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Vulcão mexicano solta coluna de fumaça de 2 km de altura
O vulcão Popocatépetl, localizado na região central do México, emitiu nas últimas 24 horas 60 exalações de baixa intensidade, segundo informações do jornal mexicano "El Universal".De acordo com o Centro Nacional de Prevenção de Desastres (Cenapred), na manhã de domingo (27) uma explosão moderada ocorreu no vulcão e uma coluna cinza de fumaça de dois quilômetros de altura se formou. Tremores de baixa amplitude também foram registrados.O Cenapred recomendou que a população não se aproxime do local e um raio de segurança de 12 quilômetros foi estabelecido por precaução, já que novas explosões de baixa e média intensidade devem continuar a ocorrer.
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Vulcão mexicano solta coluna de fumaça de 2 km de alturaO vulcão Popocatépetl, localizado na região central do México, emitiu nas últimas 24 horas 60 exalações de baixa intensidade, segundo informações do jornal mexicano "El Universal".De acordo com o Centro Nacional de Prevenção de Desastres (Cenapred), na manhã de domingo (27) uma explosão moderada ocorreu no vulcão e uma coluna cinza de fumaça de dois quilômetros de altura se formou. Tremores de baixa amplitude também foram registrados.O Cenapred recomendou que a população não se aproxime do local e um raio de segurança de 12 quilômetros foi estabelecido por precaução, já que novas explosões de baixa e média intensidade devem continuar a ocorrer.
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O Estado Islâmico está longe de ser uma potência cibernética
Na semana passada, hackers que afirmam serem ligados à facção radical Estado Islâmico divulgaram um vídeo no estilão do Anonymous em que fazem ameaças vagas de "guerra eletrônica" contra a Europa e EUA. Não há qualquer prova de que o vídeo seja mesmo da agremiação. Também não há evidência de que o grupo conhecido como EI tenha a capacidade de fazer qualquer coisa prejudicial na rede além de invadir contas no Twitter ou sites de mídia aleatórios com seus "ataques cibernéticos". Ainda assim, vivenciamos grande hype em torno do poderio digital do EI. No domingo (17), o The Hill escreveu que o grupo estava se preparando para a "guerra cibernética" e uma "cruzada digital total". O motivo para a matéria foi que um pessoal metido a EI conseguiu "hackear" os veículos de mídia mais uma vez. "Eles divulgam um vídeo escroto em que afirmam fazer coisas que não fazem — e não importa o quê ou como, reagimos de modo desproporcional", declarou ao Motherboard Peter W. Singer, escritor e especialista em segurança cibernética. Vale ressaltar que o EI poderia prejudicar mesmo muita gente ao fazer espionagem online, monitorando e rastreando dissidentes que vivem em território sob seu controle. Isso talvez já tenha acontecido. Em novembro do ano passado, alguém atacou um grupo de mídia cidadã chamado Raqqa Is Being Slaughtered Silenty (Raqqa Está Sendo Massacrada Lentamente, em português; RSS na sigla em inglês) que documenta crimes contra os direitos humanos em Raqqa, a autoproclamada capital do califado do EI. Até o momento, porém, não houve nenhum caso de terrorismo cibernético real - atacar sistemas computadorizados resultando em violência física, como define o FBI. A real é que esquilos têm causado mais danos à infraestrutura cibernética dos EUA do que terroristas. Singer criticou bastante o artigo do The Hill; segundo ele, é bom para "algumas ciber-gargalhadas". Piadas à parte, o consultor alerta que bombar as supostas habilidades hacker do EI dá ao grupo atenção que pode ser convertida em poder de recrutamento. Em vez de reagirmos com uma atitude de "manter a calma e seguir em frente", adicionou Singer, nós "despirocamos". Segundo o especialista, a repercussão atual encoraja o EI a continuar seus ataques ou ao menos afirmar que os ataques foram feitos por eles. Robert M. Lee, oficial de guerrilha cibernética da Força Aérea dos EUA, concordou com Singer e comentou o assunto no Twitter. tweet "Grupos terroristas continuarão a usar a internet para divulgar sua mensagem e desempenhar atos de hacktivismo, mas nada que cause danos significativos", escreveu. "Causar danos significativos exigem mais que dispositivos ligados à internet. É necessário ter suporte logístico avançado e algum tipo de especialização. Em outras palavras: mandar bem nas redes, como o EI faz, não quer dizer que você será um bom hacker. "Descrever o uso hábil das redes sociais como guerra cibernética é como se referir à Miley Cyrus como o Clausewitz da guerra digital", disse Singer. A verdade, como relatamos antes, é que todos os ataques cibernéticos atribuídos ao EI no passado recente se revelaram como tentativas nada sofisticadas feitas pelo que parecem ser fanboys que nada têm a ver com o grupo. Como dito por Singer, "são simpatizantes ou gente fazendo isso só pela zoeira". Como explicado por Singer em 2012, "terrorismo cibernético" é algo que recebe hype demais, assim como nosso medo exagerado de tubarões. O próprio comentou que somos "15 mil vezes mais propensos a nos ferirmos ou sermos mortos em um acidente no banheiro" e mesmo assim o Discovery Channel faz a Semana do Tubarão, e não a Semana do Banheiro.
vice
O Estado Islâmico está longe de ser uma potência cibernéticaNa semana passada, hackers que afirmam serem ligados à facção radical Estado Islâmico divulgaram um vídeo no estilão do Anonymous em que fazem ameaças vagas de "guerra eletrônica" contra a Europa e EUA. Não há qualquer prova de que o vídeo seja mesmo da agremiação. Também não há evidência de que o grupo conhecido como EI tenha a capacidade de fazer qualquer coisa prejudicial na rede além de invadir contas no Twitter ou sites de mídia aleatórios com seus "ataques cibernéticos". Ainda assim, vivenciamos grande hype em torno do poderio digital do EI. No domingo (17), o The Hill escreveu que o grupo estava se preparando para a "guerra cibernética" e uma "cruzada digital total". O motivo para a matéria foi que um pessoal metido a EI conseguiu "hackear" os veículos de mídia mais uma vez. "Eles divulgam um vídeo escroto em que afirmam fazer coisas que não fazem — e não importa o quê ou como, reagimos de modo desproporcional", declarou ao Motherboard Peter W. Singer, escritor e especialista em segurança cibernética. Vale ressaltar que o EI poderia prejudicar mesmo muita gente ao fazer espionagem online, monitorando e rastreando dissidentes que vivem em território sob seu controle. Isso talvez já tenha acontecido. Em novembro do ano passado, alguém atacou um grupo de mídia cidadã chamado Raqqa Is Being Slaughtered Silenty (Raqqa Está Sendo Massacrada Lentamente, em português; RSS na sigla em inglês) que documenta crimes contra os direitos humanos em Raqqa, a autoproclamada capital do califado do EI. Até o momento, porém, não houve nenhum caso de terrorismo cibernético real - atacar sistemas computadorizados resultando em violência física, como define o FBI. A real é que esquilos têm causado mais danos à infraestrutura cibernética dos EUA do que terroristas. Singer criticou bastante o artigo do The Hill; segundo ele, é bom para "algumas ciber-gargalhadas". Piadas à parte, o consultor alerta que bombar as supostas habilidades hacker do EI dá ao grupo atenção que pode ser convertida em poder de recrutamento. Em vez de reagirmos com uma atitude de "manter a calma e seguir em frente", adicionou Singer, nós "despirocamos". Segundo o especialista, a repercussão atual encoraja o EI a continuar seus ataques ou ao menos afirmar que os ataques foram feitos por eles. Robert M. Lee, oficial de guerrilha cibernética da Força Aérea dos EUA, concordou com Singer e comentou o assunto no Twitter. tweet "Grupos terroristas continuarão a usar a internet para divulgar sua mensagem e desempenhar atos de hacktivismo, mas nada que cause danos significativos", escreveu. "Causar danos significativos exigem mais que dispositivos ligados à internet. É necessário ter suporte logístico avançado e algum tipo de especialização. Em outras palavras: mandar bem nas redes, como o EI faz, não quer dizer que você será um bom hacker. "Descrever o uso hábil das redes sociais como guerra cibernética é como se referir à Miley Cyrus como o Clausewitz da guerra digital", disse Singer. A verdade, como relatamos antes, é que todos os ataques cibernéticos atribuídos ao EI no passado recente se revelaram como tentativas nada sofisticadas feitas pelo que parecem ser fanboys que nada têm a ver com o grupo. Como dito por Singer, "são simpatizantes ou gente fazendo isso só pela zoeira". Como explicado por Singer em 2012, "terrorismo cibernético" é algo que recebe hype demais, assim como nosso medo exagerado de tubarões. O próprio comentou que somos "15 mil vezes mais propensos a nos ferirmos ou sermos mortos em um acidente no banheiro" e mesmo assim o Discovery Channel faz a Semana do Tubarão, e não a Semana do Banheiro.
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Cineasta investiga em obras Rondon, butô e poeta que inspirou João Cabral
Qual ligação pode haver entre a expedição pela Amazônia do marechal Rondon e de Theodore Roosevelt, então ex-presidente dos EUA, e a construção de um casarão por um arquiteto japonês em Mogi das Cruzes (SP)? De que modo esses dois episódios estão ligados à vida do poeta pernambucano Joaquim Cardoso, grande inspiração de João Cabral de Melo Neto? A resposta para essas questões está no trabalho do cineasta carioca Joel Pizzini, 57. As três histórias se concentram na primeira metade do século 20. "Essa relação com a memória está no meu sangue", diz o diretor, que se notabilizou por filmes como "500 Almas", vencedor do Festival de Brasília de 2004, e "Olho Nu" (2012), documentário sobre o cantor Ney Matogrosso. Dos três projetos, o mais ambicioso é "Rio da Dúvida", que recria a expedição científica conduzida por Cândido Rondon (1865-1958) nos anos de 1913 e 1914. Com o sertanista e militar brasileiro, estavam Roosevelt, que havia sido o principal mandatário dos EUA entre 1901 e 1909, e uma equipe de apoio. Todos buscavam a foz de um rio na Amazônia, o rio da Dúvida. "Havia um choque de culturas", conta Pizzini. "Durante a viagem, ocorreu um assassinato. Roosevelt queria fuzilar o criminoso, mas Rondon impediu. Disse que não existia pena de morte no Brasil." O cineasta se refere ao longa-metragem "Rio da Dúvida" como um "documentário de invenção". Para Pizzini, trata-se de "uma modalidade de filme que valoriza a subjetividade, a recriação da história e a ressignificação dos materiais de arquivo". Imagens inéditas da expedição, obtidas em instituições como a Biblioteca do Congresso dos EUA, em Washington, e o Museu do Índio, no Rio, poderão ser vistas ao longo do filme em alternância com passagens em que atores encenam momentos da viagem. "Rondon é um personagem muito maior do que a imagem oficial que temos dele. Os índios tinham muito respeito por Rondon", lembra Pizzini. "Era militar e pacifista ao mesmo tempo. Carlos Drummond de Andrade o chamava de 'o militar suave'." Com previsão de conclusão no final deste ano, "Rio da Dúvida" deve ser lançado em 2018. POESIA E DANÇA Em outro projeto, ainda em fase inicial, Pizzini também vai ao começo do século 20, mas o cenário é Pernambuco. O longa "Depois do Trem" retratará o poeta e engenheiro civil Joaquim Cardoso (1897""1978), nascido em Olinda. "Nos livros de João Cabral, meu poeta de cabeceira, sempre lia dedicatórias a Cardoso. Ao pesquisar sua vida, decidi fazer o filme", diz o diretor. Em meio à preparação de "Depois do Trem" e à conclusão de "O Rio da Dúvida", Pizzini levará aos festivais brasileiros o curta "Elogio da Sombra". Espécie de ensaio visual, com diálogo entre cinema e pintura, o filme acompanha os movimentos da dançarina de butô Emilie Sugai em meio às ruínas do Casarão do Chá, obra relevante da arquitetura nipo-brasileira, erguida em Mogi das Cruzes, em 1942. As filmagens foram realizadas há mais de 15 anos, mas ficaram maturando na gaveta do cineasta, até o arremate no início deste ano. Nos anos seguintes às filmagens, o casarão acabou passando por uma restauração. Em sua primeira exibição, em maio, no Festival de Curtas de Oberhausen, na Alemanha, "Elogio da Sombra" foi bem recebido pelo público.
ilustrada
Cineasta investiga em obras Rondon, butô e poeta que inspirou João CabralQual ligação pode haver entre a expedição pela Amazônia do marechal Rondon e de Theodore Roosevelt, então ex-presidente dos EUA, e a construção de um casarão por um arquiteto japonês em Mogi das Cruzes (SP)? De que modo esses dois episódios estão ligados à vida do poeta pernambucano Joaquim Cardoso, grande inspiração de João Cabral de Melo Neto? A resposta para essas questões está no trabalho do cineasta carioca Joel Pizzini, 57. As três histórias se concentram na primeira metade do século 20. "Essa relação com a memória está no meu sangue", diz o diretor, que se notabilizou por filmes como "500 Almas", vencedor do Festival de Brasília de 2004, e "Olho Nu" (2012), documentário sobre o cantor Ney Matogrosso. Dos três projetos, o mais ambicioso é "Rio da Dúvida", que recria a expedição científica conduzida por Cândido Rondon (1865-1958) nos anos de 1913 e 1914. Com o sertanista e militar brasileiro, estavam Roosevelt, que havia sido o principal mandatário dos EUA entre 1901 e 1909, e uma equipe de apoio. Todos buscavam a foz de um rio na Amazônia, o rio da Dúvida. "Havia um choque de culturas", conta Pizzini. "Durante a viagem, ocorreu um assassinato. Roosevelt queria fuzilar o criminoso, mas Rondon impediu. Disse que não existia pena de morte no Brasil." O cineasta se refere ao longa-metragem "Rio da Dúvida" como um "documentário de invenção". Para Pizzini, trata-se de "uma modalidade de filme que valoriza a subjetividade, a recriação da história e a ressignificação dos materiais de arquivo". Imagens inéditas da expedição, obtidas em instituições como a Biblioteca do Congresso dos EUA, em Washington, e o Museu do Índio, no Rio, poderão ser vistas ao longo do filme em alternância com passagens em que atores encenam momentos da viagem. "Rondon é um personagem muito maior do que a imagem oficial que temos dele. Os índios tinham muito respeito por Rondon", lembra Pizzini. "Era militar e pacifista ao mesmo tempo. Carlos Drummond de Andrade o chamava de 'o militar suave'." Com previsão de conclusão no final deste ano, "Rio da Dúvida" deve ser lançado em 2018. POESIA E DANÇA Em outro projeto, ainda em fase inicial, Pizzini também vai ao começo do século 20, mas o cenário é Pernambuco. O longa "Depois do Trem" retratará o poeta e engenheiro civil Joaquim Cardoso (1897""1978), nascido em Olinda. "Nos livros de João Cabral, meu poeta de cabeceira, sempre lia dedicatórias a Cardoso. Ao pesquisar sua vida, decidi fazer o filme", diz o diretor. Em meio à preparação de "Depois do Trem" e à conclusão de "O Rio da Dúvida", Pizzini levará aos festivais brasileiros o curta "Elogio da Sombra". Espécie de ensaio visual, com diálogo entre cinema e pintura, o filme acompanha os movimentos da dançarina de butô Emilie Sugai em meio às ruínas do Casarão do Chá, obra relevante da arquitetura nipo-brasileira, erguida em Mogi das Cruzes, em 1942. As filmagens foram realizadas há mais de 15 anos, mas ficaram maturando na gaveta do cineasta, até o arremate no início deste ano. Nos anos seguintes às filmagens, o casarão acabou passando por uma restauração. Em sua primeira exibição, em maio, no Festival de Curtas de Oberhausen, na Alemanha, "Elogio da Sombra" foi bem recebido pelo público.
6
'Toma lá, dá cá' em Brasília é 'quase sexo explícito', diz Celso Amorim
O ex-ministro das Relações Exteriores e da Defesa Celso Amorim diz que uma reforma política precisa estar na plataforma do próximo presidente do Brasil e que mudar o sistema eleitoral é essencial para coibir a troca de favores entre Planalto e Congresso em Brasília, realizada sem cerimônia, "na frente de todo mundo". "Nunca vi uma coisa assim tão escancarada. É quase sexo explícito", diz em entrevista à BBC Brasil, em seu apartamento com vista para a Praia de Copacabana, na zona sul do Rio. Chanceler mais longevo da história brasileira, durante todo o governo Lula e em parte do governo de Itamar Franco, Amorim faz duras críticas à política externa do governo Temer e do atual ministro Aloysio Nunes (PSDB). Após os anos de aumento da influência global no governo Lula, Amorim diz que o Brasil saiu de cena e está "cumprindo tabela". "Nos melhores momentos, (a política externa) é passiva. Nos piores, é desastrada", afirma, considerando um erro a postura adotada em relação à Venezuela. Para Amorim, ao fazer uma crítica "tão frontal" ao governo de Nicolás Maduro, o governo brasileiro perdeu a possibilidade de diálogo, interlocução ou intermediação de conflitos. Mesmo diante do acirramento da crise na Venezuela, o ex-ministro não faz mea-culpa em relação à proximidade gestada entre o governo Lula e de Hugo Chávez, o líder venezuelano à época. Nem vê problemas na estratégia de aproximação com países africanos que abriu as portas para negócios brasileiros - entre eles, lucrativos contratos com a construtora Odebrecht, que, como se descobriria mais tarde, pagou mais de R$ 1 bilhão em benefícios ilegais em Moçambique e Angola. "O que as empresas brasileiras fizeram, eu não sei. E não sabia. Agora, também posso dizer que não é diferente do que fizeram empresas francesas, espanholas, americanas", afirma ele, dizendo que casos de corrupção internacionais estão longe de ser exclusividade brasileira e o que o Brasil estaria cometendo que chama de "automortificação" no escrutínio global a suas empresas. Apesar dos cinco processos enfrentados pelo ex-presidente Lula, Amorim considera que "não pode haver um cenário presidencial" sem o petista em 2018. Para o chanceler, ele próprio filiado ao PT, Lula seria a única pessoa com capacidade para derrotar "as ameaças de direita e de extrema-direita". Ele considera as acusações contra o ex-presidente "ridículas" e "descabidas". "Tenho certeza que nenhuma dessas acusações se sustentará. Acho que as pessoas percebem que as acusações são infundadas", considera. "Acho que o povo não vai cair nessa, e que o Lula tem muita chance de ser eleito." Leia abaixo os principais trechos da entrevista. * BBC Brasil - Primeiro queria saber como o senhor vê a política externa do Brasil no momento. A gente viu muitas guinadas no país ao longo do último ano e agora o governo acaba de assumir a presidência do Mercosul... Celso Amorim - (interrompendo) Mal se percebe, não? Como o senhor vê o papel que o Brasil está desempenhando? A política externa obviamente teve uma queda brutal. Você não percebe mais a presença do Brasil. Eu me recordo que, quando presidia reuniões do Mercosul, eram entrevistas sem parar, jornais, canais de TV, sempre tinha uma coisa nova, algo palpitante, ainda que fosse para criticar. Agora, não tem nada. Dá impressão que você está cumprindo tabela. O Brasil estava presente em quase tudo que aconteceu de importante no mundo, da Rodada de Doha às questões da reforma da ONU, passando pelo Oriente Médio, Teerã, integração da América do Sul... Hoje, o que eu vejo é uma coisa passiva. Nos melhores momentos é passiva. Nos piores, é desastrada. O Brasil assume o Mercosul em um momento de crise acirrada na Venezuela. A situação está crítica, com a eleição da Assembleia Constituinte convocada pelo presidente Nicolás Maduro marcada para domingo. Como o senhor vê as ações do Brasil em relação à Venezuela? O governo brasileiro adotou uma posição de crítica tão frontal ao governo venezuelano que deixou de ser um interlocutor. Na situação atual, o Brasil sumiu. Porque se colocou em uma posição em que não há diálogo. E em vez de ter presente que o mais importante é a paz na Venezuela, a paz social e política, resolveu tomar um lado, e o lado contrário ao do governo. Eu não vou entrar nem no mérito das posições do governo Maduro, mas se você quer agir como um país que tem influência, você não pode tomar partido. Mas havia muitas críticas à proximidade dos governo do PT em relação ao ex-presidente Hugo Chávez e de Maduro, à falta de posicionamento em relação a violações de direitos humanos e de liberdades democráticas. Isso é totalmente injusto. Claro que Lula, nós todos, tínhamos simpatia pelo desejo do Chávez de afirmar uma independência em relação aos EUA, e de fazer um governo mais voltado para a população pobre. Agora, veja bem. Quando havia um problema sério entre Colômbia e Venezuela, o Uribe (o ex-presidente colombiano Álvaro Uribe) vinha correndo falar com o Lula. Nós tínhamos diálogos com todos. Essa ideia de que a gente passava a mão na cabeça dos bolivarianos, de que o Brasil era leniente, é totalmente errada. Havia uma proximidade. Havia muito esforço de persuasão. O Brasil criou o Grupo de Países Amigos da Venezuela, teve uma liderança indiscutível. Foi o Brasil que convenceu, persuadiu, com jeito, sem agressividade, o presidente Chávez a fazer o referendo revogatório e a aceitar que a OEA (Organização dos Estados Americanos) fosse observadora. Algo impensável hoje, devido ao clima de hostilidade. É fundamental o diálogo na Venezuela. É dificílimo, mas tem que haver. Não adianta você apoiar a solução do governo ou da oposição. Você tem que trabalhar pelo diálogo. O senhor não faz nenhuma autocrítica pelo fato de o governo Lula nunca ter questionado tendências antidemocráticas na Venezuela, ainda mais agora que a situação se agravou tanto? Não, não faço, porque não somos nós que temos que decidir para onde vai o povo venezuelano. A gente pode atuar numa crise para facilitar o diálogo. Coisa que o presidente Lula sempre tentou fazer. Mas há um limite do que você pode fazer. Dentro do próprio PT há um racha em relação à questão da Constituinte, com a presidente atual do partido, Gleisi Hoffmann, declarando apoio à convocação feita por Maduro, e outros quadros do partido desconfortáveis com esse apoio público. Como o senhor vê essa questão? Eu não sei se tem um racha. O PT não tem força para fazer isso (influir na questão). Você tem que perguntar ao governo. O governo é que tem força para agir de uma maneira ou de outra. Você tem trabalhar pelo diálogo, e o governo não está tentando fazer nada parecido com isso. O PT está fazendo uma manifestação de simpatia. Embora eu ache que a Constituinte não vá resolver problema nenhum, eu até entendo (esse movimento). Tem que haver um pouco de entendimento, e no momento não há nenhum. O importante é você tentar promover um diálogo, que é difícil. Mas diplomacia é para isso, para as coisas difíceis. O senhor é filiado ao PT. Se não concorda com a Constituinte, lhe causa desconforto a defesa pública do partido? Sou filiado, mas não sou do diretório, não participo das decisões. Não vou dizer que causa desconforto. Eu acho que a Constituinte não vai solucionar o problema e é passível de críticas. Mas não estou no governo, não tenho como influir. Se tivesse, eu me manifestaria. O (ex-presidente da Espanha José Luiz Rodríguez) Zapatero, o (presidente colombiano Juan Manuel) Santos, essas pessoas estão tentando mediar. Tem que se fazer as coisas de outra maneira. Teria talvez que chamar Cuba para participar. Mas qual é o diálogo que o governo brasileiro tem com Cuba, se Cuba nem sequer dá agrément (consentimento à nomeação de diplomata estrangeiro para atuar no território de um país) para o embaixador brasileiro? Isso tem a ver com a falta de legitimidade do governo atual. Você não dá um golpe impunemente. Você pode conseguir o poder, mas paga um preço. Após o impeachment, a ex-presidente Dilma Rousseff visitou diversos países para falar sobre seu afastamento e transmitir a perspectiva do PT de que ela foi vítima de um golpe. O senhor acha que a comunidade estrangeira se convenceu de que teria havido um golpe? Olha, eu acho que essas coisas semânticas... Eu, pessoalmente, acho que foi um golpe. As formalidades foram seguidas, o Supremo Tribunal Federal e o Congresso estão funcionando, então não é um golpe militar, claro. Mas se você teve uma eleição que elegeu uma chapa com um determinado projeto de país –pode até ter errado na execução, isso é outro problema– mas um projeto que pressupõe maior inclusão social, autonomia na política internacional, não incluía privatizações como as que estão sendo feitas agora, nada disso. E você substitui, através do impeachment, por um projeto oposto –isso é um golpe, a meu ver. Ainda que os meios não tenham sido ilegais do ponto de vista formal. Como você pode comparar o Lula, um homem que a maioria ainda responde que foi o melhor presidente do país, com o Eduardo Cunha, gente? A sensação que eu vejo fora do Brasil é de perplexidade. As pessoas nem entendem o que está acontecendo no Brasil. As condenações do Lula são percebidas como uma coisa política, direcionada. Como você pode comparar o Lula, um homem que a maioria ainda responde que foi o melhor presidente do país, com o Eduardo Cunha, gente? O sujeito tinha contas na Suíça, é um manipulador. São entidades totalmente diferentes. Isso já mostra que a cabeça dessa pessoa que julgou não é uma cabeça... sei lá. Não vou falar mais nada. Mas o Lula foi condenado em primeira instância pelo juiz Sergio Moro e enfrenta quatro outros processos. Como o senhor vê a sucessão presidencial para 2018? Primeiramente, eu presumo que não pode haver um cenário presidencial sem o Lula. Nessa coisa não tem que ter plano B. As eleições de 2018 serão muito importantes, e temos riscos até da (ascensão de um candidato de) extrema-direita, graças à campanha feita no Brasil. O objetivo foi desmoralizar o PT, mas desmoralizou a política. Os candidatos que se apresentam como não-políticos, da extrema-direita ou da direita mesmo, podem se beneficiar disso. O Lula é a única pessoa que tem capacidade de mobilizar o povo para derrotar essas ameaças de direita e de extrema-direita. O Lula é a única pessoa que tem capacidade de mobilizar o povo para derrotar essas ameaças de direita e de extrema-direita. Não é nem para ganhar do PSDB tradicional, não, é para ganhar de pessoas que são antipolíticas e antidemocráticas. Mas para além das dúvidas que pairam sobre o futuro político do Lula, ele enfrenta uma série de acusações de corrupção. Como isso se concilia com a ética demandada por um candidato a presidente? Mas você tem que se perguntar por que esses processos foram abertos. Não existe materialidade do crime. "Por que tinha intenção?" Como é que você faz uma relação de causa e efeito para aferir um eventual benefício para uma empresa? São coisas totalmente descabidas. Criminalizaram o fato de o Lula receber determinada quantia pelas palestras que fez. Gente, isso é o que faz o Clinton, o Bush... já que a gente gosta de ver exemplos fora. Quase todos esses líderes têm uma fundação. Você acha que eles tiraram dinheiro do bolso deles para botar na fundação? O Instituto Lula é auditado com uma lupa que eu nunca vi aplicada a outros institutos. Eu não tenho nada contra o Instituto Fernando Henrique Cardoso, acho bom que haja. Mas são critérios diferentes, nunca ninguém nunca pensou (em fiscalizar). Mas há acusações muito sérias de corrupção envolvendo o PT –outros partidos também, claro– e o período de governo do Lula, como as centenas de milhões de reais desviados da Petrobras. Eu sei, houve acusações, não tenho como fazer aferições, mas posso falar das impressões que existem. Muitas dessas coisas na Petrobras, que não são defensáveis, já aconteciam antes, e não foram investigadas com o mesmo rigor. Agora o João Vaccari Neto, que era o tesoureiro do PT, acabou de ser absolvido. Claro que depois de você criar uma imagem dessas... As acusações contra o Lula são absolutamente ridículas. Um dos processos tem a ver com a aquisição dos aviões (36 caças suecos comprados durante o governo Dilma). Eu posso dizer para você, e poderia dizer a um juiz, se ele por acaso me chamar: A influência do Lula na compra dos aviões suecos foi zero. Zero. Até porque a preferência de seu governo eram os aviões franceses, porque estávamos com uma aliança estratégica com a França. Mas a escolha das Forças Armadas era pelos caças suecos. A escolha da Aeronáutica era essa. Tudo se amontoa. Em um dos processos, um sujeito se propõe a fazer determinada coisa para ter influência, e aí porque ele propôs, você incrimina a pessoa sobre a qual ele faria o lobby. Tenha dó. A questão é que tem que descobrir alguma coisa sobre o Lula. Tem que inventar. Os outros estão acusados de ter contas na Suíça, tem mala sendo carregada, até filmada. Não tem cabimento. Tenho certeza que nenhuma dessas acusações se sustentará. E acho que as pessoas percebem que as acusações são infundadas. Acho que o povo não vai cair nessa, e que o Lula tem muita chance de ser eleito. Em uma palestra recente em Cabo Verde, o senhor defendeu a necessidade de um entendimento entre os ex-presidentes Lula e Fernando Henrique Cardoso. De que maneira? Isso, um entendimento para fazer a reforma política. Eu acho que tem que fazer parte da plataforma política do próximo presidente convocar uma Constituinte para promover uma reforma política e mudar o sistema eleitoral. Todos os problemas que ocorreram –mensalão, petrolão– estão ligados a financiamento de campanha. E isso está ligado ao alto custo da eleição. Se a eleição for cara, você pode fazer as proibições que fizer que o dinheiro vai continuar aparecendo, seja por caixa 2, caixa 3, caixa 4. Eu respeito o Fernando Henrique, ele não é como a maioria de políticos da centro-direita brasileira. Ele tem influência e pode ajudar a fazer uma reforma política que dê legitimidade ao poder no Brasil. Senão, fica impossível. Com o Congresso sendo eleito da maneira como é eleito hoje, qualquer governante vai ser obrigado a entrar em negociação. Não estou falando de negociar politicamente. Isso é normal. Em qualquer país do mundo, você faz concessões para fazer uma coalizão. Não é isso. O problema é você ter que negociar favores, verba. Como você está vendo agora. Nunca vi uma coisa assim tão escancarada. É quase sexo explícito. O que o senhor diz que é quase sexo explícito? As negociações entre o governo e o Congresso? O toma lá dá cá? Isso. É impressionante. Na frente de todo mundo. Eu nunca vi isso. Falaram tão mal da Dilma, mas a Dilma não mudou a composição de Comissão nenhuma (referência à substituição de última hora de membros da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados em julho para rejeitar denúncia contra Temer). E isso de pessoas do mesmo partido, como o deputado que soube pelo jornal que tinha sido substituído por outro. Recentemente especulou-se na imprensa que o PT poderia indicar o seu nome para se candidatar ao governo do Estado do Rio em 2018. O senhor foi sondado? Está cogitando voltar para a política? Eu nunca saí da vida política, sempre mantive boas relações, mas nunca cheguei a me posicionar como candidato a nada. Fico envaidecido, mas, honestamente, tentando ver de fora e me desvincular emocionalmente, não acho que eu seja um bom nome. Acho que tem que ser uma pessoa mais jovem, que possa enfrentar os problemas atuais. Se eu puder ajudar para que um governo voltado para justiça social e para a autonomia no Brasil ganhe a eleição, farei o que for possível. Mas não sei se uma eventual candidatura ao governo do Rio ajudaria com isso. Eu acho que não. A operação Lava Jato descortinou esquemas de corrupção de empreiteiras, sobretudo da Odebrecht, muito além das fronteiras brasileiras, incluindo nos países africanos dos quais o Brasil se aproximou durante o governo Lula, como parte da política de aproximação Sul-Sul. Diante da corrupção revelada, como o senhor olha para essa estratégia em retrospecto? Olha, o que as empresas brasileiras fizeram, eu não sei. E não sabia. Agora, também posso dizer que não é diferente do que fizeram empresas francesas, espanholas, americanas, porque era como essas empresas agiam. Empresas americanas, alemãs, também foram acusadas disso ou daquilo. A Volkswagen, por exemplo, com aquele software (que mascarava as emissões de carbono). Claro que ninguém vai justificar essas coisas erradas, mas não é por isso que você vai fechar a possibilidade de estar presente em outros países. O nível de colaboração com a justiça estrangeira, com países mais poderosos que o Brasil, é uma coisa que nunca vi acontecer. São assuntos nossos, para serem resolvidos aqui. Se propinas foram pagas, isso é lamentável e tem que ser punido. Mas eu nunca vi uma campanha acirrada, nem da justiça americana, nem da justiça alemã, para destruir todas as suas empresas. Você teria que ir corrigindo as coisas, mandar embora as pessoas ligadas àquelas práticas, e ir consertando. Aqui, o nível de colaboração com a justiça estrangeira, com países mais poderosos que o Brasil, é uma coisa que nunca vi acontecer. São assuntos nossos, para serem resolvidos aqui. O senhor está falando das colaborações para investigar a corrupção no exterior, como da Petrobras e da Odebrecht? Amorim - Sim, porque houve um compartilhamento de dados com a Justiça Americana que teve efeitos graves. Acho que tínhamos que resolver os problemas aqui, e quem quisesse, que viesse pedir para saber mais. Você não vê outros países fazerem isso. Da maneira que foi feito, dá a impressão que só as empresas brasileiras fizeram isso (pagaram propina para obter contratos). Eu não vou nem mencionar os países, mas nós já perdemos concorrências de maneiras muito suspeitas, onde sabíamos que tínhamos condições melhores para determinado contrato. Na hora H ganhava uma outra companhia, de um país europeu ou de uma ex-potência colonial. Um erro não justifica o outro, mas nós fizemos uma automortificação, não é? Você vai sanear as empresas, mas você vai levar muito tempo para recuperar a credibilidade. O senhor acha que a Lava Jato virou uma automortificação? Em boa parte. É muito delicado falar desse assunto, porque eu não quero defender de modo algum as ações erradas que foram praticadas. Agora, eu acho que sim, houve uma automortificação. Na maneira como foi levado, a maneira como a imprensa tratava... Se há uma área em que o Obama falhou, foi na área do comércio, porque ele não fez nenhum esforço para reviver a Rodada de Doha numa época em que isso ainda era possível. Você ter uma ação política em favor de uma empresa é parte da ação comercial de um país no exterior. Por exemplo, a Boeing queria vender o seu avião no Brasil. A Hillary Clinton me escreveu uma carta. A Condoleezza Rice já tinha levantado o assunto comigo. Agora, acho que tudo ficou criminalizado indistintamente. Fez-se uma generalização errada e vai levar muito tempo para que isso seja corrigido. Se convenções internacionais anticorrupção já existem há algum tempo, é porque corrupção havia, né? Acho que isso tinha que ser visto de forma menos ingênua, de modo a não achar que eram só as brasileiras. Ainda que com a punição adequada aqui dentro. O governo do presidente norte-americano Donald Trump acaba de completar seis meses, e lá também o dia a dia tem sido de sucessivas crises. Como o senhor vê o impacto de seu governo até agora? Amorim - Eu não tenho nenhuma simpatia pessoal pelo Trump. Em muitas coisas ele representa um risco, porque a linguagem dele, em vez de apaziguar, atiça conflitos. Mesmo vendo todos os defeitos do Trump, acho que ele fez uma coisa positiva, que foi acabar com a TPP (a Parceria Transpacífico, ou Transpacific Partnership). Se há uma área em que o Obama, na minha opinião, falhou, foi na área do comércio, porque ele não fez nenhum esforço para reviver a Rodada de Doha numa época em que isso ainda era possível. O TPP tinha o objetivo geopolítico de limitar a ação da China. Houve uma fragmentação do comércio internacional na época do Obama. Tudo bem que o Trump não vai defender a OMC (Organização Mundial do Comércio), mas terminar com o TPP eu acho positivo, pelo menos esse realismo nos poupa da conversa fiada em que a mídia entrava, falando que o Brasil está isolado, e é o Brasil é o único país que não tem acordo... mentira. Nenhum dos Brics é parte de nenhum desses acordos. Mas não é bom falar que o Trump está certo porque ele é uma pessoa machista, contra imigrantes, racista. O que está fazendo com o México é uma barbaridade. Eu acho, aliás que a América Latina tem que se posicionar. Por que o Mercosul não dá uma declaração criticando o que o Trump está fazendo com o México? Eu acho, aliás que a América Latina tem que se posicionar. Por que o Mercosul não dá uma declaração criticando o que o Trump está fazendo com o México? Condenando o muro que ele quer construir? O muro, que evidentemente viola os direitos humanos, e também o que eles estão fazendo no Nafta, obrigando o México a fazer mais concessões para manter o acordo. O México já fez vários sacrifícios para entrar para o Nafta. Sobretudo a agricultura mexicana sofreu muito. Cadê a coragem dos que falam mal da Venezuela e do Maduro nesse momento? Não vejo. O mais recente ranking que mede os países com maior soft power no mundo recentemente mostrou que a França ultrapassou os Estados Unidos. Por outro lado, o Brasil caiu e está quase saindo da lista... Quando o Brasil estava fortíssimo! O soft power existe como potencial. Se não há uma diplomacia ativa, ele se perde. Foi o que o governo do presidente Lula procurou fazer. Eu sempre disse que a política externa brasileira era ativa e altiva. O Brasil pode, sim, fazer as coisas. Aquela história do "yes, we can" (o slogan de Barack Obama). Sim, nós podemos. Sim, o Brasil pode trabalhar pela unidade sul-americana. Sim, o Brasil pode trabalhar pela paz na Venezuela. Sim, o Brasil pode fazer um acordo com os Brics. Sim, o Brasil pode ter uma política africana. Pode ter havido erros aqui e ali, mas era isso que nós tentamos fazer. Nem tudo se perde. Alguma coisa fica. E quando a gente tiver um governo mais legítimo, vamos poder novamente usar as coisas que criamos, os Brics, o Ibas (Fórum de Diálogo Índia, Brasil e África do Sul), o diálogo com os árabes, a boa relação com a África. A gente vai poder voltar. O Brasil não é uma empresa. Não basta ter o balanço adequado e estar tendo lucro. O Brasil é um povo. Espero que seja um governo voltado para a justiça social, porque isso é essencial. O Brasil não é uma empresa. Não basta ter o balanço adequado e estar tendo lucro. O Brasil é um povo. E como está esse Brasil hoje? Qual é a sua sensação como brasileiro? Olha, eu seria tentado a fazer uma frase de efeito e dizer: "O Brasil não está". Tirando o período negro da ditadura militar, é o pior momento em que eu já vi o Brasil. Inclusive em matéria de credibilidade internacional. Mas o Brasil é um país grande, a diplomacia tem tradição, as Forças Armadas vão exigir que projetos importantes continuem, temos instituições de primeiríssima qualidade, como a Fiocruz, que luta pela saúde brasileira. O Brasil tem que voltar a ter o peso e a credibilidade que perdeu. Agora, o Brasil está cumprindo tabela. Na realidade, não pode fazer muito mais do que isso. Mas eu acho que vai se recuperar. Agora como, e quando, eu não sei.
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'Toma lá, dá cá' em Brasília é 'quase sexo explícito', diz Celso AmorimO ex-ministro das Relações Exteriores e da Defesa Celso Amorim diz que uma reforma política precisa estar na plataforma do próximo presidente do Brasil e que mudar o sistema eleitoral é essencial para coibir a troca de favores entre Planalto e Congresso em Brasília, realizada sem cerimônia, "na frente de todo mundo". "Nunca vi uma coisa assim tão escancarada. É quase sexo explícito", diz em entrevista à BBC Brasil, em seu apartamento com vista para a Praia de Copacabana, na zona sul do Rio. Chanceler mais longevo da história brasileira, durante todo o governo Lula e em parte do governo de Itamar Franco, Amorim faz duras críticas à política externa do governo Temer e do atual ministro Aloysio Nunes (PSDB). Após os anos de aumento da influência global no governo Lula, Amorim diz que o Brasil saiu de cena e está "cumprindo tabela". "Nos melhores momentos, (a política externa) é passiva. Nos piores, é desastrada", afirma, considerando um erro a postura adotada em relação à Venezuela. Para Amorim, ao fazer uma crítica "tão frontal" ao governo de Nicolás Maduro, o governo brasileiro perdeu a possibilidade de diálogo, interlocução ou intermediação de conflitos. Mesmo diante do acirramento da crise na Venezuela, o ex-ministro não faz mea-culpa em relação à proximidade gestada entre o governo Lula e de Hugo Chávez, o líder venezuelano à época. Nem vê problemas na estratégia de aproximação com países africanos que abriu as portas para negócios brasileiros - entre eles, lucrativos contratos com a construtora Odebrecht, que, como se descobriria mais tarde, pagou mais de R$ 1 bilhão em benefícios ilegais em Moçambique e Angola. "O que as empresas brasileiras fizeram, eu não sei. E não sabia. Agora, também posso dizer que não é diferente do que fizeram empresas francesas, espanholas, americanas", afirma ele, dizendo que casos de corrupção internacionais estão longe de ser exclusividade brasileira e o que o Brasil estaria cometendo que chama de "automortificação" no escrutínio global a suas empresas. Apesar dos cinco processos enfrentados pelo ex-presidente Lula, Amorim considera que "não pode haver um cenário presidencial" sem o petista em 2018. Para o chanceler, ele próprio filiado ao PT, Lula seria a única pessoa com capacidade para derrotar "as ameaças de direita e de extrema-direita". Ele considera as acusações contra o ex-presidente "ridículas" e "descabidas". "Tenho certeza que nenhuma dessas acusações se sustentará. Acho que as pessoas percebem que as acusações são infundadas", considera. "Acho que o povo não vai cair nessa, e que o Lula tem muita chance de ser eleito." Leia abaixo os principais trechos da entrevista. * BBC Brasil - Primeiro queria saber como o senhor vê a política externa do Brasil no momento. A gente viu muitas guinadas no país ao longo do último ano e agora o governo acaba de assumir a presidência do Mercosul... Celso Amorim - (interrompendo) Mal se percebe, não? Como o senhor vê o papel que o Brasil está desempenhando? A política externa obviamente teve uma queda brutal. Você não percebe mais a presença do Brasil. Eu me recordo que, quando presidia reuniões do Mercosul, eram entrevistas sem parar, jornais, canais de TV, sempre tinha uma coisa nova, algo palpitante, ainda que fosse para criticar. Agora, não tem nada. Dá impressão que você está cumprindo tabela. O Brasil estava presente em quase tudo que aconteceu de importante no mundo, da Rodada de Doha às questões da reforma da ONU, passando pelo Oriente Médio, Teerã, integração da América do Sul... Hoje, o que eu vejo é uma coisa passiva. Nos melhores momentos é passiva. Nos piores, é desastrada. O Brasil assume o Mercosul em um momento de crise acirrada na Venezuela. A situação está crítica, com a eleição da Assembleia Constituinte convocada pelo presidente Nicolás Maduro marcada para domingo. Como o senhor vê as ações do Brasil em relação à Venezuela? O governo brasileiro adotou uma posição de crítica tão frontal ao governo venezuelano que deixou de ser um interlocutor. Na situação atual, o Brasil sumiu. Porque se colocou em uma posição em que não há diálogo. E em vez de ter presente que o mais importante é a paz na Venezuela, a paz social e política, resolveu tomar um lado, e o lado contrário ao do governo. Eu não vou entrar nem no mérito das posições do governo Maduro, mas se você quer agir como um país que tem influência, você não pode tomar partido. Mas havia muitas críticas à proximidade dos governo do PT em relação ao ex-presidente Hugo Chávez e de Maduro, à falta de posicionamento em relação a violações de direitos humanos e de liberdades democráticas. Isso é totalmente injusto. Claro que Lula, nós todos, tínhamos simpatia pelo desejo do Chávez de afirmar uma independência em relação aos EUA, e de fazer um governo mais voltado para a população pobre. Agora, veja bem. Quando havia um problema sério entre Colômbia e Venezuela, o Uribe (o ex-presidente colombiano Álvaro Uribe) vinha correndo falar com o Lula. Nós tínhamos diálogos com todos. Essa ideia de que a gente passava a mão na cabeça dos bolivarianos, de que o Brasil era leniente, é totalmente errada. Havia uma proximidade. Havia muito esforço de persuasão. O Brasil criou o Grupo de Países Amigos da Venezuela, teve uma liderança indiscutível. Foi o Brasil que convenceu, persuadiu, com jeito, sem agressividade, o presidente Chávez a fazer o referendo revogatório e a aceitar que a OEA (Organização dos Estados Americanos) fosse observadora. Algo impensável hoje, devido ao clima de hostilidade. É fundamental o diálogo na Venezuela. É dificílimo, mas tem que haver. Não adianta você apoiar a solução do governo ou da oposição. Você tem que trabalhar pelo diálogo. O senhor não faz nenhuma autocrítica pelo fato de o governo Lula nunca ter questionado tendências antidemocráticas na Venezuela, ainda mais agora que a situação se agravou tanto? Não, não faço, porque não somos nós que temos que decidir para onde vai o povo venezuelano. A gente pode atuar numa crise para facilitar o diálogo. Coisa que o presidente Lula sempre tentou fazer. Mas há um limite do que você pode fazer. Dentro do próprio PT há um racha em relação à questão da Constituinte, com a presidente atual do partido, Gleisi Hoffmann, declarando apoio à convocação feita por Maduro, e outros quadros do partido desconfortáveis com esse apoio público. Como o senhor vê essa questão? Eu não sei se tem um racha. O PT não tem força para fazer isso (influir na questão). Você tem que perguntar ao governo. O governo é que tem força para agir de uma maneira ou de outra. Você tem trabalhar pelo diálogo, e o governo não está tentando fazer nada parecido com isso. O PT está fazendo uma manifestação de simpatia. Embora eu ache que a Constituinte não vá resolver problema nenhum, eu até entendo (esse movimento). Tem que haver um pouco de entendimento, e no momento não há nenhum. O importante é você tentar promover um diálogo, que é difícil. Mas diplomacia é para isso, para as coisas difíceis. O senhor é filiado ao PT. Se não concorda com a Constituinte, lhe causa desconforto a defesa pública do partido? Sou filiado, mas não sou do diretório, não participo das decisões. Não vou dizer que causa desconforto. Eu acho que a Constituinte não vai solucionar o problema e é passível de críticas. Mas não estou no governo, não tenho como influir. Se tivesse, eu me manifestaria. O (ex-presidente da Espanha José Luiz Rodríguez) Zapatero, o (presidente colombiano Juan Manuel) Santos, essas pessoas estão tentando mediar. Tem que se fazer as coisas de outra maneira. Teria talvez que chamar Cuba para participar. Mas qual é o diálogo que o governo brasileiro tem com Cuba, se Cuba nem sequer dá agrément (consentimento à nomeação de diplomata estrangeiro para atuar no território de um país) para o embaixador brasileiro? Isso tem a ver com a falta de legitimidade do governo atual. Você não dá um golpe impunemente. Você pode conseguir o poder, mas paga um preço. Após o impeachment, a ex-presidente Dilma Rousseff visitou diversos países para falar sobre seu afastamento e transmitir a perspectiva do PT de que ela foi vítima de um golpe. O senhor acha que a comunidade estrangeira se convenceu de que teria havido um golpe? Olha, eu acho que essas coisas semânticas... Eu, pessoalmente, acho que foi um golpe. As formalidades foram seguidas, o Supremo Tribunal Federal e o Congresso estão funcionando, então não é um golpe militar, claro. Mas se você teve uma eleição que elegeu uma chapa com um determinado projeto de país –pode até ter errado na execução, isso é outro problema– mas um projeto que pressupõe maior inclusão social, autonomia na política internacional, não incluía privatizações como as que estão sendo feitas agora, nada disso. E você substitui, através do impeachment, por um projeto oposto –isso é um golpe, a meu ver. Ainda que os meios não tenham sido ilegais do ponto de vista formal. Como você pode comparar o Lula, um homem que a maioria ainda responde que foi o melhor presidente do país, com o Eduardo Cunha, gente? A sensação que eu vejo fora do Brasil é de perplexidade. As pessoas nem entendem o que está acontecendo no Brasil. As condenações do Lula são percebidas como uma coisa política, direcionada. Como você pode comparar o Lula, um homem que a maioria ainda responde que foi o melhor presidente do país, com o Eduardo Cunha, gente? O sujeito tinha contas na Suíça, é um manipulador. São entidades totalmente diferentes. Isso já mostra que a cabeça dessa pessoa que julgou não é uma cabeça... sei lá. Não vou falar mais nada. Mas o Lula foi condenado em primeira instância pelo juiz Sergio Moro e enfrenta quatro outros processos. Como o senhor vê a sucessão presidencial para 2018? Primeiramente, eu presumo que não pode haver um cenário presidencial sem o Lula. Nessa coisa não tem que ter plano B. As eleições de 2018 serão muito importantes, e temos riscos até da (ascensão de um candidato de) extrema-direita, graças à campanha feita no Brasil. O objetivo foi desmoralizar o PT, mas desmoralizou a política. Os candidatos que se apresentam como não-políticos, da extrema-direita ou da direita mesmo, podem se beneficiar disso. O Lula é a única pessoa que tem capacidade de mobilizar o povo para derrotar essas ameaças de direita e de extrema-direita. O Lula é a única pessoa que tem capacidade de mobilizar o povo para derrotar essas ameaças de direita e de extrema-direita. Não é nem para ganhar do PSDB tradicional, não, é para ganhar de pessoas que são antipolíticas e antidemocráticas. Mas para além das dúvidas que pairam sobre o futuro político do Lula, ele enfrenta uma série de acusações de corrupção. Como isso se concilia com a ética demandada por um candidato a presidente? Mas você tem que se perguntar por que esses processos foram abertos. Não existe materialidade do crime. "Por que tinha intenção?" Como é que você faz uma relação de causa e efeito para aferir um eventual benefício para uma empresa? São coisas totalmente descabidas. Criminalizaram o fato de o Lula receber determinada quantia pelas palestras que fez. Gente, isso é o que faz o Clinton, o Bush... já que a gente gosta de ver exemplos fora. Quase todos esses líderes têm uma fundação. Você acha que eles tiraram dinheiro do bolso deles para botar na fundação? O Instituto Lula é auditado com uma lupa que eu nunca vi aplicada a outros institutos. Eu não tenho nada contra o Instituto Fernando Henrique Cardoso, acho bom que haja. Mas são critérios diferentes, nunca ninguém nunca pensou (em fiscalizar). Mas há acusações muito sérias de corrupção envolvendo o PT –outros partidos também, claro– e o período de governo do Lula, como as centenas de milhões de reais desviados da Petrobras. Eu sei, houve acusações, não tenho como fazer aferições, mas posso falar das impressões que existem. Muitas dessas coisas na Petrobras, que não são defensáveis, já aconteciam antes, e não foram investigadas com o mesmo rigor. Agora o João Vaccari Neto, que era o tesoureiro do PT, acabou de ser absolvido. Claro que depois de você criar uma imagem dessas... As acusações contra o Lula são absolutamente ridículas. Um dos processos tem a ver com a aquisição dos aviões (36 caças suecos comprados durante o governo Dilma). Eu posso dizer para você, e poderia dizer a um juiz, se ele por acaso me chamar: A influência do Lula na compra dos aviões suecos foi zero. Zero. Até porque a preferência de seu governo eram os aviões franceses, porque estávamos com uma aliança estratégica com a França. Mas a escolha das Forças Armadas era pelos caças suecos. A escolha da Aeronáutica era essa. Tudo se amontoa. Em um dos processos, um sujeito se propõe a fazer determinada coisa para ter influência, e aí porque ele propôs, você incrimina a pessoa sobre a qual ele faria o lobby. Tenha dó. A questão é que tem que descobrir alguma coisa sobre o Lula. Tem que inventar. Os outros estão acusados de ter contas na Suíça, tem mala sendo carregada, até filmada. Não tem cabimento. Tenho certeza que nenhuma dessas acusações se sustentará. E acho que as pessoas percebem que as acusações são infundadas. Acho que o povo não vai cair nessa, e que o Lula tem muita chance de ser eleito. Em uma palestra recente em Cabo Verde, o senhor defendeu a necessidade de um entendimento entre os ex-presidentes Lula e Fernando Henrique Cardoso. De que maneira? Isso, um entendimento para fazer a reforma política. Eu acho que tem que fazer parte da plataforma política do próximo presidente convocar uma Constituinte para promover uma reforma política e mudar o sistema eleitoral. Todos os problemas que ocorreram –mensalão, petrolão– estão ligados a financiamento de campanha. E isso está ligado ao alto custo da eleição. Se a eleição for cara, você pode fazer as proibições que fizer que o dinheiro vai continuar aparecendo, seja por caixa 2, caixa 3, caixa 4. Eu respeito o Fernando Henrique, ele não é como a maioria de políticos da centro-direita brasileira. Ele tem influência e pode ajudar a fazer uma reforma política que dê legitimidade ao poder no Brasil. Senão, fica impossível. Com o Congresso sendo eleito da maneira como é eleito hoje, qualquer governante vai ser obrigado a entrar em negociação. Não estou falando de negociar politicamente. Isso é normal. Em qualquer país do mundo, você faz concessões para fazer uma coalizão. Não é isso. O problema é você ter que negociar favores, verba. Como você está vendo agora. Nunca vi uma coisa assim tão escancarada. É quase sexo explícito. O que o senhor diz que é quase sexo explícito? As negociações entre o governo e o Congresso? O toma lá dá cá? Isso. É impressionante. Na frente de todo mundo. Eu nunca vi isso. Falaram tão mal da Dilma, mas a Dilma não mudou a composição de Comissão nenhuma (referência à substituição de última hora de membros da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados em julho para rejeitar denúncia contra Temer). E isso de pessoas do mesmo partido, como o deputado que soube pelo jornal que tinha sido substituído por outro. Recentemente especulou-se na imprensa que o PT poderia indicar o seu nome para se candidatar ao governo do Estado do Rio em 2018. O senhor foi sondado? Está cogitando voltar para a política? Eu nunca saí da vida política, sempre mantive boas relações, mas nunca cheguei a me posicionar como candidato a nada. Fico envaidecido, mas, honestamente, tentando ver de fora e me desvincular emocionalmente, não acho que eu seja um bom nome. Acho que tem que ser uma pessoa mais jovem, que possa enfrentar os problemas atuais. Se eu puder ajudar para que um governo voltado para justiça social e para a autonomia no Brasil ganhe a eleição, farei o que for possível. Mas não sei se uma eventual candidatura ao governo do Rio ajudaria com isso. Eu acho que não. A operação Lava Jato descortinou esquemas de corrupção de empreiteiras, sobretudo da Odebrecht, muito além das fronteiras brasileiras, incluindo nos países africanos dos quais o Brasil se aproximou durante o governo Lula, como parte da política de aproximação Sul-Sul. Diante da corrupção revelada, como o senhor olha para essa estratégia em retrospecto? Olha, o que as empresas brasileiras fizeram, eu não sei. E não sabia. Agora, também posso dizer que não é diferente do que fizeram empresas francesas, espanholas, americanas, porque era como essas empresas agiam. Empresas americanas, alemãs, também foram acusadas disso ou daquilo. A Volkswagen, por exemplo, com aquele software (que mascarava as emissões de carbono). Claro que ninguém vai justificar essas coisas erradas, mas não é por isso que você vai fechar a possibilidade de estar presente em outros países. O nível de colaboração com a justiça estrangeira, com países mais poderosos que o Brasil, é uma coisa que nunca vi acontecer. São assuntos nossos, para serem resolvidos aqui. Se propinas foram pagas, isso é lamentável e tem que ser punido. Mas eu nunca vi uma campanha acirrada, nem da justiça americana, nem da justiça alemã, para destruir todas as suas empresas. Você teria que ir corrigindo as coisas, mandar embora as pessoas ligadas àquelas práticas, e ir consertando. Aqui, o nível de colaboração com a justiça estrangeira, com países mais poderosos que o Brasil, é uma coisa que nunca vi acontecer. São assuntos nossos, para serem resolvidos aqui. O senhor está falando das colaborações para investigar a corrupção no exterior, como da Petrobras e da Odebrecht? Amorim - Sim, porque houve um compartilhamento de dados com a Justiça Americana que teve efeitos graves. Acho que tínhamos que resolver os problemas aqui, e quem quisesse, que viesse pedir para saber mais. Você não vê outros países fazerem isso. Da maneira que foi feito, dá a impressão que só as empresas brasileiras fizeram isso (pagaram propina para obter contratos). Eu não vou nem mencionar os países, mas nós já perdemos concorrências de maneiras muito suspeitas, onde sabíamos que tínhamos condições melhores para determinado contrato. Na hora H ganhava uma outra companhia, de um país europeu ou de uma ex-potência colonial. Um erro não justifica o outro, mas nós fizemos uma automortificação, não é? Você vai sanear as empresas, mas você vai levar muito tempo para recuperar a credibilidade. O senhor acha que a Lava Jato virou uma automortificação? Em boa parte. É muito delicado falar desse assunto, porque eu não quero defender de modo algum as ações erradas que foram praticadas. Agora, eu acho que sim, houve uma automortificação. Na maneira como foi levado, a maneira como a imprensa tratava... Se há uma área em que o Obama falhou, foi na área do comércio, porque ele não fez nenhum esforço para reviver a Rodada de Doha numa época em que isso ainda era possível. Você ter uma ação política em favor de uma empresa é parte da ação comercial de um país no exterior. Por exemplo, a Boeing queria vender o seu avião no Brasil. A Hillary Clinton me escreveu uma carta. A Condoleezza Rice já tinha levantado o assunto comigo. Agora, acho que tudo ficou criminalizado indistintamente. Fez-se uma generalização errada e vai levar muito tempo para que isso seja corrigido. Se convenções internacionais anticorrupção já existem há algum tempo, é porque corrupção havia, né? Acho que isso tinha que ser visto de forma menos ingênua, de modo a não achar que eram só as brasileiras. Ainda que com a punição adequada aqui dentro. O governo do presidente norte-americano Donald Trump acaba de completar seis meses, e lá também o dia a dia tem sido de sucessivas crises. Como o senhor vê o impacto de seu governo até agora? Amorim - Eu não tenho nenhuma simpatia pessoal pelo Trump. Em muitas coisas ele representa um risco, porque a linguagem dele, em vez de apaziguar, atiça conflitos. Mesmo vendo todos os defeitos do Trump, acho que ele fez uma coisa positiva, que foi acabar com a TPP (a Parceria Transpacífico, ou Transpacific Partnership). Se há uma área em que o Obama, na minha opinião, falhou, foi na área do comércio, porque ele não fez nenhum esforço para reviver a Rodada de Doha numa época em que isso ainda era possível. O TPP tinha o objetivo geopolítico de limitar a ação da China. Houve uma fragmentação do comércio internacional na época do Obama. Tudo bem que o Trump não vai defender a OMC (Organização Mundial do Comércio), mas terminar com o TPP eu acho positivo, pelo menos esse realismo nos poupa da conversa fiada em que a mídia entrava, falando que o Brasil está isolado, e é o Brasil é o único país que não tem acordo... mentira. Nenhum dos Brics é parte de nenhum desses acordos. Mas não é bom falar que o Trump está certo porque ele é uma pessoa machista, contra imigrantes, racista. O que está fazendo com o México é uma barbaridade. Eu acho, aliás que a América Latina tem que se posicionar. Por que o Mercosul não dá uma declaração criticando o que o Trump está fazendo com o México? Eu acho, aliás que a América Latina tem que se posicionar. Por que o Mercosul não dá uma declaração criticando o que o Trump está fazendo com o México? Condenando o muro que ele quer construir? O muro, que evidentemente viola os direitos humanos, e também o que eles estão fazendo no Nafta, obrigando o México a fazer mais concessões para manter o acordo. O México já fez vários sacrifícios para entrar para o Nafta. Sobretudo a agricultura mexicana sofreu muito. Cadê a coragem dos que falam mal da Venezuela e do Maduro nesse momento? Não vejo. O mais recente ranking que mede os países com maior soft power no mundo recentemente mostrou que a França ultrapassou os Estados Unidos. Por outro lado, o Brasil caiu e está quase saindo da lista... Quando o Brasil estava fortíssimo! O soft power existe como potencial. Se não há uma diplomacia ativa, ele se perde. Foi o que o governo do presidente Lula procurou fazer. Eu sempre disse que a política externa brasileira era ativa e altiva. O Brasil pode, sim, fazer as coisas. Aquela história do "yes, we can" (o slogan de Barack Obama). Sim, nós podemos. Sim, o Brasil pode trabalhar pela unidade sul-americana. Sim, o Brasil pode trabalhar pela paz na Venezuela. Sim, o Brasil pode fazer um acordo com os Brics. Sim, o Brasil pode ter uma política africana. Pode ter havido erros aqui e ali, mas era isso que nós tentamos fazer. Nem tudo se perde. Alguma coisa fica. E quando a gente tiver um governo mais legítimo, vamos poder novamente usar as coisas que criamos, os Brics, o Ibas (Fórum de Diálogo Índia, Brasil e África do Sul), o diálogo com os árabes, a boa relação com a África. A gente vai poder voltar. O Brasil não é uma empresa. Não basta ter o balanço adequado e estar tendo lucro. O Brasil é um povo. Espero que seja um governo voltado para a justiça social, porque isso é essencial. O Brasil não é uma empresa. Não basta ter o balanço adequado e estar tendo lucro. O Brasil é um povo. E como está esse Brasil hoje? Qual é a sua sensação como brasileiro? Olha, eu seria tentado a fazer uma frase de efeito e dizer: "O Brasil não está". Tirando o período negro da ditadura militar, é o pior momento em que eu já vi o Brasil. Inclusive em matéria de credibilidade internacional. Mas o Brasil é um país grande, a diplomacia tem tradição, as Forças Armadas vão exigir que projetos importantes continuem, temos instituições de primeiríssima qualidade, como a Fiocruz, que luta pela saúde brasileira. O Brasil tem que voltar a ter o peso e a credibilidade que perdeu. Agora, o Brasil está cumprindo tabela. Na realidade, não pode fazer muito mais do que isso. Mas eu acho que vai se recuperar. Agora como, e quando, eu não sei.
