vale destacar, ainda, que a grande maioria delas – 2,4 milhões – foi fechada ainda durante a gestão Dilma Rousseff. O saldo do governo Temer, até abril de 2018, é de 627,4 mil vagas fechadas.
Procurado, Marinho disse que os dados mais recentes do IBGE mostram que havia 13,7 milhões de desempregados no país no primeiro trimestres deste ano. O dado está correto, mas o total de desempregados não é o mesmo que o de empregos com carteira assinada perdidos.
“Nós [do PT] estamos recebendo, a cada dia, novas filiações”
Luiz Marinho, pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, em sabatina feita por SBT/Folha/UOL no dia 28 de maio de 2018
Informações do do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revelam que, entre dezembro de 2017 e abril de 2018 (último dado disponível), o PT, de fato, teve um saldo positivo de filiações. Mas esse número é pequeno frente ao total de 1,6 milhão de filiados. Em 2018, a sigla teve 4.207 novas associações, o que equivale a 0,3% de crescimento. O PT é o segundo maior partido do país. O primeiro é o MDB, com 2,4 milhões de filiados.
*Esta reportagem foi publicada pela versão impressa do jornal Folha de S.Paulo em 29 de maio de 2018. | null | ['CHICO MARÉS', 'CLARA BECKER', 'NATÁLIA LEAL'] | [] | ['ELEIÇÕES 2018', 'GOVERNO', 'GOVERNO DO ESTADO', 'LUIZ MARINHO', 'PALÁCIOS DOS BANDEIRANTES', 'PT', 'SÃO PAULO'] | 2021-05-14 | ['FALSO', 'FALSO', 'EXAGERADO', 'EXAGERADO', 'VERDADEIRO, MAS'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2018/05/28/bolsonaro-salario-militares/ | lupa | Bolsonaro erra ao dizer que general, capitão e sargento ‘ganham basicamente a mesma coisa’ | null | 2018-05-28 | Na semana passada, o pré-candidato do PSL ao Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro, foi sabatinado pela Rádio Jovem Pan News. Ele falou sobre pesquisas eleitorais e tempo de TV. Além disso, a Lupa também checou outras entrevistas que o político deu no início de maio. Veja abaixo o resultado:
“[General, capitão e sargento] ganham basicamente a mesma coisa”
Jair Bolsonaro, pré-candidato do PSL à Presidência da República, em entrevista ao Café na Política do dia 12 de maio de 2018
Procurado o Ministério da Defesa informou que um General do Exército – posto mais alto do Exército brasileiro em tempos de paz – recebe, atualmente, R$ 12.763 por mês. Um terceiro sargento, por sua vez, ganha mensalmente R$ 3.584. As remunerações não são, portanto, “basicamente a mesma coisa”, como diz Bolsonaro. Há uma diferença de pelos menos R$ 3 mil entre os salários de sargento e capitão e de outros R$ 3 mil entre as remunerações mensais atuais de capitão e general.
Procurado, Bolsonaro disse que não comentaria.
“Ele [Ciro] continua falando que quer indulto para o Lula”
Jair Bolsonaro, pré-candidato do PSL à Presidência da República, em sabatina na Rádio Jovem Pan News, no dia 22 de maio
A possibilidade de um indulto ao ex-presidente Lula apareceu pela primeira vez na coluna que a jornalista Mônica Bergamo publicou no jornal Folha de S.Paulo no dia 3 de maio. O texto afirmava que o PT proporia a candidatos de centro-esquerda que apoiassem a medida. “Esse deve ser um dos pontos centrais do discurso de campanha do partido [PT] caso tenha candidato próprio [em 2018]: tirar Lula da cadeia para que possa concorrer em 2022”.
Dois dias depois, o pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, falou sobre o assunto e criticou a estratégia, dizendo que seria “uma burrice”. “O presidente Lula está a meio caminho de recursos [na Justiça]. Se a burocracia do PT cria uma campanha pelo indulto, o que ela está dizendo? Que o Lula será condenado em última instância”, afirmou Ciro. ”Isso nega a estratégia dos advogados do Lula (…) Eu não vou cair nessa burrice”.
No dia 15 de maio, na Suécia, Ciro foi questionado mais uma vez sobre o assunto e disse que dar o benefício à Lula seria uma loucura e que o ex-presidente não aprovaria. “Indulto é apenas para aqueles que já foram condenados em todas as instâncias. E Lula ainda está recorrendo da decisão que o condenou”.
Procurado, Bolsonaro disse que não comentaria.
“Todo mundo está próximo disso [rejeição de 50% nas pesquisas]”
Jair Bolsonaro, pré-candidato do PSL à Presidência da República, em sabatina na Rádio Jovem Pan News, no dia 22 de maio
A última pesquisa Datafolha, divulgada em abril, indica que apenas dois dos 19 nomes cotados como pré-candidatos à presidência da República têm rejeição próxima de 50%. São eles: o atual presidente, Michel Temer (MDB), com 64% de rejeição, e o ex-presidente e atual senador Fernando Collor (PTC-AL), com 41% (página 49).
Lula e Bolsonaro, que se alternam na liderança das intenções de voto nos cenários levantados pelo Datafolha, aparecem com 36% e 31% de rejeição, respectivamente. Geraldo Alckmin tem 29%; Ciro Gomes, 23%; Marina Silva, 22%; e Rodrigo Maia, 21%, enquanto outros onze políticos aparecem com um índice que varia entre 19% e 12%. O levantamento mostra ainda que 4% dos entrevistados rejeita todos os candidatos analisados pela pesquisa.
Procurado, Bolsonaro disse que não comentaria.
“Estão crescendo 7% [no Paraguai]”
Jair Bolsonaro, pré-candidato do PSL à Presidência da República, em sabatina na Rádio Jovem Pan News, no dia 22 de maio
De acordo com dados do Fundo Monetário Internacional, o Paraguai cresceu 4,3% no ano passado. Em 2016, o crescimento foi de 4% e, em 2015, de 3% – bem abaixo dos 7% citados por Bolsonaro. O pré-candidato citou o país latino ao falar de suas ideias sobre política externa e defender a validade de acordos bilaterais.
Procurado, Bolsonaro disse que não comentaria.
“Sozinho, eu tenho a metade do tempo [de propaganda de TV] do Enéas [em 1989]”
Jair Bolsonaro, pré-candidato do PSL à Presidência da República, em sabatina na Rádio Jovem Pan News, no dia 22 de maio
O tempo reservado para cada candidato no horário eleitoral de TV só será conhecido depois de registradas todas as candidaturas – o que poderá ser feito até 15 de agosto. A propaganda partidária de candidatos à presidência vai durar 12 minutos e 30 segundos, de acordo com a Lei 9.504/97. Desse tempo, 90% vai ser dividido de acordo com o número de deputados de cada coligação e 10%, igualmente entre todos os candidatos. Como esse número ainda não é conhecido, é impossível dizer, agora, quanto tempo cada candidato terá.
Na campanha de 1989, o candidato do extinto Prona, Enéas Carneiro (1938-2007), tinha 15 segundos de TV em cada bloco de horário eleitoral gratuito. As regras para divisão do tempo de propaganda naquela época não eram as mesmas da eleição deste ano. Portanto, não é possível fazer essa comparação.
Procurado, Bolsonaro disse que não comentaria.
“Audiência de custódia: você sabe que o policial prende o marginal em flagrante e, em menos de 24 horas, metade deles são postos em liberdade”
Jair Bolsonaro, pré-candidato do PSL à Presidência da República, em sabatina na Rádio Jovem Pan News, no dia 22 de maio
Segundo o Conselho Nacional de Justiça, 46% dos presos em flagrante levados a audiências de custódia são liberados. Mesmo assim, respondem a processo pelo crime que motivou a prisão.
O estudo do CNJ foi divulgado em 2017 e levou em conta 955 audiências de custódia realizadas no Distrito Federal, no Rio Grande do Sul, na Paraíba e em Tocantins, Santa Catarina e São Paulo. | null | ['CLARA BECKER', 'NATHÁLIA AFONSO'] | [] | ['DEPUTADO', 'ELEIÇÕES 2018', 'INDULTO', 'JAIR BOLSONARO', 'PRÉ-CANDIDATO', 'PROPAGANDA DE TV', 'PSL', 'SALÁRIOS DO EXÉRCITO'] | 2021-05-14 | ['FALSO', 'FALSO', 'EXAGERADO', 'EXAGERADO', 'AINDA É CEDO PARA DIZER', 'VERDADEIRO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2018/05/26/verificamos-oab-prova-ordem/ | lupa | #Verificamos: é falso que OAB aprovará todos que fariam prova em 27/5 | null | 2018-05-26 | Circula na internet neste sábado (26) a “notícia” de que, por conta da greve dos caminhoneiros, a Ordem dos Advogados do Brasil teria suspendido o exame que aplicaria no domingo 27 de maio e que automaticamente aprovaria todos os candidatos. Segundo a postagem, “o adiamento da prova seria muito caro aos cofres da entidade” e “não seria justo com os candidatos que esperassem por mais 4 meses para a realização de um novo exame”. A Lupa foi verificar essa história. Confira o resultado:
“OAB decide aprovar todos os candidatos que fariam a prova domingo [27/5]”
Título de postagem feita pelo site SigaoNed.com no dia 25 de maio de 2018 e que, em menos de 24h já tinha tido mais de 1,3 mil interações no Facebook
O site da Ordem dos Advogados do Brasil informa que a prova da 2ª fase do XXV Exame de Ordem, que seria aplicado no domingo 27 de maio, foi adiada para 10 de junho de 2018. Na nota oficial, não há qualquer menção à aprovação de todos os inscritos nem a um adiamento por quatro meses – como sugere a postagem analisada.
No comunicado, a OAB explica com clareza que o adiamento foi feito “devido à greve de caminhoneiros que ocorre no Brasil” e expõe seu novo calendário oficial, a ser seguido por todos os inscritos. Veja abaixo:
6/6/2018: Divulgação dos locais de realização da prova prático-profissional
10/6/2018: Realização da 2ª fase (prova prático-profissional)
10/6/2018: Divulgação do padrão de resposta preliminar da prova prático-profissional
29/06/2018: Divulgação do padrão de respostas definitivo e do resultado preliminar da 2ª fase (prova prático-profissional)
Das 12h do dia 30/6 às 12h do dia 3/7/2018: Prazo recursal acerca do resultado preliminar da 2ª fase
12/7/2018: Decisão dos recursos acerca do resultado preliminar e divulgação do resultado final do Exame
O site analisado aplicou uma discreta etiqueta de “embuste” na “notícia” analisada. A marcação pode passar despercebida. Bem como a ironia em relação à fonte utilizada, o “G UM”. Em seu Facebook, a página apresenta-se com mais clareza como sendo de “humor jurídico repleta de mau sentimento”.
*Nota: esta checagem faz parte do projeto de verificação de notícias no Facebook.
*Dúvidas sobre o projeto? Entre em contato direto com o Facebook. | null | ['CRISTINA TARDÁGUILA'] | [] | ['#VERIFICAMOS', 'EXAME', 'FACEBOOK', 'OAB', 'ORDEM', 'VERIFICAÇÃO DE NOTÍCIAS'] | 2021-05-14 | ['FALSO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2018/05/26/pre-candidatos-minas-gerais/ | lupa | Pré-candidatos ao governo de MG, Anastasia, Pimentel e Pacheco exageram dados | null | 2018-05-26 | Antonio Anastasia (PSDB), Fernando Pimentel (PT) e Rodrigo Pacheco (DEM) já confirmaram suas pré-candidaturas ao governo de Minas Gerais. O petista é o atual governador. O tucano comandou MG entre 2011 e 2014, e o democrata, recém-chegado na política, virou deputado federal em 2015. Nas últimas semanas, os três falaram sobre suas gestões e sobre a atual situação do estado. A Lupa checou algumas de suas falas. Veja o resultado a seguir:
“Quando nós deixamos o governo, ao final de 2014, [a Cidade das Águas, em Frutal] eram obras em andamento”
Antonio Anastasia, senador e pré-candidato ao governo de MG pelo PSDB, no evento de lançamento de sua pré-candidatura, no dia 14 de maio de 2018, em Contagem
A Fundação Centro Internacional de Educação, Capacitação e Pesquisa Aplicada em Águas (Hidroex), conhecida como Cidade das Águas, em Frutal, teve as obras iniciadas em 2009 e paralisadas em 2014, ainda no governo Antonio Anastasia. Em 2016, a Controladoria Geral do Estado investigou a construção por conta do alto custo de instalação, das obras inacabadas e do espaço ocioso – avaliados em R$ 200 milhões. O Ministério Público de Minas Gerais denunciou o ex-secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Anastasia, Nárcio Rodrigues, e outras 14 pessoas, por organização criminosa, fraude em licitação, obtenção de vantagem indevida, lavagem de dinheiro, peculato e obstrução de justiça. O Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG) condenou o grupo, que recorre.
A fundação foi extinta por lei, em setembro de 2016. O atual governo de MG informa, por sua vez, que “a Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) assumiu as responsabilidades e obrigações da Hidroex quanto aos programas, projetos, contratos e convênios celebrados”. Também foram transferidos para a universidade os arquivos e a execução dos contratos, convênios, acordos e outras modalidades de ajustes celebrados pela instituição, bem como os bens imóveis, revertidos ao patrimônio do Estado.
Procurado, Anastasia não comentou o caso. Afirmou apenas que “quanto às investigações, defende, como sempre defendeu, que quaisquer denúncias devam ser rigorosamente apuradas pelos órgãos competentes e julgadas na forma da lei”.
“Fui eleito […] sem ajuda de partido”
Rodrigo Pacheco, pré-candidato ao governo de Minas Gerais pelo DEM, em entrevista ao jornal Estado de Minas, no dia 21 de maio
Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que Rodrigo Pacheco foi eleito deputado federal em 2014 com 92.743 votos e que, para fazer sua campanha, recebeu quatro repasses de dinheiro oriundos de dois partidos. O PT doou R$ 751,33. O PMDB, legenda de Pacheco à época, fez três doações que juntas somam R$ 53.716,39
Procurada, a assessoria de Pacheco afirmou, em nota, que os valores repassados pelos partidos são “doações estimadas de material de propaganda”. A nota afirma ainda que o dinheiro que Pacheco recebeu é menos do que sua campanha destinou a campanhas parceiras de deputados estaduais.
“Quando chegamos [ao governo, em 2015], (…) [MG] já tinha um déficit de R$ 8 bilhões”
Fernando Pimentel, governador de Minas Gerais, em entrevista ao MGTV, em 15 de maio de 2018, em Uberlândia
A Secretaria de Estado da Fazenda de Minas Gerais informa que o déficit orçamentário herdado pela atual gestão foi de R$ 7,3 bilhões – R$ 700 milhões a menos do que o citado por Pimentel. Segundo a secretaria, os cálculos foram refeitos pela atual gestão, por que “foi apurado, no início de 2015, que, no relatório fiscal de 2014, as despesas estavam subestimadas e as receitas superestimadas”.
Por telefone, a assessoria do governo afirmou que, durante o programa ao vivo, Pimentel arredondou os números por facilidade, mas que os dados estão muito próximos.
“Durante nosso mandato [2011-2014], (…) Minas Gerais [ficou] em primeiro lugar na educação brasileira”
Antonio Anastasia, senador e pré-candidato ao governo de MG pelo PSDB, no evento de lançamento de sua pré-candidatura, no dia 14 de maio de 2018, em Contagem
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), ligado ao Ministério da Educação, divulgou duas edições do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) que cobrem o período em que Antonio Anastasia foi governador do Minas: a de 2011 e a de 2013. Observando as duas, constata-se que Minas Gerais apareceu em “primeiro lugar” em três dos seis cenários avaliados – ou seja, em 50% dos casos.
Procurada, a assessoria de comunicação do atual senador sustentou a informação. Em nota também destacou que Minas ocupou “o primeiro lugar em outros rankings, ano após ano, como no da Olimpíada Brasileira de Matemática”.
“[Minas Gerais tem] projeção [do déficit público] que supera os R$ 10 bilhões para 2019”
Rodrigo Pacheco, pré-candidato ao governo de Minas Gerais pelo DEM, em entrevista ao jornal Estado de Minas, no dia 21 de maio
De acordo com a Secretaria de Estado da Fazenda de Minas Gerais (SEF-MG), o déficit orçamentário previsto para este ano é de R$ 8 bilhões e a estimativa para 2019 é de R$ 5,6 bilhões. Estas informações, no entanto, só poderão ser confirmadas com o fechamento dos orçamentos, que ocorre no início do próximo ano.
Em nota, a assessoria de Rodrigo Pacheco afirmou que as informações da SEF-MG do atual governo não são confiáveis e que “as projeções são feitas a partir dos indicadores econômicos e estudos da equipe econômica da pré-candidatura”, que fazem parte de informações estratégicas e não podem ser divulgadas. Indicariam, sim, uma “piora do déficit para o ano seguinte considerando a crise nacional”.
(Izabella Bontempo, especial para a Lupa, sob supervisão de Natália Leal e Clara Becker) | null | ['IZABELLA BONTEMPO'] | [] | ['ANTONIO ANASTASIA', 'DEM', 'ELEIÇÕES 2018', 'FERNANDO PIMENTEL', 'GOVERNO', 'GOVERNO ESTADUAL', 'MINAS GERAIS', 'PALÁCIO DA LIBERDADE', 'PSDB', 'PT', 'RODRIGO PACHECO'] | 2021-05-14 | ['FALSO', 'FALSO', 'EXAGERADO', 'EXAGERADO', 'AINDA É CEDO PARA DIZER'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2018/05/25/verificamos-pesquisa-intervencao/ | lupa | #Verificamos: não há pesquisa que aponta que ‘94% da sociedade brasileira quer intervenção militar’ | null | 2018-05-25 | Circula no Facebook a “notícia” de que 94% dos brasileiros querem intervenção militar. A postagem, feita no dia 21 de maio, fala sobre um “clamor” nacional e “informa” que uma pesquisa “em andamento” chegou a essa conclusão. A Lupa foi checar essa história quando ela já havia sido compartilhada por 19 páginas de Facebook e já contava com mais de 11 mil interações na rede social. Veja o resultado a seguir:
“Clamor: 94% da sociedade brasileira quer intervenção militar”
Publicado pelo site Jornal do País, no dia 21 de maio de 2018 e compartilhado por 19 páginas no Facebook. Até as 20h30 do dia 25 de maio de 2018, já tinha mais de 11 mil interações
O conteúdo analisado começa com um vídeo que mostra um trecho do Programa do Ratinho. Trata-se de uma gravação que foi publicada no Youtube em 19 julho de 2017 – ou seja, há cerca de 10 meses. No programa em questão, Ratinho fez uma enquete utilizando um aplicativo chamado Spy Bat. Nela, perguntou o seguinte: “Você é favorável à intervenção das Forças Armadas para acabar com a violência no Rio de Janeiro?”. Um total de 94% das pessoas que responderam à enquete disseram “sim”. Não se divulgou, contudo, o total exato de votos. Além disso, o próprio apresentado ressaltou o seguinte: “Enquete não é pesquisa”.
Em seguida, a postagem traz um pequeno texto. Nele, há frases como “quando acontecer [a intervenção militar] vai ser a maior alegria” e “sonho todas as noites com o fechamento do Congresso Nacional”.
Depois, consta ainda a informação de que há “uma pesquisa em andamento” sobre o assunto. Ela seria realizada pelo NBO Quiz. Trata-se, no entanto, de uma enquete online, publicada em 30 de julho de 2017. Ela não segue qualquer metodologia de pesquisa.
Em setembro de 2017, o instituto Paraná Pesquisas ouviu 2.540 brasileiros com 16 anos ou mais em 26 unidades da federação. Numa das perguntas, quis saber o seguinte: “O(a) Sr(a) seria a favor ou contra uma intervenção militar provisória no Brasil?”. A maioria – 51,6% – foi contra. Um total de 43,1% dos ouvidos se disse a favor, e 5,3% não souberam ou não quiseram opinar.
*Nota: esta checagem faz parte do projeto de verificação de notícias no Facebook.
*Dúvidas sobre o projeto? Entre em contato direto com o Facebook. | null | ['CHICO MARÉS'] | [] | ['#VERIFICAMOS', 'FACEBOOK', 'INTERVENÇÃO MILITAR', 'PESQUISA', 'VERIFICAÇÃO DE NOTÍCIAS'] | 2021-05-14 | ['FALSO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2018/05/25/marina-sabatina-folha/ | lupa | Em sabatina, Marina exagera ao falar de tributos sobre preço de combustíveis | null | 2018-05-25 | Na manhã da última quinta-feira (24), a pré-candidata à Presidência da República pela Rede, Marina Silva, foi sabatinada por SBT, Folha e UOL. A Lupa checou algumas das declarações dadas pela presidenciável no evento. Confira abaixo o resultado:
“Em torno de 50% [do preço dos combustíveis] tem a ver com a tributação”
Marina Silva, pré-candidata à presidência pela Rede, em sabatina feita por SBT, Folha e UOL, no dia 24 de maio de 2018
O peso da tributação varia de acordo com o tipo de combustível. No caso do diesel e do etanol, ele é bem menor do que o total citado por Marina. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) informa que, no diesel, o peso da tributação chega a 27,9% do preço. A Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis) diz, por sua vez, que, no etanol, chega a 26% do valor do combustível. A gasolina é a mais afetada pela tributação. De acordo com a ANP, 45% do preço é fruto de tributação. Sobre os três combustíveis, incidem ICMS e tributos federais (PIS e Cofins, e, no caso do diesel e da gasolina, ainda o Cide). Na atual greve de caminhoneiros, uma das demandas é justamente que o governo federal deixe de cobrar impostos sobre o diesel. Procurada, Marina não respondeu.
“[O casamento entre pessoas do mesmo sexo] já está assegurado pela lei, com uma decisão do Conselho Nacional de Justiça”
Marina Silva, pré-candidata à presidência pela Rede, em sabatina feita por SBT, Folha e UOL, no dia 24 de maio de 2018
O casamento gay ainda não está previsto em lei no Brasil – nem na Constituição, nem no novo Código Civil. Há uma decisão unânime do Supremo Tribunal Federal, tomada em maio de 2011, que assegura a união estável homoafetiva. Na prática, a Corte estabeleceu que as regras que valem para relações entre homens e mulheres – essas, sim, asseguradas por lei – também valem para casais gays. À época, houve cartórios que não seguiam a determinação do STF, o que levou o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a publicar a Resolução 175 de 2013. Embora não seja uma lei, ela proíbe que autoridades competentes se recusem a converter união estável de pessoas do mesmo sexo em casamento civil ou a celebrar esses casamentos. O movimento LGBT luta atualmente pela aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) e de um projeto de lei da senadora Marta (PMDB-SP) para que o casamento gay seja, de fato, assegurado por lei. Procurada, Marina não respondeu.
“[O desmatamento ilegal] caiu 80% em 10 anos”
Marina Silva, pré-candidata à presidência pela Rede, em sabatina feita por SBT, Folha e UOL, no dia 24 de maio de 2018
Dados do Prodes, projeto do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostram que o desmatamento na Amazônia Legal caiu 81,9% entre 2003 – primeiro ano de Marina como ministra do Meio Ambiente – e 2012. Em 2003, foram desmatados 25,4 mil km² de floresta. Em 2012, 4,6 mil km² – o menor número desde 1988, quando o monitoramento começou. Mas a queda não é tão alta na Mata Atlântica, onde o desmatamento diminuiu 37% entre 2003 e 2012, segundo a ONG SOS Mata Atlântica. Para outros biomas brasileiros, não há dados no período citado por Marina. O Ministério do Meio Ambiente só atualizou os números do desmatamento da caatinga, do pampa e do pantanal até 2008-2009. Do cerrado, até 2010-2011.
“[O desmatamento ilegal] Subiu de 2012 pra cá em torno de 37%”
Marina Silva, pré-candidata à presidência pela Rede, em sabatina feita por SBT, Folha e UOL, no dia 24 de maio de 2018
Entre 2012 e 2017, a área desmatada ilegalmente na Amazônia Legal cresceu 52%: de 4,6 mil km² para 6,9 mil km². Os dados são do Prodes, projeto do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Ou seja, Marina acerta ao falar em crescimento, mas o patamar é ainda mais alto do que ela menciona. Na Mata Atlântica, houve um aumento de 21% no desmatamento entre 2012 e 2016. A área devastada passou de 239,5 km² entre 2012 e 2013 para 290,7 km² entre 2015 e 2016, segundo a ONG SOS Mata Atlântica. Para caatinga, cerrado, pampa e pantanal não há dados oficiais atualizados a partir de 2011.
“Sou a favor do controle do gasto público. (…) Qual era a minha proposta [em 2010]? Gastar [até] metade do crescimento do PIB”
Marina Silva, pré-candidata à presidência pela Rede, em sabatina feita por SBT, Folha e UOL, no dia 24 de maio de 2018
Na campanha de 2010, o plano de governo apresentado por Marina, então candidata pelo PV, dizia, na página 21, o seguinte: “é fundamental conter o crescimento dos gastos públicos correntes à metade do crescimento do PIB (mantendo a possibilidade de política fiscal anticíclica em momentos de retração econômica)”. Essa frase consta no ítem “reduzir o nível de endividamento do setor público”.
*Esta reportagem foi publicada pela edição impressa do jornal Folha de S.Paulo no dia 25 de maio de 2018. | null | ['CHICO MARÉS', 'CLARA BECKER', ''] | [] | ['CASAMENTO GAY', 'COMBUSTÍVEL', 'DESMATAMENTO', 'FOLHA DE S.PAULO', 'MARINA SILVA', 'PIB', 'REDE', 'SABATINA', 'TRIBUTOS', 'UNIÃO HOMOAFETIVA'] | 2021-05-14 | ['EXAGERADO', 'EXAGERADO', 'VERDADEIRO, MAS', 'VERDADEIRO, MAS', 'VERDADEIRO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2018/05/24/manuela-preco-gasolina/ | lupa | Manuela divulga imagem com dados errados sobre o preço da gasolina | null | 2018-05-24 | Na tarde desta quinta-feira (24), a pré-candidata do PCdoB à Presidência da República, Manuela D’Ávila, postou um tuíte criticando seus concorrentes por defender “regras do livre mercado internacional em relação ao petróleo e ao preço dos combustíveis”. Na postagem, feita durante a greve dos caminhoneiros, ela anexou um imagem em que supostamente mostrava uma série histórica com o preço da gasolina. Veja a seguir:
A Agência Nacional do Petróleo (ANP) mantém em seu site uma série histórica dos preços médios de revenda dos combustíveis no país. Essa série foi iniciada em julho de 2001 e teve sua última atualização em abril deste ano. Não cobre, portanto, os primeiros seis anos do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Dali para frente, os dados oficiais mostram que Manuela não acertou.
Segundo a ANP, o último preço da gasolina durante o governo FHC, em dezembro de 2002, foi de R$ 2,00 – não R$ 2,25 como registrado na imagem postada por Manuela.
A mesma base de dados mostra que, em janeiro de 2003, quando Lula tomou posse, o preço médio da gasolina em revenda era R$ 2,16 por litro. Em abril de 2016, último mês completo do governo Dilma Rousseff, foi R$ 3,71. Esses dados também não batem com os informados pela imagem de Manuela.
Por fim, na semana de 13 de maio de 2016, quando Michel Temer assumiu a presidência de forma interina, o litro da gasolina era revendido a R$ 3,67. O dado mais recente disponível, sobre a semana de 29 de abril a 5 de maio deste ano, mostra R$ 4,22. Esses números oficiais também não se refletem no post da pré-candidata.
Além disso, mesmo que os números estivessem certos, as porcentagens apresentadas no card estariam equivocadas. Elas foram feitas ignorando a inflação dos períodos analisados.
Atualização às 21h25 do dia 24 de maio de 2018: Procurada, a assessoria de Manuela D’Ávila reconheceu o erro. “O que postamos estava errado mesmo. Quando identificamos que os dados não estavam corretos, apagamos”. O tuíte postado no final da manhã foi apagado “no início da tarde”. | null | ['NATHÁLIA AFONSO'] | [] | ['CAMINHONEIROS', 'GASOLINA', 'GREVE', 'MANUELA', "MANUELA D'AVILA", 'PCDOB', 'TUÍTE'] | 2021-05-14 | ['FALSO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2018/05/24/verificamos-temer-farmacia/ | lupa | #Verificamos: Temer não ‘oficializa fim do projeto Farmácia Popular’ | null | 2018-05-24 | Circula no Facebook a “notícia” de que o governo de Michel Temer teria oficializado o encerramento do programa que distribui medicamentos em farmácias credenciadas, o Farmácia Popular. A Lupa foi conferir a origem dessa história. Veja abaixo o resultado:
“Temer oficializa fim do projeto Farmácia Popular”
Título de postagem feita pelo site Jornal GGN no dia 22 de maio e com mais de 17 mil interações no Facebook em 48 horas
Em primeiro lugar, vale destacar que a “notícia” em questão foi postada na última terça-feira dia 22 de maio de 2018, mas usa como fonte uma reportagem que foi publicada pelo site Brasil247 há um ano (em 11 de maio de 2017).
A Lupa procurou o Ministério da Saúde (MS), e a pasta negou o ‘fim do projeto’. Em nota, informou que houve um remanejamento de recursos e que, em 2017, 393 unidades próprias do governo, ou seja pontos mantidos por ele dentro do programa Farmácia Popular, de fato foram fechadas – como mostrava a reportagem do Brasil247. Esta seria, segundo a pasta, a razão ou a origem da “notícia” desta semana anunciando o encerramento do programa.
Segundo o Portal da Transparência do Governo Federal, em 2016 foram gastos R$ 2,9 bilhões nas duas rubricas destinadas à ação. Em 2017, foram R$ 2,8 bilhões. Para este ano, o orçamento previsto é de R$ 3,04 bilhões. Esse total inclui R$ 523,8 milhões para o “sistema de co-pagamento” e R$ 2,5 bilhões para o “sistema de gratuidade” do programa Farmácia Popular. Essas duas linhas também estavam presentes nos orçamentos de 2016 e 2017.
O programa Farmácia Popular segue, portanto, funcionando e com orçamento. Hoje (24), segundo o ministério, o Farmácia Popular está presente em mais de 31 mil drogarias credenciadas em 4.342 municípios. Ao todo, são disponibilizados 42 produtos, sendo que 26 deles gratuitamente. O restante tem descontos que chegam a 90%.
*Nota: esta checagem faz parte do projeto de verificação de notícias no Facebook.
*Dúvidas sobre o projeto? Entre em contato direto com o Facebook. | null | ['CLARA BECKER', 'CHICO MARÉS'] | [] | ['#VERIFICAMOS', 'FACEBOOK', 'FARMÁCIA POPULAR', 'TEMER', 'VERIFICAÇÃO DE NOTÍCIAS'] | 2021-05-14 | ['FALSO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2018/05/24/sabatina-geraldo-alckmin-folha/ | lupa | Em sabatina, Alckmin erra ao falar das contas de sua campanha em 2014 | null | 2018-05-24 | Na manhã da segunda-feira (21), o pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, Geraldo Alckmin, foi sabatinado por SBT, Folha e UOL. A Lupa checou algumas das declarações dadas pelo presidenciável no evento. Confira abaixo o resultado:
“Sobraram R$ 9 milhões da minha campanha [de 2014]”
Geraldo Alckmin, pré-candidato à presidência pelo PSDB, em sabatina feita por SBT, Folha e UOL, em 23 de maio de 2018
O portal de Prestação de Contas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostra que, em 2014, o candidato Geraldo Alckmin arrecadou um total de R$ 40.394.953,03 e teve R$ 40.394.332,54 em despesas. Assim sendo, sobraram R$ 620,49 – bem abaixo do valor citado pelo presidenciável.
Se analisados os dados do comitê financeiro estadual que o PSDB montou naquele ano para a candidatura ao governo de SP, tanto a receita quanto a despesa foram de R$ 45,9 milhões, ou seja não houve sobra.
Se observada a prestação de contas da direção estadual do PSDB-SP, a receita em 2014 foi de R$ 57,7 milhões e a despesa, de R$ 52,5 milhões. Isso resulta numa diferença de R$ 5,2 milhões. Vale lembrar que nem toda verba arrecadada pela direção estadual do partido foi destinada à campanha de Alckmin.
Procurado, Alckmin não retornou.
“[São Paulo tem] o melhor sistema penitenciário brasileiro”
Geraldo Alckmin, pré-candidato à presidência pelo PSDB, em sabatina feita por SBT, Folha e UOL, em 23 de maio de 2018
Procurados, o Departamento Penitenciário Nacional, o Conselho Nacional de Justiça e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública dizem desconhecer estudos que mostrem a unidade da federação com “o melhor sistema penitenciário” do país, como afirmou Alckmin.
O que existe é o Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen) de 2017, que faz uma análise do sistema penitenciário dos diversos estados no que diz respeito a quesitos específicos como superlotação, tratamentos médicos, mortalidade e trabalho dentro das prisões.
Esse documento mostra que São Paulo concentra 33,1% da população carcerária do país, com 240.061 presos. Que, das 164 unidades prisionais analisadas em São Paulo, 141 estão com déficit de vagas, ou seja, superlotadas. E que, apenas 13% dos presos em SP estão em atividade laboral, numa taxa inferior à média brasileira que é de 15%. Em São Paulo, ainda de acordo com o Infopen, 8% dos presos têm atividades de ensino escolar. A média brasileira é de 10%.
Procurado, Alckmin não retornou.
“Se você pegar os votos do Bolsonaro, é muito junto com o PT”
Geraldo Alckmin, pré-candidato à presidência pelo PSDB, em sabatina feita por SBT, Folha e UOL, em 23 de maio de 2018
Nas principais votações de projetos de lei feitas na Câmara dos Deputados durante o governo Temer, o pré-candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, não se alinhou aos deputados do PT. Na Reforma Trabalhista, PEC do Teto de Gastos e Reforma do Ensino Médio, a bancada petista se posicionou de forma contrária. Bolsonaro, por sua vez, foi favorável a todas elas.
Além disso, levantamento feito nas votações realizadas entre 2003 e 2014 mostra que, em 12 anos, Bolsonaro votou alinhado com o governo petista em 45% das vezes. O PSDB, partido de Alckmin, chega a 47,6%. O caso da votação do cadastro positivo, citado por Alckmin na sabatina, é uma exceção: ambos foram contrários ao projeto que permite a adesão automática de cidadãos ao cadastro positivo de consumidores. O projeto foi votado em 9 de maio.
Procurado, Alckmin não retornou.
“[Em 2006] perdi a eleição, embora tenha ganho em 11 estados brasileiros dos 27”
Geraldo Alckmin, pré-candidato à presidência pelo PSDB, em sabatina feita por SBT, Folha e UOL, em 23 de maio de 2018
Dados do Tribunal Superior Eleitoral mostram que esse resultado citado por Alckmin só se deu no primeiro turno das eleições de 2006, quando ele teve 39,9 milhões de votos, ou 41,6% dos votos válidos. No segundo turno, o tucano foi derrotado, tendo vencido em sete estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Roraima. Entre os dois turnos de 2006, Alckmin perdeu 2,4 milhões de votos.
Procurado, Alckmin não retornou.
“No ano passado [2017], nós fechamos o ano com [uma taxa de] 8,02 homicídios por 100 mil habitantes. Nós estamos com 7,6 praticamente, hoje”
Geraldo Alckmin, pré-candidato à presidência pelo PSDB, em sabatina feita por SBT, Folha e UOL, em 23 de maio de 2018
Dados do Portal de Transparência da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo mostram que a taxa de homicídio por 100 mil habitantes em 2017 realmente foi de 8,02. Em 2018, por ser um ano corrente, a taxa – que é anual – é calculada considerando o mês mais recente e os onze anteriores. Na última parcial disponível, que vai de abril de 2017 a março de 2018, a taxa era de 7,65.
*Esta reportagem foi publicada pela versão impressa do jornal Folha de S.Paulo no dia 24 de maio de 2018. | null | ['CHICO MARÉS', 'CLARA BECKER', 'NATHÁLIA AFONSO', ''] | [] | ['ALCKMIN', 'ELEIÇÕES 2018', 'GERALDO ALCKMIN', 'PRESIDÊNCIA', 'PSDB', 'SÃO PAULO'] | 2021-05-14 | ['FALSO', 'INSUSTENTÁVEL', 'EXAGERADO', 'VERDADEIRO, MAS', 'VERDADEIRO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2018/05/23/amoedo-roda-viva/ | lupa | Amoêdo diz que cota não levou mais mulheres às câmaras municipais. Será? | null | 2018-05-23 | Na última segunda-feira (21), o pré-candidato do Novo à Presidência da República, João Amoêdo, foi entrevistado pelo Roda Viva. O programa da TV Cultura vem realizando uma série de sabatinas com presidenciáveis e, até o momento, já ouviu Marina Silva (Rede) e Guilherme Boulos (PSOL). A Lupa checou algumas das declarações que Amoêdo deu ao programa. Confira abaixo:
“Nós temos hoje uma presidência que custa quase R$ 600 milhões por ano”
João Amoêdo, pré-candidato à Presidência da República pelo Novo, em entrevista ao Roda Viva, no dia 21 de maio de 2018
O Orçamento para a Presidência da República em 2018, desconsiderando órgãos vinculados à ela (como institutos e secretarias), prevê um gasto de R$ 603 milhões. Esse número consta no Volume I da Lei Orçamentária Anual (LOA).
“Nós temos um Congresso (…) que custa R$ 28 milhões por dia”
João Amoêdo, pré-candidato à Presidência da República pelo Novo, em entrevista ao Roda Viva, no dia 21 de maio de 2018
O Orçamento de 2018 prevê uma despesa de R$ 6,1 bilhões para a Câmara e de R$ 4,4 bilhões para o Senado, o que soma R$ 10,5 bilhões. Esses números constam no Volume I da LOA. E esse total corresponde a R$ 28,7 milhões por dia.
Em 2017, a Câmara gastou R$ 5,3 bilhões, e o Senado, R$ 4,1 bilhões – um total de R$ 9,4 bilhões ou R$ 25,7 milhões por dia.
“O fato é que o número de assassinatos no Brasil cresceu (…) com o estatuto do desarmamento em vigor”
João Amoêdo, pré-candidato à Presidência da República pelo Novo, em entrevista ao Roda Viva, no dia 21 de maio de 2018
Segundo o Mapa da Violência de 2016, publicado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), entre 1980 e 2003, ano em que o estatuto do desarmamento entrou em vigor, o número de homicídios por arma de fogo no Brasil crescia, em média, 8,1% ao ano. Entre 2003 e 2014, esse crescimento foi menor: de 2,1%.
Ainda de acordo com o mesmo relatório, nos cinco primeiros anos em que o estatuto esteve vigente, houve uma redução nas ocorrências. Esse número voltou a crescer a partir de 2012.
Os dados mais recentes sobre criminalidade estão no Anuário da Violência de 2017, do Fórum Nacional de Segurança Pública. Em 2016, foram 61,3 mil mortes violentas no país. Mas não há dados históricos nesse anuário que cobrem o período anterior ao estatuto do desarmamento.
Em nota, a assessoria do pré-candidato reafirmou o que o pré-candidato disse e pontuou que os homicídios cresceram de forma mais rápida do que a população, aumentando, portanto, a taxa de mortes por 100 mil habitantes – o que é verdadeiro.
A assessoria afirmou também que “de 2003 a 2015, de acordo com o Global Health Data Exchange, o total de homicídios no mundo caiu de 408.691,81 para 388.120,33”. Esses números estão corretos. Mas eles englobam os assassinatos por arma de fogo, por objetos cortantes e por outros meios. Os homicídios causados exclusivamente por armas de fogo foram os únicos que cresceram nesse mesmo período também no mundo. Os outros diminuíram.
Além disso, a nota diz ainda que “em relação ao resto do mundo, a participação de homicídios do Brasil aumentou de 13,4% [em 2003] para 15,3% [em 2015]”, o que também é verdade. Porém, mais uma vez, os números consideram as três classificações de assassinato utilizadas pela Global Health Data Exchange. Quando analisados apenas os homicídios por arma de fogo – relação feita por Amôedo na frase avaliada – a participação do Brasil é praticamente a mesma: 25,06% em 2003 e 25,5% em 2015.
“A quantidade de mulheres eleitas nas câmaras municipais hoje é menor do que antes da cota [de 30%, no mínimo, para cada sexo]”
João Amoêdo, pré-candidato à Presidência da República pelo Novo, em entrevista ao Roda Viva, no dia 21 de maio de 2018
O número de mulheres eleitas vereadoras cresceu desde a adoção da cota, em 2009. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2008, 6.504 mulheres (12,5% do total) foram eleitas. Nas primeiras eleições municipais seguintes, em 2012 – já com a cota valendo, foram 7.656 (13,3% do total). Em 2016, houve nova alta: 7.810 mulheres eleitas, ou 13,5% do total. Veja o levantamento aqui.
Desde 2009, por conta da Lei 12.034, todos os partidos e coligações para eleições proporcionais (deputados e vereadores) são obrigados a ter pelo menos 30% de candidatos de cada sexo. Na prática, como historicamente a maioria dos candidatos é homem, os partidos transformaram essa medida numa espécie de cota feminina.
Em nota, a assessoria do pré-candidato disse que Amoêdo “quis dizer que a quantidade de vereadoras eleitas em relação ao total de candidatas diminuiu de 9% em 2008 para 5,1% em 2016”. Os números citados estão corretos, segundo a base de dados do TSE. Vale, no entanto, ressaltar, que a frase analisada não faz essa relação.
“No Brasil estamos falando, em média, 107 dias [para abrir uma empresa]”
João Amoêdo, pré-candidato à Presidência da República pelo Novo, em entrevista ao Roda Viva, no dia 21 de maio de 2018
Dados do relatório Doing Business 2018, do Banco Mundial, mostram ainda que o tempo médio para abertura de empresas no Brasil era de 79,5 dias em junho do ano passado. Apenas seis países são piores do que o Brasil nesse quesito.
Em nota, a assessoria do pré-candidato disse que “a fonte é o próprio Doing Business 2018 do Banco Mundial, mas o número é de 101,5 dias”. A Lupa voltou ao documento e constatou que esse número se refere somente à cidade de São Paulo – não ao Brasil, como citou o pré-candidato. | null | ['CHICO MARÉS'] | [] | ['ELEIÇÕES', 'ENTREVISTA', 'JOÃO AMOÊDO', 'NOVO', 'PARTIDO NOVO', 'PRESIDÊNCIA', 'RODA VIVA', 'TV CULTURA'] | 2021-05-14 | ['VERDADEIRO', 'VERDADEIRO', 'VERDADEIRO, MAS', 'FALSO', 'EXAGERADO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2018/05/22/jungmann-roda-viva/ | lupa | Jungmann: ‘80% dos presos são ladrões e pequenos traficantes’. Será? | null | 2018-05-22 | Primeiro titular do Ministério Extraordinário da Segurança Pública, Raul Jungmann concedeu entrevista ao programa Roda Viva no último dia 14. Durante o programa, comentou a situação da segurança pública no país e as propostas de sua gestão, iniciada em fevereiro. A Lupa checou algumas de suas declarações. Confira abaixo:
“Quando você soma roubo, furto, usuário (de drogas), pequeno traficante, você chega a quase 80% da população carcerária”
Raul Jungmann, ministro da Segurança Pública, em entrevista ao Roda Viva, 14 de maio de 2018
A versão mais recente do Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen), que data de 2016, mostra que o país tinha um total de 620.583 detentos com o motivo de sua prisão documentado naquele ano. Somados os presos por roubo, furto ou tráfico de drogas (em qualquer grau), chega-se a um total de 400 mil – ou seja 64,4% dos detentos.
Nesse levantamento, 228.085 pessoas estavam na cadeia por terem sido condenados ou por estarem aguardando julgamento por furto, furto qualificado, roubo e roubo qualificado. Outros 171.915 estavam detidos pelos crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico de drogas. Não há uma separação entre pequenos e grandes traficantes – como foi feita pelo ministro.
Ainda vale destacar que o Infopen não foi informado – logo não documentou – sobre o motivo da prisão de 100 mil pessoas. Ainda assim, se todos eles respondessem por furto, roubo ou tráfico, como dito por Jungmann, o total de presos por esses crimes não alcançaria os 80% citados por ele.
Procurado, Jungmann não respondeu.
“Temos a terceira maior população carcerária do mundo”
Raul Jungmann, ministro da Segurança Pública, em entrevista ao Roda Viva, 14 de maio de 2018
Dados do Instituto de Pesquisa em Políticas Públicas para a Criminalidade (do inglês, IPCR), da Universidade de Birbeck, na Inglaterra, mostram que o Brasil tem a terceira maior população carcerária do mundo em números absolutos (675 mil pessoas). Os Estados Unidos são os primeiros do ranking, com 2,1 milhões de presos, seguidos pela China, que tem 1,6 milhão de pessoas encarceradas, sem contar presos provisórios.
Mas a comparação mais adequada não é a feita pelo número absoluto de presos, mas sim pelo tamanho da população carcerária em relação à população total de cada país. Nesse caso, ainda segundo o instituto inglês, o Brasil ocupa a 26ª posição no ranking, com uma taxa de 325 presos a cada 100 mil habitantes. O primeiro lugar segue com os Estados Unidos (655 a cada 100 mil habitantes), e a China cai para a 134ª posição – com 118 presos por 100 mil habitantes. A média mundial é de 174 detentos a cada 100 mil habitantes.
Procurado, Jungmann não respondeu.
“Nós continuamos crescendo (a população carcerária) a uma ordem de 7% [ao ano]”
Raul Jungmann, ministro da Segurança Pública, em entrevista ao Roda Viva, 14 de maio de 2018
Segundo relatório de 2016 publicado pelo IPCR, a população carcerária no Brasil cresceu 6,6% ao ano entre 2000 e 2015. Em 2000, a população carcerária estava em 232,7 mil. Em 2015, subiu para 607,8 mil. Neste mesmo período, o número de presos cresceu 0,9% ao ano nos Estados Unidos e 1% na China. Vale pontuar que os dados chineses só levam em conta presos condenados.
“Dentro das 1.422 unidades prisionais do Brasil, apenas 12%, talvez 15%, tenham oficina, tenham lugares de produção de trabalho”
Raul Jungmann, ministro da Segurança Pública, em entrevista ao Roda Viva, 14 de maio de 2018
Segundo o Infopen, em 2016, 443 presídios declararam ter algum tipo de oficina de trabalho, enquanto outros 981 disseram não ter. Isso significa que 31,1% dos presídios tinham algum tipo de oficina naquele ano – dado superior ao citado por Jungmann. Vale dizer, no entanto, que, segundo o relatório de 2016, do mesmo Infopen, o número de presos que trabalham nos presídios está no patamar citado por Jungmann: 15%.
Procurado, Jungmann não respondeu.
“Hoje você tem 564 mil mandados de prisão em aberto”
Raul Jungmann, ministro da Segurança Pública, em entrevista ao Roda Viva, 14 de maio de 2018
Atualmente, o número de mandados de prisão em aberto no Brasil é ainda maior do que o citado por Jungmann: 610,7 mil. Os dados são do Banco Nacional de Mandados de Prisão, mantido pelo Conselho Nacional de Justiça. Confira o levantamento aqui.
(*Plínio Lopes especial para a Lupa, sob supervisão de Natalia Leal)
| null | ['CHICO MARÉS', ''] | [] | ['CRIMES', 'ESTATÍSTICAS CRIMINAIS', 'JUNGMANN', 'MINISTÉRIO DA SEGURANÇA', 'RAUL JUNGMANN', 'RIO DE JANEIRO', 'SEGURANÇA PÚBLICA'] | 2021-05-14 | ['EXAGERADO', 'VERDADEIRO, MAS', 'VERDADEIRO', 'EXAGERADO', 'VERDADEIRO, MAS'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2018/05/22/sabatina-ciro-gomes-folha/ | lupa | Em sabatina, Ciro Gomes erra ao falar de segurança no RJ após intervenção | null | 2018-05-22 | Na manhã da segunda-feira (21), o pré-candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, foi sabatinado por SBT, Folha e UOL. A Lupa checou algumas das declarações dadas pelo presidenciável no evento. Confira abaixo o resultado:
“Nenhuma [das estatísticas de criminalidade] cedeu [depois da intervenção no RJ]”
Ciro Gomes, pré-candidato à presidência pelo PDT, em sabatina feita por SBT, Folha e UOL, em 21 de maio de 2018
A intervenção federal no Rio de Janeiro começou em fevereiro deste ano e, em abril, o Instituto de Segurança Pública (ISP) registrou queda em dois dos três indicadores considerados estratégicos pela Secretaria de Segurança Pública (SSP). O número de roubos de veículos foi de 4.891, em abril de 2017, para 4.657, em abril de 2018. O total de roubos de rua retrocedeu de 12.652 para 11.057 no mesmo período. O único dos indicadores estratégicos que subiu foi a letalidade violenta: de 539 para 592.
