Datasets:
topos
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---|---|---|---|---|---|
Velhice | Old age | 1 | Anacreonte, o cantor
De Teos me viu e falou
Comigo num dos meus sonhos.
Corri em sua direção,
Beijei-o e o abracei,
Pois mesmo velho era belo
E além de belo, amoroso,
Cheirando a vinho nos lábios.
E visto que ele tremia
O Amor
tomava a sua mão.
Depois me deu a guirlanda
Que tinha sobre a cabeça:
Cheirava a Anacreonte.
Eu, tolo, então a aceitei:
Ergui-a e a pus sobre a testa.
E desde então nunca mais
Cessei de me apaixonar. | Ἀνακρέων ἰδών με
ὁ Τήιος μελῳδὸς
ὄναρ λέγων προσεῖπεν,
κἀγὼ δραμὼν πρὸς αὐτὸν
περιπλάκην φιλήσας.
γέρων μὲν ἦν, καλὸς δέ,
καλὸς δὲ καὶ φίλευνος·
τὸ χεῖλος ὦζεν οἴνου,
τρέμοντα δ’ αὐτὸν ἤδη
Ἔρως ἐχειραγώγει.
ὁ δ’ ἐξελὼν καρήνου
ἐμοὶ στέφος δίδωσι·
τὸ δ’ ὦζ’ Ἀνακρέοντος.
ἐγὼ δ’ ὁ μωρὸς ἄρας
ἐδησάμην μετώπῳ·
καὶ δῆθεν ἄχρι καὶ νῦν
ἔρωτος οὐ πέπαυμαι. | https://doi.org/10.9771/2176-4794ell.v0i55.16402 |
Velhice | Old age | 7 | As moças sempre dizem:
“Anacreonte, és velho!
Vai ver nalgum espelho:
Já foi o teu cabelo,
Tua testa está pelada!”
Não sei se meu cabelo
Se foi ou permanece,
Mas sei é que conforme
A Moira se aproxima
É mais apropriado
Que o velho se divirta. | λέγουσιν αἰ γυναῖκες·
«Ἀνάκρεον, γέρων εῖ·
λαβὼν ἔσοπτρον ἄθρει
κόμας μὲν οὐκέτ’ οὔσας,
ψιλὸν δέ σευ μέτωπον.»
ἐγὼ δὲ τὰς κόμας μέν,
εἴτ’ εἰσὶν εἴτ’ ἀπῆλθον,
οὐκ οἶδα· τοῦτο δ’ οῖδα,
ὡς τῷ γέροντι μᾶλλον
πρέπει τὸ τερπνὰ παίζειν,
ὅσῳ πέλας τὰ Μοίρης. | https://doi.org/10.9771/2176-4794ell.v0i55.16402 |
Loucura, sobriedade e as muitas vozes das Anacreônticas | Madness, sobriety and the many voices of the Anacreontics | 9 | Permita-me, em nome dos deuses,
Beber, beber sem respirar:
Eu quero, eu quero enlouquecer.
Enlouquecera Alcmeão,
Bem como Orestes pés-descalços
Após matar a sua mãe –
Bebendo o vinho rubro entanto
Sem ter ninguém assassinado
Eu quero, eu quero enlouquecer.
Enlouquecera Héracles
Brandindo a sua terrível aljava
Ao lado do arco de Ífito.
Enlouquecera também Ájax
Ao manejar o seu escudo
E a espada que de Heitor ganhara.
Mas eu, tomando a minha taça
E com guirlandas nos cabelos,
Não tendo arco nem espada,
Eu quero, eu quero enlouquecer. | ἄφες με, τοὺς θεούς σοι,
πιεῖν, πιεῖν ἀμυστί·
θέλω, θέλω μανῆναι.
ἐμαίνετ’ Ἀλκμαίων τε
χὠ λευκόπους Ὀρέστης
τὰς μητέρας κτανόντες·
ἐγὼ δὲ μηδένα κτάς,
πιὼν δ’ ἐρυθρὸν οἶνον
θέλω, θέλω μανῆναι.
ἐμαίνετ’ Ἡρακλῆς πρὶν
δεινὴν κλονῶν φαρέτρην
καὶ τόξον Ἰφίτειον.
ἐμαίνετο πρὶν Αἴας
μετ’ ἀσπίδος κραδαίνων
τὴν Ἕκτορος μάχαιραν·
ἐγὼ δ’ ἔχων κύπελλον
καὶ στέμμα τοῦτο χαίτης,
οὐ τόξον, οὐ μάχαιραν,
θέλω, θέλω μανῆναι. | https://doi.org/10.9771/2176-4794ell.v0i55.16402 |
Loucura, sobriedade e as muitas vozes das Anacreônticas | Madness, sobriety and the many voices of the Anacreontics | 12 | Alguns dizem que, pela bela
Cibele, o meio-fêmeo Átis,
Soltando gritos nas montanhas,
Enlouqueceu completamente.