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Cientistas estudam polvo que faz sexo selvagem e dá 'beijo na boca'
Os cientistas estão aprendendo novos detalhes sobre o comportamento de um curioso polvo que assusta sua presa antes de atraí-la para seus mortíferos braços e acasala abraçado à sua parceira, com quem parece trocar beijos de amor, segundo estudo divulgado nesta quarta-feira (12). Este polvo-listrado do Pacífico, de grande tamanho e descoberto pela primeira vez na América Central na década de 1970, também tem preferência pelo "sexo selvagem" e pela vida em grupo, revelou uma pesquisa divulgada pela publicação especializada PLOS ONE. Os cientistas descobriram que os moluscos não só têm uma forma furtiva de capturar camarões, estendendo um braço para tocá-los e aproveitar sua tentativa de escapar para agarrá-los com seus outros braços, além de andar muito mais em grupo do que as outras 300 espécies conhecidas de polvo, que costumam ser solitários. Este polvo-listrado foi visto em grupos de até 40 espécies nas costas do Pacífico da Nicarágua e do Panamá, segundo o estudo liderado pelo biólogo marinho Roy Caldwell, da Universidade da Califórnia. Diferente de outros polvos, que "depositam o esperma nas fêmeas com a extremidade de seus braços" por temor de que esta fique agressiva –geralmente as fêmeas matam o macho no momento da reprodução– esta espécie convive com sua parceira durante dias, divide os alimentos com ela e os dois "praticam sexo selvagem", segundo o comunicado da universidade. "O casal se abraça, ventosas contra ventosas e emparelham boca contra boca, como se estivessem se beijando", afirmaram os cientistas. A maioria das fêmeas da espécie morre depois de depositar uma série de ovos, mas a espécie listrada do Pacífico copula mais de uma vez e põe ovos durante vários meses. "Nunca vi algo como isso", afirmou Caldwell. A espécie –que ainda não foi batizada formalmente e é simplesmente conhecida como grande polvo-listrado do Pacífico- deve ser inscrita oficialmente na literatura científica. Eles vivem em uma profundidade de 40 a 50 metros em águas barrentas na foz de rios, abrigando-se provavelmente em cavidades rochosas ou conchas vazias. As fêmeas podem superar os sete centímetros de diâmetro, contra 4,5 centímetros no caso dos machos. Têm cores muito contrastadas, do branco até o preto, com listras e manchas, e textura lisa ou rugosa. Os pesquisadores trabalharam com 24 espécimes vivas que observaram em seus laboratórios da Academia da Califórnia e da Universidade da Califórnia, em Berkeley.
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Cientistas estudam polvo que faz sexo selvagem e dá 'beijo na boca'Os cientistas estão aprendendo novos detalhes sobre o comportamento de um curioso polvo que assusta sua presa antes de atraí-la para seus mortíferos braços e acasala abraçado à sua parceira, com quem parece trocar beijos de amor, segundo estudo divulgado nesta quarta-feira (12). Este polvo-listrado do Pacífico, de grande tamanho e descoberto pela primeira vez na América Central na década de 1970, também tem preferência pelo "sexo selvagem" e pela vida em grupo, revelou uma pesquisa divulgada pela publicação especializada PLOS ONE. Os cientistas descobriram que os moluscos não só têm uma forma furtiva de capturar camarões, estendendo um braço para tocá-los e aproveitar sua tentativa de escapar para agarrá-los com seus outros braços, além de andar muito mais em grupo do que as outras 300 espécies conhecidas de polvo, que costumam ser solitários. Este polvo-listrado foi visto em grupos de até 40 espécies nas costas do Pacífico da Nicarágua e do Panamá, segundo o estudo liderado pelo biólogo marinho Roy Caldwell, da Universidade da Califórnia. Diferente de outros polvos, que "depositam o esperma nas fêmeas com a extremidade de seus braços" por temor de que esta fique agressiva –geralmente as fêmeas matam o macho no momento da reprodução– esta espécie convive com sua parceira durante dias, divide os alimentos com ela e os dois "praticam sexo selvagem", segundo o comunicado da universidade. "O casal se abraça, ventosas contra ventosas e emparelham boca contra boca, como se estivessem se beijando", afirmaram os cientistas. A maioria das fêmeas da espécie morre depois de depositar uma série de ovos, mas a espécie listrada do Pacífico copula mais de uma vez e põe ovos durante vários meses. "Nunca vi algo como isso", afirmou Caldwell. A espécie –que ainda não foi batizada formalmente e é simplesmente conhecida como grande polvo-listrado do Pacífico- deve ser inscrita oficialmente na literatura científica. Eles vivem em uma profundidade de 40 a 50 metros em águas barrentas na foz de rios, abrigando-se provavelmente em cavidades rochosas ou conchas vazias. As fêmeas podem superar os sete centímetros de diâmetro, contra 4,5 centímetros no caso dos machos. Têm cores muito contrastadas, do branco até o preto, com listras e manchas, e textura lisa ou rugosa. Os pesquisadores trabalharam com 24 espécimes vivas que observaram em seus laboratórios da Academia da Califórnia e da Universidade da Califórnia, em Berkeley.
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Veja quiz com questões do Enem baseadas em reportagens da Folha
Na reta final de preparação para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), que ocorre nos próximos 24 e 25 de outubro, educadores recomendam refazer provas antigas do exame. Isso é importante para o estudante se familiarizar com o tipo de questão e tirar as últimas dúvidas. Para ajudar no treino dos cerca de 7,8 milhões de candidatos inscritos na prova deste ano, a Folha selecionou dez questões de múltipla escolha que caíram nos exames de 2009 a 2014. Todas elas foram baseadas em reportagens, artigos e charges publicados no jornal. As questões selecionadas são das áreas de linguagens e códigos, ciências humanas e matemática. Quiz Enem 2015
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Veja quiz com questões do Enem baseadas em reportagens da FolhaNa reta final de preparação para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), que ocorre nos próximos 24 e 25 de outubro, educadores recomendam refazer provas antigas do exame. Isso é importante para o estudante se familiarizar com o tipo de questão e tirar as últimas dúvidas. Para ajudar no treino dos cerca de 7,8 milhões de candidatos inscritos na prova deste ano, a Folha selecionou dez questões de múltipla escolha que caíram nos exames de 2009 a 2014. Todas elas foram baseadas em reportagens, artigos e charges publicados no jornal. As questões selecionadas são das áreas de linguagens e códigos, ciências humanas e matemática. Quiz Enem 2015
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34,9% dos usuários do Bolsa Família não sabem sacar dinheiro, diz estudo
Beneficiária do Bolsa Família há três anos, Ruth Silva, 23, tem dificuldades para sacar no caixa eletrônico o pouco mais de R$ 100 que recebe por mês. Moradora de São Fidélis, no norte do Estado do Rio de Janeiro, ela tinha dúvidas simples, desde como colocar o cartão, selecionar a quantia do saque e digitar a senha. "Nunca tinha lidado com isso. Para receber [o benefício do Bolsa Família], prefiro ir direto à lotérica", afirma a dona de casa, que tem um filho de três anos e uma enteada de 12. O marido não tem renda fixa e trabalha como pedreiro e na lavoura. Ruth faz parte dos 63,9% de 2.389 participantes de programas de renda de quatro municípios do Rio que não sabiam (34,9%) ou não se sentiam seguros (29%) em usar o cartão do beneficio em caixas eletrônicos. Beneficiários com tais dificuldades foram convidados a participar de um treinamento promovido pela Fundación Capital, da Colômbia, que atua em educação financeira para a base da pirâmide. Em parceria com o governo do Rio, foi realizada de setembro a dezembro do ano passado a Iniciativa Lista: Educação Financeira em Grande Escala. O programa distribuiu tablets entre beneficiários do Bolsa Família e do Renda Melhor, iniciativa estadual, nos municípios de Búzios, Magé, São Fidélis e Nova Iguaçu. Os usuários aprendem por meio de um aplicativo conceitos de educação financeira e ensinamentos práticos. "Muitos terceirizavam o uso do caixa eletrônico", explica Camille Bemerguy, representante da fundação no Brasil. "No simulador, eles podem testar, errar, acertar e ir adquirindo confiança. Isso promove segurança para essas famílias e gera empoderamento." Para aprender a mexer no caixa eletrônico pelo aplicativo, Ruth diz que "quebrou a cabeça". "Tinha medo de bloquear o cartão." Assim como os outros participantes, a dona de casa ficou dois dias com o tablet em casa. E agora espera a hora de testar as novas habilidades no banco e se juntar aos 64% dos beneficiários que dizem usar o caixa eletrônico com tranquilidade. POUPANÇA Outro foco da iniciativa era ensinar as famílias a planejarem seu orçamento. "O projeto desmistifica que a população de baixa renda, por causa do recurso escasso, não consegue se organizar", afirma Camille. O sonho de Adriana Souza, 44, que recebe R$ 67 do Bolsa Família, é construir uma segunda casa em seu terreno, em São Fidélis, para deixar para os filhos. Antes, no entanto, quer quitar dívidas. "Estou mais controlada. Faço a lista do que gasto, vejo o que posso comprar", conta. "Agora, sei que vale comprar o produto mais caro porque rende mais." Já Ruth, que completou o ensino médio, quer economizar para investir nos estudos do filho, para que ele consiga entrar em uma boa faculdade. "Já faço o planejamento. Aprendi a cortar os gastos desnecessários." A exemplo de Ruth, 40,2% dos beneficiários ouvidos pela iniciativa de educação financeira pretendem poupar para educação da família. Outros 31,9% desejam investir em moradia, como Adriana. Gastos com saúde (14,2%), investimento em negócio próprio (8,2%) e velhice (5,5%) são as outras intenções citadas. O estudo detectou que a dificuldade em guardar dinheiro se deve a uma percepção de que não se pode poupar pequenas quantias. "Eles viram que é possível economizar mesmo tendo pouco. Já me falaram: 'Se eu guardar R$ 1 por dia, vou ter R$ 30 no fim do mês para comprar um bolo de aniversário para o meu filho'", relata a estudante de serviço social Natanny de Souza, 23, pesquisadora que fez o trabalho de campo. Apenas 26,9% dos entrevistados dizem fazer poupança mensalmente. Após as lições do programa, o percentual dos que pretendiam poupar a cada mês subiu para 55,1%. "Acho que seria até criminoso dizer para uma população que recebe tão pouco consumir menos para poupar. Quando a gente fala de poupança, é no sentido de se planejar", afirma Camille. Segundo ela, tal planejamento já acontece entre os beneficiários de programas de transferência de renda, mas de maneira pouco efetiva. "Quando recebem um recurso, automaticamente separam o que vai para educação, para emergência. A gente quer que passem a fazer isso de forma mais eficiente para alcançar objetivos." A iniciativa começou na Colômbia, onde a Fundación Capital atua desde 2009. Lá, virou política pública. "Talvez isso também aconteça no Rio. Nos outros Estados, ainda estamos conversando", explica Camille.
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34,9% dos usuários do Bolsa Família não sabem sacar dinheiro, diz estudoBeneficiária do Bolsa Família há três anos, Ruth Silva, 23, tem dificuldades para sacar no caixa eletrônico o pouco mais de R$ 100 que recebe por mês. Moradora de São Fidélis, no norte do Estado do Rio de Janeiro, ela tinha dúvidas simples, desde como colocar o cartão, selecionar a quantia do saque e digitar a senha. "Nunca tinha lidado com isso. Para receber [o benefício do Bolsa Família], prefiro ir direto à lotérica", afirma a dona de casa, que tem um filho de três anos e uma enteada de 12. O marido não tem renda fixa e trabalha como pedreiro e na lavoura. Ruth faz parte dos 63,9% de 2.389 participantes de programas de renda de quatro municípios do Rio que não sabiam (34,9%) ou não se sentiam seguros (29%) em usar o cartão do beneficio em caixas eletrônicos. Beneficiários com tais dificuldades foram convidados a participar de um treinamento promovido pela Fundación Capital, da Colômbia, que atua em educação financeira para a base da pirâmide. Em parceria com o governo do Rio, foi realizada de setembro a dezembro do ano passado a Iniciativa Lista: Educação Financeira em Grande Escala. O programa distribuiu tablets entre beneficiários do Bolsa Família e do Renda Melhor, iniciativa estadual, nos municípios de Búzios, Magé, São Fidélis e Nova Iguaçu. Os usuários aprendem por meio de um aplicativo conceitos de educação financeira e ensinamentos práticos. "Muitos terceirizavam o uso do caixa eletrônico", explica Camille Bemerguy, representante da fundação no Brasil. "No simulador, eles podem testar, errar, acertar e ir adquirindo confiança. Isso promove segurança para essas famílias e gera empoderamento." Para aprender a mexer no caixa eletrônico pelo aplicativo, Ruth diz que "quebrou a cabeça". "Tinha medo de bloquear o cartão." Assim como os outros participantes, a dona de casa ficou dois dias com o tablet em casa. E agora espera a hora de testar as novas habilidades no banco e se juntar aos 64% dos beneficiários que dizem usar o caixa eletrônico com tranquilidade. POUPANÇA Outro foco da iniciativa era ensinar as famílias a planejarem seu orçamento. "O projeto desmistifica que a população de baixa renda, por causa do recurso escasso, não consegue se organizar", afirma Camille. O sonho de Adriana Souza, 44, que recebe R$ 67 do Bolsa Família, é construir uma segunda casa em seu terreno, em São Fidélis, para deixar para os filhos. Antes, no entanto, quer quitar dívidas. "Estou mais controlada. Faço a lista do que gasto, vejo o que posso comprar", conta. "Agora, sei que vale comprar o produto mais caro porque rende mais." Já Ruth, que completou o ensino médio, quer economizar para investir nos estudos do filho, para que ele consiga entrar em uma boa faculdade. "Já faço o planejamento. Aprendi a cortar os gastos desnecessários." A exemplo de Ruth, 40,2% dos beneficiários ouvidos pela iniciativa de educação financeira pretendem poupar para educação da família. Outros 31,9% desejam investir em moradia, como Adriana. Gastos com saúde (14,2%), investimento em negócio próprio (8,2%) e velhice (5,5%) são as outras intenções citadas. O estudo detectou que a dificuldade em guardar dinheiro se deve a uma percepção de que não se pode poupar pequenas quantias. "Eles viram que é possível economizar mesmo tendo pouco. Já me falaram: 'Se eu guardar R$ 1 por dia, vou ter R$ 30 no fim do mês para comprar um bolo de aniversário para o meu filho'", relata a estudante de serviço social Natanny de Souza, 23, pesquisadora que fez o trabalho de campo. Apenas 26,9% dos entrevistados dizem fazer poupança mensalmente. Após as lições do programa, o percentual dos que pretendiam poupar a cada mês subiu para 55,1%. "Acho que seria até criminoso dizer para uma população que recebe tão pouco consumir menos para poupar. Quando a gente fala de poupança, é no sentido de se planejar", afirma Camille. Segundo ela, tal planejamento já acontece entre os beneficiários de programas de transferência de renda, mas de maneira pouco efetiva. "Quando recebem um recurso, automaticamente separam o que vai para educação, para emergência. A gente quer que passem a fazer isso de forma mais eficiente para alcançar objetivos." A iniciativa começou na Colômbia, onde a Fundación Capital atua desde 2009. Lá, virou política pública. "Talvez isso também aconteça no Rio. Nos outros Estados, ainda estamos conversando", explica Camille.
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Ouro nos Jogos de 1984, Joaquim Cruz volta como guia no Parapan
O ex-corredor brasileiro Joaquim Cruz, 52,ouro nos 800m da Olimpíada de Los Angeles, em 1984, vai voltar às pistas. Dessa vez, como guia de uma atleta cega, Ivonne Mosquera-Schmidt, 38, da delegação americana dos Jogos Parapan-Americanos de Toronto, que serão abertos nesta sexta-feira (07) à noite na arena Cibc. Cruz irá orientar os passos velozes de Ivonne em duas provas: nos 1500m, categoria T11 e nos 800m, categoria T12. Nas disputas de para-atletas, as provas são divididas conforme o tipo de deficiência ou grau de comprometimento físico ou sensorial. Será a primeira vez que ele irá atuar como guia em uma competição oficial. Cruz é o atual treinador da equipe de para-atletismo dos EUA. "Acompanho muito de perto os meus atletas e não tenho problemas de me ajustar a eles para guiá-los. Estou em sintonia com a Ivonne. Tenho o melhor trabalho do mundo. Ela é muito dinâmica. Meu objetivo é deixá-la preparada para a Paraolimpíada do Rio, no ano que vem", disse Cruz durante entrevista coletiva realizada pelo Comitê Paraolímpico. O fundista brasileiro foi escalado de última hora para compor a delegação do EUA, porque dois guias titulares de Ivonne tiveram problemas com a documentação. "Não é fácil encontrar um corredor campeão disposto a ser guia de um para-atleta e o trabalho deles é fundamental para nossos resultados. É fantástico ter essa união entre um campeão olímpico e uma atleta paraolímpica, não é algo comum", declarou a corredora, que já enfrentou três câncer, um deles no ano passado. Em relação a futuras disputas entre corredores americanos e brasileiros nos Jogos do Rio, em 2016, Cruz afirmou que "o ouro dos seus meninos (atletas) é o meu ouro e farei tudo por eles. Se o Brasil tiver no caminho, vou tentar ultrapassá-lo". O jornalista viajou a convite do Comitê Paralímpico Brasileiro
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Ouro nos Jogos de 1984, Joaquim Cruz volta como guia no ParapanO ex-corredor brasileiro Joaquim Cruz, 52,ouro nos 800m da Olimpíada de Los Angeles, em 1984, vai voltar às pistas. Dessa vez, como guia de uma atleta cega, Ivonne Mosquera-Schmidt, 38, da delegação americana dos Jogos Parapan-Americanos de Toronto, que serão abertos nesta sexta-feira (07) à noite na arena Cibc. Cruz irá orientar os passos velozes de Ivonne em duas provas: nos 1500m, categoria T11 e nos 800m, categoria T12. Nas disputas de para-atletas, as provas são divididas conforme o tipo de deficiência ou grau de comprometimento físico ou sensorial. Será a primeira vez que ele irá atuar como guia em uma competição oficial. Cruz é o atual treinador da equipe de para-atletismo dos EUA. "Acompanho muito de perto os meus atletas e não tenho problemas de me ajustar a eles para guiá-los. Estou em sintonia com a Ivonne. Tenho o melhor trabalho do mundo. Ela é muito dinâmica. Meu objetivo é deixá-la preparada para a Paraolimpíada do Rio, no ano que vem", disse Cruz durante entrevista coletiva realizada pelo Comitê Paraolímpico. O fundista brasileiro foi escalado de última hora para compor a delegação do EUA, porque dois guias titulares de Ivonne tiveram problemas com a documentação. "Não é fácil encontrar um corredor campeão disposto a ser guia de um para-atleta e o trabalho deles é fundamental para nossos resultados. É fantástico ter essa união entre um campeão olímpico e uma atleta paraolímpica, não é algo comum", declarou a corredora, que já enfrentou três câncer, um deles no ano passado. Em relação a futuras disputas entre corredores americanos e brasileiros nos Jogos do Rio, em 2016, Cruz afirmou que "o ouro dos seus meninos (atletas) é o meu ouro e farei tudo por eles. Se o Brasil tiver no caminho, vou tentar ultrapassá-lo". O jornalista viajou a convite do Comitê Paralímpico Brasileiro
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Fotos registram a foz do São Francisco, onde a água do rio é salgada
Quando o motor do barco é desligado, o barulho da correnteza do rio São Francisco volta a ser ouvido pelos turistas que se preparam para dar um mergulho no Velho Chico. Mas, ao entrar na água, a sensação é de estar em alto mar. Em todo o trajeto entre Piaçabuçu (AL) e a foz do rio, onde o São Francisco desemboca no oceano e delimita a fronteira dos Estados de Alagoas e Sergipe, a água há tempos está salgada. Os pescadores reclamam da hidrelétrica de Xingó. Segundo eles, a construção interrompeu o curso natural do rio e afetou sua correnteza. Com menos força, o mar passou a "invadir" a água doce. Isso fez com que eles precisassem navegar para cada vez mais longe com seus barquinhos coloridos –afinal, com a chegada da água salgada, os peixes de água doce foram forçados a se mudar. Seguiram rumo à nascente, em direção ao sertão, onde o rio ainda não virou mar. * Veja outras edições do Álbum de Viagem: Montevidéu em preto e branco, por Otavio Valle Colorido da Índia, por Diogo Moreira Underground em Nova Jersey, por Bia Bittencourt Da serra à praia em SC, por Moacyr Lopes Junior Ceará, por Adriano Vizoni Santiago de Compostela, por Eduardo Quirino Pescadores em Muro Alto (PE), por Frâncio de Holanda Turistas no Mar Morto, por Eduardo Anizelli Atacama, por Lucas Baptista Juazeiro do Norte, por Samuel Pessoa
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Fotos registram a foz do São Francisco, onde a água do rio é salgadaQuando o motor do barco é desligado, o barulho da correnteza do rio São Francisco volta a ser ouvido pelos turistas que se preparam para dar um mergulho no Velho Chico. Mas, ao entrar na água, a sensação é de estar em alto mar. Em todo o trajeto entre Piaçabuçu (AL) e a foz do rio, onde o São Francisco desemboca no oceano e delimita a fronteira dos Estados de Alagoas e Sergipe, a água há tempos está salgada. Os pescadores reclamam da hidrelétrica de Xingó. Segundo eles, a construção interrompeu o curso natural do rio e afetou sua correnteza. Com menos força, o mar passou a "invadir" a água doce. Isso fez com que eles precisassem navegar para cada vez mais longe com seus barquinhos coloridos –afinal, com a chegada da água salgada, os peixes de água doce foram forçados a se mudar. Seguiram rumo à nascente, em direção ao sertão, onde o rio ainda não virou mar. * Veja outras edições do Álbum de Viagem: Montevidéu em preto e branco, por Otavio Valle Colorido da Índia, por Diogo Moreira Underground em Nova Jersey, por Bia Bittencourt Da serra à praia em SC, por Moacyr Lopes Junior Ceará, por Adriano Vizoni Santiago de Compostela, por Eduardo Quirino Pescadores em Muro Alto (PE), por Frâncio de Holanda Turistas no Mar Morto, por Eduardo Anizelli Atacama, por Lucas Baptista Juazeiro do Norte, por Samuel Pessoa
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Semana em SP tem "O Sole Mio", Paulinho da Viola e mostra de David Cronenberg
BRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO Veja abaixo sugestões de programas na cidade de São Paulo para curtir a semana, deste domingo (2) até o próximo sábado (8). * DOMINGO (2/10) Batidas para dançar | O Citibank Hall recebe o duo britânico de música eletrônica Disclosure. Formada pelos irmãos Guy e Howard Lawrence, de 25 e 22 anos, a dupla ganhou destaque com o lançamento de seu primeiro álbum, "Settle", em 2013, que foi indicado ao Grammy. Citibank Hall. Av. das Nações Unidas, 17.955, região sul, tel. 4003-5588. Ing.: R$ 175 a R$ 600. ticketsforfun.com.br * SEGUNDA (3/10) Bizarro e obscuro | A sala Drive-In, no Caixa Belas Artes, exibe, às 14h30, o filme "Os Filhos do Medo" (1979), do diretor David Cronenberg, que tem em seu currículo pérolas como "A Mosca" (1986). A projeção integra uma mostra dedicada ao diretor canadense. Na terça (4), às 20h30, será a vez de "Enraivecida na Fúria do Sexo" (1977). Na quarta (5), "Escuderia do Poder", às 14h30. Caixa Belas Artes. R. da Consolação, 2.423, tel. 2894-5781. Seg. e qua.: 14h30. Ter.: 20h30. Ingr.: R$ 9 a R$ 24. Veja mais detalhes sobre o evento em: http://goo.gl/jJ082e * TERÇA (4/10) Soltando o gogó | Nascido em Sertãozinho (interior de SP), o tenor Jean William já cantou nos EUA, na Europa e para o papa Francisco. Na terça, ao lado da orquestra Bachiana Filarmônica, ele interpreta um repertório que traz clássicos como "Nessun Dorma" e "O Sole Mio", que você talvez já conheça na voz de Luciano Pavarotti. Sala São Paulo. Pça. Júlio Prestes, 16. Ter.: 21h. Ingr.: R$ 25 a R$ 50. ingressorapido.com.br * QUARTA (5/10) Encher a pança | Até o próximo dia 16, mais de 200 casas da capital, como Abruzzi, Almodovar e Blú Bistrô, participam da 19ª edição da Restaurant Week com menus a R$ 41,90 (almoço) e R$ 52,90 (jantar). Veja a programação completa do evento no site restaurantweek.com.br * QUINTA (6/10) O Grande Encontro | Alceu Valença, Elba Ramalho e Geraldo Azevedo se reúnem em formação que ficou conhecida como o título acima e virou disco homônimo em 1996 —à época, com Zé Ramalho. No repertório estão canções como "Anunciação" e "Sabiá". Também haverá show na sexta (7). Citibank Hall. Av. das Nações Unidas, 17.955. 21h30. Ingr.: R$ 50 a R$ 350. ticketsforfun.com.br * SEXTA (7/10) Viola, minha viola | Paulinho da Viola toca na sexta e no sábado (8). O carioca se apresenta com a filha e cantora Beatriz Rabello e com o quinteto composto por Dininho (contrabaixo), Adriano (teclado), Ricardo Costa (bateria), Celsinho (percussão), Hércules (ritmos) e João Rabello (violão). Theatro Net. R. Olimpíadas, 360, Vila Olímpia, tel. 3448-5061. Sex.: 21h. Sáb.: 21h30. Ingr.: R$ 60 a R$ 120. ingressorapido.com.br * SÁBADO (8/10) Para adultos e crianças | Estreia a ópera "Onde Vivem os Monstros", inspirada em um conto infantil que virou filme em 2009. A montagem segue em cartaz até 16 de outubro. Theatro São Pedro. R. Dr. Albuquerque Lins, 207, centro, tel. 3661-6600. Sáb.: 17h. Até 16/10. Ingr.: R$ 30 a R$ 80. ingressorapido.com.br
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Semana em SP tem "O Sole Mio", Paulinho da Viola e mostra de David CronenbergBRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO Veja abaixo sugestões de programas na cidade de São Paulo para curtir a semana, deste domingo (2) até o próximo sábado (8). * DOMINGO (2/10) Batidas para dançar | O Citibank Hall recebe o duo britânico de música eletrônica Disclosure. Formada pelos irmãos Guy e Howard Lawrence, de 25 e 22 anos, a dupla ganhou destaque com o lançamento de seu primeiro álbum, "Settle", em 2013, que foi indicado ao Grammy. Citibank Hall. Av. das Nações Unidas, 17.955, região sul, tel. 4003-5588. Ing.: R$ 175 a R$ 600. ticketsforfun.com.br * SEGUNDA (3/10) Bizarro e obscuro | A sala Drive-In, no Caixa Belas Artes, exibe, às 14h30, o filme "Os Filhos do Medo" (1979), do diretor David Cronenberg, que tem em seu currículo pérolas como "A Mosca" (1986). A projeção integra uma mostra dedicada ao diretor canadense. Na terça (4), às 20h30, será a vez de "Enraivecida na Fúria do Sexo" (1977). Na quarta (5), "Escuderia do Poder", às 14h30. Caixa Belas Artes. R. da Consolação, 2.423, tel. 2894-5781. Seg. e qua.: 14h30. Ter.: 20h30. Ingr.: R$ 9 a R$ 24. Veja mais detalhes sobre o evento em: http://goo.gl/jJ082e * TERÇA (4/10) Soltando o gogó | Nascido em Sertãozinho (interior de SP), o tenor Jean William já cantou nos EUA, na Europa e para o papa Francisco. Na terça, ao lado da orquestra Bachiana Filarmônica, ele interpreta um repertório que traz clássicos como "Nessun Dorma" e "O Sole Mio", que você talvez já conheça na voz de Luciano Pavarotti. Sala São Paulo. Pça. Júlio Prestes, 16. Ter.: 21h. Ingr.: R$ 25 a R$ 50. ingressorapido.com.br * QUARTA (5/10) Encher a pança | Até o próximo dia 16, mais de 200 casas da capital, como Abruzzi, Almodovar e Blú Bistrô, participam da 19ª edição da Restaurant Week com menus a R$ 41,90 (almoço) e R$ 52,90 (jantar). Veja a programação completa do evento no site restaurantweek.com.br * QUINTA (6/10) O Grande Encontro | Alceu Valença, Elba Ramalho e Geraldo Azevedo se reúnem em formação que ficou conhecida como o título acima e virou disco homônimo em 1996 —à época, com Zé Ramalho. No repertório estão canções como "Anunciação" e "Sabiá". Também haverá show na sexta (7). Citibank Hall. Av. das Nações Unidas, 17.955. 21h30. Ingr.: R$ 50 a R$ 350. ticketsforfun.com.br * SEXTA (7/10) Viola, minha viola | Paulinho da Viola toca na sexta e no sábado (8). O carioca se apresenta com a filha e cantora Beatriz Rabello e com o quinteto composto por Dininho (contrabaixo), Adriano (teclado), Ricardo Costa (bateria), Celsinho (percussão), Hércules (ritmos) e João Rabello (violão). Theatro Net. R. Olimpíadas, 360, Vila Olímpia, tel. 3448-5061. Sex.: 21h. Sáb.: 21h30. Ingr.: R$ 60 a R$ 120. ingressorapido.com.br * SÁBADO (8/10) Para adultos e crianças | Estreia a ópera "Onde Vivem os Monstros", inspirada em um conto infantil que virou filme em 2009. A montagem segue em cartaz até 16 de outubro. Theatro São Pedro. R. Dr. Albuquerque Lins, 207, centro, tel. 3661-6600. Sáb.: 17h. Até 16/10. Ingr.: R$ 30 a R$ 80. ingressorapido.com.br
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MEC quer vetar faculdade ruim em programa de financiamento federal
O Ministério da Educação quer adotar critérios mais rígidos para os novos contratos do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) e, com isso, elevar a qualidade dos cursos e das instituições particulares participantes. Na avaliação do governo, é preciso coibir a adesão de faculdades de baixa qualidade no programa e, ao mesmo tempo, racionalizar os gastos públicos em um momento de ajuste fiscal prometido pelo governo Dilma Rousseff (PT). A mudança deve gerar novo embate com as instituições privadas, já insatisfeitas com alterações realizadas no Fies no apagar das luzes de 2014. Na ocasião, o MEC reduziu o fluxo de pagamentos às mantenedoras das instituições e definiu desempenho mínimo de 450 pontos no Enem dos estudantes interessados no financiamento. De acordo com estimativas do MEC, a exigência da nota deve reduzir em cerca de 10% o número de candidatos com potencial de adesão ao Fies. Segundo a Folha apurou, o ministério estuda novas alterações. Uma delas é aumentar a nota das graduações que poderão receber alunos com novos contratos, firmados a partir deste ano. Hoje, é exigido do curso um conceito mínimo de 3, numa escala que de 1 a 5. Mas a legislação permite que graduações sem o conceito possam ser financiadas. "O curso cujo ato regulatório mais recente seja 'Autorização' [...] poderá ser financiado por meio do Fies até o momento que obtenha o conceito", diz portaria do MEC. Outra possibilidade em estudo pela pasta é exigir uma nota mínima das faculdades no chamado IGC (Índice Geral de Cursos), indicador que considera o desempenho de todos os cursos de graduação e pós-graduação stricto sensu ofertados pela escola. As regras atuais não exigem uma nota mínima das faculdades –o IGC também segue uma escala de 1 a 5. Segundo dados mais recentes, cerca de 78% das instituições privadas participam do Fies. O ministro Cid Gomes (Educação) afirmou na primeira reunião ministerial do ano, no fim de janeiro, que em começo de governo é preciso fazer "mais com menos". Sobre as novas regras para as faculdades, ele criou uma variação da expressão, conforme relatos de técnicos do ministério: é preciso fazer melhor com menos. A mudança nos critérios de financiamento do Fies segue, portanto, uma determinação enfática da equipe econômica da presidente para economizar recursos. Na última semana, o Ministério do Planejamento informou que fará um pente-fino na Esplanada para reduzir despesas em programas da União. No fim do ano passado, o Fies já passou por ajustes, que irão resultar numa economia para o MEC. QUALIDADE DO ALUNO Nesta terça-feira (10), o secretário-executivo da pasta, Luiz Cláudio Costa, afirmou que o governo "não abre mão" da exigência de uma pontuação mínima no Enem para acesso ao programa. A exigência e a redução do fluxo de pagamento para as mantenedoras geraram fortes críticas do setor. Diante das mudanças, o sistema do Fies ficou em manutenção e, no final de janeiro foi reaberto para aditamento de contratos em vigor. A previsão é que até o final deste mês o site esteja disponível para novos contratos. "Estamos dialogando, sem abrir mão do parâmetro de qualidade", afirmou Costa. Presidente da ABMES (associação das mantenedoras), Gabriel Rodrigues argumenta que a alteração nas regras do Fies afeta a "bandeira" do governo de ampliar o acesso ao ensino superior.
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MEC quer vetar faculdade ruim em programa de financiamento federalO Ministério da Educação quer adotar critérios mais rígidos para os novos contratos do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) e, com isso, elevar a qualidade dos cursos e das instituições particulares participantes. Na avaliação do governo, é preciso coibir a adesão de faculdades de baixa qualidade no programa e, ao mesmo tempo, racionalizar os gastos públicos em um momento de ajuste fiscal prometido pelo governo Dilma Rousseff (PT). A mudança deve gerar novo embate com as instituições privadas, já insatisfeitas com alterações realizadas no Fies no apagar das luzes de 2014. Na ocasião, o MEC reduziu o fluxo de pagamentos às mantenedoras das instituições e definiu desempenho mínimo de 450 pontos no Enem dos estudantes interessados no financiamento. De acordo com estimativas do MEC, a exigência da nota deve reduzir em cerca de 10% o número de candidatos com potencial de adesão ao Fies. Segundo a Folha apurou, o ministério estuda novas alterações. Uma delas é aumentar a nota das graduações que poderão receber alunos com novos contratos, firmados a partir deste ano. Hoje, é exigido do curso um conceito mínimo de 3, numa escala que de 1 a 5. Mas a legislação permite que graduações sem o conceito possam ser financiadas. "O curso cujo ato regulatório mais recente seja 'Autorização' [...] poderá ser financiado por meio do Fies até o momento que obtenha o conceito", diz portaria do MEC. Outra possibilidade em estudo pela pasta é exigir uma nota mínima das faculdades no chamado IGC (Índice Geral de Cursos), indicador que considera o desempenho de todos os cursos de graduação e pós-graduação stricto sensu ofertados pela escola. As regras atuais não exigem uma nota mínima das faculdades –o IGC também segue uma escala de 1 a 5. Segundo dados mais recentes, cerca de 78% das instituições privadas participam do Fies. O ministro Cid Gomes (Educação) afirmou na primeira reunião ministerial do ano, no fim de janeiro, que em começo de governo é preciso fazer "mais com menos". Sobre as novas regras para as faculdades, ele criou uma variação da expressão, conforme relatos de técnicos do ministério: é preciso fazer melhor com menos. A mudança nos critérios de financiamento do Fies segue, portanto, uma determinação enfática da equipe econômica da presidente para economizar recursos. Na última semana, o Ministério do Planejamento informou que fará um pente-fino na Esplanada para reduzir despesas em programas da União. No fim do ano passado, o Fies já passou por ajustes, que irão resultar numa economia para o MEC. QUALIDADE DO ALUNO Nesta terça-feira (10), o secretário-executivo da pasta, Luiz Cláudio Costa, afirmou que o governo "não abre mão" da exigência de uma pontuação mínima no Enem para acesso ao programa. A exigência e a redução do fluxo de pagamento para as mantenedoras geraram fortes críticas do setor. Diante das mudanças, o sistema do Fies ficou em manutenção e, no final de janeiro foi reaberto para aditamento de contratos em vigor. A previsão é que até o final deste mês o site esteja disponível para novos contratos. "Estamos dialogando, sem abrir mão do parâmetro de qualidade", afirmou Costa. Presidente da ABMES (associação das mantenedoras), Gabriel Rodrigues argumenta que a alteração nas regras do Fies afeta a "bandeira" do governo de ampliar o acesso ao ensino superior.
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Olivia Byington escreve livro sobre o filho João, que tem síndrome rara
Olivia tinha 22 anos. Era recém-casada, estava apaixonada e aguardava ansiosamente pelo nascimento do primeiro filho no verão de 1981. Naquele Réveillon, tinha anotado em um caderno: "Fiz muitos pensamentos bons para o ano. Desejei profundamente ser calma, amorosa e segura para o meu filho". A nota terminava com um coraçãozinho desenhado com caneta esferográfica. A calma e o amor, contudo, não vieram de cara, tiveram de ser construídos, aprendidos. Quando João veio ao mundo, no dia 19 de março, para essa nova mãe só havia dor e desespero. Com os olhinhos saltados e defeitos na face e nas mãos, o bebê não era perfeito como nos sonhos gestados por ela. O que a cantora Olivia Byington, a mãe, não sabia ali é que muitas alegrias viriam – "e em prestações, entregues por toda a vida", como escreveu no livro recém-lançado, "O que é que ele tem". O título se refere à pergunta que Olivia sempre ouviu sobre o filho. Mas não só ela. O ator Gregorio Duvivier, irmão mais novo de João, escreve na orelha do livro que foi na rua que percebeu a deficiência. Até então, a única diferença era que João tomava muitos remédios e às vezes passava por cirurgias. Foi só a partir dessa pergunta que ele então perguntou à mãe o que é que João tinha. E aí aprendeu o que responder: síndrome de Apert (saiba mais abaixo). Na obra estão a história de João, 35 –que também é filho do cineasta Miguel Faria Jr.–, mas também da própria Olivia, 57. Sua infância, a descoberta da vocação na música, os amores, as vitórias e também as culpas, expectativas e frustrações, descritas de maneira crua e corajosa. Quando conta a história de João, a cantora não faz um relato romantizado. Não se trata de um texto sobre superação ou autopiedade, mas sobre o amor pela diferença. "É um relato sincero da história de uma pessoa bem-sucedida que foi muito apoiada pela família. Pode servir de apoio para quem vive com alguém que esteja fora do esperado, seja qual for a deficiência. Bastam compreensão, paciência, muito amor e generosidade", disse à Folha, por telefone. Escrever a obra, porém, não foi fácil, e incluiu sacar "do fundo do coração sentimentos que nem sempre são bons". "Revisitei situações que não estavam tão à flor da pele", diz ela. Cadernos e agendas que estavam guardados foram relidos para reconstruir a memória – "a verdadeira, não a poética e fantasiosa que a gente pinta". E isso incluiu relembrar decisões que hoje ela julga incorretas, como algumas cirurgias a que João se submeteu e deixaram sequelas. Ao todo, foram cerca de 20 operações. "Muitas vezes tive que rever aquilo, como fui me envolvendo em conversas de médicos, pressas e agonias. Coisas que depois seriam tão ruins pra ele. Foi duro. Mas o João é uma pessoa positiva e está muito bem. Ele mesmo me ajuda nessa sublimação." Na época em que João nasceu, as informações sobre a síndrome eram raras. Tudo foi feito na base da tentativa e do erro. Hoje, páginas no Facebook, grupos no WhatsApp e a própria evolução do tratamento ajudam muito os pais que têm filhos com Apert hoje. Ao longo do livro, vamos conhecendo João: um sujeito bem-humorado e amoroso que se preocupa com as pessoas e não esquece suas aflições, que adora veículos e sabe de cor as linhas de ônibus do Rio, que anda de bicicleta por toda a cidade, que se diverte horrores com "Chaves" e sempre gostou de se relacionar com pessoas simples, que está sempre usando o Facebook, que namora a Ana Clara, também com Apert, e que quer um emprego. É nessa questão, aliás, que Olivia vê dificuldades ainda hoje. "Conto no livro de quando ele era menino e a gente não conseguia encontrar um colégio que o aceitasse. Ele andava com uma merendeira pela casa e dizia 'Vou ao colégio, vou ao colégio'. Hoje, da mesma forma, ele está pronto para trabalhar e não tem chance. Acho que essa rejeição está muito ligada ao aspecto físico. As pessoas veem horripilâncias e feiuras onde não existe", diz. "Quando as pessoas o conhecem, deixam de ver que ele tem uma síndrome e veem a pessoa. As monstruosidades no ser humano são outras. Não tenho aversão a quem tem o nariz no lugar errado ou um QI menor. Tenho aversão a uma pessoa que comete atrocidades e prega o preconceito, o desamor. É para essas pessoas que deveriam dizer 'Ai que nojo', bater a porta." No fim, o desejo de Olivia de ser aquela mãe segura, calma e amorosa se concretizou, ainda que o desejo do filho perfeito, como os livros descreviam, não. Até porque nenhum livro além desse poderia descrever João. * O QUE É QUE ELE TEM AUTORA Olivia Byington EDITORA Objetiva PREÇO R$ 34,90 (184 págs.) SAIBA MAIS SOBRE A SÍNDROME A síndrome de Apert é uma doença genética rara. As estatísticas variam –ela pode afetar 1 em até 200 mil nascidos. Para efeito de comparação, a síndrome de Down afeta 1 a cada mil nascidos. Sua principal característica é o fechamento prematuro dos ossos das mãos, dos pés (o que pode levar à fusão de dedos) e do crânio (o que pode comprimir o cérebro –cirurgias podem abrir as suturas para levar à descompressão). A síndrome também causa exoftalmia (olhos saltados), complicações buxo-maxilo-faciais e superprodução das glândulas sebáceas. Hoje, técnicas mais modernas poupam as crianças de algumas operações e programam outros procedimentos. Em Campinas (SP), a Sobrapar (Sociedade Brasileira de Pesquisa e Assistência para Reabilitação Craniofacial), por exemplo, oferece tratamento a pessoas carentes. Dependendo do estímulo, pessoas com a síndrome podem ter bons níveis de aprendizado. Segundo Olivia, há casos de indivíduos que chegam ao nível superior. O importante, em todos os casos, é que a pessoa receba terapias de fala, coordenação e musculatura.
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Olivia Byington escreve livro sobre o filho João, que tem síndrome raraOlivia tinha 22 anos. Era recém-casada, estava apaixonada e aguardava ansiosamente pelo nascimento do primeiro filho no verão de 1981. Naquele Réveillon, tinha anotado em um caderno: "Fiz muitos pensamentos bons para o ano. Desejei profundamente ser calma, amorosa e segura para o meu filho". A nota terminava com um coraçãozinho desenhado com caneta esferográfica. A calma e o amor, contudo, não vieram de cara, tiveram de ser construídos, aprendidos. Quando João veio ao mundo, no dia 19 de março, para essa nova mãe só havia dor e desespero. Com os olhinhos saltados e defeitos na face e nas mãos, o bebê não era perfeito como nos sonhos gestados por ela. O que a cantora Olivia Byington, a mãe, não sabia ali é que muitas alegrias viriam – "e em prestações, entregues por toda a vida", como escreveu no livro recém-lançado, "O que é que ele tem". O título se refere à pergunta que Olivia sempre ouviu sobre o filho. Mas não só ela. O ator Gregorio Duvivier, irmão mais novo de João, escreve na orelha do livro que foi na rua que percebeu a deficiência. Até então, a única diferença era que João tomava muitos remédios e às vezes passava por cirurgias. Foi só a partir dessa pergunta que ele então perguntou à mãe o que é que João tinha. E aí aprendeu o que responder: síndrome de Apert (saiba mais abaixo). Na obra estão a história de João, 35 –que também é filho do cineasta Miguel Faria Jr.–, mas também da própria Olivia, 57. Sua infância, a descoberta da vocação na música, os amores, as vitórias e também as culpas, expectativas e frustrações, descritas de maneira crua e corajosa. Quando conta a história de João, a cantora não faz um relato romantizado. Não se trata de um texto sobre superação ou autopiedade, mas sobre o amor pela diferença. "É um relato sincero da história de uma pessoa bem-sucedida que foi muito apoiada pela família. Pode servir de apoio para quem vive com alguém que esteja fora do esperado, seja qual for a deficiência. Bastam compreensão, paciência, muito amor e generosidade", disse à Folha, por telefone. Escrever a obra, porém, não foi fácil, e incluiu sacar "do fundo do coração sentimentos que nem sempre são bons". "Revisitei situações que não estavam tão à flor da pele", diz ela. Cadernos e agendas que estavam guardados foram relidos para reconstruir a memória – "a verdadeira, não a poética e fantasiosa que a gente pinta". E isso incluiu relembrar decisões que hoje ela julga incorretas, como algumas cirurgias a que João se submeteu e deixaram sequelas. Ao todo, foram cerca de 20 operações. "Muitas vezes tive que rever aquilo, como fui me envolvendo em conversas de médicos, pressas e agonias. Coisas que depois seriam tão ruins pra ele. Foi duro. Mas o João é uma pessoa positiva e está muito bem. Ele mesmo me ajuda nessa sublimação." Na época em que João nasceu, as informações sobre a síndrome eram raras. Tudo foi feito na base da tentativa e do erro. Hoje, páginas no Facebook, grupos no WhatsApp e a própria evolução do tratamento ajudam muito os pais que têm filhos com Apert hoje. Ao longo do livro, vamos conhecendo João: um sujeito bem-humorado e amoroso que se preocupa com as pessoas e não esquece suas aflições, que adora veículos e sabe de cor as linhas de ônibus do Rio, que anda de bicicleta por toda a cidade, que se diverte horrores com "Chaves" e sempre gostou de se relacionar com pessoas simples, que está sempre usando o Facebook, que namora a Ana Clara, também com Apert, e que quer um emprego. É nessa questão, aliás, que Olivia vê dificuldades ainda hoje. "Conto no livro de quando ele era menino e a gente não conseguia encontrar um colégio que o aceitasse. Ele andava com uma merendeira pela casa e dizia 'Vou ao colégio, vou ao colégio'. Hoje, da mesma forma, ele está pronto para trabalhar e não tem chance. Acho que essa rejeição está muito ligada ao aspecto físico. As pessoas veem horripilâncias e feiuras onde não existe", diz. "Quando as pessoas o conhecem, deixam de ver que ele tem uma síndrome e veem a pessoa. As monstruosidades no ser humano são outras. Não tenho aversão a quem tem o nariz no lugar errado ou um QI menor. Tenho aversão a uma pessoa que comete atrocidades e prega o preconceito, o desamor. É para essas pessoas que deveriam dizer 'Ai que nojo', bater a porta." No fim, o desejo de Olivia de ser aquela mãe segura, calma e amorosa se concretizou, ainda que o desejo do filho perfeito, como os livros descreviam, não. Até porque nenhum livro além desse poderia descrever João. * O QUE É QUE ELE TEM AUTORA Olivia Byington EDITORA Objetiva PREÇO R$ 34,90 (184 págs.) SAIBA MAIS SOBRE A SÍNDROME A síndrome de Apert é uma doença genética rara. As estatísticas variam –ela pode afetar 1 em até 200 mil nascidos. Para efeito de comparação, a síndrome de Down afeta 1 a cada mil nascidos. Sua principal característica é o fechamento prematuro dos ossos das mãos, dos pés (o que pode levar à fusão de dedos) e do crânio (o que pode comprimir o cérebro –cirurgias podem abrir as suturas para levar à descompressão). A síndrome também causa exoftalmia (olhos saltados), complicações buxo-maxilo-faciais e superprodução das glândulas sebáceas. Hoje, técnicas mais modernas poupam as crianças de algumas operações e programam outros procedimentos. Em Campinas (SP), a Sobrapar (Sociedade Brasileira de Pesquisa e Assistência para Reabilitação Craniofacial), por exemplo, oferece tratamento a pessoas carentes. Dependendo do estímulo, pessoas com a síndrome podem ter bons níveis de aprendizado. Segundo Olivia, há casos de indivíduos que chegam ao nível superior. O importante, em todos os casos, é que a pessoa receba terapias de fala, coordenação e musculatura.
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Índia pede para YouTube remover filme sobre estupro em Déli
A Índia pediu ao YouTube para remover todos os links para o controverso documentário sobre o estupro coletivo e assassinato de uma mulher em Nova Déli após proibir sua exibição, disse uma autoridade do governo à agência de notícias Reuters nesta quinta-feira (5). O filme "India's Daughter" ("Filha da Índia"), de Leslee Udwin, apresenta uma entrevista com Mukesh Singh, um dos quatro homens condenados à morte por estuprar e torturar uma mulher de 23 anos em um ônibus em movimento, em dezembro de 2012. Comentários liberados para a mídia mostram que Singh culpa a vítima pelo crime. O acusado diz que mulheres são mais responsáveis que os homens por estupros. "Nós só encaminhamos a ordem do tribunal e pedimos para eles (YouTube) respeitarem", disse à Reuters um oficial do Ministério de Comunicações e Tecnologia da Informação. Ainda era possível assistir ao documentário em sites como o YouTube, após a rede britânica BBC transmiti-lo fora da Índia na quarta-feira. Os comentários de Singh causaram tumulto nas redes sociais e recomeçaram o debate sobre igualdade de gêneros na Índia. "Nós acreditamos que acesso à informação é a fundação da sociedade livre... nós continuamos a remover conteúdos que são ilegais ou infringem as regras da nossa comunidade, quando notificados", disse um porta-voz do Google, controlador do site de compartilhamento de vídeos YouTube.
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Índia pede para YouTube remover filme sobre estupro em DéliA Índia pediu ao YouTube para remover todos os links para o controverso documentário sobre o estupro coletivo e assassinato de uma mulher em Nova Déli após proibir sua exibição, disse uma autoridade do governo à agência de notícias Reuters nesta quinta-feira (5). O filme "India's Daughter" ("Filha da Índia"), de Leslee Udwin, apresenta uma entrevista com Mukesh Singh, um dos quatro homens condenados à morte por estuprar e torturar uma mulher de 23 anos em um ônibus em movimento, em dezembro de 2012. Comentários liberados para a mídia mostram que Singh culpa a vítima pelo crime. O acusado diz que mulheres são mais responsáveis que os homens por estupros. "Nós só encaminhamos a ordem do tribunal e pedimos para eles (YouTube) respeitarem", disse à Reuters um oficial do Ministério de Comunicações e Tecnologia da Informação. Ainda era possível assistir ao documentário em sites como o YouTube, após a rede britânica BBC transmiti-lo fora da Índia na quarta-feira. Os comentários de Singh causaram tumulto nas redes sociais e recomeçaram o debate sobre igualdade de gêneros na Índia. "Nós acreditamos que acesso à informação é a fundação da sociedade livre... nós continuamos a remover conteúdos que são ilegais ou infringem as regras da nossa comunidade, quando notificados", disse um porta-voz do Google, controlador do site de compartilhamento de vídeos YouTube.
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Morte ao medo islamita
SOBRE O TEXTO Este texto é parte de "Pequeno Tratado da Intolerância", a sair pela Planeta no mês que vem. O livro reúne dois volumes publicados, em 2009 e em 2014, pelo cartunista e diretor do "Charlie Hebdo", morto no ataque terrorista ao jornal satírico, em 7/1/15. Em pequenas crônicas, Charb, como era conhecido Stéphane Charbonnier, "jura de morte" mais de cem outras situações e pessoas que o indignavam, como a direita racista e defensores do voto útil. Eles nada são, mas dão medo. São poucos, mas estão em tudo que é lugar. O islã, na França, é ele: o barbudo desgrenhado, fantasiado de tubo de pasta de dente. São quantos os espantalhos desse tipo, fazendo olhar de maluco assim que veem uma câmera de televisão? Cem? Duzentos? Há na França mais câmeras de televisão do que muçulmanos extremistas. Inclusive mais canais de TV do que tarados peludos soltando perdigotos na língua do Profeta para dizer que é preciso degolar judeus. Pois é o que gritavam, outro dia, na praça do Trocadéro. Eles dão medo e sabem disso. Nosso medo é a sua razão de ser. Nosso medo é a verdadeira religião deles. É o que os alimenta. Bebem nosso suor frio como vampiros bebem sangue de suas vítimas. Nosso medo é cúmplice desses imbecis. A velhota que leva o cachorrinho para fazer pipi tem medo de que o ogro islamita degole Kiki. Diga-se, é verdade, que Kiki tem o pelo frisado como um carneirinho. Não é o Parkinson que agita a vovó, é o medo. E a estrela do "show business" cultural muçulmano (isso, você mesma) que diz nos bastidores dos programas de televisão ter medo de que percebam seu ateísmo é pior que um extremista religioso. Tem mil vezes mais audiência, tem mil vezes mais poder, mas se caga de medo. Medo de quê? De virar alvo desses papais noéis do apocalipse? Se todos os amarelões desse tipo saíssem de debaixo de suas camas para afirmar seu ateísmo, ou pelo menos sua laicidade, se dariam conta de que a relação de forças está a seu favor. Enquanto os crentes rezam em vão ao Senhor há milênios para que Ele lhes dê um cérebro, basta aos ateus pronunciarem a máxima "sou ateu e que se foda" para que o islã da morte desapareça da superfície da Terra. Como mágica! Tentem! E agora se encontrou um novo palavrão para assustar: "salafista". A expressão "extremista religioso" já estava batida demais e não assustava o bastante. Mas "salafista" causa pânico! Soa mais ou menos como doença incurável ou prática sexual não confessável. Tem-se a impressão, hoje em dia na França, de que basta tirar uma pedra do lugar para se encontrar um ninho de salafistas. Alguns até se fantasiam de salafistas só pelo prazer de descobrir a própria existência no olhar apavorado do burguês francês. Não vão à mesquita, não rezam, não acreditam, bebem muito, mas se vestem com todos os aparatos que possam lhes garantir mais espaço nas calçadas. Pura verdade! Havia também os que se fantasiavam de punks no início dos anos 1980 para conseguir o mesmo efeito. Na intimidade de seus quartos, no entanto, ouviam Claude François cantar, como todo mundo... Peneirados os falsos crentes, restará apenas um punhado de malucos de verdade. Os malucos de verdade podem ser perigosos, mas do total de malucos de verdade devem-se subtrair os incapazes, os zero à esquerda em qualquer assunto, os gargantas, os infantiloides e os pernetas. Se os camundongos que sobrarem tomarem de assalto a gigantesca República e se esta fugir gritando "mamãe", teremos perdido. O Estado laico tem o traseiro grande o bastante para se sentar em cima desses vermes e esmagá-los. É o medo que dá importância a esses lamentáveis fascistoides. E o ridículo, ao contrário do que se diz, acaba de vez com eles. Você há de concordar, é preciso bater forte na cara de todos os que têm medo da sombra da barba de um salafista, para que acordem desse pesadelo. Amém.
ilustrissima
Morte ao medo islamitaSOBRE O TEXTO Este texto é parte de "Pequeno Tratado da Intolerância", a sair pela Planeta no mês que vem. O livro reúne dois volumes publicados, em 2009 e em 2014, pelo cartunista e diretor do "Charlie Hebdo", morto no ataque terrorista ao jornal satírico, em 7/1/15. Em pequenas crônicas, Charb, como era conhecido Stéphane Charbonnier, "jura de morte" mais de cem outras situações e pessoas que o indignavam, como a direita racista e defensores do voto útil. Eles nada são, mas dão medo. São poucos, mas estão em tudo que é lugar. O islã, na França, é ele: o barbudo desgrenhado, fantasiado de tubo de pasta de dente. São quantos os espantalhos desse tipo, fazendo olhar de maluco assim que veem uma câmera de televisão? Cem? Duzentos? Há na França mais câmeras de televisão do que muçulmanos extremistas. Inclusive mais canais de TV do que tarados peludos soltando perdigotos na língua do Profeta para dizer que é preciso degolar judeus. Pois é o que gritavam, outro dia, na praça do Trocadéro. Eles dão medo e sabem disso. Nosso medo é a sua razão de ser. Nosso medo é a verdadeira religião deles. É o que os alimenta. Bebem nosso suor frio como vampiros bebem sangue de suas vítimas. Nosso medo é cúmplice desses imbecis. A velhota que leva o cachorrinho para fazer pipi tem medo de que o ogro islamita degole Kiki. Diga-se, é verdade, que Kiki tem o pelo frisado como um carneirinho. Não é o Parkinson que agita a vovó, é o medo. E a estrela do "show business" cultural muçulmano (isso, você mesma) que diz nos bastidores dos programas de televisão ter medo de que percebam seu ateísmo é pior que um extremista religioso. Tem mil vezes mais audiência, tem mil vezes mais poder, mas se caga de medo. Medo de quê? De virar alvo desses papais noéis do apocalipse? Se todos os amarelões desse tipo saíssem de debaixo de suas camas para afirmar seu ateísmo, ou pelo menos sua laicidade, se dariam conta de que a relação de forças está a seu favor. Enquanto os crentes rezam em vão ao Senhor há milênios para que Ele lhes dê um cérebro, basta aos ateus pronunciarem a máxima "sou ateu e que se foda" para que o islã da morte desapareça da superfície da Terra. Como mágica! Tentem! E agora se encontrou um novo palavrão para assustar: "salafista". A expressão "extremista religioso" já estava batida demais e não assustava o bastante. Mas "salafista" causa pânico! Soa mais ou menos como doença incurável ou prática sexual não confessável. Tem-se a impressão, hoje em dia na França, de que basta tirar uma pedra do lugar para se encontrar um ninho de salafistas. Alguns até se fantasiam de salafistas só pelo prazer de descobrir a própria existência no olhar apavorado do burguês francês. Não vão à mesquita, não rezam, não acreditam, bebem muito, mas se vestem com todos os aparatos que possam lhes garantir mais espaço nas calçadas. Pura verdade! Havia também os que se fantasiavam de punks no início dos anos 1980 para conseguir o mesmo efeito. Na intimidade de seus quartos, no entanto, ouviam Claude François cantar, como todo mundo... Peneirados os falsos crentes, restará apenas um punhado de malucos de verdade. Os malucos de verdade podem ser perigosos, mas do total de malucos de verdade devem-se subtrair os incapazes, os zero à esquerda em qualquer assunto, os gargantas, os infantiloides e os pernetas. Se os camundongos que sobrarem tomarem de assalto a gigantesca República e se esta fugir gritando "mamãe", teremos perdido. O Estado laico tem o traseiro grande o bastante para se sentar em cima desses vermes e esmagá-los. É o medo que dá importância a esses lamentáveis fascistoides. E o ridículo, ao contrário do que se diz, acaba de vez com eles. Você há de concordar, é preciso bater forte na cara de todos os que têm medo da sombra da barba de um salafista, para que acordem desse pesadelo. Amém.