Procurado, Ciro não respondeu.
“Do dia em que, essa porcaria (a reforma trabalhista) entrou em vigor (…) até hoje foram destruídos 380 mil postos de trabalho”
Ciro Gomes, pré-candidato à presidência pelo PDT, em sabatina feita por SBT, Folha e UOL, em 21 de maio de 2018
Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), mantido pelo Ministério do Trabalho e Emprego, mostram que 29,7 mil vagas de emprego com carteira assinada foram fechadas desde 11 de novembro de 2017, quando a reforma trabalhista entrou em vigor. O último relatório do Caged é de abril de 2018.
Procurado, Ciro não respondeu.
“O Rio de Janeiro foi o estado que mais perdeu empregos [desde 2015]”
Ciro Gomes, pré-candidato à presidência pelo PDT, em sabatina feita por SBT, Folha e UOL, em 21 de maio de 2018
O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostra que o Rio de Janeiro perdeu 525 mil vagas de trabalho desde janeiro de 2015. Isso equivale a 3,8% da população em idade para trabalhar do estado. Proporcionalmente, é a maior queda observada nesse período. Em números absolutos, no entanto, São Paulo teve mais vagas fechadas: 778 mil.
Vale ainda ressaltar que a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (Pnadc/T), do IBGE, que usa uma metodologia diferente mostra que o número de pessoas empregadas no Rio caiu em 145 mil entre o último trimestre de 2014 e o primeiro trimestre de 2018. Há seis estados com dados absolutos mais altos: Bahia (795 mil), Maranhão (367 mil), Alagoas (236 mil), Pernambuco (226 mil), Piauí (190 mil) e Rio Grande do Sul (152 mil).
Procurado, Ciro não respondeu.
“Sabe quantos policiais foram assassinados no RJ já nesse ano? Quarenta”
Ciro Gomes, pré-candidato à presidência pelo PDT, em sabatina feita por SBT, Folha e UOL, em 21 de maio de 2018
Na verdade, o número é ainda maior do que o citado. Ao todo, 53 policiais foram mortos em 2018 no Estado do Rio de Janeiro. A assessoria da Polícia Militar informa que, de janeiro até ontem (21), 51 policiais militares haviam sido mortos no estado. Trinta e três deles estava de folga quando foram assassinados. Outros 13, em serviço e 5 eram da reserva.
A Polícia Civil comunicou, por sua vez, que dois policiais civis – um delegado e um inspetor – foram mortos em 2018. Desses dois agentes, somente o delegado estava trabalhando no momento do crime.
“[O Brasil tem hoje] 37 milhões [de pessoas] trabalhando sem carteira assinada”
Ciro Gomes, pré-candidato à presidência pelo PDT, em sabatina feita por SBT, Folha e UOL, em 21 de maio de 2018
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Trimestral (Pnadc/T), do IBGE, mostra, na verdade, um número ainda maior. No primeiro trimestre de 2018 (último dado disponível), 42,4 milhões de pessoas trabalhavam sem carteira assinada no Brasil. Isso inclui empregados do setor privado (10,7 milhões), do setor público (2,2 milhões) e domésticos (4,3 milhões) sem carteira, trabalhadores por conta própria (23 milhões) e trabalhadores familiares auxiliares (2,2 milhões).
*Plínio Lopes, especial para Lupa
** Esta reportagem foi publicada pela versão impressa do jornal Folha de S.Paulo no dia 22 de maio de 2018. | null | ['CHICO MARÉS', '', 'NATHÁLIA AFONSO'] | [] | ['CIRO GOMES', 'ELEIÇÕES 2018', 'PDT', 'PRÉ-CANDIDATO', 'PRESIDÊNCIA', 'SEGURANÇA PÚBLICA'] | 2021-05-14 | ['FALSO', 'EXAGERADO', 'VERDADEIRO, MAS', 'VERDADEIRO, MAS', 'VERDADEIRO, MAS'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2018/05/18/verificamos-lava-jato-banir/ | lupa | #Verificamos: Nova etapa da Lava Jato não vai ‘banir PT, PMDB e PP’ | null | 2018-05-18 | Circula no Facebook a “notícia” de que uma nova etapa da Operação Lava Jato “pode banir PT, PMDB e PP” da política brasileira”. Trata-se, no entanto, de uma reportagem requentada com título enganoso. Confira a checagem da Lupa abaixo:
“Nova etapa da Lava Jato pode banir PT, PMDB e PP da política brasileira”
Publicado pelo site Thefolha, tinha 37,5 mil interações no Facebook até as 17h do dia 18 de maio de 2018
Publicada no dia 23 de abril deste ano pelo site Thefolha, a “reportagem” utiliza um título chamativo para atrair cliques, mas seu conteúdo não tem qualquer relação com o fato enunciado.
O texto do Thefolha é uma cópia dos dois primeiros dois parágrafos de uma reportagem feita pelo jornalista Fausto Macedo e publicada no dia 8 de novembro de 2015, no jornal O Estado de S.Paulo. O trabalho de Macedo não trata do banimento (expulsão ou proibição) dos três partidos citados, mas sim da possibilidade de responsabilização das legendas, como pessoas jurídicas, em ações de improbidade administrativa.
Em nota enviada à Lupa, o Ministério Público Federal no Paraná esclareceu que “em nenhum momento foi sequer mencionada a hipótese de banir qualquer sigla da política brasileira (durante o processo da Operação Lava Jato)” e que isso “só seria possível por meio de Reforma Política no Congresso ou cassação de registro”.
Ainda segundo a instituição, em 30 de março de 2017, foi ajuizada a ação pública pública com pedido de responsabilização por atos de improbidade administrativa contra o Partido Progressista (PP) e alguns de seus integrantes. Nela, o MPF faz diversos pedidos e nenhum deles diz respeito ao cancelamento de registro da legenda da política brasileira. Foi pedido o ressarcimento ao erário equivalente à propina paga a legenda, a seus integrantes e a terceiros a partir do esquema de corrupção descoberto na Petrobras.
Em relação aos demais partidos as apurações prosseguem no MPF.
*Nota: esta checagem faz parte do projeto de verificação de notícias no Facebook. | null | ['CLARA BECKER'] | [] | ['#VERIFICAMOS', 'FACEBOOK', 'LAVA JATO', 'PARTIDOS', 'PMDB', 'PP', 'PT', 'VERIFICAÇÃO DE NOTÍCIAS'] | 2021-05-14 | ['FALSO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2018/05/18/verificamos-fatima-assaltante/ | lupa | #Verificamos: TV Globo não reformou casa da família de assaltante morto por mãe-PM | null | 2018-05-18 | Circula no Facebook a “notícia” de que o programa “Encontro com Fátima Bernardes”, da TV Globo, reformou a casa da família do assaltante que foi morto por uma policial em frente a uma escola de São Paulo. A informação é falsa. Confira a análise:
“Fátima Bernardes faz surpresa e reforma casa da família de ladrão morto pela Mãe-PM”
Texto publicado no site Top Five TV que teve 24,4 mil interações no Facebook até as 19h15 do dia 18 de maio de 2018.
O texto publicado “informa” que o programa “Encontro com Fátima Bernardes” da última quarta-feira (16) foi líder de audiência por conta de uma homenagem feita a “uma vítima do sistema, da sociedade, capitalista, preconceituosa, e sem amor” – o assaltante que foi morto por uma mãe-PM na porta de uma escola em São Paulo.
De acordo com a página, a apresentadora “conseguiu uma reforma para a casa da família do jovem morto avaliada em R$ 200 mil reais”, além de todos os móveis. Fátima teria ainda garantido dois anos de cestas básicas no valor de R$ 1.200 à família.
Mas, na quarta-feira (16) o programa “Encontro com Fátima Bernardes” não exibiu nenhum conteúdo relacionado ao caso do assaltante morto pela policial em São Paulo. O programa teve como tema principal a amizade e animais domésticos. Teve participação especial de Thiago Martins e do Sorriso Maroto.
Em todas as edições do programa feitas após o dia 12 de maio, quando o assaltante foi morto, o assunto não foi tratado.
Por e-mail, a assessoria de imprensa da Rede Globo afirmou apenas que “isso é fake news”.
*Nota: esta checagem faz parte do projeto de verificação de notícias no Facebook.
*Dúvidas sobre o projeto? Entre em contato direto com o Facebook.
**Plínio Lopes, especial para Lupa | null | ['CLARA BECKER', ''] | [] | ['#VERIFICAMOS', 'ASSALTANTE', 'FACEBOOK', 'FÁTIMA BERNARDES', 'MÃE-PM', 'TV GLOBO', 'VERIFICAÇÃO DE NOTÍCIAS'] | 2021-05-14 | ['FALSO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2018/05/18/verificamos-familia-de-assaltante-morto-em-sp-nao-pediu-prisao-de-mae-pm/ | lupa | #Verificamos: Família de assaltante morto em SP não pediu prisão de mãe-PM | null | 2018-05-18 | Circula no Facebook nesta sexta-feira (18) a “notícia” de que os advogados da família do assaltante que foi morto por uma policial militar em São Paulo na porta de uma escola solicitaram a prisão preventiva dela ao Ministério Público. A mesma “notícia” também informa que a Corregedoria Interna da PM instaurou uma apuração para verificar se existiu crime na ação. As duas informações são falsas. Confira a análise:
“Os advogados da família do assaltante morto pela mãe-PM, que foi assassinado no último sábado (12), solicitaram ao Ministério Público de São Paulo, a prisão preventiva da policial que atirou no suspeito à queima roupa”
Texto que foi publicado no site TopFiveTV e que tinha 983 interações até as 21h15 do dia 15 de maio
O Ministério Público de São Paulo informa, por e-mail, que nenhum procedimento relativo ao caso foi registrado no órgão até a manhã desta sexta-feira (18).
Ainda vale ressaltar que a imagem utilizada pela reportagem é uma montagem de duas fotografias.
A foto do lado direito é um frame de vídeo da câmera de segurança que gravou a ação da policial em São Paulo. A foto do lado esquerdo foi retirada de uma outra reportagem do jornal Correio Popular, de Campinas, que noticiou a prisão de uma foragida da justiça – alguém sem relação alguma com o caso de São Paulo.
Por fim, vale ressaltar que o termo “direitos humanos”, utilizado no título da reportagem, é um conceito amplo. E que, ao longo de todo o texto, nenhuma instituição que se defina como defensora desses direitos foi citada.
“Segundo os advogados, a PM-mãe deve ser autuada por homicídio cruel e sem possibilidade de defesa para a vítima, pois teria se ‘excedido’ na reação”
Texto publicado no site TopFiveTV com 983 interações até as 21h15 do dia 15 de maio
De acordo com o artigo 121 do Código Penal, o termo “homicídio cruel” não é utilizado como classificação dos tipos de homicídios. Porém, ainda de acordo com o Código Penal, caso a ação utilize de “meio insidioso ou cruel”, o homicídio passa a ser considerado qualificado – o que faz com que a pena de reclusão possa ser agravada (elevada).
Mesmo assim, de acordo tanto com a Polícia Militar quanto com o Ministério Público, até a manhã desta sexta-feira (18) não existia nenhuma ação no sentido de enquadrar a policial em nenhuma dessas classificações.
“A PM disse que a ‘Corregedoria Interna instaurou apuração para verificar se houve a prática de crime militar e transgressão disciplinar’”
Texto publicado no site TopFiveTV com 983 interações até as 21h15 do dia 15 de maio
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública e a Polícia Militar de São Paulo afirmam que as “informações passadas pela reportagem não procedem”. De acordo com a PM, o inquérito policial segue em andamento na Delegacia de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) de Mogi das Cruzes. Portanto, a corregedoria interna não instaurou nenhuma apuração até o momento. A arma utilizada pelo assaltante foi apreendida e enviada para o Instituto de Criminalística para perícia.
*Nota: esta checagem faz parte do projeto de verificação de notícias no Facebook.
*Dúvidas sobre o projeto? Entre em contato direto com o Facebook.
(Plínio Lopes, especial para a Lupa, sob supervisão de Clara Becker) | null | ['CLARA BECKER', ''] | [] | ['#VERIFICAMOS', 'ASSALTANTE', 'FACEBOOK', 'MÃE-PM', 'PM-MÃE', 'SÃO PAULO', 'VERFICAÇÃO DE NOTÍCIAS'] | 2021-05-14 | ['FALSO', 'FALSO', 'FALSO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2018/05/18/temer-artigo-2-anos/ | lupa | 20 anos em 2: verdades, erros e exageros de Temer em artigo de balanço do governo | null | 2018-05-18 | Para marcar seus dois anos como presidente do Brasil, Michel Temer escreveu um artigo para a Folha de S.Paulo. No texto, publicado na terça-feira (15), o presidente fez um balanço de seu governo e destacou dados econômicos e sociais. Segundo Temer, foi feito, “em dois anos, o que os outros não fizeram em 20 anos”. A Lupa checou algumas de suas frases. Veja o resultado a seguir:
“Quando assumimos, havia uma dilapidação de 150 mil empregos de carteira assinada por mês”
Michel Temer, presidente da República, em artigo publicado na Folha de S.Paulo no dia 15 de maio de 2018
De acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, 1.825.609 vagas de emprego com carteira assinada foram fechadas no país entre maio de 2015 e abril de 2016, ou seja, no período de um ano antes de Temer assumir a presidência de forma interina. Isso representa, de fato, uma média de 152,1 mil postos de trabalho a menos por mês nesse período.
Mas, segundo o Caged, após 23 meses de governo Temer, o saldo de empregos no país ainda é negativo em 760.281 vagas. Apesar de as contratações terem se acelerado nos últimos meses, uma média de 33 mil postos de trabalho com carteira assinada foram cortados por mês no Brasil entre maio de 2016 e março de 2018 (último dado disponível).
“Neste ano [2018], registramos um saldo de 204 mil vagas com carteira assinada”
Michel Temer, presidente da República, em artigo publicado na Folha de S.Paulo no dia 15 de maio de 2018
Ainda de acordo dados do Caged, 204.064 vagas foram criadas no primeiro trimestre de 2018. No mesmo período do ano passado, ou seja, no primeiro trimestre de 2017, o saldo era negativo. O Brasil perdeu 68.876 vagas de emprego com carteira assinada.
“O Bolsa Família está mais amplo — atende hoje 160 mil famílias a mais do que as 14 milhões do seu recorde anterior, em 2014”
Michel Temer, presidente da República, em artigo publicado na Folha de S.Paulo no dia 15 de maio de 2018
Dados oficiais do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) mostram que o recorde de atendimentos feitos pelo Bolsa Família ocorreu em julho de 2014, quando 14.204.279 famílias foram beneficiadas.
Em 2018, março foi o mês com maior atendimento: 14.165.038 famílias. Isso significa 39.241 a menos do que o recorde – conforme dados do MDS.
Em abril de 2018, o Bolsa Familia chegou a 13.772.904 famílias e, em maio, a 13.919.429. Ou seja, houve uma retração em relação aos 14 milhões citados por Temer.
A média de famílias atendidas em 2017, primeiro ano completo do governo Temer, foi a menor desde 2013: 13.469.671 famílias.
Procurada, a presidência sustentou os números citados no artigo do presidente, sugerindo que os do MDS estavam errados. “Em março deste 2018, eram 14,2 milhões (de famílias no Bolsa Família)”, dizia a nota. Mas, em março de 2014, foram 14,165 milhões de famílias contempladas.
“Garantimos a expansão do programa [Minha Casa, Minha Vida], entregando uma média de 38 mil residências por mês”
Michel Temer, presidente da República, em artigo publicado na Folha de S.Paulo no dia 15 de maio de 2018
O Ministério das Cidades informa que, até 31 de março de 2018, 104,1 mil casas tinham sido entregues pelo programa Minha Casa, Minha Vida em todo o país – uma média mensal de 34,7 mil residências. Em 2017, primeiro ano completo da gestão Temer, a média foi de 36,2 mil casas entregues por mês – um total de 434,4 mil no ano.
Procurada, a presidência disse que as 38 mil residências entregues por mês a que o presidente se refere são “uma média simples: 882 mil unidades de habitação dividido por 23 meses de governo”.
Mas não há dados públicos que confirmem o total de 882 mil unidades citado por Temer. Procurado, o Ministério das Cidades informou que não disponibiliza dados mensais sobre o ano de 2016 – apenas o balanço fechado. A ex-presidente Dilma Rousseff governou o Brasil de janeiro a abril. Temer, a partir de então. Portanto, não é possível dizer quantas casas foram entregues apenas pelo atual presidente em 2016.
Naquele ano, 735,8 mil residências foram feitas e distribuídas pelo programa país afora, uma média de 61,3 mil por mês.
“[Criamos] novas 500 mil vagas em tempo integral”
Michel Temer, presidente da República, em artigo publicado na Folha de S.Paulo no dia 15 de maio de 2018
Como a Lupa já mostrou, o Programa de Fomento às Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral (EMTI) gerou 148.760 matrículas em 516 escolas públicas do país em 2017. Em 2018, mais 133 mil devem ser criadas. Os dados são do Ministério da Educação.
Deste modo, a expectativa é de que, até o final deste ano, o programa tenha financiado a abertura de 282.055 vagas de tempo integral em escolas de ensino médio – ainda distante das 500 mil vagas citadas por Temer. De fato, o projeto do MEC prevê esse número, mas apenas para 2020, ou seja, as vagas ainda não estão disponíveis, como sugere o presidente em seu artigo.
O EMTI foi lançado em setembro de 2016, pela Medida Provisória 746, sancionada por Temer em fevereiro de 2017. O investimento previsto é de R$ 1,5 bilhão em três anos.
Procurada, a presidência disse que “toda medida de governo é tomada com base em planejamento, metas e métricas” e que as 500 mil vagas foram abertas e deverão ser preenchidas até 2020.
“Reduzimos o desmatamento da Amazônia depois de dois anos de crescimento contínuo na devastação”
Michel Temer, presidente da República, em artigo publicado na Folha de S.Paulo no dia 15 de maio de 2018
O desmatamento da Amazônia Legal foi reduzido em 12% entre 2016 e 2017, de acordo com dados do Prodes, projeto do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que reúne informações sobre o assunto. Foram 6.947 km² de área devastada em 2017 – 946 km² a menos do que os 7.893 km² de 2016.
Em 2015, o desmatamento da Amazônia cresceu 24% e, em 2016, 27%. O monitoramento é feito com o apoio de imagens de satélite.
(Plínio Lopes, especial para a Lupa, sob supervisão de Clara Becker e Natália Leal)
| null | [''] | [] | ['ARTIGO', 'BALANÇO', 'FOLHA', 'FOLHA DE S.PAULO', 'MDB', 'MICHEL TEMER', 'PRESIDÊNCIA', 'PRESIDENTE'] | 2021-05-14 | ['VERDADEIRO, MAS', 'VERDADEIRO', 'FALSO', 'EXAGERADO', 'EXAGERADO', 'VERDADEIRO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2018/05/17/verificamos-carmen-dodge-gleisi/ | lupa | #Verificamos: Dodge e Cármen Lúcia não pediram prisão imediata de Gleisi | null | 2018-05-17 | Circula no Facebook a informação de que Raquel Dodge, procuradora-geral da República, e Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), teriam pedido a prisão imediata da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). A informação é falsa. Uma das páginas que compartilhou o link é do senador Magno Malta (PR-ES). Confira a verificação abaixo:
“Cármen Lúcia e Raquel Dogde acabam de pedir prisão emediata (sic) de Gleisi Hoffmann!”
Texto publicado no site Saúde, Vida e Família, com mais de 4 mil interações no Facebook às 13h45 do dia 17 de maio de 2018
Trata-se de um “clickbait”, título chamativo utilizado para trazer cliques para um site. O texto publicado no link não tem qualquer relação com a chamada.
O texto em si é uma cópia de reportagem que foi publicada no site O Antagonista em novembro do ano passado, relatando um fato verdadeiro: Raquel Dodge defendeu a condenação da senadora Gleisi Hoffmann (PT) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em denúncia apresentada pela própria Procuradoria-Geral da República (PGR). Não há, no entanto, qualquer menção a pedido de prisão imediata.
Em nota, a PGR confirmou a falsidade da informação que ganhou força nas redes nesta quinta-feira (17): “a informação não procede. Não saiu nenhum documento hoje (17/5), da PGR, pedindo a prisão imediata da senadora Gleisi Hoffman. Trata-se de fake news”. Já o STF informou o seguinte: até o momento, “não temos informação de nenhuma decisão nesse sentido”.
A PGR, chefiada atualmente por Dodge, apresentou duas denúncias contra Gleisi. A primeira, de 2016 (ainda durante a gestão de Rodrigo Janot), foi aceita pelo STF. A senadora é acusada de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
A segunda foi apresentada em abril e ainda não foi aceita pelo tribunal.
Por fim, vale destacar que Cármen Lúcia não é responsável por “pedir a prisão” de Gleisi. O STF, tribunal presidido por ela, tem o papel de decretar ou negar a prisão de alguém, e não de pedir.
*Nota: conteúdo semelhante foi replicado pelos sites PeloAmordeDeus.com e PensaBrasil.com. Esta checagem faz parte do projeto de verificação de notícias no Facebook.
*Dúvidas sobre o projeto? Entre em contato direto com o Facebook. | null | ['CHICO MARÉS'] | [] | ['#VERIFICAMOS', 'CARMEN LUCIA', 'FACEBOOK', 'GLEISI', 'GLEISI HOFFMANN', 'PGR', 'PT', 'RAQUEL DODGE', 'STF'] | 2021-05-14 | ['FALSO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2018/05/17/prefeitos-presidenciaveis/ | lupa | O que disseram os presidenciáveis diante da Frente de Prefeitos? | null | 2018-05-17 | Na semana passada, 11 pré-candidatos à Presidência da República discursaram na 73ª Reunião Geral da Frente Nacional de Prefeitos. No encontro, os gestores municipais pediram que o futuro presidente priorize saúde, educação, segurança e emprego e que a União dê mais apoio às cidades.
Cada pré-candidato falou por 25 minutos sobre o que seria o foco de uma eventual gestão sua no Palácio do Planalto. A Lupa checou falas de todos eles. Veja a seguir o resultado:
“Nosso país, com essa crise, já devolveu para a pobreza (…) 40 milhões [de pessoas]”
Pré-candidata da Rede, Marina Silva, em discurso feito no encontro da Frente Nacional de Prefeitos, no dia 8 de maio de 2018, em Niterói
O Banco Mundial informa que, no Brasil, entre os anos de 2004 e 2014, 39,7 milhões de pessoas deixaram a linha da pobreza estabelecida pela entidade e passaram a ter mais de US$ 5,5 por dia para viver. Em 2014, no entanto, 36,5 milhões de brasileiros ainda estavam abaixo desse patamar.
Em 2015, já durante a atual crise econômica, o total subiu. Passou para 39,9 milhões de pessoas. Mas, no Banco Mundial, não há dados posteriores a esse.
O Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (IETS) estima, por sua vez, que, em 2016, 9 milhões de pessoas foram empurradas para baixo da linha da pobreza no Brasil. Em sua pesquisa, o IETS usa o mesmo patamar de renda do Banco Mundial e dados do IBGE.
A frase de Marina aponta, portanto, para o caminho correto, mas ainda não há dados conclusivos sobre esse assunto.
Procurada, a presidenciável não retornou.
“Assistimos, dois anos atrás, a um déficit primário de R$ 180 bilhões e vimos, ano passado, cair para R$ 130 bilhões”
Pré-candidato do PDT, Ciro Gomes, em discurso feito no encontro da Frente Nacional de Prefeitos, no dia 8 de maio de 2018, em Niterói
O Ministério da Fazenda informa que, há dois anos, ou seja, em 2016, o déficit primário brasileiro foi de R$ 154,255 bilhões. Portanto, menor do que os R$ 180 bilhões citados por Ciro Gomes. Em 2017, ainda segundo o governo federal, o déficit primário foi de R$ 124,4 bilhões. Este número também é inferior ao mencionado por Ciro.
Procurado, o presidenciável não retornou.
“Na década de 1970, quando eu era prefeito [de Pindamonhangaba (SP)], o Brasil crescia 12% ao ano”
Pré-candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, em discurso feito no encontro da Frente Nacional de Prefeitos, no dia 8 de maio de 2018, em Niterói
Dados do Ipea mostram que, entre 1970 e 1973, o Brasil chegou a crescer uma média de 11,1% ao ano. Nessa época, no entanto, Alckmin ainda não tinha sido eleito prefeito. O tucano assumiu a gestão de Pindamonhangaba em 1977 e ficou no cargo até 1982. Nesse período, o Brasil cresceu, em média, 3,6% ao ano – bem longe dos 12% citados por Alckmin.
Procurado, o presidenciável não retornou.
“[No Brasil,] tínhamos uma dívida pública, em 2008, de R$ 1,5 trilhão. Hoje, temos, em janeiro, (…) R$ 4,9 trilhões”
Pré-candidato do Podemos, Alvaro Dias, em discurso feito no encontro da Frente Nacional de Prefeitos, no dia 8 de maio de 2018, em Niterói
Segundo o Banco Central, os valores citados por Dias estão corretos. Nominalmente, o crescimento foi de 210,5% em 10 anos. Mas, para citar a alta da dívida, o mais adequado é observar a relação entre ela e o PIB do país.
Em janeiro de 2008, o valor da dívida correspondia a 57,5% do PIB brasileiro. Em janeiro de 2018, os R$ 4,9 trilhões equivaliam a 74,5% do produto interno bruto. Essa diferença na proporção indica uma alta de 17 pontos percentuais. Ou seja: ela, de fato, aumentou, mas menos do que se conclui a partir dos valores nominais citados por Dias.
Em nota, o presidenciável manteve sua posição, afirmando que sua frase está “estritamente correta”.
“A previsão é de que com R$ 200 bilhões [se] consiga universalizar o saneamento no Brasil”
Pré-candidato do DEM, Rodrigo Maia, em discurso no encontro da Frente Nacional de Prefeitos, no dia 8 de maio de 2018, em Niterói
O Instituto Trata Brasil, organização formada por empresas ligadas ao saneamento básico e à preservação dos recursos hídricos do país, aponta que seriam necessários R$ 508 bilhões para universalizar o acesso aos quatro serviços de saneamento – água, esgoto, resíduos e drenagem – num período de 20 anos. A instituição também diz que, para universalizar só os serviços de água e esgoto, seria preciso um investimento de R$ 303 bilhões no mesmo período. Ou seja, em ambos os casos, o valor é maior do que o apontado por Rodrigo Maia.
Esses totais também constam no Plano Nacional de Saneamento Básico do Ministério das Cidades, apresentado em 2013. O estudo é o mais recente divulgado pelo governo federal sobre o assunto.
Procurado, Rodrigo Maia afirmou que “a informação foi recebida de economistas da área de infraestrutura”, mas não soube especificar de que órgão se tratava exatamente.
“Nós temos 760 mil presos [no Brasil]”
Pré-candidata do PCdoB, Manuela D’Ávila, em discurso no encontro da Frente Nacional de Prefeitos, em 8 de maio de 2018, em Niterói
Segundo o sistema Geopresídios, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o número total de presos no Brasil é menor do que o citado por Manuela: chegou a 682.502 em 15 de maio de 2018. Esse dado inclui presos em regimes fechado, semiaberto e aberto, os detidos de modo provisório e também os que cumprem prisão domiciliar.
Já o World Prison Brief, ranking internacional de população carcerária, estimava a população de presos no país em 675.680 em abril de 2018. Segundo o ranking, o Brasil tem a terceira maior população carcerária do mundo, em números absolutos.
Procurada, a assessoria de Manuela afirmou que a pré-candidata se baseou nos dados mais recentes do Levantamento Nacional de Informações Penitenciária (Infopen), divulgado pelo Ministério da Justiça em dezembro de 2017, e fez uma projeção, levando em conta uma “tendência de crescimento”. De acordo com o Infopen, em 2016, o país tinha 726.712 presos.
“Desde que foi feito o Super Simples [em 2007] até 2017, as micro e pequenas empresas geraram 11,09 milhões [de] novos empregos”
Pré-candidato do PSD, Guilherme Afif, em discurso no encontro da Frente Nacional de Prefeitos, no dia 8 de maio de 2018, em Niterói
Segundo levantamento do Sebrae, feito com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), as micro e pequenas empresas geraram 11,2 milhões de empregos entre 2007, ano em que o Super Simples entrou em vigor, e março de 2018. Pelo mesmo levantamento, nesse período, empresas grandes e médias fecharam 1,2 milhão de vagas.
“O Brasil está em 60º lugar nessa avaliação geral do Pisa”
Pré-candidato do SD, Aldo Rebelo, em discurso no encontro da Frente Nacional de Prefeitos, em 8 de maio de 2018, em Niterói
No último levantamento do Pisa (Programa Internacional de Avaliação dos Estudantes, na sigla em inglês), divulgado em 2015, o Brasil ficou entre os piores colocados na relação com 72 países e economias pesquisados: 63º lugar em ciência, 59º lugar em leitura e 65º lugar em matemática. Não existe um ranking único do levantamento, como Rebelo cita. E, em duas das três avaliações, o desempenho dos alunos brasileiros é pior do que o mencionado pelo pré-candidato.
O Pisa é uma avaliação comparada dos estudantes na faixa etária de 15 anos, idade na qual se encerra a educação básica na maioria dos países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD), que organiza o estudo. O levantamento é feito por amostragem e são aplicadas provas em três áreas: ciências, leitura e matemática. A avaliação é feita a cada três anos desde 2000. A cada ano, o estudo prioriza uma das áreas de conhecimento pesquisadas, mas aplica provas também para as outras duas.
Em 2015, o foco da avaliação foi ciências, e o desempenho dos alunos brasileiros ficou em 401 pontos, enquanto a média dos países da OECD foi de 493 pontos. Em leitura, os brasileiros alcançaram 407 pontos (a média da OECD foi de 493 pontos), e em matemática, 377 pontos (a média da OECD foi de 490 pontos). No Brasil, o estudo é coordenado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais Anísio Teixeira (Inep)
Procurado, Rebelo não retornou.
“Entre 2009 e 2015, o déficit habitacional brasileiro não se reduziu”
Pré-candidato do PSOL, Guilherme Boulos, em discurso na Frente Nacional de Prefeitos
Entre 2009 e 2015, o déficit habitacional do Brasil realmente não se reduziu – pelo contrário, cresceu, em números absolutos. Em 2009, 5,9 milhões de famílias não tinham uma habitação adequada. Esse número cresceu para 6,4 milhões em 2015. Os dados são da Fundação João Pinheiro, mantida pelo governo de Minas Gerais.
Entretanto, houve uma mudança significativa no perfil desse déficit. Em 2009, habitações inadequadas e coabitações familiares eram responsáveis por 62% do déficit, enquanto o aluguel excessivamente oneroso era a causa de 31,3%. Em 2015, o custo do aluguel foi o maior vilão: 50%. As duas causas mais relevantes anteriormente caíram para 44,7% somadas no último levantamento.
Além disso, se considerarmos dados relativos (o tamanho do déficit em relação ao número total de famílias no país), houve uma redução no período: de 9,9% para 9,3%.
Procurado, Boulos disse, através de sua assessoria, que a frase deveria ser classificada como integralmente verdadeira “porque, em números absolutos, o déficit não se reduziu”. A assessoria do candidato pontuou também que cita “a pressão do aluguel” como um dos problemas quando fala mais detalhadamente sobre o assunto.
“Mais de 80% dos eleitores brasileiros não sabem ainda, espontaneamente, quando perguntados, em quem votar”
Pré-candidato do PSC, Paulo Rabello de Castro, em discurso no encontro da Frente Nacional de Prefeitos, em 8 de maio de 2018, em Niterói
Nas pesquisas nacionais mais recentes, o número de eleitores que não sabem em quem votar ou preferiram não responder é bem mais baixo do que o citado por Rabello. Segundo a CNT/MDA, publicada na última segunda-feira (14), 39,6% dos eleitores estavam nessa situação. No levantamento do instituto Datafolha publicado em abril, esse índice foi de 46%.
Mesmo somando os que se disseram indecisos com os que declararam voto em branco ou nulo, esse número não chega a 80%. Fica em 60,1% na CNT e 65% no Datafolha. As duas pesquisas são as únicas divulgadas até agora que fazem o levantamento espontâneo, ou seja, aquele no qual não são nomeados candidatos para escolha do eleitor.
Procurado, Rabello de Castro disse: “foi uma estimativa pessoal baseada no resultado da última [pesquisa] CNT e na minha experiência profissional com pesquisas e sondagens.”
“Mais de 2 milhões de empregos foram criados de 2016 até agora”
Pré-candidato do MDB, Henrique Meirelles, em discurso no encontro da Frente Nacional de Prefeitos, em 8 de maio de 2018, em Niterói
Meirelles não especifica se fala do início de sua gestão no Ministério da Fazenda, em maio de 2016, ou do início ou fim daquele ano. Mas, sob nenhuma dessas óticas, o número é verdadeiro, considerando as estatísticas mais recentes de emprego.
O total de pessoas empregadas hoje e no primeiro trimestre de 2016, imediatamente anterior à posse de Temer e Meirelles, era o mesmo, segundo o IBGE: 90,6 milhões. A diferença é que, como a força de trabalho cresceu nesse período de dois anos, o número atual de desempregados é maior: 11,1 milhões contra 13,6 milhões.
Já o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostra uma redução no número de vagas entre maio de 2016 e março de 2018: 733 mil. Essa discrepância nos números acontece porque o IBGE estima esse dado por pesquisa em domicílio, enquanto o Caged considera registros de admissões e demissões no Ministério do Trabalho – ou seja, trabalha apenas com vagas formalizadas, enquanto o IBGE considera também o mercado informal.
Se considerarmos o início de 2016, houve redução no número de vagas tanto pelo IBGE (1,6 milhão) quanto pelo Caged (1,1 milhão). Já se considerarmos o final de 2016, houve ligeiro crescimento: 400 mil pelo IBGE, 200 mil pelo Caged.
Meirelles, através de sua assessoria, disse que se referia ao saldo entre o último trimestre de 2016 e de 2017, que foi de 1,8 milhão positivos, segundo o IBGE. A informação está correta, mas não se trata do dado mais atualizado disponível.
*Parte desta reportagem foi publicada na versão impressa do jornal Folha de S.Paulo no dia 17 de maio de 2018. | null | ['CHICO MARÉS', 'NATHÁLIA AFONSO'] | [] | ['ALDO REBELO', 'ALVARO DIAS', 'CIRO GOMES', 'DEM', 'ECONOMIA', 'EMPREGOS', 'FRENTE NACIONAL DE PREFEITOS', 'GERALDO ALCKMIN', 'GUILHERME AFIF', 'GUILHERME BOULOS', 'HENRIQUE MEIRELLES', "MANUELA D'AVILA", 'MARINA SILVA', 'PAULO RABELLO DE CASTRO', 'PC DO B', 'PDT', 'PODEMOS', 'PRESIDENCIÁVEIS', 'PRESÍDIOS', 'PSC', 'PSD', 'PSDB', 'PSOL', 'REDE', 'RODRIGO MAIA', 'SANEAMENTO', 'SD', 'SEGURANÇA PÚBLICA'] | 2021-05-14 | ['AINDA É CEDO PARA DIZER', 'EXAGERADO', 'EXAGERADO', 'VERDADEIRO, MAS', 'EXAGERADO', 'EXAGERADO', 'VERDADEIRO', 'EXAGERADO', 'VERDADEIRO, MAS', 'EXAGERADO', 'EXAGERADO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2018/05/16/verificamos-marina-carta/ | lupa | #Verificamos: Marina não assinou carta ‘em prol do casamento homossexual’ | null | 2018-05-16 | Circula na internet nesta quarta-feira (16) uma postagem que afirma que a pré-candidata à presidência Marina Silva (Rede) assinou um termo de compromisso com a Aliança Nacional LGBT para apoiar essa causa. A análise da Lupa aconteceu quando a mensagem já tinha mais de 8 mil interações no Facebook. Confira o resultado:
“Marina assina carta em prol do casamento homossexual”
Título de postagem feita no site Segundo Evangelho, que já tinha 8,8 mil interações no Facebook até as 16h55 do dia 16 de maio de 2018
Em nota divulgada às 17h desta quarta-feira (16) (aqui e aqui), a assessoria de imprensa de Marina Silva informou que, no dia 8 de maio, a pré-candidata recebeu uma carta de intenções de comprometimento escrita pela Aliança Nacional LGBT – grupo que reúne lideranças dessa comunidade. Mas destacou que a pré-candidata não firmou nenhum documento, nem se posicionou publicamente a favor do casamento homossexual por conta desse texto.
A nota ressalta, ainda, que o programa de governo que Marina usará na campanha presidencial deste ano está em fase inicial de elaboração e que todas as sugestões recebidas serão analisadas antes de serem somadas a ele.
A Aliança Nacional LGBT também confirma que a candidata recebeu a carta e que prometeu analisá-la, mas que ainda não assinou nenhum documento.
Vale lembrar que, nas eleições de 2014, a campanha de Marina viveu uma polêmica semelhante. Após sofrer pressão de frentes evangélicas, a então candidata ao Planalto retirou de seu programa trechos de propostas que favoreciam a comunidade LGBT.
Inicialmente, o programa dela falava em “apoiar propostas de defesa ao casamento igualitário” e apoiava o PLC 122/06, que pretende classificar a homofobia como crime, aos moldes do que ocorre com racismo e xenofobia.
Após fortes críticas, o primeiro trecho do texto foi reduzido para o seguinte: “garantir os direitos oriundos da união civil entre pessoas do mesmo sexo”. Já o segundo trecho, sobre homofobia, foi alterado para: “normatizar e especificar o conceito de homofobia no âmbito da administração pública e criar mecanismos para aferir os crimes de natureza homofóbica”.
À época, em entrevista concedida ao blog do Estadão pouco depois do ocorrido, Marina argumentou que tinha havido um “erro” na publicação do texto inicial e que a contribuição de militantes LGBT não havia sido discutida com o resto da campanha.
A assessoria de Marina afirma que o programa da última eleição foi alterado por coerência política e que não houve pressão da frente evangélica. Os dois itens foram modificados porque não coadunavam com a proposta de governo defendida pela candidata naquele ano.
*Nota: esta checagem faz parte do projeto de verificação de notícias no Facebook.
*Dúvidas sobre o projeto? Entre em contato direto com o Facebook. | null | ['CLARA BECKER'] | [] | ['#VERIFICAMOS', 'CASAMENTO HOMOSSEXUAL', 'FACEBOOK', 'MARINA SILVA', 'REDE', 'VERIFICAÇÃO DE NOTÍCIAS'] | 2021-05-14 | ['FALSO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2018/05/16/verificamos-doc-inocencia-lula/ | lupa | #Verificamos: decisão de tribunal do DF não ‘prova inocência de Lula’ | null | 2018-05-16 | Nesta quarta-feira (16), 41 dias depois da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, voltou a ganhar força nas redes sociais uma postagem indicando que o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) havia produzido um documento oficial provando a inocência de Lula. A Lupa analisou o caso. Confira o resultado a seguir:
“Tribunal divulga documento que prova inocência de Lula”
Título de post feito pelo site ReconVale Notícias e que, até as 18h30 do dia 15 de maio, já tinha tido 268 interações no Facebook
No corpo da “notícia”, analisada pela Lupa, o ReconVale informa que “o termo de penhora do famoso ‘triplex do Guarujá'”, assinado pela juíza Luciana Oliveira em dezembro do ano passado, prova, “de forma cabal”, a inocência do ex-presidente Lula. O documento, segundo a página, atesta que o imóvel nunca foi do ex-presidente e que, na verdade, pertence à construtora OAS.
A decisão judicial citada na “notícia” realmente existe. A juíza Luciana Corrêa Tôrres de Oliveira, da 2ª Vara de Execuções de Títulos Extrajudiciais do Distrito Federal (que não faz parte da Justiça Federal), determinou que o apartamento 164-A do Condomínio Solaris, em Guarujá (SP), fosse penhorado para o pagamento de dívidas da OAS Empreendimentos com uma outra empresa. Trata-se do mesmo apartamento atribuído ao ex-presidente e que gerou sua condenação.
No entanto, em janeiro deste ano, Luciana afirmou em nota que sua ordem de penhora ‘não emitiu qualquer juízo de valor a respeito da propriedade’ do imóvel. Sua decisão, destacou, não contradiz a sentença do juiz Sérgio Moro.
No processo que levou à condenação de Lula, Moro afirma que a titularidade formal do imóvel é da OAS Empreendimentos, mas ressalta que, apesar disso, o triplex foi “atribuído de fato” ao ex-presidente (parágrafo 898 da sentença). “Na resolução desta questão, não é suficiente um exame meramente formal da titularidade ou da transferência da propriedade. (…) Embora não haja dúvida de que o registro da matrícula do imóvel (…) aponte que o imóvel permanece registrado em nome da OAS Empreendimentos S/A (…) isso não é suficiente para a solução do caso”, diz a sentença, entre os parágrafos 304 e 306.
O Ministério Público Federal (MPF) também falou sobre a titularidade formal do imóvel, ao dizer que, de fato, o registro sempre esteve no nome da empreiteira. Mas, assim como o juiz Moro, o MPF considera que esse fato não é suficiente para afirmar que o imóvel não era de Lula. “Léo Pinheiro, Paulo Gordilho, Fábio Yonamime e Roberto Moreira agiram para que não só a propriedade de fato do tríplex continuasse oculta (dissimulando o registro da propriedade, mantendo-o no nome da incorporadora), como também para que reformas e decoração fossem realizadas e custeadas pela OAS Empreendimentos, permitindo que Lula e Marisa Letícia recebessem tais vantagens de forma encoberta”, diz a denúncia, no parágrafo 195.
Em suma, em momento algum os acusadores e os juízes Moro e Luciana deixaram de reconhecer que, nominalmente, o apartamento era da OAS Empreendimentos. Ainda vale ressaltar que, judicialmente, um mesmo bem – neste caso, o triplex – pode ser alvo de diversos processos, sem que um se sobreponha ao outro. Logo, a decisão da juíza de Brasília não afeta ou contradiz a sentença de Moro.
*Nota: esta checagem faz parte do projeto de verificação de notícias no Facebook.
*Dúvidas sobre o projeto? Entre em contato direto com o Facebook. | null | ['CRISTINA TARDÁGUILA'] | [] | ['#VERIFICAMOS', 'FACEBOOK', 'JUSTIÇA', 'LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA', 'LULA', 'TJDFT', 'VERIFICAÇÃO DE NOTÍCIAS'] | 2021-05-14 | ['FALSO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2018/05/15/verificamos-surto-gripe-vacina/ | lupa | #Verificamos: vacina contra gripe não causa ‘surto mortal’ nos EUA | null | 2018-05-15 | Diante da proximidade do inverno, das temperaturas mais baixas e da maior chance de transmissão do vírus da gripe, disseminadores de notícias falsas buscam desinformar ou gerar pânico na população. Mensagem com mais de 250 mil interações no Facebook fala de uma falsa epidemia causada pela vacina da gripe. A Lupa verificou. Confira abaixo:
“Médico quebra o silêncio: ‘A vacina contra a gripe é o que está causando um surto mortal de gripe’”
Título de postagem no site Sempre Questione, com mais de 257 mil interações no Facebook até as 12h do dia 15 de maio de 2018
A postagem do Sempre Questione, analisada pela Lupa, traz o mesmo texto do YourNewsWire.com – só que em versão traduzida para o português. E seu conteúdo é igualmente falso.
O CDC americano, na verdade, estimula fortemente os americanos a tomarem a vacina contra a gripe todos os anos e garantem que o remédio é seguro para a enorme maioria da população. De acordo com o órgão, só não devem tomar a vacina crianças com menos de 6 meses de vida e pessoas com alergias severas aos ingredientes da vacina.
O Brasil, por sua vez, está desde o dia 23 de abril com a campanha de vacinação contra a gripe aberta. Ela vai até o dia 1º de junho. O Ministério da Saúde informa que a vacina “é segura e salva vidas”, acrescentando que “estudos demonstram que a vacinação pode reduzir entre 32% e 45% o número de hospitalizações por pneumonias, de 39% a 75% a mortalidade global e em, aproximadamente, 50% nas doenças relacionadas à influenza”.
*Nota: esta checagem faz parte do projeto de verificação de notícias no Facebook. O conteúdo considerado falso também foi publicado pelo site SegundoEvangelho.com.
*Dúvidas sobre o projeto? Entre em contato direto com o Facebook.
“Direção do Hospital das Clínicas de São Paulo está preocupada com a nova gripe que vai adoecer muita gente”
Audio publicado em grupos de WhatsApp
Segundo a pasta, os vírus de gripe que atualmente circulam no Brasil são o influenza A/H1N1pdm09, A/H3N2 e influenza B. A vacina contra a gripe, cuja campanha começou no dia 23 de abril e seguirá até o dia 1 de junho, protege contra esses três tipos de vírus.
O órgão esclarece ainda que a influenza é uma doença sazonal e que não há expectativa de que esse ano seja pior do que os anteriores em número de casos. Em todo o ano de 2017, foram registrados 2.691 casos e 498 óbitos por influenza. Em 2018, até 21 de abril, haviam sido 566 casos de influenza em todo o país, com 90 óbitos.
A transmissão dos vírus influenza acontece por meio do contato com secreções das vias respiratórias, eliminadas pela pessoa contaminada ao falar, tossir ou espirrar e também ocorre por meio das mãos e objetos contaminados, quando entram em contato com mucosas (boca, olhos e nariz).
O Ministério da Saúde orienta a adoção de cuidados simples como medida de prevenção como: lavar as mãos várias vezes ao dia; cobrir o nariz e a boca com lenço descartável ao tossir ou espirrar; não compartilhar objetos de uso pessoal e evitar locais com aglomeração de pessoas.
| null | ['CRISTINA TARDÁGUILA'] | [] | ['#VERIFICAMOS', 'FACEBOOK', 'GRIPE', 'MINISTÉRIO DA SAÚDE', 'VERIFICAÇÃO DE NOTÍCIAS'] | 2021-05-14 | ['FALSO', 'FALSO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2018/05/10/temer-desemprego/ | lupa | Temer acertou ao dizer que desemprego subiu porque mais gente busca emprego? | null | 2018-05-10 | Desemprego, déficit e PIB têm sido assuntos recorrentes nas falas do presidente Michel Temer (MDB). Na última sexta-feira (4), em palestra na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), em São Paulo, ele mencionou que a alta na taxa de desemprego neste ano está relacionada ao fato de que mais pessoas estão buscando emprego. Mas… será? A Lupa checou essa e outras afirmações que Temer fez também em entrevistas à CBN, ao programa Poder em Foco, do SBT e em um evento do MDB. Veja abaixo o resultado:
“Sabe por que [o desemprego] aumentou? (…) Quando a economia melhora, as pessoas que estavam desalentadas (…) começam a buscar emprego”
Michel Temer, presidente da República, em entrevista à Rádio CBN, no dia 7 de maio de 2018
Pela metodologia do IBGE, uma pessoa só é considerada desocupada quando está ativamente em busca de emprego. Se ela deixa de procurar emprego, deixa de ser considerada parte da força de trabalho – e se torna “desalentada”. Então, é possível que o número de desempregados aumente porque mais pessoas passaram a procurar emprego.
Mas não é isso que acontece hoje no Brasil. Se houvesse um fluxo de desalentados buscando emprego, logicamente a força de trabalho cresceria. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal (Pnadc/M), esse número oscilou negativamente entre o último trimestre do ano passado e o primeiro desse ano: de 104,4 milhões para 104,2 milhões.
Como a força de trabalho ficou relativamente estável e o número de desocupados aumentou (de 12,3 milhões para 13,7 milhões), logicamente, o número de pessoas ocupadas no Brasil caiu: de 92,1 milhões para 90,6 milhões.
Procurada, a Presidência da República disse que não comentaria esta checagem.
“Quando assumimos, [o desemprego] estava em 14,5 milhões”
Michel Temer, presidente da República, em palestra na faculdade de Relações Internacionais da ESPM, em São Paulo, no dia 04 de maio de 2018
Temer assumiu a presidência, ainda de forma interina, no dia 12 de maio de 2016. No trimestre imediatamente anterior, composto por fevereiro, março e abril daquele ano, o número de desempregados era de 11,4 milhões, segundo a Pnadc/M. Esse número só ultrapassou a marca dos 14 milhões – citada pelo presidente – no primeiro trimestre de 2017, já na gestão Temer.