Há quem beba as águas loquazes
De Febo, portador de louros,
Na margem elevada em Claros,
E enlouquecendo solte gritos.
Mas eu só quero a minha dose
De Lieu, mais o meu perfume
E também a minha garota
E eu quero, eu quero enlouquecer. | οἱ μὲν καλὴν Κυβήβην
τὸν ἡμίθηλυν Ἄττιν
ἐν οὔρεσιν βοῶντα
λέγουσιν ἐκμανῆναι.
οἱ δὲ Κλάρου παρ’ ὄχθαις
δαφνηφόνοιο Φοίβου
λάλον πιόντες ὕδωρ
μεμηνότες βοῶσιν.
ἐγὼ δὲ τοῦ Λυαίου
καὶ τοῦ μύρου κορεσθεὶς
καὶ τῆς ἐμῆς ἑταίρης
θέλω, θέλω μανῆναι. | https://doi.org/10.11606/issn.2358-3150.v17i1p109-149 |
Loucura, sobriedade e as muitas vozes das Anacreônticas | Madness, sobriety and the many voices of the Anacreontics | 2 | Dá-me a lira de Homero
Sem a corda de assassínio.
Traz-me as taças dos costumes,
Traz-me as leis mescladas nelas,
Pra que eu dance embriagado
Com sensata insanidade
E acompanhe a lira em canto,
Entoando o som do vinho.
Dá-me a lira de Homero
Sem a corda de assassínio | δότε μοι λύρην Ὁμήρου
φονίης ἄνευθε χορδῆς,
φέρε μοι κύπελλα θεσμῶν,
φέρε μοι νόμους κεράσσας,
μεθύων ὅπως χορεύσω,
ὑπὸ σώφρονος δὲ λύσσης
μετὰ βαρβίτων ἀείδων
τὸ παροίνιον βοήσω.
δότε μοι λύρην Ὁμήρου
φονίης ἄνευθε χορδῆς. | https://doi.org/10.9771/2176-4794ell.v0i55.16402 |
Poíesis | Poíesis | 11 | Um jovem vendia uma estátua
Do Amor esculpido na cera.
Parei junto dele e então
“Por quanto” lhe disse “tu queres
Vender o teu artesanato?”
Em Dório ele me respondeu:
“Por quanto quiseres pagar.
Pra bem da verdade, confesso:
Nem sei trabalhar com a cera;
Apenas não quero viver
Ao lado do Amor, o vilão.”
“Dá aqui! Dá-me aqui e toma um dracma.
Será um bonito consorte.”
Amor, vai tratando de pôrMe em chamas senão serás tu
Quem vai derreter lá no fogo.” | Ἔρωτα κήρινόν τις
νεηνίης ἐπώλει·
ἐγὼ δέ οἱ παραστὰς
‘πόσου θέλεις’ ἔφην ‘σοὶ
τὸ τευχθέν ἐκπρίωμαι;’
ὁ δ’ εἶπε δωριάζων
‘λάβ’ αὐτόν, ὁππόσου λῇς.
ὅπως <δ’> ἂν ἐκμάθῃς πᾶν,
οὐκ εἰμὶ κηροτέχνας,
ἀλλ’ οὐ θέλω συνοικεῖν
Ἔρωτι παντορέκτᾳ.’
‘δὸς οὖν, δὸς αὐτὸν ἡμῖν
δραχμῆς, καλὸν σύνευνον.’
Ἔρως, σὺ δ’ εὐθέως με
πύρωσον· εἰ δὲ μή, σὺ
κατὰ φλογὸς τακήσῃ. | https://doi.org/10.11606/issn.2358-3150.v17i1p109-149 |
Poíesis | Poíesis | 60a | Eu farei as cordas vibrarem,
Não por conta de um campeonato,
Mas por ser uma arte que todos
Os poetas devem saber.
Com meu plectro de marfim eu
Tocarei as notas mais claras,
E num ritmo frígio eu irei
Bradar feito um cisne do Caistro,
Com as asas ao vento, cantando
Uma melodia complexa.
E tu, Musa, dança comigo!
Pois pra Febo a lira e o louro
E o tripé são todos sagrados.
A paixão de Febo é meu tema:
Um desejo não saciado,
Pois a moça se mantém casta,
Escapando do seu ferrão,
Tendo o corpo sido tornado
Numa planta bem vicejante.
Porém Febo, Febo então veio
E pensando ser seu senhor
Arrancou-lhe as folhas, supondo
Que fazia os ritos Citérios. | ἀνὰ βάρβιτον δονήσω·
ἄεθλος μὲν οὐ πρόκειται,
μελέτη δ’ ἔπεστι παντὶ
σοφίης λαχόντ’ ἄωτον.
ἐλεφαντίνῳ δὲ πλήκτρῳ
λιγυρὸν μέλος κροαίνων
Φρυγίῳ ῥυθμῷ βοήσω,
ἅτε τις κύκνος Καΰστρου
ποικίλον πτεροῖσι μέλπων
ἀνέμου σύναυλος ἠχῇ.