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Trump prepara uma nova ofensiva e, desta vez, tem chance de vitória
"Quando você negocia", escreve Donald Trump em "A Arte da Negociação", "a pior coisa é parecer desesperado. Se o outro lado sentir cheiro de sangue, você está morto." Publicado há 30 anos, o livro orienta a negociar de uma posição de força. O negociador precisa de alavancagem. "Você tem alavancagem quando possui algo que o outro lado quer, precisa ou não pode viver sem ter." Semana passada, Trump ignorou sua própria máxima. Lançou uma ofensiva para acabar com a política de saúde do antecessor, mas o fez sem alavancagem no Parlamento. A derrota foi acachapante. Nesta semana, o presidente retomou a ofensiva. Seu novo alvo é a política energética de Obama. Desta vez, a chance de êxito é maior porque ele está bem alavancado. A briga foi fatiada em partes. O primeiro round foi o relaxamento dos limites à indústria do carvão. O segundo deve incluir uma restrição às exportações de gás. Nesse jogo, o que importa não é o Congresso, mas países como a China. A história é assim: na esteira da crise de 2008, Obama fez tudo o que pôde para impedir a implosão da economia chinesa. Se a China afundasse, carregaria junto boa parte do mundo. Para isso, Obama relaxou os controles à exportação de gás americano para o mundo. Jorrando combustível no mercado global, os Estados Unidos ajudaram a derrubar o preço da energia global, uma injeção de adrenalina para Pequim. De lá para cá, a China criou uma nova dependência de gás barato. Além de precisar desse gás para manter sua indústria de pé, ela utiliza a commodity para substituir o carvão. Descarbonizar as grandes cidades chinesas virou questão de sobrevivência para o regime governante, que precisa dar respostas de saúde à população. Trump provocará. Ele acredita que a interdependência com a China é perversa, pois aumenta a vulnerabilidade dos Estados Unidos. Acha também que os chineses se beneficiam do gás barato à custa dos interesses americanos. Com o ajuste de política energética, Trump buscará reposicionar seu país diante da China. Ele tem alavancagem porque basta uma canetada na Casa Branca para fazer o preço internacional do gás disparar. A longo prazo, isso seria péssimo para todos. De imediato, porém, esse choque daria aos Estados Unidos a vantagem de contar com gás mais barato. Na concepção de Trump, isso traria muitas vantagens a curto prazo. O presidente precisa cada vez mais de ganhos imediatos. Eles é que poderão energizar sua base e assegurar vitória nas eleições parlamentares daqui a dois anos.
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Trump prepara uma nova ofensiva e, desta vez, tem chance de vitória"Quando você negocia", escreve Donald Trump em "A Arte da Negociação", "a pior coisa é parecer desesperado. Se o outro lado sentir cheiro de sangue, você está morto." Publicado há 30 anos, o livro orienta a negociar de uma posição de força. O negociador precisa de alavancagem. "Você tem alavancagem quando possui algo que o outro lado quer, precisa ou não pode viver sem ter." Semana passada, Trump ignorou sua própria máxima. Lançou uma ofensiva para acabar com a política de saúde do antecessor, mas o fez sem alavancagem no Parlamento. A derrota foi acachapante. Nesta semana, o presidente retomou a ofensiva. Seu novo alvo é a política energética de Obama. Desta vez, a chance de êxito é maior porque ele está bem alavancado. A briga foi fatiada em partes. O primeiro round foi o relaxamento dos limites à indústria do carvão. O segundo deve incluir uma restrição às exportações de gás. Nesse jogo, o que importa não é o Congresso, mas países como a China. A história é assim: na esteira da crise de 2008, Obama fez tudo o que pôde para impedir a implosão da economia chinesa. Se a China afundasse, carregaria junto boa parte do mundo. Para isso, Obama relaxou os controles à exportação de gás americano para o mundo. Jorrando combustível no mercado global, os Estados Unidos ajudaram a derrubar o preço da energia global, uma injeção de adrenalina para Pequim. De lá para cá, a China criou uma nova dependência de gás barato. Além de precisar desse gás para manter sua indústria de pé, ela utiliza a commodity para substituir o carvão. Descarbonizar as grandes cidades chinesas virou questão de sobrevivência para o regime governante, que precisa dar respostas de saúde à população. Trump provocará. Ele acredita que a interdependência com a China é perversa, pois aumenta a vulnerabilidade dos Estados Unidos. Acha também que os chineses se beneficiam do gás barato à custa dos interesses americanos. Com o ajuste de política energética, Trump buscará reposicionar seu país diante da China. Ele tem alavancagem porque basta uma canetada na Casa Branca para fazer o preço internacional do gás disparar. A longo prazo, isso seria péssimo para todos. De imediato, porém, esse choque daria aos Estados Unidos a vantagem de contar com gás mais barato. Na concepção de Trump, isso traria muitas vantagens a curto prazo. O presidente precisa cada vez mais de ganhos imediatos. Eles é que poderão energizar sua base e assegurar vitória nas eleições parlamentares daqui a dois anos.
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Relembre as grandes controvérsias do Nobel da Paz
Se queres o Nobel da Paz, prepara-te para a guerra. São raras as vezes em que o prêmio, idealizado pelo industrial sueco Alfred Nobel e entregue por uma comissão norueguesa, não causa alguma discórdia. A China, por exemplo, não hesita em repudiar a escolha quando ela recai sobre um dissidente ou crítico ao regime, como dalai-lama e Liu Xiaobo. Até mesmo pessoas que já receberam o prêmio expressam descontentamento, como quando três ex-laureados acusaram em carta aberta a União Europeia, agraciada em 2012, de "claramente não ser uma campeã da paz". Muitas vezes, a reputação dos agraciados sofre danos antes ou depois de seus discursos em Oslo. O ganhador do prêmio de 2015, o Quarteto de Diálogo Nacional da Tunísia, foi anunciado nesta sexta (9). Confira, a seguir, algumas das decisões mais contenciosas já tomadas na história da premiação: * 2009 - BARACK OBAMA Barack Obama havia assumido a Presidência dos EUA há menos de um ano quando a Comissão Norueguesa do Nobel decidiu agraciá-lo. Críticos argumentaram que ele não havia tido tempo de tomar decisões importantes e que seu legado estava longe de sedimentado. A decisão foi recebida por muitos como piada —críticos afirmaram, com humor, que o prêmio havia sido concedido a Obama só pelo fato de ele não ser George W. Bush, seu predecessor e artífice da intervenção no Iraque, além de profundamente impopular na Europa. O ex-secretário da comissão, Geir Lundestad, admitiu depois, em livro, que ninguém do grupo havia previsto a reação negativa ao prêmio, mesmo entre apoiadores de Obama. 1994 - YASSER ARAFAT, YITZHAK RABIN E SHIMON PERES Esperava-se que a láurea concedida ao líder palestino Yasser Arafat e aos israelenses Yitzhak Rabin e Shimon Peres impulsionasse os esforços de paz no Oriente Médio —o que não ocorreu. As negociações entraram em colapso e Rabin foi assassinado no ano seguinte por um judeu ultranacionalista. A escolha foi polêmica já de saída, sendo que um dos membros da comissão renunciou por considerar errado entregar o prêmio a Arafat, que ele considerava um terrorista. Muitos defenderam o palestino, argumentando que a organização da qual fazia parte Nelson Mandela, o premiado no ano anterior, não havia renunciado à luta armada contra o Apartheid na África do Sul. Já um outro membro da comissão afirmou, após uma ofensiva israelense, que, se pudesse, revogaria o Nobel dado a Peres. 1973 - HENRY KISSINGER O então secretário de Estado dos EUA, juntamente com o líder norte-vietnamita Le Duc Tho, foram agraciados pelos seus esforços em estabelecer um cessar-fogo na Guerra do Vietnã, o qual só seria estabelecido mais de um ano depois entre as partes. Le Duc Tho recusou o prêmio. Já Kissinger pediu para que o embaixador dos EUA na Noruega o recebesse em seu nome. Diversos grupos que se opunham à guerra —e culpavam Kissinger pela extensão do engajamento americano no campo de batalha— questionaram o Nobel. Dois membros da comissão renunciaram em protesto à decisão final. A discórdia só aumentou com o surgimento de indícios da influência de Kissinger nas ditaduras militares da América Latina nos anos 1970. 1945 - CORDELL HULL O político norte-americano (1871-1955) foi reconhecido por Oslo pelo seu papel na criação da ONU. No entanto, por receber o prêmio enquanto a extensão do Holocausto ainda era apurada, críticos recordaram seu papel ativo ao despachar de volta à Alemanha um navio com mais de 900 judeus que buscavam asilo nos EUA, em 1939. Hull, então secretário de Estado de Franklin D. Roosevelt, fazia parte da bancada democrata sulista que ameaçou retirar o apoio ao presidente nas eleições caso ele autorizasse o navio, o SS St. Louis, atracar na costa americana. Rossevelt cedeu ao conselho de Hull e não permitiu o desembarque. Mais de um quarto dos passageiros morreram devido à perseguição nazista antes do fim da Segunda Guerra. 1935 - CARL VON OSSIETZKY Atualmente, seria impensável questionar o mérito de um escritor judeu alemão pacifista (1889-1938) que havia sido detido pelos nazistas ao denunciar o processo secreto de remilitarização de seu país. Na época, contudo, a Comissão do Nobel gerou controvérsia por interferir em assuntos internos da Alemanha. A família real norueguesa não compareceu à cerimônia, provavelmente devido à pressão do Parlamento. Adolf Hitler irritou-se profundamente e não apenas recusou a permissão a Ossietzky para receber o prêmio como proibiu qualquer alemão de receber o Nobel durante o Terceiro Reich. NUNCA - MOHANDAS GANDHI Assim como a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas nunca concedeu um Oscar a Alfred Hitchcock, o militante pacifista mais famoso do século, mahatma Gandhi, jamais recebeu um Nobel da Paz —apesar de ter sido nomeado nada menos que cinco vezes. Gandhi morreu assassinado em 1948, aos 78 anos. O Nobel tem como norma nunca ser concedido postumamente. A própria Comissão Norueguesa do Nobel admitiu a falha mais de uma vez, como em 1989, durante a cerimônia de entrega da láurea ao dalai-lama. Em 2006 o então secretário da comissão, Geir Lundestad, também reconheceu: "Gandhi poderia ficar sem o Nobel da Paz; a questão é se a Comissão do Nobel pode ficar sem Gandhi". Prêmio Nobel 2015
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Relembre as grandes controvérsias do Nobel da PazSe queres o Nobel da Paz, prepara-te para a guerra. São raras as vezes em que o prêmio, idealizado pelo industrial sueco Alfred Nobel e entregue por uma comissão norueguesa, não causa alguma discórdia. A China, por exemplo, não hesita em repudiar a escolha quando ela recai sobre um dissidente ou crítico ao regime, como dalai-lama e Liu Xiaobo. Até mesmo pessoas que já receberam o prêmio expressam descontentamento, como quando três ex-laureados acusaram em carta aberta a União Europeia, agraciada em 2012, de "claramente não ser uma campeã da paz". Muitas vezes, a reputação dos agraciados sofre danos antes ou depois de seus discursos em Oslo. O ganhador do prêmio de 2015, o Quarteto de Diálogo Nacional da Tunísia, foi anunciado nesta sexta (9). Confira, a seguir, algumas das decisões mais contenciosas já tomadas na história da premiação: * 2009 - BARACK OBAMA Barack Obama havia assumido a Presidência dos EUA há menos de um ano quando a Comissão Norueguesa do Nobel decidiu agraciá-lo. Críticos argumentaram que ele não havia tido tempo de tomar decisões importantes e que seu legado estava longe de sedimentado. A decisão foi recebida por muitos como piada —críticos afirmaram, com humor, que o prêmio havia sido concedido a Obama só pelo fato de ele não ser George W. Bush, seu predecessor e artífice da intervenção no Iraque, além de profundamente impopular na Europa. O ex-secretário da comissão, Geir Lundestad, admitiu depois, em livro, que ninguém do grupo havia previsto a reação negativa ao prêmio, mesmo entre apoiadores de Obama. 1994 - YASSER ARAFAT, YITZHAK RABIN E SHIMON PERES Esperava-se que a láurea concedida ao líder palestino Yasser Arafat e aos israelenses Yitzhak Rabin e Shimon Peres impulsionasse os esforços de paz no Oriente Médio —o que não ocorreu. As negociações entraram em colapso e Rabin foi assassinado no ano seguinte por um judeu ultranacionalista. A escolha foi polêmica já de saída, sendo que um dos membros da comissão renunciou por considerar errado entregar o prêmio a Arafat, que ele considerava um terrorista. Muitos defenderam o palestino, argumentando que a organização da qual fazia parte Nelson Mandela, o premiado no ano anterior, não havia renunciado à luta armada contra o Apartheid na África do Sul. Já um outro membro da comissão afirmou, após uma ofensiva israelense, que, se pudesse, revogaria o Nobel dado a Peres. 1973 - HENRY KISSINGER O então secretário de Estado dos EUA, juntamente com o líder norte-vietnamita Le Duc Tho, foram agraciados pelos seus esforços em estabelecer um cessar-fogo na Guerra do Vietnã, o qual só seria estabelecido mais de um ano depois entre as partes. Le Duc Tho recusou o prêmio. Já Kissinger pediu para que o embaixador dos EUA na Noruega o recebesse em seu nome. Diversos grupos que se opunham à guerra —e culpavam Kissinger pela extensão do engajamento americano no campo de batalha— questionaram o Nobel. Dois membros da comissão renunciaram em protesto à decisão final. A discórdia só aumentou com o surgimento de indícios da influência de Kissinger nas ditaduras militares da América Latina nos anos 1970. 1945 - CORDELL HULL O político norte-americano (1871-1955) foi reconhecido por Oslo pelo seu papel na criação da ONU. No entanto, por receber o prêmio enquanto a extensão do Holocausto ainda era apurada, críticos recordaram seu papel ativo ao despachar de volta à Alemanha um navio com mais de 900 judeus que buscavam asilo nos EUA, em 1939. Hull, então secretário de Estado de Franklin D. Roosevelt, fazia parte da bancada democrata sulista que ameaçou retirar o apoio ao presidente nas eleições caso ele autorizasse o navio, o SS St. Louis, atracar na costa americana. Rossevelt cedeu ao conselho de Hull e não permitiu o desembarque. Mais de um quarto dos passageiros morreram devido à perseguição nazista antes do fim da Segunda Guerra. 1935 - CARL VON OSSIETZKY Atualmente, seria impensável questionar o mérito de um escritor judeu alemão pacifista (1889-1938) que havia sido detido pelos nazistas ao denunciar o processo secreto de remilitarização de seu país. Na época, contudo, a Comissão do Nobel gerou controvérsia por interferir em assuntos internos da Alemanha. A família real norueguesa não compareceu à cerimônia, provavelmente devido à pressão do Parlamento. Adolf Hitler irritou-se profundamente e não apenas recusou a permissão a Ossietzky para receber o prêmio como proibiu qualquer alemão de receber o Nobel durante o Terceiro Reich. NUNCA - MOHANDAS GANDHI Assim como a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas nunca concedeu um Oscar a Alfred Hitchcock, o militante pacifista mais famoso do século, mahatma Gandhi, jamais recebeu um Nobel da Paz —apesar de ter sido nomeado nada menos que cinco vezes. Gandhi morreu assassinado em 1948, aos 78 anos. O Nobel tem como norma nunca ser concedido postumamente. A própria Comissão Norueguesa do Nobel admitiu a falha mais de uma vez, como em 1989, durante a cerimônia de entrega da láurea ao dalai-lama. Em 2006 o então secretário da comissão, Geir Lundestad, também reconheceu: "Gandhi poderia ficar sem o Nobel da Paz; a questão é se a Comissão do Nobel pode ficar sem Gandhi". Prêmio Nobel 2015
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Entre variedades de farinha de trigo, Dona Benta é a preferida dos paulistanos que cozinham
MAGÊ FLORES DE SÃO PAULO Da porta entreaberta da cozinha, espia-se ela e sua batedeira. Primeiro, a manteiga e o açúcar, batidos até que virem um creme claro. Depois, os ovos, um a um, e então a farinha de trigo, aos pouquinhos, intercalada com o leite. A fôrma untada está na bancada e o forno já preaquecido. O bolo cresce bonito, o cheirinho invade o quarto e acorda quem gosta dele ainda quentinho (por mais que a lenda diga que dá dor de barriga). Ela que, como de costume, acordou cedo para preparar o café, sempre disse que farinha de trigo boa deve ser bem branca e fininha —por isso que, ainda no mercado, faz questão de ver o produto através da embalagem. Não é confeiteira, mas faz receitas fofinhas, úmidas e saborosas. E sabe da importância desse ingrediente: com o ovo, dá estrutura ao bolo. Tem de cor e salteado o passo a passo —e seguindo direitinho cada medida, em xícaras, colheres ou pitadas, não há como errar. Bom, se bater a insegurança, sempre será possível recorrer às misturas prontas que precisam apenas de leite, manteiga e ovos. Bolos, mas também tortas, biscoitos e pães. Receitas que perfumam a casa (ou "receitas de carinho", como diz o slogan) são especialidades dessa atenciosa vovó —que em tanto lembra a personagem de Monteiro Lobato.
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Entre variedades de farinha de trigo, Dona Benta é a preferida dos paulistanos que cozinhamMAGÊ FLORES DE SÃO PAULO Da porta entreaberta da cozinha, espia-se ela e sua batedeira. Primeiro, a manteiga e o açúcar, batidos até que virem um creme claro. Depois, os ovos, um a um, e então a farinha de trigo, aos pouquinhos, intercalada com o leite. A fôrma untada está na bancada e o forno já preaquecido. O bolo cresce bonito, o cheirinho invade o quarto e acorda quem gosta dele ainda quentinho (por mais que a lenda diga que dá dor de barriga). Ela que, como de costume, acordou cedo para preparar o café, sempre disse que farinha de trigo boa deve ser bem branca e fininha —por isso que, ainda no mercado, faz questão de ver o produto através da embalagem. Não é confeiteira, mas faz receitas fofinhas, úmidas e saborosas. E sabe da importância desse ingrediente: com o ovo, dá estrutura ao bolo. Tem de cor e salteado o passo a passo —e seguindo direitinho cada medida, em xícaras, colheres ou pitadas, não há como errar. Bom, se bater a insegurança, sempre será possível recorrer às misturas prontas que precisam apenas de leite, manteiga e ovos. Bolos, mas também tortas, biscoitos e pães. Receitas que perfumam a casa (ou "receitas de carinho", como diz o slogan) são especialidades dessa atenciosa vovó —que em tanto lembra a personagem de Monteiro Lobato.
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PSOL pede que corregedoria investigue os 22 deputados alvos do Supremo
A bancada do PSOL apresentou nesta terça-feira (10) pedido de abertura de sindicância na Corregedoria da Câmara para investigar os 22 deputados que são alvos no STF (Supremo Tribunal Federal) por suposta participação no esquema de corrupção da Petrobras. O partido requer ainda o afastamento do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do vice-presidente da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA), do presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), Arthur Lira (PMDB-AL) e de seu vice, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), que estão entre os investigados. "Trata-se de fato de imensa gravidade que deve, para além da investigação no âmbito do Poder Judiciário, ter uma apuração no seio do Legislativo", afirma o pedido do PSOL assinado pelos cinco deputados da bancada. O ministro Teori Zavascki autorizou na sexta-feira (6) abertura de inquérito para investigar 34 congressistas, sendo 22 deputados –18 do PP, dois do PMDB e dois do PT. Pelas regras da Casa, os pedidos de sindicância são encaminhados para a Presidência, que repassa para a Corregedoria, que fica responsável de preparar um parecer avaliando se são procedentes ou não as ações. Esse relatório segue para a Mesa Diretora da Casa, que decide se envia ou não os casos para o Conselho de Ética para avaliar eventuais processos de quebra de decoro. As sanções vão desde de advertência até cassação. A corregedoria é comandada pelo deputado Carlos Mannato (SD-ES), que é aliado e foi indicado para o cargo pelo presidente da Câmara. Cunha também tem maioria entre os deputados que compõem a cúpula da Casa. O presidente da Câmara foi acusado pelo doleiro Alberto Youssef de receber propina por um contrato da estatal, mas nega qualquer envolvimento com o esquema. Na Câmara, Cunha e vários deputados afirmam que não há justificativa para abertura de processo de quebra de decoro parlamentar, uma vez que o pedido de abertura de inquérito representa uma fase inicial de apuração e não é sinônimo de culpa. Maior bancada da Casa, o PMDB divulgou uma nota de apoio a Cunha. "A bancada entende que, a abertura de procedimento investigatório não afeta a sua liderança nem compromete a imparcialidade no exercício da Presidência.
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PSOL pede que corregedoria investigue os 22 deputados alvos do SupremoA bancada do PSOL apresentou nesta terça-feira (10) pedido de abertura de sindicância na Corregedoria da Câmara para investigar os 22 deputados que são alvos no STF (Supremo Tribunal Federal) por suposta participação no esquema de corrupção da Petrobras. O partido requer ainda o afastamento do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do vice-presidente da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA), do presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), Arthur Lira (PMDB-AL) e de seu vice, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), que estão entre os investigados. "Trata-se de fato de imensa gravidade que deve, para além da investigação no âmbito do Poder Judiciário, ter uma apuração no seio do Legislativo", afirma o pedido do PSOL assinado pelos cinco deputados da bancada. O ministro Teori Zavascki autorizou na sexta-feira (6) abertura de inquérito para investigar 34 congressistas, sendo 22 deputados –18 do PP, dois do PMDB e dois do PT. Pelas regras da Casa, os pedidos de sindicância são encaminhados para a Presidência, que repassa para a Corregedoria, que fica responsável de preparar um parecer avaliando se são procedentes ou não as ações. Esse relatório segue para a Mesa Diretora da Casa, que decide se envia ou não os casos para o Conselho de Ética para avaliar eventuais processos de quebra de decoro. As sanções vão desde de advertência até cassação. A corregedoria é comandada pelo deputado Carlos Mannato (SD-ES), que é aliado e foi indicado para o cargo pelo presidente da Câmara. Cunha também tem maioria entre os deputados que compõem a cúpula da Casa. O presidente da Câmara foi acusado pelo doleiro Alberto Youssef de receber propina por um contrato da estatal, mas nega qualquer envolvimento com o esquema. Na Câmara, Cunha e vários deputados afirmam que não há justificativa para abertura de processo de quebra de decoro parlamentar, uma vez que o pedido de abertura de inquérito representa uma fase inicial de apuração e não é sinônimo de culpa. Maior bancada da Casa, o PMDB divulgou uma nota de apoio a Cunha. "A bancada entende que, a abertura de procedimento investigatório não afeta a sua liderança nem compromete a imparcialidade no exercício da Presidência.
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Apresentador gay da Disney adiciona feminismo a contos dos irmãos Grimm
Uma Chapeuzinho Vermelho mais guerreira e menos inocente, uma princesa empoderada que toma a iniciativa de pedir o Príncipe Encantado em casamento, uma menina esperta que enfrenta sem medo a bruxa má. Em seu novo livro, "Vinicius Campos Conta Grimm", que será lançado dia 8 de outubro na Livraria da Vila, em São Paulo, o ator, apresentador e escritor Vinicius Campos, 37, joga seu olhar para oito contos de fadas dos Irmãos Grimm, evidenciando em suas adaptações o protagonismo feminino. "As histórias estão lá, mas tomei a liberdade de deixar as garotas mais donas de si, justamente para trazer as questões de igualdade de gênero, valores que não eram pregados na época em que esses autores viveram", conta o paulistano sobre sua nova obra.   É o sexto livro de sua carreira. Todos os outros títulos abordavam temas como diversidade, preconceito, bullying, minorias e racismo. Por um deles, "Agentes Especiais", chegou a ser finalista do prêmio Jabuti.  "Minha vontade de escrever livros surgiu juntamente com o desejo de promover a inclusão social", diz ele, cujo trabalho quase sempre é inspirado em experiências que já viveu ou que vive no momento, ou ainda por questões que o tocam profundamente.   Um exemplo é o seu primeiro trabalho "Expedições do Vini - Famílias", que nasceu de uma situação que vivenciou na TV. "Em um programa focado na relação familiar, só havia espaço para falar da configuração mais tradicional. Foi aí que decidi escrever uma história que abarcasse outras possibilidades, como pais separados, filhos adotivos e relações inter-raciais", comenta o apresentador, que foi contratado pela Disney em 2008 e, desde então, já estrelou diversos programas no canal Disney Junior - entre eles o "Parquinho", que está no ar há quatro anos e é gravado em Buenos Aires, onde mora há 12 anos.   Aliás, foi na capital argentina, em uma temporada para aprender espanhol após terminar a faculdade de jornalismo, que ele conheceu o seu marido, o executivo Eduardo Lagreca. "Em pouco tempo nos apaixonamos e voltei para o Brasil só para avisar meus pais sobre minha mudança definitiva. Foi um choque para eles saberem sobre o Edu e enfrentei um momento familiar difícil ao expor minha orientação sexual em casa. Já tinha sofrido muito na adolescência com colegas me chamando de bichinha, sem eu mesmo ter certeza se era homossexual. E essa foi a fase de sofrer com uma certa rejeição no ambiente doméstico", relembra ele, que nos primeiros meses depois da mudança trabalhou como professor de português.    Algum tempo depois, entrou no site do canal argentino Utilíssima e escreveu uma mensagem. Disse que tinha uma ideia de programa voltado para a cultura brasileira. "Pouco tempo depois, aprovaram a minha proposta. Gravei um ano o Portunhol e logo depois veio o teste para ser apresentador da Disney. 'E a empresa sabia da sua homossexualidade?' "Sim, e todo mundo sempre me aceitou muito bem, mas não era algo que saía falando publicamente. Hoje já sinto necessidade de expor isso", afirma o apresentador, que sempre teve vontade de ser pai e há pouco mais de cinco anos deu o primeiro passo nessa direção. Ele e Eduardo, que casaram oficialmente em 2011, começaram a participar de um projeto de apadrinhamento de crianças que estão em abrigos. "A ideia era fazer isso com uma só, mas acabamos encontrando três irmãos: Milagros, 14, Alfredo, 13, e Pablo, 11". Depois de mais dois anos de processo, eles conseguiram se tornar seus pais em dezembro do ano passado. O casal construiu em 2015 uma casa no bairro de Palermo especialmente para receber as crianças.   Esse seu momento pessoal tão especial está reverberando positivamente em sua trajetória profissional. Na Disney, por exemplo, ele vai deixar de apresentar o "Parquinho" para se jogar em um projeto de ficção que partiu de uma iniciativa dele. Na sitcom infantil, que começa a ser gravada no início de 2018, Vinícius interpreta um escritor e desenhista divorciado, que tem a guarda compartilhada da filha com a ex-mulher. Outro papel que o apresentador tem desempenhado na empresa é o de consultor para assuntos de diversidade. "Eu ajudo a verificar, por exemplo, se os roteiros não estão reforçando estereótipos, como o da menina que só quer usar vestido ou que só os meninos podem jogar futebol."   Ele também deve começar, em breve, a reescrever alguns clássicos Disney, assim como fez com os Irmãos Grimm. "Parece utópico, mas faço meu trabalho pensando sempre na possibilidade de nos transformarmos em uma sociedade melhor e mais justa. E tenho sentido cada vez mais a importância de escrever sobre tolerância e respeito diante desse momento de extremo conservadorismo, no qual se promove a cura gay e exposições de arte sobre diversidade são censuradas."
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Apresentador gay da Disney adiciona feminismo a contos dos irmãos GrimmUma Chapeuzinho Vermelho mais guerreira e menos inocente, uma princesa empoderada que toma a iniciativa de pedir o Príncipe Encantado em casamento, uma menina esperta que enfrenta sem medo a bruxa má. Em seu novo livro, "Vinicius Campos Conta Grimm", que será lançado dia 8 de outubro na Livraria da Vila, em São Paulo, o ator, apresentador e escritor Vinicius Campos, 37, joga seu olhar para oito contos de fadas dos Irmãos Grimm, evidenciando em suas adaptações o protagonismo feminino. "As histórias estão lá, mas tomei a liberdade de deixar as garotas mais donas de si, justamente para trazer as questões de igualdade de gênero, valores que não eram pregados na época em que esses autores viveram", conta o paulistano sobre sua nova obra.   É o sexto livro de sua carreira. Todos os outros títulos abordavam temas como diversidade, preconceito, bullying, minorias e racismo. Por um deles, "Agentes Especiais", chegou a ser finalista do prêmio Jabuti.  "Minha vontade de escrever livros surgiu juntamente com o desejo de promover a inclusão social", diz ele, cujo trabalho quase sempre é inspirado em experiências que já viveu ou que vive no momento, ou ainda por questões que o tocam profundamente.   Um exemplo é o seu primeiro trabalho "Expedições do Vini - Famílias", que nasceu de uma situação que vivenciou na TV. "Em um programa focado na relação familiar, só havia espaço para falar da configuração mais tradicional. Foi aí que decidi escrever uma história que abarcasse outras possibilidades, como pais separados, filhos adotivos e relações inter-raciais", comenta o apresentador, que foi contratado pela Disney em 2008 e, desde então, já estrelou diversos programas no canal Disney Junior - entre eles o "Parquinho", que está no ar há quatro anos e é gravado em Buenos Aires, onde mora há 12 anos.   Aliás, foi na capital argentina, em uma temporada para aprender espanhol após terminar a faculdade de jornalismo, que ele conheceu o seu marido, o executivo Eduardo Lagreca. "Em pouco tempo nos apaixonamos e voltei para o Brasil só para avisar meus pais sobre minha mudança definitiva. Foi um choque para eles saberem sobre o Edu e enfrentei um momento familiar difícil ao expor minha orientação sexual em casa. Já tinha sofrido muito na adolescência com colegas me chamando de bichinha, sem eu mesmo ter certeza se era homossexual. E essa foi a fase de sofrer com uma certa rejeição no ambiente doméstico", relembra ele, que nos primeiros meses depois da mudança trabalhou como professor de português.    Algum tempo depois, entrou no site do canal argentino Utilíssima e escreveu uma mensagem. Disse que tinha uma ideia de programa voltado para a cultura brasileira. "Pouco tempo depois, aprovaram a minha proposta. Gravei um ano o Portunhol e logo depois veio o teste para ser apresentador da Disney. 'E a empresa sabia da sua homossexualidade?' "Sim, e todo mundo sempre me aceitou muito bem, mas não era algo que saía falando publicamente. Hoje já sinto necessidade de expor isso", afirma o apresentador, que sempre teve vontade de ser pai e há pouco mais de cinco anos deu o primeiro passo nessa direção. Ele e Eduardo, que casaram oficialmente em 2011, começaram a participar de um projeto de apadrinhamento de crianças que estão em abrigos. "A ideia era fazer isso com uma só, mas acabamos encontrando três irmãos: Milagros, 14, Alfredo, 13, e Pablo, 11". Depois de mais dois anos de processo, eles conseguiram se tornar seus pais em dezembro do ano passado. O casal construiu em 2015 uma casa no bairro de Palermo especialmente para receber as crianças.   Esse seu momento pessoal tão especial está reverberando positivamente em sua trajetória profissional. Na Disney, por exemplo, ele vai deixar de apresentar o "Parquinho" para se jogar em um projeto de ficção que partiu de uma iniciativa dele. Na sitcom infantil, que começa a ser gravada no início de 2018, Vinícius interpreta um escritor e desenhista divorciado, que tem a guarda compartilhada da filha com a ex-mulher. Outro papel que o apresentador tem desempenhado na empresa é o de consultor para assuntos de diversidade. "Eu ajudo a verificar, por exemplo, se os roteiros não estão reforçando estereótipos, como o da menina que só quer usar vestido ou que só os meninos podem jogar futebol."   Ele também deve começar, em breve, a reescrever alguns clássicos Disney, assim como fez com os Irmãos Grimm. "Parece utópico, mas faço meu trabalho pensando sempre na possibilidade de nos transformarmos em uma sociedade melhor e mais justa. E tenho sentido cada vez mais a importância de escrever sobre tolerância e respeito diante desse momento de extremo conservadorismo, no qual se promove a cura gay e exposições de arte sobre diversidade são censuradas."
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Sustentabilidade precisa estar em toda a cadeia produtiva, dizem empresas
As empresas devem integrar os padrões de sustentabilidade em toda a sua linha de produção, do fornecedor ao consumidor final. Essa foi a conclusão dos especialistas reunidos para discutir Empresas e Sustentabilidade no Fórum Economia Limpa, que aconteceu nesta segunda-feira (20) e continua na terça-feira (21)."Essa inteligência de você conseguir fazer o bem e gerar negócio para a sua empresa é como se constrói um futuro sustentável", disse Emiliano Graziano, gerente de Sustentabilidade da Basf na América do Sul, no evento promovido pela Folha, Abralatas (Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade) e Novelis."O maior desafio é você engajar toda essa cadeia, todos os parceiros no dia a dia", completou Malu Nunes, diretora-executiva da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.Leia a reportagem
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Sustentabilidade precisa estar em toda a cadeia produtiva, dizem empresasAs empresas devem integrar os padrões de sustentabilidade em toda a sua linha de produção, do fornecedor ao consumidor final. Essa foi a conclusão dos especialistas reunidos para discutir Empresas e Sustentabilidade no Fórum Economia Limpa, que aconteceu nesta segunda-feira (20) e continua na terça-feira (21)."Essa inteligência de você conseguir fazer o bem e gerar negócio para a sua empresa é como se constrói um futuro sustentável", disse Emiliano Graziano, gerente de Sustentabilidade da Basf na América do Sul, no evento promovido pela Folha, Abralatas (Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade) e Novelis."O maior desafio é você engajar toda essa cadeia, todos os parceiros no dia a dia", completou Malu Nunes, diretora-executiva da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.Leia a reportagem
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Uma leitura liberal da proposta da tarifa zero no transporte
RESUMO Autor avalia proposta do Movimento Passe Livre que defende a tarifa zero para transporte urbano. Considerando apenas os custos de manutenção do atual sistema em São Paulo, o valor a ser gasto em subsídio chegaria a R$ 8 bilhões, que drenariam recursos destinados a outras necessidades, como educação e saúde. As medidas que o Movimento Passe Livre (MPL) exige para São Paulo apenas piorariam o transporte público na cidade, além de levarem a um desperdício incalculável de recursos. O prefeito Fernando Haddad deu a resposta perfeita ao apontar o óbvio: a medida custaria caro –a cifra é estimada em R$ 8 bilhões– e, se a prefeitura gastasse esse dinheiro, ele faria falta em outras áreas. Só que o prefeito não foi longe o suficiente. Mesmo que a prefeitura tivesse bilhões de reais sobrando, não deveria dar passagem de graça. Em primeiro lugar, porque existem outras necessidades mais importantes que subsidiar o deslocamento das pessoas. Saúde e educação melhores, por exemplo. E por que não lazer, cultura, ambiente, e tantas outras? De onde o MPL tirou que ter transporte de graça é mais importante do que todas essas outras demandas? O movimento não tem, ademais, direito de tomar esse tipo de decisão pela coletividade; e não é o barulho e a estridência de suas manifestações que lhe conferirá essa legitimidade. O segundo motivo é ainda mais sério, por demonstrar ignorância da função social do preço em um mercado. O preço não é a imposição de malvados que querem excluir as massas de um mundo de abundância ilimitada. O preço existe porque nossos recursos são escassos e serve como um indicador da escassez relativa de um bem ou serviço, além de atuar como um incentivo duplo: estimula a oferta e modera o consumo. Se o preço de um serviço está alto –sinal de que ele é escasso–, as pessoas diminuem seu consumo –atendo-se ao essencial–, e mais empreendedores terão interesse em ofertá-lo. Sem o mecanismo do preço, o sistema perde esses incentivos e passa a operar irracionalmente. Assim, não é verdade que o passe livre em São Paulo custará R$ 8 bilhões. Esse seria o custo de manter, a preço de passagem zero, o sistema atual. Mas, com a passagem gratuita, a demanda explodiria. Imperaria a completa irracionalidade no consumo: as pessoas demandariam mais e mais transporte, gastando em viagens supérfluas recursos escassos –combustível, veículos, mão de obra– que faltam a outras finalidades. Do lado da oferta, há duas possibilidades: se o passe livre fosse aprovado mantendo o atual sistema de empresas monopolistas, elas provavelmente fariam algum investimento para absorver a nova demanda. A grande diferença estaria no montante de recursos públicos –ou seja, do contribuinte– que iria para o bolso delas. Pagaríamos valores estratosféricos pelo serviço insatisfatório de sempre. A outra possibilidade é municipalizar (ou seja, estatizar) os ônibus e acabar com o lucro das empresas. Isso seria ainda pior. Nas mãos de uma empresa que busca o lucro, mais clientes significam mais receita. Se são as mãos do governo as que oferecem um serviço gratuito, mais clientes significam apenas custo e problema. O incentivo para expandir e melhorar o serviço –do número de ônibus à manutenção e gestão do sistema– deixa de existir. Não há por que aumentar a eficiência, pois isso não trará ganho algum. Com o orçamento apertado, os investimentos seriam poucos. Como resultado, os ônibus ficariam muito mais lotados e haveria filas maiores nos pontos, sem falar no crescimento da corrupção e dos gastos espúrios, que são a regra em toda organização cuja renda não depende do serviço prestado. DIREITOS No final das contas, a argumentação do MPL se baseia no pensamento mágico, na fórmula que diz que transporte é um "direito". Infelizmente, usar a linguagem dos direitos não ajuda a resolver os problemas da vida prática: como fazer com que mais pessoas tenham acesso a bens e serviços que consideramos importantes. Ao transformar o transporte em um imperativo moral, esconde-se o custo dessa decisão: os bilhões de reais que não poderão ir para outros fins igualmente válidos. O Brasil tem longa tradição de transformar tudo que é desejável em direito; fica lindo no papel, mas na prática é um desastre. Boas intenções não abolem a escassez de recursos. O que se dá com uma mão tem de ser tirado da outra. Recentemente, o MPL recuou e passou a pedir apenas que o preço da passagem volte ao nível anterior de R$3,50. Os males do preço subsidiado são qualitativamente os mesmos do preço zero, apenas menos intensos. A demanda ainda seria mais alta do que se o preço fosse corrigido, e o subsídio que a prefeitura paga às empresas teria que ser maior. A hipótese de pagar menos a elas, reduzindo seu lucro, diminuiria o incentivo para novos investimentos; levado ao limite, culminaria na ideia da municipalização do transporte discutida acima. Sem lucro, cada passageiro passa a ser apenas um custo –um problema a ser evitado–, e não uma fonte de receita a ser atraída. Dito isso, a indignação do MPL é justa. A passagem, que depois do aumento foi para R$ 3,80, é cara, o serviço é ruim, e a oferta é pouca. Ônibus lotados e filas são regra no horário de pico. Para completar, o serviço ainda custa, atualmente, quase R$2 bilhões à prefeitura. As empresas de ônibus operam monopólios lucrativos à custa tanto dos usuários quanto do contribuinte. O sistema é ineficiente, precário, limitado e caro. Na raiz desse sistema defeituoso, está o monopólio imposto pela prefeitura, que impede que a oferta de transportes se adapte à demanda. O preço alto das passagens tem o potencial de atrair empreendedores em busca do lucro, aumentando a oferta até que os preços caiam e o lucro desapareça. Seria um processo continuamente em andamento, sensível a cada mudança nas condições do mercado, se ao menos a prefeitura permitisse que ele ocorresse. Por isso, em lugar de proteger o monopólio das empresas de ônibus, a prefeitura deveria estimular a concorrência: permitir que vans, carros motos e bicicletas transportem pessoas livremente, incentivando o empreendedorismo no setor. Talvez o lado mais importante dessa proposta seja o fato de que ela constitui um caminho para a ascensão econômica de muita gente, ao mudar a relação dos cidadãos com o transporte: ao invés de meros consumidores, passam a ser microempreendedores potenciais. Isso já é realidade, por exemplo, em países como o Quênia, onde vans em concorrência, os "matatus", levam a maioria dos passageiros pelas ruas de Nairóbi. Com o transporte livre, criam-se opções de transporte barato para os consumidores, lucro para os empreendedores e impostos para o governo, em vez de drenar recursos públicos distribuindo subsídios. Quem não gosta dessa ideia são os monopolistas dos ônibus. Sua renda fácil acabaria, bem como sua complacência. Para a sociedade, isso não é ruim. As próprias empresas de ônibus seriam obrigadas a melhorar seu serviço para não perder clientela. Além disso, ninguém está falando em abolir os ônibus tal como existem hoje –só em permitir a concorrência de outras modalidades de transporte que já circulam livremente pelas ruas, em usos pessoais. O Uber e empresas similares têm apontado o caminho no transporte individual, mostrando como o sistema altamente regulado dos táxis era ineficiente. O controle das licenças (que dá origem a um mercado negro), as regulamentações sem fim, as taxas e supostas garantias de segurança: todos se mostraram desnecessários. O público sabe lidar com a escolha e com a concorrência, que cria uma pressão virtuosa sobre os prestadores do serviço. As regulamentações devem se ater ao mínimo. O mesmo vale para o transporte coletivo, basta que empreendedores tenham a liberdade de agir. Os dias do planejamento central acabaram. A política de transportes atual é ineficaz e nos custa caro. Se o passe livre vingar, ficará ainda pior e custará ainda mais. O caminho é o da descentralização, da concorrência e do empreendedorismo. Instituir o passe livre instaurará no uso dos ônibus o mesmo tipo de irracionalidade, excesso e precariedade que já é a regra em outro serviço dos transportes que opera a preço zero, gerando resultados ruins: o uso das ruas por automóveis. JOEL PINHEIRO DA FONSECA, 30, é economista, mestre em filosofia e trabalha na comunicação do Partido Novo.
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Uma leitura liberal da proposta da tarifa zero no transporteRESUMO Autor avalia proposta do Movimento Passe Livre que defende a tarifa zero para transporte urbano. Considerando apenas os custos de manutenção do atual sistema em São Paulo, o valor a ser gasto em subsídio chegaria a R$ 8 bilhões, que drenariam recursos destinados a outras necessidades, como educação e saúde. As medidas que o Movimento Passe Livre (MPL) exige para São Paulo apenas piorariam o transporte público na cidade, além de levarem a um desperdício incalculável de recursos. O prefeito Fernando Haddad deu a resposta perfeita ao apontar o óbvio: a medida custaria caro –a cifra é estimada em R$ 8 bilhões– e, se a prefeitura gastasse esse dinheiro, ele faria falta em outras áreas. Só que o prefeito não foi longe o suficiente. Mesmo que a prefeitura tivesse bilhões de reais sobrando, não deveria dar passagem de graça. Em primeiro lugar, porque existem outras necessidades mais importantes que subsidiar o deslocamento das pessoas. Saúde e educação melhores, por exemplo. E por que não lazer, cultura, ambiente, e tantas outras? De onde o MPL tirou que ter transporte de graça é mais importante do que todas essas outras demandas? O movimento não tem, ademais, direito de tomar esse tipo de decisão pela coletividade; e não é o barulho e a estridência de suas manifestações que lhe conferirá essa legitimidade. O segundo motivo é ainda mais sério, por demonstrar ignorância da função social do preço em um mercado. O preço não é a imposição de malvados que querem excluir as massas de um mundo de abundância ilimitada. O preço existe porque nossos recursos são escassos e serve como um indicador da escassez relativa de um bem ou serviço, além de atuar como um incentivo duplo: estimula a oferta e modera o consumo. Se o preço de um serviço está alto –sinal de que ele é escasso–, as pessoas diminuem seu consumo –atendo-se ao essencial–, e mais empreendedores terão interesse em ofertá-lo. Sem o mecanismo do preço, o sistema perde esses incentivos e passa a operar irracionalmente. Assim, não é verdade que o passe livre em São Paulo custará R$ 8 bilhões. Esse seria o custo de manter, a preço de passagem zero, o sistema atual. Mas, com a passagem gratuita, a demanda explodiria. Imperaria a completa irracionalidade no consumo: as pessoas demandariam mais e mais transporte, gastando em viagens supérfluas recursos escassos –combustível, veículos, mão de obra– que faltam a outras finalidades. Do lado da oferta, há duas possibilidades: se o passe livre fosse aprovado mantendo o atual sistema de empresas monopolistas, elas provavelmente fariam algum investimento para absorver a nova demanda. A grande diferença estaria no montante de recursos públicos –ou seja, do contribuinte– que iria para o bolso delas. Pagaríamos valores estratosféricos pelo serviço insatisfatório de sempre. A outra possibilidade é municipalizar (ou seja, estatizar) os ônibus e acabar com o lucro das empresas. Isso seria ainda pior. Nas mãos de uma empresa que busca o lucro, mais clientes significam mais receita. Se são as mãos do governo as que oferecem um serviço gratuito, mais clientes significam apenas custo e problema. O incentivo para expandir e melhorar o serviço –do número de ônibus à manutenção e gestão do sistema– deixa de existir. Não há por que aumentar a eficiência, pois isso não trará ganho algum. Com o orçamento apertado, os investimentos seriam poucos. Como resultado, os ônibus ficariam muito mais lotados e haveria filas maiores nos pontos, sem falar no crescimento da corrupção e dos gastos espúrios, que são a regra em toda organização cuja renda não depende do serviço prestado. DIREITOS No final das contas, a argumentação do MPL se baseia no pensamento mágico, na fórmula que diz que transporte é um "direito". Infelizmente, usar a linguagem dos direitos não ajuda a resolver os problemas da vida prática: como fazer com que mais pessoas tenham acesso a bens e serviços que consideramos importantes. Ao transformar o transporte em um imperativo moral, esconde-se o custo dessa decisão: os bilhões de reais que não poderão ir para outros fins igualmente válidos. O Brasil tem longa tradição de transformar tudo que é desejável em direito; fica lindo no papel, mas na prática é um desastre. Boas intenções não abolem a escassez de recursos. O que se dá com uma mão tem de ser tirado da outra. Recentemente, o MPL recuou e passou a pedir apenas que o preço da passagem volte ao nível anterior de R$3,50. Os males do preço subsidiado são qualitativamente os mesmos do preço zero, apenas menos intensos. A demanda ainda seria mais alta do que se o preço fosse corrigido, e o subsídio que a prefeitura paga às empresas teria que ser maior. A hipótese de pagar menos a elas, reduzindo seu lucro, diminuiria o incentivo para novos investimentos; levado ao limite, culminaria na ideia da municipalização do transporte discutida acima. Sem lucro, cada passageiro passa a ser apenas um custo –um problema a ser evitado–, e não uma fonte de receita a ser atraída. Dito isso, a indignação do MPL é justa. A passagem, que depois do aumento foi para R$ 3,80, é cara, o serviço é ruim, e a oferta é pouca. Ônibus lotados e filas são regra no horário de pico. Para completar, o serviço ainda custa, atualmente, quase R$2 bilhões à prefeitura. As empresas de ônibus operam monopólios lucrativos à custa tanto dos usuários quanto do contribuinte. O sistema é ineficiente, precário, limitado e caro. Na raiz desse sistema defeituoso, está o monopólio imposto pela prefeitura, que impede que a oferta de transportes se adapte à demanda. O preço alto das passagens tem o potencial de atrair empreendedores em busca do lucro, aumentando a oferta até que os preços caiam e o lucro desapareça. Seria um processo continuamente em andamento, sensível a cada mudança nas condições do mercado, se ao menos a prefeitura permitisse que ele ocorresse. Por isso, em lugar de proteger o monopólio das empresas de ônibus, a prefeitura deveria estimular a concorrência: permitir que vans, carros motos e bicicletas transportem pessoas livremente, incentivando o empreendedorismo no setor. Talvez o lado mais importante dessa proposta seja o fato de que ela constitui um caminho para a ascensão econômica de muita gente, ao mudar a relação dos cidadãos com o transporte: ao invés de meros consumidores, passam a ser microempreendedores potenciais. Isso já é realidade, por exemplo, em países como o Quênia, onde vans em concorrência, os "matatus", levam a maioria dos passageiros pelas ruas de Nairóbi. Com o transporte livre, criam-se opções de transporte barato para os consumidores, lucro para os empreendedores e impostos para o governo, em vez de drenar recursos públicos distribuindo subsídios. Quem não gosta dessa ideia são os monopolistas dos ônibus. Sua renda fácil acabaria, bem como sua complacência. Para a sociedade, isso não é ruim. As próprias empresas de ônibus seriam obrigadas a melhorar seu serviço para não perder clientela. Além disso, ninguém está falando em abolir os ônibus tal como existem hoje –só em permitir a concorrência de outras modalidades de transporte que já circulam livremente pelas ruas, em usos pessoais. O Uber e empresas similares têm apontado o caminho no transporte individual, mostrando como o sistema altamente regulado dos táxis era ineficiente. O controle das licenças (que dá origem a um mercado negro), as regulamentações sem fim, as taxas e supostas garantias de segurança: todos se mostraram desnecessários. O público sabe lidar com a escolha e com a concorrência, que cria uma pressão virtuosa sobre os prestadores do serviço. As regulamentações devem se ater ao mínimo. O mesmo vale para o transporte coletivo, basta que empreendedores tenham a liberdade de agir. Os dias do planejamento central acabaram. A política de transportes atual é ineficaz e nos custa caro. Se o passe livre vingar, ficará ainda pior e custará ainda mais. O caminho é o da descentralização, da concorrência e do empreendedorismo. Instituir o passe livre instaurará no uso dos ônibus o mesmo tipo de irracionalidade, excesso e precariedade que já é a regra em outro serviço dos transportes que opera a preço zero, gerando resultados ruins: o uso das ruas por automóveis. JOEL PINHEIRO DA FONSECA, 30, é economista, mestre em filosofia e trabalha na comunicação do Partido Novo.
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MEC vai oferecer curso de qualificação a diretor de escola pública
Diretores de escolas públicas de grande porte poderão fazer um curso de qualificação e, em troca, ter acesso a um bônus mensal pago pelo MEC (Ministério da Educação). Esse é o modelo de um novo programa que o ministro Cid Gomes, novo titular da pasta, está formatando. O projeto será colocado em consulta pública esta semana. Após 15 dias aberto a sugestões, os técnicos concluirão a iniciativa. A ideia é oferecer a esse público uma capacitação em temas como gestão administrativa e financeira, além da abordagem de questões pedagógicas. A adesão do diretor será voluntária. O pagamento do benefício fica condicionado ao desempenho em avaliação aplicada ao fim do curso. O valor ainda não foi definido, mas possivelmente vai variar de acordo com a formação dos gestores: aquele que possui título de mestre, por exemplo, pode ter um bônus mais robusto. Hoje, não há estatísticas oficiais sobre a formação dos diretores: o dado coletado no censo escolar é restrito aos que atuam em sala de aula. "O diretor é uma figura importante na escola: quem tem um diretor mais qualificado tem desempenho melhor", disse o ministro Cid Gomes. Em tempos de ajuste fiscal e orçamento limitado, o novo titular da pasta afirma que o benefício terá pouco impacto nas contas do MEC. Inicialmente, o foco são as escolas com mais de 500 matrículas, que limita o escopo do programa, até aqui batizado de "Diretor Principal". De acordo com dados oficiais, do total de 118.916 escolas públicas de ensino fundamental, 14.728 (12,4%) têm esse perfil. Já no ensino médio, são 1.409 unidades, de um total de 3.730 (37,7%). Algumas escolas, no entanto, podem ter sido contabilizadas duas vezes: ofertam as duas etapas e têm mais de 500 estudantes em ambas. Os números são do censo de 2013. "Escolas maiores exigem mais. Controlar o ponto de 10 professores é diferente de controlar o de 100 profissionais", afirma o pesquisador Ocimar Alavarse, da USP. Ele pondera que a importância do diretor recai não apenas na administração da unidade, mas também tem impacto na sala de aula. "Em última instância, uma maneira de definir o currículo é o conjunto de atividades que as escolas desenvolvem com seus alunos. A gestão do currículo da escola é um aspecto que o diretor deve estar atento", diz.
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MEC vai oferecer curso de qualificação a diretor de escola públicaDiretores de escolas públicas de grande porte poderão fazer um curso de qualificação e, em troca, ter acesso a um bônus mensal pago pelo MEC (Ministério da Educação). Esse é o modelo de um novo programa que o ministro Cid Gomes, novo titular da pasta, está formatando. O projeto será colocado em consulta pública esta semana. Após 15 dias aberto a sugestões, os técnicos concluirão a iniciativa. A ideia é oferecer a esse público uma capacitação em temas como gestão administrativa e financeira, além da abordagem de questões pedagógicas. A adesão do diretor será voluntária. O pagamento do benefício fica condicionado ao desempenho em avaliação aplicada ao fim do curso. O valor ainda não foi definido, mas possivelmente vai variar de acordo com a formação dos gestores: aquele que possui título de mestre, por exemplo, pode ter um bônus mais robusto. Hoje, não há estatísticas oficiais sobre a formação dos diretores: o dado coletado no censo escolar é restrito aos que atuam em sala de aula. "O diretor é uma figura importante na escola: quem tem um diretor mais qualificado tem desempenho melhor", disse o ministro Cid Gomes. Em tempos de ajuste fiscal e orçamento limitado, o novo titular da pasta afirma que o benefício terá pouco impacto nas contas do MEC. Inicialmente, o foco são as escolas com mais de 500 matrículas, que limita o escopo do programa, até aqui batizado de "Diretor Principal". De acordo com dados oficiais, do total de 118.916 escolas públicas de ensino fundamental, 14.728 (12,4%) têm esse perfil. Já no ensino médio, são 1.409 unidades, de um total de 3.730 (37,7%). Algumas escolas, no entanto, podem ter sido contabilizadas duas vezes: ofertam as duas etapas e têm mais de 500 estudantes em ambas. Os números são do censo de 2013. "Escolas maiores exigem mais. Controlar o ponto de 10 professores é diferente de controlar o de 100 profissionais", afirma o pesquisador Ocimar Alavarse, da USP. Ele pondera que a importância do diretor recai não apenas na administração da unidade, mas também tem impacto na sala de aula. "Em última instância, uma maneira de definir o currículo é o conjunto de atividades que as escolas desenvolvem com seus alunos. A gestão do currículo da escola é um aspecto que o diretor deve estar atento", diz.
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Astrologia
ÁRIES (21 mar. a 20 abr.) A Lua em Áries tem que dar conta da mudança de frequência de Vênus para Capricórnio. O desejo se posiciona com mais prudência, ligado no mundo material. Bom para sua imagem pública e para o reconhecimento do seu trabalho. TOURO (21 abr. a 20 mai.) Sua regente Vênus ingressa em Capricórnio, onde ganha em sensualidade, mas fica mais orientada pelos planos e metas a longo prazo. Os afetos amadurecem e desejam estabilidade. Bom para viajar e estudar. GÊMEOS (21 mai. a 20 jun.) Hoje tem seu regente Mercúrio ingressando em Sagitário, favorecendo diálogos a dois e com parceiros de trabalho. Vênus em Capricórnio vai mais fundo no seu desejo. O que é que lhe proporciona um prazer inestimável? CÂNCER (21 jun. a 21 jul.) Notícia feliz é o ingresso de Vênus em Capricórnio. Tão bom tê-la trabalhando para que seus encontros sejam mais belos, produtivos e prazerosos! Bom para assumir compromissos mais sérios com alguém. LEÃO (22 jul. a 22 ago.) Neste dia que pede atividades expansivas, o ingresso de Mercúrio em Sagitário pode trazer ensinamentos e ideias. A Vênus em Capricórnio estimula uma produtividade mais focada e uma rotina mais agradável. VIRGEM (23 ago. a 22 set.) Relacionar-se sem perder a autonomia é o que de melhor você pode aprender com Vênus em Capricórnio nas próximas semanas, estimulando sua auto estima. Mercúrio entra em Sagitário e abre o baú: bora conversar em casa? LIBRA (23 set. a 22 out.) Vênus entra em Capricórnio e em território doméstico e familiar do seu mapa para tornar a convivência e o envolvimento mais amáveis. Bora tratar de um relacionamento sério? Bom também para dar aquela arrumada na casa. ESCORPIÃO (23 out. a 21 nov.) Lembra dos desafios de comunicação das últimas semanas? Agora mais lapidada e com Vênus em Capricórnio, sua palavra pode encantar. Estudos, arte e poesia. Nos negócios, é com Mercúrio em Sagitário no papo reto. SAGITÁRIO (22 nov. a 21 dez.) Com Mercúrio em Sagitário você fica honesto até demais: pense antes de falar! Mente em expansão e comunicação em foco. A relação fica mais estável com Vênus em Capricórnio, o que é ótimo para você ganhar dinheiro. CAPRICÓRNIO (22 dez. a 20 jan.) Que delícia é ter Vênus em seu signo! A partir de hoje, dê um trato no visual, ponto para a autoestima. Você tem a deusa da sedução ao seu lado para tudo por algumas semanas. Amanhã você vai sentir isso melhor. AQUÁRIO (21 jan. a 19 fev.) Lembrando que Marte está em seu signo, que você quer fazer tudo do seu jeito, defendendo sua liberdade. Cuidado para não se fechar demais. Vênus em Capricórnio só quer saber do que pode dar certo. Diálogos abertos! PEIXES (20 fev. a 20 mar.) Comunicação, ideias e propostas interessantes chegam como ingresso de Mercúrio em Sagitário, incentivando o seu trabalho. Com Vênus em Capricórnio, afetos firmes e amizades comprovadas asseguram o bem-estar.
ilustrada
AstrologiaÁRIES (21 mar. a 20 abr.) A Lua em Áries tem que dar conta da mudança de frequência de Vênus para Capricórnio. O desejo se posiciona com mais prudência, ligado no mundo material. Bom para sua imagem pública e para o reconhecimento do seu trabalho. TOURO (21 abr. a 20 mai.) Sua regente Vênus ingressa em Capricórnio, onde ganha em sensualidade, mas fica mais orientada pelos planos e metas a longo prazo. Os afetos amadurecem e desejam estabilidade. Bom para viajar e estudar. GÊMEOS (21 mai. a 20 jun.) Hoje tem seu regente Mercúrio ingressando em Sagitário, favorecendo diálogos a dois e com parceiros de trabalho. Vênus em Capricórnio vai mais fundo no seu desejo. O que é que lhe proporciona um prazer inestimável? CÂNCER (21 jun. a 21 jul.) Notícia feliz é o ingresso de Vênus em Capricórnio. Tão bom tê-la trabalhando para que seus encontros sejam mais belos, produtivos e prazerosos! Bom para assumir compromissos mais sérios com alguém. LEÃO (22 jul. a 22 ago.) Neste dia que pede atividades expansivas, o ingresso de Mercúrio em Sagitário pode trazer ensinamentos e ideias. A Vênus em Capricórnio estimula uma produtividade mais focada e uma rotina mais agradável. VIRGEM (23 ago. a 22 set.) Relacionar-se sem perder a autonomia é o que de melhor você pode aprender com Vênus em Capricórnio nas próximas semanas, estimulando sua auto estima. Mercúrio entra em Sagitário e abre o baú: bora conversar em casa? LIBRA (23 set. a 22 out.) Vênus entra em Capricórnio e em território doméstico e familiar do seu mapa para tornar a convivência e o envolvimento mais amáveis. Bora tratar de um relacionamento sério? Bom também para dar aquela arrumada na casa. ESCORPIÃO (23 out. a 21 nov.) Lembra dos desafios de comunicação das últimas semanas? Agora mais lapidada e com Vênus em Capricórnio, sua palavra pode encantar. Estudos, arte e poesia. Nos negócios, é com Mercúrio em Sagitário no papo reto. SAGITÁRIO (22 nov. a 21 dez.) Com Mercúrio em Sagitário você fica honesto até demais: pense antes de falar! Mente em expansão e comunicação em foco. A relação fica mais estável com Vênus em Capricórnio, o que é ótimo para você ganhar dinheiro. CAPRICÓRNIO (22 dez. a 20 jan.) Que delícia é ter Vênus em seu signo! A partir de hoje, dê um trato no visual, ponto para a autoestima. Você tem a deusa da sedução ao seu lado para tudo por algumas semanas. Amanhã você vai sentir isso melhor. AQUÁRIO (21 jan. a 19 fev.) Lembrando que Marte está em seu signo, que você quer fazer tudo do seu jeito, defendendo sua liberdade. Cuidado para não se fechar demais. Vênus em Capricórnio só quer saber do que pode dar certo. Diálogos abertos! PEIXES (20 fev. a 20 mar.) Comunicação, ideias e propostas interessantes chegam como ingresso de Mercúrio em Sagitário, incentivando o seu trabalho. Com Vênus em Capricórnio, afetos firmes e amizades comprovadas asseguram o bem-estar.