Procurada, a Presidência da República disse que não comentaria esta checagem.
“Quando apanhamos o governo, num primeiro momento, o déficit era de R$279 bilhões. No ano seguinte [2017], R$159 bilhões. (…) Ou seja: está diminuindo”
Michel Temer, presidente da República, em palestra na faculdade de Relações Internacionais da ESPM, em São Paulo, no dia 04 de maio de 2018
De fato, o déficit primário no Brasil diminuiu de 2016 para 2017. Os números citados por Temer, porém, estão equivocados. Ao assumir o governo federal em maio de 2016, o déficit acumulado nos 12 meses anteriores era de R$ 139 bilhões (considerando abril, o mês imediatamente anterior). No final de 2016, o déficit atingiu R$ 161,3 bilhões. No ano passado, o governo fechou o ano com um déficit primário de R$ 124,2 bilhões. Os dados são do Tesouro Nacional.
Procurada, a Presidência da República disse que não comentaria esta checagem.
Anulação da checagem: A Lupa se equivocou ao publicar a checagem. Ouvimos especialistas da PUC e do Ibmec e eles divergiram na interpretação da frase analisada. Logo não é possível afirmar que ela é verdadeira como foi feito originalmente neste post.
(“Precisamos lembrar que, no ano passado, [a variação do] o PIB era de 3,6% negativo. No ano próximo, foi 1,1% positivo, significando 4,7 [pontos percentuais] de desenvolvimento”
Michel Temer, presidente da República, em entrevista à Rádio CBN, no dia 7 de maio de 2018.
Segundo o IBGE, a variação do PIB em 2016 foi de -3,5% e em 2017, de 1% positivo.
Atualização das 17h55 de 10/5/2018: De fato, a diferença entre esses dois números é de 4,7. Mas esses números não indicam um crescimento de 4,7% do PIB. Trata-se apenas da diferença entre os valores de 2016 e 2017.)
(*Elisângela Mendonça, especial para a Lupa, sob supervisão de Natália Leal)
| null | ['CHICO MARÉS', 'ELISÂNGELA MENDONÇA'] | [] | ['CHECAGEM', 'DÉFICIT', 'DESEMPREGO', 'ECONOMIA', 'MDB', 'MICHEL TEMER', 'PIB', 'PRESIDÊNCIA', 'PRESIDENTE'] | 2021-05-14 | ['FALSO', 'FALSO', 'EXAGERADO', 'VERDADEIRO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2018/05/09/roda-viva-boulos/ | lupa | No Roda Viva, Boulos diz que Temer aumentou o déficit do Brasil. Será? | null | 2018-05-09 | Guilherme Boulos (PSOL) foi sabatinado** pelo Roda Viva, da TV Cultura na última segunda-feira (7). Durante a entrevista de cerca de uma hora e meia, o pré-candidato, que também é presidente do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), citou dados sobre a economia do país, o sistema bancário, segurança pública e questões raciais. A Lupa checou algumas de suas declarações. Confira abaixo:
“Temer entrou dizendo que ia resolver o déficit e, a cada ano, temos um déficit maior”
Guilherme Boulos, pré-candidato à presidência da República pelo PSOL, em entrevista ao Roda Viva, na TV Cultura, dia 7 de maio de 2018
O déficit primário continua alto, mas caiu desde que Michel Temer assumiu a Presidência da República. Em 2016, o resultado primário fechou em R$ 161,3 bilhões negativos, o pior desempenho anual da série histórica iniciada em 1997. Em 2017, o déficit ficou em R$ 124,4 bilhões. Os dados oficiais são do Tesouro Nacional.
Em nota, a assessoria de Boulos declarou que o déficit, em 2016, foi “o maior já registrado no Brasil”, mas reconheceu que houve uma redução em 2017 “após cortes brutais”. A assessoria do candidato disse ainda que, como 2018 ainda não acabou, “não é possível cravar que a informação esteja equivocada”.
“O Brasil tem o maior spread bancário do mundo, mais de 30%”
Guilherme Boulos, pré-candidato à presidência da República pelo PSOL, em entrevista ao Roda Viva, na TV Cultura, dia 7 de maio de 2018
A informação está quase certa. O spread bancário é a diferença entre quanto os bancos cobram, em juros, por seus empréstimos e quanto eles pagam a quem aplica neles. No Brasil, essa diferença é de 38,7%, de acordo com o Banco Mundial. Boulos tem razão. Mas não se trata do maior spread bancário do mundo, como ele afirmou. Mas sim do segundo maior. O Brasil fica atrás de Madagascar, onde a diferença é de 45%.
Nos 128 países com dados disponíveis e recentes na base de dados do banco, a média é de 6,7%. Quanto maior for o spread bancário, mais os bancos ganham.
Em nota, a assessoria de Boulos criticou a metodologia da checagem e a comparação feita pela Lupa.
“A média salarial dos negros e negras do Brasil ainda é praticamente metade da [média salarial] dos brancos”
Guilherme Boulos, pré-candidato à presidência da República pelo PSOL, em entrevista ao Roda Viva, na TV Cultura, dia 7 de maio de 2018
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (Pnadc/T), do IBGE, o rendimento médio dos negros (R$ 1.566) equivale a 56% do rendimento médio dos brancos (R$ 2.798). Os pardos ganham, em média, R$ 1.587 (56,7%). Os dados são do quarto trimestre de 2017.
“Mais de 30% dessa população carcerária [do Brasil] é de presos provisórios”
Guilherme Boulos, pré-candidato à presidência da República pelo PSOL, em entrevista ao Roda Viva, na TV Cultura, dia 7 de maio de 2018
Segundo o sistema Geopresídios, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Brasil tem 679,7 mil presos. Desses, 249,8 mil (ou 36,7%) são provisórios. Em seis estados (Alagoas, Amazonas, Ceará, Piauí, Bahia e Sergipe), o número de provisórios supera o de condenados.
*Esta reportagem foi publicada no site Metrópoles no dia 9 de maio de 2018.
**Correção às 8h13 do dia 9 de maio de 2018: Boulos foi o segundo presidenciável a ser entrevistado pelo Roda Viva – não o primeiro, como informado originalmente. | null | ['CHICO MARÉS'] | [] | ['ELEIÇÕES 2018', 'ENTREVISTA', 'GUILHERME BOULOS', 'PRESIDÊNCIA', 'PRESIDENCIÁVEL', 'PSOL', 'RODA VIVA'] | 2021-05-14 | ['FALSO', 'EXAGERADO', 'VERDADEIRO', 'VERDADEIRO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2018/05/08/alvaro-dias-sabatina-folha/ | lupa | Na sabatina SBT/Folha/UOL, Dias erra ao falar sobre mercado de trabalho | null | 2018-05-08 | Na manhã da segunda-feira (7), o senador Alvaro Dias (Podemos-PR), pré-candidato à Presidência da República, foi sabatinado por SBT, Folha e UOL. A Lupa checou algumas das declarações do presidenciável. Confira abaixo o resultado:
“54% da população brasileira em idade de exercer qualquer atividade laboral não trabalha”
Alvaro Dias, senador pelo Paraná e pré-candidato à presidência pelo Podemos, em sabatina feita por SBT, Folha e UOL, em 7 de maio de 2018
Segundo a última edição da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal (Pnadc/M), do IBGE, referente ao primeiro trimestre de 2018, o que ocorre é exatamente o contrário. Na verdade, 53,6% dos brasileiros com mais de 14 anos – idade considerada pelo instituto como a adequada para exercer atividade laboral – trabalham. O Brasil tem, atualmente, 169,1 milhões de pessoas com mais de 14 anos. Delas, 90,6 milhões estão empregadas. Procurado, Dias não retornou.
“Proporcional ao número de votos, [a minha campanha em 2014] foi seguramente a mais barata do país”
Alvaro Dias, senador pelo Paraná e pré-candidato à presidência pelo Podemos, em sabatina feita por SBT, Folha e UOL, em 7 de maio de 2018
De acordo com dados do TSE, em 2014, Dias era filiado ao PSDB e gastou R$ 2,9 milhões para se eleger para o Senado. Ele obteve 4.101.848 votos, o que significa que gastou R$ 0,70 por voto. Três senadores eleitos junto com Dias tiveram campanhas proporcionalmente mais baratas. Reguffe (PDT-DF, hoje sem partido) pagou R$ 0,49. Lasier Martins (PDT-RS, hoje no PSD), R$ 0,40, e Romário (PSB-RJ, hoje no Podemos), R$ 0,25. Procurado, Alvaro Dias afirmou que “se [sua campanha] não foi a mais barata, foi uma das mais baratas”.
“Só restariam quatro [autoridades com foro privilegiado]: o presidente da República, do Supremo [Tribunal Federal] e os presidentes da Câmara e do Senado. O resto das autoridades seriam julgadas em 1ª instância, como todos os brasileiros”
Alvaro Dias, senador pelo Paraná e pré-candidato à presidência pelo Podemos, em sabatina feita por SBT, Folha e UOL, em 7 de maio de 2018
Dias falava da PEC 10/2013, de sua autoria, que busca limitar foro privilegiado e que hoje tramita na Câmara dos Deputados. Apesar de o texto realmente propor a extinção o foro especial de parlamentares, ministros, embaixadores, membros da Justiça e outras autoridades em caso de crimes comuns cometidos no exercício do mandato, a proposta mantém o foro especial para os crimes de responsabilidade. Entre eles, estão os de improbidade administrativa e mau uso do dinheiro público. Procurado, Dias não retornou.
“Eu devolvo R$ 5,5 mil do auxílio-moradia e mais R$ 15 mil da verba indenizatória – e mais R$ 33 mil da minha aposentadoria de ex-governador”
Alvaro Dias, senador pelo Paraná e pré-candidato à presidência pelo Podemos, em sabatina feita por SBT, Folha e UOL, em 7 de maio de 2018
Dias foi governador do Paraná entre 1987 e 1991 e, atualmente, não recebe a aposentadoria de R$ 30.471,11 mensais a que teria direito. Contudo, em outubro de 2010, chegou a solicitar o pagamento do benefício, bem como dos valores retroativos referentes a seu período como governador. O total somava R$ 1,6 milhão. Mas, em janeiro de 2011, Dias voltou atrás. Hoje não recebe a aposentadoria, nem o auxílio-moradia de R$ 5,5 mil e a verba indenizatória de R$ 15 mil, ambos benefícios a que os senadores têm direito.
“52 milhões de brasileiros vivem abaixo da linha da pobreza”
Alvaro Dias, senador pelo Paraná e pré-candidato à presidência pelo Podemos, em sabatina feita por SBT, Folha e UOL, em 7 de maio de 2018
Utilizando os critérios do Banco Mundial, o IBGE aponta que 25,4% dos brasileiros viviam em situação de pobreza em 2016. Segundo o Banco Mundial, o Brasil tinha 207.652.865 habitantes naquele ano, logo, 52.743.827,71 viviam abaixo da linha da pobreza. É considerado pobre quem tem renda domiciliar per capita de R$ 387,00 por mês. O IBGE afirma que o quadro mais crítico está entre os 7,4 milhões de domicílios que “têm mulheres pretas ou pardas sem cônjuge com filhos até 14 anos”.
*Esta reportagem foi publicada na edição impressa do jornal Folha de S.Paulo no dia 8 de maio de 2018.
| null | ['CHICO MARÉS', 'NATÁLIA LEAL', 'NATHÁLIA AFONSO'] | [] | ['ALVARO DIAS', 'FOLHA', 'FOLHA DE S.PAULO', 'PARANÁ', 'PODEMOS', 'PRESIDÊNCIA', 'SABATINA', 'SBT', 'SENADOR', 'UOL'] | 2021-05-14 | ['FALSO', 'EXAGERADO', 'EXAGERADO', 'VERDADEIRO', 'VERDADEIRO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2018/05/04/garotinho-erros-mandato/ | lupa | Garotinho prega ‘compromisso com a verdade’, mas erra ao falar de seu governo | null | 2018-05-04 | Esta publicação foi corrigida às 16h31 do dia 25 de maio de 2018. Veja abaixo.
Dezesseis anos depois de deixar o governo do Estado do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho está novamente em ritmo de campanha. Em sua página oficial no Facebook, publicou um vídeo no qual resgata supostas conquistas de seu governo (1999-2002). A Lupa checou algumas das informações do vídeo descrito pela frase: “Compromisso com a verdade”. Veja a seguir o resultado:
“Quem viabilizou a indústria automobilística do Estado? Governo Garotinho”
Anthony Garotinho, ex-governador e pré-candidato ao governo do RJ pelo PRP, em vídeo publicado no Facebook no dia 26 de abril de 2018
A fábrica de automóveis MAN SE (Volkswagen) foi inaugurada em 1996, em Resende, três anos antes de a gestão de Garotinho no estado começar. A informação consta no site da empresa e também em uma linha do tempo da história da indústria automobilística publicada pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos (Anfavea). Da mesma forma, a PSA (Peugeot Citroën) informa em sua página que chegou ao Brasil em 1997, antes, portanto, da gestão Garotinho.
Procurado, o ex-governador não retornou.
“Quem trouxe a Thyssen [Krupp] para a Zona Oeste do Rio de Janeiro? [O governo de Anthony Garotinho]”
Anthony Garotinho, ex-governador e pré-candidato ao governo do RJ pelo PRP, em vídeo publicado no Facebook no dia 26 de abril de 2018
De acordo com a própria empresa, a ThyssenKrupp se instalou no Rio de Janeiro em 1920, com a fundação da Companhia Thyssen do Brasil. A empresa considera que já atuava no país desde 1837, com o fornecimento de cilindros para cunhagem de moedas pela Krupp. As duas empresas – Thyssen e Krupp – se fundiram em 1999, dando origem à atual. Em 2006, no governo de Rosinha Garotinho, a companhia alemã lançou a pedra fundamental da Companhia Siderúrgica do Atlântico, no Distrito Industrial de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A planta, o maior investimento da ThyssenKrupp fora da Alemanha, entrou em operação em 2010. (em 1999, quando adquiriu a empresa brasileira Elevadores Sûr, com sede em Guaíba (RS). O grupo de origem alemã, líder mundial na produção de elevadores, lançou a pedra fundamental de sua fábrica no Rio de Janeiro em setembro de 2006, durante o governo de Rosinha Garotinho – não de seu marido.)
Procurado, o ex-governador não retornou.
“O legado econômico [do governo Anthony Garotinho]: saneei as finanças do Estado”
Anthony Garotinho, ex-governador e pré-candidato ao governo do RJ pelo PRP, em vídeo publicado no Facebook no dia 26 de abril de 2018
Em 1999, quando Garotinho assumiu o governo, o Balanço Orçamentário do Estado do Rio de Janeiro indicava um déficit de R$ 1.072.315.956,44. Quando ele deixou o cargo para concorrer à presidência, em 2002, o déficit era de R$ 1.192.054.656,34. Esse valor é menor do que o de 1999 corrigido pela inflação – R$ 1.385.156.844,98. Ou seja: quando Garotinho saiu do governo, o déficit era menor do que quando ele entrou, mas ainda existia.
Segundo o economista Gilberto Braga, do Ibmec, apesar de as análises orçamentárias de um governo estadual serem complexas, pode-se considerar o balanço das contas como um indicador do desempenho financeiro. O fato de o déficit ter diminuído mostra uma ligeira melhora nas contas do Estado, mas, de acordo com Braga, isso não significa que as finanças tenham sido saneadas, como o ex-governador fala.
Procurado, o ex-governador não retornou.
“[A indústria naval] Tinha 500 empregos [quando Garotinho assumiu o governo do RJ], hoje tem 70 mil”
Anthony Garotinho, ex-governador e pré-candidato ao governo do RJ pelo PRP, em vídeo publicado no Facebook no dia 26 de abril de 2018
De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria Naval (Sinaval), em 1999, quando Garotinho assumiu o governo do Rio de Janeiro, de fato, o setor respondia por apenas 500 empregos no estado. No entanto, quando ele deixou o Palácio da Guanabara, em 2002, menos de 10 mil postos de trabalho do RJ eram da indústria naval – número bem inferior ao mencionado por ele.
O crescimento no setor ocorreu a partir de 2006. O sindicato informa que, em 2012 – já no governo Sérgio Cabral -, o número de postos de trabalho chegou a 70 mil. Mas, com a crise, o setor voltou a demitir e, hoje, a indústria naval responde por cerca de 45 mil empregos no RJ.
Procurado, o ex-governador não retornou.
“Quem trouxe para o Rio de Janeiro o Polo Gás Químico? Quem tirou do papel e botou em Duque de Caxias? [O governo Anthony Garotinho]”
Anthony Garotinho, ex-governador e pré-candidato ao governo do RJ pelo PRP, em vídeo publicado no Facebook no dia 26 de abril de 2018
A pedra fundamental do Polo Gás Químico foi lançada em janeiro de 2000, nos primeiros anos do governo de Anthony Garotinho. O polo foi inaugurado em 2005, durante o governo de sua mulher, Rosinha Garotinho.
“Quem reabriu os estaleiros do Rio? Governo Garotinho”
Anthony Garotinho, ex-governador e pré-candidato ao governo do RJ pelo PRP, em vídeo publicado no Facebook no dia 26 de abril de 2018
Durante a gestão Garotinho, o governo ofereceu isenções fiscais para que seis estaleiros de grande porte no estado fossem reabertos. As empresas começaram a atender a novas demandas da Petrobras, que passou a adotar uma política de conteúdo local para a construção de plataformas e de outros equipamentos destinados à produção de petróleo.
“Quem trouxe o Comperj? Garotinho”
Anthony Garotinho, ex-governador e pré-candidato ao governo do RJ pelo PRP, em vídeo publicado no Facebook no dia 26 de abril de 2018
O Projeto do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) é um projeto do Governo Federal e não do governo estadual. O Governo do Estado teve sua participação na medida em que fez pressão para que ele acontecesse, apoiando a campanha “A Refinaria é nossa”, da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). Mas esse movimento foi criado em 2002, nos últimos dias do governo Garotinho.
Procurado, o ex-governador não retornou.
(Elisângela Mendonça, especial para a Lupa, sob supervisão de Natália Leal)
| null | ['ELISÂNGELA MENDONÇA'] | [] | ['ANTHONY GAROTINHO', 'ESTADO', 'GOVERNO', 'MANDATO', 'PRP', 'RIO DE JANEIRO'] | 2021-05-14 | ['FALSO', 'FALSO', 'EXAGERADO', 'EXAGERADO', 'VERDADEIRO', 'VERDADEIRO', 'EXAGERADO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2018/05/02/meirelles-pib-previdencia/ | lupa | Meirelles foca em dados econômicos, mas exagera sobre PIB e Previdência | null | 2018-05-02 | O ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles é um dos possíveis candidatos do MDB para a Presidência da República. O outro é o próprio presidente, Michel Temer. A definição só deve sair nas prévias do partido, ainda sem data marcada. Enquanto isso, Meirelles dá entrevistas em tom de campanha, sempre com foco na economia do país. E a Lupa conferiu afirmações ditas pelo presidenciável em algumas delas. Veja o resultado:
“Temos, hoje, a despesa de Previdência Social representando 57% do orçamento”
Henrique Meirelles, pré-candidato à presidência pelo MDB, em entrevista à rádio CBN no dia 24 de abril de 2018
A porcentagem do orçamento gasta com Previdência é bem menor do que a citado pelo ministro. Segundo o orçamento de 2018, a previsão de gastos com aposentadorias no regime geral e no regime próprio da União é de R$ 676,3 bilhões. O orçamento total é de R$ 3,5 trilhões para este ano. Ou seja, o gasto com previdência é de cerca de 19,29% do orçamento total do governo federal – e não de 57% como dito pelo ex-ministro.
Procurado, Meirelles disse que a soma de todas as despesas do governo com a Previdência atingiu 50,2% da despesa primária em 2016 e 53% em 2017. Mas, vale lembrar que despesa primária e orçamento são conceitos diferentes. A despesa primária compreende os gastos que o governo faz para oferecer os serviços públicos à sociedade, como os de pessoal, custeio e investimento, enquanto o orçamento é a previsão de todas as despesas e receitas do governo no ano.
“Fui chamado pelo ex-presidente Lula, em 2002. Foi uma administração com sucesso. Baixamos a inflação”
Henrique Meirelles, pré-candidato à presidência pelo MDB, em entrevista ao portal NSC Total no dia 25 de abril de 2018
Henrique Meirelles foi presidente do Banco Central durante os dois mandatos de Lula como presidente da República, ou seja, de 1º de janeiro de 2003 a 31 de dezembro de 2010. Nesse período, de fato a inflação caiu gradualmente – de 9,3% em 2003 até chegar a 3,14% em 2006. Mas, depois disso, o índice voltou a crescer. Em 2010, último ano de Meirelles à frente do BC e de Lula na presidência, a taxa acumulada no ano atingiu 5,91%, a mais alta desde 2004.
Procurado, Meirelles disse que a inflação média dos últimos quatro anos em que ele presidiu o Banco Central foi de 5,14%, enquanto a dos primeiros quatro anos ficou em 6,4%. O ex-ministro considerou que houve equilíbrio no período em que esteve no cargo. “Nos últimos quatro anos, a inflação ficou dois anos abaixo da meta e por igual período acima dela, tendo havido, portanto, um equilíbrio, o que era o objetivo do BC”, disse, em nota.
“Quando este governo [de Temer] assumiu, o PIB estava decrescendo, tinha caído mais de 5% durante um ano apenas”
Henrique Meirelles, pré-candidato à presidência pelo MDB, em entrevista ao portal NSC Total no dia 25 de abril de 2018
De fato, quando Temer assumiu a presidência da República, em maio de 2016, ainda como presidente em exercício, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro estava em queda, mas não tão acentuada como afirma o ex-ministro.
De acordo com o levantamento Contas Nacionais Trimestrais, divulgado pelo IBGE, o PIB brasileiro teve uma queda de 4,4% entre o 2º trimestre de 2015 e o primeiro trimestre de 2016, ou seja, nos 12 meses que antecederam o início do governo interino de Temer (veja na tabela “Acum. em 4 trimestres” do conjunto de dados do IBGE)
Se considerado o ano anterior ao início do governo definitivo do atual presidente – que começou em agosto de 2016 -, a queda do PIB foi de 4,6%, entre o 3º trimestre de 2015 e o 2º trimestre de 2016.
Procurado, Meirelles disse que os dados que comparam o 1º trimestre de 2016 com o mesmo período de 2015 indicam uma queda de 5,2%. E este é mesmo o único cenário em que se observa o número referido pelo ex-ministro. Mas, segundo o IBGE, isso não indica a retração em um ano corrido. Trata-se apenas da comparação do valor adicionado ao PIB em um trimestre específico com o valor do mesmo trimestre do ano anterior.
“A inflação é a mais baixa em 20 anos”
Henrique Meirelles, pré-candidato à presidência pelo MDB, em entrevista ao portal NSC Total no dia 25 de abril de 2018
Em 2017, a inflação acumulada ficou em 2,86%, segundo o IBGE. Esse é, de fato, o menor valor em 20 anos, de acordo com a série histórica do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), iniciada em 1994. Apenas em 1998 a taxa foi menor, chegando a 1,65%.
“A União apontou em 2017 um déficit de R$ 124 bilhões”
Henrique Meirelles, pré-candidato à presidência pelo MDB, em entrevista ao portal NSC Total no dia 25 de abril de 2018
De acordo com o relatório Resultado Mensal do Tesouro Nacional de dezembro de 2017, o déficit primário do governo federal chegou a R$ 124,4 bilhões no ano passado. O valor diminuiu com relação a 2016, quando a União fechou o ano com um déficit primário de R$ 161,3 bilhões. | null | ['CHICO MARÉS', 'NATÁLIA LEAL'] | [] | ['CANDIDATO', 'DÉFICIT', 'ECONOMIA', 'HENRIQUE MEIRELLES', 'INFLAÇÃO', 'MDB', 'PIB', 'PRESIDÊNCIA', 'PREVIDÊNCIA SOCIAL'] | 2021-05-14 | ['EXAGERADO', 'VERDADEIRO, MAS', 'EXAGERADO', 'VERDADEIRO', 'VERDADEIRO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2017/12/05/lula-pesquisas-eleitorais/ | lupa | Lula: ‘apareço com o dobro dos votos de todos os candidatos juntos’. Será? | null | 2017-12-05 | Na segunda-feira (4), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou em Vitória (ES) a terceira etapa da caravana Lula pelo Brasil. Nos últimos dias de novembro, deu uma entrevista à Agência EFE, falando sobre as eleições do ano que vem e as pesquisas de intenção de voto em que aparece liderando. A Lupa conferiu algumas frases ditas por ele nessa conversa. Veja abaixo o resultado das checagens:
“Em todas as pesquisas de opinião pública feitas, todos os meses, eu apareço com o dobro dos votos de todos os candidatos juntos”
Ex-presidente Lula em entrevista à Agência EFE no dia 24 de novembro de 2017
Em 2017, os institutos Ibope, Datafolha, DataPoder360, CNT/Sensus e CUT/Vox Populi fizeram diversas pesquisas de intenção de voto sobre para as eleições presidenciais do ano que vem. Juntos, eles analisaram 62 cenários: 51 por meio de perguntas estimuladas e 11 usando informações espontâneas. Em apenas dois desses cenários Lula aparece com o dobro da soma da intenção de voto dos demais candidatos juntos. Ambas foram pesquisas espontâneas feitas pela CUT/Vox Populi nos meses de junho e julho.
Procurado para comentar esta checagem, o ex-presidente reconheceu o exagero. Em nota, sua assessoria informou que a frase foi “só uma construção verbal equivocada” e que Lula pretendia “dizer que tem mais votos que todos os candidatos juntos”.
Mas essa frase também é exagerada. Em 62 cenários, apenas 14 mostram Lula nesta situação. São nove pesquisas estimuladas e quatro espontâneas feitas pela CUT/Vox Populi e uma pesquisa espontânea do Ibope. Nos outros 48 cenários, Lula tem menos votos do que a soma de seus adversários.
“O que as pesquisas mostram é que, se eu disputar com o Bolsonaro, eu ganho”
Ex-presidente Lula em entrevista à Agência EFE em 24 de novembro de 2017
Até agora, de acordo com os 51 cenários de primeiro turno analisados de forma estimulada pelos principais institutos de pesquisa do país, Lula tem razão. Ele aparece na frente de Bolsonaro em 46 levantamentos e está tecnicamente empatado com o deputado federal nos outros cinco. Três institutos – CNT/Sensus, Datafolha e CUT/Vox Populi – também pesquisaram cenários de segundo turno envolvendo Lula e Bolsonaro. São sete levantamentos, e o petista aparece na frente em todos.
“É importante lembrar que, quando eu deixei a Presidência da República, em 2010, eu tinha 80% de ‘bom e ótimo’ em São Paulo”
Ex-presidente Lula em entrevista à Agência EFE no dia 24 de novembro de 2017
Em novembro de 2010, o Datafolha entrevistou 11.281 pessoas para avaliar o governo do presidente Lula no final de seu mandato. Nessa pesquisa, 83% dos brasileiros responderam que o governo tinha sido “bom” ou “ótimo”. No caso de São Paulo, especificamente, 2.114 pessoas foram ouvidas e 77% classificaram o governo do petista como “bom” ou “ótimo” – total um pouco inferior ao citado por Lula. A margem de erro no levantamento é de dois pontos percentuais.
“O Moro reconheceu que não é meu o apartamento [triplex]”
Ex-presidente Lula em entrevista à Agência EFE em 24 de novembro de 2017
Ao fazer essa afirmação, Lula tirou de contexto trechos da sentença em que o juiz Sérgio Moro o condenou por corrupção ativa e lavagem de dinheiro, deixando de citar outras partes relevantes dela.
Moro escreveu que não tinha dúvidas de que “o imóvel permanecia registrado em nome da OAS Empreendimentos S/A, empresa do Grupo OAS”. Entretanto, pontuou que a acusação disse que o repasse do apartamento ao ex-presidente “teria ocorrido de maneira subreptícia (…) com o objetivo de ocultar e dissimular o ilícito”. Em outras palavras, não se discutia se a titularidade formal era ou não da OAS, mas, sim, se o dono de fato era ou não Lula.
Na conclusão, Moro escreveu sua avaliação sobre a propriedade do triplex: “O imóvel foi atribuído de fato ao ex-presidente desde a transferência do empreendimento imobiliário da BANCOOP para a OAS”.
A assessoria de imprensa do ex-presidente declarou, em nota, o seguinte: “O juiz diz, textualmente, que o imóvel é da OAS. Lula inclusive provou que esteve uma única vez no imóvel por poucas horas para avaliar sua compra, jamais tendo dormido nele. Isso está documentalmente provado.”
*Esta reportagem foi publicada na versão impressa do jornal Folha de S.Paulo no dia 5 de dezembro de 2017.
| null | ['CHICO MARÉS', 'NATHÁLIA AFONSO'] | [] | ['ELEIÇÕES 2018', 'LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA', 'LULA', 'PESQUISAS', 'PT'] | 2021-05-14 | ['EXAGERADO', 'VERDADEIRO', 'VERDADEIRO', 'EXAGERADO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2017/12/30/tse-promessas-rollemberg/ | lupa | Promessas no TSE: Rollemberg ampliaria recursos para cultura. Fez? | null | 2017-12-30 | Em 2014, quando era candidato ao cargo de governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB) registrou seu plano de governo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Agora, faltando pouco mais de um ano para o fim de seu mandato, a Lupa decidiu verificar se suas promessas realmente já saíram do papel. Veja o resultado abaixo:
“Ampliar os recursos para a cultura”
Rodrigo Rollemberg, governador do DF, na página 29 do plano de governo registrado no TSE em 2014
Tanto em termos proporcionais quanto em valores nominais, a gestão de Rodrigo Rollemberg reduziu a quantidade de recursos destinados à cultura no Distrito Federal, se comparada à gestão anterior. Enquanto a média de investimento anual em cultura durante o governo de Agnelo Queiroz ficava em 1,2% dos gastos, no governo Rollemberg, caiu para 0,5%.
Em valores reais (corrigidos pelo IPCA), o gasto médio com cultura no Distrito Federal foi de R$ 261,6 milhões por ano na gestão anterior para R$ 139 milhões na atual. Este levantamento foi feito com base nas prestações de contas do governo do Distrito Federal (para 2017, foi utilizado o valor empenhado até o dia 20 de dezembro, conforme consta no Portal da Transparência do DF).
Vale ressaltar, no entanto, que, em 2011, ao iniciar seu mandato, Agnelo Queiroz gastou 1,5% do total de gastos em cultura e que, ao longo de sua gestão, esse montante diminuiu, chegando a 0,9% em 2014.
Rollemberg, por sua vez, foi no sentido oposto. Em 2015, investia 0,4% dos gastos totais do DF na área cultural e investiu 0,7% em 2017.
Em nota, o governo do Distrito Federal declarou que optou por diminuir drasticamente os gastos em cachês elevados de artistas consagrados e priorizou “a realização de atividades culturais que dão vazão à produção brasiliense, por meio de chamamentos públicos”. Na nota, o governo disse ainda que ampliou a destinação de recursos ao Fundo de Apoio à Cultura.
“Promover a educação integral em jornada integral”
Rodrigo Rollemberg, governador do DF, na página 25 do plano de governo registrado no TSE em 2014
Segundo o Censo Escolar, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o número de crianças e adolescentes matriculados na rede pública do Distrito Federal em ensino integral caiu de 2015 para cá, depois da posse de Rollemberg.
Em 2014, último ano da gestão anterior, 30,1 mil alunos (de um total de 409,2 mil) estavam matriculados no ensino integral do DF. Eram 7,4% do total. Hoje, segundo os dados preliminares do Censo Escolar de 2017, são 24,6 mil alunos (de um total de 402,1 mil) – ou 6,1% do total.
Em nota, o governo do Distrito Federal declarou que possui 57.352 estudantes matriculados na rede pública, mas que parte deles não são contabilizados no Censo Escolar porque “estão matriculados em Centros de Educação da Primeira Infância (CEPIs), as creches conveniadas e escolas de natureza especial, como as escolas parque, não estão incluídos no sistema de registro que alimenta o Censo Escolar do Inep”. O governo diz, ainda, que eram 31 mil no fim da gestão anterior.
“Diminuir o déficit no quadro de pessoal do sistema público de educação”
Rodrigo Rollemberg, governador do DF, na página 25 do plano de governo registrado no TSE em 2014
O número de professores na rede distrital de ensino diminuiu na gestão de Rollemberg em comparação com a anterior, de Agnelo Queiroz. Foi de 19.990 em 2014 para 19.929 em 2016, numa pequena retração de 0,3%.
Vale ressaltar, por outro lado, que a quantidade de alunos por professor diminuiu 1,4% na rede pública do DF depois da posse de Rollemberg, o que indica uma melhora.
Segundo o Censo Escolar, realizado pelo Inep, em 2014 (último ano da gestão de Agnelo), a média era de 20,47 alunos por professor. Em 2016, último ano com dados completos do Censo Escolar já sob a atual administração, a relação aluno/professor ficou ligeiramente menor: 20,18.
Em nota, o governo do Distrito Federal declarou que, entre fevereiro de 2015 e outubro de 2017, os gastos com funcionalismo estavam acima do limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal e, portanto, contrataram apenas professores para suprir vacâncias, conforme determina a lei.
A assessoria ressaltou, ainda, que realizou concurso recentemente e que a nomeação de 600 professores deve ocorrer no início de 2016. Outros 10.569 professores podem ser nomeados segundo a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do ano que vem.
“Garantir (…) a substituição expressiva de servidores de cargos em comissão por servidores de carreira”
Rodrigo Rollemberg, governador do DF, na página 38 do plano de governo registrado no TSE em 2014
Em dezembro de 2014, no último mês da gestão Agnelo Queiroz (PT), o Distrito Federal tinha 17 mil comissionados. Esse grupo representava 11,9% do total de servidores da capital. Em março de 2015, já no terceiro mês da gestão Rollemberg, o número caiu para 13,7 mil ou 9,8% do total de funcionários. Em setembro de 2017, dado mais recente disponível, o número havia caído de novo. Eram 13,4 mil cargos em comissão ou 10,5% do total.
Mas a prometida substituição por efetivos não vem ocorrendo. O número de servidores efetivos atuando no governo do Distrito Federal também está em queda desde que Rollemberg assumiu.
Em setembro de 2014, ainda na gestão Queiroz, eram 112,7 mil servidores efetivos atuando em seu órgão de origem sem cargos de comissão ou função gratificada. Em setembro de 2017, eram 101,6 mil, o que representa uma retração de 9,9%. O número total de funcionários, somados servidores concursados e cargos comissionados, caiu também, de 142,7 mil para 128,7 mil. Veja o levantamento completo.
Em nota, o governo do Distrito Federal disse que, entre fevereiro de 2015 e outubro de 2017, os gastos com folha salarial estavam acima do limite prudencial de gastos estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Portanto, só podiam contratar servidores nas áreas de saúde, educação e segurança com o intuito de suprir vacâncias.
O governo diz, ainda, que prevê nomear 19,8 mil servidores em 2018, de acordo com a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2018.
“Desenvolver um sistema de transporte intermodal (…) com implantação do Bilhete Único”
Rodrigo Rollemberg, governador do DF, na página 14 do plano de governo registrado no TSE em 2014
Em setembro de 2017, o governo do Distrito Federal implantou o bilhete único em Brasília. Trata-se de um cartão de transporte que permite que o usuário faça integrações entre meios de transporte público (ônibus e metrô), pagando somente o valor de uma passagem. Programas similares já existem em outras cidades do país, como São Paulo. | null | ['CHICO MARÉS'] | [] | ['DISTRITO FEDERAL', 'GOVERNADOR', 'PROMESSAS', 'RODRIGO ROLLEMBERG', 'ROLLEMBERG', 'TSE'] | 2021-05-23 | ['DE OLHO', 'DE OLHO', 'DE OLHO', 'VERDADEIRO, MAS', 'VERDADEIRO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2017/12/29/1-ano-roberto-claudio/ | lupa | 1 ano: Roberto Cláudio prometeu duplicar a educação integral. Fez? | null | 2017-12-29 | No dia 1 de janeiro de 2017, prefeitos de todo o país tomaram posse e, em seus discursos, retomaram promessas feitas durante a campanha eleitoral. Um ano depois, a Lupa voltou aos discursos que marcaram o início dos trabalhos nas prefeituras de Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Fortaleza, com o objetivo de conferir o que, de fato, já foi cumprido. Veja abaixo os resultados sobre Roberto Cláudio, em Fortaleza:
“Duplicar, no mínimo, as vagas e matrículas em tempo integral”
Roberto Cláudio, em seu discurso de posse como prefeito de Fortaleza
Em 2016, a rede municipal de ensino de Fortaleza encerrou o ano letivo com 46 mil alunos sendo atendidos em tempo integral. Dobrar o número de vagas deste turno significaria, portanto, oferecer dupla jornada para ao menos 92 mil alunos.
Segundo informou a Prefeitura de Fortaleza, atualmente, cerca de 64 mil alunos têm atendimento em tempo integral. Esse número indica uma expansão de 38,7% em relação ao ano passado.
Aproximadamente 146 mil alunos ainda cursam meio período, entre Educação Infantil (turmas com atendimento parcial), Ensino Fundamental (escolas de tempo regular) e Educação de Jovens e Adultos.
“A prefeitura deve estimular a economia de mercado de modo a gerar mais oportunidade de emprego”
Roberto Cláudio, em seu discurso de posse como prefeito de Fortaleza
Dados do IBGE mostram que, no terceiro trimestre de 2016, ainda na gestão anterior de Roberto Cláudio, havia 171 mil pessoas desocupadas e 1,1 milhão de ocupadas na cidade de Fortaleza. A taxa de desocupação era de 12,8%.
Se comparado com o terceiro trimestre de 2017, última pesquisa disponível para a atual gestão, o número de pessoas desocupadas caiu para 149 mil e o número de ocupados aumentou para 1,2 milhão. Atualmente, a taxa de desocupação em Fortaleza é de 10,8%.
“Queremos priorizar, no primeiro ano, regularização do estoque de medicamentos”
Roberto Cláudio, em seu discurso de posse como prefeito de Fortaleza
O Ministério Público do Estado do Ceará, através das 1ª e 2ª Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde Pública, informou que, entre a última semana de novembro e a primeira de dezembro, não recebeu nenhum tipo de denúncia referente à falta de medicamentos em Postos de Saúde de Fortaleza. Os órgãos, que acompanham o planejamento das licitações e da entrega dos medicamentos, costumam receber cidadãos que reclamam de eventuais suspensões do fornecimento pontual de medicamentos. No Ceará, as reclamações mais comuns dizem respeito a medicamentos fornecidos para pacientes cardíacos, com diabetes e colostomizados.
O Ministério da Saúde informa, por sua vez, que destinou R$ 13,6 milhões à assistência farmacêutica em Fortaleza – R$ 500 milhões a mais do que o destinado ao município em 2016. A pasta ainda destaca que dois itens vão diretamente do ministério aos municípios: insulina e anticoncepcionais. Em 2016, foram destinados R$ 272,5 mil e, em 2017 – até o fim de novembro – R$ 447,4 mil.
Procurada, a Prefeitura informou que todos os 84 medicamentos que ela considera prioritários para a rede de Atenção Primária estão garantidos nas 110 farmácias dos Postos de Saúde de Fortaleza e também nas cinco Centrais de Distribuição de Medicamentos, localizadas nos Terminais de Ônibus. | null | ['CLARA BECKER'] | [] | ['DISCURSO DE POSSE', 'FORTALEZA', 'PREFEITO', 'PREFEITURA', 'ROBERTO CLÁUDIO'] | 2021-05-23 | ['DE OLHO', 'DE OLHO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2017/12/28/1-ano-kalil/ | lupa | 1 ano: Kalil prometeu mais remédios, mas ainda não universalizou acesso | null | 2017-12-28 | No dia 1 de janeiro de 2017, prefeitos de todo o país tomaram posse e, em seus discursos, retomaram promessas feitas durante a campanha eleitoral. Um ano depois, a Lupa voltou aos discursos que marcaram o início dos trabalhos nas prefeituras de Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Fortaleza, com o objetivo de conferir o que, de fato, já foi cumprido. Veja abaixo os resultados sobre Alexandre Kalil, em Belo Horizonte:
“É levando remédio para esse povo, porque todos nós somos responsáveis por essa gente desesperada”
Alexandre Kalil, em seu discurso de posse como prefeito de Belo Horizonte
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, de janeiro até a última semana de novembro, a cobertura no abastecimento teve um aumento de três pontos percentuais e passou de 74% para 77%. (houve uma ampliação de 3% no abastecimento de medicamentos nas unidades de saúde)
Em nota, a Prefeitura disse que a expectativa é de que esse percentual chegue a 92,6% até o final deste mês. Para isso, estava disposta a aumentar recursos para a aquisição de remédios. Em 2016, foram aplicados cerca de R$ 26 milhões no setor e, em 2017, até 30 de novembro, R$ 48 milhões.
O Ministério da Saúde informou que, em 2016, a União enviou à cidade de Belo Horizonte R$ 14,9 milhões para a assistência farmacêutica, cifra superior aos R$ 13,9 milhões repassados à capital mineira até o fim de novembro de 2017.
Só aumentou a verba destinada pelo Ministério da Saúde à compra de insulina e anticoncepcionais. Em 2016, a pasta enviou a BH produtos que somavam um total de R$ 269,2 mil. Neste ano, até novembro, tinham sido R$ 356,5 mil.
Correção feita às 12h20 de 28 de dezembro de 2017: a cobertura do acesso a medicamentos em Belo Horizonte aumentou três pontos percentuais, e não 3% como dito anteriormente. O texto já foi corrigido.
“[Vou] Governar abrindo mão de cargos”
Alexandre Kalil, em seu discurso de posse como prefeito de Belo Horizonte
Em 2 de janeiro de 2017, um dia depois de sua posse, o prefeito Alexandre Kalil exonerou 2.800 funcionários que ocupavam cargos comissionados na administração municipal. Mas cinco dias depois voltou atrás. Reconduziu 10% deles e nomeou outros 55. Atualmente, segundo a própria prefeitura, o corte efetivo até agora foi de apenas 405 cargos. O número representa um corte de 22,6% frente à gestão anterior. A proposta de reforma administrativa, implementada por meio da Lei 11.065/2017, extinguiu 704 cargos comissionados e transformou 299 cargos em funções gratificadas, destinadas exclusivamente para servidores concursados.
A Prefeitura diz que a reforma administrativa gerou uma economia de 30 milhões aos cofres da capital mineira.
“Não precisamos apenas de um mutirão para evitar que porcos pastem com crianças em lixões”
Alexandre Kalil, em seu discurso de posse como prefeito de Belo Horizonte
Em seu discurso de apenas seis minutos, o prefeito Alexandre Kalil descreveu uma cena que, pelo menos oficialmente, não existe na capital mineira há duas décadas. Segundo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais, responsável por fiscalizar o lixo, a cidade de Belo Horizonte não possui lixões desde 1996, quando seu primeiro aterro sanitário ganhou licença de operação. As atividades desse aterro foram iniciadas ainda no final da década de 70, às margens da rodovia BR-040, na região Noroeste da capital. Esse aterro foi desativado, e, desde dezembro de 2007, os resíduos gerados na cidade são destinados ao aterro de Macaúbas, em Sabará.
Procurada, a Prefeitura disse que, por meio da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU), tem atuado de forma efetiva e constante no combate ao descarte irregular de lixo, às deposições clandestinas de resíduos em ruas, avenidas e lotes, além da realização, durante todo o ano, de campanhas para sensibilizar o cidadão sobre o correto descarte de resíduos. | null | ['CLARA BECKER'] | [] | ['ALEXANDRE KALIL', 'BELO HORIZONTE', 'KALIL', 'PHS', 'PREFEITO'] | 2021-05-23 | ['DE OLHO', 'VERDADEIRO, MAS', 'EXAGERADO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2017/12/27/1-ano-crivella/ | lupa | 1 ano: Crivella prometeu segurança, mas silenciou na crise da Rocinha | null | 2017-12-27 | No dia 1 de janeiro de 2017, prefeitos de todo o país tomaram posse e, em seus discursos, retomaram promessas feitas durante a campanha eleitoral. Um ano depois, a Lupa voltou aos discursos que marcaram o início dos trabalhos nas prefeituras de Rio de Janeiro, São Paulo, Fortaleza e Belo Horizonte, com o objetivo de conferir o que, de fato, já foi cumprido. Veja abaixo os resultados sobre Marcelo Crivella, no Rio:
“A questão da Segurança Pública – sabemos – é dever do Estado, não do Município. Mas jamais ficaremos ausentes”
Marcelo Crivella, em seu discurso de posse como prefeito do Rio de Janeiro
No dia 22 de setembro, a crise na Segurança Pública no Rio de Janeiro culminou na entrada das Forças Armadas na favela da Rocinha. Naquela manhã, o Batalhão de Choque da Polícia Militar entrou em um intenso tiroteio com traficantes. Às 15h, as Forças Armadas já haviam cercado a favela e começado a subir o morro. A cidade teve ruas bloqueadas, trajetos de linhas de ônibus alterados e tanto clínicas de saúde quanto escolas fechadas. Às 18h, a assessoria de imprensa de Crivella informou que ele estava em “agenda interna”. Demorou 15 horas para que o prefeito se pronunciasse. E, em sua primeira nota sobre o assunto, disse que acompanhava a situação de medo e insegurança provocada pelos traficantes “com muita tristeza” e que se solidarizava “com os moradores que vivem na localidade”.
Procurada, a Prefeitura afirmou, que desde o início do mandato, Crivella mantém a coerência do discurso na questão da Segurança Pública, com diversas ações e iniciativas neste campo, marcando presença tanto na atuação direta quanto no apoio às forças de segurança de todas as esferas do poder com o intuito de proteger o cidadão carioca.
“Vamos começar chamando os aprovados no último concurso para agente especial de educação infantil, à medida dos recursos disponíveis, e que serão priorizados até que todos estejam empregados”
Marcelo Crivella, em seu discurso de posse como prefeito do Rio de Janeiro
Em janeiro, a Secretaria Municipal de Educação (SME) chegou a publicar um decreto determinando a convocação de 900 agentes aprovados no concurso de 2014. Em fevereiro, quando os primeiros foram convocados, o prefeito afirmou que havia 14 mil alunos com necessidade de mediação na rede municipal. Para zerar o déficit de mediadores, seriam necessários 2.700 agentes especiais. A proporção ideal é de três alunos para um agente, segundo o prefeito. “O município vive uma crise econômica grande, mas nossas crianças não têm preço e vamos continuar convocando (os agentes especiais de educação infantil)”, acrescentou na ocasião.
Mas apenas 324 agentes foram efetivamente chamados, e, desses, apenas 180 se apresentaram. Não houve nova convocação. Em junho, Crivella publicou um decreto proibindo o município de contratar ou convocar novos servidores. O limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal com gasto de pessoal havia sido ultrapassado.
É importante lembrar que, durante sua campanha, Crivella havia sido ainda mais enfático. Prometera “contratar em 2017 todos os Agentes de Apoio à Educação Especial aprovados no concurso realizado em 2014″. A Lupa já analisou essa frase e a classificou como falsa, uma vez que o prazo expirou sem que Crivella contratasse todos os agentes aprovados no concurso.
Segundo nota da Prefeitura, em janeiro de 2018, nova avaliação será realizada. Caso o limite (da LRF) esteja regularizado, novas contratações deverão ser autorizadas.
“É nosso objetivo caminhar para universalização da creche e da pré-escola em horário integral para toda mãe que trabalha”
Marcelo Crivella, em seu discurso de posse como prefeito do Rio de Janeiro
Em setembro de 2016, durante a gestão do ex-prefeito Eduardo Paes, a Secretaria Municipal de Educação informou que a demanda por vagas em creche na cidade do Rio de Janeiro estava em 25.500 crianças, total que excluía eventuais casos de duplicidades em pedidos de matrículas. Atualmente, segundo a própria pasta, há 38 mil crianças na lista de espera por creches.
Os números preliminares do Inep/MEC sobre o ano de 2017 indicam que o total de crianças matriculadas em creches e pré-escolas é 12% maior do que no ano anterior. Em 2016, segundo o Inep, havia 122.287 alunos na educação infantil e municipal carioca. Eram 121.379 crianças no ensino regular e 908 no especial. Contra 137.090 do regular e 1.170 no regime especial em 2017.