σὺ δέ, Μοῦσα, συγχόρευε·
ἱερὸν γάρ ἐστι Φοίβου
κιθάρη, δάφνη τρίπους τε.
λαλέω δ’ ἔρωτα Φοίβου,
ἀνεμώλιον τὸν οἶστρον·
σαόφρων γάρ ἐστι κούρα·
τὰ μὲν ἐκπέφευγε κέντρα,
φύσεως δ’ ἄμειψε μορφήν,
φυτὸν εὐθαλὲς δ’ ἐπήχθη·
ὁ δὲ Φοῖβος, ᾖὲ, Φοῖβος,
κρατέειν κόρην νομίζων,
χλοερὸν δρέπων δὲ φύλλον
ἐδόκει τελεῖν Κυθήρην | https://doi.org/10.9771/2176-4794ell.v0i55.16402 |
Riqueza | Wealth | 8 | Não me importa a fortuna
De Giges, rei de Sardes.
Eu nunca o invejei,
Nem a nenhum tirano.
Importa-me molhar
A barba com perfume.
Importa-me cingir
Com rosas a cabeça.
O agora é o que me importa.
Quem sabe o amanhã?
Enquanto o tempo é bom,
Portanto, bebe e brinca,
Libando pra Lieu.
Não chegue uma doença
E diga: “Já não podes.” | οὔ μοι μέλει τὰ Γύγεω,
τοῦ Σάρδεων ἄνακτος·
οὐδ’ εἷλέ πώ με ζῆλος,
οὐδὲ φθονῶ τυράννοις.
ἐμοὶ μέλει μύροισιν
καταβρέχειν ὑπήνην,
ἐμοὶ μέλει ῥόδοισιν
καταστέφειν κάρηνα·
τὸ σήμερον μέλει μοι,
τὸ δ’ αὔριον τίς οἶδεν;
ὡς οὖν ἔτ’ εὔδι’ ἔστιν,
καὶ πῖνε καὶ κύβευε
καὶ σπένδε τῷ Λυαίῳ,
μὴ νοῦσος, ἤν τις ἔλθῃ,
λέγῃ, ‘σὲ μὴ δεῖ πίνειν.’ | https://doi.org/10.9771/2176-4794ell.v0i55.16402 |
Eros doceamargo | Eros sweet-bitte | 60b | Coração, por que te enlouqueces
Co’ a melhor loucura de todas?
Vamos! Joga longe essa lança,
Para que acertando tu partas!
Abandona o arco com que
Afrodite venceu os deuses.
Imitando o bardo famoso,
Anacreonte, faz um brinde
Aos moços e bebe essa taça,
Tua amável taça de palavras!
Contentemo-nos com o néctar
Da bebida, evitando a estrela
Cuja luz refulge escarlate. | ἄγε, θυμέ, πῇ μέμηνας
μανίην μανεὶς ἀρίστην;
τὸ βέλος, φέρε, κράτυνον,
σκοπὸν ὡς βαλὼν ἀπέλθῃς.
τὸ δὲ τόξον Ἀφροδίτης
ἄφες, ᾧς θεοὺς ἐνίκα.
τὸν Ἀνακρέοντα μιμοῦ,
τὸν ἀοίδιμον μελιστήν.
φιάλην πρόπινε παισίν,
φιάλην λόγων ἐραννήν·
ἀπὸ νέκταρος ποτοῖο
παραμύθιον λαβόντες
φλογερὸν φυγόντες ἄστρον | https://doi.org/10.11606/issn.2358-3150.v17i1p109-149 |
Eros doceamargo | Eros sweet-bitte | 31 | Com uma vara de jacintos,
O Amor batia em mim sem pena,
Mandando que eu o acompanhasse.
Corri ao longo de águas duras,
De arbustos e também de abismos,
Corri e o suor me incomodava.
O coração subiu-me ao rosto,
Até o nariz. Pensei morrer.
Mas Eros abanando as suas
Asinhas tenras me falou:
“Não podes mesmo então amar?” | ὑακινθίνῃ με ῥάβδῳ
χαλεπῶς Ἔρως ῥαπίζων
ἐκέλευε συντροχάζειν.
διὰ δ’ ὀξέων μ’ ἀναύρων
ξυλόχων τε καὶ φαράγγων
τροχάοντα τεῖρεν ἱδρώς·
κραδίη δὲ ῥινὸς ἄχρις
ἀνέβαινε, κἂν ἀπέσβην.
ὁ δ’ Ἔρως †μέτωπα σείων†
ἁπαλοῖς πτεροῖσιν εἶπεν·
‘σὺ γὰρ οὐ δύνῃ φιλῆσαι;’ | https://doi.org/10.11606/issn.2358-3150.v17i1p109-149 |
Eros doceamargo | Eros sweet-bitte | 33 | Certa vez, no meio da noite,
Chegado o momento em que a Ursa
Já se vira à mão do Boieiro
E todas as tribos dos homens
Se deitam pelo seu cansaço,
O Amor se pôs em frente à minha
Porta e começou a bater.