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Indígenas liberam trabalhadores de Belo Monte retidos em aldeia
Quatro pessoas contratadas pela Norte Energia, empresa responsável pela construção da Usina de Belo Monte (PA), foram liberadas de uma aldeia indígena na Região de Curuaia, próximo ao Rio Curuá. Segundo a Funai, dois fiscais de obra, um agente de segurança de trabalho e o piloto de uma aeronave, todos contratados pela companhia, que estavam impedidos de sair da Aldeia Curuatxé desde o dia 10 de março, foram liberados na manhã de hoje. Eles estavam na aldeia para inspecionar obras realizadas pela Norte Energia como compensação ambiental pela construção da usina. Os nomes não foram informados. Eles serão levados para Altamira (PA) onde devem chegar nesta quinta-feira (17). De acordo com a Funai, a liberação ocorreu "após a Norte Energia negociar a reconstrução de um novo poço artesiano e a reforma das casas dos indígenas. Um caminhão com madeira e outros materiais de construção já seguiu para área assim como uma balsa com equipamentos para a perfuração de um novo poço". Para obter a licença ambiental, a Norte Energia foi obrigada a implantar um conjunto de melhorias nas áreas indígenas que seriam afetadas pela construção da hidrelétrica. Entre melhorias nas cidades e nas áreas indígenas, os gastos estimados seriam de R$ 4 bilhões. Mas o programa indígena sofreu muitas críticas por pagar mesada aos chefes indígenas, causando desagregação nas aldeias. Chamado de Plano Emergencial, ele vigorou até 2012, e algumas aldeias chegaram a receber R$ 30 mil mensais em produtos, entre eles picapes, televisões, entre outros.
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Indígenas liberam trabalhadores de Belo Monte retidos em aldeiaQuatro pessoas contratadas pela Norte Energia, empresa responsável pela construção da Usina de Belo Monte (PA), foram liberadas de uma aldeia indígena na Região de Curuaia, próximo ao Rio Curuá. Segundo a Funai, dois fiscais de obra, um agente de segurança de trabalho e o piloto de uma aeronave, todos contratados pela companhia, que estavam impedidos de sair da Aldeia Curuatxé desde o dia 10 de março, foram liberados na manhã de hoje. Eles estavam na aldeia para inspecionar obras realizadas pela Norte Energia como compensação ambiental pela construção da usina. Os nomes não foram informados. Eles serão levados para Altamira (PA) onde devem chegar nesta quinta-feira (17). De acordo com a Funai, a liberação ocorreu "após a Norte Energia negociar a reconstrução de um novo poço artesiano e a reforma das casas dos indígenas. Um caminhão com madeira e outros materiais de construção já seguiu para área assim como uma balsa com equipamentos para a perfuração de um novo poço". Para obter a licença ambiental, a Norte Energia foi obrigada a implantar um conjunto de melhorias nas áreas indígenas que seriam afetadas pela construção da hidrelétrica. Entre melhorias nas cidades e nas áreas indígenas, os gastos estimados seriam de R$ 4 bilhões. Mas o programa indígena sofreu muitas críticas por pagar mesada aos chefes indígenas, causando desagregação nas aldeias. Chamado de Plano Emergencial, ele vigorou até 2012, e algumas aldeias chegaram a receber R$ 30 mil mensais em produtos, entre eles picapes, televisões, entre outros.
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Filósofo Francisco Bosco promete criatividade para resgatar Funarte
Recém-empossado na presidência da Funarte, o órgão do Ministério da Cultura de fomento às artes, o filósofo e ensaísta carioca Francisco Bosco, 38, sabe que assumiu uma instituição em crise. O orçamento e o número de funcionários encolhem a cada ano e ela "perdeu capacidade de produzir acontecimentos relevantes para a cultura", segundo disse o presidente em entrevista à Folha, em seu gabinete, no Rio. O que o levou a aceitar o convite do ministro Juca Ferreira foi a oportunidade "de contribuir para uma gestão orientada por valores de ousadia, experimentação e aprofundamento da experiência democrática". Para ele, o MinC é um dos poucos ministérios do governo Dilma capazes de implementar uma agenda de esquerda. Exemplo disso é o maior projeto que o próprio Bosco conduzirá neste ano, a Comissão Nacional das Artes. Encarregada de rodar os 27 Estados, de abril a dezembro, para fazer "um grande diagnóstico de demandas e sugestões" a partir de diálogos com os artistas, a comissão vai repensar toda a estrutura e a política das artes no país, incluindo a própria existência da Funarte. Paralelamente, Bosco tentará imprimir sua marca no órgão que preside traçando novas ações que façam a Funarte voltar a ter relevância. * Folha - Como funcionará a Comissão Nacional das Artes? A comissão vai percorrer os 27 Estados escutando representantes de todas as linguagem que a Funarte abarca [música, artes visuais, teatro, circo, literatura e dança]. Cada linguagem terá o que chamamos de um condutor de processo, alguém que vai percorrer os Estados e, em cada um, fazer um chamamento público para uma grande roda de conversa. Esse condutor fará uma leitura da situação, das demandas, precariedades e sugestões de políticas públicas para aquela área. Serão feitos relatórios parciais e um documento final, em dezembro, que servirá de base para a formulação de políticas e para um redesenho da Funarte. Será contratada uma consultoria externa para elaborar políticas públicas a partir do relatório. Elas devem começar a ser implementadas a partir do segundo semestre de 2016. A própria comissão tem uma dimensão presencial, mas tem também uma narrativa simultânea que vai se dar numa plataforma digital colaborativa, como o Marco Civil. Ainda não temos a arquitetura digital elaborada em detalhes, mas toda a discussão vai estar disponível o tempo todo. Até onde pode ir esse redesenho? A comissão fará um grande diagnóstico. Depois, veremos o que fazer para atender as demandas. Reestrutura-se a Funarte? Extingue-se a Funarte e criam-se agências separadas? Não se sabe. Diante de realidades diferentes você tem desenhos institucionais diferentes para atender a essas necessidades. Outros setores reivindicam, a partir do case que é a Ancine, a criação de agências próprias. A música, por exemplo. Ela é, talvez, a principal linguagem artística da cultura brasileira. Reivindica com razão uma agência que dê conta de sua complexidade e exuberância. E o que temos? O Cemus [Centro da Música, parte da Funarte]. É ridículo. Enquanto a comissão não conclui o trabalho, o que você pretende fazer com a Funarte? Uma diretriz vai ser tentar fazer com que a instituição entre na discussão cultural, não só no Rio, mas também numa esfera maior. A Funarte está afastada da cultura. Temos um departamento de pesquisa, o Cedoc, que tem documentos muito relevantes e é pouco visitado. Temos várias ações de fomento, mas o resultado delas não está aparecendo para a cultura. A Funarte não tem sido capaz de produzir pautas, não sai nos jornais. Ninguém visita nossa livraria. A sala Sidney Miller [no Rio] não é um espaço relevante na vida musical da cidade. Ninguém faz ideia do que seja a Casa Paschoal Carlos Magno [teatro da Funarte no Rio]. Os processos estão sendo feitos, mas mesmo o que dá para fazer não está produzindo impacto na cultura. Há um déficit de formulação na casa, de imaginação na criação de políticas públicas. Não basta continuar tocando editais e prêmios, você tem que agir. Por exemplo, foi aqui que surgiu o ciclo que hoje se chama Mutações [ciclo de debates], do Adauto Novaes. Ele era pesquisador da Funarte. Contratou conferencistas de fora da instituição, a Funarte pagava as pesquisas deles. Depois a Funarte fez parcerias com a [editora] Cia. das Letras e publicou livros [que resultaram dessa pesquisa] que circulam até hoje. É uma iniciativa que surgiu na Funarte e que teve impacto cultural. No campo das artes visuais também houve iniciativas importantes, como a coleção [de livros] ABC. Se você conversa com artistas do Rio que hoje têm seus 50 anos, vê que eles eram habitués da nossa livraria. Essa coleção foi importante para a formação deles. Esse tipo de ação exige imaginação ousada e inventiva. Isso eu quero fazer. Você disse que quer atrair a iniciativa privada. Como? Temos quase 20 equipamentos culturais. Devido às nossas restrições de recursos, não estão nem ocupados. Vivemos o pior dos mundos, pois pagamos o custeio e não oferecemos programação à sociedade. Diante de um quadro como esse, pensamos numa parceria com iniciativa privada. Ela pode ser no modelo OS [Organizações Sociais, entidades privadas sem fins lucrativos que administram equipamentos públicos]. A crítica que se faz a esse modelo é que ele seria a lógica do privado no público. Mas você pode criar mecanismos via edital que permitam que você negocie essa lógica. Você condiciona a entrega do equipamento a uma série de objetivos que pertencem à lógica pública e que a OS vai ter que cumprir. A crítica simplesmente não é verdade. E a gente não dá conta sozinho. Qual é a situação orçamentária da Funarte? A maior parte do que temos para as atividades de fomento vem do Fundo Nacional de Cultura. O FNC é um recurso que não pertence à Funarte, é relacionado ao MinC. O dinheiro de que a casa dispõe hoje responde por uma parte muito pequena das ações finalísticas [prêmios, fomento]. Está muito empenhado no meio: pessoal, estrutura etc. O que sobra para atividades finalísticas é muito pouco. Em 2014, [o orçamento da Funarte para atividades de fomento] foi menos de R$19 milhões [sem contar com o FNC]. Neste ano, deve ser menos. Trabalhamos com uma estimativa de contingenciamento de até 30%. Os grandes editais são [financiados com verba] do FNC. Ainda não sei o quanto terei do fundo. E em termos de servidores? Temos um déficit de estrutura enorme. No período considerado áureo, no início dos anos 1980, a Funarte tinha mais de 900 funcionários entre servidores e comissionados. Hoje tem 240 servidores e cerca de 70 cargos comissionados. Quase um terço deles vai entrar em tempo de aposentadoria nos próximos três anos. O último concurso, para 50 vagas, foi homologado, mas as pessoas não foram convocadas ainda. Ainda não discuti a situação desse concurso específico com o MinC, mas é muito difícil que sejam efetivadas este ano. Não conto com isso. Por que você aceitou o convite do ministro? Temos uma piada interna no núcleo estratégico do MinC que diz que ele é uma espécie de Islândia do governo brasileiro. O nosso governo de esquerda do PT tem mil dificuldades de implementação de uma agenda de esquerda. Credito essas dificuldades decisivamente a forças que são exteriores às intenções do partido. Mas, no caso da cultura, até por um relativo abandono do conjunto de forças conservadoras que regem a sociedade brasileira, é possível fazer avanços significativos. Considero uma oportunidade inestimável poder contribuir para uma gestão da coisa pública orientada por esses valores de ousadia, experimentação e aprofundamento da experiência democrática da sociedade brasileira. É isso o MinC conduzido pelo Juca. Mas as limitações estruturais e financeiras são enormes. Não se pode ficar só enfatizando o que não se pode fazer. Isso é um vício constitutivo da sociedade brasileira. Para a construção de uma sociedade é tão importante a dimensão crítica, negativa, quanto a de identificação de realizações. Há uma série de narrativas em curso no MinC que são o que é possível fazer dentro de uma realidade que ultrapassa o âmbito do MinC, que, por definição,não é de responsabilidade dele. Cabe ao MinC fazer o que pode dentro dessa realidade. E cabe à sociedade brasileira identificar também esse processo. É preciso perceber o conjunto de forças que nela atuam numa complexidade maior.
ilustrada
Filósofo Francisco Bosco promete criatividade para resgatar FunarteRecém-empossado na presidência da Funarte, o órgão do Ministério da Cultura de fomento às artes, o filósofo e ensaísta carioca Francisco Bosco, 38, sabe que assumiu uma instituição em crise. O orçamento e o número de funcionários encolhem a cada ano e ela "perdeu capacidade de produzir acontecimentos relevantes para a cultura", segundo disse o presidente em entrevista à Folha, em seu gabinete, no Rio. O que o levou a aceitar o convite do ministro Juca Ferreira foi a oportunidade "de contribuir para uma gestão orientada por valores de ousadia, experimentação e aprofundamento da experiência democrática". Para ele, o MinC é um dos poucos ministérios do governo Dilma capazes de implementar uma agenda de esquerda. Exemplo disso é o maior projeto que o próprio Bosco conduzirá neste ano, a Comissão Nacional das Artes. Encarregada de rodar os 27 Estados, de abril a dezembro, para fazer "um grande diagnóstico de demandas e sugestões" a partir de diálogos com os artistas, a comissão vai repensar toda a estrutura e a política das artes no país, incluindo a própria existência da Funarte. Paralelamente, Bosco tentará imprimir sua marca no órgão que preside traçando novas ações que façam a Funarte voltar a ter relevância. * Folha - Como funcionará a Comissão Nacional das Artes? A comissão vai percorrer os 27 Estados escutando representantes de todas as linguagem que a Funarte abarca [música, artes visuais, teatro, circo, literatura e dança]. Cada linguagem terá o que chamamos de um condutor de processo, alguém que vai percorrer os Estados e, em cada um, fazer um chamamento público para uma grande roda de conversa. Esse condutor fará uma leitura da situação, das demandas, precariedades e sugestões de políticas públicas para aquela área. Serão feitos relatórios parciais e um documento final, em dezembro, que servirá de base para a formulação de políticas e para um redesenho da Funarte. Será contratada uma consultoria externa para elaborar políticas públicas a partir do relatório. Elas devem começar a ser implementadas a partir do segundo semestre de 2016. A própria comissão tem uma dimensão presencial, mas tem também uma narrativa simultânea que vai se dar numa plataforma digital colaborativa, como o Marco Civil. Ainda não temos a arquitetura digital elaborada em detalhes, mas toda a discussão vai estar disponível o tempo todo. Até onde pode ir esse redesenho? A comissão fará um grande diagnóstico. Depois, veremos o que fazer para atender as demandas. Reestrutura-se a Funarte? Extingue-se a Funarte e criam-se agências separadas? Não se sabe. Diante de realidades diferentes você tem desenhos institucionais diferentes para atender a essas necessidades. Outros setores reivindicam, a partir do case que é a Ancine, a criação de agências próprias. A música, por exemplo. Ela é, talvez, a principal linguagem artística da cultura brasileira. Reivindica com razão uma agência que dê conta de sua complexidade e exuberância. E o que temos? O Cemus [Centro da Música, parte da Funarte]. É ridículo. Enquanto a comissão não conclui o trabalho, o que você pretende fazer com a Funarte? Uma diretriz vai ser tentar fazer com que a instituição entre na discussão cultural, não só no Rio, mas também numa esfera maior. A Funarte está afastada da cultura. Temos um departamento de pesquisa, o Cedoc, que tem documentos muito relevantes e é pouco visitado. Temos várias ações de fomento, mas o resultado delas não está aparecendo para a cultura. A Funarte não tem sido capaz de produzir pautas, não sai nos jornais. Ninguém visita nossa livraria. A sala Sidney Miller [no Rio] não é um espaço relevante na vida musical da cidade. Ninguém faz ideia do que seja a Casa Paschoal Carlos Magno [teatro da Funarte no Rio]. Os processos estão sendo feitos, mas mesmo o que dá para fazer não está produzindo impacto na cultura. Há um déficit de formulação na casa, de imaginação na criação de políticas públicas. Não basta continuar tocando editais e prêmios, você tem que agir. Por exemplo, foi aqui que surgiu o ciclo que hoje se chama Mutações [ciclo de debates], do Adauto Novaes. Ele era pesquisador da Funarte. Contratou conferencistas de fora da instituição, a Funarte pagava as pesquisas deles. Depois a Funarte fez parcerias com a [editora] Cia. das Letras e publicou livros [que resultaram dessa pesquisa] que circulam até hoje. É uma iniciativa que surgiu na Funarte e que teve impacto cultural. No campo das artes visuais também houve iniciativas importantes, como a coleção [de livros] ABC. Se você conversa com artistas do Rio que hoje têm seus 50 anos, vê que eles eram habitués da nossa livraria. Essa coleção foi importante para a formação deles. Esse tipo de ação exige imaginação ousada e inventiva. Isso eu quero fazer. Você disse que quer atrair a iniciativa privada. Como? Temos quase 20 equipamentos culturais. Devido às nossas restrições de recursos, não estão nem ocupados. Vivemos o pior dos mundos, pois pagamos o custeio e não oferecemos programação à sociedade. Diante de um quadro como esse, pensamos numa parceria com iniciativa privada. Ela pode ser no modelo OS [Organizações Sociais, entidades privadas sem fins lucrativos que administram equipamentos públicos]. A crítica que se faz a esse modelo é que ele seria a lógica do privado no público. Mas você pode criar mecanismos via edital que permitam que você negocie essa lógica. Você condiciona a entrega do equipamento a uma série de objetivos que pertencem à lógica pública e que a OS vai ter que cumprir. A crítica simplesmente não é verdade. E a gente não dá conta sozinho. Qual é a situação orçamentária da Funarte? A maior parte do que temos para as atividades de fomento vem do Fundo Nacional de Cultura. O FNC é um recurso que não pertence à Funarte, é relacionado ao MinC. O dinheiro de que a casa dispõe hoje responde por uma parte muito pequena das ações finalísticas [prêmios, fomento]. Está muito empenhado no meio: pessoal, estrutura etc. O que sobra para atividades finalísticas é muito pouco. Em 2014, [o orçamento da Funarte para atividades de fomento] foi menos de R$19 milhões [sem contar com o FNC]. Neste ano, deve ser menos. Trabalhamos com uma estimativa de contingenciamento de até 30%. Os grandes editais são [financiados com verba] do FNC. Ainda não sei o quanto terei do fundo. E em termos de servidores? Temos um déficit de estrutura enorme. No período considerado áureo, no início dos anos 1980, a Funarte tinha mais de 900 funcionários entre servidores e comissionados. Hoje tem 240 servidores e cerca de 70 cargos comissionados. Quase um terço deles vai entrar em tempo de aposentadoria nos próximos três anos. O último concurso, para 50 vagas, foi homologado, mas as pessoas não foram convocadas ainda. Ainda não discuti a situação desse concurso específico com o MinC, mas é muito difícil que sejam efetivadas este ano. Não conto com isso. Por que você aceitou o convite do ministro? Temos uma piada interna no núcleo estratégico do MinC que diz que ele é uma espécie de Islândia do governo brasileiro. O nosso governo de esquerda do PT tem mil dificuldades de implementação de uma agenda de esquerda. Credito essas dificuldades decisivamente a forças que são exteriores às intenções do partido. Mas, no caso da cultura, até por um relativo abandono do conjunto de forças conservadoras que regem a sociedade brasileira, é possível fazer avanços significativos. Considero uma oportunidade inestimável poder contribuir para uma gestão da coisa pública orientada por esses valores de ousadia, experimentação e aprofundamento da experiência democrática da sociedade brasileira. É isso o MinC conduzido pelo Juca. Mas as limitações estruturais e financeiras são enormes. Não se pode ficar só enfatizando o que não se pode fazer. Isso é um vício constitutivo da sociedade brasileira. Para a construção de uma sociedade é tão importante a dimensão crítica, negativa, quanto a de identificação de realizações. Há uma série de narrativas em curso no MinC que são o que é possível fazer dentro de uma realidade que ultrapassa o âmbito do MinC, que, por definição,não é de responsabilidade dele. Cabe ao MinC fazer o que pode dentro dessa realidade. E cabe à sociedade brasileira identificar também esse processo. É preciso perceber o conjunto de forças que nela atuam numa complexidade maior.
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Veja 10 dicas para curtir festas de Natal e Ano-Novo em São Paulo
PRISCILA CAMAZANO DE SÃO PAULO Não quer ficar em casa? Aproveite essas dez dicas de festas de Natal e Ano-Novo selecionadas pela sãopaulo. GRAND HYATT A ceia de Natal será servida no restaurante EAU, que tem o cardápio voltado para a gastronomia francesa. Com música ao vivo e recreação infantil, a presença do Papai Noel promete animar os pequenos. Dia 25/12 será oferecido um brunch. Serão servidos saladas, pratos quentes e frios, além de churrasco e sobremesas. Há também opções para não hóspedes. pacoteshyatt.com.br, tel. 2838-1234. Os preços variam de R$ 260 (para o dia 25/12) a R$ 634 (diária, por pessoa em apto. duplo com café da manhã) HOLIDAY INN Em ritmo de Carnaval fora de época, o Réveillon no hotel, que está ao lado do Sambódromo do Anhembi, contará com a presença de uma bateria de escola de samba, que promete animar os preparativos da contagem regressiva para o novo ano que se inicia. Para a criançada, haverá recreação infantil. O destaque gastronômico será o carré de cordeiro assado com molho de mostarda. holidayanhembi.com.br, tel. 2107-8825. A partir de R$ 55 (dia 1°) e R$ 420 (dia 31/12). Crianças até 5 anos não pagam. De 6 a 12 anos, 50% de desconto. HILTON MORUMBI O hotel na zona sul paulistana terá uma programação que inclui jantares, brunch e hospedagem no Natal. A ceia será no Canvas Bar & Restaurante. Entre as atrações do cardápio, lombo de bacalhau. Quem passar o fim de semana terá direito a jantar, café da manhã e estacionamento. Dia 25/12, o brunch no restaurante Armazem Morumbi será preparado pelo chef Rodrigo Mezadri. hiltonmorumbi.com.br, tel. 2845-0000. Os preços variam de R$ 98 (para o dia 25/12) a R$ 1.139 (fim de semana para duas pessoas com café da manhã). Crianças até 5 anos não pagam. Até 11 anos, 50% de desconto. HOTEL EMILIANO Ao som de uma banda de jazz, a ceia de Réveillon terá no cardápio pratos preparados pelo chef italiano Andrea Montella. No dia 31/12, a festa começa às 20h. Para quem quiser desfrutar do brunch do primeiro dia do ano, além do menu à la carte, poderá se deliciar com pratos especiais preparados para a data. emiliano.com.br, tel. 3068-4390. Os preços variam de R$ 280 (para o brunch do dia 1°/1) a R$ 7.597,70 (uma noite em apto. duplo com café da manhã) HOTEL TRANSAMÉRICA 'Réveillon Luz' será o tema da festa de Ano-Novo que será comandada pelo Levy Restaurants. A comemoração começará às 21h, com música ao vivo e queima de fogos. Serão servidos coquetel e jantar. Quem optar por se hospedar no hotel terá uma tarifa especial. transamerica.com.br, tel. 5693-4050. Valor: R$ 396 (a diária em apto. simples ou duplo com café da manhã) e R$ 790 por pessoa (dia 31/12). Crianças até 4 anos não pagam. De 5 até 12 anos, 50% de desconto. INTERCONTINENTAL Para a véspera, ceia. No dia de Natal, brunch. É assim que o hotel prepara suas atrações para a data. O cardápio será servido no restaurante Tarsila. Além do tradicional peru natalino, o menu inclui 11 opções. Crianças ganham recreação ao lado de Papai Noel. A festa, de adultos e crianças, será animada com música ao vivo. icsaopaulo.com, tel. 3179-2555. Os preços variam de R$ 180 (dia 25/12) por pessoa a R$ 1.060 (diária para duas pessoas). Uma criança de até 12 anos no mesmo apto dos pais paga apenas o valor da ceia. RENAISSANCE Na noite da virada, haverá festa no Havana Club, mistura de bar com casa noturna. A animação ficará por conta de um DJ. A festa terá open bar, com coquetéis, cerveja, espumante, vinho e uísque, entre outras bebidas. A ceia deve ser oferecida no restaurante Terraço Jardins, conhecido pelo cardápio inspirado na cozinha contemporânea, com influências brasileiras. hoteis.marriott.com.br, tel. 3069-2621. Valor: R$ 950 por pessoa (dia 31/12). Crianças até 5 anos não pagam. De 6 até 11 anos, 50% de desconto. SHERATON WTC Sheraton São Paulo WTC Hotel promove o Réveillon White Celebration para brindar 2017. O Réveillon aposta numa recepção realizada num dos espaços mais nobres da capital paulista, o Golden Hall. A noite terá um show especial de Toquinho e, a partir da meia-noite, a banda Santa Maria passa a agitar a pista de dança, um dos pontos altos da festa. A pista contará com efeitos especiais. O menu é assinado pela Levy Restaurantes. Além de antepastos e um variado bufê, a tradicional contagem regressiva que marcará a chegada de 2017 será acompanhada de espumante e lentilhas de Puy com Dijon e Cotechino. sheratonsaopaulowtc.com.br, tel. 3055-8000. Valor: R$ 1.000 - preço por pessoa com jantar completo (sem hospedagem). Menores acompanhados de um responsável. Crianças até 08 anos não pagam. Criança 9 a 16 anos pagam 50% - sobre o valor da inteira. Apresente o X-pass (ingresso) na recepção no dia do evento. TERRAÇO ITÁLIA Com uma das melhores vistas do alto da metrópole, a 165 metros de altura, o restaurante realiza as tradicionais ceias de Natal e Ano-Novo há 49 anos. O espaço organiza o jantar nas salas Nobre e Panorama. A refeição terá um cardápio especial, elaborado pelo chef Pasquale Mancini. Música ao vivo, recreação para as crianças e a presença do bom velhinho estão entre as atrações. Dia 24/12, a festa começa às 19h. No dia 25/12, às 12h. terracoitalia.com.br, tel. 2189-2929. Os preços variam de R$ 272 (dia 25/12) a R$ 757 (dia 24/12) por pessoa. Crianças até 6 anos não pagam. Até 11 anos, 50% de desconto. TIVOLI MOFARREJ É a menos de um quarteirão da avenida mais famosa e movimentada da cidade, a Paulista, onde fica o hotel, considerado um dos melhores de São Paulo. Boa pedida para quem quer desfrutar de um brunch especial, ao ar livre, no dia 25/12. Servido à beira da piscina, o cardápio terá: salada de polvo, pernil de javali, bacalhau, rabanada e comida japonesa, entre outros. Já a festa "Celebre" promete agitar o tradicional réveillon. O evento é open bar, inclui jantar especial e conta com atrações como o duo Saxon, Bateria da escola de samba Rosas de Ouro e o DJ Gabbo Venutti. Para a ceia, o chef executivo Rogério de Siqueira preparou um menu especial com opções variadas de Entradas, Saladas, Estação de comidas japonesas e de frutos do mar, Pratos Quentes, Sobremesas e Lanche da Madrugada. tivolihotels.com, tel. 3146-5900. Valor Natal: R$ 250 por pessoa. Crianças de até 6 anos não pagam. De 7 a 12 anos pagam R$ 125. Valor Ano-Novo: a partir de R$ 800 (feminino) e R$ 1.050 (masculino). Inclui: Jantar e festa com open bar de vodka premium, whiskey importado, vinho, espumante, cerveja, água mineral, refrigerantes, sucos e energéticos. VILLA JOCKEY O Jockey Club de São Paulo, com cem anos de história, irá promover neste ano o primeiro "Réveillon dos Sonhos". Entre as atrações, haverá música ao vivo, ceia, queima de fogos e espaço para a criançada. Outro destaque da noite será a participação de cartomantes, que farão previsões para o novo ano -vale acreditar em tudo? reveillondosonhos.com, tel. 98837-0085. Os preços variam de R$ 400 (crianças maiores de 10 anos), R$ 800 (mulher) e R$ 900 (homem).
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Veja 10 dicas para curtir festas de Natal e Ano-Novo em São PauloPRISCILA CAMAZANO DE SÃO PAULO Não quer ficar em casa? Aproveite essas dez dicas de festas de Natal e Ano-Novo selecionadas pela sãopaulo. GRAND HYATT A ceia de Natal será servida no restaurante EAU, que tem o cardápio voltado para a gastronomia francesa. Com música ao vivo e recreação infantil, a presença do Papai Noel promete animar os pequenos. Dia 25/12 será oferecido um brunch. Serão servidos saladas, pratos quentes e frios, além de churrasco e sobremesas. Há também opções para não hóspedes. pacoteshyatt.com.br, tel. 2838-1234. Os preços variam de R$ 260 (para o dia 25/12) a R$ 634 (diária, por pessoa em apto. duplo com café da manhã) HOLIDAY INN Em ritmo de Carnaval fora de época, o Réveillon no hotel, que está ao lado do Sambódromo do Anhembi, contará com a presença de uma bateria de escola de samba, que promete animar os preparativos da contagem regressiva para o novo ano que se inicia. Para a criançada, haverá recreação infantil. O destaque gastronômico será o carré de cordeiro assado com molho de mostarda. holidayanhembi.com.br, tel. 2107-8825. A partir de R$ 55 (dia 1°) e R$ 420 (dia 31/12). Crianças até 5 anos não pagam. De 6 a 12 anos, 50% de desconto. HILTON MORUMBI O hotel na zona sul paulistana terá uma programação que inclui jantares, brunch e hospedagem no Natal. A ceia será no Canvas Bar & Restaurante. Entre as atrações do cardápio, lombo de bacalhau. Quem passar o fim de semana terá direito a jantar, café da manhã e estacionamento. Dia 25/12, o brunch no restaurante Armazem Morumbi será preparado pelo chef Rodrigo Mezadri. hiltonmorumbi.com.br, tel. 2845-0000. Os preços variam de R$ 98 (para o dia 25/12) a R$ 1.139 (fim de semana para duas pessoas com café da manhã). Crianças até 5 anos não pagam. Até 11 anos, 50% de desconto. HOTEL EMILIANO Ao som de uma banda de jazz, a ceia de Réveillon terá no cardápio pratos preparados pelo chef italiano Andrea Montella. No dia 31/12, a festa começa às 20h. Para quem quiser desfrutar do brunch do primeiro dia do ano, além do menu à la carte, poderá se deliciar com pratos especiais preparados para a data. emiliano.com.br, tel. 3068-4390. Os preços variam de R$ 280 (para o brunch do dia 1°/1) a R$ 7.597,70 (uma noite em apto. duplo com café da manhã) HOTEL TRANSAMÉRICA 'Réveillon Luz' será o tema da festa de Ano-Novo que será comandada pelo Levy Restaurants. A comemoração começará às 21h, com música ao vivo e queima de fogos. Serão servidos coquetel e jantar. Quem optar por se hospedar no hotel terá uma tarifa especial. transamerica.com.br, tel. 5693-4050. Valor: R$ 396 (a diária em apto. simples ou duplo com café da manhã) e R$ 790 por pessoa (dia 31/12). Crianças até 4 anos não pagam. De 5 até 12 anos, 50% de desconto. INTERCONTINENTAL Para a véspera, ceia. No dia de Natal, brunch. É assim que o hotel prepara suas atrações para a data. O cardápio será servido no restaurante Tarsila. Além do tradicional peru natalino, o menu inclui 11 opções. Crianças ganham recreação ao lado de Papai Noel. A festa, de adultos e crianças, será animada com música ao vivo. icsaopaulo.com, tel. 3179-2555. Os preços variam de R$ 180 (dia 25/12) por pessoa a R$ 1.060 (diária para duas pessoas). Uma criança de até 12 anos no mesmo apto dos pais paga apenas o valor da ceia. RENAISSANCE Na noite da virada, haverá festa no Havana Club, mistura de bar com casa noturna. A animação ficará por conta de um DJ. A festa terá open bar, com coquetéis, cerveja, espumante, vinho e uísque, entre outras bebidas. A ceia deve ser oferecida no restaurante Terraço Jardins, conhecido pelo cardápio inspirado na cozinha contemporânea, com influências brasileiras. hoteis.marriott.com.br, tel. 3069-2621. Valor: R$ 950 por pessoa (dia 31/12). Crianças até 5 anos não pagam. De 6 até 11 anos, 50% de desconto. SHERATON WTC Sheraton São Paulo WTC Hotel promove o Réveillon White Celebration para brindar 2017. O Réveillon aposta numa recepção realizada num dos espaços mais nobres da capital paulista, o Golden Hall. A noite terá um show especial de Toquinho e, a partir da meia-noite, a banda Santa Maria passa a agitar a pista de dança, um dos pontos altos da festa. A pista contará com efeitos especiais. O menu é assinado pela Levy Restaurantes. Além de antepastos e um variado bufê, a tradicional contagem regressiva que marcará a chegada de 2017 será acompanhada de espumante e lentilhas de Puy com Dijon e Cotechino. sheratonsaopaulowtc.com.br, tel. 3055-8000. Valor: R$ 1.000 - preço por pessoa com jantar completo (sem hospedagem). Menores acompanhados de um responsável. Crianças até 08 anos não pagam. Criança 9 a 16 anos pagam 50% - sobre o valor da inteira. Apresente o X-pass (ingresso) na recepção no dia do evento. TERRAÇO ITÁLIA Com uma das melhores vistas do alto da metrópole, a 165 metros de altura, o restaurante realiza as tradicionais ceias de Natal e Ano-Novo há 49 anos. O espaço organiza o jantar nas salas Nobre e Panorama. A refeição terá um cardápio especial, elaborado pelo chef Pasquale Mancini. Música ao vivo, recreação para as crianças e a presença do bom velhinho estão entre as atrações. Dia 24/12, a festa começa às 19h. No dia 25/12, às 12h. terracoitalia.com.br, tel. 2189-2929. Os preços variam de R$ 272 (dia 25/12) a R$ 757 (dia 24/12) por pessoa. Crianças até 6 anos não pagam. Até 11 anos, 50% de desconto. TIVOLI MOFARREJ É a menos de um quarteirão da avenida mais famosa e movimentada da cidade, a Paulista, onde fica o hotel, considerado um dos melhores de São Paulo. Boa pedida para quem quer desfrutar de um brunch especial, ao ar livre, no dia 25/12. Servido à beira da piscina, o cardápio terá: salada de polvo, pernil de javali, bacalhau, rabanada e comida japonesa, entre outros. Já a festa "Celebre" promete agitar o tradicional réveillon. O evento é open bar, inclui jantar especial e conta com atrações como o duo Saxon, Bateria da escola de samba Rosas de Ouro e o DJ Gabbo Venutti. Para a ceia, o chef executivo Rogério de Siqueira preparou um menu especial com opções variadas de Entradas, Saladas, Estação de comidas japonesas e de frutos do mar, Pratos Quentes, Sobremesas e Lanche da Madrugada. tivolihotels.com, tel. 3146-5900. Valor Natal: R$ 250 por pessoa. Crianças de até 6 anos não pagam. De 7 a 12 anos pagam R$ 125. Valor Ano-Novo: a partir de R$ 800 (feminino) e R$ 1.050 (masculino). Inclui: Jantar e festa com open bar de vodka premium, whiskey importado, vinho, espumante, cerveja, água mineral, refrigerantes, sucos e energéticos. VILLA JOCKEY O Jockey Club de São Paulo, com cem anos de história, irá promover neste ano o primeiro "Réveillon dos Sonhos". Entre as atrações, haverá música ao vivo, ceia, queima de fogos e espaço para a criançada. Outro destaque da noite será a participação de cartomantes, que farão previsões para o novo ano -vale acreditar em tudo? reveillondosonhos.com, tel. 98837-0085. Os preços variam de R$ 400 (crianças maiores de 10 anos), R$ 800 (mulher) e R$ 900 (homem).
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Mônica Sousa, filha de Mauricio de Sousa, indica seus lugares preferidos em SP
DE SÃO PAULO Está sem ideia do que fazer nos próximos dias na cidade de São Paulo. Confira a lista de locais preferidos de Mônica Sousa, 56, diretora executiva da Mauricio de Sousa Produções, moradora da Vila Leopoldina, região oeste. * 1. Iguatemi São Paulo A minha relação com o shopping é muito mais do que de compras, já que cresci frequentando o local. Sempre amei as exposições apresentadas ali e até hoje me emociono com a decoração de Natal. Av. Brig. Faria Lima, 2.232, Jardim Paulistano, tel. 3048-7344. * 2. Masp A primeira exposição que visitei foi lá e as mais belas que já vi também passaram pelo museu. A construção é um espetáculo a parte: a arquitetura e o vão continuam inovadores! Av. Paulista, 1.578, Bela Vista, tel. 3149-5959. Ingresso a partir de R$ 30. * 3. Ibirapuera O parque faz parte dos meus passeios desde criança, quando os patins eram levados na mochila, pois ainda não havia aluguel de bicicletas. Também foi uma ótima opção de passeio com meus filhos. Hoje, é um dos meus lugares favoritos para passear com meus cachorros. Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, Parque Ibirapuera, tel. 4324-0050. * 4. R. Augusta Frequentei muito quando estava no colégio. Na época, a diversão estava em conversar com as pessoas nas calçadas -adorava comer tudo o que era vendido nos carrinhos, principalmente coquinhos caramelizados. Atualmente, é uma rua onde encontro ótimas opções de restaurantes, bares e teatro, sem falar na diversidade de pessoas, quase tão grande quanto a Turma da Mônica! R. Augusta, s/nº * 5. Aeroporto de Congonhas Meu pai nos levava para ver os aviões quando criança. Era emocionante! Viajar por lá traz muita nostalgia. Av. Washington Luiz, s/n°, Santo Amaro.
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Mônica Sousa, filha de Mauricio de Sousa, indica seus lugares preferidos em SPDE SÃO PAULO Está sem ideia do que fazer nos próximos dias na cidade de São Paulo. Confira a lista de locais preferidos de Mônica Sousa, 56, diretora executiva da Mauricio de Sousa Produções, moradora da Vila Leopoldina, região oeste. * 1. Iguatemi São Paulo A minha relação com o shopping é muito mais do que de compras, já que cresci frequentando o local. Sempre amei as exposições apresentadas ali e até hoje me emociono com a decoração de Natal. Av. Brig. Faria Lima, 2.232, Jardim Paulistano, tel. 3048-7344. * 2. Masp A primeira exposição que visitei foi lá e as mais belas que já vi também passaram pelo museu. A construção é um espetáculo a parte: a arquitetura e o vão continuam inovadores! Av. Paulista, 1.578, Bela Vista, tel. 3149-5959. Ingresso a partir de R$ 30. * 3. Ibirapuera O parque faz parte dos meus passeios desde criança, quando os patins eram levados na mochila, pois ainda não havia aluguel de bicicletas. Também foi uma ótima opção de passeio com meus filhos. Hoje, é um dos meus lugares favoritos para passear com meus cachorros. Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, Parque Ibirapuera, tel. 4324-0050. * 4. R. Augusta Frequentei muito quando estava no colégio. Na época, a diversão estava em conversar com as pessoas nas calçadas -adorava comer tudo o que era vendido nos carrinhos, principalmente coquinhos caramelizados. Atualmente, é uma rua onde encontro ótimas opções de restaurantes, bares e teatro, sem falar na diversidade de pessoas, quase tão grande quanto a Turma da Mônica! R. Augusta, s/nº * 5. Aeroporto de Congonhas Meu pai nos levava para ver os aviões quando criança. Era emocionante! Viajar por lá traz muita nostalgia. Av. Washington Luiz, s/n°, Santo Amaro.
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Vestidos delicados, com renda e tule, são os mais pedidos nos ateliês
DE SÃO PAULO O vintage não saiu de moda e continua sendo o estilo 'queridinho' das noivas na hora de escolher modelo do vestido. No ateliês, estilistas criam opções estilosas e modernas, mas sem perder o romantismo e a delicadeza. * A MODISTA A designer Gisele Dias cria vestidos leves e delicados, com flores, rendas e tules. Além de prêt-à-porter, faz também sob medida. Modelos longos, de pronta-entrega, a partir de R$ 3.000. Sob medida, partem de R$ 12 mil. Os curtos, R$ 4.000. Pede de cinco meses a um ano de antecedência. amodista.com.br. Al. Tietê, 565, Cerqueira César, região oeste, tel. 3571-2912. Seg. e sáb: 9h às 18h. Ter. a sex.: 9h às 21h. Atendimento c/ hora marcada. * ATELIER SANDRO BARROS O estilista Sandro Barros abriu sua grife em 2011. Os vestidos são clássicos, luxuosos e produzidos com tecidos como zibeline de seda e tule. Peças partem de R$ 25 mil. Pede oito meses de antecedência. sandrobarros.com. R. Henrique Martins, 507, Jardim Paulista, tel. 3887-5501. Seg. a sex.: 10h às 20h. * ATHELIER DAS NOIVAS Confecciona vestidos e trabalha com venda e aluguel. Primeiro aluguel, tomara- que-caia e em tule com aplicações, a partir de R$ 2.500. Para compra, R$ 3.800. athelierdasnoivas.com.br. R. São Caetano, 103, Luz, tel. 3227-6645. Seg. a sex.: 8h às 18h. Sáb.: 8h às 16h. * BIBI BARCELLOS Confecciona vestidos com a técnica francesa de moulage -modelagem diretamente no corpo da noiva. Outro diferencial da estilista são os vestidos "mutantes", com alças, mangas e saias que podem ser retiradas. Preços de R$ 12 mil a R$ 28 mil. bibibarcellos.com.br. R. Piauí, 1.164, casa 5, Higienópolis, tel. 3666-9568. Atendimento c/ hora marcada. * BLACK TIE Vende e aluga trajes de noivas, noivos, madrinhas e daminhas. Além das coleções de marcas internacionais, tem ateliê próprio para ajustes e bordados. Para compra, a partir de R$ 6.000. Aluguel parte de R$ 3.000. Não faz sob medida. blacktie.com.br. Av. Rebouças, 2.633, Pinheiros, região oeste, tel. 3067-4631 (Feminino e Kids) e 3067-4630 (Masculino). Seg. a sex.: 9h às 21h. Sáb.: 9h às 19h. * DAVIDSON ZANINE Atende com hora marcada para receber briefing da noiva e apresentar referências de modelos. Vestido simples, sem volume, com pouca renda e aplicação -em média, R$ 25 mil. Modelos mais elaborados, cerca de R$ 35 mil. davidsonzanine.com. Tel. 3562-9297 e 99207-6305 (WhatsApp). Seg. a sex.: 9h às 17h. * ELISA LIMA A estilista lançou sua marca homônima em 2016 e confecciona vestidos de festa e de noiva sob medida, feitos manualmente. Trabalha com prêt-à-porter, já prontos, e o Coquetel Dress -para eventos menos formais. Preço médio dos vestidos variam de R$ 10 mil a 30 mil. elisalima.com.br. Tel. 97186-1020 ou p/ contato@elisalima.com.br. * EMANNUELLE JUNQUEIRA Em seu ateliê, a estilista confecciona vestidos leves e despojados. Versões prêt-à-porter, de R$ 3.000 a R$ 15 mil. Sob medida, a partir de R$ 15 mil. Modelos exclusivos partem de R$ 27 mil. Trabalha também com acessórios, sapatos e lingerie. Atende com hora marcada e pede, no mínimo, seis meses de antecedência. emannuellejunqueira.com.br. R. Peixoto Gomide, 1.085, Jardim Paulista, região oeste, tel. 3062-4112. Seg. a sex.: 10h às 19h. Sáb.: 10h às 17h. CC: AE, D, E, M e V. Estac. c/ manob. grátis. * GERALDO COUTO Atua há 15 anos no segmento de vestidos de noivas e festas -exclusivos e sob medida. Para este ano, o estilista aposta em transparência, renda e vestido tattoo. Valores a partir de R$ 5.000. Pede, pelo menos, cinco meses de antecedência. geraldocouto.com. Av. Rebouças 2.545, Pinheiros, tel. 3062-1140. Seg. a sex.: 9h às 20h. Sáb.: 9h às 18h. p(star). * HELO ROCHA Em 2015, lançou sua grife e, além das roupas com referências artesanais, estampas e mix de texturas, investe em uma coleção de vestidos de festa, noivas e couture, sob medida. A linha de noivas tem como marca valorizar a silhueta feminina. Modelos a partir de R$ 15 mil. helorocha.com.br. Al. Franca, 1.342, Jardim Paulista, região oeste, tel. 3085-4476. Seg. a sex.: 9h às 19h. Sáb.: 11h às 16h. * JARDIM SECRETO Especializado em alta costura, confecciona vestidos sob medida, assinados por Patrícia Granha. Modelos, que combinam tecidos com rendas, a partir de R$ 4.500. Há opções para festa, daminhas, véus, sapatos e acessórios para cabelo. Pede de seis a oito meses de antecedência. jardim-secreto.com. R. Cristiano Viana, 67, casa 9, Cerqueira César, tel. 3064-3487. Seg. a sex.: 10h às 19h. Sáb.: 10h às 14h. Atendimento c/ hora marcada. Estac. (grátis, nº 177). * KAREN RODRIGUES A estilista assina uma linha de vestidos com ares vintage e cheio de feminilidade. Também trabalha linha para mini-wedding, noivado e casamento civil. Destaque para tons de off-white misturados aos rosados, além de rendas e tecidos fluídos. Peças na faixa de R$ 4.500 e R$ 7.500. noivaskarenrodrigues.com.br. R. Tucuna, 441, Vila Pompéia, região oeste, tel. 98246 5432. Seg. a sáb.: 11h às 18h. Atendimento c/ hora marcada. * LUCAS ANDERI As criações românticas e delicadas do estilista libanês são feitas sob medida. Entre os materiais utilizados em suas produções estão rendas, guipure, plumas, pedrarias e flores aplicadas. Vestidos da nova coleção, Collezione, a partir de R$ 18 mil. O ideal é encomendar com, pelo menos, seis meses de antecedência. R. Bela Cintra, 1.639, Consolação, região central, tel. 3064-0185. Seg. a sex.: 10h às 19h. Sáb.: 10h às 15h. * LUCIANA COLLET COUTURE A estilista cria vestidos clássicos e românticos com renda francesa e italiana, bordados e tecidos fluidos. Um dos mais pedidos é o godê -que marca bem a cintura e tem saia rodada. Modelos a partir de R$ 15 mil. O ideal é encomendar com oito meses de antecedência. lucianacollet.com.br. R. Itapé-Açu, 97, Cidade Jardim, região oeste, tel. 3774-4571. Seg. a sex.: 9h às 18h. Atendimento somente c/ hora marcada. * MARTHA MEDEIROS Em 2004, a estilista alagoana criou sua marca própria. As criações, que incluem vestidos de noiva, trazem o luxo e a simplicidade das rendas brasileiras, além de outras técnicas, como filé e richelieu. Os preços são sob consulta. marthamedeiros.com.br. R. Dr. Melo Alves, 248, Cerqueira César, região oeste, tel. 3062-7907. Seg. a sex.: 10h às 20h. Sáb.: 10h às 17h. * NOVA NOIVA Há 30 anos no mercado, a loja conta com quatro unidades na cidade -Luz, Jardins, Jardim Anália Franco e Moema. Oferece variedade de vestidos prontos e faz também sob medida, para compra ou aluguel. Os preços devem ser consultados. Trabalha ainda com sapatos e acessórios diversos para a ocasião. novanoiva.com.br. R. Prof. João de Oliveira Torres, 139, Jardim Anália Franco, região leste, tel. 3567-0142. Seg. a sex.: 13h às 21h. Sáb.: 9h às 18h. Atendimento c/ hora marcada. * PATRÍCIA BONALDI BRIDE Conhecida há 12 anos por combinar tecidos e bordados com originalidade e sofisticação, a estilista lança nova marca para noivas. Oferece a linha prêt-à-porter e sob medida, desenvolvida a partir do desejo de cada cliente. Preços sob consulta. Trabalha com opções para madrinhas. patriciabonaldi.com.br. R. Bela Cintra, 1951, Jardins, tel. 3062-5020. Seg. a sex.: 10h às 20h. Sáb.: 10h às 19h. * PÓ DE ARROZ No ateliê das estilistas Penha Maia e Mariana Fernandes são criados vestidos românticos e delicados. Há várias coleções, como a Escritas de Amor -peças inspiradas nos lenços dos namorados da cultura portuguesa. Vestidos de festa, a partir de R$ 1.500. Vestidos de noivas, a partir de R$ 5.000. Todos os modelos estão disponíveis para prova no ateliê, que trabalha com pronta entrega e sob medida. marcapodearroz.com.br. R. Haddock Lobo, 860, Cerqueira César, tel. 2619-9033 e 2613-7993. Seg. a sáb.: 10h às 18h. * PRONOVIAS A marca espanhola tem vestidos de noiva e de festa. Decotes nas costas, rendas com efeito tatuagem e tomara-que-caia são apostas da coleção 2016. Modelos de festas partem de R$ 1.800. Os de noiva da coleção custam a partir de R$ 8.000. pronovias.com.br. R. da Consolação, 3.125, Cerqueira César, região oeste, tel. 3195-4770. Seg. a sex.: 10h às 17h. Sáb.: 10h às 15h. Atendimento somente c/ hora marcada. * ROSA CLARÁ A unidade da marca espanhola vende vestidos prontos, mas disponibiliza costureira para ajustes. Da coleção 2016, o modelo Saboya é confeccionado em crepe, trabalhado em brilhantes, em cores marfim ou natural. Os preços variam de R$ 12 mil a R$ 23 mil. Vende também acessórios. R. Dr. Melo Alves, 356, Cerqueira César, região oeste, tel. 3082-2516. Seg. a sex.: 10h às 19h. Sáb.: 10h às 14h. SHADEVENNE ALTA COSTURA Faz locação e venda de vestidos. São modelos prêt-à-porter vindos de Barcelona, Miami e Nova York -mais de 1.500 opções. Oferece serviço de alta costura, com vestidos sob medida. Preços a partir de R$ 10 mil (locação) e R$ 17 mil (venda). Há variedades para madrinhas e convidadas. shadevenneltacostura.com.br. R. Japuruchita, 140, Alto da Mooca, região leste, tel. 3582-1294. Seg. a sex.: 11h às 19h. Sáb.: 9h às 16h. Estac. grátis. * THOMAS ARAÚJO Trabalha com venda e aluguel de modelos prontos e sob medida. Rendas, transparências e volume são características das criações da nova coleção. Primeiro aluguel, a partir de R$ 6.000. Para compra, na faixa de R$ 7.000. Encomendas com um ano de antecedência. thomasaraujo.com. R. 1º de Janeiro, 276, Vila Clementino, região sul, tel. 5084-1558. Seg. a sex.: 10h às 19h. Sáb.: 10h às 18h. * TRINITÁ Oferece por meio da Trinitá Couture, vestidos de festas e de noivas feitos sob medida. Os vestidos da coleção de inverno 2016 tem como marca o minimalismo e detalhes feitos a partir de um mix de rendas -custam a partir de R$ 8.000. trinita.com.br. R. Prof. José Benedito Camargo, 164, Vila Nova Conceição, região sul, tel. 3063-1032. Seg. a sex.: 10h às 19h30. Sáb.: 10h às 16h. * VANESSA ABBUD ATELIER Os vestidos são feitos sob medida. As noivas recebem referências de buquê, cabelo e maquiagem. É possível contratar a assessoria da estilista no dia do casamento para cuidar dos detalhes. Modelos saem a partir de R$ 12 mil. vanessaabbud.com. R. Marcos Lopes, 346, Vila Nova Conceição, tel. 2649-2333. Atendimento c/ hora marcada. Estac. grátis. * VICTORIA ALTA COSTURA A loja é especializada em trajes sob medida. Há opções tanto para alfaiataria quanto para damas de honra e vestidos de noivas -prêt-à-porter ou criações exclusivas. Primeiro aluguel, na faixa de R$ 7.000. victoriaaltacostura.com. Al. dos Nhambiquaras, 722, Indianópolis, região sul, tel. 5051-6065 e 3926-9023. Seg. a sex.: 10h às 19h30. Sáb.: 10h às 16h30. Atendimento c/ hora marcada. * VIVA NOIVA Com mais de 36 anos de experiência, vende e aluga vestidos novos e usados e atualmente não está trabalhando com opções sob medida. Os novos, para primeiro aluguel, custam a partir de R$ 2.850. Já entre os usados, alguns estão com preços promocionais que partem de R$ 198. Oferece também a opção de segundo aluguel. Os vestidos são importados e há modelos exclusivos. Há ainda modelos de festa para madrinhas. vivanoiva.com.br R. São Caetano, 49, Luz, região central, tel. 3228-9870. Seg. a sex.: 8h às 18h. Sáb.: 8h às 16h. * WHITEHALL Tem exclusividade dos vestidos de grifes como Vera Wang e Oscar de La Renta. Há ainda vestidos próprios, criados pela estilista Nanna Martinez. Linha Bossa, a partir de R$ 6.000. Coleção Nanna Martinez e importados partem de R$ 12 mil. whitehall.com.br. Al. Tietê, 27, Cerqueira César, tel. 3061-0145. Seg. a sex.: 10h às 18h30. Sáb.: 10h às 15h. - LINGERIES ANY ANY Especializada em lingerie, a loja trabalha com uma linha especial para noivas. Entre as peças, o conjunto de camisola e calcinha fio dental Ivy (branco e rendada) sai por R$ 189. Já o modelo Joia sai na faixa de R$ 215. Há, também, várias outras opções de calcinhas, sutiãs, camisolas e pijamas disponíveis. anyany.com.br. Shopping Center 3. Av. Paulista, 2.064, Bela Vista, região central, tel. 3251-0273 e 0800-7703288. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom.: 14h às 20h. * HOPE Trabalha com a linha Bride -peças delicadas, confortáveis e com rendas, ideais para a noite de núpcias. Camisola curta, branca, em cetim e com bojo em renda sai por R$ 139. Modelos como a calcinha fio dental e a calcinha tanga brasileira da mesma coleção custam R$ 39. Outros modelos de calcinha rendada da loja com preços a partir de R$ 39. hopelingerie.com.br. Shopping Villa-Lobos. Av. das Nações Unidas, 4.777, 10º piso, Jardim Universidade Pinheiros, região oeste, tel. 3024-4255. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom.: 14h às 20h. * INTIMISSIMI A marca italiana mantém uma linha específica para noivas em cada uma de suas coleções, com peças sensuais e confortáveis, confeccionadas em seda e renda italiana. Da linha atual, o body de renda sai pelo preço de R$ 200. Camisola de seda, a partir de R$ 250. Sutiã e calcinha, por R$ 200 e R$ 80, respectivamente. Já o roupão de seda, por R$ 460. Shopping Pátio Higienópolis. Av. Higienópolis, 618, lj. 211/212, Higienópolis, tel. 3666-3439. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom.: 14h às 20h. * JOGÊ A loja trabalha com lingerie, pijamas e camisolas de marca própria. Oferece peças que são indicadas tanto para usar no dia a dia, quanto modelos de renda para noivas, indicadas para a noite de núpcias. Da linha Lua de Mel, o short doll em cetim e renda Ticiana sai pelo preço de R$ 255. Já a camisola longa fica na faixa de R$ 315. joge.com.br. Shopping Iguatemi. Av. Brig. Faria Lima, 2.232, Jardim Paulistano, região oeste, tel. 3814-5535. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom.: 14h às 20h. Estac. (R$ 12 p/ 2 h). * LA ROUGE BELLE Criada em 2012 pela blogueira Lalá Rudge, tem peças para diferentes ocasiões -incluindo as linhas Jovem e Noite. Calcinhas saem na faixa de R$ 70 a R$ 90. Há ainda camisolas, robes e short dolls. larouge-belle.com.br. Shopping Iguatemi. Av. Brig. Faria Lima, 2.232, Jardim Paulistano, tel. 3031-4993. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom.: 14h às 20h. * LOUNGERIE Primeira marca brasileira a criar modelo ideal de bojo para cada tipo de corpo. Vende coleções da Wacoal, DKNY Intimates e Hanky Panky. Linha noiva tem peças brancas e off-white -camisola Bella Luna, R$ 129,90. Sutiãs com decotes e alças românticas, entre R$ 99,90 e R$ 139,90. loungerie.com.br. Morumbi Shopping. Av. Roque Petroni Jr., 1.089, Jardim das Acácias, região sul, tel. 5189-4586. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom.: 14h às 20h. * MEIA DE SEDA Fundada em 1976, tem unidades em vários shoppings da cidade. Na linha noiva, camisola longa, R$ 289, e curta, R$ 189 -em cetim e com transparências. Há opções de calcinhas e sutiãs com renda. Tietê Plaza Shopping. Av. Raimundo Pereira de Magalhães, 1.465, Jardim Íris, tel. 3832-0006. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom.: 14h às 20h. * LETHICIA BRONSTEIN A estilista tem como marca registrada o trabalho com laços, pérolas, patchwork e rendas importadas. Desde 2006 ela cria vestidos de noiva de alta costura sob medida, exclusivos e totalmente personalizados. Os vestidos custam a partir de R$ 30 mil. www.lethicia.com.br. R. Joaquim Antunes, 177, Conj. 12, Pinheiros, região oeste, tel. 3081-1635. Seg. à sex.: 10h às 19h
saopaulo