“Hoje [1 de janeiro de 2017], há no sistema de regulação, o Sisreg, cerca de 100 mil pessoas à espera de consultas com especialista, exames e cirurgias de baixa complexidade. Vamos estabelecer novas estratégias para enfrentar e reduzir essa fila hedionda”
Marcelo Crivella, em seu discurso de posse como prefeito do Rio de Janeiro
A Secretaria Municipal de Saúde afirma que “em janeiro (de 2017) havia 134 mil pessoas na fila” para consultas – e não 100 mil, como disse o prefeito, pois os números podem variar a cada dia. No total, contando também outras 536 mil que foram devolvidas pela gestão anterior às unidades solicitantes com pedidos de confirmação, seriam 670 mil em espera no início do mandato de Crivella.
Ainda segundo a Secretaria Municipal de Saúde, em dezembro de 2017, 535 mil pessoas esperavam a realização de algum procedimento médico na cidade do Rio de Janeiro – 135 mil a menos do que em janeiro. Eram 120.381 solicitações para consultas, 75.591 solicitações para exames e 46.922 solicitações para cirurgias. Ainda havia 290 mil esperas de confirmação para a realização de uma das três opções anteriores.
A SMS esclarece ainda que as ações e ofertas de serviços não têm por objetivo diminuir ou zerar filas, mas, sim, diminuir o tempo de espera por consultas, exames e cirurgias. De acordo com a Secretaria, o tempo de espera teria sido reduzido em 28% para consultas e 16% para exames se comparados com janeiro de 2017.
Atualização feita às 12h29 do dia 27 de dezembro de 2017: Secretaria Municipal de Saúde afirmou que não apontou contradição na fala do prefeito, apenas enviou informações complementares.
Atualização feita às 15h57 do dia 17 de janeiro de 2017: Em nota enviada à redação, a Prefeitura solicitou direito de resposta e destacou que a checagem de promessas deveria ter sido feita com base no programa enviado ao TSE – e não no discurso de posse do prefeito Marcelo Crivella. Também criticou as etiquetas utilizadas na reportagem, sugerindo que a Lupa deveria ter usado os termos “cumpriu”, “descumpriu” ou “cumpriu em parte”. Veja a íntegra da informação aqui.
Nota da redação: A Lupa entende que pode – e deve – checar o grau de veracidade de qualquer informação dita pelo prefeito. O discurso de posse se inclui nesse conjunto. Ressalta ainda que sua metodologia de trabalho – bem como as etiquetas que utiliza – foram validadas pela International Fact-checking Network (IFCN), em auditoria independente, e que elas vêm sendo aplicadas desde 2015 não só com o prefeito Marcelo Crivella, mas com diversos políticos e líderes sociais. | null | ['CLARA BECKER'] | [] | ['CRIVELLA', 'MARCELO CRIVELLA', 'PRB', 'PREFEITO', 'RIO DE JANEIRO'] | 2021-05-23 | ['DE OLHO', 'DE OLHO', 'CONTRADITÓRIO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2017/12/26/1-ano-doria/ | lupa | 1 ano: Doria prometeu transparência, mas dificultou acesso a dados | null | 2017-12-26 | No dia 1 de janeiro de 2017, prefeitos de todo o país tomaram posse e, em seus discursos, retomaram promessas feitas durante a campanha eleitoral. Um ano depois, a Lupa voltou aos discursos que marcaram o início dos trabalhos nas prefeituras de Rio de Janeiro, São Paulo, Fortaleza e Belo Horizonte, com o objetivo de conferir o que, de fato, já foi cumprido. Veja abaixo os resultados sobre João Doria, em São Paulo:
“Estabelecemos como princípios (…) a transparência dos nossos atos”
João Doria, em seu discurso de posse como prefeito de São Paulo
Desde que assumiu a Prefeitura de São Paulo, João Doria já foi notícia ao menos quatro vezes por problemas relacionado à transparência. Ao completar 88 dias de mandato, em abril, anunciou que a cidade tinha recebido R$ 255 milhões em doações privadas. Naquele dia, no entanto, a Lupa revelou que o Portal da Transparência de São Paulo mostrava apenas R$ 5,5 milhões em doações. Esse valor representava 2% do total mencionado pelo prefeito. Semanas depois, no centésimo dia de governo, Doria publicou o restante das doações em sua página do Facebook – e não no Portal da Transparência, criado para esse tipo de ação.
Em agosto, a ex-controladora geral do município, Laura Mendes, foi exonerada duas semanas depois de abrir investigação de uma suposta máfia que cobrava propina no programa Cidade Limpa. Dias antes de ser exonerada, ela publicou nota onde pedia a independência da Controladoria Geral do Município (CGM), órgão responsável pela política de transparência e por investigar outros órgãos do município. Hoje, a CGM é subordinada à Secretaria Municipal de Justiça. A independência dos órgãos de controle é regra em países bem avaliados no quesito transparência.
Em setembro, Doria foi alvo de outro episódio pouco transparente. Após afirmar que usava seu próprio avião para se deslocar para compromissos pessoais e públicos, o jornal Valor Econômico revelou que, em ao menos duas ocasiões, ele havia voado no jato particular do advogado Nelson Wilians. A pedido do PT, o Ministério Público de São Paulo abriu procedimento para investigar as viagens de Doria em horário de trabalho. O processo foi arquivado no início de novembro.
Em novembro, áudio obtido pelo jornal O Estado de S.Paulo mostrou que a gestão do tucano dificultava propositadamente o acesso a dados que deveriam ser disponibilizados via Lei de Acesso à Informação. O então chefe de gabinete da secretaria Especial de Comunicação, Lucas Tavares, foi gravado em reunião afirmando dificultar respostas para “o jornalista desistir da matéria”. O prefeito demitiu Tavares, pois ele “disse o que não deveria ter dito”. Novamente o MP abriu inquérito.
Na ocasião, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) emitiu nota de repúdio e classificou o episódio como um “grave atentado ao direito fundamental de acesso a informações”. Foi a segunda vez em que a instituição condenou a atitude de Doria. Em setembro, após o prefeito atacar frontalmente uma jornalista da CBN, a Abraji declarou que ao ‘desqualificar o jornalismo, em vez de responder aos questionamentos, Doria nega à sociedade o direito democrático de vigiar os atos dos administradores’.
Procurada, a Prefeitura disse que todas as doações se encontram publicadas no portal da transparência e, os procedimentos, no Diário Oficial do Município. Quanto à aviação, esclareceu que “quando utiliza aeronave de terceiros, (Doria) o faz no âmbito de um acordo de troca de horas, algo comum e corriqueiro na aviação executiva”. Ao comentar a gravação do ex-chefe de gabinete Lucas Tavares, a Prefeitura afirmou que os trechos divulgados não refletem a orientação da gestão para a aplicação da Lei de Acesso à Informação.
“Todos os ex-prefeitos (…) se reunirão no mínimo três vezes por ano como Conselho Superior da Cidade”
João Doria, em seu discurso de posse como prefeito de São Paulo
Na cerimônia de posse, realizada no Theatro Municipal de São Paulo, João Doria disse que reuniria todos os ex-prefeitos vivos ao menos três vezes por ano com o objetivo de fazer um “governo capaz de unir a todos”. Mas, desde então, convocou o Conselho Superior da Cidade apenas uma vez. No dia 20 de março, os ex-prefeitos Gilberto Kassab e Paulo Maluf almoçaram com Doria em seu gabinete. Os outros ex-prefeitos também foram convidados, mas não puderam comparecer.
A Prefeitura diz que “a atual gestão continua à disposição para debater assuntos de interesse da cidade”.
“Uma cidade (…) mais limpa e mais linda para se viver”
João Doria, em seu discurso de posse como prefeito de São Paulo
A limpeza das áreas públicas de São Paulo teve ênfase na campanha e no discurso de posse de João Doria. Mas, em setembro, através de dados obtidos por Lei de Acesso à Informação, o jornal Folha de S.Paulo revelou que a quantidade de toneladas de lixo varrido na capital havia recuado 6% no primeiro semestre da gestão Doria, se comparado ao mesmo período do mandato anterior, de Fernando Haddad. Segundo os dados oficiais, os dois consórcios responsáveis pelo serviço, Sola e Inova, recolheram 45.427 toneladas de lixo no primeiro semestre de 2017, contra 48.332 toneladas em 2016.
Segundo a Prefeitura, há fatores que podem explicar esse dado. Em março, foi implementado o Controle de Transporte de Resíduos (CTR) eletrônico. A medida teria elevado em mais de 2.500% a quantidade de resíduos da construção civil destinados corretamente aos aterros, reduzindo, assim, o descarte irregular nas ruas. A gestão Doria também frisa que é possível ter havido um aumento da conscientização da população sobre o descarte de resíduos e, por fim, que programas como o Cidade Linda não visam a aumentar a quantidade de resíduos coletados, mas exatamente o contrário.
“Todos os meses o prefeito estará na Câmara Legislativa”
João Doria, em seu discurso de posse como prefeito de São Paulo
Desde janeiro de 2017, quando assumiu a Prefeitura, João Doria fez dez visitas mensais à Câmara Municipal de São Paulo. De acordo com o calendário oficial enviado à Lupa pela assessoria de imprensa da Casa, as reuniões aconteceram, na maior parte das vezes, na primeira terça-feira do mês, no gabinete do vereador Milton Leite (DEM-SP), atual presidente da Câmara. Nos meses de julho e agosto, no entanto, o prefeito não compareceu ao local. Segundo a Prefeitura, não houve visita em julho devido ao recesso parlamentar e, em agosto, “em virtude da agenda apertada de votações [da Câmara]”, que não disponibilizou data para o encontro.
Leia outras checagens de ‘Cidades’ / Outras publicadas neste mês / Volte à home | null | ['CLARA BECKER'] | [] | ['DORIA', 'JOAO DORIA', 'PREFEITO', 'PSDB', 'SÃO PAULO'] | 2021-05-23 | ['DE OLHO', 'DE OLHO', 'VERDADEIRO, MAS'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2017/12/21/moraes-celibato-gays-sangue/ | lupa | Moraes erra dados ao defender celibato de gays para doação de sangue | null | 2017-12-21 | Em outubro deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) começou a analisar uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) ajuizada pelo PSB em 2016 contra a regra que exige aos homossexuais que guardem 12 meses de celibato antes de doar sangue no Brasil. O ministro Luiz Edson Fachin, relator do caso, votou pela inconstitucionalidade da norma – ou seja, a favor de sua suspensão. Foi acompanhado pelos ministros Luís Roberto Barroso, Rosa Weber e Luiz Fux.
O ministro Alexandre de Moraes, por sua vez, votou pela procedência parcial da ação, condicionando as doações de homossexuais a testes imunológicos específicos. Durante seu voto, Moraes citou legislações de vários países, levando diversos seguidores da Lupa a pedir – por meio do formulário de sugestões #LupaAqui – que os dados fossem checados.
No terceiro dia de análise da ação, em 26 de outubro, o ministro Gilmar Mendes pediu vistas do processo e suspendeu o julgamento. Até hoje não há previsão para que ele seja retomado. Veja abaixo o resultado das checagens de Alexandre de Moraes:
“Reino Unido, Argentina, Austrália e Suécia cujo prazo nessa hipótese [de doação de sangue de homossexuais] é o mesmo prazo brasileiro, ou seja, doze meses”
Ministro do STF Alexandre de Moraes durante julgamento de ação contra restrição a homossexuais na doação de sangue em 25 de outubro de 2017
Alguns dos dados utilizados pelo ministro estão desatualizados. Em setembro de 2015, por exemplo, o Ministério da Saúde da Argentina baixou a resolução 1509 e apresentou os “novos requisitos para doar sangue” no país. A ação fez parte do conjunto de políticas públicas ligadas ao Plano Nacional de Sangue e teve, entre seus objetivos, “por fim à longa história de discriminação institucional contra a comunidade LGBT” argentina.
Hoje, o país permite que homossexuais doem sangue independentemente da data de sua última relação sexual. A exigência de 12 meses de celibato é aplicada a todas as pessoas (não apenas aos homossexuais) que têm práticas sexuais consideradas de “alto risco”. Entre essas práticas, não está relações entre pessoas do mesmo sexo. Confira a página 42 da cartilha para conhecer cada uma delas e leia a repercussão dessa decisão no La Nación, por exemplo.
No Reino Unido, as leis vêm mudando ao longo das últimas quatro décadas. Nos anos 1980, em meio à expansão da Aids, era proibido aos homossexuais doar sangue. Em 2011, passou a ser exigido um período de celibato de 12 meses – como disse o ministro do STF. Mas, em julho e agosto deste ano Escócia, Inglaterra e País de Gales, que integram o Reino Unido, determinaram a redução do tempo mínimo para três meses. Essa mudança está sendo implantada nestes três lugares desde o fim de novembro de 2017.
Na Irlanda do Norte, que também faz parte do grupo, o prazo mínimo é de 12 meses de celibato. Até o ano passado, as doações de sangue por homossexuais eram proibidas.
Na Austrália, o prazo mínimo é de 12 meses, mas a própria Cruz Vermelha australiana já sugere uma redução para 6 meses. Na Suécia, o prazo é de 12 meses desde março de 2010.
Procurado para comentar esta checagem, o ministro Alexandre de Moraes não retornou.
“No Canadá e na Nova Zelândia, o prazo é de cinco anos”
Ministro do STF Alexandre de Moraes durante julgamento de ação contra restrição a homossexuais na doação de sangue em 25 de outubro de 2017
As duas informações do ministro de Alexandre de Moraes também estão desatualizadas. De acordo com o Canadian Blood Service (Serviço de Sangue Canadense), desde 15 de agosto de 2016, o prazo para que homossexuais possam doar sangue no país caiu de cinco anos para 12 meses.Na Nova Zelândia, o prazo também é de um ano. A mudança ocorreu em 15 de dezembro de 2014.
Procurado para comentar esta checagem, o ministro Alexandre de Moraes não retornou.
“Na Alemanha, Suíça e Holanda, a inaptidão [dos homossexuais para doar sangue] é definitiva”
Ministro do STF Alexandre de Moraes durante julgamento de ação contra restrição a homossexuais na doação de sangue em 25 de outubro de 2017
Os três países mudaram recentemente sua política de doação de sangue por gays. Até recentemente, homens que, em qualquer momento de sua vida, tivessem passado por uma relação sexual com outro homem estavam banidos de doar sangue nos três países. Agora, a inaptidão é de um ano. Na Holanda, a mudança ocorreu em 2015. Na Suiça e na Alemanha, em 2017.
Procurado para comentar esta checagem, o ministro Alexandre de Moraes não retornou.
*Esta reportagem foi publicada pela edição impressa do jornal Folha de S.Paulo no dia 21 de dezembro de 2017.
| null | ['CHICO MARÉS'] | [] | ['ALEXANDRE DE MORAES', 'CELIBATO', 'DOAÇÃO', 'GAYS', 'HOMOSSEXUAIS', 'SANGUE', 'STF', 'SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL'] | 2021-05-23 | ['EXAGERADO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2017/12/20/crivella-promessas-saude-seguranca/ | lupa | Crivella fez 5 promessas para saúde e segurança, mas não cumpriu 3 | null | 2017-12-20 | Em 2016, o então candidato a prefeito do Rio de Janeiro Marcelo Crivella registrou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) seu programa de governo. Nele, fixava uma série de promessas que deveriam ter sido cumpridas até fim de 2017. Na semana passada, a Lupa checou as relacionadas a transporte e educação. Agora, confere as relacionadas à saúde e segurança. Veja o resultado a seguir:
“Garantir, até o final de 2017, a presença de pelo menos um guarda municipal nas unidades de ensino do município durante o horário de funcionamento das mesmas”
Programa de governo registrado pelo prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, no TSE
Menos da metade das 1.537 escolas municipais do Rio de Janeiro conta com a presença de um guarda municipal durante seu funcionamento. De acordo com a própria Guarda, apenas 689 unidades de ensino têm esse tipo de atendimento, no Grupamento de Ronda Escolar (GRE).
O número é o mesmo de outubro, quando a Lupa questionou a corporação sobre essa mesma promessa de Crivella. À época, a Guarda Municipal afirmou que “o prazo [para implementação da medida] ia até o fim de 2017”.
Segundo a corporação, há outra modalidade de serviço da Guarda Municipal que ajuda a garantir a segurança nas escolas: o programa GM Residente. Nele, um guarda mora na unidade escolar. Mas apenas 16 escolas do Rio têm esse atendimento.
Procurado, Crivella afirmou que, de janeiro a novembro de 2017, foram realizadas 69.283 visitas de guardas municipais a escolas, além de 875 palestras e 1.470 atividades lúdicas sobre segurança. Ressaltou que a prefeitura busca “implantar ferramentas que auxiliem na segurança escolar, como a instalação de câmeras”.
“Estabelecer um novo plano de cargos e salários baseado na meritocracia para todos os servidores da saúde do município até o final de 2017”
Programa de governo registrado pelo prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, no TSE
Segundo a Câmara Municipal do Rio de Janeiro, o “Plano de Cargos e Salários deve ser incluído na Lei Orçamentária Anual pelo Poder Executivo e enviado à Câmara para apreciação”. Não está, portanto, previsto para o ano que vem.
A Câmara Municipal do Rio afirma que, devido à crise que o município enfrentou em 2017, nenhum projeto sobre plano de cargos e salários em saúde foi apresentado. O órgão diz que, para 2018, também não existe – até agora – nenhuma emenda que trate sobre o assunto.
Procurado, Crivella afirmou que a Secretaria Municipal de Saúde produziu um projeto de plano de cargos, carreiras e salários e que ele “está em processo administrativo, tramitando internamente no âmbito da prefeitura”.
“Implantar CERs (Coordenações de Atendimento Regional) ao lado dos hospitais Rocha Faria, Salgado Filho e Albert Schweitzer até o final de 2017”
Programa de governo registrado pelo prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, no TSE
O que o prefeito chamou em seu plano de Coordenações de Atendimento Regional são, na verdade, as Coordenações de Emergência Regional (CER). O Rio de Janeiro tem, hoje, sete dessas estruturas, junto a hospitais de emergência. Segundo a Secretaria de Saúde, as CERs absorvem o atendimento de menor complexidade, liberando o serviço de emergência nos hospitais para casos mais complicados. A primeira foi inaugurada em 2012, durante o governo de Eduardo Paes, ao lado do Hospital Municipal Souza Aguiar.
Dos três hospitais citados por Crivella, dois têm CERs em funcionamento: o Albert Schweitzer e o Rocha Faria. Mas nenhuma delas foi implantada pela atual gestão. As CERs de Realengo e Campo Grande faziam parte do plano de municipalização das emergências do ex-prefeito Eduardo Paes, que incluiu reformas em hospitais para os Jogos Olímpicos de 2016.
Procurado, Crivella reconhece que as CERs dos hospitais Rocha Faria e Albert Schweitzer já estavam prontas na última gestão. Em relação à CER do hospital Salgado Filho, o prefeito afirma que iniciou estudos para realizar o projeto e que aguarda dotação orçamentária.
“Fazer o programa Cegonha Carioca voltar a funcionar satisfatoriamente até o final de 2017”
Programa de governo registrado pelo prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, no TSE
Dados da Secretaria Municipal de Saúde mostram que o número de gestantes atendidas pelo Programa Cegonha Carioca é o maior desde o início do projeto, em 2011. De janeiro a novembro de 2017, 67.865 mulheres grávidas participaram do projeto. Em 2016, foram 42.940 gestantes. A Secretaria Municipal da Saúde afirma que esse número recorde está relacionado à crise econômica, que fez muitas mulheres passarem a utilizar a rede pública.
Mas vale ressaltar que o total investido no programa em 2016 foi de R$ 66.363.430,24 e de R$ 62.289.289,34 em 2015. Até o 19 de dezembro, o Rio Transparente mostrava que, entre janeiro e dezembro, a cidade havia gastado pouco mais que R$ 51 milhões com o Cegonha Carioca.
A Secretaria Municipal de Saúde afirma que a gestão dos serviços oferecidos pelo programa foi renegociada e que isso não afetou o trabalho do projeto. O Cegonha Carioca foi criado em 2011 para auxiliar a gestante da gravidez até o pós-parto. Ele incentiva a realização de exames pré-natal, o transporte seguro até o hospital no dia do parto e a redução da mortalidade do recém nascido.
“Elaborar, nos quatro primeiros meses de governo, um inventário com as necessidades de poda de árvore e recuperação do mobiliário de todas as praças e parques da cidade”
Programa de governo registrado pelo prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, no TSE
No início de seu mandato, Marcelo Crivella decretou uma lei que estipulava um prazo de 90 dias para que a Secretaria de Conservação e Meio Ambiente (Seconserma) apresentasse um inventário com a necessidade de poda de árvores e recuperação do mobiliário de todas as praças e parques do Rio de Janeiro.
Procurada para comentar a checagem, a Seconserma encaminhou o assunto para a Comlurb. A companhia responsável pela coleta de lixo confirmou que existe um inventário sobre os reparos. Disse que no Rio de Janeiro há 2.280 praças e parques e que a agenda do órgão prevê trabalhos de restauração em 100 deles por mês. Sobre o mobiliário urbano, a Comlurb afirma que faz reparos constantes.
Em relação à poda de árvores, afirmou que há 32.785 árvores e 9.354 palmeiras em praças e parques que precisam desse trabalho. Todas elas, ressaltou o órgão, passam “por algum processo de poda” em um período inferior a dois anos.
*Nathália Afonso sob a supervisão de Natália Leal.
| null | ['NATHÁLIA AFONSO'] | [] | ['CRIVELLA', 'MARCELO CRIVELLA', 'PREFEITURA', 'PROMESSAS', 'RIO DE JANEIRO', 'SAÚDE', 'SEGURANÇA'] | 2021-05-23 | ['VERDADEIRO, MAS', 'VERDADEIRO, MAS'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2017/12/19/presidenciaveis-canal-livre-2/ | lupa | Doria, Bolsonaro, Dias, Ciro e Manuela: presidenciáveis no Canal Livre | null | 2017-12-19 | Desde outubro, o programa de entrevistas Canal Livre, da TV Bandeirantes, faz sabatinas com possíveis presidenciáveis. João Doria, Jair Bolsonaro, Ciro Gomes, Álvaro Dias e Manuela D’Ávila já estiveram na bancada e falaram sobre seus planos. A Lupa conferiu mais uma série de afirmações feitas por eles. Veja o resultado a seguir:
“Fui eleito em 2016 no primeiro turno (…) E eu era um outsider”
João Doria Jr., prefeito de São Paulo (SP), em 5 de novembro, em entrevista ao Canal Livre
Bem no início da segunda parte da entrevista, o prefeito João Doria é questionado sobre a possibilidade de haver alguém de fora do cenário político atual disputando a Presidência da República em 2018 e responde de forma afirmativa. “Eu nunca tinha tido disputa política. Nunca tinha tido mandato. Disputei e ganhei em São Paulo, e no maior colégio eleitoral do país. Ganhei do PT, dos demais partidos e de duas ex-prefeitas da cidade”. Logo em seguida, no entanto, faz uma afirmação que contradiz o rótulo do qual tinha se orgulhado minutos antes: “Eu ganhei a eleição aqui porque eu tinha suporte partidário. Eu não era tão outsider assim. Desde 2001 estava filiado ao PSDB”.
Procurado para comentar esta checagem, Doria não respondeu.
“Quase 40% de todo o investimento da minha campanha quem pagou fui eu”
João Doria Jr., prefeito de São Paulo (SP), em 5 de novembro, em entrevista ao Canal Livre
Dados do Tribunal Superior Eleitoral mostram que o prefeito foi o maior doador de sua própria campanha. Ele lidera o ranking com 35,7% dos recursos injetados no pleito – o equivalente a R$ 4,4 milhões. Em seguida, está seu próprio partido, o PSDB, com R$ 2,5 milhões (que representam 19,9%) e o Democratas, partido que injetou R$ 1 milhão na campanha de Doria (8%). O quarto lugar é do empresário Rubens Ometto Silveira Mello, da Cosan Logística, que doou R$ 500 mil (4%). E, em quinto, Hugo Eneas Salomone, da Savoy Construtora e Imobiliária, com R$ 250 mil (2%). A lista completa de doadores está disponível no portal Divulgação de Contas Eleitorais, do TSE.
“Eu sou diferente de todos os candidatos que estão aí. Eu não tenho nem partido”
Deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), em entrevista concedida ao Canal Livre no dia 20 de novembro de 2017
Apesar de já ter dito que não concorrerá à Presidência da República pelo PSC, o deputado federal continua filiado à sigla, como representante do Rio de Janeiro. A informação aparece em seu site oficial, na seção biografia, e também no site da Câmara. Vale lembrar ainda que o artigo 14 da Constituição Federal estabelece as “condições de elegibilidade” e que entre elas está a filiação partidária. Isso significa que, para disputar as eleições de 2018, Bolsonaro precisará estar filiado a um partido político, assim como todos seus concorrentes.
Procurado, Bolsonaro não respondeu.
“54% dos brasileiros com idade para trabalhar está sem oportunidade para trabalhar”
Senador Álvaro Dias (Pode-PR), em entrevista concedida ao Canal Livre em 29 de outubro de 2017
De acordo com o IBGE, no terceiro trimestre de 2017 (último dado disponível), 12,4% da “força de trabalho”, composta por pessoas de 14 anos ou mais, estava desocupada – total bem inferior ao mencionado pelo senador no Canal Livre. Numa análise por faixa etária, constata-se que os dois grupos mais atingidos pela desocupação são os formados por quem têm entre 14 e 17 anos (com 41,% de desocupados) e os que têm entre 18 e 24 anos (com 26,5%).
Procurado, Álvaro Dias disse que seus números levam em conta “os que não constam das estatísticas oficiais porque não buscam emprego”. No entanto, na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), que mede os níveis de ocupação e desocupação, o IBGE considera essa parcela, no conceito de “população fora da força de trabalho“. De acordo com o instituto, no terceiro trimestre de 2017 (último dado disponível), 38% da população de 14 anos ou mais estava nessa condição.
Segundo o senador, o dado oficial do IBGE está “aquém da realidade”.
“No Ceará, o imposto sobre heranças é 8%. No RJ, quebrado, no RS, quebrado (…) é 4%”
Ciro Gomes (PDT-CE), em entrevista concedida ao Canal Livre em 22 de outubro de 2017
Em sua fala, Ciro sugere que a cobrança de um imposto maior sobre as heranças poderia, de alguma forma, ajudar a equilibrar as contas públicas estaduais.
O Ceará é um dos estados que praticam a alíquota máxima prevista em lei para o Imposto sobre Causa Mortis e Doação (ITCD) e, de fato, em situações de herança por morte com valor superior a cerca de R$ 150 mil cobra 8%. Sobre este valor bruto de herança, no Rio Grande do Sul, a alíquota é de 3%. E, no Rio de Janeiro, de 4%.
Mas, nos três estados, o percentual do ITCD varia em relação ao montante herdado. No Ceará, sobre valores inferiores a R$ 150 mil herdados por morte, o imposto varia entre 2% e 6%. No Rio de Janeiro, os 4% citados por Ciro são o mínimo. Conforme a Lei 7.174/2015, a tributação máxima dos fluminenses chega a 8%, para heranças de cerca de R$ 1,2 milhão. No Rio Grande do Sul, de acordo com a Fundação de Economia e Estatística do próprio Estado, a alíquota máxima é de 6%.
Procurado, Ciro Gomes não retornou.
“Nós [do PCdoB] estivemos junto com o PT em sete eleições, durante todo o processo de redemocratização”
Deputada estadual Manuela D’Ávila (PCdoB-RS), em entrevista concedida ao Canal Livre em 4 de dezembro de 2017
A pré-candidatura de Manuela D’Ávila rompe com um histórico de 28 anos e sete eleições de apoio do PCdoB ao PT na disputa para a Presidência. Após o PCdoB, o PSB é o partido que mais vezes esteve ao lado dos petistas, integrando quatro coligações. PRB e PDT vêm em terceiro, com 3 parcerias em eleições presidenciais após a redemocratização. PCB, PMDB e PR têm duas eleições cada. PSTU, PPS, PV, PL, PMN, PSC, PTC, PTN, PSD, PP e Pros completam a lista, com uma eleição cada. Os dados são do Repositório de Dados Eleitorais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) do estado de São Paulo.
| null | ['NATÁLIA LEAL', 'HELLEN GUIMARÃES'] | [] | ['ALVARO DIAS', 'CIRO GOMES', 'ELEIÇÕES 2018', 'JAIR BOLSONARO', 'JOAO DORIA', "MANUELA D'AVILA"] | 2021-05-23 | ['CONTRADITÓRIO', 'VERDADEIRO', 'EXAGERADO', 'VERDADEIRO, MAS', 'VERDADEIRO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2017/12/18/previdencia-verdade-mentira-2/ | lupa | Previdência: ‘Temer se aposentou aos 55 e ganha mais de R$ 30 mil’? | null | 2017-12-18 | Desde que foi apresentada pelo presidente Michel Temer, no final de 2016, a reforma da previdência tem sido um dos principais assuntos no mundo político. Devido ao impacto que terá na vida dos brasileiros e nas contas públicas, trata-se de um assunto polêmico – tão polêmico que, sem ter certeza dos 308 votos necessários para sua aprovação, a base de apoio do governo decidiu adiar a votação para o ano que vem. Com a ajuda de uma série de especialistas, a Lupa avaliou mais uma série de falas – contra e a favor – da reforma. Confira o resultado abaixo:
“É óbvio que um sistema [de previdência] onde 7 milhões [de servidores públicos] representam um déficit de R$ 150 bilhões por ano, e quase 30 milhões de pessoas [do setor privado] representam um valor do déficit igual, tem coisa muito errada”
Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, em entrevista coletiva concedida no dia 25 de outubro de 2017
Em sua fala, o presidente da Câmara compara os regimes de previdência para trabalhadores do setores público e privado, mas é impreciso nos números que usa ao tentar comparar seus resultados. Maia se equivoca no total de servidores públicos aposentados. Diz que o Brasil tem 7 milhões quando, na verdade, segundo dados oficiais, são 3,6 milhões. O número real, no entanto, reforça seu argumento.
O presidente da Câmara defende que os déficits da previdência para servidores públicos, os chamados regimes próprios de previdência (RPPS), e o Regime Geral da Previdência Social (RGPS), que atende ao resto da população do Brasil são parecidos. Chama atenção, no entanto, para o fato de que o RGPS cobre a um grupo muito maior de pessoas se comparado aos RPPS.
Eis os dados:
Em 2015, último ano com informações compiladas sobre a aposentadoria de servidores estaduais e municipais, os regimes próprios (RPPS) pagaram 3,6 milhões de aposentadorias, e a diferença entre o arrecadado e o gasto por eles totalizou R$ 121,4 bilhões negativos.
No mesmo ano, o regime geral de aposentadoria pública (RGPS) pagou 28,2 milhões de beneficiários. A diferença entre sua arrecadação e suas despesas foi de R$ 78,6 bilhões. Ou seja, os RPPS atingiram menos pessoas e tiveram um prejuízo maior em 2015.
Como ainda não há dados compilados para 2016, não é possível saber com precisão se os regimes próprios (RPPS) atingiram um déficit de R$ 150 bilhões, como foi citado por Maia. Mas é fato que a diferença entre receitas e despesas no RGPS foi de R$ 149,7 bilhões no ano passado – conforme disse o deputado.
A assessoria do deputado Rodrigo Maia enviou, por e-mail, uma listagem com algumas das fontes utilizadas pelo deputado, e disse que os números são baseados em relatórios dos ministérios da Fazenda, Planejamento e Previdência.
“Nós diminuímos o tempo de contribuição”
Michel Temer, presidente da República, em discurso feito na cerimônia de posse da Diretoria Executiva da CNA, 12 de dezembro de 2017
Hoje, o trabalhador do setor privado pode se aposentar de duas formas: por idade ou por tempo de contribuição. No primeiro caso, deve contribuir por um tempo mínimo de 15 anos. No segundo caso, o tempo mínimo de contribuição é de 35 anos.
Os servidores públicos, por sua vez, têm, de acordo com a Constituição, uma idade mínima para se aposentar: de 55 anos para mulheres e 60 para homens. Eles devem contribuir com um mínimo de respectivamente 30 e 35 anos.
Pela emenda aglutinativa da reforma da previdência, tanto os trabalhadores do setor privado quanto os servidores só poderão se aposentar pela idade mínima: 65 anos para homens e 62 anos para mulheres, depois do período de transição. O tempo mínimo de contribuição seria de 15 anos para os trabalhadores do setor privado e de 25 anos para servidores públicos. Para atingir a aposentadoria completa, ou seja, receber o valor integral do benefício, seriam necessários 40 anos de contribuição.
Isso significa que, para trabalhadores do setor privado, não houve redução no tempo mínimo de contribuição e foi aumentado o tempo de contribuição exigido para a aposentadoria integral, de 30 para 40 anos.
Já para servidores públicos, o tempo mínimo foi, de fato, reduzido, de 35 para 25 anos. Entretanto, vale frisar que, na regra atual, funcionários públicos ganham aposentadoria integral caso cumpram os requisitos mínimos. Para servidores da União que ingressaram depois de 2013 e de alguns Estados e municípios, esse valor é limitado ao teto do INSS, hoje em R$ 5,5 mil. Com a reforma, para ganhar a aposentadoria integral, o servidor terá que trabalhar 40 anos, e não 35 ou 30, se for mulher.
A assessoria de imprensa de Temer enviou nota destacando que “a declaração do presidente refere-se ao tempo mínimo de contribuição. E, nesse caso, houve redução”. A nota não especifica se o presidente mencionava servidores públicos ou trabalhadores do setor privado.
“A idade mínima que passa a se observar logo após a promulgação da reforma da previdência é de 55 anos para homens e 53 para mulheres. (…) Só lá em 2038 é que vai ser de 65 e 62 [anos]”
Marcelo Caetano, secretário da Previdência Social do Ministério da Fazenda, em entrevista ao programa Canal Livre, da Bandeirantes, em 11 de dezembro de 2017
O processo de implementação da reforma da previdência, de acordo com a emenda aglutinativa, é gradual. Inicialmente, para trabalhadores do setor privado, a idade mínima para solicitar o benefício seria de 55 anos para homens e 53 para mulheres. Mas esse limite de idade crescerá de dois em dois anos, até atingir 62 e 65 anos em 2038, ano em que acaba o período de transição dos regimes.
No caso de servidores públicos, a Constituição já estabelece um limite mínimo de 55 anos para mulheres e 60 para homens. Nesse caso, a regra de transição começa com os limites atuais e atinge os 62 e 65 anos em 2032.
“[Temer] se aposentou aos 55 anos e ganha mais de R$ 30 mil por mês”
Vagner Freitas, presidente da CUT, em entrevista publicada pelo site da CUT, em 30 de novembro de 2017
Michel Temer foi procurador do Estado de São Paulo entre 1970 e 1996, quando se aposentou aos 55 anos de idade. Atualmente, o valor bruto de sua aposentadoria é de R$ 45 mil, mas ele não recebe esse valor na íntegra, pois o teto salarial do procuradores de São Paulo (ativos ou inativos) é de R$ 30,6 mil.
Também são descontados da aposentadoria bruta de Temer a contribuição à previdência e o imposto de renda. Portanto, em outubro de 2017, o valor líquido recebido por ele foi de R$ 22,1 mil. É possível verificar a aposentadoria de Temer desde 2012 no Portal da Transparência do governo de São Paulo.
Além da aposentadoria, Temer também recebe uma parcela de seu salário como presidente. O valor total é de R$ 30,9 mil, mas a maior parte, R$ 27,8 mil, é abatida por causa do teto constitucional. A legislação permite que Temer acumule a aposentadoria e o salário de presidente, até o limite do teto constitucional da União, que é de R$ 33,7 mil. Em valores líquidos, Temer recebe R$ 2,7 mil da União.
“O projeto não mexe na aposentadoria de políticos e militares”
Reginaldo Lopes, deputado federal (PT-MG), no Twitter, em 5 de dezembro de 2017
É bem verdade que a reforma da previdência não afeta os militares, mas ela altera – sim – a aposentadoria dos futuros políticos.
Hoje em dia, apesar de a Constituição dizer que servidores em “cargos temporários” devem se aposentar pelo regime geral, deputados e senadores fazem parte de um regime próprio do Congresso, o chamado Plano de Seguridade Social dos Congressistas (PSSC).
Esse regime exige que o parlamentar contribua por 35 anos (como deputado ou em outras atividades profissionais) e tenha, no mínimo, 60 anos de idade. O benefício concedido pode chegar ao valor integral do subsídio dos parlamentares, de R$ 33,7 mil. Esse valor é mais alto do que o teto da aposentadoria de outros servidores públicos e privados.
O projeto inicial de reforma da previdência propunha que todos os titulares de cargos eletivos passassem ao regime geral, e estabelecia que a União e os estados deveriam regulamentar a transição dos que já aderiram ao plano de seguridade social dos congressistas. Na nova proposta, quem for eleito depois da lei terá que se aposentar pelo regime geral, mas os parlamentares atuais manterão os benefícios, tendo que contribuir por 30% mais tempo e respeitar os novos limites de idade (65 e 62 anos).
Por telefone, a assessoria de imprensa do deputado declarou que a mensagem foi escrita e publicada pelos assessores, e admitiu que a informação estava exagerada. O tuíte foi apagado.
“Governo Temer gasta milhões em propaganda para vender aos brasileiros a ideia de que a reforma da Previdência é a salvação do Brasil”
Álvaro Dias, senador (Pode-PR), no Twitter, no dia 6 de dezembro de 2017
O Governo Federal gastou R$ 100 milhões em propaganda para defender a reforma da Previdência, somente no primeiro semestre de 2017. A informação foi requisitada por uma cidadã e, agora, consta no portal da Lei de Acesso à Informação (LAI).
Desse total, R$ 57,4 milhões foram para propagandas de televisão, R$ 19, 3 milhões para rádio, R$ 10,7 milhões para mídia externa (outdoors, por exemplo), R$ 5 milhões para internet, R$ 4,6 milhões para jornais e R$ 3 milhões para revistas.
O total gasto com previdência em 2016 foi de R$ 608,8 bilhões, ou seja, o gasto com propaganda é equivalente a 0,016% do que o governo gastou com aposentadorias no ano passado. | null | ['CHICO MARÉS'] | [] | ['ALVARO DIAS', 'MARCELO CAETANO', 'MICHEL TEMER', 'REFORMA DA PREVIDÊNCIA', 'REGINALDO LOPES', 'RODRIGO MAIA', 'VAGNER FREITAS'] | 2021-05-23 | ['VERDADEIRO, MAS', 'EXAGERADO', 'VERDADEIRO', 'VERDADEIRO', 'EXAGERADO', 'VERDADEIRO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2017/12/15/marinho-franca-skaf-sp/ | lupa | Luiz Marinho, Márcio França e Paulo Skaf na pré-campanha de SP | null | 2017-12-15 | Os diretórios paulistas de PT, PSB e PMDB já têm pré-candidatos ao governo de São Paulo. Luiz Marinho conta com o apoio do ex-presidente Lula. Márcio França deve concorrer à reeleição se o governador Geraldo Alckmin realmente se afastar para concorrer à presidência da República. Paulo Skaf, que ficou em segundo lugar nas últimas eleições, é o mais conhecido dos três. Segundo o Datafolha, é o que tem maior intenção de votos, mas também o de maior rejeição no estado. A Lupa checou declarações recentes dos três.
“Em 2002, quase derrotamos o PSDB em São Paulo”
Luiz Marinho, presidente do diretório estadual do PT-SP e pré-candidato ao governo, em entrevista publicada na Folha de S.Paulo em 26 de novembro de 2017
Em 2002, Luiz Marinho foi candidato a vice-governador de São Paulo na chapa do também petista José Genoino. No segundo turno, os dois foram derrotados pela dupla Geraldo Alckmin e Claudio Lembo, que conquistou 58,64% dos votos válidos, numa diferença de mais de 3,5 milhões de votos em relação aos petistas. Desde então, o PT nunca mais chegou ao segundo turno em eleições estaduais em São Paulo.
Naquele ano, ainda houve eleições para deputado estadual, federal e senador. Para a Alesp, o PT elegeu 23 parlamentares, enquanto o PSDB conquistou 18 cadeiras. Em Brasília, a bancada paulista na Câmara contava com 18 petistas e 11 tucanos. No Senado, naquele ano, o PT elegeu apenas um, contra zero do PSDB.
Procurado, Luiz Marinho não retornou.
“Alckmin mandou para a Assembleia Legislativa [de São Paulo], e seus deputados aprovaram uma lei que permite que o nome do consumidor ou consumidora seja incluído no Serasa mesmo antes de ele saber da existência da dívida”
Luiz Marinho, presidente do diretório estadual do PT-SP e pré-candidato ao governo, em vídeo postado no Facebook no dia 30 de novembro de 2017
O pré-candidato Luiz Marinho faz referência ao Projeto de Lei n° 874/2016, que passou pela Alesp e aguarda sanção do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Esse projeto regulamenta o sistema de inclusão e exclusão dos nomes dos consumidores nos cadastros de proteção ao crédito, entre eles o do Serasa Experian.
Hoje, a lei determina que o consumidor endividado precisa ser avisado por escrito sobre sua inclusão no cadastro e também deve assinar um formulário dos Correios, dando ciência de que recebeu o alerta. Trata-se do Aviso de Recebimento, documento popularmente conhecido como AR.
Com o novo projeto, a assinatura do AR passa a ser dispensável. Mas o PL mantém o direito do cidadão de ser informado previamente por escrito, mediante correspondência, sobre sua entrada em cadastros como o do Serasa. Nada garante, no entanto, que ele lerá esse aviso antes de entrar na lista de devedores.
“[7%] É o menor valor da Selic em toda sua história”
Paulo Skaf, presidente da Fiesp e pré-candidato do PMDB ao governo de São Paulo, em nota publicada no dia 6 de dezembro de 2017
Como presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Skaf emitiu uma nota cobrando que a taxa de juros caia mais em 2018. Desde 1999, a Selic é calculada do mesmo modo e, em 7 dezembro, alcançou seu valor mais baixo: de 7% ao ano. Antes disso, a menor taxa registrada na série histórica havia sido de 7,25%, em novembro de 2012.
Fixada pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), a Selic é um instrumento de política monetária do governo. O valor estabelecido é usado em aplicações entre bancos e na compra de títulos públicos federais.
“[Havia] Uma legislação [CLT] que obrigava o funcionário a tirar seus 30 dias de férias de uma única vez”
Paulo Skaf, presidente da Fiesp e pré-candidato do PMDB ao governo de São Paulo, na abertura do “Seminário Modernização Trabalhista na Fiesp”, em 31 de agosto de 2017
O artigo 136 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), de 1943, estabeleceu a possibilidade de ter “férias concedidas em dois períodos” por ano. Exigia, no entanto, que nenhum desses períodos fosse inferior a sete dias. Só eram obrigados a tirar 30 dias de férias seguidos os menores de 18 anos e os maiores de 50. Em 1997, o Decreto-lei nº 1.535 modificou a redação desse artigo e fixou para 10 dias corridos o período mínimo de um dos períodos de férias (no artigo 134), mantendo a possibilidade de divisão do tempo de descanso.
Atualização feita às 11h15 do dia 15 de dezembro de 2017: Em nota, a assessoria de imprensa da Fiesp diz que os dois períodos de férias eram concedidos “somente em casos excepcionais”, mas que “é certo que grande parte da jurisprudência e da doutrina entendiam que a excepcionalidade citada na Lei deveria, inclusive, ser justificada, só podendo ocorrer, por exemplo, em casos de força maior ou sérios prejuízos comprovados pela empresa”.
Atualização feita às 17h20 do dia 15 de dezembro de 2017: Numa segunda nota, a assessoria da Fiesp afirma que a frase de Skaf foi dita dentro de um contexto e que se referiu exclusivamente ao artigo 134 da CLT. Destacou que a lei não define os “casos excepcionais” em que as férias poderiam ser divididas e que quem decide sobre esse ponto é “a doutrina e a jurisprudência”.
“O orçamento [do Ministério da Ciência e Tecnologia] é de R$ 3,5 bilhão (…) um quinto do orçamento da Secretaria [Estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação] de São Paulo”
Márcio França, vice-governador, secretário estadual e pré-candidato do PSB ao governo de São Paulo, em entrevista concedida ao SBT em 1 de dezembro de 2017
O Ministério da Ciência e Tecnologia teve um corte orçamentário de 44% em março deste ano e passou a ter R$ 3,27 bilhões para uso em 2017. Esse valor representa pouco mais de um quarto – e não um quinto – do orçamento que a secretaria comandada por França tem para 2017: R$ 14,53 bilhões.
Procurado, Márcio França não retornou.
*Esta reportagem foi publicada na edição impressa do jornal Folha de S.Paulo no dia 15 de dezembro de 2017.
| null | ['TIAGO AGUIAR'] | [] | ['GOVERNO', 'LUIZ MARINHO', 'MÁRCIO FRANÇA', 'PAULO SKAF', 'PMDB', 'PSB', 'PT', 'SÃO PAULO'] | 2021-05-23 | ['EXAGERADO', 'VERDADEIRO, MAS', 'VERDADEIRO', 'EXAGERADO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2017/12/14/crivella-promessas-campanha-2017/ | lupa | BRT TransBrasil e outras promessas que Crivella realizaria ‘até o fim de 2017’ | null | 2017-12-14 | Em 2016, quando ainda era candidato à prefeitura do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella registrou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um documento em que listava suas promessas de governo. Quase um ano depois de sua posse, a Lupa voltou a esse texto e detectou que há nele seis promessas para transporte e educação que deveriam ter sido concluídas até o fim deste ano. Veja abaixo quais são e em que pé estão:
“Concluir as obras do BRT TransBrasil e garantir sua operação efetiva até o final de 2017”
Programa de governo registrado pelo prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, no TSE
O BRT TransBrasil, sistema de transporte de alta capacidade que pretende ligar as zonas Oeste, Norte e Centro da cidade do Rio de Janeiro, começou a ser construído por um consórcio em 2014. Em 2016, a construtora Queiroz Galvão – uma das integrantes desse grupo – informou que a obra havia sido suspensa por conta dos Jogos Olímpicos, e a ela só foi retomada em abril de 2017. Fato é que o BRT TransBrasil ainda não está pronto.
Segundo a Secretaria de Urbanismo, Infraestrutura e Habitação do município do Rio de Janeiro, a obra está em andamento e “dentro do prazo”. A pasta diz que, apesar do que foi registrado por Crivella como promessa de conclusão e das interdições que ocorrem na obra na Zona Norte da cidade, o BRT TransBrasil será finalizado até junho de 2018. Há, de acordo com a secretaria, 1.783 funcionários trabalhando nos canteiros da Central, Margaridas, Transcarioca e Deodoro.
Procurado, Crivella afirma que “devido ao tempo que [a obra] ficou paralisada, a Prefeitura do Rio precisou repactuar os prazos com previsão de conclusão para junho de 2018”.
“Fazer uma licitação, ao final de 2017, para recuperar a operação de vans na Zona Oeste da cidade”
Programa de governo registrado pelo prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, no TSE
Em abril de 2017, Crivella autorizou a circulação de 693 novas vans na Zona Oeste, mas a licitação não foi realizada em sua gestão. Segundo o Diário Oficial, a decisão foi tomada com base em seis concorrências que haviam sido feitas nos anos de 2011 e 2012. Ainda vale destacar que há um processo de licitação para novas vans na Zona Oeste que foi feito pela prefeitura e que está suspenso desde 2016. Fato é que, durante a gestão Crivella, nenhum processo licitatório referente a vans na região foi realizado.
Procurado, Crivella afirma que a secretaria municipal de Transporte realmente não fez nenhuma nova licitação porque já havia vans licitadas aguardando autorização para iniciar a operação.
“Elaborar um projeto em parceria com o Crea-RJ para reforço da estrutura da ciclovia Tim Maia nos trechos da Avenida Niemeyer e do Elevado do Joá até o final de 2017”
Programa de governo registrado pelo prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, no TSE
No primeiro dia do ano, o prefeito Marcelo Crivella assinou um decreto que estipulava que os trechos da ciclovia Tim Maia na altura da Avenida Niemeyer e do Elevado do Joá deveriam passar por obras de reforço estrutural. Dias depois, o então secretário Municipal da Conservação e Meio Ambiente, Rubens Teixeira, se encontrou com o presidente do Crea-RJ, Reynaldo Barros, para estabelecer uma parceria. Segundo a prefeitura, a secretaria municipal de Urbanismo, Infraestrutura e Habitação trabalhou em conjunto com a entidade na reconstrução do trecho da ciclovia Tim Maia.