“Quem bate em minha porta?” eu disse.
“Partiste todos os meus sonhos!”
O Amor então responde: “Abre!
Sou um bebê! Não tenhas medo!
Estou molhado e estou perdido
Em meio à noite sem luar.”
Fiquei com pena do que ouvi.
Por isso, acendo um lampião
E abrindo a porta então eu vejo
Um bebezinho com seu arco,
Aljava e asas sobre as costas.
Sentei-o junto da lareira,
A fim de que esquentasse as mãos,
E então sequei o seu cabelo,
Espremendo os cachos molhados.
Quando o frio por fim o soltou,
“Vem!”, ele disse. “Vem testar
Meu arco para ver se a corda
Acaso se estragou na chuva!”
Armou a flecha e me acertou
No meio do meu coração.
Depois, pulando e rindo, disse:
“Amigo, alegra-te comigo!
Meu arco está ileso, mas
Teu coração irá doer!” | μεσονυκτίοις ποτ’ ὥραις,
στρέφετ’ ἡνίκ’ Ἄρκτος ἤδη
κατὰ χεῖρα τὴν Βοώτου,
μερόπων δὲ φῦλα πάντα
κέαται κόπῳ δαμέντα,
τότ’ Ἔρως ἐπισταθείς μευ
θυρέων ἔκοπτ’ ὀχῆας.
‘τίς’ ἔφην ‘θύρας ἀράσσει,
κατά μευ σχίσας ὀνείρους;’
ὁ δ’ Ἔρως ‘ἄνοιγε’ φησίν·
‘βρέφος εἰμί, μὴ φόβησαι·
βρέχομαι δὲ κἀσέληνον
κατὰ νύκτα πεπλάνημαι.’
ἐλέησα ταῦτ’ ἀκούσας,
ἀνὰ δ’ εὐθὺ λύχνον ἅψας
ἀνέῳξα, καὶ βρέφος μὲν
ἐσορῶ φέροντα τόξον
πτέρυγάς τε καὶ φαρέτρην·
παρὰ δ’ ἱστίην καθίξας
παλάμαισι χεῖρας αὐτοῦ
ἀνέθαλπον, ἐκ δὲ χαίτης
ἀπέθλιβον ὑγρὸν ὕδωρ.
ὃ δ’, ἐπεὶ κρύος μεθῆκε,
‘φέρε’ φησὶ ‘πειράσωμεν
τόδε τόξον, εἴ τί μοι νῦν
βλάβεται βραχεῖσα νευρή.’
τανύει δὲ καί με τύπτει
μέσον ἧπαρ, ὥσπερ οἶστρος.
ἀνὰ δ’ ἅλλεται καχάζων·
‘ξένε’ δ’ εἶπε ‘συγχάρηθι·
κέρας ἀβλαβὲς μὲν ἡμῖν,
σὺ δὲ καρδίαν πονήσεις.’ | https://doi.org/10.9771/2176-4794ell.v0i55.16402 |
Velhice | Old age | 39 | Amo um velho que é gentil;
Amo um jovem dançarino;
E, se um homem velho dança,
Ele é velho em seus cabelos,
Mas é novo em coração. | φιλῶ γέροντα τερπνόν,
φιλῶ νέον χορευτάν·
ἂν δ’ ὁ γέρων χορεύῃ,
τρίχας γέρων μέν ἐστιν,
τὰς δὲ φρένας νεάζει. | https://doi.org/10.9771/2176-4794ell.v0i55.16402 |
Poíesis | Poíesis | 16 | Vinde, mestre dos pintores!
Pintai, mestre dos pintores!
Comandante da arte ródia,
Da maneira que vos digo,
Desenhai a moça ausente:
Desenhai primeiro os cachos –
Delicados cachos negros –
E, se a cera o permitir,
Desenhai o seu perfume.
Desenhai as suas bochechas
Sob um cenho de marfim
E madeixas negro-roxas.
Não corteis as sobrancelhas,
Mas também não as unais:
Que elas sejam como são,
Bordas negras de seus olhos
Encontrando-se de leve.
Os seus olhos, veramente,
Vós deveis fazer de fogo;
Glaucos, como os de Atena;
Úmidos, tal qual Citéria.
Desenhai nariz, bochechas,
Misturando o rosa ao creme.
Lábios: como os de Peitó,
Sempre provocando beijos.
Sob o queixo delicado,
Junto ao seu pescoço níveo,
Permiti que as Graças voem.
Sobre o resto ponde peplos
Com um leve tom purpúreo,
Mas mostrai a pele um pouco,
Como prova de seu corpo.
É o bastante! Posso vê-la!