Vestidos delicados, com renda e tule, são os mais pedidos nos ateliêsDE SÃO PAULO O vintage não saiu de moda e continua sendo o estilo 'queridinho' das noivas na hora de escolher modelo do vestido. No ateliês, estilistas criam opções estilosas e modernas, mas sem perder o romantismo e a delicadeza. * A MODISTA A designer Gisele Dias cria vestidos leves e delicados, com flores, rendas e tules. Além de prêt-à-porter, faz também sob medida. Modelos longos, de pronta-entrega, a partir de R$ 3.000. Sob medida, partem de R$ 12 mil. Os curtos, R$ 4.000. Pede de cinco meses a um ano de antecedência. amodista.com.br. Al. Tietê, 565, Cerqueira César, região oeste, tel. 3571-2912. Seg. e sáb: 9h às 18h. Ter. a sex.: 9h às 21h. Atendimento c/ hora marcada. * ATELIER SANDRO BARROS O estilista Sandro Barros abriu sua grife em 2011. Os vestidos são clássicos, luxuosos e produzidos com tecidos como zibeline de seda e tule. Peças partem de R$ 25 mil. Pede oito meses de antecedência. sandrobarros.com. R. Henrique Martins, 507, Jardim Paulista, tel. 3887-5501. Seg. a sex.: 10h às 20h. * ATHELIER DAS NOIVAS Confecciona vestidos e trabalha com venda e aluguel. Primeiro aluguel, tomara- que-caia e em tule com aplicações, a partir de R$ 2.500. Para compra, R$ 3.800. athelierdasnoivas.com.br. R. São Caetano, 103, Luz, tel. 3227-6645. Seg. a sex.: 8h às 18h. Sáb.: 8h às 16h. * BIBI BARCELLOS Confecciona vestidos com a técnica francesa de moulage -modelagem diretamente no corpo da noiva. Outro diferencial da estilista são os vestidos "mutantes", com alças, mangas e saias que podem ser retiradas. Preços de R$ 12 mil a R$ 28 mil. bibibarcellos.com.br. R. Piauí, 1.164, casa 5, Higienópolis, tel. 3666-9568. Atendimento c/ hora marcada. * BLACK TIE Vende e aluga trajes de noivas, noivos, madrinhas e daminhas. Além das coleções de marcas internacionais, tem ateliê próprio para ajustes e bordados. Para compra, a partir de R$ 6.000. Aluguel parte de R$ 3.000. Não faz sob medida. blacktie.com.br. Av. Rebouças, 2.633, Pinheiros, região oeste, tel. 3067-4631 (Feminino e Kids) e 3067-4630 (Masculino). Seg. a sex.: 9h às 21h. Sáb.: 9h às 19h. * DAVIDSON ZANINE Atende com hora marcada para receber briefing da noiva e apresentar referências de modelos. Vestido simples, sem volume, com pouca renda e aplicação -em média, R$ 25 mil. Modelos mais elaborados, cerca de R$ 35 mil. davidsonzanine.com. Tel. 3562-9297 e 99207-6305 (WhatsApp). Seg. a sex.: 9h às 17h. * ELISA LIMA A estilista lançou sua marca homônima em 2016 e confecciona vestidos de festa e de noiva sob medida, feitos manualmente. Trabalha com prêt-à-porter, já prontos, e o Coquetel Dress -para eventos menos formais. Preço médio dos vestidos variam de R$ 10 mil a 30 mil. elisalima.com.br. Tel. 97186-1020 ou p/ contato@elisalima.com.br. * EMANNUELLE JUNQUEIRA Em seu ateliê, a estilista confecciona vestidos leves e despojados. Versões prêt-à-porter, de R$ 3.000 a R$ 15 mil. Sob medida, a partir de R$ 15 mil. Modelos exclusivos partem de R$ 27 mil. Trabalha também com acessórios, sapatos e lingerie. Atende com hora marcada e pede, no mínimo, seis meses de antecedência. emannuellejunqueira.com.br. R. Peixoto Gomide, 1.085, Jardim Paulista, região oeste, tel. 3062-4112. Seg. a sex.: 10h às 19h. Sáb.: 10h às 17h. CC: AE, D, E, M e V. Estac. c/ manob. grátis. * GERALDO COUTO Atua há 15 anos no segmento de vestidos de noivas e festas -exclusivos e sob medida. Para este ano, o estilista aposta em transparência, renda e vestido tattoo. Valores a partir de R$ 5.000. Pede, pelo menos, cinco meses de antecedência. geraldocouto.com. Av. Rebouças 2.545, Pinheiros, tel. 3062-1140. Seg. a sex.: 9h às 20h. Sáb.: 9h às 18h. p(star). * HELO ROCHA Em 2015, lançou sua grife e, além das roupas com referências artesanais, estampas e mix de texturas, investe em uma coleção de vestidos de festa, noivas e couture, sob medida. A linha de noivas tem como marca valorizar a silhueta feminina. Modelos a partir de R$ 15 mil. helorocha.com.br. Al. Franca, 1.342, Jardim Paulista, região oeste, tel. 3085-4476. Seg. a sex.: 9h às 19h. Sáb.: 11h às 16h. * JARDIM SECRETO Especializado em alta costura, confecciona vestidos sob medida, assinados por Patrícia Granha. Modelos, que combinam tecidos com rendas, a partir de R$ 4.500. Há opções para festa, daminhas, véus, sapatos e acessórios para cabelo. Pede de seis a oito meses de antecedência. jardim-secreto.com. R. Cristiano Viana, 67, casa 9, Cerqueira César, tel. 3064-3487. Seg. a sex.: 10h às 19h. Sáb.: 10h às 14h. Atendimento c/ hora marcada. Estac. (grátis, nº 177). * KAREN RODRIGUES A estilista assina uma linha de vestidos com ares vintage e cheio de feminilidade. Também trabalha linha para mini-wedding, noivado e casamento civil. Destaque para tons de off-white misturados aos rosados, além de rendas e tecidos fluídos. Peças na faixa de R$ 4.500 e R$ 7.500. noivaskarenrodrigues.com.br. R. Tucuna, 441, Vila Pompéia, região oeste, tel. 98246 5432. Seg. a sáb.: 11h às 18h. Atendimento c/ hora marcada. * LUCAS ANDERI As criações românticas e delicadas do estilista libanês são feitas sob medida. Entre os materiais utilizados em suas produções estão rendas, guipure, plumas, pedrarias e flores aplicadas. Vestidos da nova coleção, Collezione, a partir de R$ 18 mil. O ideal é encomendar com, pelo menos, seis meses de antecedência. R. Bela Cintra, 1.639, Consolação, região central, tel. 3064-0185. Seg. a sex.: 10h às 19h. Sáb.: 10h às 15h. * LUCIANA COLLET COUTURE A estilista cria vestidos clássicos e românticos com renda francesa e italiana, bordados e tecidos fluidos. Um dos mais pedidos é o godê -que marca bem a cintura e tem saia rodada. Modelos a partir de R$ 15 mil. O ideal é encomendar com oito meses de antecedência. lucianacollet.com.br. R. Itapé-Açu, 97, Cidade Jardim, região oeste, tel. 3774-4571. Seg. a sex.: 9h às 18h. Atendimento somente c/ hora marcada. * MARTHA MEDEIROS Em 2004, a estilista alagoana criou sua marca própria. As criações, que incluem vestidos de noiva, trazem o luxo e a simplicidade das rendas brasileiras, além de outras técnicas, como filé e richelieu. Os preços são sob consulta. marthamedeiros.com.br. R. Dr. Melo Alves, 248, Cerqueira César, região oeste, tel. 3062-7907. Seg. a sex.: 10h às 20h. Sáb.: 10h às 17h. * NOVA NOIVA Há 30 anos no mercado, a loja conta com quatro unidades na cidade -Luz, Jardins, Jardim Anália Franco e Moema. Oferece variedade de vestidos prontos e faz também sob medida, para compra ou aluguel. Os preços devem ser consultados. Trabalha ainda com sapatos e acessórios diversos para a ocasião. novanoiva.com.br. R. Prof. João de Oliveira Torres, 139, Jardim Anália Franco, região leste, tel. 3567-0142. Seg. a sex.: 13h às 21h. Sáb.: 9h às 18h. Atendimento c/ hora marcada. * PATRÍCIA BONALDI BRIDE Conhecida há 12 anos por combinar tecidos e bordados com originalidade e sofisticação, a estilista lança nova marca para noivas. Oferece a linha prêt-à-porter e sob medida, desenvolvida a partir do desejo de cada cliente. Preços sob consulta. Trabalha com opções para madrinhas. patriciabonaldi.com.br. R. Bela Cintra, 1951, Jardins, tel. 3062-5020. Seg. a sex.: 10h às 20h. Sáb.: 10h às 19h. * PÓ DE ARROZ No ateliê das estilistas Penha Maia e Mariana Fernandes são criados vestidos românticos e delicados. Há várias coleções, como a Escritas de Amor -peças inspiradas nos lenços dos namorados da cultura portuguesa. Vestidos de festa, a partir de R$ 1.500. Vestidos de noivas, a partir de R$ 5.000. Todos os modelos estão disponíveis para prova no ateliê, que trabalha com pronta entrega e sob medida. marcapodearroz.com.br. R. Haddock Lobo, 860, Cerqueira César, tel. 2619-9033 e 2613-7993. Seg. a sáb.: 10h às 18h. * PRONOVIAS A marca espanhola tem vestidos de noiva e de festa. Decotes nas costas, rendas com efeito tatuagem e tomara-que-caia são apostas da coleção 2016. Modelos de festas partem de R$ 1.800. Os de noiva da coleção custam a partir de R$ 8.000. pronovias.com.br. R. da Consolação, 3.125, Cerqueira César, região oeste, tel. 3195-4770. Seg. a sex.: 10h às 17h. Sáb.: 10h às 15h. Atendimento somente c/ hora marcada. * ROSA CLARÁ A unidade da marca espanhola vende vestidos prontos, mas disponibiliza costureira para ajustes. Da coleção 2016, o modelo Saboya é confeccionado em crepe, trabalhado em brilhantes, em cores marfim ou natural. Os preços variam de R$ 12 mil a R$ 23 mil. Vende também acessórios. R. Dr. Melo Alves, 356, Cerqueira César, região oeste, tel. 3082-2516. Seg. a sex.: 10h às 19h. Sáb.: 10h às 14h. SHADEVENNE ALTA COSTURA Faz locação e venda de vestidos. São modelos prêt-à-porter vindos de Barcelona, Miami e Nova York -mais de 1.500 opções. Oferece serviço de alta costura, com vestidos sob medida. Preços a partir de R$ 10 mil (locação) e R$ 17 mil (venda). Há variedades para madrinhas e convidadas. shadevenneltacostura.com.br. R. Japuruchita, 140, Alto da Mooca, região leste, tel. 3582-1294. Seg. a sex.: 11h às 19h. Sáb.: 9h às 16h. Estac. grátis. * THOMAS ARAÚJO Trabalha com venda e aluguel de modelos prontos e sob medida. Rendas, transparências e volume são características das criações da nova coleção. Primeiro aluguel, a partir de R$ 6.000. Para compra, na faixa de R$ 7.000. Encomendas com um ano de antecedência. thomasaraujo.com. R. 1º de Janeiro, 276, Vila Clementino, região sul, tel. 5084-1558. Seg. a sex.: 10h às 19h. Sáb.: 10h às 18h. * TRINITÁ Oferece por meio da Trinitá Couture, vestidos de festas e de noivas feitos sob medida. Os vestidos da coleção de inverno 2016 tem como marca o minimalismo e detalhes feitos a partir de um mix de rendas -custam a partir de R$ 8.000. trinita.com.br. R. Prof. José Benedito Camargo, 164, Vila Nova Conceição, região sul, tel. 3063-1032. Seg. a sex.: 10h às 19h30. Sáb.: 10h às 16h. * VANESSA ABBUD ATELIER Os vestidos são feitos sob medida. As noivas recebem referências de buquê, cabelo e maquiagem. É possível contratar a assessoria da estilista no dia do casamento para cuidar dos detalhes. Modelos saem a partir de R$ 12 mil. vanessaabbud.com. R. Marcos Lopes, 346, Vila Nova Conceição, tel. 2649-2333. Atendimento c/ hora marcada. Estac. grátis. * VICTORIA ALTA COSTURA A loja é especializada em trajes sob medida. Há opções tanto para alfaiataria quanto para damas de honra e vestidos de noivas -prêt-à-porter ou criações exclusivas. Primeiro aluguel, na faixa de R$ 7.000. victoriaaltacostura.com. Al. dos Nhambiquaras, 722, Indianópolis, região sul, tel. 5051-6065 e 3926-9023. Seg. a sex.: 10h às 19h30. Sáb.: 10h às 16h30. Atendimento c/ hora marcada. * VIVA NOIVA Com mais de 36 anos de experiência, vende e aluga vestidos novos e usados e atualmente não está trabalhando com opções sob medida. Os novos, para primeiro aluguel, custam a partir de R$ 2.850. Já entre os usados, alguns estão com preços promocionais que partem de R$ 198. Oferece também a opção de segundo aluguel. Os vestidos são importados e há modelos exclusivos. Há ainda modelos de festa para madrinhas. vivanoiva.com.br R. São Caetano, 49, Luz, região central, tel. 3228-9870. Seg. a sex.: 8h às 18h. Sáb.: 8h às 16h. * WHITEHALL Tem exclusividade dos vestidos de grifes como Vera Wang e Oscar de La Renta. Há ainda vestidos próprios, criados pela estilista Nanna Martinez. Linha Bossa, a partir de R$ 6.000. Coleção Nanna Martinez e importados partem de R$ 12 mil. whitehall.com.br. Al. Tietê, 27, Cerqueira César, tel. 3061-0145. Seg. a sex.: 10h às 18h30. Sáb.: 10h às 15h. - LINGERIES ANY ANY Especializada em lingerie, a loja trabalha com uma linha especial para noivas. Entre as peças, o conjunto de camisola e calcinha fio dental Ivy (branco e rendada) sai por R$ 189. Já o modelo Joia sai na faixa de R$ 215. Há, também, várias outras opções de calcinhas, sutiãs, camisolas e pijamas disponíveis. anyany.com.br. Shopping Center 3. Av. Paulista, 2.064, Bela Vista, região central, tel. 3251-0273 e 0800-7703288. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom.: 14h às 20h. * HOPE Trabalha com a linha Bride -peças delicadas, confortáveis e com rendas, ideais para a noite de núpcias. Camisola curta, branca, em cetim e com bojo em renda sai por R$ 139. Modelos como a calcinha fio dental e a calcinha tanga brasileira da mesma coleção custam R$ 39. Outros modelos de calcinha rendada da loja com preços a partir de R$ 39. hopelingerie.com.br. Shopping Villa-Lobos. Av. das Nações Unidas, 4.777, 10º piso, Jardim Universidade Pinheiros, região oeste, tel. 3024-4255. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom.: 14h às 20h. * INTIMISSIMI A marca italiana mantém uma linha específica para noivas em cada uma de suas coleções, com peças sensuais e confortáveis, confeccionadas em seda e renda italiana. Da linha atual, o body de renda sai pelo preço de R$ 200. Camisola de seda, a partir de R$ 250. Sutiã e calcinha, por R$ 200 e R$ 80, respectivamente. Já o roupão de seda, por R$ 460. Shopping Pátio Higienópolis. Av. Higienópolis, 618, lj. 211/212, Higienópolis, tel. 3666-3439. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom.: 14h às 20h. * JOGÊ A loja trabalha com lingerie, pijamas e camisolas de marca própria. Oferece peças que são indicadas tanto para usar no dia a dia, quanto modelos de renda para noivas, indicadas para a noite de núpcias. Da linha Lua de Mel, o short doll em cetim e renda Ticiana sai pelo preço de R$ 255. Já a camisola longa fica na faixa de R$ 315. joge.com.br. Shopping Iguatemi. Av. Brig. Faria Lima, 2.232, Jardim Paulistano, região oeste, tel. 3814-5535. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom.: 14h às 20h. Estac. (R$ 12 p/ 2 h). * LA ROUGE BELLE Criada em 2012 pela blogueira Lalá Rudge, tem peças para diferentes ocasiões -incluindo as linhas Jovem e Noite. Calcinhas saem na faixa de R$ 70 a R$ 90. Há ainda camisolas, robes e short dolls. larouge-belle.com.br. Shopping Iguatemi. Av. Brig. Faria Lima, 2.232, Jardim Paulistano, tel. 3031-4993. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom.: 14h às 20h. * LOUNGERIE Primeira marca brasileira a criar modelo ideal de bojo para cada tipo de corpo. Vende coleções da Wacoal, DKNY Intimates e Hanky Panky. Linha noiva tem peças brancas e off-white -camisola Bella Luna, R$ 129,90. Sutiãs com decotes e alças românticas, entre R$ 99,90 e R$ 139,90. loungerie.com.br. Morumbi Shopping. Av. Roque Petroni Jr., 1.089, Jardim das Acácias, região sul, tel. 5189-4586. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom.: 14h às 20h. * MEIA DE SEDA Fundada em 1976, tem unidades em vários shoppings da cidade. Na linha noiva, camisola longa, R$ 289, e curta, R$ 189 -em cetim e com transparências. Há opções de calcinhas e sutiãs com renda. Tietê Plaza Shopping. Av. Raimundo Pereira de Magalhães, 1.465, Jardim Íris, tel. 3832-0006. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom.: 14h às 20h. * LETHICIA BRONSTEIN A estilista tem como marca registrada o trabalho com laços, pérolas, patchwork e rendas importadas. Desde 2006 ela cria vestidos de noiva de alta costura sob medida, exclusivos e totalmente personalizados. Os vestidos custam a partir de R$ 30 mil. www.lethicia.com.br. R. Joaquim Antunes, 177, Conj. 12, Pinheiros, região oeste, tel. 3081-1635. Seg. à sex.: 10h às 19h
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Santander tem retração no crédito, mas aumenta lucro no 2º trimestre
Depois da desaceleração no crédito, os bancos privados já começam a registrar retração no volume de empréstimos, especialmente para as empresas, entre o primeiro e o segundo trimestre de 2015. A contração aparece nos resultados do Bradesco e do Santander, segundo e terceiro maiores bancos privados do país. Mesmo assim, as instituições conseguiram elevar o lucro apurado, graças a uma combinação de margens maiores nos financiamentos concedidos, bom resultado das aplicações financeiras e forte controle da inadimplência e dos custos administrativos, além de receitas crescentes de serviços e tarifas. No Bradesco, o volume de empréstimos para empresas caiu 0,4% –de R$ 321,3 bilhões para R$ 319,9 bilhões do primeiro para o segundo trimestres deste ano. Isso significa que os novos empréstimos concedidos não foram suficientes sequer para renovar o estoque antigo. A maior retração foi do financiamento para pequenas, médias e microempresas, segmento mais sensível à recessão. O volume de crédito nesse nicho caiu 2,7%, de R$ 114,9 bilhões para R$ 111,8 bilhões nessa comparação. O resultado só não foi pior porque houve um crescimento de 1% nos empréstimos para o consumidor pessoa física, que saltaram de R$ 142,1 bilhões para R$ 143,5 bilhões. Os destaques foram para o financiamento imobiliário e o consignado, segmentos de baixo risco de calote, que tiveram alta de 4,7% e 4,1%. Lucro líquido Carteira de crédito Carteira por segmento – Santander Carteira por segmento – Bradesco Mesmo assim, o crédito ao consumidor é menos da metade do volume destinado a empresas. Como um todo, o Bradesco terminou o segundo trimestre praticamente no mesmo ponto em que iniciou, com volume de crédito estagnado em R$ 623,4 bilhões. "Houve uma retração grande na demanda por empréstimos. Do limite total de crédito pré-aprovado para os clientes, só 20% se transformaram em empréstimo", disse Luiz Carlos Angelotti, diretor financeiro do Bradesco. PERÍODO DESAFIADOR "É um período desafiador, mas essas crises vêm e vão", afirmou Luiz Trabuco, presidente do Bradesco. Apesar da fraqueza do crédito, o Bradesco teve um lucro líquido de R$ 4,473 bilhões no segundo trimestre –18,4% mais do que no mesmo período de 2014. O ganho foi impulsionado pelo aumento de 13,9% na chamada margem de ganho das operações que rendem juros, como os empréstimos, que passou de R$ 11,8 bilhões para R$ 13,4 bilhões. A receita com tarifas e serviços cresceu 11,8%, e os seguros, 19,3% na comparação como o segundo trimestre de 2014. SANTANDER No Santander, o volume total de empréstimos encolheu 1% do primeiro para o segundo trimestre (veja quadro). As maiores retrações ocorreram nos segmentos de grandes empresas (-3,9%), financiamento a veículos e consumo (-2,3%), e pequenas e médias empresas (-0,9%) na comparação do primeiro com o segundo trimestre. A exceção foi o crédito para consumidor pessoa física feito nas agências, que cresceu 2,1%. Mesmo assim, o lucro da subsidiária do banco espanhol alcançou R$ 1,675 bilhão –16,6% mais que no mesmo período de 2014. Parte da melhora se deve à recuperação de R$ 628 milhões em perdas com calotes.
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Santander tem retração no crédito, mas aumenta lucro no 2º trimestreDepois da desaceleração no crédito, os bancos privados já começam a registrar retração no volume de empréstimos, especialmente para as empresas, entre o primeiro e o segundo trimestre de 2015. A contração aparece nos resultados do Bradesco e do Santander, segundo e terceiro maiores bancos privados do país. Mesmo assim, as instituições conseguiram elevar o lucro apurado, graças a uma combinação de margens maiores nos financiamentos concedidos, bom resultado das aplicações financeiras e forte controle da inadimplência e dos custos administrativos, além de receitas crescentes de serviços e tarifas. No Bradesco, o volume de empréstimos para empresas caiu 0,4% –de R$ 321,3 bilhões para R$ 319,9 bilhões do primeiro para o segundo trimestres deste ano. Isso significa que os novos empréstimos concedidos não foram suficientes sequer para renovar o estoque antigo. A maior retração foi do financiamento para pequenas, médias e microempresas, segmento mais sensível à recessão. O volume de crédito nesse nicho caiu 2,7%, de R$ 114,9 bilhões para R$ 111,8 bilhões nessa comparação. O resultado só não foi pior porque houve um crescimento de 1% nos empréstimos para o consumidor pessoa física, que saltaram de R$ 142,1 bilhões para R$ 143,5 bilhões. Os destaques foram para o financiamento imobiliário e o consignado, segmentos de baixo risco de calote, que tiveram alta de 4,7% e 4,1%. Lucro líquido Carteira de crédito Carteira por segmento – Santander Carteira por segmento – Bradesco Mesmo assim, o crédito ao consumidor é menos da metade do volume destinado a empresas. Como um todo, o Bradesco terminou o segundo trimestre praticamente no mesmo ponto em que iniciou, com volume de crédito estagnado em R$ 623,4 bilhões. "Houve uma retração grande na demanda por empréstimos. Do limite total de crédito pré-aprovado para os clientes, só 20% se transformaram em empréstimo", disse Luiz Carlos Angelotti, diretor financeiro do Bradesco. PERÍODO DESAFIADOR "É um período desafiador, mas essas crises vêm e vão", afirmou Luiz Trabuco, presidente do Bradesco. Apesar da fraqueza do crédito, o Bradesco teve um lucro líquido de R$ 4,473 bilhões no segundo trimestre –18,4% mais do que no mesmo período de 2014. O ganho foi impulsionado pelo aumento de 13,9% na chamada margem de ganho das operações que rendem juros, como os empréstimos, que passou de R$ 11,8 bilhões para R$ 13,4 bilhões. A receita com tarifas e serviços cresceu 11,8%, e os seguros, 19,3% na comparação como o segundo trimestre de 2014. SANTANDER No Santander, o volume total de empréstimos encolheu 1% do primeiro para o segundo trimestre (veja quadro). As maiores retrações ocorreram nos segmentos de grandes empresas (-3,9%), financiamento a veículos e consumo (-2,3%), e pequenas e médias empresas (-0,9%) na comparação do primeiro com o segundo trimestre. A exceção foi o crédito para consumidor pessoa física feito nas agências, que cresceu 2,1%. Mesmo assim, o lucro da subsidiária do banco espanhol alcançou R$ 1,675 bilhão –16,6% mais que no mesmo período de 2014. Parte da melhora se deve à recuperação de R$ 628 milhões em perdas com calotes.
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Uma vida que faz parte da história
RESUMO Numa narrativa que se estende por 1.740 páginas, distribuídas em quatro volumes, Jorge Caldeira retrata a vida de Júlio Mesquita (1862-1927). A trajetória do diretor e dono do jornal "O Estado de S. Paulo" entrelaça-se com momentos históricos importantes, a começar pelo estabelecimento da República. * Tal como as musas de Homero, Jorge Caldeira abre sua monumental biografia de Júlio Mesquita com os momentos finais da odisseia desse protagonista do estabelecimento da República e do jornalismo moderno no Brasil. Mesquita era um homem recluso e de hábitos simples, embora ao longo da vida tivesse se tornado rico e influente. No início de 1927, aos 64 anos, cede à insistência dos filhos e decide participar do baile de Carnaval da elite paulistana, onde sua presença causa alvoroço e curiosidade entre os presentes. O Brasil saía de anos sob o autoritarismo da gestão de Arthur Bernardes (que governou de 1922 a 1926 sob estado de sítio), e ensaiava uma abertura com Washington Luís. O dono do jornal "O Estado de S. Paulo" fora preso no governo anterior, acusado de colaborar com a Revolução de 1924, quando militares rebeldes ocuparam São Paulo, que ficou sob intenso bombardeio do Exército Nacional. Depois que foi solto, sofreu anos de censura em seu jornal, tempo em que se manteve distante da visão do público. Agora saía das sombras para as luzes do Carnaval. Há um tom de vitória naquela sua reapresentação à sociedade. A muitos dos que ali estavam sua presença lembrava também que nos últimos anos "O Estadão", como já era chamado, passara a apoiar o oposicionista Partido Democrático e seu programa de renovação das instituições brasileiras, recém saído da primeira vitória nas urnas. Já a maior parte da elite paulista naquela festa apoiava o Partido Republicano, revolucionário quarenta anos antes e que Mesquita vira se tornar um partido corrompido. Por isso, o episódio corriqueiro ganha na narrativa de Caldeira um caráter paradigmático. Enquanto anda pelo baile, conversa com a grande dama da sociedade, Olívia Guedes Penteado, senta-se pouco à mesa com sua família reunida e em seguida sai a caminhar até a sede do jornal, em que não entrava há algum tempo. Ao flanar entre prédios de uma cidade em permanente ebulição, ele vai lembrando grandes momentos de sua vida na cidade que viu crescer de 31 mil para 700 mil habitantes desde que chegou de Campinas, em 1877, para estudar direito. Caldeira destaca especialmente a impressão que Mesquita tem ao passar pela rua Boa Vista, onde se lembra do primeiro encontro com Ruy Barbosa, em 1890, nos primeiros tempos da República, um encontro que marcaria profundamente sua personalidade jornalística e política. De um episódio rememorado a outro, como na própria "Odisseia", o autor dispara a narrativa que ocupa 1.740 páginas distribuídas por quatro volumes percorrendo toda a história do Brasil de meados do século 19 ao ano de 1927. Até encerrar com a morte surpreendente do jornalista, acometido de um mal súbito. Mesquita estava desde então por merecer uma obra do porte de "Júlio Mesquita e Seu Tempo", fruto de 15 anos de pesquisa e cinco de redação. O homem e seu jornal são símbolos do capitalismo paulista, associados pela esquerda contemporânea ao estigma de conservadorismo. No entanto, o dono do "Estadão" se revela um "gauche" por toda a vida; participou até da versão imperial da "luta armada", quando jovem: republicano radical, ao combater a escravidão, participava de movimentos que ajudavam escravos a escapar e se refugiar em quilombos armados. Da mesma forma, defender a República no tempo do Império ou enfrentar as oligarquias da República Velha não eram lutas singelas, mas propostas de rupturas importantes. INDEPENDÊNCIA O homem público se confunde com o empresário de jornal. Quando a República se implanta, ele afasta o jornal do partido. "O Estado" apoia o regime, mas a independência faz crescer sua credibilidade, o que faz crescer o número de leitores e isso atrai mais anunciantes, cujas receitas vão custear investimentos e permitir mais crescimento. Como narra Caldeira: "Em muitos momentos, os governos confrontavam a opinião –e nessa hora os artigos e os editoriais com posições alternativas ganhavam grande visibilidade. Além disso, anunciantes de diversos produtos precisavam de identificação com o leitor como fundamento para seus gastos em publicidade –e o jornal se pautava pela escolha dos anunciantes, não dos governos". Ao longo das primeiras décadas da República, o "Estado" se afasta dos governos de seu antigo partido. Apoiará sucessivos movimentos de oposição, as candidaturas de Ruy Barbosa e teses propostas pelos tenentistas, o reformismo do Partido Democrático. O jornal encarnará um programa de modernização das instituições brasileiras, e isso não deixa de incomodar uma longa lista de adversários políticos. Todos, no entanto, vão se juntar em respeito diante da morte de Mesquita. Desde o lançamento de "Mauá "" O Empresário do Império" (Companhia das Letras, 1995), sua biografia do Barão pioneiro da indústria, Jorge Caldeira tem trabalhado sobre histórias de personagens que influenciaram a política e a economia do país ao seu tempo. "Mauá", "O Banqueiro do Sertão" (Mameluco, 2006) e este "Júlio Mesquita e seu Tempo" concentram a atenção no desenvolvimento do capitalismo de São Paulo. Além da economia, este livro acrescenta uma leitura sobre a evolução das técnicas e tecnologias do jornalismo, como expressa nos subtítulos dos volumes ("O Jornal de Prelo", "O Jornal de Rotativa" e "O Jornal Moderno"). Mesquita adotava novas máquinas e estilos jornalísticos alinhados com o que havia de mais inovador no mundo e assim impulsionava a penetração de seu jornal. Esse interesse pela evolução do jornalismo dá ao livro uma nova leitura de fatos, como a guerra de Canudos (1896-97). Ao narrar a história sob o ponto de vista do periódico e em paralelo com o que faziam grandes jornais do mundo, Antônio Conselheiro surge como uma versão local do Doutor Livingstone, o personagem em lugar longínquo que o jornal vai buscar com seu intrépido repórter para quem não existem distâncias. Euclydes da Cunha é como um Stanley do "Estadão" (e a batalha final em que aparece o corpo do Conselheiro pode ser vista como nosso "I Presume"). O Canudos aqui não é o de "Os Sertões" ou de "No Calor da Hora", de Walnice Nogueira Galvão, que lê o conflito nas notícias da época. Caldeira coloca a cobertura no contexto de afirmação dos jornais: ao cobrir um episódio no fundo do sertão, "O Estado" afirma seu domínio sobre todos os rincões de um território que se torna nação. Neto de Júlio Mesquita, Ruy Mesquita dizia que para ele a poesia tinha atingido o ápice com Fernando Pessoa e que, desde então, nada se comparava a ela. Talvez tivesse em mente um paralelo entre o avô e o poema "The Times": em muitos momentos, Mesquita talvez pensasse ombrear o grande jornal inglês ou seu xará nova-iorquino e "ter influência no mundo". E como exclama o poeta: "Santo Deus!... E talvez a tenha tido!" * BANCO DE DADOS A falta de dados econômicos sobre o período em que viveu Júlio Mesquita dificultava a compreensão da obra do personagem. Afinal, crescer 10,5% ao ano por 40 anos seguidos era muito? Mais do que o crescimento do PIB do país ou menos? Era normal ou único? Para resolver essa dificuldade, Jorge Caldeira acabou se aventurando por um trabalho que está fadado a ser fonte de dados para inúmeras pesquisas a partir de agora: ele remontou por critérios atuais informações econômicas dispersas sobre o período. Esse conjunto de dados compõe o quarto volume da obra. É uma leitura mais árida para quem não gosta de cifras, mas abre um novo campo de estudos para os pesquisadores da economia brasileira da segunda metade do século 19 em diante. CIDADE CENÁRIO Júlio Mesquita e Seu Tempo" é a biografia de um homem que testemunhou e influenciou a evolução de São Paulo. Já o recém-lançado "A Capital da Vertigem", de Roberto Pompeu de Toledo, é uma espécie de biografia da cidade. Por isso mesmo, muitas passagens do livro de Jorge Caldeira ecoam descrições de locais da cidade presentes no livro de Pompeu. As duas leituras se casam e se complementam. TRÊS CHOPES POR DIA Depois de se mudar para São Paulo, na adolescência, para estudar direito, Júlio Mesquita seguiu atado à interiorana Campinas de sua infância. E para lá ia em busca de um lugar onde não fosse reconhecido como o jornalista e político poderoso, mas apenas como o amigo de pessoas simples. Suas referências eram o modesto hotel Pinheiro e a Confeitaria Barsotti. Um dia, os convivas em sua mesa conversavam sobre os sonhos de cada um. Todos "viajaram" por palácios e haréns, fortunas e viagens. Até que um amigo de Mesquita, Saturnino Amaral, disse seu sonho: "Queria ter dinheiro para tomar três chopes duplos por dia, coisa que seus ganhos raramente permitiam", narra Jorge Caldeira. Comovido ao ouvir a simplicidade do desejo de seu amigo, Mesquita chamou o dono da confeitaria: "Seu Barsotti, o diabo é que acabei de perder uma aposta sobre sonhos realizáveis. Por isso, nosso amigo professor acaba de ganhar o direito de beber quantos chopes quiser por minha conta para o resto da vida". SEM CHOPES PARA O RESTO DA VIDA Por algum tempo, o professor Saturnino Amaral se beneficiou do presente que ganhou de JÚlio Mesquita. Até ficar sabendo da morte do amigo. Desse dia em diante, nunca mais bebeu. * TRECHO "JÚLIO MESQUITA E SEU TEMPO" O tempo em que Júlio Mesquita viveu foi de grandes transformações. Ele testemunhou a chegada da ferrovia, do telégrafo, da eletricidade, do automóvel, do avião, do arranha-céu, do rádio, do voto universal, das guerras mundiais, dos regimes socialistas e do fascismo. Todas essas mudanças refletiram no Brasil: vilarejos se tornaram metrópoles; o trabalho artesanal se misturou com o das grandes indústrias; as reuniões sociais íntimas, com a ida a estádios lotados; a cultura oral tradicional, com o modernismo. Nas eleições, as conversas fechadas passaram a conviver com os grandes comícios. Houve várias revoluções. Júlio Mesquita interagiu com seu tempo de forma privilegiada: começou a escrever para jornais na adolescência e a trabalhar como empregado da imprensa no início da vida adulta; tornou-se diretor e dono de "O Estado de S. Paulo", sempre trazendo mudanças. Entrou num jornal de prelo, uma publicação secundária de província, introduziu as rotativas elétricas e dominou o mercado local. Impôs ao país o jornal moderno, novidade da indústria cultural. Um número indica a magnitude da atuação de Júlio Mesquita no âmbito do jornalismo. Em 1888, quando ele começou a trabalhar, a publicação tinha 904 assinantes. Quatro décadas depois, em 1927, 48.638 pessoas pagavam para receber o jornal em casa. LEÃO SERVA, 55, é jornalista, autor de "Um Tipógrafo na Colônia" (Publifolha).
ilustrissima
Uma vida que faz parte da históriaRESUMO Numa narrativa que se estende por 1.740 páginas, distribuídas em quatro volumes, Jorge Caldeira retrata a vida de Júlio Mesquita (1862-1927). A trajetória do diretor e dono do jornal "O Estado de S. Paulo" entrelaça-se com momentos históricos importantes, a começar pelo estabelecimento da República. * Tal como as musas de Homero, Jorge Caldeira abre sua monumental biografia de Júlio Mesquita com os momentos finais da odisseia desse protagonista do estabelecimento da República e do jornalismo moderno no Brasil. Mesquita era um homem recluso e de hábitos simples, embora ao longo da vida tivesse se tornado rico e influente. No início de 1927, aos 64 anos, cede à insistência dos filhos e decide participar do baile de Carnaval da elite paulistana, onde sua presença causa alvoroço e curiosidade entre os presentes. O Brasil saía de anos sob o autoritarismo da gestão de Arthur Bernardes (que governou de 1922 a 1926 sob estado de sítio), e ensaiava uma abertura com Washington Luís. O dono do jornal "O Estado de S. Paulo" fora preso no governo anterior, acusado de colaborar com a Revolução de 1924, quando militares rebeldes ocuparam São Paulo, que ficou sob intenso bombardeio do Exército Nacional. Depois que foi solto, sofreu anos de censura em seu jornal, tempo em que se manteve distante da visão do público. Agora saía das sombras para as luzes do Carnaval. Há um tom de vitória naquela sua reapresentação à sociedade. A muitos dos que ali estavam sua presença lembrava também que nos últimos anos "O Estadão", como já era chamado, passara a apoiar o oposicionista Partido Democrático e seu programa de renovação das instituições brasileiras, recém saído da primeira vitória nas urnas. Já a maior parte da elite paulista naquela festa apoiava o Partido Republicano, revolucionário quarenta anos antes e que Mesquita vira se tornar um partido corrompido. Por isso, o episódio corriqueiro ganha na narrativa de Caldeira um caráter paradigmático. Enquanto anda pelo baile, conversa com a grande dama da sociedade, Olívia Guedes Penteado, senta-se pouco à mesa com sua família reunida e em seguida sai a caminhar até a sede do jornal, em que não entrava há algum tempo. Ao flanar entre prédios de uma cidade em permanente ebulição, ele vai lembrando grandes momentos de sua vida na cidade que viu crescer de 31 mil para 700 mil habitantes desde que chegou de Campinas, em 1877, para estudar direito. Caldeira destaca especialmente a impressão que Mesquita tem ao passar pela rua Boa Vista, onde se lembra do primeiro encontro com Ruy Barbosa, em 1890, nos primeiros tempos da República, um encontro que marcaria profundamente sua personalidade jornalística e política. De um episódio rememorado a outro, como na própria "Odisseia", o autor dispara a narrativa que ocupa 1.740 páginas distribuídas por quatro volumes percorrendo toda a história do Brasil de meados do século 19 ao ano de 1927. Até encerrar com a morte surpreendente do jornalista, acometido de um mal súbito. Mesquita estava desde então por merecer uma obra do porte de "Júlio Mesquita e Seu Tempo", fruto de 15 anos de pesquisa e cinco de redação. O homem e seu jornal são símbolos do capitalismo paulista, associados pela esquerda contemporânea ao estigma de conservadorismo. No entanto, o dono do "Estadão" se revela um "gauche" por toda a vida; participou até da versão imperial da "luta armada", quando jovem: republicano radical, ao combater a escravidão, participava de movimentos que ajudavam escravos a escapar e se refugiar em quilombos armados. Da mesma forma, defender a República no tempo do Império ou enfrentar as oligarquias da República Velha não eram lutas singelas, mas propostas de rupturas importantes. INDEPENDÊNCIA O homem público se confunde com o empresário de jornal. Quando a República se implanta, ele afasta o jornal do partido. "O Estado" apoia o regime, mas a independência faz crescer sua credibilidade, o que faz crescer o número de leitores e isso atrai mais anunciantes, cujas receitas vão custear investimentos e permitir mais crescimento. Como narra Caldeira: "Em muitos momentos, os governos confrontavam a opinião –e nessa hora os artigos e os editoriais com posições alternativas ganhavam grande visibilidade. Além disso, anunciantes de diversos produtos precisavam de identificação com o leitor como fundamento para seus gastos em publicidade –e o jornal se pautava pela escolha dos anunciantes, não dos governos". Ao longo das primeiras décadas da República, o "Estado" se afasta dos governos de seu antigo partido. Apoiará sucessivos movimentos de oposição, as candidaturas de Ruy Barbosa e teses propostas pelos tenentistas, o reformismo do Partido Democrático. O jornal encarnará um programa de modernização das instituições brasileiras, e isso não deixa de incomodar uma longa lista de adversários políticos. Todos, no entanto, vão se juntar em respeito diante da morte de Mesquita. Desde o lançamento de "Mauá "" O Empresário do Império" (Companhia das Letras, 1995), sua biografia do Barão pioneiro da indústria, Jorge Caldeira tem trabalhado sobre histórias de personagens que influenciaram a política e a economia do país ao seu tempo. "Mauá", "O Banqueiro do Sertão" (Mameluco, 2006) e este "Júlio Mesquita e seu Tempo" concentram a atenção no desenvolvimento do capitalismo de São Paulo. Além da economia, este livro acrescenta uma leitura sobre a evolução das técnicas e tecnologias do jornalismo, como expressa nos subtítulos dos volumes ("O Jornal de Prelo", "O Jornal de Rotativa" e "O Jornal Moderno"). Mesquita adotava novas máquinas e estilos jornalísticos alinhados com o que havia de mais inovador no mundo e assim impulsionava a penetração de seu jornal. Esse interesse pela evolução do jornalismo dá ao livro uma nova leitura de fatos, como a guerra de Canudos (1896-97). Ao narrar a história sob o ponto de vista do periódico e em paralelo com o que faziam grandes jornais do mundo, Antônio Conselheiro surge como uma versão local do Doutor Livingstone, o personagem em lugar longínquo que o jornal vai buscar com seu intrépido repórter para quem não existem distâncias. Euclydes da Cunha é como um Stanley do "Estadão" (e a batalha final em que aparece o corpo do Conselheiro pode ser vista como nosso "I Presume"). O Canudos aqui não é o de "Os Sertões" ou de "No Calor da Hora", de Walnice Nogueira Galvão, que lê o conflito nas notícias da época. Caldeira coloca a cobertura no contexto de afirmação dos jornais: ao cobrir um episódio no fundo do sertão, "O Estado" afirma seu domínio sobre todos os rincões de um território que se torna nação. Neto de Júlio Mesquita, Ruy Mesquita dizia que para ele a poesia tinha atingido o ápice com Fernando Pessoa e que, desde então, nada se comparava a ela. Talvez tivesse em mente um paralelo entre o avô e o poema "The Times": em muitos momentos, Mesquita talvez pensasse ombrear o grande jornal inglês ou seu xará nova-iorquino e "ter influência no mundo". E como exclama o poeta: "Santo Deus!... E talvez a tenha tido!" * BANCO DE DADOS A falta de dados econômicos sobre o período em que viveu Júlio Mesquita dificultava a compreensão da obra do personagem. Afinal, crescer 10,5% ao ano por 40 anos seguidos era muito? Mais do que o crescimento do PIB do país ou menos? Era normal ou único? Para resolver essa dificuldade, Jorge Caldeira acabou se aventurando por um trabalho que está fadado a ser fonte de dados para inúmeras pesquisas a partir de agora: ele remontou por critérios atuais informações econômicas dispersas sobre o período. Esse conjunto de dados compõe o quarto volume da obra. É uma leitura mais árida para quem não gosta de cifras, mas abre um novo campo de estudos para os pesquisadores da economia brasileira da segunda metade do século 19 em diante. CIDADE CENÁRIO Júlio Mesquita e Seu Tempo" é a biografia de um homem que testemunhou e influenciou a evolução de São Paulo. Já o recém-lançado "A Capital da Vertigem", de Roberto Pompeu de Toledo, é uma espécie de biografia da cidade. Por isso mesmo, muitas passagens do livro de Jorge Caldeira ecoam descrições de locais da cidade presentes no livro de Pompeu. As duas leituras se casam e se complementam. TRÊS CHOPES POR DIA Depois de se mudar para São Paulo, na adolescência, para estudar direito, Júlio Mesquita seguiu atado à interiorana Campinas de sua infância. E para lá ia em busca de um lugar onde não fosse reconhecido como o jornalista e político poderoso, mas apenas como o amigo de pessoas simples. Suas referências eram o modesto hotel Pinheiro e a Confeitaria Barsotti. Um dia, os convivas em sua mesa conversavam sobre os sonhos de cada um. Todos "viajaram" por palácios e haréns, fortunas e viagens. Até que um amigo de Mesquita, Saturnino Amaral, disse seu sonho: "Queria ter dinheiro para tomar três chopes duplos por dia, coisa que seus ganhos raramente permitiam", narra Jorge Caldeira. Comovido ao ouvir a simplicidade do desejo de seu amigo, Mesquita chamou o dono da confeitaria: "Seu Barsotti, o diabo é que acabei de perder uma aposta sobre sonhos realizáveis. Por isso, nosso amigo professor acaba de ganhar o direito de beber quantos chopes quiser por minha conta para o resto da vida". SEM CHOPES PARA O RESTO DA VIDA Por algum tempo, o professor Saturnino Amaral se beneficiou do presente que ganhou de JÚlio Mesquita. Até ficar sabendo da morte do amigo. Desse dia em diante, nunca mais bebeu. * TRECHO "JÚLIO MESQUITA E SEU TEMPO" O tempo em que Júlio Mesquita viveu foi de grandes transformações. Ele testemunhou a chegada da ferrovia, do telégrafo, da eletricidade, do automóvel, do avião, do arranha-céu, do rádio, do voto universal, das guerras mundiais, dos regimes socialistas e do fascismo. Todas essas mudanças refletiram no Brasil: vilarejos se tornaram metrópoles; o trabalho artesanal se misturou com o das grandes indústrias; as reuniões sociais íntimas, com a ida a estádios lotados; a cultura oral tradicional, com o modernismo. Nas eleições, as conversas fechadas passaram a conviver com os grandes comícios. Houve várias revoluções. Júlio Mesquita interagiu com seu tempo de forma privilegiada: começou a escrever para jornais na adolescência e a trabalhar como empregado da imprensa no início da vida adulta; tornou-se diretor e dono de "O Estado de S. Paulo", sempre trazendo mudanças. Entrou num jornal de prelo, uma publicação secundária de província, introduziu as rotativas elétricas e dominou o mercado local. Impôs ao país o jornal moderno, novidade da indústria cultural. Um número indica a magnitude da atuação de Júlio Mesquita no âmbito do jornalismo. Em 1888, quando ele começou a trabalhar, a publicação tinha 904 assinantes. Quatro décadas depois, em 1927, 48.638 pessoas pagavam para receber o jornal em casa. LEÃO SERVA, 55, é jornalista, autor de "Um Tipógrafo na Colônia" (Publifolha).
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Leitor diz que empreiteiros são vítimas de achaques e devem ser libertados
As empreiteiras foram achacadas por políticos conhecidos, de todas as cores (Políticos citados dizem que doações foram declaradas). A visita do tesoureiro de um partido era suficiente: era tirar o talão de cheque ou se ferrar. Não haverá provas, a não ser contra alguns corruptores e laranjas. Libertem todos os empreiteiros para que eles parem de demitir os que trabalham para ganhar o pão. EMILIO BORSARI ASSIRATI (Campinas, SP) * * Sobre a carta da leitora Vilma Amaro, que afirma que Sergio Moro age como se fosse encarnação da Justiça, digo que ele é, sim, a encarnação da Justiça. É um juiz. Não venham falar de excessos. Talvez ele esteja fazendo excessos, mas tem a minha permissão e bênção. Continue com os excessos, pois este país precisa disso. RONALD HÄSNER (Londrina, PR) * * As graves denúncias a respeito do repasse de recursos para políticos e partidos deve ser objeto de profunda análise do modelo eleitoral e contribuições de campanha. Se mantivermos as mesmas regras do jogo, sacrificaremos o Erário com troca de favores e vantagens espúrias para grandes obras e serviços. Sem a definição sobre a reforma político partidária, o Brasil caminha de lado e com o sério risco da estagflação. CARLOS HENRIQUE ABRAO (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Leitor diz que empreiteiros são vítimas de achaques e devem ser libertadosAs empreiteiras foram achacadas por políticos conhecidos, de todas as cores (Políticos citados dizem que doações foram declaradas). A visita do tesoureiro de um partido era suficiente: era tirar o talão de cheque ou se ferrar. Não haverá provas, a não ser contra alguns corruptores e laranjas. Libertem todos os empreiteiros para que eles parem de demitir os que trabalham para ganhar o pão. EMILIO BORSARI ASSIRATI (Campinas, SP) * * Sobre a carta da leitora Vilma Amaro, que afirma que Sergio Moro age como se fosse encarnação da Justiça, digo que ele é, sim, a encarnação da Justiça. É um juiz. Não venham falar de excessos. Talvez ele esteja fazendo excessos, mas tem a minha permissão e bênção. Continue com os excessos, pois este país precisa disso. RONALD HÄSNER (Londrina, PR) * * As graves denúncias a respeito do repasse de recursos para políticos e partidos deve ser objeto de profunda análise do modelo eleitoral e contribuições de campanha. Se mantivermos as mesmas regras do jogo, sacrificaremos o Erário com troca de favores e vantagens espúrias para grandes obras e serviços. Sem a definição sobre a reforma político partidária, o Brasil caminha de lado e com o sério risco da estagflação. CARLOS HENRIQUE ABRAO (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Ambição ingênua compromete ótimo relato de dez 'milagres'
Seria perfeito se "The Fix" (o conserto, em inglês, ainda sem tradução no Brasil) fosse apenas um livro de histórias de sucesso. Seu autor, o canadense Jonathan Tepperman, é um jornalista bem formado e bem-sucedido que emprega na obra as mesmas qualidades da "Foreign Affairs", revista que ele ajuda a dirigir. Cada um dos capítulos é uma reportagem muito bem feita sobre momentos importantes na história de nove países e uma cidade, Nova York. Tepperman pesquisa os temas com profundidade, documenta, visita os países, entrevista vários dos principais personagens (incluindo os chefes de governo e de Estado), ouve pesquisadores. Seus relatos são claros e interessantes. Costuram contexto mais amplo e anedotas pessoais, fazem comparações didáticas, e o texto flui com facilidade mesmo quando o assunto é mais árido. "The Fix" reconta a rígida batalha anticorrupção de Cingapura e a flexível reconstrução civil de Ruanda, dizimada por conflitos étnicos. Mostra como a Indonésia controlou o terrorismo islâmico, como Botsuana escapou da "maldição dos diamantes" e por que a revolução energética do gás de folhelho prosperou nos EUA. Na lista, está ainda a Coreia do Sul, uma das poucas nações do mundo capazes de continuar crescendo mesmo depois de atingir a renda média, e o Canadá, que de país xenófobo se tornou exemplo de multiculturalismo. No México e em Nova York, o assunto são as soluções de impasses políticos (conflitos entre esferas de administração) que permitiram implantar reformas estruturais. E o Brasil é modelo de como reduzir a pobreza. HOMENS X CONTEXTO O ponto fraco de "The Fix" é que Tepperman não quer apenas contar histórias de sucesso. Sua ambição é transmitir lições: "Um livro sobre como líderes resolveram problemas específicos é inevitavelmente sobre liderança e solução de problemas". Tepperman afirma que estava cansado da literatura de relações internacionais, "que se debruça apenas sobre problemas". Sentia falta de reflexões sobre como superá-los. A frustração levou-o a escrever um livro com "detalhes explícitos de como acontecem milagres". Na introdução, o autor promete "trazer esperança em um tempo de sombras avassaladoras". As proposições soam um pouco ingênuas, principalmente quando o próprio Tepperman professa no primeiro parágrafo que "os líderes certos" são os principais motores das conquistas narradas. O subtítulo do livro, "How nations survive and thrive in a world in decline" (como nações sobrevivem e prosperam em um mundo em declínio) torna quase inevitável a contraposição com "Why Nations Fail" (por que nações fracassam), do economista Daron Acemoglu (MIT) e do cientista político James A. Robinson (Universidade de Chicago). Os professores discorrem sobre como instituições políticas e econômicas são cruciais nas venturas (quando inclusivas) ou desventuras (se extrativas) dos Estados. Já o jornalista, ao concentrar em indivíduos a responsabilidade pelos resultados, mata no nascedouro sua ambição de transmitir lições replicáveis em outras condições, na vida pública, privada ou corporativa. Não admira, portanto, que suas conclusões cheguem pouco além de "seja pragmático" e "aproveite as crises para fazer reformas ousadas". The Fix: How Nations Survive and Thrive in a World in Decline QUANTO: R$ 87,76 (livro digital; 320 págs.) AUTOR: Jonathan Tepperman EDITORA: Deckle Edge, 2016 AVALIAÇÃO: Regular
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Ambição ingênua compromete ótimo relato de dez 'milagres'Seria perfeito se "The Fix" (o conserto, em inglês, ainda sem tradução no Brasil) fosse apenas um livro de histórias de sucesso. Seu autor, o canadense Jonathan Tepperman, é um jornalista bem formado e bem-sucedido que emprega na obra as mesmas qualidades da "Foreign Affairs", revista que ele ajuda a dirigir. Cada um dos capítulos é uma reportagem muito bem feita sobre momentos importantes na história de nove países e uma cidade, Nova York. Tepperman pesquisa os temas com profundidade, documenta, visita os países, entrevista vários dos principais personagens (incluindo os chefes de governo e de Estado), ouve pesquisadores. Seus relatos são claros e interessantes. Costuram contexto mais amplo e anedotas pessoais, fazem comparações didáticas, e o texto flui com facilidade mesmo quando o assunto é mais árido. "The Fix" reconta a rígida batalha anticorrupção de Cingapura e a flexível reconstrução civil de Ruanda, dizimada por conflitos étnicos. Mostra como a Indonésia controlou o terrorismo islâmico, como Botsuana escapou da "maldição dos diamantes" e por que a revolução energética do gás de folhelho prosperou nos EUA. Na lista, está ainda a Coreia do Sul, uma das poucas nações do mundo capazes de continuar crescendo mesmo depois de atingir a renda média, e o Canadá, que de país xenófobo se tornou exemplo de multiculturalismo. No México e em Nova York, o assunto são as soluções de impasses políticos (conflitos entre esferas de administração) que permitiram implantar reformas estruturais. E o Brasil é modelo de como reduzir a pobreza. HOMENS X CONTEXTO O ponto fraco de "The Fix" é que Tepperman não quer apenas contar histórias de sucesso. Sua ambição é transmitir lições: "Um livro sobre como líderes resolveram problemas específicos é inevitavelmente sobre liderança e solução de problemas". Tepperman afirma que estava cansado da literatura de relações internacionais, "que se debruça apenas sobre problemas". Sentia falta de reflexões sobre como superá-los. A frustração levou-o a escrever um livro com "detalhes explícitos de como acontecem milagres". Na introdução, o autor promete "trazer esperança em um tempo de sombras avassaladoras". As proposições soam um pouco ingênuas, principalmente quando o próprio Tepperman professa no primeiro parágrafo que "os líderes certos" são os principais motores das conquistas narradas. O subtítulo do livro, "How nations survive and thrive in a world in decline" (como nações sobrevivem e prosperam em um mundo em declínio) torna quase inevitável a contraposição com "Why Nations Fail" (por que nações fracassam), do economista Daron Acemoglu (MIT) e do cientista político James A. Robinson (Universidade de Chicago). Os professores discorrem sobre como instituições políticas e econômicas são cruciais nas venturas (quando inclusivas) ou desventuras (se extrativas) dos Estados. Já o jornalista, ao concentrar em indivíduos a responsabilidade pelos resultados, mata no nascedouro sua ambição de transmitir lições replicáveis em outras condições, na vida pública, privada ou corporativa. Não admira, portanto, que suas conclusões cheguem pouco além de "seja pragmático" e "aproveite as crises para fazer reformas ousadas". The Fix: How Nations Survive and Thrive in a World in Decline QUANTO: R$ 87,76 (livro digital; 320 págs.) AUTOR: Jonathan Tepperman EDITORA: Deckle Edge, 2016 AVALIAÇÃO: Regular
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Governo aprova portaria que afrouxa normas de atendimento básico no SUS
Representantes do Ministério da Saúde, Estados e municípios aprovaram nesta quinta-feira (31) uma portaria que flexibiliza as normas atuais da chamada atenção básica em saúde, tida como porta de entrada para o SUS. Na prática, a medida passa a permitir o financiamento de equipes de saúde menores do que a política atual prevê para atendimento nas unidades básicas de saúde, e com cargas horárias mínimas distintas entre os profissionais. Hoje, o modelo adotado prevê contrapartida de financiamento federal apenas para as equipes de "Saúde da Família", as quais devem compostas, no mínimo, por médico generalista ou especialista em saúde da família, enfermeiro, auxiliar ou técnico de enfermagem e quatro agentes comunitários de saúde, podendo ter também dentistas e outros especialistas. A nova portaria, por sua vez, passa a reconhecer a possibilidade de repasse de verbas federais também para as chamadas "equipes de atenção básica", as quais devem ser formadas por, no mínimo, três profissionais –um médico, um enfermeiro e um técnico de enfermagem. O agente comunitário de saúde, profissional obrigatório no modelo anterior, passa a ter seu número facultado conforme a necessidade do município, podendo até mesmo não estar presente na equipe. Também há redução no mínimo previsto de agentes nas equipes de Saúde da Família, que passam de quatro para um. A exceção, segundo o ministério, são "áreas de risco e vulnerabilidade social" definidas pelo gestor de cada município. Para estas, o mínimo é de um agente para cada 750 pessoas. "Em um bairro de classe A, não precisa ter quatro agentes (comunitários de saúde), porque não vai ter quem visitar", afirma o ministro da Saúde, Ricardo Barros. "Se é um bairro mais carente, mais vulnerável, exigimos mais." Também há mudanças na carga horária: embora a das novas equipes seja mantida em 40h, a portaria permite que o município passe a contratar mais de um profissional por jornadas menores, como dois por 20h –o mínimo é de 10h cada. O modelo de Saúde da Família, por sua vez, previa que cada profissional atuasse por 40h. Hoje, 40 mil equipes do modelo de Saúde da Família atuam no país. 'RETROCESSO' Para Ronald Santos, presidente do Conselho Nacional de Saúde, ao reconhecer a possibilidade de financiamento de outras equipes, a portaria traz risco de retrocesso no atendimento. Hoje, o modelo de Saúde da Família é reconhecido em estudos internacionais como responsável pelo sucesso da atenção básica na redução de alguns indicadores, como taxa de mortalidade infantil, por exemplo. "Ao colocar a possibilidade de profissional por 10h, a portaria esfalece a lógica do Saúde da Família. Também não delimita um número mínimo de agentes. Vamos usar todas as prerrogativas presentes na lei para impedir que o retrocesso aconteça", disse. Integrantes do ministério, porém, afirmam que o financiamento das equipes de Saúde da Família ainda será prioritário e que a migração das novas equipes para esse modelo será estimulada. Barros diz que a nova portaria reconhece equipes que já atuam na atenção básica, mas não recebiam contrapartida em recursos do Ministério da Saúde por não terem o mesmo padrão. Nesse caso, eram bancados pelos próprios municípios –a estimativa é que 30% da população seja atendida por esses outros modelos. "Estamos flexibilizando para ajustar à mão de obra disponível. Precisamos adaptar o legal ao real", defende. "Hoje, não financiamos essas equipes porque não são completas, como preconiza a portaria. São equipes que poderão ser financiadas até serem completadas. Um município de 1.500 não precisa de equipe completa", diz. Para ele, as mudanças devem aumentar a resolutividade dos atendimentos. "Nossa meta é resolver 80% dos problemas de saúde na atenção básica." Após a aprovação, a previsão é que o texto da nova política de atenção básica seja publicado no Diário Oficial da União até a próxima semana. AGENTES DE SAÚDE Outro ponto polêmico previsto para a nova portaria é a mudança nas funções dos agentes comunitários de saúde e agentes de endemias, que passam a ter parte das funções integradas. Hoje, agentes comunitários de saúde são responsáveis por realizar visitas aos domicílios, marcar consultas e realizar ações de promoção da saúde em conjunto com a comunidade. Já os agentes de endemias são responsáveis pelo combate a focos de doenças, como o do mosquito Aedes aegypti, que transmite dengue, zika e chikungunya. Agora, além de serem integrados com os de endemias, os agentes comunitários de saúde ganham outras funções. Entre elas, está a de aferir pressão, fazer curativos, medir glicemia e realizar ações de vigilância em saúde. Segundo Barros, o governo irá ofertar um reforço na formação e qualificação dos agentes antes que eles passem a desempenhar as novas atividades. A estimativa é que, de um total de 320 mil agentes, 40% já esteja qualificado, por ter formação na área de saúde. Outros 180 mil, no entanto, ainda precisam de qualificação, o que deve ocorrer em até cinco anos. Questionado se a abertura de uma brecha para financiamento de equipes menores, sem agentes, não pode afetar o combate a epidemias, o diretor de atenção básica, João Salame, nega o risco. "Não se pode agir sempre como epidemia. Emergências existem, mas não sazonais", diz. "Você não pode estabelecer uma política para a avenida Paulista e outra para uma área de ocupação no Rio de Janeiro. Tem que priorizar quem mais precisa." Além das mudanças no número de agentes, a nova política também estabelece uma lista de serviços mínimos essenciais para as unidades de saúde e passa a permitir o acompanhamento dos pacientes em unidades mais distantes da residência. O presidente do Conasems, conselho que reúne secretários municipais de saúde, Mauro Junqueira, defende o novo modelo. "Hoje, os municípios arcam com mais de 70% do custo da Saúde da Família. Mantivemos como estratégia prioritária, mas estabelecemos novos arranjos, tendo em vista a diversidade enorme no país." CRÍTICAS Entidades como Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva) e Cebes (Centro Brasileiro de Estudos em Saúde), por sua vez, tem feito críticas às mudanças. Em nota divulgada neste mês, as entidades afirmam que a mudança ameaça os avanços já obtidos com as equipes da Estratégia Saúde da Família, além de afetar o papel dos agentes comunitários de saúde. Para Luiz Augusto Facchini, coordenador do grupo de pesquisa em atenção primária da Abrasco, o principal ponto de preocupação diante da nova política é a falta de informações sobre como deve ocorrer o financiamento, pelo Ministério da Saúde, das outras equipes de atenção básica que hoje não recebem recursos federais. "Se não há essa sinalização de novo financiamento para o modelo tradicional, o montante vai sair do que hoje é destinado à Saúde da Família. Ao fragilizar essa estratégia, as consequências negativas serão para a saúde da população", diz. O ministério, porém, afirma que deve disponibilizar valores extras para financiamento das novas equipes, a depender da demanda dos municípios. Ainda não há um valor previsto, informa.