Mas a Lupa não localizou nenhum documentos oficial sobre essa parceria. O Portal de Transparência do Crea-RJ não indica que essa negociação tenha efetivamente saído do papel. “Não celebramos convênios até 30/09/2017”. Ou seja, até setembro deste ano, o conselho não havia realizado nenhuma parceria com um órgão público – nem mesmo a prefeitura do Rio.
Em abril de 2016, parte da ciclovia Tim Maia ruiu em decorrência de uma forte ressaca e provocou a morte de um ciclista. Em maio deste ano, o Crea-RJ divulgou um laudo, apontando que o projeto original não continha estudos oceanográficos vitais para sua formulação. Em outubro, foi a vez de o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) se manifestar. O órgão realizou uma vistoria e informou que um acidente fatal poderia voltar a acontecer no local.
“Garantir junto ao Governo do Estado que a Estação do Metrô da Gávea esteja em operação até o final de 2017”
Programa de governo registrado pelo prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, no TSE
Em seu terceiro dia de gestão, o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, assinou um decreto que instituiu o Comitê de Transporte de Alta Capacidade. Segundo o documento, esse comitê seria responsável por monitorar o cronograma de obras e propor medidas para acelerar a construção. As obras da Estação do Metrô da Gávea são, no entanto, uma responsabilidade da Secretaria de Estado de Transportes do Rio de Janeiro (Setrans) – não da prefeitura. E o Metrô da Gávea ainda não está em operação.
De acordo com a Setrans, a construção teve sua velocidade reduzida em abril de 2016, razão pela qual ainda falta ser aberto 1,2 quilômetro de túnel (entre o Alto Leblon e a Gávea). No ano passado, o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) cortou a verba destinada as obras depois de constatar irregularidades. A Setrans afirma que já pediu duas vezes ao tribunal que libere o avanço da obra da linha 4, mas isso ainda não aconteceu. O TCE-RJ afirma que “o pedido [da secretaria] ainda se encontra em análise e, em breve, será apreciado pelo plenário”.
A estação da Gávea integra a linha 4 do metrô do Rio e começou a ser construída especialmente para auxiliar o grande fluxo de pessoas que circularia pela cidade durante os Jogos Olímpicos de 2016. Todo o sistema de trilhos deveria ter sido concluído até junho de 2016.
“Criar, em 2017, um programa de incentivo para os pais se envolverem mais nas atividades escolares de seus filhos (reuniões com professores e diretores de escola) a partir da ampliação do programa Vale Cultura”
Programa de governo registrado pelo prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, no TSE
Durante a campanha, Marcelo Crivella propôs complementar o programa Vale Cultura, do governo federal, com recursos da prefeitura do Rio, num programa também chamado Vale Cultura. Em 5 de janeiro deste ano, a secretária municipal da Cultura, Nilcemar Nogueira, declarou que apresentaria um cronograma para implantação desse programa, mas isso não foi feito, e a ideia não saiu do papel.
No orçamento municipal de 2017, aprovado no final de 2016 (ainda na gestão Eduardo Paes), há a previsão de destinar exatos R$ 2.017 para a rubrica. Já a proposta de orçamento para 2018, que hoje tramita da Câmara, não faz qualquer menção ao programa. O programa aparece como uma ação dentro do programa Cultura Cidadã, no projeto de Plano Plurianual (PPA 2018-2021), que ainda não foi votado na Câmara.
Procurado, Crivella afirma, pela secretaria de Cultura, que “o ano de 2017 foi dedicado aos estudos para concepção do programa Vale Cultura, cuja implantação está prevista para acontecer a partir de 2019”. O prefeito não comentou sobre sua promessa de criar um programa de incentivo para os pais se envolverem mais nas atividades escolares de seus filhos.
“Contratar em 2017, todos os Agentes de Apoio à Educação Especial aprovados no concurso realizado em 2014 para auxiliarem os professores em salas de aula onde haja inclusão de crianças com necessidades especiais”
Programa de governo registrado pelo prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, no TSE
(No dia 13 de fevereiro, a Secretaria de Educação do Rio de Janeiro publicou um edital convocando os professores aprovados no concurso público de 2014 para trabalharem como Agentes de Apoio à Educação Especial.) Em outubro de 2013, o então prefeito do Rio, Eduardo Paes, criou o cargo de Agentes de Apoio à Educação Especial. A Lei Nº 5.623 afirmava que as 3 mil vagas do programa seria preenchidas por pessoas com escolaridade nível médio.
Correção publicada às 14h30 do dia 14 de dezembro de 2017: Apesar de a gestão Marcelo Crivella ter publicado um edital convocando os 900 aprovados no concurso, apenas 324 deles foram efetivamente chamados para assumir vagas em escolas. Desses, só 180 se apresentaram. Segundo a própria prefeitura, 173 deles seguem contratados.
A prefeitura afirma ainda que “Novas convocações, porém, estão suspensas desde junho em razão da extrapolação do Limite Prudencial de Gastos com Pessoal determinado pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Esta avaliação é realizada quadrimestralmente. O último quadrimestre do ano fecha este mês. Em janeiro de 2018, nova avaliação será realizada. Caso o limite esteja regularizado, novas contratações devem ser autorizadas.”
Por conta disso, a etiqueta desta frase foi alterada de “Verdadeiro” para “Falso”.
| null | ['NATHÁLIA AFONSO', 'CHICO MARÉS'] | [] | ['2017', 'CRIVELLA', 'EDUCACAO', 'PROMESSAS', 'TRANSPORTE'] | 2021-05-23 | ['EXAGERADO', 'VERDADEIRO, MAS', 'VERDADEIRO, MAS'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2017/12/13/alckmin-assume-psdb-e-exagera-ao-falar-de-desemprego-e-previdencia/ | lupa | Alckmin assume PSDB e exagera ao falar de desemprego e previdência | null | 2017-12-13 | No último sábado (9), o PSDB aclamou Geraldo Alckmin, governador de São Paulo, como o novo presidente nacional do partido. Fundador da sigla nos anos 1980, Alckmin sucede Alberto Goldman, que ocupava a presidência de forma interina desde novembro. Em maio, o titular do cargo, o senador Aécio Neves, foi afastado por denúncias de corrupção.
Em seu discurso, Alckmin defendeu as reformas que o governo Michel Temer está implementando, criticou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e defendeu a reconciliação dos tucanos. A Lupa checou algumas das frases ditas por ele. Veja o resultado:
“As urnas o condenarão [Lula] pelos 15 milhões de empregos perdidos”
Geraldo Alckmin, no discurso de posse como presidente do PSDB, em 9 de dezembro de 2017
A Lupa analisou as estatísticas oficiais disponíveis hoje em dia sobre emprego e desemprego no Brasil e, em nenhuma delas, chegou ao número citado por Alckmin.
1) De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (Pnad/T), feita pelo IBGE, no quarto trimestre de 2014, o Brasil tinha 92,8 milhões de pessoas ocupadas – o ponto mais alto da série histórica. No primeiro trimestre de 2017, esse índice atingiu seu ponto mais baixo desde 2012, com 88,9 milhões de brasileiros ocupados. A diferença entre esses dois totais é de 3,9 milhões – bem longe dos 15 milhões citados pelo tucano.
2) O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, mostra números semelhantes. Indica que 3,6 milhões de postos de trabalho com carteira assinada foram fechados entre outubro de 2014 e abril de 2017. Neste período, segundo o Caged, houve 39,3 milhões de contratações e 42,9 milhões de demissões. Ainda vale destacar que, desde abril deste ano, a tendência se inverteu. O Brasil tem registrado mais contratações do que demissões.
3) Por último, o aumento na população de desocupados poderia ser sinônimo da perda de empregos citada no discurso. Mas, nem mesmo esse número chega perto dos 15 milhões citados por Alckmin. Levando em consideração o menor total de desocupados da série histórica da PNADC/T (6,1 milhões, no quarto trimestre de 2013) e o maior (14,2 milhões no primeiro trimestre de 2017), a diferença é de 8,1 milhões de pessoas. Ainda é preciso considerar que esse aumento ocorre não apenas pelo fechamento de vagas, mas também pelo crescimento da população economicamente ativa (PEA). Segundo a própria PNADC/T, entre os trimestres analisados, esse grupo cresceu em 5,2 milhões de pessoas.
A assessoria do PSDB declarou, em nota, que Alckmin “foi até generoso com os números desalentadores provocados pelos governos lulopetistas”, justificando que a PNADC/T mostrou 14,2 milhões de desempregados. Entretanto, o uso desse número, como explicado acima, é incorreto, visto que se trata do número total, e não da variação.
A assessoria disse, ainda, que há os “desalentados” e os “informais”, que somariam ainda mais do que 15 milhões. Novamente, a avaliação é incorreta. A perda de emprego no setor informal já é considerada pela PNADC/T e a população fora da força de trabalho, que inclui, entre diversas outras situações, os desalentados, variou em apenas 589 mil entre 2014 e 2017.
“[Defendemos] A reforma da previdência, necessária, para não termos brasileiros de duas classes, mas termos um regime geral de previdência social”
Geraldo Alckmin, em seu discurso de posse como presidente do PSDB, em 9 de dezembro de 2017
Apesar de igualar algumas regras da aposentadoria para funcionários públicos e privados, o atual texto da reforma da previdência não unifica os regimes vigentes da previdência social. Isso significa que, caso a reforma seja aprovada como está, ainda existirão “duas classes”: a dos servidores públicos, que se aposentam pelos RPPS (regimes próprios da previdência social), e a dos funcionários privados, que usam o RGPS (regime geral da previdência social).
Pelo texto que tramita na Câmara, funcionários públicos e privados teriam as mesmas regras sobre a idade e o tempo de contribuição mínimos para a aposentadoria e sobre o valor máximo a ser recebido como benefício.
Mas há diferenças no texto. Se for aprovado como está, ele estabelece que quem trabalha na iniciativa privada poderá se aposentar se tiver contribuído por, no mínimo, 15 anos. Para os servidores públicos esse tempo aumenta para 25 anos – sendo que 10 deles têm de ser no funcionalismo estatal. Outra diferença é a aposentadoria compulsória: enquanto servidores públicos são obrigados a se aposentar com 75 anos, não há limite de idade para quem trabalha em empresas privadas.
Por último, as regras de transição – o prazo para que as alterações entrem em vigência e contemplem todas as pessoas que estão sob um determinado regime da previdência – são distintas para os funcionários públicos e privados. Para os primeiros, o prazo é 2032; para os segundos, 2038.
O texto da reforma da previdência ainda pode sofrer alterações. A previsão é de que seja votado na Câmara, em primeiro turno, no dia 18 de dezembro.
Em nota, a assessoria do PSDB declarou que, devido ao grande número de diferenças atuais, é natural que a unificação se dê “de forma gradual”. Ressaltou, ainda, que vários pontos, como a aplicação do teto do INSS a todos os servidores públicos e a exigência de previdência complementar em todos os sistemas públicos, são “convergências fundamentais” entre os dois sistemas.
“Uma tragédia que já transformou o Brasil em líder mundial de homicídios, em números absolutos”
Geraldo Alckmin, em seu discurso de posse como presidente do PSDB, em 9 de dezembro de 2017
Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é, desde 2005 e em números absolutos, o país onde mais pessoas são assassinadas em todo o mundo. No último levantamento feito pela organização reunindo dados globais de mortalidade, documento que se refere a 2015, estima-se que 63,3 mil pessoas morreram no Brasil pelo que a entidade chama de “violência interpessoal”.
A OMS publica estimativas gerais de mortalidade a cada cinco anos, desde 2000. No primeiro ano, a Índia aparecia na primeira posição, com 58,1 mil assassinatos, e o Brasil na segunda, com 53 mil. Vale destacar que a população indiana era, na época, seis vezes maior do que a brasileira – ou seja, proporcionalmente, a Índia já era menos violenta.
Em 2005, o Brasil ultrapassou a Índia no ranking e, desde então, mantém uma desconfortável liderança.
Desde 2000, o Brasil mantém uma taxa de mortes por violência interpessoal estável e próxima à taxa de 30 para cada 100 mil habitantes. O máximo considerado tolerável pela OMS é de 10 a cada 100 mil.
Em 2015, o país tinha a nona maior taxa de mortes por violência interpessoal do mundo, 30,5 a cada 100 mil habitantes. Ao analisar as taxas, ou seja, os número proporcionais à população, o Brasil aparece melhor apenas que Honduras, El Salvador, Venezuela, Colômbia, Belize, Guatemala, Jamaica e Trinidad e Tobago.
| null | ['CHICO MARÉS'] | [] | ['ALCKMIN', 'CONVENÇÃO', 'ELEIÇÕES 2018', 'GERALDO ALCKMIN', 'PRESIDENTE', 'PSDB'] | 2021-05-23 | ['EXAGERADO', 'EXAGERADO', 'VERDADEIRO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2017/12/12/bolsonaro-chavez-contradicao/ | lupa | Elogio de Bolsonaro a Chávez contradiz oposição dele ao ‘comunismo’ | null | 2017-12-12 | Uma imagem extraída do acervo do jornal O Estado de S.Paulo e uma entrevista concedida pelo deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) com elogios ao ex-presidente venezuelano Hugo Chávez circularam pela internet e por aplicativos de mensagem na última segunda-feira (11). Trata-se de um conteúdo que data de 1999 e diz respeito à polêmica visita que Chávez fez ao Brasil. Na época, o jornal entrevistou alguns dos deputados federais para saber o que eles pensavam do ex-militar que havia vencido as eleições venezuelanas com 56% dos votos e que tinha agenda com o então presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso. Bolsonaro foi um dos ouvidos.
“[Hugo Chávez] É uma esperança para a América Latina e gostaria muito que essa filosofia chegasse ao Brasil (…). Ele não é anticomunista e eu também não sou”
Deputado federal Jair Bolsonaro, em entrevista concedida ao jornal O Estado de S.Paulo, em 4 de setembro de 1999
Apesar dos elogios feitos ao ex-presidente da Venezuela Hugo Chávez em 1999, em setembro de 2013, o parlamentar subiu à tribuna da Câmara e o classificou como um “ditador”, ao lado do boliviano Evo Morales e do cubano Fidel Castro.
Jair Bolsonaro se posiciona hoje como um dos maiores críticos do “comunismo” no Brasil. Faz oposição ferrenha aos governos petistas de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, dizendo que se trataram de “ditaduras comunistas”. Uma busca no site da Câmara mostra que, entre 2009 e 2016, o parlamentar citou a palavra “comunismo” pelo menos 26 vezes em discursos feitos no Congresso. “Chávez”, por sua vez, foi mencionado em ao menos 20 ocasiões.
Em uma dessas intervenções, Bolsonaro pediu que um dos sites da Câmara fosse retirado do ar por “explicar princípios do comunismo”. Queria evitar que “a nossa juventude” crescesse “achando que o comunismo, o socialismo e a ditadura, como eles bem escrevem aqui, farão bem para a sociedade um dia”.
Hugo Chávez foi presidente da Venezuela de fevereiro de 1999 a março de 2013. Morreu em decorrência de um câncer e é considerado por especialistas em ciência política um dos expoentes do socialismo do século XXI na América Latina. De forma muitas vezes controversa, tentou implantar um sistema político inspirado nos ideais de Simon Bolívar, ampliando o nacionalismo à máxima potência e buscando uma educação pública irrestrita e obrigatória. Seu governo é alvo de diversas críticas nacionais e internacionais.
Em vídeo gravado em Pernambuco no mês de maio, Bolsonaro pede a palavra e ironiza o fato de Chávez ter ido “se tratar (de câncer) na melhor medicina do mundo: a cubana” e lembra que ele morreu logo depois. Na gravação, pede que o homem que um dia considerou “uma esperança para a América Latina” “prepare o inferno para receber os líderes comunistas do Brasil”.
Procurado, Bolsonaro afirmou, por telefone, que, no início de sua carreira política, Chávez era um democrata e que, por isso, o admirava. “Mas as pessoas mudam, não é? Isso acontece, às vezes, até em casamentos”.
| null | ['NATÁLIA LEAL'] | [] | ['BOLSONARO', 'COMUNISMO', 'DITADOR', 'HUGO CHAVEZ', 'JAIR BOLSONARO'] | 2021-05-23 | ['CONTRADITÓRIO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2017/12/11/pec-181-a-discussao-sobre-aborto-dominam-a-camara-dos-deputados/ | lupa | Malu Mader, Rebeca Mendes Silva e o aborto em pauta na Câmara | null | 2017-12-11 | Na última semana, o aborto voltou a ser assunto nas redes sociais. O vídeo da entrevista da atriz Malu Mader no programa “Encontro com Fátima Bernardes”, da TV Globo, foi compartilhado mais de 55 mil vezes em sete dias. Segundo o CrowdTangle, a ferramenta de monitoramento de posts feitos no Facebook, a gravação em que ela critica a criminalização do aborto viralizou tanto quanto o desfecho da história da jovem Rebeca Mendes Silva, que teve seu pedido para fazer aborto negado pelo Supremo Tribunal Federal e que, na última terça-feira (5), embarcou para a Colômbia para realizar o procedimento.
Na terça-feira (12), uma comissão especial da Câmara dos Deputados deve voltar a analisar as PEC 181/15 e PEC 58/11 e pode concluir a votação dos destaques que propõem retirar do texto a definição de que a vida começa na concepção. Parlamentares contrários ao tema dizem que a mudança impedirá as atuais possibilidades de aborto legal, como em casos de estupro.
A Lupa vem acompanhando os debates acalorados das sessões em que a matéria foi votada e checou os argumentos contra e a favor da proposta. Veja alguns deles abaixo:
“Na União Soviética, [Josef] Stalin colocou o aborto na ilegalidade na década de 30 porque dizia que era preciso crescer a população para se contrapor aos Estados Unidos, e cresceu o número de abortos”
Deputada federal Erika Kokay (PT-DF)
O aborto foi legalizado na União Soviética em 1920. E, em 1936, Josef Stalin iniciou uma política que buscava aumentar a população do país. Ela incluía, de fato, a proibição do aborto, exceto por razões médicas.
Há diferentes relatos sobre o período. O livro “Mulher, Estado e Revolução”, da historiadora norte-americana Wendy Goldman, relatava, por exemplo, que houve um crescimento no número total de abortos depois desse veto.
“Apesar da proibição, a incidência do aborto continuou sendo alta. Em Moscou, houve 9,7 abortos a cada mil pessoas em 1925; 15,8 em 1926 e 12 em 1939. Nas cidades russas, houve 6,1 abortos (a cada mil pessoas) em 1926; 9,6 em 1938 e 10,8 em 1939. Dessa forma, em 1939, apesar da proibição, a incidência do aborto era maior do que em 1926, durante o período de legalização”.
À Lupa, a deputada declarou que sua afirmação havia sido baseada justamente nesse livro.
Mas existem outros estudos sobre o assunto. O dos demógrafos Alexandre Avdeev, Alain Blum e Irina Troitskaya relata, por exemplo, que a proibição do aborto significou a ausência de dados oficiais sobre procedimentos desse tipo. “O sistema estatístico foi abolido [após a proibição]”, diz a obra.
Diversos estudos analisados pela Lupa concordam, no entanto, em um ponto: após a proibição do aborto, a mortalidade materna em decorrência desse procedimento cresceu. Um levantamento feito pela cientista econômica Victoria Ivanovna Sakevich mostra ainda uma alta no número de infanticídios.
O aborto voltou a ser legal na URSS em 1955.
“A nossa posição [favorável ao aborto] é muita clara e corresponde à imensa maioria do povo brasileiro do ponto de vista dos direitos das mulheres”
Deputada federal Luiza Erundina (PSOL-SP)
Em sua fala, a deputada ecoava os resultados de uma pesquisa feita pelo Ibope, por encomenda do grupo Católicas Pelo Direito de Decidir (CDD), que foi publicada em fevereiro de 2017. O levantamento tratava de dois temas: quem deve decidir sobre o aborto e se a mulher que abortou deve ou não ser presa. Na primeira questão, 64% dos entrevistados disseram que a decisão caberia à mulher. Na segunda, 45% dos entrevistados “discordaram totalmente” com a ideia de prender mulher que aborta e 19% “discordaram parcialmente” diante dessa sugestão. A pesquisa foi realizada com 2.002 pessoas, com margem de erro de dois pontos percentuais.
Mas a pesquisa citada por Erundina não trata de abortos em caso de estupro. E o levantamento mais recente sobre o assunto foi feito pela empresa Hello Research, data de 2016 e mostra que a maioria dos brasileiros também é favorável à legalização do aborto nesse caso. Pela pesquisa, 51% dos entrevistados são favoráveis e 38%, contrários. Outros 11% não responderam ou se disseram indiferentes. O levantamento foi realizado com 1.274 pessoas, em todo o Brasil, e a margem de erro é de três pontos percentuais.
Há, no entanto, um levantamento feito em dezembro de 2016 pelo Instituto Paraná Pesquisas sobre a legalização do aborto que traz dados diferentes. O estudo mostra que apenas 22,3% dos brasileiros se dizem favoráveis a que o aborto seja legalizado em todos os casos. A pesquisa ouviu 2.016 pessoas, e a margem de erro é de dois pontos percentuais.
“Coisas [direito ao aborto em caso de estupro ou risco de vida da mãe], que são de 60 anos atrás, estão sendo ameaçadas por um relatório que indiretamente compromete isso”
Deputada Federal Jô Moraes (PCdoB-MG)
Segundo o Código Penal, de 1940, o aborto é crime no Brasil, mas o artigo 128 desta mesma lei prevê duas exceções: para quando “não há outro meio de salvar a vida da gestante” e “se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal”. Esses dispositivos estão previstos pela legislação nacional desde dezembro de 1940, ou seja, há quase 77 anos.
A PEC 181 coloca esses direitos em risco de forma indireta. O relatório da proposta, que originalmente tratava apenas de ampliar a licença-maternidade para mães com bebês prematuros, não altera diretamente esses dois dispositivos do Código Penal, mas inclui a expressão “desde a concepção” na garantia da inviolabilidade do direito à vida, artigo 5o. da Constituição Federal. Isso permitiria, na prática, que a constitucionalidade do artigo 128 do Código Penal fosse questionada, o que, caso fosse confirmado pelo Supremo Tribunal Federal, tornaria inconstitucionais as exceções previstas há mais de sete décadas.
“Queria deixar muito claro que nós não mexemos em nada no tocante ao Código Penal, onde preserva-se [o direito ao aborto] quando a mulher corre risco de vida, no caso de estupro ou no de anencéfalo”
Deputado federal Jorge Tadeu Mudalen (DEM-SP), relator da proposta
De fato, não houve alteração no Código Penal. Mas, a PEC 181 pretende alterar a Constituição Federal, que se sobrepõe às outras leis vigentes no país. Em miúdos, isso quer dizer que, embora o Código Penal esteja preservado, mudanças feitas por meio de emenda constitucional afetam necessariamente a leitura de todas as demais leis e portarias do país – inclusive aquelas que hoje permitem a prática do aborto em algumas situações.
Segundo a PEC 181, o inciso 3 do artigo 1º da Constituição, aquele que trata dos princípios fundamentais da República, passaria a garantir a dignidade da pessoa humana “desde a concepção”. A mesma expressão seria acrescentada ao capt. do artigo 5º, que garantiria a igualdade de todos perante a lei e “a inviolabilidade do direito à vida desde a concepção”.
“As parlamentares que vêm aqui falando [a favor do aborto] não falam inclusive nem pela maioria das mulheres aqui presentes nessa comissão”
Deputado federal Diego Garcia (PHS-PR)
A Comissão Especial que analisa a PEC 181 tem, entre titulares e suplentes, 12 mulheres. Ao menos sete delas, ou seja, mais da metade, já se colocaram contra a proposta. No dia da sessão, quatro parlamentares se pronunciaram e foram abertamente contra a alteração em artigos da Constituição. Nenhuma se pronunciou a favor.
“As convenções das quais o Brasil é signatário, como a Convenção Americana de Direitos Humanos, fala em seu artigo 4 exatamente da proteção à vida desde a sua concepção”
Deputado federal Alan Rick (DEM-AC)
A Convenção Americana dos Direitos Humanos assinada pelo Brasil e outros 34 Estados americanos na Conferência Especializada Interamericana sobre Direitos Humanos, realizada em 22 de novembro de 1969, de fato fala sobre o direito à vida em seu artigo número 4. Mas o primeiro parágrafo dessa mesma lei afirma claramente que esse direito deve ser protegido pela lei “em geral, desde o momento da sua concepção”. Ou seja, estão previstas exceções. | null | ['CLARA BECKER', 'CHICO MARÉS'] | [] | ['ABORTO', 'CÂMARA', 'MALU MADER', 'REBECA MENDES SILVA'] | 2021-05-23 | ['VERDADEIRO, MAS', 'VERDADEIRO, MAS', 'VERDADEIRO', 'VERDADEIRO, MAS', 'EXAGERADO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2017/12/08/tiririca-deputado-despedida/ | lupa | É verdade que o deputado Tiririca nunca fez uma lei? Que falta muito? | null | 2017-12-08 | Na quarta-feira (6), o deputado Tiririca fez seu primeiro e último discurso como parlamentar na Câmara. Eleito duas vezes – em 2011 e em 2015 -, o deputado do PR de São Paulo criticou seus pares e fez um apelo para que a Câmara olhasse mais para o povo brasileiro. Nas redes sociais, foi alvo de toda sorte de comentários: positivos e negativos. Com a ajuda da ferramenta CrowdTangle, do Facebook, a Lupa selecionou os comentários mais relevantes, publicados nos posts com mais interações na rede. Veja o resultado.
“Tiririca já conseguiu os oito anos necessários para se aposentar como parlamentar”
A Lei 7.087/82, que estabelecia que um parlamentar precisava ter apenas oito anos de mandato e 50 anos de vida para poder se aposentar, não é mais válida. Em 1997, as regras mudaram, com a aprovação da Lei 9.506/97. Atualmente, um parlamentar só pode se aposentar com salário integral depois de ter contribuído 35 anos para o Plano de Seguridade Social dos Congressistas e ainda ter 60 anos. Essa norma vale tanto para homens quanto para mulheres. Se o parlamentar se aposentar antes, terá um benefício proporcional ao tempo de contribuição.
“Tiririca nunca apresentou um projeto de lei”
Uma busca no site da Câmara revela que o deputado é autor de 59 projetos de lei e outras proposições. Mas 17 deles foram arquivados e somente um foi efetivamente transformado em lei. Trata-se do projeto que instituiu o Programa de Cultura do Trabalhador e criou o vale-cultura. Ele é fruto de um PL assinado por Tiririca e diversos outros parlamentares.
O deputado federal pelo PR-SP ainda foi relator de 16 projetos de lei que passaram pela Comissão de Cultura, a única da qual Tiririca é membro titular. No entanto, apenas um deles foi aprovado e virou lei. Trata-se da concessão do título de “Capital Nacional do Antigomobilismo” (carros antigos) ao município de Caçapava (SP).
“Tiririca votou para deter as denúncias contra Michel Temer”
Nas duas denúncias apresentadas contra o presidente Michel Temer, o deputado Tiririca votou “não”, ou seja, a favor da aceitação da denúncia e o avanço das investigações.
No dia 2 agosto deste ano, Tiririca se juntou a outros 226 deputados que queriam que a denúncia avançasse. Mas esse grupo foi derrotado. A maioria da Câmara – 263 deputados – votou para deter o caso. Naquela sessão houve 19 deputados ausentes e dois que se abstiveram.
Na votação referente à segunda denúncia, Tiririca não mudou de posição e continuou votando a favor do avanço das investigações. Mas seu grupo novamente foi derrotado, com um placar de 251 contra 233. Ainda houve 25 ausências e duas abstenções.
“Tiririca votou a favor do impeachment de Dilma”
No dia 17 de abril de 2016, a Câmara decidiu dar prosseguimento ao processo de impeachment da então presidente Dilma Rousseff. Naquela ocasião, o deputado Tiririca votou a favor do impeachment da petista e não justificou seu posicionamento.
“Tiririca votou a favor de todos os projetos do governo Temer”
Apesar de ter votado de forma favorável à Proposta de Emenda Constitucional que impôs limites ao gasto público, a chamada PEC do Teto – uma das mais importantes do governo Michel Temer, o deputado federal Tiririca foi contra o projeto de lei 4302/98, que permitiu que as empresas pudessem terceirizar todas suas atividades, e também foi contra a reforma trabalhista, aprovada neste ano.
“Tiririca faltava pouco”
Até a última quinta-feira (7), a atual legislatura da Câmara tinha tido 331 dias úteis, ou seja, com sessões deliberativas. O relatório de presença em plenário de Tiririca mostra que ele esteve presente em 100% dessas datas. Como algumas delas têm mais de uma sessão, o deputado consta como “ausente” em uma sessão preparatória e quatro extraordinárias.
Na legislatura anterior, foram 394 sessões deliberativas, e Tiririca também esteve presente em 100% delas, mas se ausentou em três sessões ordinárias e duas extraordinárias.
Quanto à frequência à Comissão de Cultura, vale ressaltar que o deputado faltou em 13 das 116 reuniões. Nove eram audiências públicas e quatro, reuniões deliberativas. Nenhuma das ausências consta no site da Câmara como tendo sido justificada. | null | ['NATHÁLIA AFONSO'] | [] | ['CÂMARA', 'DESPEDIDA', 'PR', 'TIRIRICA'] | 2021-05-23 | ['VERDADEIRO', 'EXAGERADO', 'VERDADEIRO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2017/12/08/psdb-documento-diretrizes-2018/ | lupa | PSDB lança documento com novas diretrizes, mas segue velhas práticas | null | 2017-12-08 | Na terça-feira 28 de novembro, a cúpula do PSDB apresentou na Câmara dos Deputados o documento “Gente em Primeiro Lugar: o Brasil que Queremos”. Nele, propõe novas diretrizes para o programa do partido e estabelece as bases para a campanha eleitoral de 2018. A Lupa analisou o documento de 27 páginas e checou algumas de suas afirmações.
“A carga tributária deve ser mais bem distribuída – recaindo mais sobre a propriedade e a renda, e menos sobre o consumo”
“Gente em Primeiro Lugar: o Brasil que Queremos”, na pág. 20
Apesar de defender taxações progressivas em suas novas diretrizes, na prática, quando no governo, o partido não adotou alguns dos tributos mais distributivos. O imposto sobre heranças ou doações, chamado ITCMD (Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação), é um dos principais tributos que recaem sobre a renda.
De acordo com a Constituição Federal, cabe aos estados estabelecer uma alíquota de até 8% para sua aplicação. Este limite já é um dos menores praticados no mundo. Nos EUA, a alíquota chega a 50%. Na França, a 60% e, na Alemanha, a 50%.
São Paulo, o estado mais populoso do país e principal vitrine da gestão tucana, possui uma alíquota única por causa mortis e doação. E ela é de 4%.
De 2015 a 2017, segundo levantamento da Ernst & Young, o ITCMD subiu em 13 dos 26 estados brasileiros e também no Distrito Federal. Isso foi feito em decorrência da retração econômica. São Paulo, contudo, não se valeu deste artifício e não fez reajuste.
O governo de Goiás foi o único tucano a adotar a alíquota máxima e progressiva do ITCMD. Veja como os impostos são aplicados nos governos tucanos:
O PSDB também se posicionou contra o aumento do Imposto Predial e Territorial Urbano, que recai sobre a propriedade, quando o ex-prefeito da cidade de São Paulo, Fernando Haddad tentou aumentar a tarifa para terrenos ociosos e subutilizados. A bancada tucana obstruiu a votação na Câmara Municipal de São Paulo. Hoje presidente interino do PSDB, Alberto Goldman, à época, chamou a medida de “malddade”, em trocadilho com o nome do ex-prefeito petista. Mesmo com restrições orçamentárias, o prefeito João Doria decidiu por congelar o IPTU para o ano eleitoral de 2018, abrindo mão do aumento na arrecadação.
Procurado, o PSDB não retornou.
“A participação das mulheres – em sentido mais amplo e, em particular, no PSDB – tem de ser maior”
“Gente em Primeiro Lugar: o Brasil que Queremos”, na pág. 23
De acordo com o site oficial do PSDB, entre os 25 membros titulares da Executiva Nacional em 5 de dezembro, havia apenas quatro mulheres: a deputada federal Yeda Crusius(RS), e a vice na chapa de José Serra à Presidência em 2010, Rita Camata, como vogais; a atual prefeita de Chapada dos Guimarães (MT), Thelma Oliveira, como tesoureira-adjunta, e a deputada federal e vice-presidente do PSDB, Mariana Carvalho (RO). Na Câmara, havia 51 tucanos. Entre eles, apenas seis mulheres. No Senado, 12 representantes. Nenhum deles mulher. O partido ainda tinha seis governadores e nenhuma governadora eleita. Nas 27 páginas do novo documento, a palavra “mulheres” só aparece duas vezes. Vale lembrar que a Lei das Eleições (Lei 9.504/1997) exige que 30% dos candidatos sejam do sexo feminino.
Procurado, o PSDB não retornou.
“Não compactuaremos com a corrupção”
“Gente em Primeiro Lugar: o Brasil que Queremos”, na pág. 23
Recentemente, o PSDB foi instado a deliberar sobre algumas situações envolvendo acusações de corrupção. Veja como o partido se comportou:
1- No dia 26 de setembro de 2017, a 1ª turma do Supremo Tribunal Federal (STF) afastou o senador Aécio Neves (PSDB-MG) de seu mandato. O tucano havia sido denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por corrupção passiva e obstrução de justiça. De acordo com a PGR, Aécio teria solicitado e recebido R$ 2 milhões em propina de Joesley Batista, do grupo J&F. No dia 17 de outubro de 2017, o Senado devolveu o mandato de Aécio. Na ocasião, 44 parlamentares votaram contra as medidas impostas pelo STF e a favor do mineiro. Dos 12 senadores tucanos, 10 participaram da sessão. Todos votaram pelo retorno de Aécio ao Senado.
2- Quando o assunto foi o presidente Michel Temer, denunciado duas vezes pela PGR, o PSDB ficou dividido. Em agosto, quando Temer foi denunciado por corrupção passiva, 22 parlamentares tucanos foram a favor da rejeição da denúncia contra o presidente e 21 foram favoráveis ao prosseguimento das investigações. Quatro parlamentares do PSDB não votaram.
Em outubro, quando a denúncia era sobre organização criminosa e obstrução de justiça, a maioria dos tucanos recomendou que as investigações continuassem: 23 contra 20. Três deputados faltaram à sessão.
3 – Nem no Rio de Janeiro, estado em que tem apenas quatro deputados estaduais, o PSDB conseguiu fechar questão em torno de um caso que envolve denúncia de corrupção. No dia 17 de novembro, a maioria da Assembleia Legislativa decidiu soltar os deputados Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi, todos do PMDB e investigados por corrupção. Naquele dia, um deputado do PSDB votou a favor da soltura do trio. Dois foram contra, e houve uma abstenção.
Procurado, o PSDB não retornou.
*Esta reportagem foi publicada na edição impressa do jornal Folha de S.Paulo no dia 8 de dezembro de 2017.
| null | ['CLARA BECKER', 'LEANDRO RESENDE'] | [] | ['BRASIL QUE QUEREMOS', 'ELEIÇÕES 2018', 'PSDB'] | 2021-05-23 | ['CONTRADITÓRIO', 'DE OLHO', 'DE OLHO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2017/12/07/meirelles-ministro-fazenda/ | lupa | Meirelles: ‘Brasil tem a maior carga tributária entre emergentes’. Será? | null | 2017-12-07 | Atual ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD) tem utilizado seu Twitter pessoal e dado diversas entrevistas para defender as políticas do governo Michel Temer. Por conta disso, entrou na lista de possíveis candidatos à Presidência da República. No último dia 27, em evento da revista Veja, Meirelles falou sobre o assunto. Disse que, em março, anunciará sua posição sobre a disputa eleitoral. A Lupa voltou, então, a frases ditas por ele no último mês. Confira abaixo o grau de veracidade de algumas delas:
“As despesas públicas estão crescendo no Brasil há 25 anos sem parar, como percentual do Produto [Interno Bruto]”
Henrique Meirelles, Ministro da Fazenda, em evento organizado pela revista Veja em 27 de novembro de 2017
O Relatório de Análise Econômica dos Gastos Públicos Federais, estudo feito pelo Ministério da Fazenda e publicado em 2016, mostra que os gastos públicos da União foram de 15,2% em 2003 para 19,6% em 2015. Nesse período, no entanto, houve duas quedas. Entre 2006 e 2008, o percentual foi de 16,7% para 16,2% e, entre 2009 e 2011, de 17,5% a 16,8%.
Procurado para comentar estar checagem, o ministério da Fazenda nega que tenha havido exagero. Em nota, afirma que houve “oscilações anuais”, mas que “o dado concreto é que, ao final de cada mandato (presidencial), os gastos são sistematicamente superiores que aqueles do final do mandato anterior.
“Nós temos a maior carga tributária entre os emergentes”
Henrique Meirelles, Ministro da Fazenda, em evento organizado pela revista Veja em 27 de novembro de 2017
De acordo com o Índice de Liberdade Econômica de 2017, da Heritage Foundation (um think tank conservador americano), a carga tributária brasileira em relação ao PIB é a 36ª maior do mundo e a quinta maior entre os 23 países considerados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) como sendo de economia emergente.
De acordo com esse levantamento, os impostos no Brasil são equivalentes a 32,8% do Produto Interno Bruto (PIB). Hungria, Rússia, Ucrânia e Argentina têm cargas tributárias mais altas, em comparação com o tamanho de suas economias.
Ao todo, a carga tributária de 179 países foi analisada neste levantamento. A mais alta do mundo é a de Timor Leste, pequeno país de língua portuguesa no sudeste asiático: 61,5%. Dinamarca, Lesoto, França e Bélgica completam o top 5.
O levantamento da Heritage Foundation foi feito com base em diversas bases de dados internacionais, incluindo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Banco Mundial, o FMI e organizações multinacionais regionais.
Em nota, o Ministério da Fazenda informou que “vários bancos de dados trazem informações conflitantes sobre a carga tributária dos países emergentes”, mas que é fato que “o Brasil sempre se destaca por ter carga tributária sensivelmente acima da média de seus pares”.
“O Brasil está vencendo o desemprego. Os dados de outubro do IBGE mostram que em um ano houve criação de 1,662 milhão de novos postos de trabalho”
Henrique Meirelles, Ministro da Fazenda, no Twitter, dia 30 de novembro de 2017
De acordo com a última edição da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal (PNADC/M), do IBGE, no último trimestre móvel avaliado (agosto, setembro e outubro), o número de pessoas ocupadas foi de 89,9 milhões em 2016 para 91,5 milhões em 2017. A diferença é de 1,662 milhão, um crescimento proporcional de 1,8%.
O que Meirelles não menciona, porém, é a estatística que está exatamente abaixo na tabela do IBGE: o número de pessoas que estavam desocupadas nesse mesmo período. Em outubro de 2016, eram 12 milhões de desempregados. Neste ano, são 12,7 milhões, um crescimento de 698 mil pessoas – proporcionalmente, 5,8%. Veja aqui versão resumida dos dados da última PNADC/M.
Além disso, vale destacar que o crescimento da força de trabalho se deu majoritariamente por empregos informais ou por conta própria. O número de empregados no setor privado com carteira assinada caiu de 34 milhões para 33,3 milhões. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, mostram que, entre outubro de 2016 e 2017, houve 14,5 milhões de admissões e 14,8 milhões de demissões, um saldo negativo de 294 mil vagas.
Procurado para comentar estar checagem, o Ministério da Fazenda informou por nota que “o aumento no número de pessoas procurando emprego é um bom sinal de confiança na economia e de que há recuperação econômica, com mais chances de se conseguir emprego”. Para a pasta, “antes essas pessoas não procuravam emprego por acreditar que não tinham chance nenhuma”.
“A renda média dos brasileiros ficou maior, com alta de 2,5%”
Henrique Meirelles, ministro da Fazenda, no Twitter, no dia 30 de novembro de 2017
Meirelles se refere ao crescimento da renda média dos brasileiros entre o trimestre móvel de agosto, setembro e outubro de 2016 e o equivalente em 2017. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal (PNADC-M), do IBGE, esse valor cresceu 2,46% considerando valores reais (corrigidos pela inflação). No terceiro trimestre do ano passado, a renda média do trabalhador brasileiro era de R$ 2.077. Em outubro, esse valor era de R$ 2.127.
| null | ['CHICO MARÉS'] | [] | ['ELEIÇÕES 2018', 'FAZENDA', 'HENRIQUE MEIRELLES', 'MINISTRO'] | 2021-05-23 | ['EXAGERADO', 'EXAGERADO', 'VERDADEIRO, MAS', 'VERDADEIRO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2017/12/05/mentiras-verdade-aids-hiv/ | lupa | No Twitter, quatro mentiras e uma verdade sobre a Aids e o HIV | null | 2017-12-05 | O número de casos de Aids diminuiu 5,1% no Brasil em dez anos. É o que mostra o Boletim Epidemiológico HIV/Aids lançado pelo Ministério da Saúde em 1º de dezembro, Dia Mundial de Luta contra a Aids. Este é o mês de enfrentamento da síndrome no Brasil. A lei que oficializou a campanha Dezembro Vermelho foi sancionada no mês passado. Por conta disso, a Lupa fez um levantamento de quatro mentiras e uma verdade sobre o vírus e sua síndrome. Veja o resultado abaixo.
“Cada vez mais aumenta o número de pessoas com Aids no Brasil”
De acordo com o mais recente Boletim Epidemiológico HIV/Aids do Ministério da Saúde, a taxa de detecção de Aids vem diminuindo no país. Em 2006, de cada 100 mil habitantes, 19,9 tinham a síndrome. Em 2016, eram 18,5 – uma queda de 5,1%.
Na análise por regiões, o Norte e o Nordeste vão no sentido contrário. De 2006 a 2016, essas regiões tiveram alta de 66,4% e 35,7%, respectivamente. No mesmo período, houve redução de 35,8% no Sudeste e de 19,3% no Sul.
Ainda vale destacar que o número de mortes por Aids teve leve queda no país. Em 2006, de 100 mil habitantes, 5,9 morreram por causa da síndrome de imunodeficiência adquirida. Em 2016, foram 5,2 óbitos, numa redução de 11,9%.
“Você só é infectado pelo vírus da AIDS se você transar”
A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids) é uma doença causada pelo HIV – embora nem todos os portadores do vírus desenvolvam a síndrome. Segundo o site da Fiocruz, o HIV ataca as células de defesa do corpo e deixa o organismo vulnerável a outras enfermidades. O vírus pode ser transmitido por sangue, sêmen, secreção vaginal ou leite materno. Segundo o Ministério da Saúde, há cinco formas de contrair o HIV: em relação sexual sem proteção; na reutilização de seringas; de mãe para o filho – durante a gestação, parto ou amamentação; por transfusão de sangue e ao utilizar instrumentos cortantes não esterilizados.
“Aids você pega e passa. Não fica contigo”
A infecção por HIV ainda não tem cura. Mas há medicamentos que podem minimizar os efeitos da Aids e auxiliar o portador a ter uma melhor qualidade de vida. Segundo o site da Fiocruz, os antirretrovirais, usados em combinações conhecidas como coquetéis, são chave para isso: eles podem reduzir a presença do vírus no organismo, chegando à chamada carga indetectável, quando as chances de trasmissão são quase nulas. Contudo, a fundação alerta que o uso irregular do medicamento pode causar danos ao tratamento e mutações no HIV, ou seja, o desenvolvimento de formas mais resistentes do vírus, dificultando o tratamento.
Nos últimos anos, o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids passou a defender a prevenção combinada como forma de enfrentar a epidemia de Aids. Se antes o preservativo era indicado como a única forma segura de impedir que um indivíduo contraísse o vírus, hoje há outras maneiras de se prevenir. Segundo o site oficial do Unaids, o Tratamento como Prevenção (TcP), a Profilaxia Pós-exposição (PEP) e a Profilaxia Pré-exposição (PrEP) são algumas dessas soluções.
O TcP consiste no uso de antirretrovirais para se chegar à carga indetectável do HIV, o que melhora a qualidade de vida do paciente e diminui o risco de transmitir a doença. A PEP é a utilização de antirretroviral após uma situação em que haja risco de infecção por HIV. A medicação deve ser tomada em até 72 horas e impede que o vírus se estabeleça no organismo. Por fim, a PrEP é o uso de medicamentos antes da exposição ao vírus, por indivíduos que estejam expostos a alto risco de infecção. Segundo a Unaids, esse tratamento tem eficácia de 90%, mas ainda não está disponível no Brasil.
“Somente gay transmite o vírus HIV”
O Boletim Epidemiológico HIV/Aids mostra que 48,9% dos homens que contraíram HIV entre 2007 e junho de 2017 foram infectados em uma relação homossexual. Mas os outros 51,1%, ou seja, a maioria, estão espalhados entre infecções por relações heterossexuais (37,6%) e bissexuais (9,6%). Os que contraíram o vírus pelo uso de drogas injetáveis representam 2,9%, e as transmissões verticais, de mãe para filho, 1%.
Na análise dos casos registrados entre o público feminino, não há essa mesma divisão. Sendo assim, 96,8% das mulheres que se infectaram contraíram a doença em relação sexual, sendo a heterossexual a única opção analisada. Os outros casos são identificados como infecção por uso de drogas injetáveis (1,7%), transfusão de sangue (0,1%) e transmissão de mãe para filho (1,4%).
“A maioria das pessoas com HIV no mundo consegue ter tratamento”
De acordo com o relatório Blind Spot, divulgado pelo Unaids em 1º de dezembro, dos 36,7 milhões de portadores do HIV no mundo todo, 20,9 milhões têm acesso a tratamentos antirretroviral – o que significa dizer que quase 16 milhões de pessoas não têm.
Acabar com a epidemia de Aids (e de outras doenças, como tuberculose e malária) é um dos objetivos previstos na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. No acordo, os países integrantes da ONU se comprometem a universalizar o acesso à saúde sexual e reprodutiva e acelerar os progressos no combate à doença.
Em um relatório publicado em 2016, o ex-secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, defende que as ações para dar fim à epidemia de Aids precisam ser inclusivas, acessíveis e fundamentadas sobre os direitos humanos, além de serem direcionadas aos países que mais precisam. Como iniciativas práticas, a ONU sugere a revogação de leis que criminalizam relações entre pessoas do mesmo sexo, trabalhadores do sexo e usuários de drogas, por entender que esse tipo de punição impede o acesso a serviços de combate à Aids.
| null | ['NATHÁLIA AFONSO'] | [] | ['AIDS', 'HIV', 'UNAIDS'] | 2021-05-23 | ['VERDADEIRO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2017/12/04/ministro-mendonca-filho-premio/ | lupa | Ministro da Educação ganha prêmio com base em dados exagerados | null | 2017-12-04 | Na sexta-feira (24), o ministro da Educação, Mendonça Filho, recebeu o Prêmio Fernando de Azevedo/Educador do Ano 2016. A homenagem é concedida pela Academia Brasileira de Educação (ABE) e tem em seu histórico de homenageados o ex-secretário de Educação de São Paulo Gabriel Chalita, o ex-secretário de Segurança do Rio de Janeiro José Mariano Beltrame e os ex-ministros da Educação Fernando Haddad e José Henrique Paim.
A escolha da ABE repercutiu nas redes sociais: uns elogiaram a gestão de Mendonça Filho, destacando projetos como a Reforma do Ensino Médio. Outros criticaram os cortes em investimentos na área, reconhecidos pelo próprio editorial bimestral da instituição. Em entrevista concedida à Agência Brasil, o presidente da ABE informou que a escolha de Mendonça Filho havia sido unânime e destacou realizações do ministro em Pernambuco, estado onde foi vice-governador e governador. A Lupa checou algumas frases dessa entrevista.
“Seu belo trabalho [de Mendonça Filho] em Pernambuco fez com que o estado hoje seja um dos mais avançados do país em qualidade educacional”
Carlos Alberto Serpa, presidente da ABE, em entrevista à Agência Brasil
Mendonça Filho foi vice-governador de Pernambuco entre 1999 e 2006, na chapa de Jarbas Vasconcelos, que comandou o estado. Enquanto ele esteve no cargo, não houve mudança significativa na classificação de Pernambuco no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Depois que Mendonça Filho deixou o governo, no entanto, Pernambuco apresentou gradativa melhora dos seus índices educacionais.
Segundo o Ideb 2005, o primeiro da série histórica e relativo ao período em que o ministro era vice-governador de Pernambuco, a rede estadual pública daquele estado era a 19ª melhor do país nas séries iniciais do ensino fundamental (1º a 5º anos), num empate com o Amapá, e a 18ª no ranking do ensino médio. O pior resultado era o do fim do ensino fundamental (6º a 9º anos), em que o estado ocupava a última posição.