Mais um pouco e a cera fala! | ἄγε, ζωγράφων ἄριστε,
γράφε, ζωγράφων ἄριστε,
Ῥοδίης κοίρανε τέχνης,
ἀπεοῦσαν, ὡς ἂν εἴπω,
γράφε τὴν ἐμὴν ἑταίρην.
γράφε μοι τρίχας τὸ πρῶτον
ἁπαλάς τε καὶ μελαίνας·
ὁ δὲ κηρὸς ἂν δύνηται,
γράφε καὶ μύρου πνεούσας.
γράφε δ’ ἐξ ὅλης παρειῆς
ὑπὸ πορφυραῖσι χαίταις
ἐλεφάντινον μέτωπον.
τὸ μεσόφρυον δὲ μή μοι
διάκοπτε μήτε μίσγε,
ἐχέτω δ’, ὅπως ἐκείνη,
τὸ λεληθότως σύνοφρυ,
βλεφάρων ἴτυν κελαινήν.
τὸ δὲ βλέμμα νῦν ἀληθῶς
ἀπὸ τοῦ πυρὸς ποίησον,
ἅμα γλαυκὸν ὡς Ἀθήνης,
ἅμα δ’ ὑγρὸν ὡς Κυθήρης.
γράφε ῥῖνα καὶ παρειὰς
ῥόδα τῷ γάλακτι μίξας·
γράφε χεῖλος, οἷα Πειθοῦς,
προκαλούμενον φίλημα.
τρυφεροῦ δ’ ἔσω γενείου
περὶ λυγδίνῳ τραχήλῳ
Χάριτες πέτοιντο πᾶσαι.
στόλισον τὸ λοιπὸν αὐτὴν
ὑποπορφύροισι πέπλοις,
διαφαινέτω δὲ σαρκῶν
ὀλίγον, τὸ σῶμ’ ἐλέγχον.
ἀπέχει· βλέπω γὰρ αὐτήν·
τάχα κηρέ, καὶ λαλήσεις. | https://doi.org/10.11606/issn.2358-3150.v17i1p109-149 |
Poíesis | Poíesis | 17 | Desenhai meu companheiro
Bátilo conforme digo:
Ponde brilho em seu cabelo:
Negro embaixo, mas nas pontas
Clareado pelo sol.
Dai-lhe mechas cacheadas,
Livres, e deixai que fiquem
Em desordem como querem.
O seu cenho sob orvalho,
Laureai com sobrancelhas
Mais escuras que serpentes.
Que seus olhos negros sejam
Tão ferozes quanto calmos –
Com a fúria de Ares junto à
Calma de Citéria bela –,
Pra que causem tanto o medo
Quanto nutram a esperança.
Rosas, como uma maçã,
Engendrai as suas bochechas.
Se possível, dai-lhes cor
Semelhante à da Modéstia.
Não sei como, mas os lábios
Vós deveis fazer macios,
Cheios de persuasão.
Mas deixai que a cêra diga
Tudo com o seu silêncio.
Que haja então depois do rosto
Um pescoço de marfim
Superior ao de Adônis.
Engendrai depois seu peito
E suas mãos como as de Hermes;
Coxas, como Polideuces;
O abdômen, de Dioniso;
Sobre as suas tenras coxas,
Abrasadas pelo fogo,
Ponde uma vergonha simples,
Mas que já deseje a Páfia.
Vossa arte é uma invejosa,
Pois não mostra as costas dele.
Haveria algo melhor?
Descrever os pés pra quê?
Quanto ao preço, não me importo.
Mas levai convosco Apolo,
Dele vós fareis meu Bátilo.
Mas se fordes para Samos,
Febo vós fareis de Bátilo. | γράφε μοι Βάθυλλον οὕτω,
τὸν ἑταῖρον, ὡς διδάσκω·
λιπαρὰς κόμας ποίησον,
τὰ μὲν ἔνδοθεν μελαίνας,
τὰ δ’ ἐς ἄκρον ἡλιώσας·
ἕλικας δ’ ἐλευθέρους μοι
πλοκάμων ἄτακτα συνθεὶς
ἄφες, ὡς θέλωσι, κεῖσθαι.
ἁπαλὸν δὲ καὶ δροσῶδες
στεφέτω μέτωπον ὀφρὺς
κυανωτέρη δρακόντων.
μέλαν ὄμμα γοργὸν ἔστω
κεκερασμένον γαλήνῃ,
τὸ μὲν ἐξ Ἄρηος ἕλκον,
τὸ δὲ τῆς καλῆς Κυθήρης,
ἵνα τις τὸ μὲν φοβῆται,
τὸ δ’ ἀπ’ ἐλπίδος κρεμᾶται.
ῥοδέην δ’ ὁποῖα μῆλον
χνοΐην ποίει παρειήν·
ἐρύθημα δ’ ὡς ἂν Αἰδοῦς
δύνασ’ εἰ βαλεῖν ποίησον.