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Governo aprova portaria que afrouxa normas de atendimento básico no SUSRepresentantes do Ministério da Saúde, Estados e municípios aprovaram nesta quinta-feira (31) uma portaria que flexibiliza as normas atuais da chamada atenção básica em saúde, tida como porta de entrada para o SUS. Na prática, a medida passa a permitir o financiamento de equipes de saúde menores do que a política atual prevê para atendimento nas unidades básicas de saúde, e com cargas horárias mínimas distintas entre os profissionais. Hoje, o modelo adotado prevê contrapartida de financiamento federal apenas para as equipes de "Saúde da Família", as quais devem compostas, no mínimo, por médico generalista ou especialista em saúde da família, enfermeiro, auxiliar ou técnico de enfermagem e quatro agentes comunitários de saúde, podendo ter também dentistas e outros especialistas. A nova portaria, por sua vez, passa a reconhecer a possibilidade de repasse de verbas federais também para as chamadas "equipes de atenção básica", as quais devem ser formadas por, no mínimo, três profissionais –um médico, um enfermeiro e um técnico de enfermagem. O agente comunitário de saúde, profissional obrigatório no modelo anterior, passa a ter seu número facultado conforme a necessidade do município, podendo até mesmo não estar presente na equipe. Também há redução no mínimo previsto de agentes nas equipes de Saúde da Família, que passam de quatro para um. A exceção, segundo o ministério, são "áreas de risco e vulnerabilidade social" definidas pelo gestor de cada município. Para estas, o mínimo é de um agente para cada 750 pessoas. "Em um bairro de classe A, não precisa ter quatro agentes (comunitários de saúde), porque não vai ter quem visitar", afirma o ministro da Saúde, Ricardo Barros. "Se é um bairro mais carente, mais vulnerável, exigimos mais." Também há mudanças na carga horária: embora a das novas equipes seja mantida em 40h, a portaria permite que o município passe a contratar mais de um profissional por jornadas menores, como dois por 20h –o mínimo é de 10h cada. O modelo de Saúde da Família, por sua vez, previa que cada profissional atuasse por 40h. Hoje, 40 mil equipes do modelo de Saúde da Família atuam no país. 'RETROCESSO' Para Ronald Santos, presidente do Conselho Nacional de Saúde, ao reconhecer a possibilidade de financiamento de outras equipes, a portaria traz risco de retrocesso no atendimento. Hoje, o modelo de Saúde da Família é reconhecido em estudos internacionais como responsável pelo sucesso da atenção básica na redução de alguns indicadores, como taxa de mortalidade infantil, por exemplo. "Ao colocar a possibilidade de profissional por 10h, a portaria esfalece a lógica do Saúde da Família. Também não delimita um número mínimo de agentes. Vamos usar todas as prerrogativas presentes na lei para impedir que o retrocesso aconteça", disse. Integrantes do ministério, porém, afirmam que o financiamento das equipes de Saúde da Família ainda será prioritário e que a migração das novas equipes para esse modelo será estimulada. Barros diz que a nova portaria reconhece equipes que já atuam na atenção básica, mas não recebiam contrapartida em recursos do Ministério da Saúde por não terem o mesmo padrão. Nesse caso, eram bancados pelos próprios municípios –a estimativa é que 30% da população seja atendida por esses outros modelos. "Estamos flexibilizando para ajustar à mão de obra disponível. Precisamos adaptar o legal ao real", defende. "Hoje, não financiamos essas equipes porque não são completas, como preconiza a portaria. São equipes que poderão ser financiadas até serem completadas. Um município de 1.500 não precisa de equipe completa", diz. Para ele, as mudanças devem aumentar a resolutividade dos atendimentos. "Nossa meta é resolver 80% dos problemas de saúde na atenção básica." Após a aprovação, a previsão é que o texto da nova política de atenção básica seja publicado no Diário Oficial da União até a próxima semana. AGENTES DE SAÚDE Outro ponto polêmico previsto para a nova portaria é a mudança nas funções dos agentes comunitários de saúde e agentes de endemias, que passam a ter parte das funções integradas. Hoje, agentes comunitários de saúde são responsáveis por realizar visitas aos domicílios, marcar consultas e realizar ações de promoção da saúde em conjunto com a comunidade. Já os agentes de endemias são responsáveis pelo combate a focos de doenças, como o do mosquito Aedes aegypti, que transmite dengue, zika e chikungunya. Agora, além de serem integrados com os de endemias, os agentes comunitários de saúde ganham outras funções. Entre elas, está a de aferir pressão, fazer curativos, medir glicemia e realizar ações de vigilância em saúde. Segundo Barros, o governo irá ofertar um reforço na formação e qualificação dos agentes antes que eles passem a desempenhar as novas atividades. A estimativa é que, de um total de 320 mil agentes, 40% já esteja qualificado, por ter formação na área de saúde. Outros 180 mil, no entanto, ainda precisam de qualificação, o que deve ocorrer em até cinco anos. Questionado se a abertura de uma brecha para financiamento de equipes menores, sem agentes, não pode afetar o combate a epidemias, o diretor de atenção básica, João Salame, nega o risco. "Não se pode agir sempre como epidemia. Emergências existem, mas não sazonais", diz. "Você não pode estabelecer uma política para a avenida Paulista e outra para uma área de ocupação no Rio de Janeiro. Tem que priorizar quem mais precisa." Além das mudanças no número de agentes, a nova política também estabelece uma lista de serviços mínimos essenciais para as unidades de saúde e passa a permitir o acompanhamento dos pacientes em unidades mais distantes da residência. O presidente do Conasems, conselho que reúne secretários municipais de saúde, Mauro Junqueira, defende o novo modelo. "Hoje, os municípios arcam com mais de 70% do custo da Saúde da Família. Mantivemos como estratégia prioritária, mas estabelecemos novos arranjos, tendo em vista a diversidade enorme no país." CRÍTICAS Entidades como Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva) e Cebes (Centro Brasileiro de Estudos em Saúde), por sua vez, tem feito críticas às mudanças. Em nota divulgada neste mês, as entidades afirmam que a mudança ameaça os avanços já obtidos com as equipes da Estratégia Saúde da Família, além de afetar o papel dos agentes comunitários de saúde. Para Luiz Augusto Facchini, coordenador do grupo de pesquisa em atenção primária da Abrasco, o principal ponto de preocupação diante da nova política é a falta de informações sobre como deve ocorrer o financiamento, pelo Ministério da Saúde, das outras equipes de atenção básica que hoje não recebem recursos federais. "Se não há essa sinalização de novo financiamento para o modelo tradicional, o montante vai sair do que hoje é destinado à Saúde da Família. Ao fragilizar essa estratégia, as consequências negativas serão para a saúde da população", diz. O ministério, porém, afirma que deve disponibilizar valores extras para financiamento das novas equipes, a depender da demanda dos municípios. Ainda não há um valor previsto, informa.
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Ponte mais alta do mundo entra em operação na China
A ponte Beipanjiang, no sudoeste da China, foi aberta ao tráfego após três anos de construção. Erguida sobre o vale de Beipangjiang, a construção fica a 565 metros do solo, o equivalente a um edifício de 200 andares. A ponte tem 1.341 metros de extensão e conecta as províncias de Guizhou e Yunnan. Ela deverá reduzir em três horas a viagem entre as cidades de Liupanshuim e Xuanwei. A obra começou em 2013 e consumiu cerca de R$ 460 milhões. Hoje, oito das dez pontes mais altas do planeta estão na China. Mas a ponte mais alta em termos de sua própria estrutura, e não da distância ao solo, continua sendo o viaduto de Millau, na França, que tem 343 metros de altura.
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Ponte mais alta do mundo entra em operação na ChinaA ponte Beipanjiang, no sudoeste da China, foi aberta ao tráfego após três anos de construção. Erguida sobre o vale de Beipangjiang, a construção fica a 565 metros do solo, o equivalente a um edifício de 200 andares. A ponte tem 1.341 metros de extensão e conecta as províncias de Guizhou e Yunnan. Ela deverá reduzir em três horas a viagem entre as cidades de Liupanshuim e Xuanwei. A obra começou em 2013 e consumiu cerca de R$ 460 milhões. Hoje, oito das dez pontes mais altas do planeta estão na China. Mas a ponte mais alta em termos de sua própria estrutura, e não da distância ao solo, continua sendo o viaduto de Millau, na França, que tem 343 metros de altura.
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Planejamento urbano demanda por tecnologia e redes sociais
Demandas de todos os tipos, como habitação, transporte público, modelos de ocupação urbana, inclusão social, segurança pública, entre outros, fazem com que as cidades, cada vez mais, procurem trazer seus moradores para o processo de planejamento urbano. A população das cidades é composta por diversos grupos, com interesses distintos, e obtém informações de maneiras diferentes. Com o mundo em rápida transformação, é preciso ter ciência que os processos tradicionais para estimular a participação da sociedade tendem a ficar ineficientes. A tecnologia oferece novas oportunidades, maneiras rápidas e de baixo custo para compartilhar conhecimentos e estimular a participação dos cidadãos. Novas variações de audiências públicas e outras ferramentas de divulgação podem permitir a troca aprofundada de informações, que resultará em planos e projetos mais eficientes. Cada município pode ter necessidades e formas diferentes de se comunicar com os cidadãos. Algumas vezes, o objetivo pode ser simplesmente entender a aceitação de determinado serviço ou programa, outras, de reunir informações e opiniões e recrutar interessados para estudar determinados assuntos com sugestões e propostas. Na verdade, na busca por alternativas mais eficientes, será essencial o desenvolvimento de métodos inovadores para o engajamento da comunidade que envolvam novas tecnologias, redes sociais e processos de conscientização da comunidade. A cidade de Vancouver, no Canadá, empenha-se nessa direção, e algumas das ações ali desenvolvidas podem ser adotadas em outras localidades para melhorar o engajamento social. Uma delas é o chamado "walkshop". Mais do que um "tour" pela vizinhança, é uma forma de conversar com a região por meio de um passeio e uma análise orientada do entorno. Caminhando ou de bicicleta, esse modelo permite aos membros da comunidade e planejadores, juntos, compreender a vizinhança e suas características, documentar os ativos da região e discutir iniciativas para solucionar problemas específicos dos moradores. Outra ideia interessante usada exitosamente em São Paulo, por ocasião da formulação do Plano Diretor e da Lei de Uso e Ocupação do Solo, é a participação popular pela internet. A consulta pública on-line, se for bem estruturada, principalmente do ponto de vista da catalogação e análise das sugestões, pode ser um dos processos mais democráticos e eficientes de participação popular na busca de soluções para os problemas das cidades. É importante também estimular a criatividade para identificar e solucionar, principalmente, dificuldades locais. Vancouver, por exemplo, utilizando-se de concursos e competições, estimula os cidadãos a apresentar ideias e soluções para questões que vão desde encontrar formas para lidar com moradores de rua até a adoção de usos alternativos para avenidas e viadutos. Um dos modelos de participação popular bastante utilizado no Brasil, porém de baixíssima eficiência, é a audiência pública. Se quisermos que essa ferramenta tenha resultados minimamente satisfatórios para atingir os objetivos a que se propõe, é necessário que sejam mais bem estruturadas. Elas devem ser conduzidas de forma objetiva, com planejamento, e por pessoas preparadas para lidar com situações emocionais geradas pelo conflito de interesses. Obviamente, nem todas as experiências de ampliação do engajamento da sociedade terão sucesso, mas é importante que o poder público e os planejadores estejam abertos a novas alternativas. Criatividade, credibilidade e, sobretudo, saber ouvir são aspectos fundamentais para estimular e envolver a comunidade no futuro das cidades.
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Planejamento urbano demanda por tecnologia e redes sociaisDemandas de todos os tipos, como habitação, transporte público, modelos de ocupação urbana, inclusão social, segurança pública, entre outros, fazem com que as cidades, cada vez mais, procurem trazer seus moradores para o processo de planejamento urbano. A população das cidades é composta por diversos grupos, com interesses distintos, e obtém informações de maneiras diferentes. Com o mundo em rápida transformação, é preciso ter ciência que os processos tradicionais para estimular a participação da sociedade tendem a ficar ineficientes. A tecnologia oferece novas oportunidades, maneiras rápidas e de baixo custo para compartilhar conhecimentos e estimular a participação dos cidadãos. Novas variações de audiências públicas e outras ferramentas de divulgação podem permitir a troca aprofundada de informações, que resultará em planos e projetos mais eficientes. Cada município pode ter necessidades e formas diferentes de se comunicar com os cidadãos. Algumas vezes, o objetivo pode ser simplesmente entender a aceitação de determinado serviço ou programa, outras, de reunir informações e opiniões e recrutar interessados para estudar determinados assuntos com sugestões e propostas. Na verdade, na busca por alternativas mais eficientes, será essencial o desenvolvimento de métodos inovadores para o engajamento da comunidade que envolvam novas tecnologias, redes sociais e processos de conscientização da comunidade. A cidade de Vancouver, no Canadá, empenha-se nessa direção, e algumas das ações ali desenvolvidas podem ser adotadas em outras localidades para melhorar o engajamento social. Uma delas é o chamado "walkshop". Mais do que um "tour" pela vizinhança, é uma forma de conversar com a região por meio de um passeio e uma análise orientada do entorno. Caminhando ou de bicicleta, esse modelo permite aos membros da comunidade e planejadores, juntos, compreender a vizinhança e suas características, documentar os ativos da região e discutir iniciativas para solucionar problemas específicos dos moradores. Outra ideia interessante usada exitosamente em São Paulo, por ocasião da formulação do Plano Diretor e da Lei de Uso e Ocupação do Solo, é a participação popular pela internet. A consulta pública on-line, se for bem estruturada, principalmente do ponto de vista da catalogação e análise das sugestões, pode ser um dos processos mais democráticos e eficientes de participação popular na busca de soluções para os problemas das cidades. É importante também estimular a criatividade para identificar e solucionar, principalmente, dificuldades locais. Vancouver, por exemplo, utilizando-se de concursos e competições, estimula os cidadãos a apresentar ideias e soluções para questões que vão desde encontrar formas para lidar com moradores de rua até a adoção de usos alternativos para avenidas e viadutos. Um dos modelos de participação popular bastante utilizado no Brasil, porém de baixíssima eficiência, é a audiência pública. Se quisermos que essa ferramenta tenha resultados minimamente satisfatórios para atingir os objetivos a que se propõe, é necessário que sejam mais bem estruturadas. Elas devem ser conduzidas de forma objetiva, com planejamento, e por pessoas preparadas para lidar com situações emocionais geradas pelo conflito de interesses. Obviamente, nem todas as experiências de ampliação do engajamento da sociedade terão sucesso, mas é importante que o poder público e os planejadores estejam abertos a novas alternativas. Criatividade, credibilidade e, sobretudo, saber ouvir são aspectos fundamentais para estimular e envolver a comunidade no futuro das cidades.
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Mais Justiça do Trabalho
O Judiciário brasileiro adotou, com a recente expedição da resolução 174 do Conselho Superior da Justiça do Trabalho, medida decisiva e irreversível rumo a uma Justiça muito mais rápida e realmente pacificadora, especialmente para as pessoas mais pobres. Vencida a resistência, principalmente o receio do ressurgimento do juiz classista, percebeu-se que a Justiça do Trabalho, tanto quanto já o fazem todas as demais modalidades de jurisdição, também pode se valer da ajuda de mediadores e conciliadores, concursados ou voluntários, para auxiliar na solução de conflitos, sem que para tanto seja necessário aguardar o longo trâmite de um processo judicial. A resolução 174/2016 demonstra mais um passo da Justiça do Trabalho na direção do movimento nacional que se encontra em estágio avançado, consolidado pelas novas legislações (Novo Código de Processo Civil e Lei de Mediação). Alguns juízes, advogados, promotores de Justiça e defensores públicos, entretanto, ainda não perceberam que os tempos mudaram, que acordos, ajustes e negociações não mais exigem dos interessados abrir mão, desistir, renunciar a uma parte de seus direitos. Graças aos muitos cursos promovidos pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), por todo o país foram formados e capacitados centenas de mediadores-multiplicadores, aptos a reproduzir ensinamentos e preparar profissionais que atuarão na realização de audiências de mediação, nas quais buscarão ajudar os próprios interessados a solucionar o conflito, por meio de um acordo. Esses mediadores não atuam de modo empírico, improvisado ou despreparado. Exatamente por isso, conseguem restabelecer a paz social, fazer com que o inadimplente, o reclamado ou o acionado atendam aos termos acordados. Saber e fazer acontecer. O professor José Gomes Canotilho, consagrado constitucionalista português, ensina que, ultrapassado o árduo e feliz período da conquista e declaração de direitos, atualmente experimenta-se uma fase em que a sociedade de consumo, pragmática que é, quer ver efetivamente prestados esses direitos já conquistados. Do contrário, corre-se o risco de ser conivente com a implantação de um sistema capaz de transformar todas essas grandes conquistas em balelas. Não há receio na adoção desse modelo alterno de resolver conflitos. Esse empoderamento da sociedade e da cidadania sequer novidade é. A experiência vem de Roma, nos altares da deusa Concórdia, do oriente, no kurultai mongol. Em Portugal e no Brasil, os avindores, os consertadores e os juízes de paz dirimiam os casos junto com os interessados. O sucesso dos mutirões nacionais de conciliação atesta, com números, a boa prática da realização de acordos. Em 2015, durante a Semana Nacional da Conciliação, foram realizadas 354 mil audiências, das quais resultaram 214 mil acordos (60,45% de sucesso), refletindo R$ 1,6 bilhão em valores homologados. Agora é simples, basta mudar mentalidades. MARCO AURÉLIO GASTALDI BUZZI é ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Mestre em ciência jurídica pela Universidade do Vale do Itajaí (Santa Catarina), foi coordenador nacional do Movimento pela Conciliação (2006-2009) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br
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Mais Justiça do TrabalhoO Judiciário brasileiro adotou, com a recente expedição da resolução 174 do Conselho Superior da Justiça do Trabalho, medida decisiva e irreversível rumo a uma Justiça muito mais rápida e realmente pacificadora, especialmente para as pessoas mais pobres. Vencida a resistência, principalmente o receio do ressurgimento do juiz classista, percebeu-se que a Justiça do Trabalho, tanto quanto já o fazem todas as demais modalidades de jurisdição, também pode se valer da ajuda de mediadores e conciliadores, concursados ou voluntários, para auxiliar na solução de conflitos, sem que para tanto seja necessário aguardar o longo trâmite de um processo judicial. A resolução 174/2016 demonstra mais um passo da Justiça do Trabalho na direção do movimento nacional que se encontra em estágio avançado, consolidado pelas novas legislações (Novo Código de Processo Civil e Lei de Mediação). Alguns juízes, advogados, promotores de Justiça e defensores públicos, entretanto, ainda não perceberam que os tempos mudaram, que acordos, ajustes e negociações não mais exigem dos interessados abrir mão, desistir, renunciar a uma parte de seus direitos. Graças aos muitos cursos promovidos pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), por todo o país foram formados e capacitados centenas de mediadores-multiplicadores, aptos a reproduzir ensinamentos e preparar profissionais que atuarão na realização de audiências de mediação, nas quais buscarão ajudar os próprios interessados a solucionar o conflito, por meio de um acordo. Esses mediadores não atuam de modo empírico, improvisado ou despreparado. Exatamente por isso, conseguem restabelecer a paz social, fazer com que o inadimplente, o reclamado ou o acionado atendam aos termos acordados. Saber e fazer acontecer. O professor José Gomes Canotilho, consagrado constitucionalista português, ensina que, ultrapassado o árduo e feliz período da conquista e declaração de direitos, atualmente experimenta-se uma fase em que a sociedade de consumo, pragmática que é, quer ver efetivamente prestados esses direitos já conquistados. Do contrário, corre-se o risco de ser conivente com a implantação de um sistema capaz de transformar todas essas grandes conquistas em balelas. Não há receio na adoção desse modelo alterno de resolver conflitos. Esse empoderamento da sociedade e da cidadania sequer novidade é. A experiência vem de Roma, nos altares da deusa Concórdia, do oriente, no kurultai mongol. Em Portugal e no Brasil, os avindores, os consertadores e os juízes de paz dirimiam os casos junto com os interessados. O sucesso dos mutirões nacionais de conciliação atesta, com números, a boa prática da realização de acordos. Em 2015, durante a Semana Nacional da Conciliação, foram realizadas 354 mil audiências, das quais resultaram 214 mil acordos (60,45% de sucesso), refletindo R$ 1,6 bilhão em valores homologados. Agora é simples, basta mudar mentalidades. MARCO AURÉLIO GASTALDI BUZZI é ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Mestre em ciência jurídica pela Universidade do Vale do Itajaí (Santa Catarina), foi coordenador nacional do Movimento pela Conciliação (2006-2009) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br
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Para os fotógrafos sem teto, lugar de honra em Paris
As imagens capturam uma Paris diferente daquela que os turistas amam: detritos em um saco de lixo que podem ser tomados por uma flor flutuando na água; um túnel úmido se abrindo para uma avenida arborizada e tomada pela luz; uma figura de cabelos longos e com um casaco pesado mostrada em silhueta no reflexo de uma janela, profundamente solitária. Que essas imagens estejam expostas ao nível do olhar, na grade de ferro que cerca o histórico edifício da prefeitura no centro de Paris, não constitui surpresa, na capital mundial da fotografia. O incomum é que, graças a uma confluência de interesses cruzados muito caracteristicamente francesa, os fotógrafos são moradores de rua que receberam câmeras e orientação técnica de uma organização assistencial. O retrato de Paris que eles oferecem é surpreendentemente belo, tocado menos pelas dolorosas circunstâncias dos artistas do que pelo anseio por uma fuga à suas sombrias existências. "É o negativo e o positivo", disse Lorenzo, 55, um dos fotógrafos, que como a maioria dos entrevistados preferiu não revelar seu sobrenome. Ele estava falando sobre uma de suas fotos mais fascinantes: uma imagem registrada de dentro de uma passagem subterrânea escura que se abre para uma avenida de árvores que estão perdendo as folhas. A luz e sombra que se alternam, a obscuridade e a possibilidade, a curva do teto da passagem subterrânea e as linhas retas dos troncos das árvores, lembram os contrastes capturados por outro fotógrafo parisiense empobrecido, Eugène Atget –ainda que este tenha morrido há muito tempo. A exposição na prefeitura, que inclui 27 imagens, é apenas o mais recente exemplo de como política e arte podem se entrelaçar na França. Os políticos franceses há muito ganham prestígio por meio de seu apoio às instituições artísticas –museus e bibliotecas, teatros e centros culturais– e muitos artistas ganham a vida por meio de programas culturais financiados pelo governo. Nos Estados Unidos, uma prefeitura provavelmente não promoveria uma exposição de arte que pudesse atrair atenção para um dos problemas mais intratáveis de uma cidade. Mas em Paris, isso aparentemente não é preocupação, especialmente porque as fotos não mostram os moradores de rua, mas sim foram tiradas por eles, o que lhes confere o status de artistas, ainda que apenas temporariamente. Também ajuda que Annie Hidalgo, a prefeita parisiense, tenha feito da construção de mais moradias para pessoas de baixa renda um objetivo central de sua administração, e que tenha expressado abertamente sua preocupação com o crescente número de moradores que dormem sobre cobertores empilhados nas entradas de edifícios e saltam de parque a parque em uma das mais elegantes e ricas cidades do planeta. Há entre 11 mil e 12 mil moradores de rua em Paris, cerca de dois terços dos quais abrigados em refúgios temporários a cada noite e um terço vivendo o tempo todo nas ruas, de acordo com Dominique Versini, subprefeita encarregada dos serviços municipais aos cidadãos mais vulneráveis, entre os quais crianças e idosos. O projeto de fotografia foi ideia de Elisabeth Tiberghien, professora aposentada que decidiu colocar em prática um desejo já antigo de ajudar os moradores de rua. Ela começou como voluntária na Sociedade de São Vicente de Paula, uma organização de caridade católica dedicada a ajudar os pobres, e depois criou sua própria ONG, a Deuxième Marche, ou "segundo passo". Ela obteve a ajuda de amigos e conhecidos para formar o conselho da organização e abriu um pequeno escritório que o grupo usou para ajudar a tirar 150 pessoas das ruas e colocá-las em moradias subsidiadas. Com a ajuda de um dos integrantes do conselho, ela se associou ao Wipplay.com, um site de fotografia que, em colaboração com a Olympus, concordou em fornecer câmeras digitais à organização, modelos simples da Olympus, para distribuição aos moradores de rua interessados em fotografar. Ela contatou as pessoas com quem trabalhava ou conhecia por meio de outras organizações de assistência aos pobres, e 15 homens e mulheres se apresentaram como voluntários para usar as câmeras e tirar fotos durante um mês. Apenas dois deles não concluíram o projeto. Tiberghien também convenceu um fotógrafo profissional, Jean-Paul Lozouet, que usualmente toma por tema as artes cênicas, a instruir os fotógrafos, muitos dos quais sofrem de doenças mentais e, em alguns casos, alcoolismo. A maioria deles agora dispõe de alguma forma de abrigo, com a ajuda da Deuxième Marche. Os participantes foram convidados a fotografar de 17 de novembro a 20 de dezembro, e depois Lozouet baixou as fotos para seu computador e fez um corte inicial, reduzindo os milhares de imagens a algumas poucas centenas. A Wipplay, que organiza concursos de fotografia, solicitou aos visitantes do site que votassem em suas imagens favoritas. Um júri que incluía especialistas em fotografia, artistas e um representante da prefeitura selecionou as 27 imagens da mostra. A Deuxième Marche está vendendo cópias em papel das imagens selecionadas por Lozouet, pagando metade do dinheiro aos fotógrafos e usando o resto dos proventos para pagar o Wipplay pelos serviços de votação digital e para cobrir os custos da exposição. Até agora, cerca de 40 cópias foram vendidas; as maiores saem por cerca de US$ 250, e as menores por US$ 150. Empresas patrocinadoras também doaram dinheiro para o projeto. Diversos dos fotógrafos de rua disseram que gostam de passar pela praça diante da prefeitura e ver os transeuntes contemplando suas fotos. "É muito empolgante ver suas reações, de verdade", disse Lorenzo, um homem alto e magro, vestido em jeans puídos e usando cabelos um tanto longos. Ele até agora vivia saltando de "empreguinho" a "empreguinho", no setor de construção e como carregador de caminhões frigoríficos. Algumas de suas fotos mostram os atracadouros à beira do Sena, onde ele costumava dormir antes de conseguir um apartamento subsidiado. Outra imagem mostra um homem mais velho sentado em uma cadeira metálica no Jardim das Tuileries e se inclinando na direção de uma estátua de leão, como se os dois estivessem conversando. Outro fotógrafo do grupo, que usa o nome Cliq-claque, tirou 400 fotos, muitas delas naturezas mortas. "Do lado de fora, você sabe como é, a pessoa tem tempo, e há dias em que eu me sentia um pouco bloqueado pelas coisas, um pouco triste", ele diz. "Mas tentei mostrar as coisas com alegria." Na foto de uma lata de lixo por Clic-claque, as dobras translúcidas do saco de lixo que reveste o interior parecem quase água, e as cascas de laranja e guardanapos rosa amassados jogados no lixo evocam pétalas de flores –um lembrete ao espectador de que mesmo os detritos da vida podem ser belos. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Para os fotógrafos sem teto, lugar de honra em ParisAs imagens capturam uma Paris diferente daquela que os turistas amam: detritos em um saco de lixo que podem ser tomados por uma flor flutuando na água; um túnel úmido se abrindo para uma avenida arborizada e tomada pela luz; uma figura de cabelos longos e com um casaco pesado mostrada em silhueta no reflexo de uma janela, profundamente solitária. Que essas imagens estejam expostas ao nível do olhar, na grade de ferro que cerca o histórico edifício da prefeitura no centro de Paris, não constitui surpresa, na capital mundial da fotografia. O incomum é que, graças a uma confluência de interesses cruzados muito caracteristicamente francesa, os fotógrafos são moradores de rua que receberam câmeras e orientação técnica de uma organização assistencial. O retrato de Paris que eles oferecem é surpreendentemente belo, tocado menos pelas dolorosas circunstâncias dos artistas do que pelo anseio por uma fuga à suas sombrias existências. "É o negativo e o positivo", disse Lorenzo, 55, um dos fotógrafos, que como a maioria dos entrevistados preferiu não revelar seu sobrenome. Ele estava falando sobre uma de suas fotos mais fascinantes: uma imagem registrada de dentro de uma passagem subterrânea escura que se abre para uma avenida de árvores que estão perdendo as folhas. A luz e sombra que se alternam, a obscuridade e a possibilidade, a curva do teto da passagem subterrânea e as linhas retas dos troncos das árvores, lembram os contrastes capturados por outro fotógrafo parisiense empobrecido, Eugène Atget –ainda que este tenha morrido há muito tempo. A exposição na prefeitura, que inclui 27 imagens, é apenas o mais recente exemplo de como política e arte podem se entrelaçar na França. Os políticos franceses há muito ganham prestígio por meio de seu apoio às instituições artísticas –museus e bibliotecas, teatros e centros culturais– e muitos artistas ganham a vida por meio de programas culturais financiados pelo governo. Nos Estados Unidos, uma prefeitura provavelmente não promoveria uma exposição de arte que pudesse atrair atenção para um dos problemas mais intratáveis de uma cidade. Mas em Paris, isso aparentemente não é preocupação, especialmente porque as fotos não mostram os moradores de rua, mas sim foram tiradas por eles, o que lhes confere o status de artistas, ainda que apenas temporariamente. Também ajuda que Annie Hidalgo, a prefeita parisiense, tenha feito da construção de mais moradias para pessoas de baixa renda um objetivo central de sua administração, e que tenha expressado abertamente sua preocupação com o crescente número de moradores que dormem sobre cobertores empilhados nas entradas de edifícios e saltam de parque a parque em uma das mais elegantes e ricas cidades do planeta. Há entre 11 mil e 12 mil moradores de rua em Paris, cerca de dois terços dos quais abrigados em refúgios temporários a cada noite e um terço vivendo o tempo todo nas ruas, de acordo com Dominique Versini, subprefeita encarregada dos serviços municipais aos cidadãos mais vulneráveis, entre os quais crianças e idosos. O projeto de fotografia foi ideia de Elisabeth Tiberghien, professora aposentada que decidiu colocar em prática um desejo já antigo de ajudar os moradores de rua. Ela começou como voluntária na Sociedade de São Vicente de Paula, uma organização de caridade católica dedicada a ajudar os pobres, e depois criou sua própria ONG, a Deuxième Marche, ou "segundo passo". Ela obteve a ajuda de amigos e conhecidos para formar o conselho da organização e abriu um pequeno escritório que o grupo usou para ajudar a tirar 150 pessoas das ruas e colocá-las em moradias subsidiadas. Com a ajuda de um dos integrantes do conselho, ela se associou ao Wipplay.com, um site de fotografia que, em colaboração com a Olympus, concordou em fornecer câmeras digitais à organização, modelos simples da Olympus, para distribuição aos moradores de rua interessados em fotografar. Ela contatou as pessoas com quem trabalhava ou conhecia por meio de outras organizações de assistência aos pobres, e 15 homens e mulheres se apresentaram como voluntários para usar as câmeras e tirar fotos durante um mês. Apenas dois deles não concluíram o projeto. Tiberghien também convenceu um fotógrafo profissional, Jean-Paul Lozouet, que usualmente toma por tema as artes cênicas, a instruir os fotógrafos, muitos dos quais sofrem de doenças mentais e, em alguns casos, alcoolismo. A maioria deles agora dispõe de alguma forma de abrigo, com a ajuda da Deuxième Marche. Os participantes foram convidados a fotografar de 17 de novembro a 20 de dezembro, e depois Lozouet baixou as fotos para seu computador e fez um corte inicial, reduzindo os milhares de imagens a algumas poucas centenas. A Wipplay, que organiza concursos de fotografia, solicitou aos visitantes do site que votassem em suas imagens favoritas. Um júri que incluía especialistas em fotografia, artistas e um representante da prefeitura selecionou as 27 imagens da mostra. A Deuxième Marche está vendendo cópias em papel das imagens selecionadas por Lozouet, pagando metade do dinheiro aos fotógrafos e usando o resto dos proventos para pagar o Wipplay pelos serviços de votação digital e para cobrir os custos da exposição. Até agora, cerca de 40 cópias foram vendidas; as maiores saem por cerca de US$ 250, e as menores por US$ 150. Empresas patrocinadoras também doaram dinheiro para o projeto. Diversos dos fotógrafos de rua disseram que gostam de passar pela praça diante da prefeitura e ver os transeuntes contemplando suas fotos. "É muito empolgante ver suas reações, de verdade", disse Lorenzo, um homem alto e magro, vestido em jeans puídos e usando cabelos um tanto longos. Ele até agora vivia saltando de "empreguinho" a "empreguinho", no setor de construção e como carregador de caminhões frigoríficos. Algumas de suas fotos mostram os atracadouros à beira do Sena, onde ele costumava dormir antes de conseguir um apartamento subsidiado. Outra imagem mostra um homem mais velho sentado em uma cadeira metálica no Jardim das Tuileries e se inclinando na direção de uma estátua de leão, como se os dois estivessem conversando. Outro fotógrafo do grupo, que usa o nome Cliq-claque, tirou 400 fotos, muitas delas naturezas mortas. "Do lado de fora, você sabe como é, a pessoa tem tempo, e há dias em que eu me sentia um pouco bloqueado pelas coisas, um pouco triste", ele diz. "Mas tentei mostrar as coisas com alegria." Na foto de uma lata de lixo por Clic-claque, as dobras translúcidas do saco de lixo que reveste o interior parecem quase água, e as cascas de laranja e guardanapos rosa amassados jogados no lixo evocam pétalas de flores –um lembrete ao espectador de que mesmo os detritos da vida podem ser belos. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Prepare-se: quinta com possível chuva e estreia de 'Terremoto' (no cinema)
DE SÃO PAULO PERSONAGEM DO DIA "Tentar, tentar, tentar, tentar, tentar... Nunca desistir. Nada acontece se você não tentar." Wilker Balmon, 26, segurança, em Campos Elíseos * TEMPO * O QUE AFETA SUA VIDA * CULTURA E ENTRETENIMENTO AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Wesley Klimpel Reportagem: Elvis Pereira (cidades e agenda) e Paulo Troya + Renan Teles (personagem do dia)
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Prepare-se: quinta com possível chuva e estreia de 'Terremoto' (no cinema)DE SÃO PAULO PERSONAGEM DO DIA "Tentar, tentar, tentar, tentar, tentar... Nunca desistir. Nada acontece se você não tentar." Wilker Balmon, 26, segurança, em Campos Elíseos * TEMPO * O QUE AFETA SUA VIDA * CULTURA E ENTRETENIMENTO AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Wesley Klimpel Reportagem: Elvis Pereira (cidades e agenda) e Paulo Troya + Renan Teles (personagem do dia)
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Apresentadora faz 'festa de despedida' para seios antes de cirurgia
No próximo dia 21, a radialista da BBC Claira Hermet vai se submeter voluntariamente a uma dupla mastectomia. Mas não sem antes dar uma "festa de despedida" para seus seios. Hermet, amigos e outros apresentadores da rádio 1Xtra da BBC se reuniram num bar no oeste de Londres para uma celebração antes do procedimento em que Hermet terá a maioria do tecido de ambos os seios retirada. O "Newsbeat", principal programa jornalístico da Radio 1 da BBC, está fazendo um diário da rotina de Hermet antes e depois da operação. A experiência será a ainda transformada num documentário. TESTE GENÉTICO A mãe e a irmã da radialista morreram em decorrência de cânceres de mama e a apresentadora, de 27 anos, foi avisada por médicos que tem 85% de chance de desenvolver a doença. "Remover meus seios vai reduzir minhas chances de desenvolver câncer de mama de 85% para 4%", disse Hermet na semana passada. Além de celebridades do microfone como MistaJam, a festa recebeu amigos de infância de Hermet, como Cat Galdeano. "Claira é muito determinada e ela sabe que estamos juntos com ela. É uma operação que vai mexer muito com ela e deixar cicatrizes, mudando sua vida", disse a amiga. Como era uma despedida, a apresentadora fez questão de exibir os "homenageados", ficando praticamente de sutiã durante o evento. Hermet fez várias fotos com com os convidados. Para aliviar o ambiente, os convidados puderam comer bolinhos em formas de seios. A operação de dupla mastectomia ficou célebre depois que, em 2013, a atriz Angelina Jolie se submeteu ao procedimento. Hermet tinha nove anos quando sua mãe morreu. Quando a irmã ficou doente, a apresentadora fez um exame que detectou a presença do gene BRCA1. "Em consultas com cirurgiões e conversas com outros portadores da mutação, descobri que uma dupla mastectomia era praticamente a única medida preventiva para o meu caso. Munida dessa informação, fui viver minha vida", explicou Hermet.
bbc
Apresentadora faz 'festa de despedida' para seios antes de cirurgiaNo próximo dia 21, a radialista da BBC Claira Hermet vai se submeter voluntariamente a uma dupla mastectomia. Mas não sem antes dar uma "festa de despedida" para seus seios. Hermet, amigos e outros apresentadores da rádio 1Xtra da BBC se reuniram num bar no oeste de Londres para uma celebração antes do procedimento em que Hermet terá a maioria do tecido de ambos os seios retirada. O "Newsbeat", principal programa jornalístico da Radio 1 da BBC, está fazendo um diário da rotina de Hermet antes e depois da operação. A experiência será a ainda transformada num documentário. TESTE GENÉTICO A mãe e a irmã da radialista morreram em decorrência de cânceres de mama e a apresentadora, de 27 anos, foi avisada por médicos que tem 85% de chance de desenvolver a doença. "Remover meus seios vai reduzir minhas chances de desenvolver câncer de mama de 85% para 4%", disse Hermet na semana passada. Além de celebridades do microfone como MistaJam, a festa recebeu amigos de infância de Hermet, como Cat Galdeano. "Claira é muito determinada e ela sabe que estamos juntos com ela. É uma operação que vai mexer muito com ela e deixar cicatrizes, mudando sua vida", disse a amiga. Como era uma despedida, a apresentadora fez questão de exibir os "homenageados", ficando praticamente de sutiã durante o evento. Hermet fez várias fotos com com os convidados. Para aliviar o ambiente, os convidados puderam comer bolinhos em formas de seios. A operação de dupla mastectomia ficou célebre depois que, em 2013, a atriz Angelina Jolie se submeteu ao procedimento. Hermet tinha nove anos quando sua mãe morreu. Quando a irmã ficou doente, a apresentadora fez um exame que detectou a presença do gene BRCA1. "Em consultas com cirurgiões e conversas com outros portadores da mutação, descobri que uma dupla mastectomia era praticamente a única medida preventiva para o meu caso. Munida dessa informação, fui viver minha vida", explicou Hermet.
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Conheça histórias de quem trabalha nos bastidores de shoppings de SP
BRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO Há anos na trabalhando na mesma empresa, Arapuan Pizzanni, 57, fiscal de operações no shopping Eldorado, é um de onze irmãos nascidos na Bahia e batizados com nomes indígenas. Saulo Fernandes, 51, marceneiro, adora pescar e assistir "Peppa Pig" com as filhas. Maria Aparecida Brito, 57, encarregada da limpeza no Mooca Plaza Shopping, voltou a estudar recentemente e planeja cursar veterinária em 2017. Conheça um pouco da história de três pessoas que trabalham nos bastidores de grandes centros comerciais paulistanos. * De Maracás (BA), Arapuan Pizzanni, 57, trabalha no Eldorado desde 1991, quando ali funcionava um hipermercado. Começou como caixa. Hoje é fiscal de operações da área administrativa. "Tenho pressa para chegar, mas não para sair", diz o irmão de Arabutan, Ubiratan, Ipojucan, Moema, Inauã, Uiara e outros quatro irmãos também batizados com nomes indígenas pelo pai, sargento enviado à Segunda Guerra Mundial na Força Expedicionária Brasileira. * De segunda a sábado, Saulo Fernandes, 51, morador de Francisco Morato, acorda às 3h30, pega o trem "às 4h22" e "às dez pras seis" está no batente. Há 25 anos ele é marceneiro no shopping Pátio Paulista, responsável pela manutenção do mobiliário. "Depois ainda tenho que arrumar a minha casa", diz sobre o imóvel que ele construiu. Nas férias, vai fazer uma "lavanderia decente" para a mulher, diarista. E pintar a casa. E cuidar das filhas. E pescar. "Adoro." * Zeus tem o poder da mudança: inspirada em seu cão com nome de deus grego, Maria Aparecida Brito, 57, vai estudar veterinária no ano que vem. "Gosto de lidar com animais", afirma a paranaense de Nova Fátima. Casada há 40 anos e mãe de três filhos, ela começou a trabalhar no Mooca Plaza Shopping como servente de limpeza logo após a inauguração do espaço, em 2011. Antes, fazia o mesmo em um hospital. Voltou a estudar recentemente, após "criar os filhos".
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Conheça histórias de quem trabalha nos bastidores de shoppings de SPBRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO Há anos na trabalhando na mesma empresa, Arapuan Pizzanni, 57, fiscal de operações no shopping Eldorado, é um de onze irmãos nascidos na Bahia e batizados com nomes indígenas. Saulo Fernandes, 51, marceneiro, adora pescar e assistir "Peppa Pig" com as filhas. Maria Aparecida Brito, 57, encarregada da limpeza no Mooca Plaza Shopping, voltou a estudar recentemente e planeja cursar veterinária em 2017. Conheça um pouco da história de três pessoas que trabalham nos bastidores de grandes centros comerciais paulistanos. * De Maracás (BA), Arapuan Pizzanni, 57, trabalha no Eldorado desde 1991, quando ali funcionava um hipermercado. Começou como caixa. Hoje é fiscal de operações da área administrativa. "Tenho pressa para chegar, mas não para sair", diz o irmão de Arabutan, Ubiratan, Ipojucan, Moema, Inauã, Uiara e outros quatro irmãos também batizados com nomes indígenas pelo pai, sargento enviado à Segunda Guerra Mundial na Força Expedicionária Brasileira. * De segunda a sábado, Saulo Fernandes, 51, morador de Francisco Morato, acorda às 3h30, pega o trem "às 4h22" e "às dez pras seis" está no batente. Há 25 anos ele é marceneiro no shopping Pátio Paulista, responsável pela manutenção do mobiliário. "Depois ainda tenho que arrumar a minha casa", diz sobre o imóvel que ele construiu. Nas férias, vai fazer uma "lavanderia decente" para a mulher, diarista. E pintar a casa. E cuidar das filhas. E pescar. "Adoro." * Zeus tem o poder da mudança: inspirada em seu cão com nome de deus grego, Maria Aparecida Brito, 57, vai estudar veterinária no ano que vem. "Gosto de lidar com animais", afirma a paranaense de Nova Fátima. Casada há 40 anos e mãe de três filhos, ela começou a trabalhar no Mooca Plaza Shopping como servente de limpeza logo após a inauguração do espaço, em 2011. Antes, fazia o mesmo em um hospital. Voltou a estudar recentemente, após "criar os filhos".
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No Meating, carnes são ricas em sabor, mas não emocionam
Causa estranheza a decoração do Meating, recém-aberto em Pinheiros. As paredes são adornadas com quadros ou pinturas de humanos com cabeça de boi. Parecem estar em diálogo com o conceito da casa, que se propõe ser um "bistrô moderno" com atenção para as carnes. O restaurante adota um sistema diferente do que se encontra nesta São Paulo tão afeita aos rodízios. O cliente escolhe a carne, à la carte, com quatro molhos (poivre, béarnaise, barbecue e roquefort), e tem direito a oito guarnições. Estas são oferecidas em rodízio, à semelhança do que Claude Troisgros faz em seu CT Boucherie, no Rio. Afora o ritmo de churrascaria do primeiro round das guarnições, o atendimento corre sem sobressaltos. Mas não há grandes emoções à mesa: a costela suína (R$ 58) ganharia suculência se tivesse seu interior rosado preservado (cadê a ousadia de Alice Waters, a "musa" do Slow Food, para servir porco malpassado?). O entrecôte "dry-aged" (R$ 94) exibe técnica antiga, da época em que os caçadores penduravam os animais capturados ao ar livre, para amaciar sua carne. No Meating, o corte estava saboroso, mas sem a complexidade que se pode alcançar com o método -um gosto ultraconcentrado. No rodízio, destacam-se o gratinado de espinafre e cogumelos, com béchamel leve e cremoso, e o nhoque graúdo de semolina com queijo ementhal gratinado. O comando do chef Alain Poletto (Bistrot de Paris) e a presença de seu conterrâneo na sociedade, o empresário Petrit Spahija, ajudam a imprimir o sotaque francês, mais acentuado nas entradas e nas sobremesas. Há clássicos como a terrine de rabada (R$ 28) e o mil-folhas (R$ 18). Pode ser interessante ao brasileiro, acostumado a comer rabada quente com angu, experimentar uma versão fria, que aproveita o colágeno do rabo do boi. Um ar moderno toma o ambiente, ao som de Mallu Magalhães e Kate Tunstall (sabe aquela música pop de "O Diabo Veste Prada"?). Soa uma contradição a estante de clássicos da literatura brasileira. MEATING QUANDO: DE TER. A QUI E DOM., DAS 12H ÀS 16H E DAS 19H À 0H; SEX. E SÁB., DAS 12H ÀS 16H E 19H À 0H30 ONDE: R. JOAQUIM ANTUNES, 120, PINHEIROS; TEL. (11) 3068-0111
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No Meating, carnes são ricas em sabor, mas não emocionamCausa estranheza a decoração do Meating, recém-aberto em Pinheiros. As paredes são adornadas com quadros ou pinturas de humanos com cabeça de boi. Parecem estar em diálogo com o conceito da casa, que se propõe ser um "bistrô moderno" com atenção para as carnes. O restaurante adota um sistema diferente do que se encontra nesta São Paulo tão afeita aos rodízios. O cliente escolhe a carne, à la carte, com quatro molhos (poivre, béarnaise, barbecue e roquefort), e tem direito a oito guarnições. Estas são oferecidas em rodízio, à semelhança do que Claude Troisgros faz em seu CT Boucherie, no Rio. Afora o ritmo de churrascaria do primeiro round das guarnições, o atendimento corre sem sobressaltos. Mas não há grandes emoções à mesa: a costela suína (R$ 58) ganharia suculência se tivesse seu interior rosado preservado (cadê a ousadia de Alice Waters, a "musa" do Slow Food, para servir porco malpassado?). O entrecôte "dry-aged" (R$ 94) exibe técnica antiga, da época em que os caçadores penduravam os animais capturados ao ar livre, para amaciar sua carne. No Meating, o corte estava saboroso, mas sem a complexidade que se pode alcançar com o método -um gosto ultraconcentrado. No rodízio, destacam-se o gratinado de espinafre e cogumelos, com béchamel leve e cremoso, e o nhoque graúdo de semolina com queijo ementhal gratinado. O comando do chef Alain Poletto (Bistrot de Paris) e a presença de seu conterrâneo na sociedade, o empresário Petrit Spahija, ajudam a imprimir o sotaque francês, mais acentuado nas entradas e nas sobremesas. Há clássicos como a terrine de rabada (R$ 28) e o mil-folhas (R$ 18). Pode ser interessante ao brasileiro, acostumado a comer rabada quente com angu, experimentar uma versão fria, que aproveita o colágeno do rabo do boi. Um ar moderno toma o ambiente, ao som de Mallu Magalhães e Kate Tunstall (sabe aquela música pop de "O Diabo Veste Prada"?). Soa uma contradição a estante de clássicos da literatura brasileira. MEATING QUANDO: DE TER. A QUI E DOM., DAS 12H ÀS 16H E DAS 19H À 0H; SEX. E SÁB., DAS 12H ÀS 16H E 19H À 0H30 ONDE: R. JOAQUIM ANTUNES, 120, PINHEIROS; TEL. (11) 3068-0111
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A noite do meu bem: Fotógrafa faz ensaio com casais 'grávidos' na Rússia
Jana Romanova criou a série fotográfica "Waiting" ("Aguardando") depois que vários casais que conhecia ficaram grávidos e tiveram que enfrentar as mudanças trazidas pela maternidade e paternidade. A artista russa reuniu retratos de 40 casais "grávidos" feitos ao longo dos últimos anos, entre eles alguns encontrados com a ajuda de rede sociais. Romanova acredita que hoje este trabalho funcione como uma radiografia da Rússia contemporânea. Agora, ela está fazendo uma campanha de arrecadação de fundos para publicar estas fotos em livro. Romanova contou à BBC que sua vida entrou em uma nova fase em 2009, quando diversos casais de amigos ficaram grávidos e todas as conversas passaram a girar em torno deste tema. Além de fotografar os amigos, ela entrou em contato com outros casais que não conhecia por meio das redes sociais, conseguindo que alguns aceitassem serem fotografados. Romanova garante que existe algo "encantador e mágico na simetria de seus corpos". A fotógrafa explicou que logo se deu conta de que as imagens não são apenas sobre casais, mas também sobre os quartos onde elas foram feitas. Romanova acredita que as fotos "dizem muito sobre como vivem os casais hoje em dia nas grandes cidades russas, mais de duas décadas depois do fim da União Soviética". Em alguns casos, para fazer as fotografias, Romanova dormiu na casa destes casais e, em silêncio, entrou em seus quartos por volta das 4h ou 5h da madrugada. Em outros casos, os casais deram as chaves de seus apartamentos para que ela entrasse nas primeiras horas da manhã. Muitas das imagens foram feitas durante o fim de semana, aproveitando que os casais não tinham de ir trabalhar. Com muito cuidado, Romanova colocava uma escada no extremo das camas para fotografar. Segundo a artista, a maioria das pessoas retratadas têm entre 20 e 30 anos de idade e "fazem parte das últimas gerações nascidas antes do fim da União Soviética". (Todas as fotografias são cortesia de Jana Romanova: www.janaromanova.com
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A noite do meu bem: Fotógrafa faz ensaio com casais 'grávidos' na RússiaJana Romanova criou a série fotográfica "Waiting" ("Aguardando") depois que vários casais que conhecia ficaram grávidos e tiveram que enfrentar as mudanças trazidas pela maternidade e paternidade. A artista russa reuniu retratos de 40 casais "grávidos" feitos ao longo dos últimos anos, entre eles alguns encontrados com a ajuda de rede sociais. Romanova acredita que hoje este trabalho funcione como uma radiografia da Rússia contemporânea. Agora, ela está fazendo uma campanha de arrecadação de fundos para publicar estas fotos em livro. Romanova contou à BBC que sua vida entrou em uma nova fase em 2009, quando diversos casais de amigos ficaram grávidos e todas as conversas passaram a girar em torno deste tema. Além de fotografar os amigos, ela entrou em contato com outros casais que não conhecia por meio das redes sociais, conseguindo que alguns aceitassem serem fotografados. Romanova garante que existe algo "encantador e mágico na simetria de seus corpos". A fotógrafa explicou que logo se deu conta de que as imagens não são apenas sobre casais, mas também sobre os quartos onde elas foram feitas. Romanova acredita que as fotos "dizem muito sobre como vivem os casais hoje em dia nas grandes cidades russas, mais de duas décadas depois do fim da União Soviética". Em alguns casos, para fazer as fotografias, Romanova dormiu na casa destes casais e, em silêncio, entrou em seus quartos por volta das 4h ou 5h da madrugada. Em outros casos, os casais deram as chaves de seus apartamentos para que ela entrasse nas primeiras horas da manhã. Muitas das imagens foram feitas durante o fim de semana, aproveitando que os casais não tinham de ir trabalhar. Com muito cuidado, Romanova colocava uma escada no extremo das camas para fotografar. Segundo a artista, a maioria das pessoas retratadas têm entre 20 e 30 anos de idade e "fazem parte das últimas gerações nascidas antes do fim da União Soviética". (Todas as fotografias são cortesia de Jana Romanova: www.janaromanova.com
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Paulistanos trocam ar-condicionado das academias por verde dos parques
AMANDA MASSUELA DE SÃO PAULO Enquanto uma turma de quase 400 alunos recolhe seus tapetes de ioga do gramado da praça da Paz, no meio do parque Ibirapuera, na zona sul paulistana, outras 108 pessoas começam a se aquecer para uma sessão de exercícios aeróbicos, a poucos quilômetros dali. Não passam das 10h de um domingo ensolarado, dia em que as temperaturas na capital bateram a casa dos 32ºC. Para todos os lados que se olhe há homens, mulheres e jovens empenhados em seus exercícios matinais. De corrida ritmada ao futebol com os amigos, vale tudo. Há até grupos que, sabendo da importância de acompanhamento profissional, contratam professores especialmente para orientar seus treinos. "Tem os sons da natureza, o ar limpo. Do lado de dentro muitas vezes ficamos em uma sala abafada, no ar-condicionado, o que não é exatamente saudável", diz Laila Gadel Marinho, 34, professora de ioga. Ela levou a filha, Larissa, 5, ao "aulão" organizado pelo estúdio MyYoga no Ibirapuera no último dia 20. "O benefício, além dessa visão, é também a energia toda que existe em um ambiente natural. A Larissa adora", afirma a mãe. Assim como a professora, cerca de 25 mil paulistanos passam todos os dias pelo parque da zona sul com uma única intenção: se exercitar fora de quatro paredes. No do Carmo, na zona leste, a média é de 8.000. Os dados são da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, que administra 107 espaços verdes na cidade. Apesar de enfrentar a forte concorrência númerica das academias tradicionais -há 2.700 registradas na capital, de acordo com o Sindicato das Academias de São Paulo -, os parques podem levar vantagem quando o assunto é interação social, qualidade de vida e bem-estar. "O fato de estar num lugar público, com mais gente, provavelmente satisfaça mais essas pessoas do que apenas a repetição de movimentos dentro de um ambiente fechado", diz Ana Lúcia Padrão dos Santos, professora doutora da Escola de Educação Física e Esporte da USP. Fugir da rotina foi justamente o que motivou o estudante de educação física Luiz Otávio Coelho Mesquita, 22, a procurar uma nova modalidade esportiva, há dois anos. Descobriu, pela internet, a calistenia, prática que usa o próprio peso corporal nos exercícios de força. Desde então, durante a semana, toda manhã ele se equilibra nas barras do parque da Água Branca, na zona oeste, e aos domingos treina com um grupo de 60 entusiastas do esporte, no Ibirapuera. "Quando você vai para um local aberto e pratica uma atividade física, você não só exercita seu corpo, mas relaxa a sua mente", diz. "É uma paz de espírito diferente, ainda mais nós que vivemos nessa maluquice de trânsito." A sensação pode estar evoluindo com o passar do tempo. Anualmente, o American College of Sports Medicine, organização de medicina esportiva, faz um levantamento das principais "tendências fitness" para o ano seguinte. Em 2010, os "exercícios outdoor" apareciam na posição 25. No último relatório da instituição, publicado em novembro de 2014, as atividades ao ar livre subiram 13 posições no ranking geral. Para a professora Ana Lúcia dos Santos, o salto se relaciona com a percepção de que a prática de um exercício não tem apenas a função de melhorar indicadores biológicos. "É da necessidade humana buscar contato com outras pessoas e com o ambiente. As academias tentam criar modismos, mas quando eles se tornam comuns, novas alternativas se tornam necessárias -e os ambientes abertos são imprevisíveis", afirma. Acostumado a correr desde 1998, ano em que disputou sua primeira São Silvestre, o veterinário Rafael França, 33, criou o grupo de corrida Bela Vista Runners há dois anos. Uma vez por mês eles se encontram para treinos coletivos no Ibirapuera, mas estão sempre juntos nas provas de rua da cidade, aos fins de semana. Costumam participar de três competições por mês. "O paulistano trouxe a corrida de rua e a caminhada para os parques como nenhuma outra cidade", diz o professor de educação física Marcos Paulo Reis, dono da MPR Assessoria Esportiva. Desde 1994, São Paulo é a cidade que mais tem competições organizadas pela Corpore, entidade que representa os corredores. De lá para cá, os atletas cadastrados na entidade saltaram de quatro para 455. A evolução, segundo Ana Lúcia, aponta para a tendência de que o paulistano cada vez mais prefere a rua. DE RÚGBI A IOGA, SAIBA QUAIS ATIVIDADES PODEM SER FEITAS EM PARQUES
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Paulistanos trocam ar-condicionado das academias por verde dos parquesAMANDA MASSUELA DE SÃO PAULO Enquanto uma turma de quase 400 alunos recolhe seus tapetes de ioga do gramado da praça da Paz, no meio do parque Ibirapuera, na zona sul paulistana, outras 108 pessoas começam a se aquecer para uma sessão de exercícios aeróbicos, a poucos quilômetros dali. Não passam das 10h de um domingo ensolarado, dia em que as temperaturas na capital bateram a casa dos 32ºC. Para todos os lados que se olhe há homens, mulheres e jovens empenhados em seus exercícios matinais. De corrida ritmada ao futebol com os amigos, vale tudo. Há até grupos que, sabendo da importância de acompanhamento profissional, contratam professores especialmente para orientar seus treinos. "Tem os sons da natureza, o ar limpo. Do lado de dentro muitas vezes ficamos em uma sala abafada, no ar-condicionado, o que não é exatamente saudável", diz Laila Gadel Marinho, 34, professora de ioga. Ela levou a filha, Larissa, 5, ao "aulão" organizado pelo estúdio MyYoga no Ibirapuera no último dia 20. "O benefício, além dessa visão, é também a energia toda que existe em um ambiente natural. A Larissa adora", afirma a mãe. Assim como a professora, cerca de 25 mil paulistanos passam todos os dias pelo parque da zona sul com uma única intenção: se exercitar fora de quatro paredes. No do Carmo, na zona leste, a média é de 8.000. Os dados são da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, que administra 107 espaços verdes na cidade. Apesar de enfrentar a forte concorrência númerica das academias tradicionais -há 2.700 registradas na capital, de acordo com o Sindicato das Academias de São Paulo -, os parques podem levar vantagem quando o assunto é interação social, qualidade de vida e bem-estar. "O fato de estar num lugar público, com mais gente, provavelmente satisfaça mais essas pessoas do que apenas a repetição de movimentos dentro de um ambiente fechado", diz Ana Lúcia Padrão dos Santos, professora doutora da Escola de Educação Física e Esporte da USP. Fugir da rotina foi justamente o que motivou o estudante de educação física Luiz Otávio Coelho Mesquita, 22, a procurar uma nova modalidade esportiva, há dois anos. Descobriu, pela internet, a calistenia, prática que usa o próprio peso corporal nos exercícios de força. Desde então, durante a semana, toda manhã ele se equilibra nas barras do parque da Água Branca, na zona oeste, e aos domingos treina com um grupo de 60 entusiastas do esporte, no Ibirapuera. "Quando você vai para um local aberto e pratica uma atividade física, você não só exercita seu corpo, mas relaxa a sua mente", diz. "É uma paz de espírito diferente, ainda mais nós que vivemos nessa maluquice de trânsito." A sensação pode estar evoluindo com o passar do tempo. Anualmente, o American College of Sports Medicine, organização de medicina esportiva, faz um levantamento das principais "tendências fitness" para o ano seguinte. Em 2010, os "exercícios outdoor" apareciam na posição 25. No último relatório da instituição, publicado em novembro de 2014, as atividades ao ar livre subiram 13 posições no ranking geral. Para a professora Ana Lúcia dos Santos, o salto se relaciona com a percepção de que a prática de um exercício não tem apenas a função de melhorar indicadores biológicos. "É da necessidade humana buscar contato com outras pessoas e com o ambiente. As academias tentam criar modismos, mas quando eles se tornam comuns, novas alternativas se tornam necessárias -e os ambientes abertos são imprevisíveis", afirma. Acostumado a correr desde 1998, ano em que disputou sua primeira São Silvestre, o veterinário Rafael França, 33, criou o grupo de corrida Bela Vista Runners há dois anos. Uma vez por mês eles se encontram para treinos coletivos no Ibirapuera, mas estão sempre juntos nas provas de rua da cidade, aos fins de semana. Costumam participar de três competições por mês. "O paulistano trouxe a corrida de rua e a caminhada para os parques como nenhuma outra cidade", diz o professor de educação física Marcos Paulo Reis, dono da MPR Assessoria Esportiva. Desde 1994, São Paulo é a cidade que mais tem competições organizadas pela Corpore, entidade que representa os corredores. De lá para cá, os atletas cadastrados na entidade saltaram de quatro para 455. A evolução, segundo Ana Lúcia, aponta para a tendência de que o paulistano cada vez mais prefere a rua. DE RÚGBI A IOGA, SAIBA QUAIS ATIVIDADES PODEM SER FEITAS EM PARQUES
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Ideologia fora de moda
Meus olhos foram capturados recentemente pelo título de uma reportagem de revista especializada em ciência: "Escravos da moda: os bastidores nada bonitos da indústria fashion". O subtítulo do texto fazia referência ao que a publicação chamava de combinação de "consumo desenfreado com exploração da miséria". Foi como se eu tivesse sido atingido, simultaneamente, por um soco no estômago e uma punhalada nas costas. Essas afirmações colidiram com valores e convicções que norteiam minha vida. Alargar as portas de acesso à moda é a minha missão à frente de 40 mil profissionais. A Riachuelo existe para transformar esse fator histórico de discriminação e de exclusão em uma ferramenta eficiente de inclusão. Essa magia, que ao longo da história tem sido um privilégio de poucos, passa a operar o seu milagre na vida de dezenas de milhões de brasileiros. Só podemos classificar de arrogante e elitista a atitude de se condenar a democratização da moda. Quando milhões de brasileiros passaram a viajar de avião pela primeira vez, essas mesmas vozes preconceituosas esbravejaram que nossos aeroportos mais se pareciam com rodoviárias. É o mesmo espírito que não aceita a democratização da moda e a classifica como "consumo desenfreado". A revolução do fast fashion é sinônimo de inclusão -tanto pela moda, despertando a autoestima das pessoas, quanto pelos empregos que gera. A indústria têxtil tem sido o principal fator de inclusão da humanidade. Quando o tear mecânico foi criado, um dos marcos da revolução industrial, o mundo tinha 90% de excluídos socialmente. As mudanças transformaram a Inglaterra e, mais adiante, a Europa. Chegaram aos EUA e, quando se manifestaram na Ásia, nos anos 1950, modificaram a história do Japão e da Coreia. Esse processo vem ocorrendo hoje em Bangladesh, Vietnã e Sri Lanka. No futuro, é possível que chegue à África. Apesar dessas transformações incontestáveis, tornou-se comum nos últimos anos atacar a indústria têxtil por causa das relações de trabalho. Em alguns casos, de fato, há condições realmente precárias em fornecedores do setor. Atos que contrariam as leis do país precisam ser impetuosamente combatidos, mas não é possível aceitar que uma legislação anacrônica e interpretações forçadas contra o setor prejudiquem esse processo transformador. Os varejistas atuam por conta própria para evitar que empresas pratiquem atos ilegais. As companhias do setor têxtil têm contratado auditorias externas para investigar as condições de trabalho em confecções e subcontratadas. Relatórios mensais são produzidos após visitas surpresa, entrevistas com trabalhadores e inspeções às instalações. A interpretação do que é jornada exaustiva de trabalho faz com que relações entre empregador e empregado sejam, erroneamente, consideradas trabalho escravo. É preciso que essas definições fiquem mais claras, de forma a evitar que interpretações exageradas e ideologizadas comprometam a reputação de marcas de varejo que trabalham na formalidade, geram milhares de empregos diretos e indiretos e investem vultuosamente em auditorias de monitoramento da cadeia fornecedora. É necessário também diminuir a absurda normatização das relações de trabalho. As partes têm maturidade suficiente para negociar. Nossa legislação é de uma época em que o trabalhador assinava o contrato com a impressão digital do dedo polegar. Isso precisa mudar. FLÁVIO ROCHA é presidente da Riachuelo e vice-presidente do IDV (Instituto para Desenvolvimento do Varejo) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br.