No Ideb 2007, o primeiro após a saída de Mendonça Filho do governo pernambucano, o cenário pouco mudou. A rede de educação manteve a última posição nos anos finais do ensino fundamental e subiu duas posições nos anos iniciais, indo para o 16º lugar. O Ensino Médio, por sua vez, piorou: caiu três posições e passou a ocupar o 21º lugar.
Os Ideb 2009, 2011 e 2013 registraram resultados positivos para Pernambuco. Eles refletiram resultados obtidos durantes os governos de Eduardo Campos (2007-2014) e Paulo Câmara (2015 – hoje), ambos do PSB.
Os dados mais atuais, referentes a 2015, mostram grande melhora na classificação da rede estadual pernambucana. Embora o estado tenha caído para 18º lugar no ranking dos anos iniciais do ensino fundamental, ocupa hoje a 10ª colocação nas séries finais e divide a liderança com São Paulo no ranking do ensino médio.
O Ideb é publicado de dois em dois anos desde 2007 e avalia sempre o biênio anterior a seu lançamento. Em 2017, por exemplo, foi divulgado o Ideb 2015. A íntegra dos dados está disponível no portal do Inep e podem ser conferidos aqui.
Procurada para comentar a checagem, a ABE não retornou.
O Ministério da Educação, por sua vez, emitiu uma nota destacando que “o que o ministro tem afirmado, inclusive no discurso feito na entrega do prêmio Educador do Ano pela Academia Brasileira de Educação, é que o sucesso da política de escolas em tempo integral no Estado, que levou Pernambucano a alcançar a primeira posição no Ideb em 2016, deve-se a continuidade ao longo das gestões de cinco governadores que se sucederam desde 2004: Jarbas Vasconcelos, Mendonça Filho, Eduardo Campos, João Lyra e Paulo Câmara”.
“Essa qualidade da educação brasileira ele [Mendonça Filho] já tinha conseguido em seu estado natal, nas cidades em que morou, no estado em que governou, adotando essa política de tempo integral”
Carlos Alberto Serpa, presidente da ABE, em cerimônia de entrega do Prêmio Educador do Ano
O projeto da rede integral de Pernambuco de fato foi criado por um decreto de 2004 do então governador, Jarbas Vasconcelos. Na época, Mendonça Filho era o vice-governador. Vale ressaltar, no entanto, que o projeto só virou política de estado em 2008, dois anos depois de Mendonça Filho deixar o governo, e que ainda era bem incipiente ao fim de sua gestão.
O ministro deixou o governo de Pernambuco em 2006. Naquele ano, a rede tinha 25 escolas: 20 integrais e cinco técnicas. Em 2014, quando acabou a gestão de Eduardo Campos/João Lyra Neto, o número era 13 vezes maior. O estado tinha 125 escolas integrais, 175 semi-integrais e 27 escolas técnicas, totalizando 327 unidades.
Os dados são do Balanço de 2014 da Secretaria de Educação de Pernambuco. Atualmente, a rede tem 369 escolas.
Procurados para comentar a checagem, a ABE não retornou.
Em nota, o ministério destacou partes dos discurso que Mendonça Filho fez no dia da entrega da homenagem. “Hoje, cerca de metade de rede estadual funciona em tempo integral, e o ensino médio em Pernambuco virou referência nacional, fatos que mostram que política pública de qualidade, como o próprio nome diz, não pode ser propriedade de governos ou de bandeiras partidárias, mas sim uma conquista da sociedade”.
O ministério ainda ressaltou que “a política de indução das escolas em tempo integral, que vai levar esse modelo vitorioso para todos os estados do país, vai ter pela primeira vez apoio financeiro do Governo Federal, garantindo 500 mil novas vagas no ensino médio em tempo integral’. | null | ['HELLEN GUIMARÃES'] | [] | ['EDUCACAO', 'MENDONÇA FILHO', 'MINISTÉRIO', 'PERNAMBUCO', 'PRÊMIO'] | 2021-05-23 | ['EXAGERADO', 'VERDADEIRO, MAS'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2016/09/30/promessas-ao-vento-rj/ | lupa | Promessas ao vento: hospital veterinário, escola médica, clínica e mais guarda | null | 2016-09-30 | Por determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os candidatos a prefeito devem registrar no órgão um programa de governo, um documento que – em tese – reúna as diretrizes e as principais propostas do político para uma eventual gestão municipal sob seu comando.
Também em teoria, o programa de governo enviado ao TSE poderia servir de base para que o eleitor cobrasse do administrador local aquilo com que ele se comprometera ao longo da campanha. Mas, atenção, eleitor. Nos últimos dias, em busca do seu voto, a Lupa flagrou candidatos a prefeito do Rio de Janeiro fazendo promessas que não se refletem em seus programas de governo. Veja abaixo o resultado:
MARCELO CRIVELLA (PRB)
O candidato Marcelo Crivella (PRB) utilizou seus últimos dias de campanha no primeiro turno para visitar um abrigo de animais em Pilares, na Zona Norte do Rio. Durante o evento, como mostra seu site, Crivella prometeu mais proteção aos animais:
“Vamos criar um hospital público para os nossos bichos, uma farmácia popular voltada para animais e lançar um concurso público para contratar cuidadores de animais”
No programa de governo que Crivella enviou ao TSE não há nenhuma menção à política pública ou ação voltada para os animais da cidade.
A única proposta que faz referência à criação de uma hospital trata da maternidade ao lado do Hospital Pediátrico Nossa Senhora do Loreto, na Ilha do Governador. O documento também não apresenta nenhum promessa sobre farmácia populares – nem para seres humanos nem para animais. No que diz respeito a concursos públicos, a única proposta registrada oficialmente por Crivella é direcionada à educação.
PEDRO PAULO (PMDB)
Um dos principais temas na campanha de Pedro Paulo (PMDB) foi a saúde. Durante a corrida eleitoral, o candidato alardeou que criaria as chamadas superclínicas:
“E vou atacar a questão das especialidades, em consultas, exames e pequenas cirurgias, criando as dez Superclínicas de Especialidades”.
Ainda sobre saúde, Pedro Paulo prometeu mais duas ações:
“Também quero instalar o programa Parceiros da Saúde da Família, que consiste na contratação de 600 médicos, e a criação de uma escola médica na Zona Oeste. Tudo isso, em parceria com a iniciativa privada”.
Nenhum das três promessas (superclínicas, Parceiros da Saúde da Família e criação de uma escola médica) constam no programa de governo de Pedro Paulo. Em entrevista ao RJTV, o candidato chegou a dizer que a proposta das Superclínicas realmente surgiu depois da edição do texto enviado ao TSE.
No documento disponível para consulta online, Pedro Paulo só fez uma referência genérica à “contratação e capacitação de médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, necessários para a operacionalização desses leitos (hospitalares) de forma eficiente, segura e eficaz.”
Não citou a criação de uma escola médica, muito menos disse que o faria na Zona Oeste do Rio.
MARCELO FREIXO (PSOL)
O candidato do PSOL foi questionado, em entrevista no SBT, sobre suas propostas para melhorar a saúde no Rio. Freixo disse que investiria nas policlínicas e acrescentou:
“Tem nove (policlínicas) abandonadas que podem ser reestruturadas”
O candidato não apresenta nenhuma proposta específica para as policlínicas da cidade no documento enviado ao TSE. Freixo cita, de modo genérico, que pretende “estabelecer metas, em acordo com a estrutura orçamentária do município, para ampliar a Atenção Básica e a Estratégia de Saúde da Família (ESF), inclusive ampliando o piso básico de remuneração dos trabalhadores.”
No texto, Freixo também não fala de nove policlínicas “abandonadas” e não as elenca como prioritárias.
JANDIRA FEGHALI (PC do B)
Ao mandar uma mensagem direta aos guardas municipais, Jandira Feghali (PCdoB) decidiu postar um vídeo em seu Facebook:
“(Estou) Me comprometendo com essa valorização, com a ampliação do efetivo, usando banco de concursados, e revendo, junto com vocês, o Plano de Cargos e Salários”
O programa de Jandira traz uma crítica à concepção da Guarda Municipal “militarista e repressiva de polícia, herdeira do autoritarismo brasileiro”. Não faz nenhuma promessa sobre ampliação do quadro ou reformulação do Plano de Cargos e Salários da categoria.
As outras cinco propostas sobre segurança, presentes em seu programa, falam sobre ordem pública, política de prevenção de delitos de rua, administração de conflitos entre próximos (familiares, vizinhos e etc..), políticas sociais para juventude e a adesão ao plano nacional de enfrentamento à violência contra as mulheres.
*Esta reportagem foi publicadas na edição de 30 de setembro do jornal Folha de S.Paulo.
** As campanhas e os candidatos que quiserem se posicionar sobre o conteúdo publicado neste post deverão escrever para lupa@lupa.news
*** A equipe de jornalistas da Lupa continua checando os candidatos e suas promessas. Esta reportagem poderá, portanto, ser atualizada a qualquer momento. | null | ['RAPHAEL KAPA', 'JULIANA DAL PIVA'] | [] | ['ELEIÇÕES 2016', 'JANDIRA FEGHALI', 'MARCELO CRIVELLA', 'MARCELO FREIXO', 'PCDOB', 'PEDRO PAULO', 'PMDB', 'PRB', 'PREFEITURA', 'PROGRAMA DE GOVERNO', 'PSOL'] | 2021-05-15 | ['DE OLHO', 'DE OLHO', 'DE OLHO', 'DE OLHO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2016/09/30/promessas-ao-vento-sp/ | lupa | Promessas ao vento: 800 médicos, fim de multas, velocidade alta e passe livre | null | 2016-09-30 | Por determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os candidatos a prefeito devem registrar no órgão um programa de governo, um documento que – em tese – reúna as diretrizes e as principais propostas do político para uma eventual gestão municipal sob seu comando.
Também em teoria, o programa de governo enviado ao TSE poderia servir de base para que o eleitor cobrasse do administrador local aquilo com que ele se comprometera ao longo da campanha. Mas, atenção, eleitor. Nos últimos dias, em busca do seu voto, a Lupa flagrou candidatos a prefeito de São Paulo fazendo promessas que não se refletem em seus programas de governo. Veja abaixo o resultado:
JOÃO DORIA (PSDB)
O candidato do PSDB apresentou no horário eleitoral do dia 24 de setembro aquelas que seriam suas principais propostas de campanha. Na ocasião, o locutor disse que:
“Na saúde, João Doria vai contratar imediatamente mais 800 médicos para atender nas periferias da cidade com melhores salários e incentivos”
No entanto, no programa de governo que o candidato enviou ao TSE, ele simplesmente indicou que vai “reforçar o atendimento primário à saúde pelo preenchimento das vagas existentes nas equipes do Programa de Saúde da Família e das Unidades Básicas de Saúde, requalificando e valorizando os profissionais”.
João Doria não falou em 800 médicos, não disse que os alocaria na periferia nem que eles teriam melhores salários e benefícios.
CELSO RUSSOMANNO (PRB)
O candidato do PRB, conhecido por sua atuação na defesa dos direitos dos consumidores, afirmou na propaganda eleitoral gratuita do dia 9 de setembro, que suspenderia as multas de trânsito com recurso.
“No meu primeiro dia de governo, todas as multas com recursos, não julgadas, serão suspensas. Eu vou acabar com a indústria de multas.”
A promessa feita aos motoristas de São Paulo não consta no programa de governo que Russomanno enviou ao TSE. A palavra multa, por exemplo, não aparece no texto oficial de campanha nenhuma vez. Muito menos a possibilidade de suspendê-las
No programa que consta para consulta online, há somente um trecho sobre radares e ele diz o seguinte: a meta é “revisar a política de redução de velocidade máxima nas marginais da cidade e de implantação de radares e lombadas eletrônicas, de acordo com estudos técnicos executados pela CET, que visem efetivamente a redução de acidentes e melhorem os índices de congestionamento no trânsito”.
MARTA SUPLICY (PMDB)
Na propaganda eleitoral gratuita de 9 de setembro, Marta prometeu que, se eleita, vai retirar metade dos radares e reduzir a velocidade nas marginais. A candidata disse que:
“As velocidades nas marginais voltarão a ser de 90km por hora na pista expressa, 70 na central e 60 na pista local”
Depois, no mesmo programa, completou:
“Eu vou acabar com a indústria da multa e retirar todos os radares pegadinha, ou seja, metade de todos os radares serão desativados nos primeiros seis meses de governo.”
Nenhuma dessas propostas aparecem no plano de governo registrado no TSE. No documento entregue pela candidata, existe apenas uma menção genérica a ações de “fiscalização e melhora da sinalização nos polos geradores de trânsito” e à necessidade de “levar a educação de trânsito para todas as escolas públicas, com ênfase na segurança do pedestre e no convívio com outros modais.”
A única menção de Marta à velocidade é a seguinte propostas: “investir em corredores de ônibus nas vias de grande movimentação, buscando aumentar a velocidade média, a capacidade da via e a diminuição do tempo de viagens.” A palavra radar, por exemplo, não é mencionada nenhuma vez no programa da Marta.
FERNANDO HADDAD (PT)
O prefeito e candidato à reeleição pelo PT apresentou, nos últimos debates e no horário eleitoral gratuito de televisão do dia 20 de setembro, a seguinte proposta:
“Passe livre do desempregado”
Não há qualquer menção a essa promessa no documento entregue pela campanha de Haddad ao TSE. A única vez que a expressão “passe livre” foi mencionada faz uma referência ao fato de o benefício ter sido criado para os estudantes após os protestos de rua de 2013.
Sobre os desempregados, o programa de Haddad sugere apenas o seguinte: “Promover políticas públicas de economia solidária, com participação social e envolvimento do Fórum Municipal do setor. As regiões periféricas do município serão priorizadas, com concessões de crédito, parcerias internacionais, soluções tecnológicas e com formação para o empreendedor nas faixas etárias e perfis mais atingidos pelo desemprego, como mulheres e negros”.
(Com Marina Estarque)
*Esta reportagem foi publicadas na edição de 30 de setembro do jornal Folha de S.Paulo.
** As campanhas e os candidatos que quiserem se posicionar sobre o conteúdo publicado neste post deverão escrever para lupa@lupa.news
*** A equipe de jornalistas da Lupa continua checando os candidatos e suas promessas. Esta reportagem poderá, portanto, ser atualizada a qualquer momento. | null | ['JULIANA DAL PIVA', 'EQUIPE LUPA'] | [] | ['CELSO RUSSOMANNO', 'ELEIÇÕES 2016', 'FERNANDO HADDAD', 'JOAO DORIA', 'MARTA SUPLICY', 'PMDB', 'PRB', 'PREFEITURA', 'PROGRAMAS DE GOVERNO', 'PSDB', 'PT', 'SÃO PAULO'] | 2021-05-15 | ['DE OLHO', 'DE OLHO', 'DE OLHO', 'DE OLHO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2016/09/29/debate-tv-globo-sp/ | lupa | Lupa checou ao vivo o debate da TV Globo com candidatos a prefeito de São Paulo | null | 2016-09-29 | A Agência Lupa acompanhou – ao vivo – na noite desta quinta-feira (29) o último debate de televisão do primeiro turno das eleições municipais de São Paulo, que será transmitido pela TV Globo e pelo site G1. Participaram do programa os candidatos João Doria (PSDB), Celso Russomanno (PRB), Marta Suplicy (PMDB), Fernando Haddad (PT), Luiza Erundina (PSOL) e Major Olímpio (Solidariedade). Veja abaixo o resultado das checagens feitas em tempo real e publicadas no live blogging do jornal Folha de S.Paulo:
MARTA SUPLICY:
“Dos 20 CEUs, a prefeitura entregou um”
Segundo o PlanejaSampa, mantido pela Prefeitura de São Paulo, o prefeito e candidato à reeleição Fernando Haddad (PT) tinha uma meta de construir 20 unidades, mas entregou apenas uma. Há 14 CEUs em obras ou em fase de implantação de estruturas. Outros sete estão em etapas anteriores ao início da obra.
JOÃO DORIA:
“Mais de 103 mil crianças (estão) fora das creches”
Segundo a Secretaria Municipal de Educação, em junho deste ano (dado mais recente disponível), havia no município de São Paulo um total de 106.930 crianças sem creches.
MARTA SUPLICY:
“Das 49 UBS, (a prefeitura) entregou menos: só 8”
Segundo dados do site PlanejaSampa, a meta da Prefeitura, sob a administração de Fernando Haddad (PT), era entregar 43 unidades básicas de saúde. Nove delas já estão prontas.
MARTA SUPLICY:
“Em UPAs, a prefeitura prometeu 57, entregou duas”
No site do programa de metas da Prefeitura, o eleitor vê que a meta da atual administração era entregar cinco novas Unidades de Pronto-atendimento. Três delas já estão prontas.
FERNANDO HADDAD:
“De forma pioneira, criamos a Controladoria Geral do Município”
O órgão foi criado em maio de 2013 (Lei 15.764/2013) para “prevenir e combater a corrupção na gestão municipal, garantir a defesa do patrimônio público, promover a transparência e a participação social e contribuir para a melhoria da qualidade dos serviços públicos”. Nesta data, Haddad já era prefeito de São Paulo.
JOÃO DORIA:
“Isso (programa para instalação de lâmpadas de LED) vai funcionar no prazo de um ano nos principais eixos, praças e parques”
No programa que o candidato registrou junto ao TSE, ele promete o seguinte: “implantar luminárias fotossustentáveis em praças e parques, reduzindo o custo operacional e de manutenção, otimizando o sistema de iluminação pública e aumentado a eficiência com o uso da tecnologia de LED”.
Não diz, no entanto, que o fará no prazo de um ano.
FERNANDO HADDAD:
“Entreguei 33 hospitais Hora Certa, 21 fixos”
O site PlanejaSampa, mantido pela Prefeitura, informa que são 14 – e não 21 – Hospitais Hora Certa fixos.
CELSO RUSSOMANNO:
“No nosso primeiro dia de governo, vou temporariamente suspender as multas não julgadas”
No horário eleitoral que foi ao ar em 9 de setembro, o candidato disse o seguinte: “No meu primeiro dia de governo, todas as multas com recursos, não julgadas, serão suspensas. Eu vou acabar com a indústria de multas”. Note que Russomanno não informou na TV que seria uma medida temporária.
CELSO RUSSOMANNO:
“Quero cuidar dos seus bichinhos. Vamos ter hospitais (para eles)”
O programa que o candidato registrou no TSE só tem um trecho que trata de animais. Ele diz o seguinte: “Já os milhares de cães e gatos que são abandonados todos os dias nas ruas de São Paulo à própria sorte colocam em risco a saúde da população, como potenciais transmissores de uma série de doenças nocivas ao ser humano, deixando clara a necessidade de fortalecimento do Centro de Controle de Zoonoses. O setor, hoje, conta com poucos investimentos e tem dificuldades de proporcionar um acolhimento seguro aos animais”.
LUIZA ERUNDINA:
“No caso dos motociclistas, (a redução da velocidade) não está surtindo efeito”
Segundo dados oficiais da CET, “as mortes de motociclistas em acidentes registraram queda de 15,9% na comparação entre os 12 meses de 2014 e o mesmo período do ano passado. O número de vítimas fatais caiu de 440 casos para 370. No mesmo período de 2013, foram 403 casos, o que significa que a curva vinha de um crescimento de 8,4%”.
CELSO RUSSOMANNO:
“Existem 1.500 guardas (aprovados em concursos, mas não chamados)”
O dado está correto, segundo informação disponível no site do Sindguardas, o Sindicato dos Guardas Civis Metropolitanos de São Paulo.
FERNANDO HADDAD:
“Foi a única (cidade) que decidiu enfrentar a discussão táxis-ubers”
No dia 25 de agosto deste ano, a Prefeitura de Vitória publicou no Diário Oficial um decreto regulamentando a atuação do Uber e de outros aplicativos do tipo na capital do Espírito Santo. Fernando Haddad não foi, portanto, o único a tomar essa medida.
CELSO RUSSOMANNO:
“Você vai ver o que eu disse (…) é que o decreto (sobre o Uber) é irregular”
Em vídeo divulgados em junho, o candidato realmente criticou o decreto municipal que regularizou o aplicativo na cidade, mas, na mesma gravação, ouve-se também o seguinte: “Numa possível administração minha, vou te dizer aqui, fica claro e transparente: esse decreto será revogado”.
LUIZA ERUNDINA:
“O Ministério Público está movendo uma ação para impugnar a sua (de Doria) candidatura”
A ação a que a candidata se refere foi notícia ao longo desta semana. Veja no Painel da Folha, na Agência Brasil e no portal Terra.
Trata-se de uma ação protocolada na segunda-feira (26) na Justiça Eleitoral pelo Ministério Público, que pede a cassação da chapa do PSDB, formada por João Doria e Bruno Covas, ssim como a inelegibilidade do governador paulista, Geraldo Alckmin, por abuso de poder.
Pela acusação, feita pelo Ministério Público Eleitoral, Alckmin teria comprado o apoio do PP (Partido Progressista) ao entregar, em julho, a Secretaria do Meio Ambiente a Ricardo Salles, filiado à sigla que faz parte da coligação de Doria, afilhado político do governador. A ação corre na 1ª Zona Eleitoral da capital paulista e pode ser julgada antes do segundo turno da eleição municipal.
Segundo os advogados do PSDB, os argumentos da ação “são frágeis e carecem dos mínimos elementos probatórios”.
JOÃO DORIA:
“Regularização fundiária, de fato, a última gestão que fez foi a sua (de Marta)”
Segundo o site PlanejaSampa, mantido pela prefeitura, até o dia 19 de setembro, o prefeito e candidato à reeleição Fernando Haddad havia regularizado a situação de 120.383 famílias. Sua meta era chegar a 200 mil.
MAJOR OLÍMPIO:
“O prefeito cortou ao longo de seus três anos (o total de ônibus). Nós estamos com 3 mil a menos”
A SPTrans informa que, em 2013, a cidade tinha 14.805 ônibus. Até julho de 2016 eram 14.755. A diferença é de apenas 50 ônibus.
MAJOR OLÍMPIO:
“Nós já pagamos nos primeiros seis meses desse ano R$ 1,19 bilhão de subsídio (para as empresas de ônibus)”
A SP Trans informou à Lupa que os repasses são feitos por meio da rubrica chamada “Compensações tarifárias do sistema de ônibus”. Entre janeiro e junho de 2016 o total repassado foi de R$ 1.159.200.000,00. A diferença entre os valores informados pelo candidato e o dado da SP Trans é de R$ 30,8 milhões.
(Com Marina Estarque)
Nota 1: A Lupa abre espaço para as campanhas contestarem as informações e mandarem seus posicionamentos sobre as checagens acima. Por favor escreva para lupa@lupa.news | null | ['CRISTINA TARDÁGUILA', 'JULIANA DAL PIVA', 'EQUIPE LUPA'] | [] | ['CELSO RUSSOMANNO', 'DEBATE', 'ELEIÇÕES 2016', 'FERNANDO HADDAD', 'JOAO DORIA', 'LUIZA ERUNDINA', 'MAJOR OLÍMPIO', 'MARTA SUPLICY', 'PMDB', 'PRB', 'PSDB', 'PSOL', 'PT', 'SÃO PAULO', 'SD', 'SOLIDARIEDADE', 'TV GLOBO'] | 2021-05-15 | ['VERDADEIRO', 'VERDADEIRO', 'EXAGERADO', 'FALSO', 'VERDADEIRO', 'DE OLHO', 'EXAGERADO', 'CONTRADITÓRIO', 'DE OLHO', 'FALSO', 'VERDADEIRO', 'FALSO', 'VERDADEIRO, MAS', 'VERDADEIRO', 'FALSO', 'EXAGERADO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2016/09/26/debate-record-rj/ | lupa | Lupa checou ao vivo debate da Record com candidatos a prefeito do Rio | null | 2016-09-26 | A Lupa acompanhou ao vivo na noite deste domingo (25) o debate realizado pela Rede Record e pelo portal R7 com os principais candidatos a prefeito do Rio de Janeiro. O encontro contou com a participação de oito candidatos: Alessandro Molon (Rede), Carlos Osório (PSDB), Flávio Bolsonaro (PSC), Indio da Costa (PSD), Jandira Feghali (PCdoB), Marcelo Crivellla (PRB), Marcelo Freixo (PSOL) e Pedro Paulo (PMDB). Veja abaixo o resultado das checagens.
MARCELO CRIVELLA (PRB)
Ao falar sobre saúde, o candidato Marcelo Crivella (PRB) afirmou:
“Nós últimos quatro anos, se somar 2012, 2013, 2014 e 2015, mais de R$ 700 milhões (deixaram de ser investidos na saúde)”
De acordo com portal Rio Transparente, a diferença entre o “orçamento inicial” e os efetivamente executados pela prefeitura entre 2012 e 2015, dão uma diferença de R$ 1,4 bilhão, valor acima do mencionado pelo candidato.
Se tivesse gastado tudo nesses anos, a cidade teria investido na área R$ 17,4 bilhões. Desse total, no entanto, o Rio executou R$ 16 bilhões.
Crivella também falou dos gastos que a prefeitura teve com propaganda. O candidato afirmou:
“A prefeitura gastou R$ 150 milhões em propaganda”
De acordo com o portal de Transparência da cidade, o Rio Transparente, a ação que engloba Publicidade, Propaganda e Comunicação Social da prefeitura do Rio em 2015 contratou serviços no valor total de R$ 127 milhões. Tecnicamente falando, esse foi o valor liquidado.
PEDRO PAULO (PMDB)
Ao falar sobre os avanços na saúde, Pedro Paulo (PMDB) afirmou:
“(Há) 101 Clínicas da Família (no Rio)”
De acordo com o site da Secretaria Municipal de Saúde, Pedro Paulo está certo em afirmar que existem 101 Clínicas da Família.
Somente na última semana, duas delas foram inauguradas. Uma na Zona Oeste e outra em Honório Gurgel, na Zona Norte.
O candidato do PMDB continuou falando sobre o programa de saúde da prefeitura do Rio e afirmou:
“Até o fim do ano, 135 (Clínicas da Família)”
O último levantamento de Clínicas da Família mostra que o atual número de unidades é 101. Somente no final do exercício de 2016 é que se poderá checar se a prefeitura atingiu as 135 clínicas anunciadas pelo candidato.
MARCELO FREIXO (PSOL)
O candidato Marcelo Freixo (PSOL), ao criticar o governo do presidente Michel Temer (PMDB), mencionou o projeto de reforma no ensino médio e afirmou:
“Filosofia, Sociologia, Educação Física e Artes não são mais (disciplinas) obrigatórias”
O texto da Medida Provisória enviada pelo MEC para o Senado tira a obrigatoriedade de Educação Física e Artes no ensino médio. Isto não quer dizer que as matérias foram extintas, o documento prevê que isso será decidido posteriormente, quando a Base Nacional Curricular Comum for elaborada.
Além disso, o documento não menciona em nenhum momento as disciplinas de Filosofia e Sociologia. O texto afirma que as atuais matérias obrigatórias serão agrupadas em áreas do conhecimento e prevê cinco delas: Português, Matemática, Ciências Humanas, Ciências da Natureza e Formação Técnica e Profissional.
JANDIRA FEGHALI (PC do B)
Ao falar sobre o protagonismo das mulheres na cidade, a candidata Jandira Feghali (PC do B) afirmou:
“(O Rio) É uma cidade de maioria de mulheres”
De acordo com a sinopse do Censo 2010, elaborado pelo IBGE, a cidade do Rio tem 3.360.629 mulheres e 2.959.817 homens.
INDIO DA COSTA (PSD)
Ao falar sobre a falta de vagas nas creches, o candidato Indio da Costa (PSD) afirmou:
“(São) 42 mil crianças sem vagas em creche”
Segundo a Secretaria Municipal de Educação, atualmente a demanda por vagas em creche na cidade está em 25.500 crianças. O órgão explica que este cálculo elimina as duplicidades de pedidos de matrículas.
FLAVIO BOLSONARO (PSC)
Ao ser questionado por Alessandro Molon (Rede) sobre o episódio em que Jair Bolsonaro (PSC), seu pai, foi denunciado por pescar em área proibida, Flavio Bolsonaro (PSC) afirmou:
“Esse processo do Jair Bolsonaro já foi arquivado há muito tempo”
O Supremo Tribunal Federal rejeitou a denúncia apresentada pela Procuradoria Geral da República contra Jair Bolsonaro em março deste ano.
Na época, a ministra Cármen Lúcia afirmou que o caso era reprovável, mas que não havia como punir penalmente o deputado por falta de tipicidade. O caso foi rejeitado pelo princípio de insignificância.
ALESSANDRO MOLON (REDE)
Ao falar sobre sua proposta para a área de turismo, Alessandro Molon (Rede) afirmou:
“Vou apostar no setor de bares e restaurantes”
A Lupa procurou no programa de governo que Alessandro Molon enviou ao Tribunal Superior Eleitoral informações sobre esta proposta, mas não encontrou nenhuma menção sobre o uso de bares e restaurantes para impulsionar o turismo na cidade.
Alessandro Molon (Rede), ao enaltecer sua atuação como deputado, afirmou que deixou sua campanha para prefeito na última segunda-feira para participar da sessão que tratava sobre um projeto de lei que poderia anistiar envolvidos em crime de caixa 2. O candidato afirmou:
“Eu fui o único candidato, que é deputado federal, que largou a campanha e foi lá cumprir meu dever”
Na última segunda-feira, como mostra o site da Câmara dos Deputados, houve três sessões. Na lista de presenças dessas três (uma às 13h55, outra às 17h57 e uma última às 19h31), Alessandro Molon aparece como presente em duas.
Jandira Feghali e Pedro Paulo, que são candidatos com mandatos na Câmara, não tiveram presença registrada.
CARLOS OSÓRIO (PSDB)
O candidato Carlos Osório (PSDB), ao afirmar que a prefeitura estava em crise, declarou:
“A Prefeitura do Rio desmantelou a rede de proteção social do município”
A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, que tem a “proteção social” em sua estrutura, teve um crescimento em seu orçamento, de acordo com dados do Rio Transparente.
Em 2009, primeiro ano da gestão de Eduardo Paes, a pasta teve R$ 98 milhões de despesa. Desde então, a secretaria teve um crescimento em seus gastos até 2014 quando teve R$ 228,5 milhões de despesas. No ano passado, a pasta teve uma queda nesse custeio e ficou em R$ 215 milhões, valor superior ao do início do dois mandatos de Paes.
Nota 1: A Lupa abre espaço para as campanhas contestarem as informações e mandarem seus posicionamentos sobre as checagens acima. Por favor, escreva para lupa@lupa.news | null | ['CRISTINA TARDÁGUILA', 'RAPHAEL KAPA'] | [] | ['ALESSANDRO MOLON', 'CARLOS OSÓRIO', 'DEBATE', 'ELEIÇÕES 2016', 'FLÁVIO BOLSONARO', 'JANDIRA FEGHALI', 'MARCELO CRIVELLA', 'MARCELO FREIXO', 'PCDOB', 'PEDRO PAULO', 'PMDB', 'PRB', 'PREFEITURA', 'PSC', 'PSDB', 'PSOL', 'R7', 'RECORD', 'REDE', 'RIO DE JANEIRO'] | 2021-05-15 | ['VERDADEIRO', 'EXAGERADO', 'VERDADEIRO', 'AINDA É CEDO PARA DIZER', 'EXAGERADO', 'VERDADEIRO', 'EXAGERADO', 'VERDADEIRO', 'DE OLHO', 'VERDADEIRO, MAS', 'EXAGERADO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2016/09/23/falso-bolsonaro-diz-que-tiroteio-em-boate-gay-ocorreu-devido-a-desarmamento/ | lupa | Falso: Bolsonaro diz que tiroteio em boate gay ocorreu devido a desarmamento | null | 2016-09-23 | Na manhã desta sexta-feira (23), o candidato do PSC à Prefeitura do Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro, foi sabatinado pela CBN RJ. A equipe de jornalistas da Lupa acompanhou a entrevista, verificando o grau de veracidade das afirmações dele. Veja o resultado do trabalho – que também foi divulgado na CBN – logo abaixo.
Ao defender uma maior liberação para o uso de armas, sobretudo por parte da Guarda Municipal, o candidato afirmou que:
“Lá (EUA) onde acontece (tiroteio) são locais onde há desarmamento. Onde não vai ter ninguém armado. Foi assim na boate gay (de Orlando)”
As leis para posse de arma nos Estados Unidos variam de estado para estado, e a Lupa checou como funciona na Flórida, já que o candidato mencionou o ataque à boate Pulse, de Orlando.
Segundo a Associação Nacional do Rifle, o principal grupo de pressão em favor das armas nos Estados Unidos, a legislação da Flórida é bastante positiva, em seu favor. Reconhece o direito do cidadão de ter e portar armas de fogo para caça, atividades esportivas e defesa de si, de sua família, de sua casa, negócios e pertences. Basta que a pessoa tenha mais de 21 anos, vá a uma loja, exponha seu desejo de compra e aguarde três dias úteis para receber o armamento. O comprador, segundo a lei, só não pode ter antecedentes criminais, ser comprovadamente viciado em drogas ou álcool ou ter passado por uma instituição para tratamento de transtornos mentais.
Vale ressaltar ainda que, em fevereiro, o Câmara dos Representantes da Flórida, o equivalente à Assembleia Legislativa, aprovou uma lei polêmica que permite o porte de armas em universidades. Ou seja, as armas estão ganhando espaço por lá. Não é um local de desarmamento, como disse Bolsonaro.
Por fim, o americano que abriu fogo na boate Pulse comprou armas legalmente naquele estado. Omar Mateen tinha licença válida até 2017.
Atualização às 19h22 de 23 de setembro de 2016: A campanha de Bolsonaro repudia a etiqueta “falso”. Em nota, afirma que “a boate Pulse era ‘gun free zone’ (zona livre de armas)” e que o candidato “não disse que a Flórida inteira passava pelo desarmamento e muito menos que este seria o motivo da tragédia”. Leia aqui a íntegra do comunicado.
Flavio Bolsonaro falou ainda sobre suas outras atividades, além da política, e disse:
“Eu sou comerciante também”
Flávio Bolsonaro é dono de uma franquia da Kopenhagen, loja que vende chocolates, na Barra da Tijuca. Ele conta isso no perfil que a revista piauí publicou neste mês de setembro sobre seu pai, Jair Bolsonaro. Segundo a revista, o candidato costuma estender um cartão de visita dele, explicando que é comerciante e que “é importante ter um plano B na vida já que a gente nunca sabe quanto tempo vai permanecer na política”.
(Com Marina Estarque)
| null | ['CRISTINA TARDÁGUILA', 'CLARA BECKER', 'JULIANA DAL PIVA', 'EQUIPE LUPA'] | [] | ['CBN', 'CBN RJ', 'ELEIÇÕES 2016', 'FLÁVIO BOLSONARO', 'PREFEITURA', 'PSC', 'RIO DE JANEIRO', 'SABATINA'] | 2021-05-15 | ['FALSO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2016/09/23/propostas-flutuantes-rj/ | lupa | Crivella oscila ao falar de estacionamento; Pedro Paulo, de ar em ônibus; e Freixo, de tarifa zero | null | 2016-09-23 | A campanha eleitoral já dura mais de um mês, e algumas das propostas que foram apresentadas aos eleitores lá atrás parecem não ter resistido – intactas – ao passar das semanas. Nos últimos dias, a equipe de jornalistas da Lupa colheu e analisou promessas flutuantes na área de transporte e mobilidade na disputa pela Prefeitura do Rio de Janeiro. Veja abaixo o resultado:
Entre as ideias que o candidato do PRB, Marcelo Crivella, listou em seu programa de governo para melhorar a mobilidade urbana da cidade, está prevista (proposta 37) a criação de :
“Uma PPP (parceria público-privada) para a construção e operação de nove novos estacionamentos subterrâneos na cidade até o final de 2020: três na Zona Sul (Copacabana, Ipanema e Leblon), três na Zona Norte (Madureira, Meiér e Tijuca) e três na Zona Oeste (Campo Grande, Bangu e Jacarepaguá)”
Em entrevistas recentes, Crivella ajustou a promessa. No dia 14 de setembro, em caminhada no Saara, no Centro da cidade, anunciou a intenção de fazer estacionamentos na região, mas não lembrou dos outros locais mencionados em seu programa. Disse:
“Outra grande reclamação das pessoas aqui (Saara) é a falta de estacionamento. Não é difícil de fazer. São apenas colunas e concreto.”
Na última terça-feira (20), afirmou em entrevista à CBN que pretendia fazer estacionamentos em Copacabana, na região central da cidade e na Zona Portuária. Ele justificou a necessidade lembrando turistas.
“Os estacionamentos são importantes porque a gente tem turismo. Tem muitas vans. Em Copacabana, por exemplo, não tem onde parar. Então preciso fazer parceria com as pessoas para ter estacionamentos subterrâneos. A mesma coisa aqui perto no Saara. Eles estão reclamando há anos…. e não tem estacionamento no Porto Maravilha. Nós precisamos.”
Procurado, o candidato disse que mantém a proposta descrita em seu programa. Confira a nota.
O candidato peemedebista, Pedro Paulo, defendeu, em seu programa de governo, uma proposta para atender a uma antiga reclamação dos cariocas. No documento, sustentou que a meta é:
“Ter 100% das viagens com ar condicionado e recursos de acessibilidade até 2017”
O prazo para o cumprimento da proposta, no entanto, foi modificado em entrevistas recentes. Ao jornal Extra, Pedro Paulo postergou a data de entrega da promessa:
“Eu vou chegar a 100% no meu governo, até 2020, mas sem tornar a tarifa mais cara por isso e sem subsídio por parte da prefeitura”
No RJTV, ontem (22), o candidato reconheceu um “erro” no programa e manteve a data de 2020.
“O meu programa de governo ele falava sim, em 2017, mas há um erro, por isso nos corrigimos, que é até 2020. Sabe por quê? Porque se tem uma coisa que eu não vou fazer na passagem de ônibus é colocar subsídio da prefeitura”.
Procurado, o candidato não retornou os contatos da reportagem.
O candidato do PSOL, Marcelo Freixo, tem afirmado com frequência que a mobilidade urbana é uma de suas prioridades. Entre as principais propostas presentes em seu programa de governo, está a seguinte:
“Estabelecer metas, em acordo com a estrutura orçamentária do município, para a progressiva implementação de linhas e/ou zonas de Tarifa Zero (…), começando pelas regiões mais pobres e de maior fluxo”
No SBT, no dia 14, o candidato afirmou que fará “um projeto experimental”, com “uma linha que atenda à população mais pobre” da cidade.
Em entrevista ao G1, na segunda-feira (20), o candidato afirmou que a ideia era “um projeto experimental como está no nosso programa”
O programa de governo do candidato, porém, não apresenta a proposta como um projeto experimental.
Procurada, a campanha diz que se trata de “um projeto progressivo que será iniciado com uma linha experimental”. Confira a nota.
O candidato do PSD, Indio da Costa, disse ao jornal O Globo que usaria aplicativos como o Uber para conversar com a população e saber sua opinião sobre os serviços públicos. Indio sustentou que:
“Vou usar, inclusive, o modelo do Uber para a saúde, a habitação, a segurança, o transporte. O usuário vai me dizer qual é a dificuldade que ele tem.”
A Lupa verificou, no entanto, que, no programa do candidato, ele não registrou nenhuma proposta no sentido de ouvir os cariocas por meio de aplicativos.
Questionada, a campanha reconheceu que a ideia é nova e que é um avanço da proposta de criação de fóruns de debate na cidade – que, sim, consta no texto apresentado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Confira a nota.
*As duas reportagens foram publicadas na edição de 23 de setembro do jornal Folha de S.Paulo.
** A equipe da Lupa continua checando os candidatos na área de transporte e mobilidade. As reportagens poderão, portanto, ser atualizadas a qualquer momento. | null | ['CRISTINA TARDÁGUILA', 'CLARA BECKER', 'RAPHAEL KAPA', 'JULIANA DAL PIVA'] | [] | ['ELEIÇÕES 2016', 'INDIO DA COSTA', 'MARCELO CRIVELLA', 'MARCELO FREIXO', 'PEDRO PAULO', 'PMDB', 'PRB', 'PROPOSTAS DE GOVERNO', 'PSD', 'PSOL'] | 2021-05-15 | ['DE OLHO', 'DE OLHO', 'DE OLHO', 'DE OLHO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2016/09/23/propostas-flutuantes-sp/ | lupa | Russomanno oscila ao falar do Uber; Marta, de inspeção veicular; e Doria, de faixas de ônibus | null | 2016-09-23 | A campanha eleitoral já dura mais de um mês, e algumas das propostas que foram apresentadas aos eleitores lá atrás parecem não ter resistido – intactas – ao passar das semanas. Nos últimos dias, a equipe de jornalistas da Lupa colheu e analisou as promessas flutuantes na disputa pela Prefeitura de São Paulo. Veja abaixo o resultado:
Em junho deste ano, o candidato Celso Russomanno (PRB) apareceu em um vídeo divulgado pelo site da Revista Época posicionando-se, de forma taxativa, contra o decreto municipal que libera a atuação do Uber na cidade de São Paulo.
“Eu não vou aceitar. Numa possível administração minha, vou te dizer aqui, fica claro e transparente: Esse decreto será revogado”
No dia 1 deste mês, Russomanno foi sabatinado por jornalistas da rádio CBN e, ao ser questionado sobre o assunto, afirmou que faria “um estudo de impacto” e que verificaria a possibilidade de “dar concessões” ao Uber.
“Se houver condições de a gente dar concessões, a gente dá”
No Facebook, no dia 6, Russomanno mudou de tom. Disse que nunca se colocou contra o aplicativo e que é apenas a favor de sua regulamentação. Passou também a dizer que haverá condições para que todos (ubers e taxistas) trabalhem e que nada mudará ao consumidor.
“Muita gente está dizendo que eu vou acabar com o Uber. É mentira”
Vale lembrar ainda que, em outubro de 2015, o também deputado federal pelo PRB Celso Russomanno não se mostrava nada amigável ao Uber. Aprovou três requerimentos na Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara, criando obstáculos ao funcionamento do aplicativo no país.
No primeiro deles, 75/2015, pedia a suspensão imediata do serviço por conduta de prática abusiva até que as atividades fossem regulamentadas. No segundo, 76/2015, solicitou que a comissão também encaminhasse aos ministérios públicos estaduais representações para determinar o recolhimento do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS), bem como a emissão do respectivo cupom fiscal pelos motoristas vinculados ao aplicativo. O último requerimento, 77/2015, trata de uma representação enviada ao CADE para averiguar a prática de infração à ordem econômica pelo Uber.
Procurada, a campanha não retornou.
Em seu programa de governo (página 25), a candidata Marta Suplicy (PMDB) diz que estuda a possibilidade de retomar a inspeção veicular e que ela poderia ser gratuita. No texto do documento registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), consta a seguinte proposta:
“Adotar ações para controle da poluição do ar, estudando a retomada do programa de inspeção veicular por tipo e ano do veículo e alternativas financeiras visando a modicidade ou gratuidade da inspeção”
Em seu horário eleitoral de televisão, a candidata não hesita. Garante a volta da inspeção veicular de forma gratuita e opcional.
“Eu vou oferecer inspeção veicular gratuita e opcional.(…) Isso mesmo: de graça e opcional”
Em sabatina realizada pela rádio CBN no último dia 7 , entretanto, a candidata disse que o paulistano teria que pagar pela inspeção para só depois receber um desconto em impostos tradicionais.
“Quem for fazer e pagar pela sua inspeção veicular vai ter um desconto no IPTU (…) Elas vão pagar, e vai ser descontado no IPTU delas. O difícil é levar essa pessoa para fazer, porque ela vai desembolsar e depois ela vai ser restituída”.
Na mesma ocasião, a candidata também defendeu a possibilidade de o desconto ser feito no IPVA, e não no IPTU.
“Hoje eu pensei uma coisa diferente que é: por que não poderia ser no IPVA, que é do Estado?”
A campanha de Marta diz que a inspeção será gratuita e opcional. Quem passar por ela terá desconto no IPTU. Veja aqui a íntegra da nota.
Na sabatina realizada pelo UOL, o candidato do PSDB, João Doria, disse que concederia as faixas exclusivas de ônibus à iniciativa privada, buscando melhorar sua gestão e intensificar seu uso.
“Nós vamos fazer uma concessão das faixas exclusivas de ônibus. Vai ser o setor privado que vai administrar”
Em seu programa de governo, no entanto, Doria lista uma série de concessões, mas não cita o das faixas. Promete melhorar o uso delas “com tecnologia”. No texto, lê-se a seguinte proposta:
“Melhorar o uso de tecnologia nas faixas exclusivas para o aprimoramento de sua utilização e aumento de sua eficiência”
No último dia 9, o candidato deu entrevista ao jornal Folha de S.Paulo e, ao ser perguntado sobre as parcerias que pretendia firmar com a iniciativa privada também não elencou as faixas de ônibus.
“Folha: O sr. defende firmar parcerias com a iniciativa privada na gestão de mercados, parques, cemitérios, Interlagos, Anhembi, Pacaembu e terminais. Algo mais?
Doria: Tá bom, né? [risos] O autódromo de Interlagos será privatizado. O Anhembi também. O Pacaembu será concessão por tempo determinado. Os parques serão concessão, sem custo ao usuário. Nos mercados, concessão ou PPP (parceria público privada). Terminais de ônibus serão PPP. Os cemitérios, provavelmente, concessão”
Procurada, a campanha de Doria disse que o candidato pretende, sim, fazer concessões das faixas exclusivas. “Os corredores de ônibus serão mantidos e aperfeiçoados. Já mencionamos, em algumas oportunidades, nossa ideia de conceder à iniciativa privada o direito de exploração comercial dos corredores (respeitando os direitos das empresas que já receberam as concessões de exploração comercial dos equipamentos do mobiliário urbano)”. Veja aqui a nota na íntegra.
*As duas reportagens foram publicadas na edição de 23 de setembro do jornal Folha de S.Paulo.
** A equipe da Lupa continua checando os candidatos na área de transporte e mobilidade. As reportagens poderão, portanto, ser atualizadas a qualquer momento. | null | ['CLARA BECKER', 'JULIANA DAL PIVA', 'EQUIPE LUPA'] | [] | ['CELSO RUSSOMANNO', 'ELEIÇÕES 2016', 'FOLHA DE S.PAULO', 'JOAO DORIA', 'MARTA SUPLICY', 'PMDB', 'PRB', 'PROPOSTAS DE GOVERNO', 'PSDB', 'SÃO PAULO'] | 2021-05-15 | ['DE OLHO', 'DE OLHO', 'DE OLHO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2016/09/22/pedro-paulo-exagera-no-numero-de-viagens-de-onibus-climatizados-no-rio/ | lupa | Pedro Paulo exagera no número de viagens em ônibus climatizados no Rio | null | 2016-09-22 | Em entrevista ao RJTV 1º edição, o candidato do PMDB à Prefeitura do Rio de Janeiro, Pedro Paulo, foi questionado sobre a promessa que a prefeitura, da qual fez parte, fez – e descumpriu – de climatizar os ônibus da cidade. Ao defender a atual gestão, o candidato afirmou:
“Hoje 70% das viagens são climatizadas”
A Lupa fez um levantamento de dados junto à Prefeitura antes do início da campanha eleitoral e requisitou o percentual de viagens climatizadas na cidade. De acordo com a Secretaria Municipal de Transportes, em agosto, 57,93% das viagens feitas no Rio contam com refrigeração. A nota afirma ainda que este valor atende à meta da própria prefeitura.
Em dezembro de 2015, o prefeito Eduardo Paes publicou no Diário Oficial do Município reduzindo para 70% a meta de ônibus com ar condicionado que circularia no Rio até dezembro de 2016. Em 12 de janeiro, o Ministério Público do Rio entrou com a ação pedindo a suspensão do decreto. Em julho deste ano, o juiz Leonardo Grandmasson Ferreira Chaves, da 8ª Vara de Fazenda Pública da Capital, manteve a obrigação do município de cumprir o cronograma de climatização de 100% da frota. A Prefeitura já reconheceu que não conseguirá atingir essa meta.
Ao ser questionado sobre a falta de promessas em seu programa de campanha voltadas para mulheres vítimas de violência doméstica, Pedro Paulo disse que a prefeitura está realizando esforços nesta área:
“Nós inauguramos duas Casas (da Mulher), que tratam da violência contra a mulher. Uma em Bangu, outra em Madureira”
No último Dia Internacional das Mulheres, a prefeitura inaugurou duas Casas da Mulher. Uma em Madureira, como afirmou Pedro Paulo, mas a outra é em Realengo. As inaugurações foram publicadas no Diário Oficial da cidade.