τὸ δὲ χεῖλος οὐκέτ’ οἶδα
τίνι μοι τρόπῳ ποιήσεις
ἁπαλόν γέμον τε πειθοῦς·
τὸ δὲ πᾶν ὁ κηρὸς αὐτὸς
ἐχέτω λαλῶν σιωπῇ.
μετὰ δὲ πρόσωπον ἔστω
τὸν Ἀδώνιδος παρελθὼν
ἐλεφάντινος τράχηλος.
μεταμάζιον δὲ ποίει
διδύμας τε χεῖρας Ἑρμοῦ,
Πολυδεύκεος δὲ μηρούς,
Διονυσίην δὲ νηδύν·
ἁπαλῶν δ’ ὕπερθε μηρῶν,
μαλερὸν τὸ πῦρ ἐχόντων,
ἀφελῆ ποίησον αἰδῶ
Παφίην θέλουσαν ἤδη.
φθονερὴν ἔχεις δὲ τέχνην,
ὅτι μὴ τὰ νῶτα δεῖξαι
δύνασαι· τὰ δ’ ἦν ἀμείνω.
τί με δεῖ πόδας διδάσκειν;
λάβε μισθὸν, ὅσσον εἴπῃς,
τὸν Ἀπόλλωνα δὲ τοῦτον
καθελὼν ποίει Βάθυλλον·
ἢν δ’ ἐς Σάμον ποτ’ ἔλθῃς,
γράφε Φοῖβον ἐκ Βαθύλλου. | https://doi.org/10.11606/issn.2358-3150.v17i1p109-149 |
Poíesis | Poíesis | 4 | Trabalha a tua prata,
Hefesto e uma armadura
Pra mim não faças, não.
Que tenho a ver com lutas?
Mas antes faz-me um copo
Tão fundo quanto der.
Não ponhas nele, entanto,
Estrelas: nem a Ursa
Nem Órion brilhante.
Por que me importariam
As Plêiades, Boieiro?
Põe vinhas para mim
Com cachos de uva nelas
E Bacas pra as colherem.
Põe homens amassando
As uvas com seus pés
E sátiros que riem
E Amores feitos de ouro
E o riso da Citéria
E de Lieu formoso
E de Eros e Afrodite. | τὸν ἄργυρον τορεύων
Ἥφαιστέ μοι ποίησον
πανοπλίαν μὲν οὐχί·
τί γὰρ μάχαισι κἀμοί;
ποτήριον δὲ κοῖλον
ὅσον δύνῃ βαθύνας.
ποίει δέ μοι κατ’ αὐτοῦ
μήτ’ ἄστρα μήτ’ Ἅμαξαν,
μὴ στυγνὸν Ὠρίωνα.
τί Πλειάδων μέλει μοι,
τί γὰρ καλοῦ Βοώτου;
ποίησον ἀμπέλους μοι
καὶ βότρυας κατ’ αὐτῶν
καὶ μαινάδας τρυγώσας,
ποίει δὲ ληνὸν οἴνου,
ληνοβάτας πατοῦντας,
τοὺς σατύρους γελῶντας
καὶ χρυσοῦς τοὺς Ἔρωτας
καὶ Κυθέρην γελῶσαν
ὁμοῦ καλῷ Λυαίῳ,
Ἔρωτα κἀφροδίτην. | https://doi.org/10.11606/issn.2358-3150.v17i1p109-149 |
Poíesis | Poíesis | 23 | Do Atrida eu falaria
E cantaria Cadmo
Se a lira em suas cordas
De amor não só vibrasse.
Eu já troquei suas fibras
E até a lira inteira.
Tentei cantar os feitos
De Héracles e a lira
No entanto o amor ressona.
Adeus pra sempre a vós,
Heróis, pois que esta lira
Somente o amor me canta! | θέλω λέγειν Ἀτρείδας,
θέλω δὲ Κάδμον ᾄδειν,
ὁ βάρβιτος δὲ χορδαῖς
Ἔρωτα μοῦνον ἠχεῖ.
ἤμειψα νεῦρα πρώην
καὶ τὴν λύρην ἅπασαν·
κἀγὼ μὲν ῇδον ἄθλους
Ἡρακλέους· λύρη δὲ
Ἔρωτας ἀντεφώνει.
χαίροιτε λοιπὸν ἡμῖν,
ἥρωες· ἡ λύρη γὰρ
μόνους Ἔρωτας ᾄδει. | https://doi.org/10.11606/issn.2358-3150.v17i1p109-149 |
Eros doceamargo | Eros sweet-bitte | 35 | Certa vez, o Amor, por não ver
Que em meio às rosas uma abelha
Dormia, acabou se ferindo.
Tão logo sentiu a picada
Num dedo da mão ele uivou
E foi-se correndo e voando
Atrás da venusta Citéria.
“Mataram-me, mãe!” ele disse.
“Mataram-me! Ai, estou morrendo!
Uma cobrinha voadora
Me picou! Aquela chamada
De abelha pelos camponeses!”