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Ideologia fora de modaMeus olhos foram capturados recentemente pelo título de uma reportagem de revista especializada em ciência: "Escravos da moda: os bastidores nada bonitos da indústria fashion". O subtítulo do texto fazia referência ao que a publicação chamava de combinação de "consumo desenfreado com exploração da miséria". Foi como se eu tivesse sido atingido, simultaneamente, por um soco no estômago e uma punhalada nas costas. Essas afirmações colidiram com valores e convicções que norteiam minha vida. Alargar as portas de acesso à moda é a minha missão à frente de 40 mil profissionais. A Riachuelo existe para transformar esse fator histórico de discriminação e de exclusão em uma ferramenta eficiente de inclusão. Essa magia, que ao longo da história tem sido um privilégio de poucos, passa a operar o seu milagre na vida de dezenas de milhões de brasileiros. Só podemos classificar de arrogante e elitista a atitude de se condenar a democratização da moda. Quando milhões de brasileiros passaram a viajar de avião pela primeira vez, essas mesmas vozes preconceituosas esbravejaram que nossos aeroportos mais se pareciam com rodoviárias. É o mesmo espírito que não aceita a democratização da moda e a classifica como "consumo desenfreado". A revolução do fast fashion é sinônimo de inclusão -tanto pela moda, despertando a autoestima das pessoas, quanto pelos empregos que gera. A indústria têxtil tem sido o principal fator de inclusão da humanidade. Quando o tear mecânico foi criado, um dos marcos da revolução industrial, o mundo tinha 90% de excluídos socialmente. As mudanças transformaram a Inglaterra e, mais adiante, a Europa. Chegaram aos EUA e, quando se manifestaram na Ásia, nos anos 1950, modificaram a história do Japão e da Coreia. Esse processo vem ocorrendo hoje em Bangladesh, Vietnã e Sri Lanka. No futuro, é possível que chegue à África. Apesar dessas transformações incontestáveis, tornou-se comum nos últimos anos atacar a indústria têxtil por causa das relações de trabalho. Em alguns casos, de fato, há condições realmente precárias em fornecedores do setor. Atos que contrariam as leis do país precisam ser impetuosamente combatidos, mas não é possível aceitar que uma legislação anacrônica e interpretações forçadas contra o setor prejudiquem esse processo transformador. Os varejistas atuam por conta própria para evitar que empresas pratiquem atos ilegais. As companhias do setor têxtil têm contratado auditorias externas para investigar as condições de trabalho em confecções e subcontratadas. Relatórios mensais são produzidos após visitas surpresa, entrevistas com trabalhadores e inspeções às instalações. A interpretação do que é jornada exaustiva de trabalho faz com que relações entre empregador e empregado sejam, erroneamente, consideradas trabalho escravo. É preciso que essas definições fiquem mais claras, de forma a evitar que interpretações exageradas e ideologizadas comprometam a reputação de marcas de varejo que trabalham na formalidade, geram milhares de empregos diretos e indiretos e investem vultuosamente em auditorias de monitoramento da cadeia fornecedora. É necessário também diminuir a absurda normatização das relações de trabalho. As partes têm maturidade suficiente para negociar. Nossa legislação é de uma época em que o trabalhador assinava o contrato com a impressão digital do dedo polegar. Isso precisa mudar. FLÁVIO ROCHA é presidente da Riachuelo e vice-presidente do IDV (Instituto para Desenvolvimento do Varejo) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br.
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Simone Biles pode ser 1ª ginasta a conquistar 5 ouros em uma Olimpíada
EDUARDO GERAQUE MARIANA LAJOLO ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO Simone Biles está em sua primeira Olimpíada, mas já há expectativas de que faça história. Ela pode se tornar a primeira ginasta a conquistar cinco ouros em uma mesma edição dos Jogos. Campeã por equipes, a ginasta tem ainda pela frente as finais do individual geral, solo, trave e salto. Ela avançou com as melhores notas no classificatório em todas as disputas. Na final por equipes, ela obteve 15.933 no salto, 14.800 nas paralelas assimétricas, 15.300 na trave e 15.800 no solo. "Vocês vivem perguntando isso [sobre as cinco medalhas]. Eu ainda tenho mais... [contando mentalmente] uma, duas, três, quatro competições. Quero pensar em uma de cada vez", afirmou Biles. A ginasta não ganhou a simpatia do público brasileiro apenas por suas apresentações impecáveis. No solo, faz a rotina ao som de samba, com trechos de "Mas Que Nada", de Jorge Ben Jor. Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo + ERRAMOS: O conteúdo desta página foi alterado para refletir o abaixo
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Simone Biles pode ser 1ª ginasta a conquistar 5 ouros em uma Olimpíada EDUARDO GERAQUE MARIANA LAJOLO ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO Simone Biles está em sua primeira Olimpíada, mas já há expectativas de que faça história. Ela pode se tornar a primeira ginasta a conquistar cinco ouros em uma mesma edição dos Jogos. Campeã por equipes, a ginasta tem ainda pela frente as finais do individual geral, solo, trave e salto. Ela avançou com as melhores notas no classificatório em todas as disputas. Na final por equipes, ela obteve 15.933 no salto, 14.800 nas paralelas assimétricas, 15.300 na trave e 15.800 no solo. "Vocês vivem perguntando isso [sobre as cinco medalhas]. Eu ainda tenho mais... [contando mentalmente] uma, duas, três, quatro competições. Quero pensar em uma de cada vez", afirmou Biles. A ginasta não ganhou a simpatia do público brasileiro apenas por suas apresentações impecáveis. No solo, faz a rotina ao som de samba, com trechos de "Mas Que Nada", de Jorge Ben Jor. Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo + ERRAMOS: O conteúdo desta página foi alterado para refletir o abaixo
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Russomanno critica reportagem da Folha sobre servidores em sua ONG
O deputado federal e apresentador de TV Celso Russomanno (PRB-SP), pré-candidato a prefeito de São Paulo, divulgou um vídeo nesta terça-feira (24) criticando uma reportagem da Folha publicada na segunda sobre cinco pessoas que atuam em sua ONG, em São Paulo, mas recebem salário pela Câmara dos Deputados. O parlamentar afirmou que vai processar o jornal e pedir direito de resposta. "Não são matérias mentirosas como essa, querendo fazer transparecer que o meu trabalho em defesa do consumidor está errado, só para tumultuar a minha vida", diz ele no vídeo. "Eu não vou permitir, vou mover uma ação de perdas e danos e vou pedir o direito de resposta à Folha de S.Paulo. Eu não vou permitir que façam isso mais uma vez, como fizeram em 2012, só porque eu estou em primeiro lugar na pesquisa para prefeito [de São Paulo]." Segundo pesquisa Datafolha, o pré-candidato lidera a corrida pela Prefeitura de São Paulo com 34% das intenções de voto. No vídeo, publicado nesta tarde em seu perfil no Facebook, o deputado não nega que funcionários de seu gabinete na Câmara atuem em sua entidade particular em São Paulo. Apenas faz críticas ao periódico e ao repórter. "Primeiro, a ONG não é minha, eu só presido o Instituto Nacional de Defesa do Consumidor [Inadec], e é uma atividade que não cobra nada de ninguém", afirma. "Mas esse jornalista, chamado Reynaldo Turollo [Jr.], ele vai ao meu escritório, se passa por consumidor, [...] isso tudo para investigar o meu trabalho. Pode ir quantas vezes quiser ao meu escritório", completa. Russomanno também não mencionou reportagem publicada nesta terça mostrando que ele nomeou para seu gabinete a mulher de seu parceiro político, o deputado estadual Jorge Wilson (PRB). Márcia Renata de Mattos não dá expediente no escritório de Russomanno, mas costuma ir aos escritórios do marido na Assembleia Legislativa de São Paulo e na cidade de Guarulhos, Grande São Paulo.
poder
Russomanno critica reportagem da Folha sobre servidores em sua ONGO deputado federal e apresentador de TV Celso Russomanno (PRB-SP), pré-candidato a prefeito de São Paulo, divulgou um vídeo nesta terça-feira (24) criticando uma reportagem da Folha publicada na segunda sobre cinco pessoas que atuam em sua ONG, em São Paulo, mas recebem salário pela Câmara dos Deputados. O parlamentar afirmou que vai processar o jornal e pedir direito de resposta. "Não são matérias mentirosas como essa, querendo fazer transparecer que o meu trabalho em defesa do consumidor está errado, só para tumultuar a minha vida", diz ele no vídeo. "Eu não vou permitir, vou mover uma ação de perdas e danos e vou pedir o direito de resposta à Folha de S.Paulo. Eu não vou permitir que façam isso mais uma vez, como fizeram em 2012, só porque eu estou em primeiro lugar na pesquisa para prefeito [de São Paulo]." Segundo pesquisa Datafolha, o pré-candidato lidera a corrida pela Prefeitura de São Paulo com 34% das intenções de voto. No vídeo, publicado nesta tarde em seu perfil no Facebook, o deputado não nega que funcionários de seu gabinete na Câmara atuem em sua entidade particular em São Paulo. Apenas faz críticas ao periódico e ao repórter. "Primeiro, a ONG não é minha, eu só presido o Instituto Nacional de Defesa do Consumidor [Inadec], e é uma atividade que não cobra nada de ninguém", afirma. "Mas esse jornalista, chamado Reynaldo Turollo [Jr.], ele vai ao meu escritório, se passa por consumidor, [...] isso tudo para investigar o meu trabalho. Pode ir quantas vezes quiser ao meu escritório", completa. Russomanno também não mencionou reportagem publicada nesta terça mostrando que ele nomeou para seu gabinete a mulher de seu parceiro político, o deputado estadual Jorge Wilson (PRB). Márcia Renata de Mattos não dá expediente no escritório de Russomanno, mas costuma ir aos escritórios do marido na Assembleia Legislativa de São Paulo e na cidade de Guarulhos, Grande São Paulo.
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Crítica: Beleza se revela com o tempo em obra de Martin Scorsese
Uma das preocupações do catálogo da recente mostra sobre a Nova Hollywood (cujo início se situa em torno de 1970) é buscar os cineastas que servem de referência aos então novos talentos. Um deles é Robert Rossen, autor de "Desafio à Corrupção" (1961), em que o jovem Eddie Felson (Paul Newman) tenta se afirmar como o melhor jogador de bilhar do mundo. O tempo passa e, no lugar de Rossen, lá está Martin Scorsese. Estamos em 1986. Felson agora é um ex-campeão, e quem busca se afirmar é o jovem Vincent Lauria (Tom Cruise): isto é "A Cor do Dinheiro" ("Color of Money", 12 anos, TC Cult, 17h40). Scorsese é mestre em captar a vida de personagens quase marginais e delas trazer o belo e o feio, a poesia e a baixeza. Seguimos naquela tradição de Scorsese: quando seu filme sai, ninguém dá bola. Com o tempo, beleza e talento se mostram.
ilustrada
Crítica: Beleza se revela com o tempo em obra de Martin ScorseseUma das preocupações do catálogo da recente mostra sobre a Nova Hollywood (cujo início se situa em torno de 1970) é buscar os cineastas que servem de referência aos então novos talentos. Um deles é Robert Rossen, autor de "Desafio à Corrupção" (1961), em que o jovem Eddie Felson (Paul Newman) tenta se afirmar como o melhor jogador de bilhar do mundo. O tempo passa e, no lugar de Rossen, lá está Martin Scorsese. Estamos em 1986. Felson agora é um ex-campeão, e quem busca se afirmar é o jovem Vincent Lauria (Tom Cruise): isto é "A Cor do Dinheiro" ("Color of Money", 12 anos, TC Cult, 17h40). Scorsese é mestre em captar a vida de personagens quase marginais e delas trazer o belo e o feio, a poesia e a baixeza. Seguimos naquela tradição de Scorsese: quando seu filme sai, ninguém dá bola. Com o tempo, beleza e talento se mostram.
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Agenda mínima para o petróleo
Apesar dos diversos fatores conjunturais que afetam o setor de petróleo no Brasil, as enormes reservas do pré-sal e o início de uma nova agenda fortalecem a expectativa de reversão do quadro atual. É o sinal de um novo ciclo virtuoso para o ramo do petróleo, responsável por parte significativa dos investimentos industriais no Brasil. No entanto, para acelerar e ampliar os benefícios dessa retomada, é necessário o estabelecimento de uma agenda mínima, que atenda aos diversos atores envolvidos e que produza uma política industrial específica, com foco na geração de emprego e renda no país. Além disso, é imperativo buscar, simultaneamente, a estruturação de um segmento fornecedor avançado tecnologicamente e competitivo internacionalmente. Essa agenda deve incluir ações que busquem atrair e incentivar a retomada dos investimentos por meio da regulamentação do setor à nova realidade. O resultado da 13ª Rodada de Licitação da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), realizada recentemente, mostra que, diante do quadro atual, medidas precisam ser tomadas para melhorar o ambiente de negócio, ampliar a competitividade do país e atrair novos investimentos. É fundamental apresentar um cronograma de rodadas periódicas, que garanta a continuidade de oferta de novas e boas áreas. Parte da crise de hoje tem origem na ausência de rodadas de licitação por longo período. Além disto, para colocar em produção novas áreas no pré-sal, é urgente a mudança da legislação que exige a participação da Petrobras, com no mínimo 30% e como operadora única em todos os campos, independentemente das prioridades da companhia. Essa exigência consolida o modelo de cliente único, com efeitos danosos ao crescimento da indústria fornecedora local, além do atraso de novas licitações. Essas iniciativas precisam ser acompanhadas de uma política industrial que tenha como objetivo ampliar a participação da indústria nacional nesses investimentos, em paralelo ao aumento da produtividade. A dimensão do setor justifica a construção de uma política industrial específica, com estabelecimento de áreas prioritárias. O desafio exige o engajamento coordenado de órgãos do governo, de investidores, de fornecedores e de instituições privadas. É também chegada a hora de se discutir abertamente alterações nas políticas de conteúdo local (exigência de encomendas à indústria nacional). O tema é complexo, cheio de detalhes, mas na forma em que está não tem surtido o efeito esperado, desagradando indústria e investidores. Não se discute no setor a pertinência da adoção de políticas voltadas ao aumento de conteúdo local nos projetos, mas há que se avaliar os instrumentos utilizados e confrontá-los com os resultados. É importante utilizar essa política como forma de incentivar o investimento. Precisamos caminhar na direção da simplificação e da bonificação, em lugar de penalidades. Adicionalmente, temas como o licenciamento ambiental dos projetos, incentivo ao desenvolvimento tecnológico e inovação, além da isonomia tributária para a indústria nacional, dentre outros, são partes essenciais de uma agenda voltada para a reversão das dificuldades que o setor de petróleo vive hoje. Cabe ainda um registro: precisamos lançar um olhar mais atento ao setor de refino. Precisamos entender qual o planejamento estratégico do governo para os investimentos no setor, tendo em vista a necessária adequação da capacidade de processamento com a real demanda por combustíveis. A crise exige ações imediatas para abreviá-la. A ampliação do entendimento entre investidoras e fornecedores requer liderança, foco e capacidade de decisão, além de ações coordenadas das instâncias governamentais. ELOI FERNÁNDEZ Y FERNÁNDEZ é diretor-geral da ONIP - Organização Nacional da Indústria do Petróleo * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Agenda mínima para o petróleoApesar dos diversos fatores conjunturais que afetam o setor de petróleo no Brasil, as enormes reservas do pré-sal e o início de uma nova agenda fortalecem a expectativa de reversão do quadro atual. É o sinal de um novo ciclo virtuoso para o ramo do petróleo, responsável por parte significativa dos investimentos industriais no Brasil. No entanto, para acelerar e ampliar os benefícios dessa retomada, é necessário o estabelecimento de uma agenda mínima, que atenda aos diversos atores envolvidos e que produza uma política industrial específica, com foco na geração de emprego e renda no país. Além disso, é imperativo buscar, simultaneamente, a estruturação de um segmento fornecedor avançado tecnologicamente e competitivo internacionalmente. Essa agenda deve incluir ações que busquem atrair e incentivar a retomada dos investimentos por meio da regulamentação do setor à nova realidade. O resultado da 13ª Rodada de Licitação da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), realizada recentemente, mostra que, diante do quadro atual, medidas precisam ser tomadas para melhorar o ambiente de negócio, ampliar a competitividade do país e atrair novos investimentos. É fundamental apresentar um cronograma de rodadas periódicas, que garanta a continuidade de oferta de novas e boas áreas. Parte da crise de hoje tem origem na ausência de rodadas de licitação por longo período. Além disto, para colocar em produção novas áreas no pré-sal, é urgente a mudança da legislação que exige a participação da Petrobras, com no mínimo 30% e como operadora única em todos os campos, independentemente das prioridades da companhia. Essa exigência consolida o modelo de cliente único, com efeitos danosos ao crescimento da indústria fornecedora local, além do atraso de novas licitações. Essas iniciativas precisam ser acompanhadas de uma política industrial que tenha como objetivo ampliar a participação da indústria nacional nesses investimentos, em paralelo ao aumento da produtividade. A dimensão do setor justifica a construção de uma política industrial específica, com estabelecimento de áreas prioritárias. O desafio exige o engajamento coordenado de órgãos do governo, de investidores, de fornecedores e de instituições privadas. É também chegada a hora de se discutir abertamente alterações nas políticas de conteúdo local (exigência de encomendas à indústria nacional). O tema é complexo, cheio de detalhes, mas na forma em que está não tem surtido o efeito esperado, desagradando indústria e investidores. Não se discute no setor a pertinência da adoção de políticas voltadas ao aumento de conteúdo local nos projetos, mas há que se avaliar os instrumentos utilizados e confrontá-los com os resultados. É importante utilizar essa política como forma de incentivar o investimento. Precisamos caminhar na direção da simplificação e da bonificação, em lugar de penalidades. Adicionalmente, temas como o licenciamento ambiental dos projetos, incentivo ao desenvolvimento tecnológico e inovação, além da isonomia tributária para a indústria nacional, dentre outros, são partes essenciais de uma agenda voltada para a reversão das dificuldades que o setor de petróleo vive hoje. Cabe ainda um registro: precisamos lançar um olhar mais atento ao setor de refino. Precisamos entender qual o planejamento estratégico do governo para os investimentos no setor, tendo em vista a necessária adequação da capacidade de processamento com a real demanda por combustíveis. A crise exige ações imediatas para abreviá-la. A ampliação do entendimento entre investidoras e fornecedores requer liderança, foco e capacidade de decisão, além de ações coordenadas das instâncias governamentais. ELOI FERNÁNDEZ Y FERNÁNDEZ é diretor-geral da ONIP - Organização Nacional da Indústria do Petróleo * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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'Europeus empurraram Grécia rumo à esquerda', diz ministro da Educação
O novo ministro grego da Educação, Cultura e Religião, o filósofo Aristides Baltas, 72, diz que era "impossível" pensar, cinco anos atrás, que o partido de esquerda radical Syriza governaria o país. "Há uma atmosfera diferente na Europa. As principais forças, com a Alemanha capitalizando isso, empurram alguns países em direção à esquerda, como Grécia, Espanha e Itália", afirma à Folha, num café de Atenas. Fundador do Syriza, que venceu as eleições de domingo (25), ele diz que os primeiros meses de governo serão "instáveis" diante da nova relação com o bloco europeu. Baltas é um dos coordenadores do programa de governo. * Folha - Como fundador, o sr. imaginava que o partido ganharia uma eleição? Baltas - Cinco anos atrás, pensar nisso era impossível. Queríamos o maior número de líderes no Parlamento. Mas a crise econômica mudou tudo. Desde então, analistas começaram a questionar o que estava ocorrendo, e nossa posição começou a ter apoio. Fomos bem nas eleições de 2012 e continuamos até chegar a esta eleição. Será um governo instável e turbulento? Para os primeiros meses, com certeza será instável. Nós temos que apresentar para a Europa o plano de como retomar o crescimento da Grécia, renegociar a dívida e manter o equilíbrio fiscal. Como definiria o Syriza? É uma longa história, mas, resumindo, é uma coalizão de várias organizações de esquerda, parte vinda do tradicional eurocomunismo. Incluo-me nesse grupo, do Partido Comunista que teve grande atuação em 1968. E se juntaram a isso trotskistas, maoistas e novas forças, como grupos feministas, de meio ambiente e antiglobalização. São grupos que sempre perderam eleições e reconheceram a necessidade de unir forças. O que essa vitória significa para a história da Grécia? É o maior reconhecimento que tivemos desde a ocupação alemã durante a Segunda Guerra Mundial. Naquela época, surgiu uma grande frente nacional de esquerda. Depois da guerra, tentaram derrubar essas forças. Depois sofremos com a ditadura, quando pessoas foram mortas e presas. E qual o principal desafio do Syriza no poder? Transformar em verdade as promessas e interromper a catástrofe que vem ocorrendo aqui nos últimos anos. Começar os programas e estabelecer a nova relação com as forças europeias, resgatando a dignidade das pessoas. Como vê a reação da Europa de temor ao Syriza? Essa análise tem de levar em conta o que acontece na Europa. As principais forças, com a Alemanha capitalizando isso, empurram alguns países em direção à esquerda, como aqui, na Espanha e na Itália. Há uma atmosfera diferente na Europa. Forças estão se aliando em busca de uma negociação mais efetiva com chances de implementar o que queremos para o país. Por que vocês são contra medidas de austeridade fiscal? Porque foram impostas pela Europa sem levar em conta o que fazer se essas medidas dessem errado. O governo apenas seguiu essas ordens. Esse é o grande problema. Algo imposto de fora, que, no fundo, destruiu a Grécia. Esse programa tem sido um desastre. Os adversários dizem que o Syriza vende ilusões e mágica. Isso é mentira. O que se sabia de nosso programa meses atrás? Provavelmente é a primeira vez que se discute isso na Grécia: como e onde vamos gastar o dinheiro público. Nosso programa pode funcionar e abrir a discussão sobre o que ocorre na Europa. O Syriza fez coalizão com o partido Gregos Independentes, de direita, para governar. Não é uma contradição? É uma parte da direita, mas que tem sido consistente no discurso contra as medidas de austeridade. Outros partidos são absolutamente a favor do jogo da Europa. É a única maneira real de ter um governo, pois senão teríamos que fazer nova eleição.
mundo
'Europeus empurraram Grécia rumo à esquerda', diz ministro da EducaçãoO novo ministro grego da Educação, Cultura e Religião, o filósofo Aristides Baltas, 72, diz que era "impossível" pensar, cinco anos atrás, que o partido de esquerda radical Syriza governaria o país. "Há uma atmosfera diferente na Europa. As principais forças, com a Alemanha capitalizando isso, empurram alguns países em direção à esquerda, como Grécia, Espanha e Itália", afirma à Folha, num café de Atenas. Fundador do Syriza, que venceu as eleições de domingo (25), ele diz que os primeiros meses de governo serão "instáveis" diante da nova relação com o bloco europeu. Baltas é um dos coordenadores do programa de governo. * Folha - Como fundador, o sr. imaginava que o partido ganharia uma eleição? Baltas - Cinco anos atrás, pensar nisso era impossível. Queríamos o maior número de líderes no Parlamento. Mas a crise econômica mudou tudo. Desde então, analistas começaram a questionar o que estava ocorrendo, e nossa posição começou a ter apoio. Fomos bem nas eleições de 2012 e continuamos até chegar a esta eleição. Será um governo instável e turbulento? Para os primeiros meses, com certeza será instável. Nós temos que apresentar para a Europa o plano de como retomar o crescimento da Grécia, renegociar a dívida e manter o equilíbrio fiscal. Como definiria o Syriza? É uma longa história, mas, resumindo, é uma coalizão de várias organizações de esquerda, parte vinda do tradicional eurocomunismo. Incluo-me nesse grupo, do Partido Comunista que teve grande atuação em 1968. E se juntaram a isso trotskistas, maoistas e novas forças, como grupos feministas, de meio ambiente e antiglobalização. São grupos que sempre perderam eleições e reconheceram a necessidade de unir forças. O que essa vitória significa para a história da Grécia? É o maior reconhecimento que tivemos desde a ocupação alemã durante a Segunda Guerra Mundial. Naquela época, surgiu uma grande frente nacional de esquerda. Depois da guerra, tentaram derrubar essas forças. Depois sofremos com a ditadura, quando pessoas foram mortas e presas. E qual o principal desafio do Syriza no poder? Transformar em verdade as promessas e interromper a catástrofe que vem ocorrendo aqui nos últimos anos. Começar os programas e estabelecer a nova relação com as forças europeias, resgatando a dignidade das pessoas. Como vê a reação da Europa de temor ao Syriza? Essa análise tem de levar em conta o que acontece na Europa. As principais forças, com a Alemanha capitalizando isso, empurram alguns países em direção à esquerda, como aqui, na Espanha e na Itália. Há uma atmosfera diferente na Europa. Forças estão se aliando em busca de uma negociação mais efetiva com chances de implementar o que queremos para o país. Por que vocês são contra medidas de austeridade fiscal? Porque foram impostas pela Europa sem levar em conta o que fazer se essas medidas dessem errado. O governo apenas seguiu essas ordens. Esse é o grande problema. Algo imposto de fora, que, no fundo, destruiu a Grécia. Esse programa tem sido um desastre. Os adversários dizem que o Syriza vende ilusões e mágica. Isso é mentira. O que se sabia de nosso programa meses atrás? Provavelmente é a primeira vez que se discute isso na Grécia: como e onde vamos gastar o dinheiro público. Nosso programa pode funcionar e abrir a discussão sobre o que ocorre na Europa. O Syriza fez coalizão com o partido Gregos Independentes, de direita, para governar. Não é uma contradição? É uma parte da direita, mas que tem sido consistente no discurso contra as medidas de austeridade. Outros partidos são absolutamente a favor do jogo da Europa. É a única maneira real de ter um governo, pois senão teríamos que fazer nova eleição.
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Calcule se vale a pena mandar consertar seu eletrodoméstico antigo
JÚLIA ZAREMBA DE SÃO PAULO Eletrodomésticos antigos podem ser ótimos itens de decoração, mas consomem muita energia. Já os novos costumam ser mais econômicos, mas duram menos do que aqueles de décadas atrás. Em caso de defeito, é melhor consertar o item velho ou trocá-lo por um moderno? A resposta não é tão simples e está condicionada ao modelo do aparelho, seu histórico de problemas e o valor do conserto. Uma forma de saber se vale a pena desapegar do eletrodoméstico antigo é fazer um cálculo, como explica César Caselani, professor de administração da FGV. Se um aparelho novo terá vida útil de dez anos, o conserto do antigo não pode custar, por ano, mais de 10% do valor do equipamento novo. Ou seja, se uma geladeira é vendida a R$ 2.000 e deve durar uma década, segundo previsão do lojista ou do fabricante, o reparo da velha deve custar até R$ 200 por ano para que o conserto compense. "Também não vale a pena investir na manutenção se o preço for muito próximo ao de um produto novo, que tem a vantagem de ser tecnologicamente mais avançado e consumir menos energia", pondera Caselani. A tendência é que, a cada cinco anos, haja uma redução de cerca de 10% do consumo energético dos eletrodomésticos que chegam ao mercado, de acordo com Agostinho Pascalicchio, professor de economia e engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Os refrigeradores, por exemplo, reduziram em até 26% o consumo de energia em 15 anos, segundo um estudo publicado em 2015 pelo Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica. Apesar da melhor eficiência energética, o risco de que aparelhos novos estraguem facilmente ou sejam trocados em pouco tempo é grande. Como observa Tereza Carvalho, coordenadora do Laboratório de Sustentabilidade do Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais da USP, os modelos mais modernos têm uma espécie de obsolescência programada: "A filosofia da indústria hoje é estimular o consumo, não o reparo". Enquanto os produtos antigos eram normalmente feitos de metais, hoje são compostos em grande maioria por materiais mais frágeis, como o plástico. O fotógrafo Giácomo Favretto, 63, sabe o valor dos itens antigos. Em sua casa, na zona sul de São Paulo, há uma geladeira da década de 1950 e um fogão de 1946 comprados em lojas de antiguidades. E não servem só para decorar os ambientes: estão em pleno funcionamento. "Gosto da estética dos aparelhos daquela época. O que não significa que eu dispense novidades", diz. Segundo ele, apenas o sistema de vedação da geladeira costuma dar problemas: "Se os motores estiverem bons, pode durar uma vida". O fotógrafo diz que nunca calculou a diferença no consumo de energia dos itens velhos em relação aos novos. Para quem também não é chegado em contas, existem formas mais práticas de saber a hora de trocar o eletrodoméstico, como conferir se as falhas, sejam vazamentos ou rachaduras, são recorrentes e surgem no mesmo lugar, explica Pascalicchio. FIQUE ATENTO AOS DIREITOS DO CONSUMIDOR EM CASO DE DEFEITO Nem sempre o tempo é o culpado pelas falhas em um eletrodoméstico. Quando o item não é entregue em perfeitas condições, o consumidor deve ficar atento para exigir seus direitos. Após a compra de um aparelho, a pessoa tem até 90 dias para reclamar de eventuais defeitos, como explica Rodrigo Serra Pereira, coordenador do Núcleo de Defesa do Consumidor da Defensoria Pública de São Paulo. A empresa, por sua vez, deve fazer o conserto em até um mês. Caso não o faça, ela três opções: substituir o item por outro, devolver a quantia paga ou oferecer um desconto para o comprador. Ocorrências mais graves, como a explosão de um eletrodoméstico, podem render ainda uma ação de reparação de danos contra a empresa. O consumidor tem até cinco anos a partir do acontecimento para acionar a Justiça. Além da garantia de três meses, há ainda a contratual e a estendida. A primeira não pode ser cobrada e dá direito ao reparo sem custos. Já a segunda vai funcionar como uma espécie de seguro e deve ser paga pelo cliente, explica Igor Marchetti, advogado do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor. Se o item estiver na garantia é essencial levá-lo até uma assistência autorizada para que ela não seja perdida. Nessa etapa, alguns cuidados são necessários. O primeiro é pedir um orçamento antecipado, com todos os serviços e valores discriminados. Quando o produto for entregue, é importante conferir se está, de fato, funcionando. "Se o defeito aparecer após um curto período, poderá alegar que houve uma má prestação do serviço e exigir a substituição do produto ou a restituição do valor pago", explica o advogado. Nesse caso, a única coisa que pode ser cobrada é a visita técnica. * DESTINO FINAL Onde descartar aparelhos usados VOLTA ÀS ORIGENS A Política Nacional de Resíduos Sólidos determina que fabricantes e distribuidores de eletrodomésticos são responsáveis pelo ciclo de vida do produto, inclusive pela sua destinação. A recomendação é ligar para as empresas e checar se oferecem o serviço de coleta do material. SÓ NO PAPEL Como a logística de recolhimento pelas empresas ainda não foi totalmente implementada, nem todas recebem aparelhos velhos. Representantes do setor discutem o tema desde 2010, mas ainda não chegaram a um acordo. ALTERNATIVA Se a empresa não ajudar, uma opção é chamar uma cooperativa especializada na coleta de resíduos eletroeletrônicos. Em São Paulo, a Coopermiti, que tem convênio com a prefeitura, recolhe os resíduos. O serviço é gratuito e pode ser agendado pelo telefone (11) 3666-0849. SEM DESCULPA Associações também têm postos de coleta de eletrodomésticos espalhados pela cidade. O portal eCycle (ecycle.com.br) mostra locais que recebem o material, com base na localização do usuário e no tipo de produto a ser descartado.
sobretudo
Calcule se vale a pena mandar consertar seu eletrodoméstico antigo JÚLIA ZAREMBA DE SÃO PAULO Eletrodomésticos antigos podem ser ótimos itens de decoração, mas consomem muita energia. Já os novos costumam ser mais econômicos, mas duram menos do que aqueles de décadas atrás. Em caso de defeito, é melhor consertar o item velho ou trocá-lo por um moderno? A resposta não é tão simples e está condicionada ao modelo do aparelho, seu histórico de problemas e o valor do conserto. Uma forma de saber se vale a pena desapegar do eletrodoméstico antigo é fazer um cálculo, como explica César Caselani, professor de administração da FGV. Se um aparelho novo terá vida útil de dez anos, o conserto do antigo não pode custar, por ano, mais de 10% do valor do equipamento novo. Ou seja, se uma geladeira é vendida a R$ 2.000 e deve durar uma década, segundo previsão do lojista ou do fabricante, o reparo da velha deve custar até R$ 200 por ano para que o conserto compense. "Também não vale a pena investir na manutenção se o preço for muito próximo ao de um produto novo, que tem a vantagem de ser tecnologicamente mais avançado e consumir menos energia", pondera Caselani. A tendência é que, a cada cinco anos, haja uma redução de cerca de 10% do consumo energético dos eletrodomésticos que chegam ao mercado, de acordo com Agostinho Pascalicchio, professor de economia e engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Os refrigeradores, por exemplo, reduziram em até 26% o consumo de energia em 15 anos, segundo um estudo publicado em 2015 pelo Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica. Apesar da melhor eficiência energética, o risco de que aparelhos novos estraguem facilmente ou sejam trocados em pouco tempo é grande. Como observa Tereza Carvalho, coordenadora do Laboratório de Sustentabilidade do Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais da USP, os modelos mais modernos têm uma espécie de obsolescência programada: "A filosofia da indústria hoje é estimular o consumo, não o reparo". Enquanto os produtos antigos eram normalmente feitos de metais, hoje são compostos em grande maioria por materiais mais frágeis, como o plástico. O fotógrafo Giácomo Favretto, 63, sabe o valor dos itens antigos. Em sua casa, na zona sul de São Paulo, há uma geladeira da década de 1950 e um fogão de 1946 comprados em lojas de antiguidades. E não servem só para decorar os ambientes: estão em pleno funcionamento. "Gosto da estética dos aparelhos daquela época. O que não significa que eu dispense novidades", diz. Segundo ele, apenas o sistema de vedação da geladeira costuma dar problemas: "Se os motores estiverem bons, pode durar uma vida". O fotógrafo diz que nunca calculou a diferença no consumo de energia dos itens velhos em relação aos novos. Para quem também não é chegado em contas, existem formas mais práticas de saber a hora de trocar o eletrodoméstico, como conferir se as falhas, sejam vazamentos ou rachaduras, são recorrentes e surgem no mesmo lugar, explica Pascalicchio. FIQUE ATENTO AOS DIREITOS DO CONSUMIDOR EM CASO DE DEFEITO Nem sempre o tempo é o culpado pelas falhas em um eletrodoméstico. Quando o item não é entregue em perfeitas condições, o consumidor deve ficar atento para exigir seus direitos. Após a compra de um aparelho, a pessoa tem até 90 dias para reclamar de eventuais defeitos, como explica Rodrigo Serra Pereira, coordenador do Núcleo de Defesa do Consumidor da Defensoria Pública de São Paulo. A empresa, por sua vez, deve fazer o conserto em até um mês. Caso não o faça, ela três opções: substituir o item por outro, devolver a quantia paga ou oferecer um desconto para o comprador. Ocorrências mais graves, como a explosão de um eletrodoméstico, podem render ainda uma ação de reparação de danos contra a empresa. O consumidor tem até cinco anos a partir do acontecimento para acionar a Justiça. Além da garantia de três meses, há ainda a contratual e a estendida. A primeira não pode ser cobrada e dá direito ao reparo sem custos. Já a segunda vai funcionar como uma espécie de seguro e deve ser paga pelo cliente, explica Igor Marchetti, advogado do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor. Se o item estiver na garantia é essencial levá-lo até uma assistência autorizada para que ela não seja perdida. Nessa etapa, alguns cuidados são necessários. O primeiro é pedir um orçamento antecipado, com todos os serviços e valores discriminados. Quando o produto for entregue, é importante conferir se está, de fato, funcionando. "Se o defeito aparecer após um curto período, poderá alegar que houve uma má prestação do serviço e exigir a substituição do produto ou a restituição do valor pago", explica o advogado. Nesse caso, a única coisa que pode ser cobrada é a visita técnica. * DESTINO FINAL Onde descartar aparelhos usados VOLTA ÀS ORIGENS A Política Nacional de Resíduos Sólidos determina que fabricantes e distribuidores de eletrodomésticos são responsáveis pelo ciclo de vida do produto, inclusive pela sua destinação. A recomendação é ligar para as empresas e checar se oferecem o serviço de coleta do material. SÓ NO PAPEL Como a logística de recolhimento pelas empresas ainda não foi totalmente implementada, nem todas recebem aparelhos velhos. Representantes do setor discutem o tema desde 2010, mas ainda não chegaram a um acordo. ALTERNATIVA Se a empresa não ajudar, uma opção é chamar uma cooperativa especializada na coleta de resíduos eletroeletrônicos. Em São Paulo, a Coopermiti, que tem convênio com a prefeitura, recolhe os resíduos. O serviço é gratuito e pode ser agendado pelo telefone (11) 3666-0849. SEM DESCULPA Associações também têm postos de coleta de eletrodomésticos espalhados pela cidade. O portal eCycle (ecycle.com.br) mostra locais que recebem o material, com base na localização do usuário e no tipo de produto a ser descartado.
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Por que é tão difícil definir o que é vida e o que são seres 'vivos'
A maioria das pessoas provavelmente não precisa pensar muito para distinguir seres vivos dos "não-vivos". Em tese, é fácil: um humano está vivo, uma rocha, não. A tarefa pode parecer simples, mas é bem mais complexa para cientistas e filósofos, que há milênios ponderam sobre o que faz uma coisa "estar viva". Grandes intelectuais, como o grego Aristóteles e o cosmólogo americano Carl Sagan, debruçaram-se sobre esse problema, em milênios diferentes, e até hoje não há uma definição que agrade a todos. Literalmente falando, ainda não temos um significado para vida, e a definição ficou ainda mais difícil nos últimos cem anos. Até o século 19, prevalecia a noção de que a vida era especial graças à presença de uma alma intangível, ou uma "fagulha vital". Essa definição deu lugar a abordagens mais científicas. A Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos, por exemplo, define vida como "um sistema químico autossustentável capaz de evolução Darwiniana". Essa é apenas uma de pelo menos cem definições já propostas para tentar se chegar a um conceito simples que englobe todas as formas de vida. Todas as sugestões focam em algumas atribuições comuns como replicação e metabolismo. A falta de consenso para se chegar a uma definição reflete a divergência de ideias entre cientistas sobre o que é necessário para se estabelecer que algo "está vivo". Enquanto um químico poderia dizer que a vida se resume a algumas moléculas, um físico talvez considerasse importante incluir na discussão a questão da termodinâmica. Para se ter uma ideia de por que é tão difícil definir vida, apresentamos um resumo sobre o que pensam alguns dos cientistas que hoje trabalham nessa fronteira que separa coisas "vivas" do restante –e que tenta chegar a um conceito e a um consenso sobre o termo. VÍRUS Nas aulas de biologia, crianças memorizam sete processos necessários para que haja vida: movimento, respiração, sensibilidade, crescimento, reprodução, excreção e nutrição. Mas os processos estão presentes em muitas coisas que nós não classificaríamos como "vivas". Segundo essa definição, por exemplo, alguns cristais, proteínas infecciosas chamadas de príons e até certos programas de computador estariam "vivos". Nesse sentido, os vírus são um exemplo clássico da dificuldade de estabelecer algo como "vivo" ou "não vivo". "Eles não são células, não têm metabolismo e são inertes desde que não encontrem uma célula", diz Patrick Forterre, microbiologista do Instituto Pasteur, em Paris, na França. Muitos cientistas chegaram à conclusão de que os vírus não são vivos. Forterre pensa diferente, mas o cientista relativiza e admite que tudo depende de onde você decide colocar o ponto de corte. Faltam aos vírus quase todos os atributos que os qualificariam como seres vivos. No entanto, eles possuem informações codificadas em DNA ou RNA (Ácido Desoxirribonucleico e Ácido Ribonucleico). O DNA é o material genético de todos os organismos celulares e de grande parte dos vírus. O RNA é o material genético de alguns tipos de vírus e, nos organismos celulares, a molécula que dirige as fases da síntese de proteínas. Juntos, DNA e RNA transportam a informação necessária para dirigir a síntese de proteínas e sua replicação. Essas estruturas, compartilhadas por todas as criaturas vivas do planeta, permitem que os vírus evoluam e se repliquem –mesmo que, para isso, precisem "sequestrar" a maquinaria de células vivas. O fato de que os vírus, assim como todas as formas de vida conhecidas, carregam DNA ou RNA, levou alguns cientistas a incluí-los na categoria dos "vivos". Outros sugerem até que os vírus podem trazer pistas que nos ajudariam a compreender como a vida começou. Nesse caso, a definição de vida deixa de ser um conceito em branco e preto e ganha formas e contornos mais nebulosos. Adotando essa linha de pensamento, alguns cientistas caracterizam os vírus como coisas que existem na "fronteira entre a química e a vida". REPLICAÇÃO IMPERFEITA Os polímeros também poderiam ajudar a identificar algo é vivo ou não. Eles são materiais que apresentam ligações em cadeia entre átomos de carbono com outros elementos químicos. A partir desses polímeros –ácidos nucleicos que constituem o DNA, proteínas e polissacarídeos– é construída praticamente toda a vida, em sua diversidade. "A vida como a conhecemos se baseia em polímeros à base de carbono", disse Jeffrey Bada, do Instituto Scripps de Oceanografia em San Diego, na Califórnia, Estados Unidos. Bada foi aluno do bioquímico Stanley Miller, um dos cientistas responsáveis pela Experiência Miller-Urrey, que, na década de 50, foi uma dos primeiros a explorar a ideia de que a vida surgiria de substâncias químicas não vivas e que é clássica sobre a origem da vida. Bada recorre ao experimento para demonstrar que, ao simular as condições atmosféricas dos primórdios da formação da Terra, vários compostos orgânicos eram formados espontaneamente. Mais tarde, ele ainda refez o experimento, provando que uma variedade ainda maior de moléculas biologicamente relevantes é formada quando se lança eletricidade sobre uma mistura de substâncias químicas que, acredita-se, estavam presentes nas origens da Terra. Mas essas substâncias químicas não estão vivas. Então, o que é necessário para que elas ganhem vida? A resposta de Bada é surpreendente: "replicação imperfeita de moléculas informacionais teria marcado a origem da vida e da evolução, e assim, a transição da química não viva para a bioquímica". O início da replicação, e mais especificamente, a replicação com alguns erros, leva à criação de "filhotes" com níveis diferentes de habilidade. Esses filhotes moleculares podem então competir uns com os outros pela sobrevivência. "Isso é, basicamente, a evolução Darwiniana em escala molecular", disse Bada. VIDA DESCONHECIDA Será que nós perceberíamos a presença de vida em Marte? Tentar adivinhar como seria a vida alienígena é ainda mais complicado. Pesquisadores como Charles Cockell e outros do Centro Britânico de Astrobiologia da Universidade de Edimburgo, na Escócia, usam microrganismos capazes de sobreviver em ambientes extremos como modelos para a vida extraterrestre. A argumentação é de que a vida em outros planetas pode existir em condições bastante diferentes, mas provavelmente mantenha muitas das características da vida que nós reconheceríamos na Terra. "[Mas] temos de manter a mente aberta para a possibilidade de encontrarmos algo que não se enquadre nessa definição", disse Cockell. Historicamente, a tentativa de usar apenas nosso conhecimento sobre a vida terrestre para identificar vida alienígena trouxe resultados confusos. A Nasa, por exemplo, achava que tinha uma boa definição para vida quando, em 1976, a nave espacial Vicking 1 conseguiu pousar em Marte, equipada com três equipamentos para "testar a vida". Um teste em particular pareceu indicar que havia vida em Marte: os índices de dióxido de carbono no solo do planeta eram altos, um indício de que havia micróbios vivendo e respirando na superfície do planeta vermelho. Na verdade, porém, os índices de dióxido de carbono observados pelos pesquisadores são, hoje, quase universalmente atribuídos a um fenômeno bem menos interessante: as oxidações não-biológicas. Os astrobiólogos estão usando essas experiências como aprendizado e apurando os critérios que usam para procurar por alienígenas –uma busca que ainda não obteve êxito e que sugere que os astrobiólogos não devam estreitar demais esses mesmos critérios. Para Sagan, a visão "carbono-cêntrica" da vida alienígena –que ele chamava de "chovinismo do carbono" pode atrapalhar a busca por extraterrestres. "Algumas pessoas sugerem, por exemplo, que talvez os alienígenas sejam feitos à base de outros solventes [e não de água]", disse Cockell. "Já houve até discussões sobre a possibilidade de que existam organismos extraterrestres inteligentes nas nuvens." Em 2010, a descoberta de bactérias com DNA contendo arsênico em vez de fósforo (como é padrão) deixou muitos astrobiólogos animados. De lá para cá, embora a descoberta tenha sido questionada, muitos pesquisadores continuam esperançosos de encontrar provas da existência de formas de vida que fujam das regras convencionais. E, em meio a essa discussão, há ainda cientistas trabalhando em formas de vida que não são baseadas em química. VIDA ARTIFICIAL A criação de vida artificial –restrita, no passado, ao plano da ficção científica– é hoje um campo bastante estabelecido da ciência. Essa área pode envolver, por exemplo, biólogos criando novos organismos em laboratório ao "juntar" partes de duas ou mais formas de vida já existentes ou conceitos ainda mais abstratos de "vida artificial". Desde a década de 1990, quando o programa de computador Tierra, criado por Thomas Ray, pareceu demonstrar a síntese e a evolução de "formas de vida" digitais, pesquisadores vêm tentando criar programas de computador que realmente simulem a vida –algumas equipes trabalham até na criação de robôs com características similares às da vida convencional. "A ideia é tentar compreender as propriedades essenciais de todos os sistemas vivos, não apenas os sistemas vivos que por acaso estão presentes na Terra. Temos uma visão mais ampla do que é vida, que ultrapassa aquelas formas que estamos familiarizados", disse o especialista em vida artificial Mark Bedau, do Reed College, em Portland, no estado de Oregon, Estados Unidos. Ainda assim, muitos pesquisadores trabalhando com vida artificial usam o que sabemos sobre a vida na Terra como base para seus estudos. Bedau disse que os pesquisadores usam o que ele chama de "modelo PMC" (sigla para program, metabolism and container, ou "programa, metabolismo e recipiente", em português). Nesse modelo, por exemplo, o DNA poderia ser um programa e o recipiente, a parede de uma célula. "É importante notar que isso não é uma definição de vida, apenas uma definição de vida química mínima", acrescentou. Para os especialistas que pesquisam formas "não químicas" de vida, a tarefa é criar versões desses componentes PMC na forma de programas de computador. "Não acho que haja uma definição exata [de vida], mas precisamos continuar buscando uma", disse Steen Rasmussen, que trabalha na criação de vida artificial na Universidade Southern Denmark, em Odense, na Dinamarca. Grupos de cientistas em todo o mundo vêm trabalhando em componentes individuais do modelo PMC, criando sistemas que demonstram um ou outro aspecto dele. Até agora, no entanto, ninguém conseguiu unir todas as partes para formar um tipo de vida sintética que funcione. "É um processo de baixo para cima, construindo [a vida sintética] pedaço por pedaço", explicou. Talvez as pesquisas nesse campo possam funcionar em uma escala mais ampla, criando formas de vida completamente estranhas às nossas expectativas ou poderiam ainda ajudar a redefinir nosso entendimento sobre o que é vida. Mas, segundo Bedau, os cientistas ainda não chegaram a esse ponto. "Eles não têm de se preocupar em definir todas as formas de vida, talvez conversem sobre isso quando tomam uma cerveja, mas não precisam incluir [o conceito] em seu trabalho." Portanto, se até entre os que pesquisam –e constroem– novas formas de vida não há preocupação em encontrar uma definição universal única, será que os cientistas deveriam deixar a questão de lado por um tempo? Para a filósofa Carol Cleland, da Universidade Colorado Boulder, no Colorado, nos Estados Unidos, a resposta é sim. Pelo menos por enquanto. "Se você está tentando fazer uma generalização sobre mamíferos usando uma zebra, que característica você vai escolher?", perguntou Cleland. "Com certeza não serão as glândulas mamárias, porque somente a metade delas tem mamas. As listras parecem ser a escolha óbvia, mas são apenas um acidente, e não o que caracteriza as zebras como mamíferos", disse. E é a mesma coisa com a vida. Talvez as coisas que pensamos ser essenciais sejam apenas peculiares à vida na Terra. Afinal, tudo –de bactérias a leões– é derivado de um único ancestral comum, o que significa que no nosso mapa da vida no Universo temos apenas uma única informação. "O homem tende a fazer definições em termos do que é familiar. Mas a verdade fundamental pode não ser familiar", disse Sagan. VIDA ESTRANHA Até que tenhamos descoberto e estudado formas alternativas de vida, não poderemos saber se as características que julgamos ser essenciais à vida são mesmo universais. Criar vida artificial talvez seja uma maneira de explorarmos formas alternativas de vida, mas, pelo menos no curto prazo, a tendência é embutirmos nossas preconcepções sobre sistemas vivos nas vidas que imaginamos dentro do computador. Para definirmos a vida direito, talvez precisemos encontrar alguns alienígenas. A ironia é que tentativas de chegar a uma definição de vida antes da descoberta desses alienígenas podem tornar a busca por eles ainda mais difícil. Já pensou que tragédia seria se, em 2020, o novo Mars Rover (veículo não-tripulado que a Nasa pretende colocar no solo de Marte) passasse sem notar por um marciano, simplesmente por não ter sido capaz de perceber que ele era um ser vivo. "A definição pode, na verdade, atrapalhar a busca por nova vida", diz Cleland. "Nós precisamos nos afastar do nosso conceito atual, para que possamos estar abertos e prontos a descobrir a vida como ainda não conhecemos."