Em Bangu, a prefeitura inaugurou o Hospital da Mulher Mariska Ribeiro, em 2012, e ele tem como uma de suas prerrogativas o atendimento a mulher vítima de violência.
Pedro Paulo também foi questionado sobre o número de políticos do PMDB envolvidos em escândalos de corrupção. Nesse momento da entrevista, o candidato afirmou que a ética é individual, que todo partido tem problemas e que ele, pessoalmente, não tem investigação sobre mal uso de dinheiro público:
“Não tenho um processo qualquer que fale de mal uso de dinheiro público”
De acordo com a plataforma Excelências, que é mantido pelo Transparência Brasil e que monitora ocorrências judiciais dos parlamentares, o Pedro Paulo não possui nenhuma ocorrência na Justiça ou em tribunais de conta.
Durante a entrevista, o candidato foi questionado sobre a estagnação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) nos anos finais do ensino fundamental. Ao rebater, Pedro Paulo afirmou:
“Nos anos iniciais (do Ideb), nós avançamos e temos o melhor desempenho desde que o índice foi criado, em 2005”
De acordo com o Ministério da Educação, o Ideb da rede municipal do Rio nos anos iniciais do ensino fundamental cresce a cada edição. Em 2005, era de 4,2. Em 2007, 4,5. Em 2009, 5,1. Em 2011, 5,4. Em 2013, enfrentou mínima retração, fechando em 5,3. Na última edição, a de 2015, o indicador voltou a subir. Chegou a 5,6. | null | ['RAPHAEL KAPA'] | [] | ['ELEIÇÕES 2016', 'ENTREVISTA', 'PEDRO PAULO', 'PMDB', 'PREFEITURA', 'RIO DE JANEIRO', 'RJTV', 'TV GLOBO'] | 2021-05-15 | ['EXAGERADO', 'VERDADEIRO, MAS', 'VERDADEIRO', 'VERDADEIRO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2016/09/22/falso-osorio-diz-ser-o-unico-a-prometer-em-programa-ajudar-na-expansao-do-metro/ | lupa | Falso: Osório diz ser o único a prometer, em programa, ajudar na expansão do metrô | null | 2016-09-22 | Na manhã desta quinta-feira (22), o candidato do PSDB à Prefeitura do Rio de Janeiro, Carlos Osório, foi sabatinado pela CBN RJ. A equipe de jornalistas da Lupa acompanhou a entrevista, verificando o grau de veracidade das afirmações dele. Veja o resultado do trabalho – que também foi divulgado na CBN – logo abaixo.
Ao falar de suas propostas para mobilidade urbana, Osório disse:
“Eu sou único candidato que colocou no plano de governo a prefeitura apoiar o crescimento do metrô.”
A Lupa conferiu no site do Tribunal Superior Eleitoral os programas de governo apresentados por todos os candidatos a prefeito do Rio. Pelo menos dois deles – além de Osório – prometeram agir junto ao governo do Estado do Rio de Janeiro para expandir o metrô.
Marcelo Crivella escreveu no documento que pretende “garantir junto ao governo do estado que a estação de metrô da Gávea esteja em operação até o final de 2017”.
Marcelo Freixo, por sua vez, prometeu “estabelecer metas, em acordo com a estrutura orçamentária do município para, em parceria com o governo do estado, viabilizar recursos e atuar institucionalmente na expansão do metrô”.
Osório, portanto, não foi o único a falar do assunto, como afirmou na entrevista.
O candidato do PSDB também criticou o tamanho da máquina pública carioca, afirmando que:
“(Temos) uma estrutura de administração com 29 secretarias. Mais do que tem o Estado (do RJ) e mais do que os ministérios, em Brasília.”
O município do Rio possui 26 secretarias e outros três órgãos com status de secretaria: a Procuradoria, a Controladoria e o Gabinete do prefeito. Juntos, eles somam 29 órgãos, exatamente como falou o candidato.
O Estado do Rio, por sua vez, tem 20 secretarias, e o governo federal, 24 ministérios.
Osório promete enxugar a máquina pública do Rio “pela metade”. Faltou dizer quais secretarias desapareceriam numa eventual administração tucana.
(Com Marina Estarque)
| null | ['CRISTINA TARDÁGUILA', 'CLARA BECKER', 'JULIANA DAL PIVA', 'EQUIPE LUPA'] | [] | ['CARLOS OSÓRIO', 'CBN', 'CBN RJ', 'ELEIÇÕES 2016', 'PSDB', 'RIO DE JANEIRO', 'SABATINA'] | 2021-05-15 | ['FALSO', 'VERDADEIRO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2016/09/21/marcelo-crivella-erra-ao-dizer-que-saiu-de-partido-quando-surgiu-o-mensalao/ | lupa | Marcelo Crivella erra ao dizer que saiu de partido quando ‘surgiu o mensalão’ | null | 2016-09-21 | Em entrevista concedida ao RJTV 1ª edição, o candidato do PRB à Prefeitura do Rio, Marcelo Crivella, foi questionado por ter apoiado os governos Lula (PT) e Dilma (PT) mesmo depois das denúncias de corrupção. Ao se defender, o candidato, disse:
“Na época que surgiu o mensalão, eu e (o ex-presidente) José Alencar saímos do PL (Partido Liberal) e fundamos o PRB (Partido Republicano Brasileiro)”
Crivella só se desfiliou do antigo PL em setembro de 2005. O primeiro episódio do mensalão ocorreu em maio de 2005, quando a revista Veja divulgou um vídeo que mostrava o então diretor dos Correios, Maurício Marinho, recebendo propina e apontando o então deputado Roberto Jefferson (PTB) como o chefe de um esquema de corrupção na instituição.
Ou seja, a desfiliação de Crivella no PL aconteceu três meses depois da primeira denúncia ligada ao mensalão.
Nesse período – entre a primeira denúncia e a saída de Crivella do partido, Roberto Jefferson declarou que eram feitas compras de votos pelo PT no Congresso (junho), a CPI dos Correios foi instaurada (junho) e o publicitário Marcos Valério foi apontado como articular financeiro do esquema. Roberto Jefferson prestou depoimento no Conselho de Ética e afirmou que seis ministros sabiam da compra de votos. José Dirceu foi apontado como chefe do esquema e renunciou ao cargo de ministro da Casa Civil. O então tesoureiro do PT, Delúbio Soares, e o então presidente do partido, José Genuíno, também renunciaram. Lula fez um pronunciamento público se dizendo “traído” (julho).
Segundo o próprio site do PRB, o partido inicialmente se chamava Partido Municipalista Renovador (PMR) e foi criado em agosto de 2005. Em vídeo publicado na página, é possível ver a filiação de Crivella junto com José Alencar em setembro do mesmo ano. Segundo o registro de filiação, disponibilizado pelo TSE, Crivella se filiou ao PRB em 30 de setembro de 2005.
Na entrevista, Crivella também explicou porque apoiou a gestão do atual prefeito, Eduardo Paes, e, depois, passou a criticá-la:
“Eu apoiei o primeiro governo do Eduardo, porque foi exitoso. Melhorou o Ideb”
De acordo com a série histórica do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), Crivella está certo em afirmar que o indicador cresceu durante o primeiro mandato de Paes. Nos anos iniciais do ensino fundamental, o indicador teve a seguinte performance: em 2009, era de 5,1. Em 2011, 5,4. Em 2013, 5,3.
Mas, nos anos finais do ensino fundamental, houve um crescimento e, em seguida, uma estagnação no Ideb. Em 2009, o índice era de 3,6. Em 2011, subiu para 4,4, mas, em 2013, permaneceu em 4,4.
Ou seja, no período final do primeiro mandato de Eduardo Paes, o indicador começou a apresentar queda ou estagnação em relação a edição anterior. | null | ['RAPHAEL KAPA'] | [] | ['ELEIÇÕES 2016', 'ENTREVISTA', 'MARCELO CRIVELLA', 'PRB', 'PREFEITURA', 'RIO DE JANEIRO', 'RJTV', 'TV GLOBO'] | 2021-05-15 | ['FALSO', 'VERDADEIRO, MAS'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2016/09/21/molon-exagera-gastos-de-publicidade-da-prefeitura-do-rio-em-2015/ | lupa | Molon exagera gastos de propaganda da Prefeitura do Rio no ano passado | null | 2016-09-21 | Na manhã desta quarta-feira (21), o candidato da Rede à Prefeitura do Rio de Janeiro, Alessandro Molon, foi sabatinado pela CBN RJ. A equipe de jornalistas da Lupa acompanhou a entrevista, verificando o grau de veracidade das afirmações dele. Veja o resultado do trabalho – que também foi divulgado na CBN – logo abaixo.
Na entrevista, Molon falou sobre o investimento que teria que ser feito para atender à demanda por creches na cidade. Usando dados próprios, ele fez um cálculo sobre quanto custaria à cidade colocar as 25.500 crianças que procuraram e não encontraram vagas no sistema municipal neste ano.
“Seria R$ 133 milhões por ano. Isso é menos do que o prefeito Eduardo Paes gastou com propaganda no ano passado”
O candidato exagerou ao afirmar que esse valor – de R$ 133 milhões – seria menor do que aquilo que a prefeitura gastou em propaganda em 2015.
De acordo com o portal de Transparência da cidade, o Rio Transparente, a ação que engloba Publicidade, Propaganda e Comunicação Social da prefeitura do Rio em 2015 contratou serviços no valor total de R$ 127 milhões. Tecnicamente falando, esse foi o valor liquidado.
A Prefeitura até poderia ter gasto 133 milhões. Era o que tinha como orçamento empenhado, mas, segundo dados oficiais e públicos, não o fez.
Ao falar sobre mobilidade, Molon criticou as obras da atual administração e disse que:
“O asfalto no Elevado no Joá durou 10 dias”
O Novo Joá, que foi batizado como Elevado Presidente Itamar Franco, foi inaugurado no dia 28 de maio, ligando São Conrado e a Barra da Tijuca, mas, no dia 7 de junho, 10 dias depois, ele já tinha pelo menos três buracos em seu asfalto, obrigando os motoristas a diminuir a velocidade e desviar deles.
O assunto foi reportagem no RJTV e repercutiu em diversos jornais da cidade. Na época, o prefeito disse que considerava a situação “inaceitável” e que cobraria dos responsáveis pela obra os reparos devidos.
A obra do Novo Joá foi realizada pela Odebrecht e custou cerca de R$ 500 milhões.
Molon também falou sobre sua saída do PT, no ano passado. Lembrou o último Congresso que o PT fez em 2015 e disse que nele apresentou uma carta pedindo que o partido reconhecesse seu erros. O candidato afirmou ainda que o documento nem chegou a ser votado e que ficou decepcionado com isso. Em seguida, explicou sua saída da sigla:
“Enquanto achava que era possível recuperar (o PT), eu fiquei. Quando cheguei à conclusão de que não era mais possível, (…) deixei o partido”
Molon, de fato, foi ao congresso do PT em junho de 2015 e pediu que o partido reconhecesse seus erros. Ele, no entanto, se desfiliou da sigla em 24 de setembro de 2015, bem perto do prazo final fixado pela lei da época para que eventuais candidatos à eleição deste ano escolhessem seus partidos.
De acordo com a Lei das Eleições de 1997, quem quisesse participar da corrida eleitoral de 2016 deveria estar filiado a sua sigla até, no máximo, o dia 2 de outubro de 2015 – um ano antes do primeiro turno. A entrada de Molon na Rede aconteceu uma semana antes desse prazo final.
Vale destacar ainda que a lei mudou. Desde 29 de setembro do ano passado, o prazo de filiação é de seis meses antes do pleito.
(Com Marina Estarque)
| null | ['CRISTINA TARDÁGUILA', 'CLARA BECKER', 'JULIANA DAL PIVA', 'EQUIPE LUPA'] | [] | ['ALESSANDRO MOLON', 'CBN', 'CBN RJ', 'ELEIÇÕES 2016', 'PREFEITURA', 'REDE', 'RIO DE JANEIRO', 'SABATINA'] | 2021-05-15 | ['EXAGERADO', 'VERDADEIRO', 'VERDADEIRO, MAS'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2016/09/20/marcelo-freixo-diz-que-saiu-do-pt-bem-antes-do-mensalao-sera/ | lupa | Marcelo Freixo diz que saiu do PT ‘bem antes’ do mensalão. Checamos | null | 2016-09-20 | Em entrevista ao RJTV 1ª edição, o candidato do PSOL à Prefeitura do Rio de Janeiro, Marcelo Freixo, foi questionado sobre o apoio que deu à ex-presidente Dilma Rousseff (PT) no segundo turno das eleições de 2014. Ao explicar que seu voto foi um veto ao candidato Aécio Neves (PSDB) e destacar que não concorda com a corrupção que enxerga no PT, Freixo disse:
“Bem antes do mensalão, na hora em que o PT foi governar com Renan Calheiros, com Collor, com Sarney, foi a hora em que eu saí e disse: isso não me representa. E nós saímos e fundamos o PSOL”.
De acordo com cadastro de filiações disponível para consulta no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marcelo Freixo se desfiliou do PT em 26 de setembro de 2005.
O primeiro episódio do mensalão ocorreu em maio de 2005, quando a revista Veja divulgou um vídeo que mostrava o então diretor dos Correios, Maurício Marinho, recebendo propina e apontando o então deputado Roberto Jefferson (PTB) como o chefe de um esquema de corrupção na instituição.
Ou seja, a desfiliação de Freixo do PT aconteceu quatro meses depois da primeira denúncia ligada ao mensalão – e não “bem antes do mensalão” como disse o candidato.
Nesse período – entre a primeira denúncia e a saída de Freixo do partido, Roberto Jefferson declarou que eram feitas compras de votos pelo PT no Congresso (junho), a CPI dos Correios foi instaurada (junho) e o publicitário Marcos Valério foi apontado como articular financeiro do esquema. Roberto Jefferson prestou depoimento no Conselho de Ética e afirmou que seis ministros sabiam da compra de votos. José Dirceu foi apontado como chefe do esquema e renunciou ao cargo de ministro da Casa Civil. O então tesoureiro do PT, Delúbio Soares, e o então presidente do partido, José Genuíno, também renunciaram. Lula fez um pronunciamento público se dizendo “traído”.
O PSOL informa, em seu próprio site, que surgiu a partir de um descontentamento de três parlamentares que eram do PT – Luciana Genro, Babá e João Fontes – com a aprovação da reforma da previdência do setor público. Eles foram expulsos do Partido dos Trabalhadores e deram origem ao PSOL, efetivamente ativo desde 1º de setembro de 2005. Freixo entrou no PSOL ainda naquele mês.
Atualização quinta-feira (22) às 12h03: O candidato enviou nota afirmando que “não ter me desfiliado não significa não ter me afastado. Me afastei completamente de todas as atividades partidárias, núcleos e militância.”
Ao falar sobre doação de campanha, Freixo afirmou que o PSOL não aceita doações de empresas desde a eleição de 2014, ou seja, antes mesmo de a lei eleitoral proibir esse repasse. Para reafirmar a posição do partido, o candidato disse:
“Só o PSOL fez isso (não aceitou doações de empresas) em 2014”
Em 2014, o PSOL lançou a campanha “Não recebo 1 real, estou na rua por ideal“, destacando que não aceitaria doação de grandes empresas, empreiteiras e bancos.
Na Prestação de Contas das eleições de 2014, disponibilizadas no site do TSE, é possível ver que o candidato do PSOL na época, Tarcísio Motta, realmente não recebeu doações de empresas.
Porém, outras duas candidaturas também não tiveram aporte deste tipo. Foram elas as de Ney Nunes, do PCB, e Dayse Oliveira, do PSTU. Esta última só recebeu doação do comitê de seu partido.
O Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucionais as doações de empresas a campanhas em setembro de 2015. | null | ['RAPHAEL KAPA'] | [] | ['ELEIÇÕES 2016', 'ENTREVISTA', 'MARCELO FREIXO', 'PREFEITURA', 'PSOL', 'RIO DE JANEIRO', 'RJTV', 'TV GLOBO'] | 2021-05-15 | ['FALSO', 'VERDADEIRO, MAS'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2016/09/20/falso-crivella-erra-ao-falar-de-saude-e-ao-defender-rodrigo-bethlem/ | lupa | Falso: Crivella erra ao falar de Saúde e ao defender Rodrigo Bethlem | null | 2016-09-20 | Na manhã desta terça-feira (20), o candidato do PRB à Prefeitura do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, foi sabatinado pela CBN RJ. A equipe de jornalistas da Lupa acompanhou a entrevista, verificando o grau de veracidade das afirmações dele. Veja o resultado do trabalho – que também foi divulgado na CBN – logo abaixo.
Ao ser questionado sobre proposta para aumentar o investimento em saúde, o candidato disse:
“Nem posso dizer que vou colocar a mais. Eu vou trazer de volta o que foi tirado. Se você pegar o que o Eduardo Paes gastou em 2012, o que ele gastou em 2013, 2014, 2015 e o que ele vai gastar em 2016, somando tudo, dá menos de um bilhão”
Obedecendo à Lei de Acesso à Informação, a Prefeitura mantém um portal com dados sobre o orçamento da cidade. Lá, no Rio Transparente, qualquer cidadão pode constatar que em 2012, em Saúde, a cidade do Rio gastou R$ 3,7 bilhões. Em 2013, um pouco mais: R$ 4 bilhões. Em 2014, foram R$ 3,7 bilhões de novo e, no ano passado, R$ 4,4 bilhões. Para este ano, o orçamento previsto para a saúde do Rio, ainda segundo o portal, é de R$ 5,6 bilhões.
A soma de todos esses anos, quase chega a R$ 21,4 bilhões – bem mais do que o Crivella disse na sabatina da CBN.
A Lupa também conferiu uma segunda hipótese de raciocínio. Levantou a diferença entre o “orçamento inicial” e os efetivamente executados pela prefeitura entre 2012 e 2015, de acordo com os dados do Rio Transparente. Se tivesse gastado tudo nesses anos, a cidade teria investido na área R$ 17,4 bilhões. Desse total, no entanto, o Rio executou R$ 16 bilhões. A diferença é de R$ 1,4 bilhão – acima do informado pelo candidato. A proporção se repete se incluídos na conta os valores de 2016.
Ao ser questionado sobre a participação de Rodrigo Bethlem, ex-secretário de governo de Eduardo Paes, em sua campanha, Crivella saiu em sua defesa. Afirmou que:
“Ele (Rodrigo Bethlem) não tem denúncia judicial”
O ex-secretário Rodrigo Bethlem foi denunciado pelo Ministério Público por improbidade administrativa, enriquecimento ilícito e dano ao erário. Em julho de 2016, o juiz aceitou a denúncia, e ela tramita atualmente no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. A denúncia foi feita em função das gravações realizadas pela ex-mulher do secretário em que ele aparece falando sobre um suposto esquema para desvio de verbas públicas na prefeitura.
Vale ressaltar, no entanto, que ainda não há julgamento final ou condenação para Bethlem. O processo ainda está aberto.
Na sabatina, Crivella falou sobre alagamentos na cidade e criticou a gestão da Secretaria Municipal de Conservação:
“São 1.500 colegas meus: engenheiros, geógrafos, geólogos, arquitetos. E, hoje, quem comanda a Secretaria de Conservação não é nenhum deles”
Segundo a biografia disponível no site da Secretaria Municipal de Conservação, o atual secretário é o tenente-coronel Marcus Belchior Corrêa Bento, que atua há 16 anos no Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro. Bento é pós-Graduado em Gestão Empresarial e, de acordo com a página, fez “uma série de cursos de especialização em Defesa Civil”.
Crivella também respondeu sobre o fato de ter sido ministro da ex-presidente Dilma Rousseff e de ter votado a favor do impeachment dela.
“Quando dei meu voto, eu disse bem: estou votando e peço ao Senado que seja justo. Justo e não justiceiro”
No discurso que fez no dia 11 de maio de 2016, durante sessão que aprovou a abertura do processo de impeachment e o afastamento temporário de Dilma do cargo de presidente, o candidato e também senador pelo PRB Marcelo Crivella falou por aproximadamente cinco minutos e, ao final, citou frases atribuídas ao padre Antonio Vieira.
Crivella disse: “Ele dizia que humanidade é o que a Justiça espera. Entre justo e justiceiro, há uma diferença. Ambos castigam, mas o justo castiga, e isso lhe pesa. O justiceiro castiga e se regozija. O justo castiga por imposição da Justiça. O justiceiro, por inclinação do sadismo. O justo, com mais vontade, absolve do que condena. O justiceiro, com mais vontade, condena do que absolve. A Justiça fica entre a piedade e a crueldade. O justo se inclina para a piedade. O justiceiro para a crueldade”.
Em seguida, Crivella pediu que a casa buscasse justiça: “Peço a deus que sejamos justos e não justiceiros”.
(Com Marina Estarque)
| null | ['CRISTINA TARDÁGUILA', 'CLARA BECKER', 'JULIANA DAL PIVA', 'EQUIPE LUPA'] | [] | ['CBN', 'CBN RJ', 'ELEIÇÕES 2016', 'MARCELO CRIVELLA', 'PRB', 'PREFEITURA', 'RIO DE JANEIRO', 'SABATINA'] | 2021-05-15 | ['FALSO', 'FALSO', 'VERDADEIRO', 'VERDADEIRO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2016/09/19/no-rjtv-jandira-critica-educacao-municipal-mas-erra-dados-sobre-ideb/ | lupa | No RJTV, Jandira critica educação municipal, mas erra dados sobre Ideb | null | 2016-09-19 | Nesta segunda-feira (19), a candidata Jandira Feghali (PC do B) foi entrevistada pelo RJ TV – 1º edição. No programa, Jandira foi indagada sobre o baixo desempenho da cidade de Belfort Roxo, administrada por seu partido, no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), o principal indicador de educação do país.
Em sua defesa, Jandira afirmou que Belford Roxo tem poucos recursos e que outros municípios do estado do Rio de Janeiro também não tiveram bons resultados. Segundo a candidata:
“No Sudeste, entre as 500 melhores cidades no Ideb, não há nenhuma do estado do Rio”
A Lupa fez um levantamento no site do Ideb, que reúne todos os municípios que possuem este indicador. Nos anos iniciais da educação fundamental, duas cidades do estado do Rio constam no ranking dos 500 melhores Ideb do Sudeste. São elas: Comendador Levy Gasparian (RJ) e Trajano de Moraes (RJ).
Já nos anos finais da educação fundamental, a lista aumenta bastante. Há 31 cidades do RJ entre as 500 melhores do Sudeste. São elas, por ordem de melhores notas: Santo Antônio de Pádua, Miguel Pereira, Nova Friburgo, Miracema, Eng. Paulo de Frontin, Aperibé, Cordeiro, Itaperuna, Porciúncula, Quissamã, Rio das Ostras, Teresópolis, Duas Barras, Paty dos Alferes, Piraí, Sapuacaia, Varre-Já, Bom Jardim, Comendador Levy Gasparian, Paracambi, Paraty, Resende, S.J. do Vale do Rio Preto, Armação de Búzios, Cardoso Moreira, Quatis, Santa Maria Madalena, Itatiaia, Mangaratiba, Rio de Janeiro e Três Rios.
A Lupa analisou ainda o ranking dos 500 melhores Ideb do país como um todo – não apenas o Sudeste. Nos anos iniciais do ensino fundamental, realmente não há nenhum município fluminense. Mas, nos anos finais do segmento, há cinco cidades: Santo Antônio de Pádua, Miguel Pereira, Nova Friburgo, Miracema, Eng. Paulo de Frontin.
Jandira só teria acertado se tivesse dito que o Estado do Rio não tem nenhum município entre as 500 melhores cidades do país no Ideb dos anos iniciais do ensino fundamental.
Ainda falando sobre Ideb, Jandira Feghali disparou contra a gestão atual. Disse que:
“A cidade do Rio piorou no Ideb”
É bem verdade que, desde 2005, o Ideb do município do Rio para os anos iniciais do ensino fundamental vem melhorando. Pulou de 4,2 para 5,6 nos últimos dez anos.
Mas, nos anos finais do ensino fundamental, a curva tem sido estável desde 2011, oscilando entre 4,4 e 4,3, numa queda de apenas 0,1 entre 2013 e o ano passado. | null | ['RAPHAEL KAPA'] | [] | ['ELEIÇÕES 2016', 'ENTREVISTA', 'JANDIRA FEGHALI', 'PCDOB', 'PREFEITURA', 'RIO DE JANEIRO', 'RJTV', 'TV GLOBO'] | 2021-05-15 | ['FALSO', 'EXAGERADO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2016/09/19/falso-indio-da-costa-diz-que-so-uma-escola-do-amanha-foi-inaugurada-na-mare/ | lupa | Falso: Indio da Costa diz que só uma Escola do Amanhã foi inaugurada na Maré | null | 2016-09-19 | Na manhã desta segunda-feira (19), o candidato do PSD à Prefeitura do Rio de Janeiro, Indio da Costa, foi sabatinado pela CBN RJ. A equipe de jornalistas da Lupa acompanhou a entrevista, verificando o grau de veracidade das afirmações dele. Veja o resultado do trabalho – que também foi divulgado na CBN – logo abaixo.
Logo no início da sabatina, o candidato do PSD criticou a ação da prefeitura na educação:
“Hoje as Escolas do Amanhã, das 40 na Maré, só uma foi inaugurada e está efetivamente funcionando”
No dia 26 de fevereiro deste ano, o prefeito Eduardo Paes inaugurou quatro escolas do Amanhã no Complexo do Maré. A prefeitura fez alarde em torno da abertura das escolas municipais Primário Nova Holanda, Primário Osmar Paiva Camelo, Primário Lino Martins da Silva e do Ginásio Olimpíadas Rio 2016.
Na manhã desta segunda-feira (19), a Lupa entrou em contato com a ONG Redes de Desenvolvimento da Maré, que tem sede na Nova Holanda, e conversou com moradores da região. Todos informam que as Escolas do Amanhã estão abertas, recebendo crianças diariamente. Os moradores relataram que os espaços enfrentam problemas como a falta de professores, mas são espaços em funcionamento.
Ao falar sobre o sistema de marcação de consultas do município, o candidato defendeu o uso da tecnologia:
“No Brasil se chama Doutor Já. (O aplicativo) Já está feito na área médica. Foi inventado pelo Jeff Bezos, que é o cara que inventou a Amazon”
O Doutor Já é um aplicativo que permite que qualquer cidadão marque uma consulta médica pelo celular. Assim como o Uber, ao final da consulta o paciente avalia o médico que lhe atendeu, dando uma classificação.
A Lupa verificou o funcionamento do app no Brasil e viu que, por enquanto, ainda não há informatização de pedidos médicos nem de exames, como afirmou o candidato na sabatina da CBN. Mas o “exagerado” vai para o fato de que não foi Bezos quem invetou o aplicativo. O fundador da Amazon é apenas um dos nove investidores iniciais da startup ZocDoc, que deu origem à versão brasileira. Os inventores da plataforma original foram o alemão Oliver Kharraz e o americano Nick Ganju.
No Brasil, os responsáveis pelo aplicativo Doutor Já são: Carlos Felipe Leão, Brenno Eudes, Gustavo Valente e Daniel Figueira.
(Com Marina Estarque)
| null | ['CRISTINA TARDÁGUILA', 'CLARA BECKER', 'JULIANA DAL PIVA', 'EQUIPE LUPA'] | [] | ['CBN', 'CBN RJ', 'ELEIÇÕES 2016', 'INDIO DA COSTA', 'PREFEITURA', 'PSD', 'RIO DE JANEIRO', 'SABATINA'] | 2021-05-15 | ['FALSO', 'EXAGERADO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2016/09/16/doria-exagera-ao-comentar-reducao-dos-acidentes-de-transito-em-sp/ | lupa | Doria exagera ao falar sobre a redução no número de acidentes de trânsito em SP | null | 2016-09-16 | O candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, João Doria, foi sabatinado nesta sexta-feira (16) pelo site Catraca Livre, em parceria com o Facebook. A equipe de jornalistas da Lupa acompanhou a entrevista, avaliando o grau de veracidade das afirmações feitas por ele. Veja abaixo o resultado:
Ao falar sobre mortes no trânsito, o candidato afirmou:
“Houve uma queda de 11% no número de acidentes em estradas paulistas no ano de 2015”
De acordo com levantamento feito e divulgado pelo governo estadual de São Paulo, houve uma diminuição de 11% de óbitos em acidentes de trânsito no mês de maio de 2016, frente ao mesmo mês do ano passado. Quando analisado o acumulado do ano, a redução foi de 7%. | null | ['RAPHAEL KAPA'] | [] | ['CATRACA LIVRE', 'ELEIÇÕES 2016', 'JOAO DORIA', 'PREFEITURA', 'PSDB', 'SÃO PAULO'] | 2021-05-15 | ['EXAGERADO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2016/09/16/falso-carmen-diz-que-aluguel-de-apartamento-na-zona-sul-do-rio-custa-r-12-mil/ | lupa | Falso: Carmen diz que aluguel de apartamento na Zona Sul custa R$ 1,2 mil | null | 2016-09-16 | Na manhã desta sexta-feira (16), a candidata do Novo à Prefeitura do Rio de Janeiro, Carmen Migueles, foi sabatinada pela CBN RJ. A equipe de jornalistas da Lupa acompanhou a entrevista, verificando o grau de veracidade das afirmações dela. Veja o resultado do trabalho – que também foi divulgado na CBN – logo abaixo.
Ao falar sobre o custo da moradia na cidade, a candidata afirmou:
“O aluguel médio de um apartamento de dois, três quartos na Zona Sul (do Rio) está custando R$ 1 mil, R$ 1,2 mil”
Durante a sabatina da CBN, a Lupa pesquisou anúncios de aluguel de imóveis no site Zap Móveis, um dos principais do setor imobiliário da cidade. Lá encontrou 1.856 anúncios de apartamentos de dois quartos na Zona Sul do Rio de Janeiro disponíveis para aluguel. Apenas um deles pedia menos de R$ 1.200. Na verdade, era um anúncio de apartamento de dois quartos, em Copacabana, por R$ 1.000. Veja a aqui a imagem.
No mesmo site, a Lupa procurou anúncios de aluguel de apartamentos de 3 quartos na Zona Sul carioca. Não havia nenhuma oferta por menos de R$ 1.200. Confira aqui.
O Zap produz mensalmente o índice Fipe Zap, que mede o valor do metro quadrado em diversas cidades do país. É considerado um dos principais indicadores de preço no mercado imobiliário.
Um levantamento produzido pelo Zap nesta sexta-feira (16) verificou que o preço médio de locação nos bairros de Copacabana, Leblon, Ipanema e Botafogo para apartamentos de 2 dormitórios é de R$ 3.879,62 e para os de 3 dormitórios é R$ 5.020,63.
Na sabatina, Carmen Migueles também falou sobre educação:
“O principal problema que impacta (no Rio) é a questão da disponibilidade de creches”
O Rio de Janeiro realmente tem crianças aguardando vaga em creches. Segundo a prefeitura, a fila já reúne 25.500 pessoas. A candidata Carmen Migueles acerta ao chamar atenção para esse assunto, mas, curiosamente, no programa de governo que registrou junto ao Tribunal Superior Eleitoral não menciona a questão. Carmen fala de Saúde, Educação e Segurança como áreas de serviços essenciais e em seu primeiro ponto propõe uma análise rigorosa da situação atual. Talvez por falta dessa análise, suas nove propostas para essas áreas ainda parecem vagas.
A candidata falou ainda sobre a necessidade de variar os tipos de transporte na cidade. Sobre isso, disse que:
“Têm os projetos de transporte aquaviário da Firjan. A Firjan fez alguns estudos sobre isso”
Em agosto de 2015, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) divulgou um estudo indicando que a criação de 14 ligações hidroviárias seria viável na região metropolitana do Rio e que tiraria mais de cem mil carros das ruas, diminuindo os engarrafamentos que tinham previsão de atingir 180 quilômetros até 2020.
| null | ['CRISTINA TARDÁGUILA', 'CLARA BECKER', 'JULIANA DAL PIVA'] | [] | ['CARMEN MIGUELES', 'CBN', 'CBN RJ', 'ELEIÇÕES 2016', 'NOVO', 'PREFEITURA', 'RIO DE JANEIRO', 'SABATINA'] | 2021-05-15 | ['FALSO', 'VERDADEIRO, MAS', 'VERDADEIRO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2016/09/16/educacao-ensino-candidatos-sao-paulo/ | lupa | Candidatos de São Paulo derrapam ao falar de Ideb, ensino fundamental e orçamento | null | 2016-09-16 | As prefeituras são responsáveis por administrar toda a rede de ensino pública local e atender às crianças entre os primeiros anos do ensino infantil e os últimos anos do ensino fundamental, ou seja, cuidam da maior parte da vida escolar da população. Diante da enorme responsabilidade que recai sobre os prefeitos, a Lupa decidiu conferir o que os candidatos a administrar a cidade de São Paulo sabem sobre a educação da cidade.
Nos últimos dias, uma equipe de jornalistas observou de perto as informações que eles deram em seus sites de campanha, em suas redes sociais e em entrevistas – sempre em busca de votos. Veja o resultado abaixo:
Em seu site de campanha, o prefeito de São Paulo e candidato do PT à reeleição, Fernando Haddad, comemorou os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2015, divulgados na semana passada. Em um encontro com especialistas e educadores, ele afirmou:
“Nós estamos colhendo o fruto de um esforço de quatro anos, sendo a capital que mais avançou no principal indicador de qualidade do País (Ideb)”
Segundo dados do Ministério da Educação, há outras capitais com desempenho semelhante ou melhor do que São Paulo.
Manaus, capital do Amazonas, avançou, entre 2011 e 2015, 1,3 ponto no índice relativo aos anos iniciais do ensino fundamental, indo de 4,1 para 5,4 pontos. São Paulo teve crescimento inferior, de 1 ponto. Foi de 4.8 para 5.8 no mesmo período e no mesmo segmento.
Já os anos finais do ensino fundamental, enquanto a capital paulista ficou estagnada em 4,3 pontos entre 2011 e 2015, Manaus passou de 3.1 para 4.3, numa alta de 1,2 ponto. Nesse quesito, Manaus ultrapassou até mesmo sua meta, que era de 4,3.
Outro exemplo é Rio Branco, capital do Acre, que também avançou 1 ponto nos anos iniciais do ensino fundamental entre 2011 e 2015, passando de 4,8 para 5,8, O crescimento da nota da cidade foi o mesmo observado em São Paulo. Vale ressaltar, por outro lado, que não há dados do Ideb de Rio Branco para os anos finais do ensino fundamental. Nele, como já dito, a capital paulista ficou estável.
Procurada, a campanha de Fernando Haddad ajustou o discurso. Afirmou que São Paulo é “uma das capitais que mais avançou” nesse período. Confira a nota na íntegra.
O candidato do PRB à prefeitura de São Paulo tem falado tanto em seu site quanto em suas redes sociais sobre a necessidade de ampliar vagas na educação infantil e no ensino fundamental.
No Facebook, disse: “Muitas famílias perderam renda e poder de compra em razão da crise econômica que atingiu o país. Isso tem afetado diretamente a educação. Muitos pais são obrigados a retirar os filhos do ensino particular para matriculá-los na rede pública. Infelizmente, temos problemas de vagas, estrutura precária e falta valorizar nossos professores. “
Em seu site, afirmou que vai: “Ampliar o número de CEUs/CEMEIs e melhorar a qualidade do ensino na rede municipal; construir novas creches, incluindo creches verticais, assim como ampliar as vagas nas EMEIs e no Ensino Fundamental.”
Para Celso Russomanno, a questão de vagas nos ensinos básico e infantil é um dos problemas da educação na capital de São Paulo. A Prefeitura admite que, até meados deste ano, havia uma considerável demanda por vagas em creche: 106.930 crianças.
Contudo, não há demanda de vagas nos ensinos fundamental e médio. Segundo a Secretaria Municipal de Educação, não existe aluno nessa faixa escolar na fila e à espera de matrícula. O ensino fundamental é compartilhado entre o estado e o município, e os alunos são alocados em escolas através de um sistema eletrônico único.
O movimento Todos Pela Educação corrobora a informação oficial. Diz que, de 2014 para 2015, houve até uma queda no total de matrículas na rede privada, mas que, mesmo assim, as redes públicas municipal e estadual não inflaram. O total de matrículas nela chegou a decrescer: 13 mil e 52 mil a menos, respectivamente. Ainda de acordo com a entidade, há uma diminuição na população na faixa etária escolar por conta de um efeito demográfico – as gerações atuais tem menos filhos do que as anteriores, logo, parece que há espaço para reacomodação. Não há, portanto, informações públicas sobre a necessidade de abertura de vagas no ensino fundamental no município de São Paulo.
Em entrevista ao jornal O Globo, a candidata do PSOL à prefeitura de São Paulo, Luiza Erundina afirmou:
“Temos que voltar a destinar 30% da receita líquida do município para a educação.”
Com auxílio do movimento Todos pela Educação, a Lupa verificou que a Lei Orgânica do Município, em seu Artigo 208, já estabelece a obrigatoriedade de destinar 31% das receitas líquidas do município para a Manutenção e Desenvolvimento do Ensino (MDE).
No exercício de 2015, além disso, o percentual de receitas aplicadas em MDE pela Prefeitura de São Paulo foi de 34,21%. Confira na página 5 do documento.
Procurada, a campanha informou que pretende investir mais na educação municipal e que a prefeitura contabiliza como gasto em educação os relativos a MDE mais os de educação inclusiva, atingindo assim a porcentagem citada. Confira a nota na íntegra.
(Com Marina Estarque)
*Esta reportagem foi publicada na edição do jornal Folha de S.Paulo no dia 16 de setembro de 2016.
** A equipe de jornalistas da Lupa continua analisando as informações oferecidas pelos candidatos de São Paulo. Este levantamento poderá ser atualizado a qualquer momento. | null | ['CLARA BECKER', 'JULIANA DAL PIVA', 'EQUIPE LUPA'] | [] | ['CELSO RUSSOMANNO', 'ELEIÇÕES 2016', 'FERNANDO HADDAD', 'MARTA SUPLICY', 'PRB', 'PREFEITURA', 'PSOL', 'PT', 'SÃO PAULO'] | 2021-05-15 | ['FALSO', 'DE OLHO', 'FALSO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2016/09/16/educacao-ensino-no-rio-candidatos-erram/ | lupa | Candidatos do Rio erram tamanho da rede de ensino, da demanda e do orçamento | null | 2016-09-16 | As prefeituras são responsáveis por administrar toda a rede de ensino pública local e atender às crianças entre os primeiros anos do ensino infantil e os últimos anos do ensino fundamental, ou seja, cuidam da maior parte da vida escolar da população. Diante da enorme responsabilidade que recai sobre os prefeitos, a Lupa decidiu conferir o que os candidatos a administrar o Rio de Janeiro sabem sobre a educação da cidade.
Nos últimos dias, uma equipe de jornalistas observou de perto as informações que eles deram em seus sites de campanha, em suas redes sociais e em entrevistas – sempre em busca de votos. Veja o resultado abaixo:
O candidato do PMDB à Prefeitura do Rio de Janeiro publicou em seu site, no início deste mês, que:
“A rede de ensino do município (do Rio) é a maior do país. São cerca de 1.500 unidades, com aproximadamente 40 mil professores e mais de 650 mil alunos.”
A Lupa apurou no site da Secretaria Municipal de Educação do Rio que a rede escolar da cidade conta, ao todo, com 1.511 escolas, 646.712 alunos e 41.147 professores. Mesmo assim, não é a maior do país, como afirma Pedro Paulo. A rede municipal escolar de São Paulo fica (bem) na frente.
Segundo a Secretaria Municipal de São Paulo, há um total de 3.532 escolas na capital paulista – mais do que o dobro do Rio de Janeiro. O total de alunos até julho de 2016 era de 984.374, e o corpo docente reunia 63.604 professores.
Procurada, a campanha de Pedro Paulo reconheceu o dado errado e prometeu corrigi-lo. Destacou que, se considerado apenas o ensino fundamental, o Rio de Janeiro teria mais matriculas do que São Paulo. Confira a nota.
Em um vídeo postado em suas redes sociais, Carlos Osório (PSDB) afirmou:
“Temos 85 mil alunos fora das creches e pré-escolas no Rio”
Procurada, a campanha informou que chegou a esse número baseando-se no Censo 2010, na estimativa populacional de crianças com idades entre zero e cinco anos do IBGE e subtraindo o número de matrículas já existentes na rede municipal. Através deste cálculo, diz a campanha tucana, seria possível chegar ao número de 85.056 crianças nesta faixa etária que não estão matriculadas neste segmento escolar.
O IBGE afirma, no entanto, que, ao falar de educação, não se pode usar apenas esta estimativa, pois ele é “um dado somente de população”. A única pesquisa que aborda o ensino, destaca o órgão, é a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). E a última foi feita em 2014. Lá consta que o total de crianças fora do Ensino Infantil é de 467.925. No entanto, esse número não significa que todas essas crianças tenham tentado se matricular sem sucesso nas escolas do município.
De acordo com a Secretaria Municipal de Educação do Rio, atualmente existe uma fila de 25.500 crianças aguardando vagas em creches e pré-escolas cariocas.
Em entrevista ao Jornal Extra, a candidata Jandira Feghali (PCdoB) afirmou:
“O mínimo constitucional exige 25% para a Educação. Em 2015, o governo (do prefeito Eduardo) Paes investiu 21%”
Em julho de 2016, o Tribunal de Contas do Município do Rio aprovou a prestação de contas de 2015 apresentada pela prefeitura. No documento, destaca que a cidade cumpriu o mínimo constitucional. Aplicou 25,8% de suas receitas em educação. A cidade teve R$ 3,4 bilhões em despesas com o ensino.
O valor mínimo constitucional que deve ser gasto em educação também não é obtido sobre o orçamento, mas sobre a receita resultante de impostos, como aponta o artigo 212 da Constituição. Conforme o relatório entregue e aprovado pelo TCM, a gestão municipal cumpriu o limite constitucional.
Procurada, a campanha de Jandira divergiu dos dados de Prestação de Contas da Prefeitura, que passou pelo TCM em julho. Afirmou que: “O artigo 212 da Constituição Federal exige que os municípios apliquem ao menos 25% das receitas totais e não apenas de impostos. Significa transferências, como cota-parte do ICMS estadual, do fundo de participação dos municípios (que é federal) e royalties. Logo, o município gastou abaixo do que exige a Constituição.” Veja a nota na íntegra.
*Esta reportagem foi publicada na edição do jornal Folha de S.Paulo no dia 16 de setembro de 2016.
** A equipe de jornalistas da Lupa continua analisando as informações oferecidas pelos candidatos do Rio. Este levantamento poderá ser atualizado a qualquer momento. | null | ['CRISTINA TARDÁGUILA', 'RAPHAEL KAPA', 'JULIANA DAL PIVA'] | [] | ['CARLOS OSÓRIO', 'ELEIÇÕES 2016', 'JANDIRA FEGHALI', 'PCDOB', 'PEDRO PAULO', 'PMDB', 'PREFEITURA', 'PSDB', 'RIO DE JANEIRO'] | 2021-05-15 | ['FALSO', 'FALSO', 'FALSO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2016/09/15/falso-pedro-paulo-nega-ter-mudado-versao-sobre-suposta-agressao-a-ex-mulher/ | lupa | Falso: Pedro Paulo nega ter mudado versão sobre suposta agressão à ex-mulher | null | 2016-09-15 | Na manhã desta quinta-feira (15), o candidato do PMDB à Prefeitura do Rio de Janeiro, Pedro Paulo, foi sabatinado pela CBN RJ. A equipe de jornalistas da Lupa acompanhou a entrevista, verificando o grau de veracidade das afirmações dele. Veja o resultado do trabalho – que também foi divulgado na CBN – logo abaixo.
O candidato foi questionado sobre a investigação que durou cerca de 10 meses e que apurou uma suposta agressão dele à ex-mulher Alexandra Marcondes. Pedro Paulo defendeu sua inocência e disse que, durante os últimos meses, sempre manteve um mesmo posicionamento público sobre o assunto.
“Não houve mudança de versão [da ex-mulher de Pedro Paulo sobre agressão]”
A Lupa rastreou entrevistas e coletivas do candidato sobre o assunto e levantou as principais declarações públicas dadas por ele e sua ex-mulher desde 16 de outubro do ano passado, quando o caso veio à tona. Veja abaixo:
A história sobre a suposta agressão começou com uma reportagem da revista Veja, que localizou um boletim de ocorrência registrado pela ex-mulher de Pedro Paulo na Polícia Civil. No documento oficial, Alexandra se queixava de ter sido agredida pelo político em 2010, na casa onde o os dois viviam. Na época do boletim, ela também fez um exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML), e o órgão verificou lesões. Hoje em dia, no entanto, Alexandra diz que as agressões denunciadas por ela à polícia foram “questões emocionais de momento” e que teriam levado a “declarações inverídicas”, por sua parte. Comparando o conteúdo dos boletins com seu posicionamento mais recente, é possível dizer que houve, sim, uma mudança de versão por parte dela.
Analisamos também o que Pedro Paulo disse sobre o assunto. Em 5 de novembro, numa entrevista concedida ao jornal Folha de S.Paulo, o hoje candidato pelo PMDB afirmou que o caso havia sido “um episódio único” na vida dele e que não tinha “nenhuma atitude de violência (por parte dele) antes e depois”.
No mesmo dia, Pedro Paulo deu uma entrevista coletiva, que pode ser assistida no site G1, e afirmou o seguinte sobre o caso: “Foi um episódio de descontrole nosso, um episódio da nossa vida, da nossa separação, que aconteceu há 5 anos, um episódio em que nós nos descontrolamos. E, enfim, chegamos a ter alguma agressão.” Ouça:
Depois disso, em 12 de novembro, as revistas Época e a Veja revelaram a existência de um segundo boletim de ocorrência, também registrado pela ex-mulher de Pedro Paulo, indicando uma outra agressão, supostamente cometida em 2008. Pedro Paulo convocou mais uma coletiva e disse: “Quem não tem uma briga dentro de casa? quem não tem um descontrole? Quem não exagera numa discussão? Sabe, eu acho que nós somos um casal como qualquer outro”. Ouça:
Hoje em dia, Pedro Paulo nega com veemência que tenha agredido a mulher. Ele criou um site para informar que é inocente. O caso foi investigado pela Polícia Federal e arquivado pelo Supremo Tribunal Federal em agosto.
Fato é que, sim, houve um vaivém nas posições oficiais dele e da mulher sobre esse assunto.
O candidato do PMDB também foi questionado sobre o tempo das escolas de horário integral e afirmou que:
“Sete horas é horário integral [nas escolas]”
Segundo o Plano Nacional de Educação, aprovado pela Lei nº 13.005/2014, o ensino integral no Brasil é “igual ou superior a 7 (sete) horas diárias durante todo o ano letivo”.
(Com Marina Estarque)
| null | ['CRISTINA TARDÁGUILA', 'CLARA BECKER', 'JULIANA DAL PIVA'] | [] | ['CBN', 'CBN RJ', 'ELEIÇÕES 2016', 'PEDRO PAULO', 'PMDB', 'RIO DE JANEIRO', 'SABATINA'] | 2021-05-15 | ['FALSO', 'VERDADEIRO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2016/09/14/ao-vivo-luiza-erundina-na-sabatina-do-catraca-livre/ | lupa | No Catraca Livre, Luiza Erundina lembra ‘adicional de distância’ e frente de prefeitos | null | 2016-09-14 | A candidata do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Luiza Erundina, foi sabatinada nesta quarta-feira (14) pelo site Catraca Livre, em parceria com o Facebook. A equipe de jornalistas da Lupa acompanhou a entrevista, avaliando o grau de veracidade das afirmações feitas por ela. Veja abaixo o resultado:
“Criamos a Frente Nacional de Prefeitos”
A informação realmente consta no site da entidade: “A criação da FNP, em 1989, ocorreu a partir da articulação política de um grupo de prefeitos de algumas capitais, coordenada pela então prefeita de São Paulo (SP), Luiza Erundina. Dez anos depois, em 1999, a articulação foi institucionalizada”.