E ela respondeu: “Se o ferrão
Da abelha dói dessa maneira,
Que dor tu pensas que eles sentem,
Amor, por conta de tuas flechas?” | Ἔρως ποτ’ ἐν ῥόδοισι
κοιμωμένην μέλιτταν
οὐκ εἶδεν, ἀλλ’ ἐτρώθη·
τὸν δάκτυλον παταχθεὶς
τᾶς χειρὸς ὠλόλυξε.
δραμὼν δὲ καὶ πετασθεὶς
πρὸς τὴν καλὴν Κυθήρην
ὄλωλα, μῆτερ,’ εἶπεν,
‘ὄλωλα κἀποθνήσκω·
ὄφις μ’ ἔτυψε μικρός
πτερωτός, ὃν καλοῦσιν
μέλιτταν οἱ γεωργοί.’
ἃ δ’ εἶπεν· ‘εἰ τὸ κέντρον
πονεῖς τὸ τᾶς μελίττας,
πόσον δοκεῖς πονοῦσιν,
Ἔρως, ὅσους σὺ βάλλεις;’ | https://doi.org/10.11606/issn.2358-3150.v17i1p109-149 |
Eros doceamargo | Eros sweet-bitte | 59 | Sobre os ombros, homens e moças
Vão levando as uvas de pele
Negra em cachos dentro de cestos,
[No caminho ao longo das vinhas,]
Depois jogam-nas nos tonéis
Onde os homens as espezinham,
Liberando o vinho dos cachos
E com clamor saudando o deus
Com hinos de vindima ao ver
Como borbulha o adorável
Baco novo dentro das jarras.
Quando um homem velho o ingere,
Ele dança em pés tremebundos,
Balançando os cachos grisalhos.
Entretanto, um jovem amável,
Quando tem deitada à sua espera
Uma moça [plena de vinho]
Vacilando ao peso do sono,
O seu corpo meigo ele abraça,
Reclinado à sombra das folhas.
Por sua vez, o Amor [quando bebe]
Faz feitiços fora do tempo:
[Uma esposa] trai suas núpcias.
E um rapaz que falha em seu flerte
Toma a moça contra a vontade.
Esses são os jogos sem ordem
Com que Baco brinca entre os jovens. | τὸν μελανόχρωτα βότρυν
ταλάροις φέροντες ἄνδρες
μετὰ παρθένων ἐπ’ ὤμων,
. . . . . . . . .
κατὰ ληνοῦ δὲ βαλόντες
μόνον ἄρσενες πατοῦσιν
σταφυλήν, λύοντες οἶνον,
μέγα τὸν θεὸν κροτοῦντες
ἐπιληνίοισιν ὕμνοις,
ἐρατὸν πίθοις ὁρῶντες
νέον ἐσζέοντα Βάκχον.
ὃν ὅταν πίνῃ γεραιός,
τρομεροῖς ποσὶν χορεύει
πολιὰς τρίχας τινάσσων.
ὁ δὲ παρθένον λοχήσας
ἐρατὸς νέος . . . . . . .
. . . . . . . . . ἐλυσθεὶς
ἁπαλὸν δέμας χυθεῖσαν
σκιερῶν ὕπαιθα φύλλων
βεβαρημένην ἐς ὕπνον.
ὁ δ’ Ἔρως ἄωρα θέλγων
. . . . . . . . .
προδότιν γάμων γενέσθαι.
ὁ δὲ μὴ λόγοισι πείθων
τότε μὴ θέλουσαν ἄγχει·
μετὰ γὰρ νέων ὁ Βάκχος
μεθύων ἄτακτα παίζει. | https://doi.org/10.11606/issn.2358-3150.v17i1p109-149 |
Riqueza | Wealth | 36 | Se a Riqueza oferecesse
Vida pros mortais por ouro,
Com zelo eu o guardaria,
Pra que quando viesse a Morte
Lhe pagasse e fosse embora.
No entanto, como os mortais
Não podem comprar a vida,
Para que sofrer em vão?
Pra que chorar e gemer?
Se estou fadado a morrer,
De que irá servir-me o ouro?
Deixa-me beber e, tendo
Bebido o meu doce vinho,
Deitar-me com meus amigos
Numa cama bem macia
Para os ritos de Afrodite. | ὁ Πλοῦτος εἴ γε χρυσοῦ
τὸ ζῆν παρεῖχε θνητοῖς,
ἐκαρτέρουν φυλάττων,
ἵν’, ἂν Θάνατος ἐπέλθῃ.
λάβῃ τι καὶ παρέλθῃ.
εἰ δ’ οὖν μὴ τὸ πρίασθαι
τὸ ζῆν ἔνεστι θνητοῖς,
τί καὶ μάτην στεγάζω;
τί καὶ γόους προπέμπω;
θανεῖν γὰρ εἰ πέπρωται,
τί χρυσὸς ὠφελεῖ με;
ἐμοὶ γένοιτο πίνειν,
πιόντι δ’ οἶνον ἡδὺν
ἐμοῖς φίλοις συνεῖναι,
ἐν δ’ ἁπαλαῖσι κοίταις
τελεῖν τὰν Ἀφροδίταν | https://doi.org/10.11606/issn.2358-3150.v17i1p109-149 |
Loucura, sobriedade e as muitas vozes das Anacreônticas | Madness, sobriety and the many voices of the Anacreontics | 42 | Anseio pelas danças de
Dioniso, o amante da alegria!
Eu amo quando toco a lira
Bebendo em companhia a um jovem,
Mas mais que tudo eu amo pôr
Guirlandas de jacintos ao
Redor da testa e então brincar
Na companhia de garotas.
Meu coração não sabe o que é
A inveja que lacera o peito.
Eu fujo das velozes lanças
De línguas dadas ao abuso.
Detesto brigas junto ao vinho.
Em festas cheias de alegria,
Com moças feito flores frescas,
Dançando ao som que vem da lira,
Que eu leve a minha vida em paz | ποθέω μὲν Διονύσου
φιλοπαίγμονος χορείας,
φιλέω δ’, ὅταν ἐφήβου
μετὰ συμπότου λυρίζω·
στεφανίσκους δ’ ὑακίνθων
κροτάφοισιν ἀμφιπλέξας
μετὰ παρθένων ἀθύρειν
φιλέω μάλιστα πάντων.
φθόνον οὐκ οἶδ’ ἐμὸν ἦτορ,
φθόνον οὐκ οἶδα δαϊκτήν.
φιλολοιδόροιο γλώττης
φεύγω βέλεμνα κοῦφα·
στυγέω μάχας παροίνους.
πολυκώμους κατὰ δαῖτας
νεοθηλέσιν ἅμα κούραις
ὑπὸ βαρβίτῳ χορεύων
βίον ἥσυχον φέροιμι. | https://doi.org/10.11606/issn.2358-3150.v17i1p109-149 |
Eros doceamargo | Eros sweet-bitte | 29 | É bem difícil não amar.
É bem difícil amar também.
Mas mais difícil do que tudo
É quando o amor fraqueja e falha.
Pro Amor linhagem não é nada.
Saber, caráter: ignorados.
Dinheiro é tudo que eles veem.
Maldito o homem que primeiro
Apaixonou-se por dinheiro!
Por causa dele nós perdemos
O nosso irmão e os nossos pais.
Por causa dele há guerra e morte.
Mas o pior é perecermos,
Por causa dele, nós amantes.
| χαλεπὸν τὸ μὴ φιλῆσαι,
χαλεπὸν δὲ καὶ φιλῆσαι,
χαλεπώτερον δὲ πάντων
ἀποτυγχάνειν φιλοῦντα.
γένος οὐδὲν εἰς Ἔρωτα·
σοφίη, τρόπος πατεῖται·
μόνον ἄργυρον βλέπουσιν.
ἀπόλοιτο πρῶτος αὐτὸς
ὁ τὸν ἄργυρον φιλήσας.
διὰ τοῦτον οὐκ ἀδελφός,
διὰ τοῦτον οὐ τοκῆες·
πόλεμοι, φόνοι δι’ αὐτόν.
τὸ δὲ χεῖρον· ὀλλύμεσθα
διὰ τοῦτον οἱ φιλοῦντες. | https://doi.org/10.11606/issn.2358-3150.v17i1p109-149 |
This repository contains the dataset for the paper Ancient Greek's New Technological Muse: Extracting Topoi in the Anacreontea with LLMs, accepted at the 51st SEMISH (51º Seminário Integrado de Software e Hardware).
Abstract:
Natural Language Processing (NLP), along with Large Language Models (LLMs), holds significant potential in the domain of literature, leveraging its computational capabilities to analyze and comprehend human language. These techniques prove to be particularly useful in a specific part of Greek literature called Anacreaontea — a collection of poems emulating the style of the 6th-century BCE Greek poet Anacreon. This paper presents an LLM approach to the automatic classification of Anacreaontea poems in their respective topoi. Our methodology explores two well-established autoregressive language models (LLama 2 and Mistral) and investigates the usage of contextual prompting in this scenario. We also provide an annotated corpus with 21 fragments of the Anacreontea with topos for Greek and Portuguese text.
Topos and their definitions are available at GitHub: https://github.com/RafaelOleques/anacreontea/blob/main/topos.csv
Once the paper is available online, a link will be provided here.
The topoi and Portuguese translations were extracted from the following studies:
- Antunes, C. L. B. (2016). Entre amores ebrios e fazer artístico: Topoi e poíesis nas ‘anacreonticas’ — between drunken love and artistic praxis: Tópoi and poíesis in the ‘anacreontea’. Estudos Linguísticos e Literarios, (55):374–385.
- Antunes, C. L. B. (2013). As anacreonticas e a imagem de anacreonte na antiguidade. Letras Clássicas, 17(1):109–149.
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