“(São Paulo tinha) O adicional de distância, um ‘plus’ ao salário-base para compensar o tempo (que o servidor demorava para chegar ao trabalho)”
São Paulo realmente teve esse benefício durante a gestão de Erundina como prefeita, mas a proposta veio de um vereador do PCdoB, Vitor Nolasco. Veja aqui moção em que ele solicita à prefeita que cumpra promessa do líder de seu governo na Câmara de Vereadores e conceda o benefício aos servidores munipais. | null | ['CRISTINA TARDÁGUILA', 'RAPHAEL KAPA'] | [] | ['CATRACA LIVRE', 'ELEIÇÕES 2016', 'LUIZA ERUNDINA', 'PREFEITURA', 'PSOL', 'SABATINA', 'SÃO PAULO'] | 2021-05-15 | ['VERDADEIRO', 'VERDADEIRO, MAS'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2016/09/14/jandira-feghali-nega-que-dilma-fez-cortes-nos-programas-sociais-sera/ | lupa | Jandira Feghali nega que Dilma tenha feito cortes nos programas sociais. Será? | null | 2016-09-14 | Na manhã desta quarta-feira (14), a candidata do PCdoB à Prefeitura do Rio de Janeiro, Jandira Feghali, foi sabatinada pela CBN RJ. A equipe de jornalistas da Lupa acompanhou a entrevista, verificando o grau de veracidade das afirmações dela. Veja o resultado do trabalho – que também foi divulgado na CBN – logo abaixo.
Ao falar sobre os programas sociais do governo Dilma Rousseff, a candidata afirmou:
“Programa social nenhum teve corte orçamentário no governo Dilma”
No dia 17 de dezembro do ano passado, o Congresso aprovou a Lei Orçamentária de 2016. O site do Senado fez um balanço da distribuição das verbas, da forma como ela havia sido aprovada. Comparando com o orçamento de 2016, houve, sim, uma diminuição nas verbas para programas sociais. Por exemplo: o orçamento do Minha Casa Minha Vida encolheu de 14 bilhões para R$ 4,3 bilhões entre 2015 e 2016. Nesse mesmo período, o orçamento do Pronatec foi de R$ 4 bilhões para R$ 1,6 bilhão.
Dilma Rousseff sancionou a Lei Orçamentária Anual deste ano no dia 14 de janeiro. Os dados sobre ela são públicos.
Ainda há na imprensa diversas reportagem que tratam dos cortes nos programas sociais. Releia matéria da Agência Brasil sobre o Pronatec e de O Globo sobre o mesmo programa e sobre o Ciência Sem Fronteiras.
Vale ressaltar, que na sabatina, Jandira disse que tinha números para mostrar que não tinha havido cortes nos programas sociais. A equipe da Lupa se prontifica a publicá-los aqui.
Jandira Feghali falou também sobre o período em que foi secretária municipal de Cultura do Rio, ao lado do atual prefeito, Eduardo Paes.
“Criamos a primeira Conferência Municipal de Cultura, criamos o Conselho Municipal de Cultura. Eu reabri o Imperator”
Jandira realmente impulsionou a primeira Conferência Municipal de Cultura do Rio. O evento ocorreu em outubro de 2009 com o tema “Integração e Direito à Cidade”.
Naquele mesmo mês, saiu a lei que criou o Conselho Municipal de Cultura. Jandira ainda era secretária de Eduardo Paes.
Sobre o Méier, no entanto, uma ressalva. A ex-secretária realmente lançou o edital para a reabertura do espaço cultural da Zona Norte do Rio. Isso ocorreu em março de 2010. Mas o Imperator só reabriu as portas ao público em junho de 2012, dois anos depois, na gestão do então secretário municipal de Cultura, Emilio Kalil.
(Com Marina Estarque)
| null | ['CRISTINA TARDÁGUILA', 'CLARA BECKER', 'JULIANA DAL PIVA', 'EQUIPE LUPA'] | [] | ['CBN', 'CBN RJ', 'ELEIÇÕES 2016', 'JANDIRA FEGHALI', 'PCDOB', 'PREFEITURA', 'RIO DE JANEIRO', 'SABATINA'] | 2021-05-15 | ['FALSO', 'VERDADEIRO, MAS'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2016/09/13/altino-quer-governar-capital-paulista-com-programa-quase-igual-ao-do-pstu-no-rio/ | lupa | Altino quer governar capital paulista com programa quase igual ao do PSTU no Rio | null | 2016-09-13 | Na manhã desta terça-feira (13), o candidato do PSTU à Prefeitura de São Paulo, Altino Prazeres, foi sabatinado pela CBN SP. A equipe de jornalistas da Lupa acompanhou a entrevista, verificando o grau de veracidade das afirmações dele. Veja o resultado do trabalho – que também foi divulgado na CBN – logo abaixo.
Altino Prazeres foi questionado sobre as propostas de competência estadual e nacional que incluiu em seu programa de governo e disse que:
“Nesse sentido, também estamos colocando bandeiras gerais (no programa), mas também entramos em temas da prefeitura.”
A Lupa conferiu o programa do candidato no site do Tribunal Superior Eleitoral. É verdade que, além dos temas estaduais, como a proposta de terminar com a Polícia Militar, que não é competência do prefeito, e questões nacionais, como a proposta de oposição ao presidente Michel Temer, o candidato tratou de temas locais.
Mas programa de Altino Prazeres e o apresentado pelo candidato do PSTU à prefeitura do Rio de Janeiro, Cyro Garcia, são quase idênticos.
Prazeres propôs a isenção de IPTU para pessoas desempregadas. A mesma proposta aparece no programa do PSTU para governar a capital fluminense. As semelhanças seguem sobre no que tange a coleta de lixo e o fim das Organizações Sociais (OSs). Até a ordem de apresentação das propostas dos dois candidatos é igual. Os dois documentos são públicos e podem ser conferidos por qualquer eleitor. Confira também a checagem feita hoje na CBN RJ com o candidato do PSTU, Cyro Garcia.
Confira também a checagem feita hoje na CBN RJ com o candidato do PSTU, Cyro Garcia.
(Com Marina Estarque)
| null | ['JULIANA DAL PIVA', 'EQUIPE LUPA'] | [] | ['ALTINO PRAZERES', 'CBN', 'CBN SP', 'ELEIÇÕES 2016', 'PREFEITURA', 'PSTU', 'SABATINA', 'SÃO PAULO'] | 2021-05-15 | ['VERDADEIRO, MAS'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2016/09/13/cyro-diz-ter-propostas-especificas-mas-nao-cita-rio-de-janeiro-em-programa/ | lupa | Cyro diz ter propostas ‘específicas’, mas não cita ‘Rio de Janeiro’ em programa | null | 2016-09-13 | Na manhã desta terça-feira (13), o candidato do PSTU à Prefeitura do Rio de Janeiro, Cyro Garcia, foi sabatinado pela CBN RJ. A equipe de jornalistas da Lupa acompanhou a entrevista, verificando o grau de veracidade das afirmações dele. Veja o resultado do trabalho – que também foi divulgado na CBN – logo abaixo.
Ao ser questionado sobre a elaboração de seu programa de governo e sobre suas propostas para a capital fluminense, o candidato disse:
“Nós temos propostas específicas para o Rio. Principalmente na questão da saúde, quando a gente fala, por exemplo, da ruptura imediata do contrato com todas as OSs (organizações sociais)”
No site do Tribunal Superior Eleitoral, o eleitor pode baixar a proposta de governo de Cyro Garcia. No documento de 10 páginas, a expressão “Rio de Janeiro” não aparece nenhuma vez. A palavra “Rio”, sozinha, aparece duas: uma em referência à Vale, que antes tinha a expressão “Rio Doce” no nome, e outra numa crítica à posição do PSOL no caso da Vila Autódromo.
É bem verdade que, em seu programa, Cyro fala, sim, sobre coleta de lixo, mudança na cobrança do IPTU e também das organizações sociais. Na página 4, realmente propõe a ruptura com as OSs e as fundações privadas na Área de saúde e educação. Mas o texto é quase idêntico ao apresentado por Altino Prazeres, candidato do PSTU à Prefeitura de São Paulo. Quem tiver curiosidade, pode entrar no site do TSE e comparar os dois arquivos. Eles são públicos.
Confira a nossa checagem sobre o programa de Altino Prazeres.
| null | ['CRISTINA TARDÁGUILA', 'CLARA BECKER'] | [] | ['CBN', 'CBN RJ', 'CYRO GARCIA', 'ELEIÇÕES 2016', 'PREFEITURA', 'PSTU', 'RIO DE JANEIRO', 'SABATINA'] | 2021-05-15 | ['VERDADEIRO, MAS'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2016/09/12/no-catraca-livre-haddad-acerta-dado-sobre-transito-e-antecipa-avanco-na-saude/ | lupa | No Catraca Livre, Haddad acerta sobre trânsito, mas se antecipa ao falar de avanço na saúde | null | 2016-09-12 | O prefeito de São Paulo e candidato à reeleição pelo PT, Fernando Haddad, foi sabatinado nesta segunda-feira (12) pelo site Catraca Livre, em parceria com o Facebook. A equipe de jornalistas da Lupa acompanhou a entrevista, avaliando o grau de veracidade das afirmações feitas por ele. Veja abaixo o resultado:
“Vamos terminar o mandato (de prefeito) com metade das Unidades Básicas de Saúde com prontuário eletrônico”
Em fevereiro deste ano, o site da prefeitura informava que o sistema “ainda estava em fase de implantação” em 256 UBSs. De acordo com a página PlanejaSampa, que abriga as metas traçadas pela administração de Fernando Haddad, no dia 28 do mês passado, o prontuário eletrônico estava em “fase de implantação” em “100 unidades de saúde”.
Aqui você encontra a lista completa de UBSs de São Paulo.
“São Paulo tinha o sétimo pior trânsito do mundo. Caímos para a 58ª posição”
O dado vem de um levantamento feito pelo TomTom Trafic Index, disponível no site da prefeitura. O estudo consiste num ranking mundial de medição de congestionamentos, realizado em 295 metrópoles de 38 países. Posicionada em 7º lugar entre as mais congestionadas do mundo em 2013, a capital paulista figurou, em 2015, na 58ª posição. | null | ['CRISTINA TARDÁGUILA', 'RAPHAEL KAPA'] | [] | ['CATRACA LIVRE', 'ELEIÇÕES 2016', 'FERNANDO HADDAD', 'PREFEITURA', 'PT', 'SABATINA', 'SÃO PAULO'] | 2021-05-15 | ['AINDA É CEDO PARA DIZER', 'VERDADEIRO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2016/09/12/contraditorio-major-olimpio-diz-que-plebiscito-e-demagogico-mas-foi-ativista-em-ao-menos-um/ | lupa | Contraditório: Major Olimpio critica plebiscito, mas foi ativista em um | null | 2016-09-12 | Na manhã desta segunda-feira (12), o candidato do Partido Solidariedade (SD) à Prefeitura de São Paulo, Major Olímpio, foi sabatinado pela CBN SP. A equipe de jornalistas da Lupa acompanhou a entrevista, verificando o grau de veracidade das afirmações dele. Veja o resultado do trabalho – que também foi divulgado na CBN – logo abaixo.
Na entrevista, o candidato foi questionado sobre o uso de consultas populares, como plebiscitos, em um possível mandato à frente da prefeitura. Ele disse textualmente:
“Sou contra. É demagógico, [plebiscito] não funciona”
A Lupa localizou no próprio Facebook do candidato imagens em que ele apoia uma ação desse tipo. Em um post de setembro de 2014, Olímpio postou fotos assinando uma lista de apoio ao “Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e soberana do sistema político”.
O candidato do SD também foi questionado sobre o fechamento da Avenida Paulista aos domingos para atividades de lazer:
“Já se mostrou eficaz [o fechamento da Av. Paulista aos domingos]. Continua“
Na sabatina, o candidato se posicionou a favor de manter a Avenida Paulista aberta aos domingos, mas ele próprio, em uma outra entrevista, concedida em julho deste ano à Rádio e TV Estadão admitiu que já foi contra o fechamento.
Na ocasião ele disse que: “Eu tinha um posicionamento técnico, como profissional de segurança pública, contrário ao fechamento da Paulista em qualquer situação, porque nós temos 19 conjuntos hospitalares naquela região. Então tem áreas de complexo hospitalar onde precisa o sistema de emergência se deslocar”. No entanto, ao perceber uma aprovação da população, o candidato disse naquela ocasião que continuaria com a proposta da atual administração.
Major Olímpio também falou sobre habitação na cidade de São Paulo e disse:
“Temos 16 mil moradores de rua e 8.500 albergados”
Segundo o último Censo da População em Situação de Rua , produzido pela prefeitura em 2015, existem 15.905 moradores de rua na cidade, sendo que 8.570 são acolhidos em albergues.
(Com Marina Estarque)
| null | ['CLARA BECKER', 'JULIANA DAL PIVA', 'EQUIPE LUPA'] | [] | ['CBN', 'CBN SP', 'ELEIÇÕES 2016', 'MAJOR OLÍMPIO', 'PREFEITURA', 'SABATINA', 'SOLIDARIEDADE'] | 2021-05-15 | ['CONTRADITÓRIO', 'CONTRADITÓRIO', 'VERDADEIRO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2016/09/12/freixo-erra-ao-posicionar-o-rio-como-a-cidade-com-o-menor-numero-de-leitos-hospitalares/ | lupa | Freixo erra ao posicionar o Rio como a cidade com menos leitos hospitalares | null | 2016-09-12 | Na manhã desta segunda-feira (12), o candidato do PSOL à Prefeitura do Rio de Janeiro, Marcelo Freixo, foi sabatinado pela CBN RJ. A equipe de jornalistas da Lupa acompanhou a entrevista, verificando o grau de veracidade das afirmações dele. Veja o resultado do trabalho – que também foi divulgado na CBN – logo abaixo.
Ao falar sobre a saúde pública, o candidato afirmou:
“(O Rio é) a rede que menos oferta leitos”
De acordo com levantamento feito em 2015 pelo Conselho Federal de Medicina com dados do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Saúde, o Rio tem 1,04 leito no Sistema Único de Saúde (SUS) para cada 10 mil habitantes.
Existem outras três capitais com indicadores piores do que o Rio. Em Macapá, é 0,57 leito a cada 10 mil habitantes. Em Boa Vista, o indicador é 0,94 e, em Brasília, é 0,96.
Vale ressaltar, no entanto, que a crítica de Freixo é relevante. Em 10 anos, o Rio é uma das cidades que mais vem perdendo leitos na rede pública brasileira. Nos últimos seis anos, foram 7 mil leitos a menos, segundo o Conselho Federal de Medicina.
Os dados do CFM também mostram a realidade da rede particular. Neste setor, o Rio tem um dos melhores indicadores de leitos por mil habitantes do Brasil, ficando na oitava posição. O Rio só perde, na esfera privada, para Cuiabá, Goiânia, Vitória, Belo Horizonte, Aracaju, Recife e Porto Alegre.
Atualização às 14h05: O candidato Marcelo Freixo enviou nota informando que “se considerar apenas a rede municipal de Saúde, o Rio é uma das capitais com menor quantidade de leitos”. Confira a nota completa.
Ao falar sobre desigualdade na cidade do Rio, Marcelo Freixo afirmou:
“É uma cidade que tem um IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) igual ao de Botsuana e tem o IDH igual da Noruega e você vai de moto-táxi de Botsuana para Noruega no Rio de Janeiro. Essa é a cidade do Rio de Janeiro, cara e desigual”
A comparação de Marcelo Freixo é referente aos bairros da Rocinha e da Gávea. Em comparação, estes bairros possuem IDH similares aos de Botsuana e da Noruega, respectivamente.
Enquanto a Rocinha possui um índice de 0,662, Botsuana possui um IDH de 0,698. Já na Gávea, a taxa é de 0,946, um valor maior que o 0,944 registrado pela Noruega, que é o primeiro no ranking mundial de desenvolvimento humano.
Mas os números referentes às regiões da cidade do Rio são referentes ao ano de 2010 e só são apurados a cada dez anos, através do Censo Populacional. Ou seja, a atualização deste dado só ocorrerá em 2020. Já os indicadores dos países são produzidos anualmente.
| null | ['RAPHAEL KAPA', 'CRISTINA TARDÁGUILA'] | [] | ['CBN', 'CBN RJ', 'ELEIÇÕES 2016', 'MARCELO FREIXO', 'PSOL', 'RIO DE JANEIRO', 'SABATINA'] | 2021-05-15 | ['FALSO', 'VERDADEIRO, MAS'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2016/09/09/levy-fidelix-prtb-cbn/ | lupa | Levy se contradiz sobre manutenção da Parada do Orgulho LGBT | null | 2016-09-09 | Na manhã desta sexta-feira (9), o candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, Levy Fidelix, foi sabatinado pela CBN SP. A equipe de jornalistas da Lupa acompanhou a entrevista, verificando o grau de veracidade das afirmações dele. Veja o resultado do trabalho – que também foi divulgado na CBN – logo abaixo.
Fidelix foi questionado sobre sua posição em relação à manutenção da tradicional Parada do Orgulho LGBT em São Paulo e afirmou que:
“Se faz parte de uma tradição, por que tirá-la, não é?”
Em 2011, em entrevista ao Portal da Band, o candidato afirmou que acabaria com a Parada do Orgulho LGBT. Na ocasião, afirmou o seguinte: “O que eu faria era acabar com essas marchas, essas paradas que o (ex-prefeito Gilberto) Kassab gosta de amplificar. Essas marchas acabam aprofundando os sentimentos de revolta em grupos que são contrários”.
No ano passado, em entrevista ao Jornal do Comércio, de Recife, Fidelix disse que seria candidato em 2016 e que considerava a Parada Gay “um problema” sim. “Ela vem causando danos ao trânsito, na questão da moralidade”.
É bem verdade que, nessa segunda entrevista, o hoje candidato a prefeito propôs que a o ato acontecesse no Sambódromo da capital paulista.
Questionado sobre a presença de seu partido nas disputas eleitorais deste ano, Levy afirmou que:
“O PRTB lança candidatos no país inteiro. Belém do Pará, Salvador e outras capitais.”
No site do Tribunal Superior Eleitoral, a Lupa constatou que o PRTB possui candidatos a prefeito em quatro capitais: São Paulo, Belém do Pará, Salvador e Campo Grande. Mas o partido de Levy Fidelix não tem candidatura própria nas disputas abertas nas outras 22 capitais, lembrando que o Distrito Federal não tem prefeito.
Na mesma sabatina, Levy Fidelix ainda defendeu que seu partido não está envolvido em escândalos de corrupção como o revelado pela Operação Lava-Jato e afirmou que:
“O PRTB não está envolvido em nada disso aí”
Ainda não há nada julgado sobre o assunto, mas, em sua delação premiada, o diretor financeiro da UTC, Walmir Pinheiro Santana, disse à Procuradoria Geral da República que o PRTB recebeu R$ 1,15 milhão da empresa para que seu diretor, Ricardo Pessoa, não fosse chamado a depor na CPMI da Petrobras. O documento da delação é público pode ser lido aqui. O caso também foi noticiado pelo jornal O Estado de S.Paulo.
(Com Marina Estarque e Raul Galhardi)
| null | ['CLARA BECKER', 'CRISTINA TARDÁGUILA', 'RAPHAEL KAPA', 'JULIANA DAL PIVA', 'EQUIPE LUPA'] | [] | ['CBN', 'CBN SP', 'ELEIÇÕES 2016', 'LEVY FIDELIX', 'PRTB', 'SABATINA', 'SÃO PAULO'] | 2021-05-15 | ['CONTRADITÓRIO', 'EXAGERADO', 'AINDA É CEDO PARA DIZER'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2016/09/09/no-rio-candidatos-e-vices-discordam-sobre-impeachment-e-projetos-para-a-cidade/ | lupa | No Rio, candidatos e vices discordam sobre impeachment e projetos para a cidade | null | 2016-09-09 | Os candidatos a prefeito do Rio de Janeiro estão mesmo em sintonia com aqueles que escolheram para ser seus companheiros de chapa? Os políticos que disputam a vice-prefeitura da capital fluminense têm posições realmente alinhadas com aqueles que estarão com eles na urna eletrônica?
Na última semana, a Lupa detectou divergências importantes entre candidatos de uma mesma chapa e preparou um especial para que você possa votar consciente disso. No Rio de Janeiro, quando o assunto é o impeachment da presidente Dilma Rousseff e os projetos de transporte público, a discordância chama a atenção.
Na coligação que une o candidato do PMDB à Prefeitura do Rio, Pedro Paulo, e sua vice Cidinha Campos (PDT), uma divergência salta aos olhos: a opinião deles sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Em 15 de abril, dois dias antes da votação da admissibilidade do processo de impeachment na Câmara dos Deputados, Cidinha escreveu em seu Facebook:
“Eu sou contra o impeachment! Não há crime nos atos praticados por Dilma. O que vejo é um golpe claro, tramado por partidos que até ‘ontem’ ajudavam a Dilma a governar”.
Pedro Paulo, que também é deputado federal, foi aliado da ex-presidente Dilma Rousseff até pouco antes da votação na Câmara. Em 2014, fez campanha junto com o prefeito Eduardo Paes pela reeleição dela. No entanto, quando foi chamado pelo então presidente da Câmara, Eduardo Cunha, para declarar seu voto, afirmou o seguinte:
“Senhoras e senhores de todo o Brasil, com a esperança de sair da crise, é preciso mudar. Pelo Rio de Janeiro, pelo Brasil, eu voto sim”
Procurada na quinta-feira (8), Cidinha disse que mantém a posição contrária à cassação do mandato de Dilma. Sobre a diferença com seu parceiro, afirmou que “Pedro Paulo é o mais preparado para governar a cidade”. Confira a nota.
Na chapa que uniu a Rede Sustentabilidade e o Partido Verde , o candidato Alessandro Molon (Rede) aparece como um dos deputados federais que votou contra a aprovação do processo de impeachment de Dilma Rousseff.
Na época, Molon afirmou que a Câmara chancelaria um impeachment “sem crime de responsabilidade” e disse que os deputados estavam cedendo a “chantagens e pressões de seu presidente, o deputado Eduardo Cunha”.
Roberto Anderson, vice em sua chapa pelo PV, afirmou, em dezembro de 2015, que o “impeachment não é golpe” e que “Dilma é acusada de crimes reais, pedaladas entre eles”. Anderson também destacou que “não foi Cunha quem propôs o atual processo de impeachment”, mas disse que o ex-presidente da Câmara deveria estar preso.
A Lupa entrou em contato com a campanha de Molon e com Roberto Anderson. Molon reafirmou sua posição. Roberto Anderson disse que mantém a posição e que o impeachment tem pouca relevância para a administração municipal.
O senador Marcelo Crivella (PRB) disputa a prefeitura do Rio em uma chapa com o engenheiro e professor Fernando Mac Dowell (PR). Entre os dois, a diferença está na visão sobre os Bus Rapid Transit (BRT) implantados na cidade durante a gestão de Eduardo Paes.
Em seu programa de governo, Crivella diz que pretende:
“Concluir as obras do BRT Transbrasil e garantir sua operação até o final de 2017 e também elaborar um estudo para levar o BRT Transcarioca para o centro da Ilha do Governador”
Especializado em Engenharia de Transportes, Fernando Mac Dowell é um antigo crítico dos corredores construídos pela capital carioca. Em um hang-out feito com o prefeito Eduardo Paes em novembro de 2013, Mac Dowell disse que (aos 42min22s):
“Achar que o BRT vai resolver todos os problemas do Rio de Janeiro, eu discordo sob esse aspecto… Eu sou contra a forma e a maneira de estarem colocando o BRT”.
Na mesma entrevista, o engenheiro ainda disse ao prefeito Eduardo Paes o seguinte:
“O que eu julgo, prefeito, é que o BRT carece de uma visão sistêmica”.
Procurada, a campanha informou na quinta-feira (8) que Fernando Mac Dowell mantém sua posição. O candidato informou que os BRTs não tiveram projeto adequado e que os corredores “tem que levar em conta todo o sistema em torno dele”. Confira nota.
*Esta reportagem foi publicada na edição de 9 de setembro de 2016 do jornal Folha de S.Paulo.
** A equipe da Lupa continua de olho em eventuais divergências e poderá atualizar os textos a qualquer momento. | null | ['RAPHAEL KAPA', 'JULIANA DAL PIVA'] | [] | ['CIDINHA CAMPOS', 'ELEIÇÕES 2016', 'FERNANDO MAC DOWELL', 'PDT', 'PR', 'PV', 'RIO DE JANEIRO', 'ROBERTO ANDERSON', 'VICE-PREFEITOS'] | 2021-05-15 | ['CONTRADITÓRIO', 'CONTRADITÓRIO', 'CONTRADITÓRIO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2016/09/09/sp-candidatos-e-seus-vices-divergem/ | lupa | Em SP, candidatos divergem de seus vices em temas como cotas, Uber e Vale-cultura | null | 2016-09-09 | Os candidatos a prefeito de São Paulo estão mesmo em sintonia com aqueles que escolheram para ser seus companheiros de chapa? Os políticos que disputam a vice-prefeitura da maior cidade do país têm posições realmente alinhadas com aqueles que estarão com eles na urna eletrônica?
Na última semana, a Lupa detectou divergências importantes entre candidatos de uma mesma chapa e preparou um especial para que você possa votar consciente disso. Em São Paulo, quando o assunto é lei de cotas em universidades federais, legalização do aplicativo Uber e programa Vale-cultura, por exemplo, a discordância chama a atenção.
Fernando Haddad (PT) e Gabriel Chalita (PDT) já apresentaram opiniões diametralmente opostas sobre um tema que marcou a gestão do candidato a prefeito como ministro da Educação: a política de cotas nas universidades federais.
Entre 2005 e 2012, quando era responsável pela pasta, Haddad revelou-se grande defensor das cotas universitárias. A lei foi aprovada meses depois de ele sair do ministério, mas o ex-ministro sempre teve posição clara a favor dela. Em entrevista ao UOL, afirmou o seguinte: “Não há precedente de democratização do acesso (à educação) como o que se verifica agora (…). É justo democratizar, é justo que a universidade seja mais plural, mais diversa.”
Gabriel Chalita, que concorre ao cargo de vice-prefeito de São Paulo pelo PDT na chapa de Haddad, já se manifestou mais de uma vez contra as cotas. No artigo “A Elite do Ensino Público”, publicado em seu próprio site, Chalita diz que: “A revolução educacional não se faz com sistemas de cotas raciais ou outras demagógicas iniciativas de ‘ações políticas afirmativas’, mas com ensino de qualidade e acesso à informação.”
Em entrevista concedida à Folha em 2005, o hoje candidato à vice disse: “Eu sou contrário às cotas – fica politicamente incorreto dizer que é contrário, mas tem que melhorar a educação básica e não piorar a universidade. Todo tipo de cota não tem muito sentido.”
Procurada nos últimos dias, a campanha informou nesta quinta-feira (8) que Gabriel Chalita mudou de posição e que agora, depois de verificar a experiência das cotas, se tornou favorável à medida. Confira a nota.
Durante a campanha para prefeito de São Paulo, o candidato João Doria (PSDB) tem afirmado ser a favor do Uber e outros aplicativos similares. Essa posição foi repetida em diversas ocasiões: na visita que fez à Escola Estadual Marina Cintra, na sabatina da Rádio CBN SP e também nos comentários que postou em sua página oficial no Facebook. Nas redes sociais, Doria disse:
“Somos favoráveis ao Uber e demais aplicativos de transporte. Atuaremos com medidas visando aprimorar a regulamentação já existente.”
Bruno Covas, que também é tucano e disputa o cargo de vice na chapa de Doria, destacou-se no Congresso como um defensor dos taxistas. Veja aqui sua página oficial. Em audiência pública realizada em junho de 2015 e que ficou notória pela confusão que gerou, o deputado federal afirmou:
“Me coloco no lugar dos taxistas que acordam de madrugada, pagam seus tributos, assumem responsabilidades, enquanto outros não fazem nada disso e ganham pelo mesmo serviço. Uma concorrência absurda e desleal. Como uma Casa Política, devemos apoiar inteiramente os taxistas”.
A íntegra de sua fala pode ser assistida neste link de vídeo.
Procurada, a campanha do PSDB afirmou na quinta-feira (8) que Bruno Covas mudou de posição, “depois que a prefeitura, tardiamente, regulamentou o serviço”. Confira a nota.
A candidata Marta Suplicy (PMDB) e seu companheiro de chapa Andrea Matarazzo (PSD) já divergiram publicamente algumas vezes. Desde os tempos em que ela era do PT, e ele, do PSDB.
Entre 2012 e 2014, Marta foi ministra da Cultura no governo Dilma Rousseff e implantou o programa Vale-cultura, o principal projeto de sua gestão. Para Marta, o benefício de R$ 50 que os trabalhadores podem pleitear para consumir cultura seria uma “bolsa-alma” e poderia ter impacto semelhante ao do Bolsa Família.
Andrea Matarazzo (PSD), que foi secretário estadual de Cultura de São Paulo, já criticou abertamente o projeto. Em entrevista ao portal iG, o hoje candidato a vice disse o seguinte sobre o Vale-cultura:
“Acho que foi um factóide para um determinado momento”
Questionado pela Lupa na quinta-feira (8), Matarazzo afirmou que não conhece detalhes do andamento do projeto e que não se lembrava das razões da crítica que fez feita no passado.
(Com Marina Estarque e Raul Galhardi)
*Esta reportagem foi publicada na edição de 9 de setembro de 2016 do jornal Folha de S.Paulo.
** A equipe da Lupa continua de olho em eventuais divergências e poderá atualizar os textos a qualquer momento. | null | ['CLARA BECKER', 'CRISTINA TARDÁGUILA', 'JULIANA DAL PIVA', 'EQUIPE LUPA'] | [] | ['ANDREA MATARAZZO', 'BRUNO COVAS', 'ELEIÇÕES 2016', 'GABRIEL CHALITA', 'PDT', 'PSD', 'PSDB', 'SÃO PAULO', 'VICE-PREFEITOS'] | 2021-05-15 | ['CONTRADITÓRIO', 'CONTRADITÓRIO', 'CONTRADITÓRIO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2016/09/08/ricardo-young-disse-ser-contra-a-operacao-bracos-abertos-sempre-foi-assim/ | lupa | Ricardo Young disse ser contra Operação Braços Abertos. Sempre foi assim? | null | 2016-09-08 | Na manhã desta quinta-feira (5), o candidato da Rede Sustentabilidade à Prefeitura de São Paulo, Ricardo Young, foi sabatinado pela CBN SP. A equipe de jornalistas da Lupa acompanhou a entrevista, verificando o grau de veracidade das afirmações dele. Veja o resultado do trabalho – que também foi divulgado na CBN – logo abaixo.
Ao ser questionado sobre sua posição em relação ao Programa Braços Abertos, destinado a atender a dependentes de crack e moradores de rua da região da Luz, o candidato do Rede foi taxativo. Disse:
“Sou contra [o programa Braços Abertos]”
A Lupa localizou declarações públicas do candidato se mostrando a favor do programa. A primeira delas está em seu próprio site. Na página, o vereador e candidato da Rede elogia a iniciativa e escreve a seguinte frase:
“Percebi, com alegria, que a Operação Braços Abertos está sendo percebida pelos usuários, dependentes e residentes daquela região como uma boa iniciativa”.
Também localizamos registros de um debate feito na Câmara, em 2014, em que Ricardo Young defende a prorrogação do programa. Ao falar do projeto, ele disse que “uma sociopatia como a da pobreza e da droga não se resolve a curto prazo”.
Atualização às 13h29: O candidato enviou nota à Lupa informando que sua posição mudou pois “a operação mostrou diversos equívocos e baixo rendimento para altos gastos com pouca transparência”. Confira a nota aqui.
Atualização às 19h16: O candidato publicou um vídeo em que busca esclarecer sua posição, diz que as declarações destacadas nesta checagem são antigas. “Depois que o programa (Braços Abertos) foi implementado, vi que era preciso uma outra solução”. Assista aqui.
O candidato da Rede Sustentabilidade comentou as políticas para o empreendedorismo da atual gestão e afirmou:
“SP Negócios foi criada e não criou oportunidades para o empreendedorismo”.
A agência, criada em 2013, tem como objetivo promover o investimento na capital e estruturar e articular as PPPs (Parcerias público-privadas) e concessões na cidade. A Lupa procurou a SP Negócios para saber sobre suas atividades.
A SP negócios listou entre suas atividades nove ações. Entre elas, por exemplo, SP Stars – Programa de Mentoria para Startups, a São Paulo Tech Week e a Zona Azul Digital. Para ter acesso à lista completa, veja a nota da agência na íntegra aqui e aqui.
Quando questionado sobre alguns de seus projetos, Young defendeu a participação popular:
“[Em São Paulo, temos] Uma média de 300 mil habitantes por subprefeitura”
Segundo estimativa do IBGE, a cidade de São Paulo tinha, em 2015, cerca de 12 milhões de habitantes. Considerando que há 32 subprefeituras no município, a média de pessoas cobertas por cada subprefeitura é de 375 mil. Ricardo Young chegou perto. A Lupa aplica um “verdadeiro, mas”, só para divulgar o número exato, que é ainda maior do que o citado pelo vereador.
O candidato da Rede também falou sobre meio ambiente e citou o grupo que reúne as cidades dispostas a debater propostas e ideias para combater as mudanças climáticas
“A C-40 é uma organização que une mais de 64 cidades no mundo inteiro”
O C-40 existe desde 2005 e realmente conecta mais de 64 municípios. São, na verdade, 86 cidades afiliadas, segundo seu site. O objetivo do C-40 é partilhar soluções para diminuir emissões de gases em ambientes urbanos e melhorar a vida dos cidadãos. São Paulo integra o C-40. Veja aqui sua ficha.
(Com Marina Estarque e Raul Galhardi)
| null | ['CLARA BECKER', 'CRISTINA TARDÁGUILA', 'JULIANA DAL PIVA', 'EQUIPE LUPA'] | [] | ['CBN', 'CBN SP', 'ELEIÇÕES 2016', 'PREFEITURA', 'REDE', 'RICARDO YOUNG', 'SABATINA', 'SÃO PAULO'] | 2021-05-15 | ['CONTRADITÓRIO', 'FALSO', 'VERDADEIRO, MAS', 'VERDADEIRO, MAS'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2016/09/07/marta-diz-que-nao-tem-um-tostao-mas-arrecadou-r-24-milhoes-em-3-semanas/ | lupa | Marta diz que não tem ‘um tostão’, mas arrecadou R$ 2,4 milhões | null | 2016-09-07 | Na manhã desta quarta-feira (7), a candidata do PMDB à Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, foi sabatinada pela CBN SP. A equipe de jornalistas da Lupa acompanhou a entrevista, verificando o grau de veracidade das afirmações dela. Veja o resultado do trabalho – que também foi divulgado na CBN – logo abaixo.
Ao ser questionada sobre o novo modelo de financiamento de campanha, que impede doações de empresas, Marta Suplicy afirmou:
“Eu estou achando uma dificuldade. A gente não tem um tostão”
De acordo com o site DivulgaCand, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), dos 11 candidatos a prefeito de São Paulo, Marta é a que mais arrecadou. Após três semanas de campanha, a candidata tem em caixa R$ 2,48 milhões. João Doria (PSDB) aparece em segundo, com R$ 2,43 milhões. E Celso Russomano (PRB), em terceiro, com R$ 2,4 milhões.
Na lista de doadores de Marta, até o dia 6 de setembro, há 78 pessoas físicas. Algumas delas doaram mais de uma vez. A que menos doou repassou à Marta R$ 3 mil.
O principal doador da peemedebista até agora é, como ela disse na sabatina, seu cunhado Ivan Correa de Toledo Filho, que repassou R$ 500 mil à campanha. Esse é o mesmo valor doado à Marta pela Direção Nacional do PMDB.
Na mesma sabatina, a candidata criticou a administração do atual prefeito, Fernando Haddad (PT), e disse que:
“Quatro hospitais (foram) comprados e não foram ativados”
De acordo com o Programa de Metas 2013-2016 da Prefeitura de São Paulo, o atual prefeito construiria quatro hospitais. Um deles, o Hospital Municipal Dr. Gilson de Cassia Marques de Carvalho, já está concluído. Está em funcionamento desde janeiro deste ano.
Outros dois estão em fase avançada de obras. O de Brasilândia está na fase de superestruturação e vedação. E, segundo a Secretaria de Comunicação da Prefeitura, o Hospital de Parelheiros está em fase de acabamento interno, com 65% das obras executadas. Com R$ 110.917.771,80 de um total de R$ 172.790.204,26 do orçamento já executado (64%), ele tem previsão de entrega ainda neste semestre.
O quarto hospital, o Hospital Municipal Alexandre Zaio, está em fase de licenciamento e licitação. Tem apenas 22% de seu andamento concluído.
Ainda no que diz respeito à saúde, Marta disse que a atual administração de São Paulo deixou:
“Duas UPAs pela metade”
A administração de Fernando Haddad tinha como meta “reformar e melhorar 20 prontos socorros e implantar 5 novas UPAs”. Segundo o site de monitoramento de metas da prefeitura, três UPAs estão prontas e foram entregues.
A Lupa também verificou junto ao Ministério da Saúde que atualmente há 33 Unidades de Pronto Atendimento – UPA 24 horas – sendo financiadas no município de São Paulo, o que resultará em um investimento total de R$ 98,8 milhões. Dessas UPAs, 12 estão em construção, e o restante, em “ação preparatória”. Ou seja, não há duas pela metade, como afirmou a candidata. Há mais.
Marta Suplicy, que também é senadora por São Paulo, falou sobre sua votação no processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff:
“Eu votei pela perda de direitos políticos”
A Lupa foi ao site do Senado para verificar o resultado da votação que cassou o mandato da ex-presidente Dilma Rousseff e da que manteve os direitos políticos dela para exercer cargos públicos. A senadora e candidata Marta Suplicy votou “sim” em ambas. Marta se posicionou de forma contrária a Dilma duas vezes. Votou pelo impeachment e também pela perda dos direitos, como afirmou na sabatina da CBN.
(Com Marina Estarque e Raul Galhardi)
| null | ['CLARA BECKER', 'CRISTINA TARDÁGUILA', 'RAPHAEL KAPA', 'JULIANA DAL PIVA', 'EQUIPE LUPA'] | [] | ['CBN', 'CBN SP', 'ELEIÇÕES 2016', 'MARTA SUPLICY', 'PMDB', 'PREFEITURA', 'SABATINA', 'SÃO PAULO'] | 2021-05-15 | ['EXAGERADO', 'EXAGERADO', 'FALSO', 'VERDADEIRO'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2016/09/06/erundina-psol-cbn-sp/ | lupa | Erundina exagera número de hospitais que construiu como prefeita de São Paulo | null | 2016-09-06 | Na manhã desta terça-feira (6), a candidata do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Luiza Erundina, foi sabatinada pela CBN SP. A equipe de jornalistas da Lupa acompanhou a entrevista, verificando o grau de veracidade das afirmações dela. Veja o resultado do trabalho – que também foi divulgado na CBN – logo abaixo.
Na entrevista, Luiza Erundina lembrou seu trabalho quando foi prefeita de São Paulo, entre 1989 e 1993, e disse:
“Eu construí sete hospitais”
Segundo registros da Prefeitura, foram seis hospitais. Não sete. De acordo com o relatório da Coordenação da Gerência Hospitalar de São Paulo, a verba para construir essas unidades foi obtida junto ao antigo banco Banespa, pelo ex-prefeito Jânio Quadros, que antecedeu Erundina no cargo. Como o próprio relatório registra, “a partir de 1989, estes hospitais seriam inaugurados na gestão da Prefeita Luiza Erundina e do Secretário de Saúde Carlos Neder”.
São eles: Hospital Municipal Vereador José Storopolli-Vila Maria, Hospital Municipal Prof. Dr. Alípio Correa Netto – Ermelino Matarazzo, Hospital Municipal Dr. Fernando Mauro Pires da Rocha – Campo Limpo, Hospital Municipal Dr. Alexandre Zaio – Nhocuné, Hospital Municipal Dr. Benedicto Montenegro – Jd. Iva e Hospital Municipal e Maternidade Prof. Mario Degni – Jd Sarah.
A candidata também foi questionada sobre sua presença no Congresso em meio à campanha eleitoral e afirmou:
“Eu não tenho faltado à Câmara”
A Lupa conferiu as presenças de Erundina na Câmara dos Deputados desde o dia 16 de agosto, quando começou a campanha. Nesse período, os deputados se reuniram no Plenário quatro vezes. A candidata e deputada pelo PSOL teve uma falta no dia 22 de agosto, mas ela foi justificada. No site da Câmara, consta a informação de que a deputada e candidata pelo PSOL esteve ausente nessa data para realizar uma “missão autorizada”. Vale ressaltar que, em 22 de agosto, houve decisões em Plenário.
Além das sessões com todos os deputados, Erundina precisa participar das comissões parlamentares que integra. Esses grupos fizeram dois encontros desde o início do período eleitoral. O site da Câmara mostra que a deputada teve uma ausência ainda não justificada na reunião que a Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática fez no último dia 23. Segundo a pauta do dia, também acessível online, requerimentos e leis foram aprovados e encaminhados para apreciação do Plenário.
(Com Marina Estarque e Raul Galhardi) | null | ['CLARA BECKER', 'CRISTINA TARDÁGUILA', 'JULIANA DAL PIVA', 'EQUIPE LUPA'] | [] | ['CBN', 'CBN SP', 'ELEIÇÕES 2016', 'LUIZA ERUNDINA', 'PSOL', 'SABATINA', 'SÃO PAULO'] | 2021-05-15 | ['EXAGERADO', 'VERDADEIRO, MAS'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2016/09/05/contraditorio-joao-doria-quer-vender-o-estadio-do-pacaembu/ | lupa | Contraditório: João Doria quer vender o Estádio do Pacaembu? | null | 2016-09-05 | Na manhã desta segunda-feira (5), o candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, João Doria, foi sabatinado pela CBN SP. A equipe de jornalistas da Lupa acompanhou a entrevista, verificando o grau de veracidade das afirmações dele. Veja o resultado do trabalho – que também foi divulgado na CBN – logo abaixo.
Ao falar sobre seus projetos junto à iniciativa privada, o candidato do PSDB disse:
“Nós não vamos vender o Pacaembu”
Em ao menos duas entrevistas anteriores, o candidato do PSDB falou em vender o estádio em questão. Em 27 de dezembro, o jornal El País publicou uma entrevista em formato pergunta e resposta em que, ao ser perguntado sobre de onde tiraria dinheiro para investir na cidade, Doria respondeu, textualmente, o seguinte:
“A Prefeitura vai vender tudo aquilo que não for essencial para a gestão pública e a assistência à população que mais precisa. Vamos começar vendendo o estádio do Pacaembu”.
No dia 28 de abril, foi a vez de o tucano responder sobre o mesmo assunto em entrevista ao Pânico no Rádio, na Jovem Pan. Ao ser perguntado sobre a possível venda do estádio do Pacaembu e de Interlagos, Doria respondeu que sim, que realmente pretendia vender não só o estádio, mas também o autódromo de São Paulo e o Anhembi.
Na sabatina desta segunda, Doria ajustou o discurso. Afirmou que fará uma concessão do Pacaembu e que isso ocorrerá por tempo determinado.
Ao falar sobre sua biografia, o candidato lembrou o pai:
“Sou filho de um político. Meu pai foi deputado federal cassado”
O pai de João Doria é João Agripino de Costa Doria. Segundo o verbete biográfico do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC), ele realmente foi deputado federal pela Bahia a partir de setembro de 1963.
João Doria, pai, foi um defensor do governo João Goulart, derrubado em abril de 1964. Seu nome consta no primeiro ato institucional (AI-1) do regime militar entre os políticos que tiveram o mandato cassado. Na época, João Doria Jr tinha sete anos e teve que se exilar com a família na França.
João Doria também falou sobre suas propostas para o aplicativo Uber e afirmou que:
“São Paulo tem cerca de 36 mil taxistas”
Segundo a assessoria de imprensa do Sinditaxi (Sindicato dos Taxistas Autônomos de São Paulo), a cidade tem hoje cerca de 37 mil táxis e 42 mil taxistas. Os números representam apenas estimativas porque, segundo a assessoria, alguns taxistas dividem o mesmo veículo com outro motorista.
(Com Marina Estarque e Raul Galhardi)
| null | ['CRISTINA TARDÁGUILA', 'CLARA BECKER', 'JULIANA DAL PIVA', 'EQUIPE LUPA'] | [] | ['CBN', 'CBN SP', 'ELEIÇÕES 2016', 'JOAO DORIA', 'PREFEITURA', 'SÃO PAULO'] | 2021-05-15 | ['CONTRADITÓRIO', 'VERDADEIRO', 'VERDADEIRO, MAS'] |
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https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2016/09/02/joao-bico-psdc-presidente-em-exercicio-e-de-catole-do-rocha/ | lupa | João Bico diz que presidente em exercício é de Catolé do Rocha. Será? | null | 2016-09-02 | Na manhã desta sexta-feira (2), o candidato do PSDC à Prefeitura de São Paulo, João Bico, foi sabatinado pela CBN SP. A equipe de jornalistas da Lupa acompanhou a entrevista, verificando o grau de veracidade das afirmações dele. Veja o resultado do trabalho – que também foi divulgado na CBN – logo abaixo.
Ao falar sobre sua biografia, o candidato citou a cidade onde seus pais nasceram, Catolé do Rocha, na Paraíba, e afirmou que:
“[Catolé do Rocha] Vai ficar um pouco mais famosa por conta do presidente em exercício, que também é de Catolé”
O atual presidente da República, Michel Temer, que tomou posse definitivamente na última quarta-feira, nasceu na cidade de Tietê, em São Paulo, como aponta sua página oficial no Facebook. O mesmo texto informa que os pais de Temer vieram do Líbano para morar no Brasil. Não há nenhuma menção da família do atual presidente ter vivido em Catolé do Rocha.
Temer está em viagem diplomática na China e, com isso, Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, exerce o cargo de presidente em exercício. Maia também não é de Catolé do Rocha.
O deputado nasceu no Chile, enquanto seu pai estava exilado, como confirma a assessoria da embaixada chilena. De acordo com a biografia dele no CPDOC/FGV, passou a morar no Rio de Janeiro após sair de Santiago do Chile. Também não há nenhuma menção de que os pais de Maia tenham vivido em Catolé da Rocha. A biografia de Cesar Maia, pai de Rodrigo, mostra que ele nasceu no Rio, viveu um tempo em Brasília e se exilou em Santiago.
A Lupa chegou ainda a origem do presidente da Câmara de Vereadores de São Paulo. Antonio Donato (PT) nasceu na capital paulista. O presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo é Fernando Capez (PSDB) também é da cidade de São Paulo.
Procurada, a campanha disse em nota que o candidato se confundiu e a referência era ao avô de Rodrigo de Maia. No entanto, Cesar Maia, vereador e pai do presidente em exercício, disse que apenas o bisavô de Rodrigo Maia nasceu em Catolé do Rocha.
Ao falar sobre problemas na área da Educação, João Bico afirmou que:
“Há necessidade de 170 mil vagas em creche”
De acordo com dados da Prefeitura de São Paulo, em junho deste ano, a demanda por vagas em creche era de 106.930 – 63 mil a menos do que disse o candidato. Nos últimos dez anos, o maior déficit em creches na capital paulista foi registrado em junho de 2011, quando faltaram 160.341 vagas para crianças no município de São Paulo. Ainda assim, o dado de João Bico estaria exagerado.
Ao falar sobre a Guarda Municipal Metropolitana, o candidato afirmou:
“A GCM foi criada pelo Jânio Quadros”
e
“(O efetivo está) em torno de 6 mil”
Segundo o site da Prefeitura de São Paulo, a Guarda Civil Metropolitana foi criada em 15 de setembro de 1986, na gestão do prefeito Jânio da Silva Quadros, por meio da lei 10.115. Segundo a diretoria do Sindicato dos Guardas Civis Metropolitanos de São Paulo, o efetivo total hoje da força reúne 5.950 guardas.
O candidato afirmou ainda que :
“A Secretaria da Família não é mais uma secretaria que eu pretendo criar. Eu pretendo criar juntamente da Secretaria de Ação Social, que é um departamento da Secretaria da Família, que pode ter esse nome ou não”
No item 2 de seu programa de governo, publicado no site do candidato, João Bico afirmou sua proposta intitulada para a “Criação da Secretaria da Família” para entre outras ações “formular e aprimorar políticas públicas para a proteção dos valores da família e o atendimento pleno de suas necessidades”.
| null | [] | [] | ['CBN', 'CBN SP', 'ELEIÇÕES 2016', 'JOÃO BICO', 'PREFEITURA', 'PSDC', 'SABATINA', 'SÃO PAULO'] | 2021-05-15 | ['FALSO', 'EXAGERADO', 'VERDADEIRO', 'CONTRADITÓRIO'] |