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Por que é tão difícil definir o que é vida e o que são seres 'vivos'A maioria das pessoas provavelmente não precisa pensar muito para distinguir seres vivos dos "não-vivos". Em tese, é fácil: um humano está vivo, uma rocha, não. A tarefa pode parecer simples, mas é bem mais complexa para cientistas e filósofos, que há milênios ponderam sobre o que faz uma coisa "estar viva". Grandes intelectuais, como o grego Aristóteles e o cosmólogo americano Carl Sagan, debruçaram-se sobre esse problema, em milênios diferentes, e até hoje não há uma definição que agrade a todos. Literalmente falando, ainda não temos um significado para vida, e a definição ficou ainda mais difícil nos últimos cem anos. Até o século 19, prevalecia a noção de que a vida era especial graças à presença de uma alma intangível, ou uma "fagulha vital". Essa definição deu lugar a abordagens mais científicas. A Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos, por exemplo, define vida como "um sistema químico autossustentável capaz de evolução Darwiniana". Essa é apenas uma de pelo menos cem definições já propostas para tentar se chegar a um conceito simples que englobe todas as formas de vida. Todas as sugestões focam em algumas atribuições comuns como replicação e metabolismo. A falta de consenso para se chegar a uma definição reflete a divergência de ideias entre cientistas sobre o que é necessário para se estabelecer que algo "está vivo". Enquanto um químico poderia dizer que a vida se resume a algumas moléculas, um físico talvez considerasse importante incluir na discussão a questão da termodinâmica. Para se ter uma ideia de por que é tão difícil definir vida, apresentamos um resumo sobre o que pensam alguns dos cientistas que hoje trabalham nessa fronteira que separa coisas "vivas" do restante –e que tenta chegar a um conceito e a um consenso sobre o termo. VÍRUS Nas aulas de biologia, crianças memorizam sete processos necessários para que haja vida: movimento, respiração, sensibilidade, crescimento, reprodução, excreção e nutrição. Mas os processos estão presentes em muitas coisas que nós não classificaríamos como "vivas". Segundo essa definição, por exemplo, alguns cristais, proteínas infecciosas chamadas de príons e até certos programas de computador estariam "vivos". Nesse sentido, os vírus são um exemplo clássico da dificuldade de estabelecer algo como "vivo" ou "não vivo". "Eles não são células, não têm metabolismo e são inertes desde que não encontrem uma célula", diz Patrick Forterre, microbiologista do Instituto Pasteur, em Paris, na França. Muitos cientistas chegaram à conclusão de que os vírus não são vivos. Forterre pensa diferente, mas o cientista relativiza e admite que tudo depende de onde você decide colocar o ponto de corte. Faltam aos vírus quase todos os atributos que os qualificariam como seres vivos. No entanto, eles possuem informações codificadas em DNA ou RNA (Ácido Desoxirribonucleico e Ácido Ribonucleico). O DNA é o material genético de todos os organismos celulares e de grande parte dos vírus. O RNA é o material genético de alguns tipos de vírus e, nos organismos celulares, a molécula que dirige as fases da síntese de proteínas. Juntos, DNA e RNA transportam a informação necessária para dirigir a síntese de proteínas e sua replicação. Essas estruturas, compartilhadas por todas as criaturas vivas do planeta, permitem que os vírus evoluam e se repliquem –mesmo que, para isso, precisem "sequestrar" a maquinaria de células vivas. O fato de que os vírus, assim como todas as formas de vida conhecidas, carregam DNA ou RNA, levou alguns cientistas a incluí-los na categoria dos "vivos". Outros sugerem até que os vírus podem trazer pistas que nos ajudariam a compreender como a vida começou. Nesse caso, a definição de vida deixa de ser um conceito em branco e preto e ganha formas e contornos mais nebulosos. Adotando essa linha de pensamento, alguns cientistas caracterizam os vírus como coisas que existem na "fronteira entre a química e a vida". REPLICAÇÃO IMPERFEITA Os polímeros também poderiam ajudar a identificar algo é vivo ou não. Eles são materiais que apresentam ligações em cadeia entre átomos de carbono com outros elementos químicos. A partir desses polímeros –ácidos nucleicos que constituem o DNA, proteínas e polissacarídeos– é construída praticamente toda a vida, em sua diversidade. "A vida como a conhecemos se baseia em polímeros à base de carbono", disse Jeffrey Bada, do Instituto Scripps de Oceanografia em San Diego, na Califórnia, Estados Unidos. Bada foi aluno do bioquímico Stanley Miller, um dos cientistas responsáveis pela Experiência Miller-Urrey, que, na década de 50, foi uma dos primeiros a explorar a ideia de que a vida surgiria de substâncias químicas não vivas e que é clássica sobre a origem da vida. Bada recorre ao experimento para demonstrar que, ao simular as condições atmosféricas dos primórdios da formação da Terra, vários compostos orgânicos eram formados espontaneamente. Mais tarde, ele ainda refez o experimento, provando que uma variedade ainda maior de moléculas biologicamente relevantes é formada quando se lança eletricidade sobre uma mistura de substâncias químicas que, acredita-se, estavam presentes nas origens da Terra. Mas essas substâncias químicas não estão vivas. Então, o que é necessário para que elas ganhem vida? A resposta de Bada é surpreendente: "replicação imperfeita de moléculas informacionais teria marcado a origem da vida e da evolução, e assim, a transição da química não viva para a bioquímica". O início da replicação, e mais especificamente, a replicação com alguns erros, leva à criação de "filhotes" com níveis diferentes de habilidade. Esses filhotes moleculares podem então competir uns com os outros pela sobrevivência. "Isso é, basicamente, a evolução Darwiniana em escala molecular", disse Bada. VIDA DESCONHECIDA Será que nós perceberíamos a presença de vida em Marte? Tentar adivinhar como seria a vida alienígena é ainda mais complicado. Pesquisadores como Charles Cockell e outros do Centro Britânico de Astrobiologia da Universidade de Edimburgo, na Escócia, usam microrganismos capazes de sobreviver em ambientes extremos como modelos para a vida extraterrestre. A argumentação é de que a vida em outros planetas pode existir em condições bastante diferentes, mas provavelmente mantenha muitas das características da vida que nós reconheceríamos na Terra. "[Mas] temos de manter a mente aberta para a possibilidade de encontrarmos algo que não se enquadre nessa definição", disse Cockell. Historicamente, a tentativa de usar apenas nosso conhecimento sobre a vida terrestre para identificar vida alienígena trouxe resultados confusos. A Nasa, por exemplo, achava que tinha uma boa definição para vida quando, em 1976, a nave espacial Vicking 1 conseguiu pousar em Marte, equipada com três equipamentos para "testar a vida". Um teste em particular pareceu indicar que havia vida em Marte: os índices de dióxido de carbono no solo do planeta eram altos, um indício de que havia micróbios vivendo e respirando na superfície do planeta vermelho. Na verdade, porém, os índices de dióxido de carbono observados pelos pesquisadores são, hoje, quase universalmente atribuídos a um fenômeno bem menos interessante: as oxidações não-biológicas. Os astrobiólogos estão usando essas experiências como aprendizado e apurando os critérios que usam para procurar por alienígenas –uma busca que ainda não obteve êxito e que sugere que os astrobiólogos não devam estreitar demais esses mesmos critérios. Para Sagan, a visão "carbono-cêntrica" da vida alienígena –que ele chamava de "chovinismo do carbono" pode atrapalhar a busca por extraterrestres. "Algumas pessoas sugerem, por exemplo, que talvez os alienígenas sejam feitos à base de outros solventes [e não de água]", disse Cockell. "Já houve até discussões sobre a possibilidade de que existam organismos extraterrestres inteligentes nas nuvens." Em 2010, a descoberta de bactérias com DNA contendo arsênico em vez de fósforo (como é padrão) deixou muitos astrobiólogos animados. De lá para cá, embora a descoberta tenha sido questionada, muitos pesquisadores continuam esperançosos de encontrar provas da existência de formas de vida que fujam das regras convencionais. E, em meio a essa discussão, há ainda cientistas trabalhando em formas de vida que não são baseadas em química. VIDA ARTIFICIAL A criação de vida artificial –restrita, no passado, ao plano da ficção científica– é hoje um campo bastante estabelecido da ciência. Essa área pode envolver, por exemplo, biólogos criando novos organismos em laboratório ao "juntar" partes de duas ou mais formas de vida já existentes ou conceitos ainda mais abstratos de "vida artificial". Desde a década de 1990, quando o programa de computador Tierra, criado por Thomas Ray, pareceu demonstrar a síntese e a evolução de "formas de vida" digitais, pesquisadores vêm tentando criar programas de computador que realmente simulem a vida –algumas equipes trabalham até na criação de robôs com características similares às da vida convencional. "A ideia é tentar compreender as propriedades essenciais de todos os sistemas vivos, não apenas os sistemas vivos que por acaso estão presentes na Terra. Temos uma visão mais ampla do que é vida, que ultrapassa aquelas formas que estamos familiarizados", disse o especialista em vida artificial Mark Bedau, do Reed College, em Portland, no estado de Oregon, Estados Unidos. Ainda assim, muitos pesquisadores trabalhando com vida artificial usam o que sabemos sobre a vida na Terra como base para seus estudos. Bedau disse que os pesquisadores usam o que ele chama de "modelo PMC" (sigla para program, metabolism and container, ou "programa, metabolismo e recipiente", em português). Nesse modelo, por exemplo, o DNA poderia ser um programa e o recipiente, a parede de uma célula. "É importante notar que isso não é uma definição de vida, apenas uma definição de vida química mínima", acrescentou. Para os especialistas que pesquisam formas "não químicas" de vida, a tarefa é criar versões desses componentes PMC na forma de programas de computador. "Não acho que haja uma definição exata [de vida], mas precisamos continuar buscando uma", disse Steen Rasmussen, que trabalha na criação de vida artificial na Universidade Southern Denmark, em Odense, na Dinamarca. Grupos de cientistas em todo o mundo vêm trabalhando em componentes individuais do modelo PMC, criando sistemas que demonstram um ou outro aspecto dele. Até agora, no entanto, ninguém conseguiu unir todas as partes para formar um tipo de vida sintética que funcione. "É um processo de baixo para cima, construindo [a vida sintética] pedaço por pedaço", explicou. Talvez as pesquisas nesse campo possam funcionar em uma escala mais ampla, criando formas de vida completamente estranhas às nossas expectativas ou poderiam ainda ajudar a redefinir nosso entendimento sobre o que é vida. Mas, segundo Bedau, os cientistas ainda não chegaram a esse ponto. "Eles não têm de se preocupar em definir todas as formas de vida, talvez conversem sobre isso quando tomam uma cerveja, mas não precisam incluir [o conceito] em seu trabalho." Portanto, se até entre os que pesquisam –e constroem– novas formas de vida não há preocupação em encontrar uma definição universal única, será que os cientistas deveriam deixar a questão de lado por um tempo? Para a filósofa Carol Cleland, da Universidade Colorado Boulder, no Colorado, nos Estados Unidos, a resposta é sim. Pelo menos por enquanto. "Se você está tentando fazer uma generalização sobre mamíferos usando uma zebra, que característica você vai escolher?", perguntou Cleland. "Com certeza não serão as glândulas mamárias, porque somente a metade delas tem mamas. As listras parecem ser a escolha óbvia, mas são apenas um acidente, e não o que caracteriza as zebras como mamíferos", disse. E é a mesma coisa com a vida. Talvez as coisas que pensamos ser essenciais sejam apenas peculiares à vida na Terra. Afinal, tudo –de bactérias a leões– é derivado de um único ancestral comum, o que significa que no nosso mapa da vida no Universo temos apenas uma única informação. "O homem tende a fazer definições em termos do que é familiar. Mas a verdade fundamental pode não ser familiar", disse Sagan. VIDA ESTRANHA Até que tenhamos descoberto e estudado formas alternativas de vida, não poderemos saber se as características que julgamos ser essenciais à vida são mesmo universais. Criar vida artificial talvez seja uma maneira de explorarmos formas alternativas de vida, mas, pelo menos no curto prazo, a tendência é embutirmos nossas preconcepções sobre sistemas vivos nas vidas que imaginamos dentro do computador. Para definirmos a vida direito, talvez precisemos encontrar alguns alienígenas. A ironia é que tentativas de chegar a uma definição de vida antes da descoberta desses alienígenas podem tornar a busca por eles ainda mais difícil. Já pensou que tragédia seria se, em 2020, o novo Mars Rover (veículo não-tripulado que a Nasa pretende colocar no solo de Marte) passasse sem notar por um marciano, simplesmente por não ter sido capaz de perceber que ele era um ser vivo. "A definição pode, na verdade, atrapalhar a busca por nova vida", diz Cleland. "Nós precisamos nos afastar do nosso conceito atual, para que possamos estar abertos e prontos a descobrir a vida como ainda não conhecemos."
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E agora, Michel?
BRASÍLIA - Michel Temer é o proverbial "gentleman", uma ave rara em seu comedimento e gentileza no trato, além de possuir um talento incomum para lidar com catástrofes –vide sua intervenção como secretário de Segurança paulista após o massacre do Carandiru em 1992. Na quinta (3), para uma plateia sedenta de pancada no seu governo, ele foi inconvenientemente sincero, assim como na entrevista nervosa em que decretou a necessidade de um unificador do país. Disse verdades, e ainda assim sob um ponto de vista otimista para o governo. Afirmou que Dilma não se aguenta com a popularidade que tem e que, se for cassado com a chefe pelo TSE, irá para casa "feliz". A senha final anunciando o desembarque do governo, negada de cima abaixo durante a sexta (4), foi dada. O PMDB na figura do vice enfim largou Dilma, ainda que ele, como disse, não vá "mover uma palha" para atrair a acusação de golpista. Mais chamativa, contudo, é sua disposição de "ir para casa feliz". Esse desprendimento, sincero ou não, ecoa o que os empresários empenhados em tentar apoiar a tal estabilidade de seus ganhos querem ouvir. É precisa muita maldade impopular para consertar a hecatombe que o PT deixou nas contas públicas. Até os amigos de Dilma no PIB, temerários por seus lucros, deram um ultimato, após a presidente ter rasgado o apoio conferido nas últimas semanas ao apresentar um Orçamento deficitário –só para recuar. Como numa corte otomana, a petista se vê acossada por vizires, os famosos "assessores presidenciais". É intriga atrás de intriga, rumo ao oblívio, embaladas não por uma banda militar de janízaros, mas pelos acordes da "Bohemian Rhapsody" associada usualmente a seu grão-vizir. Na hipótese de que Temer não será colhido pelo vendaval, a pergunta é: ele está pronto para assumir seu papel na história ou quer ir "feliz" para casa?
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E agora, Michel?BRASÍLIA - Michel Temer é o proverbial "gentleman", uma ave rara em seu comedimento e gentileza no trato, além de possuir um talento incomum para lidar com catástrofes –vide sua intervenção como secretário de Segurança paulista após o massacre do Carandiru em 1992. Na quinta (3), para uma plateia sedenta de pancada no seu governo, ele foi inconvenientemente sincero, assim como na entrevista nervosa em que decretou a necessidade de um unificador do país. Disse verdades, e ainda assim sob um ponto de vista otimista para o governo. Afirmou que Dilma não se aguenta com a popularidade que tem e que, se for cassado com a chefe pelo TSE, irá para casa "feliz". A senha final anunciando o desembarque do governo, negada de cima abaixo durante a sexta (4), foi dada. O PMDB na figura do vice enfim largou Dilma, ainda que ele, como disse, não vá "mover uma palha" para atrair a acusação de golpista. Mais chamativa, contudo, é sua disposição de "ir para casa feliz". Esse desprendimento, sincero ou não, ecoa o que os empresários empenhados em tentar apoiar a tal estabilidade de seus ganhos querem ouvir. É precisa muita maldade impopular para consertar a hecatombe que o PT deixou nas contas públicas. Até os amigos de Dilma no PIB, temerários por seus lucros, deram um ultimato, após a presidente ter rasgado o apoio conferido nas últimas semanas ao apresentar um Orçamento deficitário –só para recuar. Como numa corte otomana, a petista se vê acossada por vizires, os famosos "assessores presidenciais". É intriga atrás de intriga, rumo ao oblívio, embaladas não por uma banda militar de janízaros, mas pelos acordes da "Bohemian Rhapsody" associada usualmente a seu grão-vizir. Na hipótese de que Temer não será colhido pelo vendaval, a pergunta é: ele está pronto para assumir seu papel na história ou quer ir "feliz" para casa?
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Carne Doce, Céu e Baleia se apresentam nesta semana na cidade
DE SÃO PAULO Confira shows e concertos que ocorrem nesta semana em São Paulo —há opções como Carne Doce, Céu e Baleia. Na ala da música erudita, há opções como o conjunto francês de música de câmara, Octour de Frances, e a Orquestra Theatro São Pedro. AEROMOÇAS E TENISTAS RUSSAS A banda instrumental divide o palco com a rapper Tássia Reis. No repertório, músicas da cantora, que tem como referências o acid jazz, o neo soul e o R&B, unem-se a faixas do trabalho mais recente do grupo paulista, "Positrônico". É o caso de "Uhura", que receberá os vocais de Tássia. Sesc Bom Retiro - pça. de convivência. Al. Nothmann, 185, Campos Elíseos, tel. 3332-3600. Qua. (27): 21h. 60 min. Livre. Estac. (R$ 4,50 e R$ 10 a 1ª h). GRÁTIS BALEIA Formada em 2011, a banda apresenta repertório de seu segundo disco, "Atlas". O conjunto, que começou fazendo covers jazzísticos de músicas pop, como canções de Justin Timberlake, agora flerta com o rock -além do próprio jazz e do pop. Sesc Belenzinho. R. Pe. Adelino, 1.000, Quarta Parada, tel. 2076-9700. 500 pessoas. Sáb. (30): 21h30. 90 min. 18 anos. Ingr.: R$ 7,50 a R$ 25. Estac. (R$ 4,50 e R$ 10 a 1ª h; shows e espetáculos: R$ 5,50 e R$ 11). Ingr. p/ sescsp.org.br. CARNE DOCE Expoente da nova cena goiana, o grupo liderado pela cantora Salma Jô explora temas como sexo e vida urbana em sonoridade marcada por guitarras e sintetizadores. Destaque para as faixas "Sertão Urbano", "Benzin" e "Fruta Elétrica". O show integra a série Prata da Casa, que busca dar visibilidade a novos artistas do atual cenário da música brasileira. Sesc Pompeia - comedoria. R. Clélia, 93, Água Branca, região oeste, tel. 3871-7700. 800 pessoas. Ter. (26): 21h. 90 min. 18 anos. Retirar ingr. uma hora antes. GRÁTIS CÉU Batidas eletrônicas foram incorporadas às influências latinas da cantora em seu novo disco, "Tropix", quarto da carreira -ela leva na bagagem os CDs "Céu" (2005), "Vagarosa" (2009) e "Caravana Sereia Bloom" (2012). Sesc Pompeia. R. Clélia, 93, Água Branca, tel. 3871-7700. 800 pessoas. Qui. (28) Sex. (29) e sáb. (30) : 21h30. 90 min. 18 anos. Ingr.: R$ 9 a R$ 30. Ingr. p/ sescsp.org.br. DIONNE WARWICK Ganhadora de cinco prêmios Grammy, a cantora de pop já soma mais de 100 milhões de discos vendidos. No show, ela revê marcos de sua trajetória, a exemplo de "I Say a Little Prayer". Isabela Taviani, que contou com a participação da norte-americana em seu CD, sobe ao palco para cantar em dueto o tema "Close To You". Citibank Hall. Av. das Nações Unidas, 17.955, Vila Almeida, tel. 4003-5588. 7.000 pessoas. Qui. (28): 22h. 90 min. 18 anos. Ingr.: R$ 120 a R$ 400 (estudantes: R$ 60 a R$ 200). Estac. (R$ 50). Ingr. p/ ticketsforfun.com.br. * CONCERTOS A MÚSICA DO RENASCIMENTO O grupo Il Dolce Ballo mostra músicas renascentistas, desde o final do século 14 até o início do século 17. No programa constam autores como J. Dowland, além de peças de cancioneiros ibéricos. Paróquia de Sant'Ana. R. Voluntários da Pátria, 2.060, Santana, tel. 2971-8700. Dom.: 16h. 60 min. Livre. GRÁTIS NOITE MUSICAL Uma mesma noite reúne três apresentações musicais camerísticas gratuitas e abertas ao público. Para abrir o evento, Thiago Correia executa "Concerto Para Contrabaixo, Op. 3", de Koussevitzky. Ele é seguido por Diego Brito, na flauta, e Giselle Sanches, no fagote, que interpretam obras de Astor Piazzolla e de Joseph Fiala, entre outros. Para encerrar, o Quinteto de Sopros do Instituto Baccarelli toca peças de Ronaldo Miranda e de Heitor Villa-Lobos. Instituto Baccarelli - sala de ensaio 2 - 3º andar. Estr. das Lágrimas, 2.317, Ipiranga, região sul, tel. 3506-4646. 100 lugares. Qui.: 19h30. 60 min. Livre. GRÁTIS OCTOUR DE FRANCE O grupo francês de música de câmara faz única apresentação em São Paulo. Constam no repertório as peças "Très Lent" e "Allegro Moderato", de Maurice Ravel, e "Allegro", "Larghetto" e "Menuetto", de Mozart, entre outras. Aliança Francesa (Vila Buarque) - teatro. R. Gen. Jardim, 182, Vila Buarque, tel. 3017-5699. 226 lugares. Ter.: 20h. 70 min. Livre. Retirar ingr. 30 min. antes. Estac. (R$ 15, em frente ao teatro - convênio). GRÁTIS ORQUESTRA THEATRO SÃO PEDRO Capitaneada por Luiz Fernando Malheiro, a orquestra é acompanhada dos solistas Camila Titinger, Elisa Machado, Silviane Bellato, Mere Oliveira, Marcello Vannucci, Rodolfo Giugliani e Gustavo Lassen -vencedores de edições anteriores do Concurso Brasileiro de Canto Maria Callas. Constam na pauta grandes títulos de óperas de Carlos Gomes (1836-1896), a exemplo de "Maria Tudor" e "Condor". Theatro São Pedro. R. Dr. Albuquerque Lins, 207, Santa Cecília, região central, tel. 3667-0499. 636 lugares. Dom.: 17h. 90 min. 8 anos. Valet (R$ 25). GRÁTIS SINFONIA SERESTEIRA Para resgatar a tradição da seresta em São Paulo e celebrar a cultura popular, o concerto "Sinfonia Seresteira" reúne o Quinteto Bachiana -formado por integrantes da Orquestra Bachiana Filarmônica SESI-SP- e o quarteto vocal Trovadores Urbanos. Os conjuntos mesclam a música erudita e a popular, em evento que termina com um cortejo pelo largo da Batata. Lgo. da Batata. Av. Brig. Faria Lima esq. c/ r. Teodoro Sampaio, Pinheiros, tel. 2295-0100. Dom.: (24): 17h. 60 min. Livre. GRÁTIS YAQIN ENSEMBLE Com instrumentos do Oriente Médio -como o "oud" e o "derbak"-, o violoncelo barroco e a rabeca brasileira, o conjunto de música étnica e oriental resgata tradições musicais da região. O grupo executa canções autorais e faixas de domínio público. Tom Jobim EMESP - auditório Zequinha de Abreu. Lgo. Gen. Osório, 147, Campos Elíseos, região central, tel. 3585-9888. 80 lugares. Qui.: 19h. 90 min. Livre. GRÁTIS
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Carne Doce, Céu e Baleia se apresentam nesta semana na cidadeDE SÃO PAULO Confira shows e concertos que ocorrem nesta semana em São Paulo —há opções como Carne Doce, Céu e Baleia. Na ala da música erudita, há opções como o conjunto francês de música de câmara, Octour de Frances, e a Orquestra Theatro São Pedro. AEROMOÇAS E TENISTAS RUSSAS A banda instrumental divide o palco com a rapper Tássia Reis. No repertório, músicas da cantora, que tem como referências o acid jazz, o neo soul e o R&B, unem-se a faixas do trabalho mais recente do grupo paulista, "Positrônico". É o caso de "Uhura", que receberá os vocais de Tássia. Sesc Bom Retiro - pça. de convivência. Al. Nothmann, 185, Campos Elíseos, tel. 3332-3600. Qua. (27): 21h. 60 min. Livre. Estac. (R$ 4,50 e R$ 10 a 1ª h). GRÁTIS BALEIA Formada em 2011, a banda apresenta repertório de seu segundo disco, "Atlas". O conjunto, que começou fazendo covers jazzísticos de músicas pop, como canções de Justin Timberlake, agora flerta com o rock -além do próprio jazz e do pop. Sesc Belenzinho. R. Pe. Adelino, 1.000, Quarta Parada, tel. 2076-9700. 500 pessoas. Sáb. (30): 21h30. 90 min. 18 anos. Ingr.: R$ 7,50 a R$ 25. Estac. (R$ 4,50 e R$ 10 a 1ª h; shows e espetáculos: R$ 5,50 e R$ 11). Ingr. p/ sescsp.org.br. CARNE DOCE Expoente da nova cena goiana, o grupo liderado pela cantora Salma Jô explora temas como sexo e vida urbana em sonoridade marcada por guitarras e sintetizadores. Destaque para as faixas "Sertão Urbano", "Benzin" e "Fruta Elétrica". O show integra a série Prata da Casa, que busca dar visibilidade a novos artistas do atual cenário da música brasileira. Sesc Pompeia - comedoria. R. Clélia, 93, Água Branca, região oeste, tel. 3871-7700. 800 pessoas. Ter. (26): 21h. 90 min. 18 anos. Retirar ingr. uma hora antes. GRÁTIS CÉU Batidas eletrônicas foram incorporadas às influências latinas da cantora em seu novo disco, "Tropix", quarto da carreira -ela leva na bagagem os CDs "Céu" (2005), "Vagarosa" (2009) e "Caravana Sereia Bloom" (2012). Sesc Pompeia. R. Clélia, 93, Água Branca, tel. 3871-7700. 800 pessoas. Qui. (28) Sex. (29) e sáb. (30) : 21h30. 90 min. 18 anos. Ingr.: R$ 9 a R$ 30. Ingr. p/ sescsp.org.br. DIONNE WARWICK Ganhadora de cinco prêmios Grammy, a cantora de pop já soma mais de 100 milhões de discos vendidos. No show, ela revê marcos de sua trajetória, a exemplo de "I Say a Little Prayer". Isabela Taviani, que contou com a participação da norte-americana em seu CD, sobe ao palco para cantar em dueto o tema "Close To You". Citibank Hall. Av. das Nações Unidas, 17.955, Vila Almeida, tel. 4003-5588. 7.000 pessoas. Qui. (28): 22h. 90 min. 18 anos. Ingr.: R$ 120 a R$ 400 (estudantes: R$ 60 a R$ 200). Estac. (R$ 50). Ingr. p/ ticketsforfun.com.br. * CONCERTOS A MÚSICA DO RENASCIMENTO O grupo Il Dolce Ballo mostra músicas renascentistas, desde o final do século 14 até o início do século 17. No programa constam autores como J. Dowland, além de peças de cancioneiros ibéricos. Paróquia de Sant'Ana. R. Voluntários da Pátria, 2.060, Santana, tel. 2971-8700. Dom.: 16h. 60 min. Livre. GRÁTIS NOITE MUSICAL Uma mesma noite reúne três apresentações musicais camerísticas gratuitas e abertas ao público. Para abrir o evento, Thiago Correia executa "Concerto Para Contrabaixo, Op. 3", de Koussevitzky. Ele é seguido por Diego Brito, na flauta, e Giselle Sanches, no fagote, que interpretam obras de Astor Piazzolla e de Joseph Fiala, entre outros. Para encerrar, o Quinteto de Sopros do Instituto Baccarelli toca peças de Ronaldo Miranda e de Heitor Villa-Lobos. Instituto Baccarelli - sala de ensaio 2 - 3º andar. Estr. das Lágrimas, 2.317, Ipiranga, região sul, tel. 3506-4646. 100 lugares. Qui.: 19h30. 60 min. Livre. GRÁTIS OCTOUR DE FRANCE O grupo francês de música de câmara faz única apresentação em São Paulo. Constam no repertório as peças "Très Lent" e "Allegro Moderato", de Maurice Ravel, e "Allegro", "Larghetto" e "Menuetto", de Mozart, entre outras. Aliança Francesa (Vila Buarque) - teatro. R. Gen. Jardim, 182, Vila Buarque, tel. 3017-5699. 226 lugares. Ter.: 20h. 70 min. Livre. Retirar ingr. 30 min. antes. Estac. (R$ 15, em frente ao teatro - convênio). GRÁTIS ORQUESTRA THEATRO SÃO PEDRO Capitaneada por Luiz Fernando Malheiro, a orquestra é acompanhada dos solistas Camila Titinger, Elisa Machado, Silviane Bellato, Mere Oliveira, Marcello Vannucci, Rodolfo Giugliani e Gustavo Lassen -vencedores de edições anteriores do Concurso Brasileiro de Canto Maria Callas. Constam na pauta grandes títulos de óperas de Carlos Gomes (1836-1896), a exemplo de "Maria Tudor" e "Condor". Theatro São Pedro. R. Dr. Albuquerque Lins, 207, Santa Cecília, região central, tel. 3667-0499. 636 lugares. Dom.: 17h. 90 min. 8 anos. Valet (R$ 25). GRÁTIS SINFONIA SERESTEIRA Para resgatar a tradição da seresta em São Paulo e celebrar a cultura popular, o concerto "Sinfonia Seresteira" reúne o Quinteto Bachiana -formado por integrantes da Orquestra Bachiana Filarmônica SESI-SP- e o quarteto vocal Trovadores Urbanos. Os conjuntos mesclam a música erudita e a popular, em evento que termina com um cortejo pelo largo da Batata. Lgo. da Batata. Av. Brig. Faria Lima esq. c/ r. Teodoro Sampaio, Pinheiros, tel. 2295-0100. Dom.: (24): 17h. 60 min. Livre. GRÁTIS YAQIN ENSEMBLE Com instrumentos do Oriente Médio -como o "oud" e o "derbak"-, o violoncelo barroco e a rabeca brasileira, o conjunto de música étnica e oriental resgata tradições musicais da região. O grupo executa canções autorais e faixas de domínio público. Tom Jobim EMESP - auditório Zequinha de Abreu. Lgo. Gen. Osório, 147, Campos Elíseos, região central, tel. 3585-9888. 80 lugares. Qui.: 19h. 90 min. Livre. GRÁTIS
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'Judaísmo ortodoxo não prega a violência', diz leitor sobre ataques
Um leitor atribuiu como obstáculo à paz entre Israel e seus vizinhos o fato de o Estado judeu ser refém de fanáticos religiosos. É uma ideia falsa. O judaísmo ortodoxo não prega a violência. Não há justificativa moral ou religiosa para atos como o ocorrido na parada gay, cujo autor é reincidente, está preso e será julgado. Já o atentado que vitimou o bebê foi classificado por Israel como um ato terrorista e seus autores, provavelmente judeus, estão sendo caçados e serão punidos. O real obstáculo à paz é o não reconhecimento ao direito de existência de Israel pelos países árabes. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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'Judaísmo ortodoxo não prega a violência', diz leitor sobre ataquesUm leitor atribuiu como obstáculo à paz entre Israel e seus vizinhos o fato de o Estado judeu ser refém de fanáticos religiosos. É uma ideia falsa. O judaísmo ortodoxo não prega a violência. Não há justificativa moral ou religiosa para atos como o ocorrido na parada gay, cujo autor é reincidente, está preso e será julgado. Já o atentado que vitimou o bebê foi classificado por Israel como um ato terrorista e seus autores, provavelmente judeus, estão sendo caçados e serão punidos. O real obstáculo à paz é o não reconhecimento ao direito de existência de Israel pelos países árabes. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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PIB da zona do euro no 2º tri é revisto para cima com alta maior na Itália
A economia da zona do euro cresceu mais rapidamente do que o esperado no segundo trimestre, segundo dados divulgados nesta terça-feira (8), principalmente devido ao crescimento mais rápido na Itália e na Grécia. A Eurostat, agência de estatísticas da União Europeia, informou que o Produto Interno Bruto (PIB) nos 19 países que compartilham o euro cresceu 0,4% na comparação trimestral no período de abril a junho, para uma alta de 1,5% na base anual. Isto representou uma revisão dos números divulgados anteriormente de uma alta trimestral de 0,3% e um avanço de 1,2% na comparação anual. Economistas consultados pela Reuters esperavam que os números iniciais informados pela Eurostat permanecessem inalterados. Os números da zona do euro também foram revisados para o primeiro trimestre com um crescimento de 0,5% na comparação trimestral, em vez da alta de 0,4% informada antes. Ante o ano anterior, o crescimento no primeiro trimestre foi revisado para 1,2% ante 1,0%. A revisão deveu-se principalmente a dados acima do esperado na Itália, terceira maior economia da zona do euro. Embora ainda esteja crescendo a um ritmo mais lento do que a média da zona do euro, a economia italiana teve expansão de 0,3% no período de abril a junho ante o trimestre anterior, e de 0,7% ante igual período do ano passado. As previsões anteriores eram de alta de 0,2% no trimestre sobre o anterior e de 0,5% na comparação com o mesmo período de 2014. A Eurostat também revisou para cima os números da economia grega, para um crescimento de 0,9% ante 0,8% na comparação trimestral, e de 1,6% na base anual em vez da estimativa anterior de 1,4%.
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PIB da zona do euro no 2º tri é revisto para cima com alta maior na ItáliaA economia da zona do euro cresceu mais rapidamente do que o esperado no segundo trimestre, segundo dados divulgados nesta terça-feira (8), principalmente devido ao crescimento mais rápido na Itália e na Grécia. A Eurostat, agência de estatísticas da União Europeia, informou que o Produto Interno Bruto (PIB) nos 19 países que compartilham o euro cresceu 0,4% na comparação trimestral no período de abril a junho, para uma alta de 1,5% na base anual. Isto representou uma revisão dos números divulgados anteriormente de uma alta trimestral de 0,3% e um avanço de 1,2% na comparação anual. Economistas consultados pela Reuters esperavam que os números iniciais informados pela Eurostat permanecessem inalterados. Os números da zona do euro também foram revisados para o primeiro trimestre com um crescimento de 0,5% na comparação trimestral, em vez da alta de 0,4% informada antes. Ante o ano anterior, o crescimento no primeiro trimestre foi revisado para 1,2% ante 1,0%. A revisão deveu-se principalmente a dados acima do esperado na Itália, terceira maior economia da zona do euro. Embora ainda esteja crescendo a um ritmo mais lento do que a média da zona do euro, a economia italiana teve expansão de 0,3% no período de abril a junho ante o trimestre anterior, e de 0,7% ante igual período do ano passado. As previsões anteriores eram de alta de 0,2% no trimestre sobre o anterior e de 0,5% na comparação com o mesmo período de 2014. A Eurostat também revisou para cima os números da economia grega, para um crescimento de 0,9% ante 0,8% na comparação trimestral, e de 1,6% na base anual em vez da estimativa anterior de 1,4%.
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Venezuela cobiça área com petróleo na Guiana; conheça outras disputas territoriais na América Latina
O descoberta de jazidas de petróleo na região de Essequibo, na Guiana, fez com que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ressuscitasse a demanda contra o país vizinho. A fronteira atual entre os dois países foi traçada em 1899, em acordo entre a Venezuela e o Reino Unido. Os limites foram referendados no Tratado de Genebra, em 1966, mas nunca aceitos por Caracas. Maduro não foi o único presidente latino-americano a querer colocar em pauta conflitos territoriais. Cristina Kirchner deu impulso à reivindicação argentina pelas ilhas Malvinas e Evo Morales, pela saída ao mar à Bolívia. Outras disputas, porém, continuam adormecidas. Dentre elas, quatro envolvendo o Brasil –duas com o Uruguai, uma com o Paraguai e outra com a Bolívia. Veja alguns exemplos abaixo: * A disputa entre argentinos e britânicos provocou a última guerra da América do Sul, em 1982. No meio da última ditadura militar, a Argentina invadiu o arquipélago, dominado por Londres desde o século 19. Após dois meses de batalha e mais de 900 mortes, o conflito foi vencido pelos britânicos. Desde então, o retorno do território das Malvinas é uma reivindicação constante dos governos argentinos. Depois de reclamações tímidas no período entre Raúl Alfonsín e Néstor Kirchner, Cristina Kirchner usou o tema em diversas ocasiões. A primeira foi em 2010, reclamando da prospecção de petróleo feita pelos britânicos. Dois anos depois, tentou abrir uma ação na ONU (Organização das Nações Unidas) para resolver a diferença. Ela ainda pediu a intercessão do papa Francisco e comparou a situação aos chamados fundos abutres. A pressão, no entanto, foi inútil. Em 2013, 98% dos moradores das Malvinas decidiram em referendo permanecer no Reino Unido. O resultado não foi reconhecido na Argentina. O país perdeu a saída ao mar ao ser derrotado pelo Chile a Guerra do Pacífico (1879-1883). Apesar de não ter costa há 135 anos, os bolivianos têm Marinha, dia do Mar (23 de março) e representam o litoral em seu escudo. A centenária reclamação de acesso da Bolívia ao oceano Pacífico foi retomada com força por Evo Morales. Em 2013, o presidente abriu um processo contra Santiago no Tribunal Internacional de Justiça, em Haia. Assim como Cristina, Evo pediu também a mediação do papa Francisco para a disputa. O pontífice argentino, que visitou La Paz em julho, têm simpatia pela causa e a defendeu em missa em território boliviano. O presidente chegou a citar dois chilenos —o ex-presidente Salvador Allende e o ex-secretário-geral da OEA José Miguel Insulza— como apoiadores da medida. Santiago, porém, não pretende abrir mão do território. Além da soberania política, a explicação é econômica. A atual região de Antofagasta é a principal área de mineração de cobre. O metal é a maior fonte de renda do país ou, como diria Allende, o salário do Chile. Outro derrotado na Guerra do Pacífico, o Peru perdeu a província de Tarapacá (as atuais regiões chilenas de Arica e Tarapacá). A fronteira terrestre foi definida em acordos, mas houve controvérsias com os limites marítimos. Na década de 1980, o Peru reclamou pela primeira vez sobre as águas territoriais. Na interpretação do país, o limite era linha equidistante a 200 milhas náuticas da fronteira. Para os chilenos, a mesma linha era paralela. A questão foi resolvida em 2014 pelo Tribunal Internacional de Justiça. Agora, a linha segue em paralelo à fronteira até o limite de 80 milhas náuticas. Deste ponto até 200 milhas, o limite continua de forma equidistante. Um dos principais destinos turísticos colombianos, San Andrés e Providencia ficam em frente à Nicarágua e foram da capitania que deu origem ao país centro-americano, motivos pelo quais ocorreu a disputa. Em 2001, o governo nicaraguense abriu uma ação no tribunal de Haia. Pela decisão, divulgada em 2012, a Colômbia mantinha soberania sobre as ilhas, mas precisaria ceder 75 mil km² de território. A sentença não foi aceita por nenhuma das duas partes. No ano seguinte, o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, abriu uma nova ação para marcar os limites marítimos. Na mesma época em que entrou com processo contra a Colômbia pelos limites marítimos, Daniel Ortega ameaçou tirar da vizinha Costa Rica outro destino turístico: a província de Guanacaste. A região de belas praias de frente para o oceano Pacífico pertencia à chamada província de Nicoya que, após a partilha da América Central no fim do domínio espanhol, ficou nas mãos da Nicarágua. Depois de uma guerra civil, os moradores de Guanacaste decidiram se integrar à Costa Rica. O governo costa-riquenho chamou a ação de Ortega de "uma bravata". A reclamação não avançou depois. Os 5.308 km de fronteiras entre Argentina e Chile foram definidos em diversos tratados, embora não tenham impedido conflitos. Em 1978, os dois países quase entraram em guerra por causa da divisão do canal de Beagle. Um ponto do território, no entanto, ficou em aberto: os Campos de Gelo do Sul, entre os montes Fitz-Roy e Daudet. Em 1998, os dois países definiram manter pendente a demarcação do território. A quantidade de água acumulada nas geleiras da região, no entanto, poderá ser motivo de guerras futuras entre os dois países. Na colônia, a região de Tumbes e as províncias de Jaén e Maynas estavam no vice-reinado de Nova Granada, que veio a dar origem, dentre outros países, ao Equador. Na independência, porém, elas passaram a ser do Peru. Para os equatorianos, as tropas do general San Martín invadiram a região e forçaram os locais a se aliarem a Lima. Já os peruanos consideram que as regiões ficaram sob sua soberania pela livre determinação dos povos. Desde então, os dois países se enfrentaram em cinco guerras —1828, 1858, 1941, 1981 e 1995. A última, provocada por um confronto no rio Cenepa, durou 50 dias e terminou com a morte de cerca de 500 soldados, segundo ONGs. Com mediação de Argentina, Brasil e Chile, os dois países assinaram um cessar-fogo e se comprometeram a cumprir o definido no Protocolo do Rio de Janeiro, de 1942, que determina os limites atuais de fronteira. Os dois países disputam parte da plataforma continental do chamado golfo da Venezuela, área com grandes reservas de petróleo. A divisão marítima na região não foi traçada no tratado de 1941 que definiu os limites terrestres. Em 1975, os países tentaram fazer uso conjunto das reservas, mas a iniciativa foi derrubada pela Venezuela. Para os venezuelanos, cresceu a proposta de costa seca —a Colômbia teria direito ao território, mas sem acesso ao mar. Doze anos depois, a corveta Caldas, da Colômbia, entrou em águas consideradas próprias pela Venezuela. Isso forçou uma forte mobilização das Forças Armadas para dissuadir as pretensões colombianas. Devido à crise, Bogotá e Caracas assinaram em 1990 um tratado de não agressão e de negociação para encerrar as diferenças. O diálogo, desde então, está congelado. Em 2008, a Folha publicou que o presidente Fernando Lugo, ainda em campanha, desejava rediscutir com o Brasil o Tratado de Itaipu, que definiu o limite dos dois países após a construção da usina hidrelétrica binacional. A intenção era recuperar um trecho de 1.356 hectares do lago de Itaipu entre as cidades de Mundo Novo (PR) e Salto de Guairá, no Paraguai. A reclamação não avançou com Lugo nem com seus sucessores. A ilha de 2,58 km² no rio Mamoré fica no meio entre as cidades de Guajará-Mirim (RO) e Guayaramerin, na Bolívia. Os dois países fizeram um tratado em 1968 adiando a definição da territorialidade. A disputa nunca foi retomada. Outras duas disputas adormecidas do Brasil são em relação a duas áreas na fronteira com o Uruguai. A vila Albornoz é um território que tem mais relação com Rivera que com Santana do Livramento, município a que pertence. O outro é a pequena ilha Brasileira, de 2 km², na tríplice fronteira com o Uruguai e a Argentina. Ambos os territórios são reclamados pelo Uruguai desde o século 19, mas sem intensidade.
asmais
Venezuela cobiça área com petróleo na Guiana; conheça outras disputas territoriais na América LatinaO descoberta de jazidas de petróleo na região de Essequibo, na Guiana, fez com que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ressuscitasse a demanda contra o país vizinho. A fronteira atual entre os dois países foi traçada em 1899, em acordo entre a Venezuela e o Reino Unido. Os limites foram referendados no Tratado de Genebra, em 1966, mas nunca aceitos por Caracas. Maduro não foi o único presidente latino-americano a querer colocar em pauta conflitos territoriais. Cristina Kirchner deu impulso à reivindicação argentina pelas ilhas Malvinas e Evo Morales, pela saída ao mar à Bolívia. Outras disputas, porém, continuam adormecidas. Dentre elas, quatro envolvendo o Brasil –duas com o Uruguai, uma com o Paraguai e outra com a Bolívia. Veja alguns exemplos abaixo: * A disputa entre argentinos e britânicos provocou a última guerra da América do Sul, em 1982. No meio da última ditadura militar, a Argentina invadiu o arquipélago, dominado por Londres desde o século 19. Após dois meses de batalha e mais de 900 mortes, o conflito foi vencido pelos britânicos. Desde então, o retorno do território das Malvinas é uma reivindicação constante dos governos argentinos. Depois de reclamações tímidas no período entre Raúl Alfonsín e Néstor Kirchner, Cristina Kirchner usou o tema em diversas ocasiões. A primeira foi em 2010, reclamando da prospecção de petróleo feita pelos britânicos. Dois anos depois, tentou abrir uma ação na ONU (Organização das Nações Unidas) para resolver a diferença. Ela ainda pediu a intercessão do papa Francisco e comparou a situação aos chamados fundos abutres. A pressão, no entanto, foi inútil. Em 2013, 98% dos moradores das Malvinas decidiram em referendo permanecer no Reino Unido. O resultado não foi reconhecido na Argentina. O país perdeu a saída ao mar ao ser derrotado pelo Chile a Guerra do Pacífico (1879-1883). Apesar de não ter costa há 135 anos, os bolivianos têm Marinha, dia do Mar (23 de março) e representam o litoral em seu escudo. A centenária reclamação de acesso da Bolívia ao oceano Pacífico foi retomada com força por Evo Morales. Em 2013, o presidente abriu um processo contra Santiago no Tribunal Internacional de Justiça, em Haia. Assim como Cristina, Evo pediu também a mediação do papa Francisco para a disputa. O pontífice argentino, que visitou La Paz em julho, têm simpatia pela causa e a defendeu em missa em território boliviano. O presidente chegou a citar dois chilenos —o ex-presidente Salvador Allende e o ex-secretário-geral da OEA José Miguel Insulza— como apoiadores da medida. Santiago, porém, não pretende abrir mão do território. Além da soberania política, a explicação é econômica. A atual região de Antofagasta é a principal área de mineração de cobre. O metal é a maior fonte de renda do país ou, como diria Allende, o salário do Chile. Outro derrotado na Guerra do Pacífico, o Peru perdeu a província de Tarapacá (as atuais regiões chilenas de Arica e Tarapacá). A fronteira terrestre foi definida em acordos, mas houve controvérsias com os limites marítimos. Na década de 1980, o Peru reclamou pela primeira vez sobre as águas territoriais. Na interpretação do país, o limite era linha equidistante a 200 milhas náuticas da fronteira. Para os chilenos, a mesma linha era paralela. A questão foi resolvida em 2014 pelo Tribunal Internacional de Justiça. Agora, a linha segue em paralelo à fronteira até o limite de 80 milhas náuticas. Deste ponto até 200 milhas, o limite continua de forma equidistante. Um dos principais destinos turísticos colombianos, San Andrés e Providencia ficam em frente à Nicarágua e foram da capitania que deu origem ao país centro-americano, motivos pelo quais ocorreu a disputa. Em 2001, o governo nicaraguense abriu uma ação no tribunal de Haia. Pela decisão, divulgada em 2012, a Colômbia mantinha soberania sobre as ilhas, mas precisaria ceder 75 mil km² de território. A sentença não foi aceita por nenhuma das duas partes. No ano seguinte, o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, abriu uma nova ação para marcar os limites marítimos. Na mesma época em que entrou com processo contra a Colômbia pelos limites marítimos, Daniel Ortega ameaçou tirar da vizinha Costa Rica outro destino turístico: a província de Guanacaste. A região de belas praias de frente para o oceano Pacífico pertencia à chamada província de Nicoya que, após a partilha da América Central no fim do domínio espanhol, ficou nas mãos da Nicarágua. Depois de uma guerra civil, os moradores de Guanacaste decidiram se integrar à Costa Rica. O governo costa-riquenho chamou a ação de Ortega de "uma bravata". A reclamação não avançou depois. Os 5.308 km de fronteiras entre Argentina e Chile foram definidos em diversos tratados, embora não tenham impedido conflitos. Em 1978, os dois países quase entraram em guerra por causa da divisão do canal de Beagle. Um ponto do território, no entanto, ficou em aberto: os Campos de Gelo do Sul, entre os montes Fitz-Roy e Daudet. Em 1998, os dois países definiram manter pendente a demarcação do território. A quantidade de água acumulada nas geleiras da região, no entanto, poderá ser motivo de guerras futuras entre os dois países. Na colônia, a região de Tumbes e as províncias de Jaén e Maynas estavam no vice-reinado de Nova Granada, que veio a dar origem, dentre outros países, ao Equador. Na independência, porém, elas passaram a ser do Peru. Para os equatorianos, as tropas do general San Martín invadiram a região e forçaram os locais a se aliarem a Lima. Já os peruanos consideram que as regiões ficaram sob sua soberania pela livre determinação dos povos. Desde então, os dois países se enfrentaram em cinco guerras —1828, 1858, 1941, 1981 e 1995. A última, provocada por um confronto no rio Cenepa, durou 50 dias e terminou com a morte de cerca de 500 soldados, segundo ONGs. Com mediação de Argentina, Brasil e Chile, os dois países assinaram um cessar-fogo e se comprometeram a cumprir o definido no Protocolo do Rio de Janeiro, de 1942, que determina os limites atuais de fronteira. Os dois países disputam parte da plataforma continental do chamado golfo da Venezuela, área com grandes reservas de petróleo. A divisão marítima na região não foi traçada no tratado de 1941 que definiu os limites terrestres. Em 1975, os países tentaram fazer uso conjunto das reservas, mas a iniciativa foi derrubada pela Venezuela. Para os venezuelanos, cresceu a proposta de costa seca —a Colômbia teria direito ao território, mas sem acesso ao mar. Doze anos depois, a corveta Caldas, da Colômbia, entrou em águas consideradas próprias pela Venezuela. Isso forçou uma forte mobilização das Forças Armadas para dissuadir as pretensões colombianas. Devido à crise, Bogotá e Caracas assinaram em 1990 um tratado de não agressão e de negociação para encerrar as diferenças. O diálogo, desde então, está congelado. Em 2008, a Folha publicou que o presidente Fernando Lugo, ainda em campanha, desejava rediscutir com o Brasil o Tratado de Itaipu, que definiu o limite dos dois países após a construção da usina hidrelétrica binacional. A intenção era recuperar um trecho de 1.356 hectares do lago de Itaipu entre as cidades de Mundo Novo (PR) e Salto de Guairá, no Paraguai. A reclamação não avançou com Lugo nem com seus sucessores. A ilha de 2,58 km² no rio Mamoré fica no meio entre as cidades de Guajará-Mirim (RO) e Guayaramerin, na Bolívia. Os dois países fizeram um tratado em 1968 adiando a definição da territorialidade. A disputa nunca foi retomada. Outras duas disputas adormecidas do Brasil são em relação a duas áreas na fronteira com o Uruguai. A vila Albornoz é um território que tem mais relação com Rivera que com Santana do Livramento, município a que pertence. O outro é a pequena ilha Brasileira, de 2 km², na tríplice fronteira com o Uruguai e a Argentina. Ambos os territórios são reclamados pelo Uruguai desde o século 19, mas sem intensidade.
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A espanholização do nosso futebol
Teme-se, com razão, que ocorra no Brasil, ou já esteja em curso, um processo semelhante ao acontecido na Espanha, cujo futebol passou a ter só dois grandes protagonistas, o Barcelona e o Real Madrid, com pontadas aqui e ali de clubes como o Atlético de Madri ou o Valencia. Basta dizer que neste século o Barça foi campeão espanhol sete vezes, o Real, cinco, o Valencia, duas (mas em 2002 e em 2004), e o Atlético, uma (ufa!, no ano retrasado). Há a preocupação de que o mesmo ocorra por aqui, com a hegemonia de Corinthians e Flamengo. Faz sentido e, bem geridos, os dois campeões de popularidade e audiência podem mesmo livrar distância de seus concorrentes, embora seja obrigatório lembrar que no Brasil existem clubes com massas torcedoras muito maiores do que vemos na Espanha, capazes de, também se bem exploradas, sustentar seus times. Antes de aprofundar o tema, é bom realçar que o argumento não vale para o que está acontecendo no Brasileirão 2015. A diferença do Corinthians para os demais, antes de revelar desnível de receitas, mostra o baixo nível técnico dos 19 outros participantes do campeonato. Peguemos o Campeonato Espanhol da temporada passada. O Barcelona foi campeão com 94 pontos em 38 jogos e apenas dois de vantagem sobre o eterno rival. A seguir veio o Atlético, enormes 16 pontos atrás, com o Valencia em quarto lugar, a 17 do campeão. A fotografia hoje do Brasileirão, faltando ainda duas rodadas para completar as 38, tem o Corinthians com 80 pontos, 14 à frente do Galo, 18 adiante do Grêmio e nada menos que 24 pontos de dianteira sobre São Paulo e Internacional. Nada justifica tamanha desproporção. Porque a maior folha salarial é a do Palmeiras (R$ 11,5 milhões), seguido pelo Cruzeiro (R$ 11 milhões), Inter (R$ 10 milhões) e só depois vem o Corinthians (R$ 9 milhões), como o Galo. O São Paulo tem a sexta maior folha mensal com R$ 8 milhões e o Grêmio sim, apertou os cintos, com a nona folha, de R$ 5,2 milhões. Em bom economês, trata-se de saber gastar, embora seja óbvio que o dinheiro farto possa significar vantagens, basta lembrar do Palmeiras/Parmalat, ou do Corinthians/MSI ou do Fluminense/Unimed, curiosamente, ou não, patrocinadores que desapareceram na poeira da lavagem de dinheiro ou da má gestão. Mas voltemos à distribuição das cotas. Embora nem Corinthians nem Flamengo concordem, assim como Real Madrid e Barcelona, uma divisão mais equânime faria bem à competitividade do Campeonato Brasileiro, com, por exemplo, 50% divididos igualmente entre todos e o restante de acordo com as colocações de cada um, audiência na TV aberta e na paga etc. Porque no que diz respeito ao esporte a máxima que diz ser injusto tratar igualmente os desiguais deve se preocupar em valorizar mais os desiguais por serem menores e não o inverso. Em nome exatamente de permitir que os campeonatos ganhem em emoção, algo imprescindível para lotar os estádios e permitir que todos ganhem, por mais que os donos das maiores massas torcedoras sempre levem vantagem. Uma maneira, enfim, de tornar o capitalismo menos selvagem.
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A espanholização do nosso futebolTeme-se, com razão, que ocorra no Brasil, ou já esteja em curso, um processo semelhante ao acontecido na Espanha, cujo futebol passou a ter só dois grandes protagonistas, o Barcelona e o Real Madrid, com pontadas aqui e ali de clubes como o Atlético de Madri ou o Valencia. Basta dizer que neste século o Barça foi campeão espanhol sete vezes, o Real, cinco, o Valencia, duas (mas em 2002 e em 2004), e o Atlético, uma (ufa!, no ano retrasado). Há a preocupação de que o mesmo ocorra por aqui, com a hegemonia de Corinthians e Flamengo. Faz sentido e, bem geridos, os dois campeões de popularidade e audiência podem mesmo livrar distância de seus concorrentes, embora seja obrigatório lembrar que no Brasil existem clubes com massas torcedoras muito maiores do que vemos na Espanha, capazes de, também se bem exploradas, sustentar seus times. Antes de aprofundar o tema, é bom realçar que o argumento não vale para o que está acontecendo no Brasileirão 2015. A diferença do Corinthians para os demais, antes de revelar desnível de receitas, mostra o baixo nível técnico dos 19 outros participantes do campeonato. Peguemos o Campeonato Espanhol da temporada passada. O Barcelona foi campeão com 94 pontos em 38 jogos e apenas dois de vantagem sobre o eterno rival. A seguir veio o Atlético, enormes 16 pontos atrás, com o Valencia em quarto lugar, a 17 do campeão. A fotografia hoje do Brasileirão, faltando ainda duas rodadas para completar as 38, tem o Corinthians com 80 pontos, 14 à frente do Galo, 18 adiante do Grêmio e nada menos que 24 pontos de dianteira sobre São Paulo e Internacional. Nada justifica tamanha desproporção. Porque a maior folha salarial é a do Palmeiras (R$ 11,5 milhões), seguido pelo Cruzeiro (R$ 11 milhões), Inter (R$ 10 milhões) e só depois vem o Corinthians (R$ 9 milhões), como o Galo. O São Paulo tem a sexta maior folha mensal com R$ 8 milhões e o Grêmio sim, apertou os cintos, com a nona folha, de R$ 5,2 milhões. Em bom economês, trata-se de saber gastar, embora seja óbvio que o dinheiro farto possa significar vantagens, basta lembrar do Palmeiras/Parmalat, ou do Corinthians/MSI ou do Fluminense/Unimed, curiosamente, ou não, patrocinadores que desapareceram na poeira da lavagem de dinheiro ou da má gestão. Mas voltemos à distribuição das cotas. Embora nem Corinthians nem Flamengo concordem, assim como Real Madrid e Barcelona, uma divisão mais equânime faria bem à competitividade do Campeonato Brasileiro, com, por exemplo, 50% divididos igualmente entre todos e o restante de acordo com as colocações de cada um, audiência na TV aberta e na paga etc. Porque no que diz respeito ao esporte a máxima que diz ser injusto tratar igualmente os desiguais deve se preocupar em valorizar mais os desiguais por serem menores e não o inverso. Em nome exatamente de permitir que os campeonatos ganhem em emoção, algo imprescindível para lotar os estádios e permitir que todos ganhem, por mais que os donos das maiores massas torcedoras sempre levem vantagem. Uma maneira, enfim, de tornar o capitalismo menos selvagem.
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Distritão, uma proposta perigosa
Não existe bala de prata para consertar o sistema político brasileiro. O recente relatório do deputado Vicente Cândido (PT-SP) apresenta alguns avanços, como o fim das coligações proporcionais, mas outras propostas, como a lista fechada, têm efeitos menos certos. De toda forma, algumas ideias que rondam o meio político são claramente nefastas e só pioram os problemas atuais. Esse é o caso do chamado distritão. Com a medida, as vagas de deputados federais e estaduais serão distribuídas para os candidatos mais votados, independente de seus partidos. Atualmente, as cadeiras dos parlamentares são uma combinação de votos recebidos por candidatos e agremiações. Indo contra os anseios da população, o distritão beneficia os partidos e políticos que já estão no poder. Nesse modelo, o candidato precisa ser competitivo frente todo o eleitorado de seu Estado. Por isso levam vantagem os nomes já conhecidos pela população ou que contam com a máquina pública/partidária para se tornarem populares. Análises com dados de eleições anteriores corroboram essa suspeita. Simulamos um cenário em que os candidatos mais votados são ranqueados, independente do partido. A partir daí, checamos quais novos deputados teriam sido eleitos por essa regra e quais ficariam de fora. Se o distritão já funcionasse nas eleições de 2010 e 2014 para a Câmara dos Deputados, o maior beneficiado seria o PMDB, seguido do PT e PSDB, todos envolvidos nos recentes escândalos de corrupção. Nas assembleias estaduais, a medida também seria extremamente generosa com o PMDB. O partido saltaria de 139 para 160 deputados estaduais eleitos em 2014. No Estado do Rio de Janeiro, a bancada pularia de 15 para 24 deputados, um acréscimo de 60%. Não é surpresa que o modelo seja defendido por Michel Temer e Eduardo Cunha. Além de reforçar as estruturas políticas que estão no poder, o distritão também privilegia as campanhas ricas. Nossas simulações mostram que os 45 deputados federais que seriam eleitos por essa medida, em 2014, tiveram uma média de gasto (R$ 1 milhão) 57% maior que os 45 que ficariam de fora (R$ 673 mil). Ou seja, no distritão quem gasta mais, leva mais. E quem pagaria essa conta? Os cofres públicos? Sim. Uma vez que as doações empresariais foram corretamente proibidas, agora deve-se aumentar o financiamento público de campanha. O fundo de R$ 3,6 bilhões proposto para custear campanhas resulta em um gasto de US$ 5,3 de cada brasileiro. Na Noruega, onde 70% das receitas partidárias são dos cofres públicos, esse valor é de US$ 17. Se considerarmos a diferença de renda per capita em ambos países, o brasileiro médio gastará duas vezes mais que o norueguês. Ora, embora o financiamento público seja desejável, deve ser acompanhado por medidas que tornem as campanhas mais baratas, atenuando assim o impacto sobre os recursos da União. Ao privilegiar o poder econômico e aumentar os incentivos sistêmicos para mais gastos, o distritão vai na direção oposta. É possível fazer muito para melhorar o sistema político brasileiro. Acreditamos que, neste momento, precisamos de regras que permitam a renovação dos quadros políticos e a diminuição do poder econômico nas campanhas. A lógica e os dados demonstram que o distritão não é o caminho. PARTICIPAÇÃO ALESSANDRA MONTEIRO, colaboradora do movimento Acredito, é administradora e consultora na área de políticas públicas DANILO R. LIMOEIRO, colaborador do movimento Acredito, é mestre pela Universidade de Oxford, doutorando em ciência política pelo MIT e autor de "Além das Transferências de Renda" TABATA AMARAL DE PONTES, cofundadora do movimento Acredito, é formada em ciências políticas com curso secundário em astrofísica pela Universidade Harvard (EUA) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamentos contemporâneo.
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Distritão, uma proposta perigosaNão existe bala de prata para consertar o sistema político brasileiro. O recente relatório do deputado Vicente Cândido (PT-SP) apresenta alguns avanços, como o fim das coligações proporcionais, mas outras propostas, como a lista fechada, têm efeitos menos certos. De toda forma, algumas ideias que rondam o meio político são claramente nefastas e só pioram os problemas atuais. Esse é o caso do chamado distritão. Com a medida, as vagas de deputados federais e estaduais serão distribuídas para os candidatos mais votados, independente de seus partidos. Atualmente, as cadeiras dos parlamentares são uma combinação de votos recebidos por candidatos e agremiações. Indo contra os anseios da população, o distritão beneficia os partidos e políticos que já estão no poder. Nesse modelo, o candidato precisa ser competitivo frente todo o eleitorado de seu Estado. Por isso levam vantagem os nomes já conhecidos pela população ou que contam com a máquina pública/partidária para se tornarem populares. Análises com dados de eleições anteriores corroboram essa suspeita. Simulamos um cenário em que os candidatos mais votados são ranqueados, independente do partido. A partir daí, checamos quais novos deputados teriam sido eleitos por essa regra e quais ficariam de fora. Se o distritão já funcionasse nas eleições de 2010 e 2014 para a Câmara dos Deputados, o maior beneficiado seria o PMDB, seguido do PT e PSDB, todos envolvidos nos recentes escândalos de corrupção. Nas assembleias estaduais, a medida também seria extremamente generosa com o PMDB. O partido saltaria de 139 para 160 deputados estaduais eleitos em 2014. No Estado do Rio de Janeiro, a bancada pularia de 15 para 24 deputados, um acréscimo de 60%. Não é surpresa que o modelo seja defendido por Michel Temer e Eduardo Cunha. Além de reforçar as estruturas políticas que estão no poder, o distritão também privilegia as campanhas ricas. Nossas simulações mostram que os 45 deputados federais que seriam eleitos por essa medida, em 2014, tiveram uma média de gasto (R$ 1 milhão) 57% maior que os 45 que ficariam de fora (R$ 673 mil). Ou seja, no distritão quem gasta mais, leva mais. E quem pagaria essa conta? Os cofres públicos? Sim. Uma vez que as doações empresariais foram corretamente proibidas, agora deve-se aumentar o financiamento público de campanha. O fundo de R$ 3,6 bilhões proposto para custear campanhas resulta em um gasto de US$ 5,3 de cada brasileiro. Na Noruega, onde 70% das receitas partidárias são dos cofres públicos, esse valor é de US$ 17. Se considerarmos a diferença de renda per capita em ambos países, o brasileiro médio gastará duas vezes mais que o norueguês. Ora, embora o financiamento público seja desejável, deve ser acompanhado por medidas que tornem as campanhas mais baratas, atenuando assim o impacto sobre os recursos da União. Ao privilegiar o poder econômico e aumentar os incentivos sistêmicos para mais gastos, o distritão vai na direção oposta. É possível fazer muito para melhorar o sistema político brasileiro. Acreditamos que, neste momento, precisamos de regras que permitam a renovação dos quadros políticos e a diminuição do poder econômico nas campanhas. A lógica e os dados demonstram que o distritão não é o caminho. PARTICIPAÇÃO ALESSANDRA MONTEIRO, colaboradora do movimento Acredito, é administradora e consultora na área de políticas públicas DANILO R. LIMOEIRO, colaborador do movimento Acredito, é mestre pela Universidade de Oxford, doutorando em ciência política pelo MIT e autor de "Além das Transferências de Renda" TABATA AMARAL DE PONTES, cofundadora do movimento Acredito, é formada em ciências políticas com curso secundário em astrofísica pela Universidade Harvard (EUA) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamentos contemporâneo.
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Curso de MBA extrapola sala de aula ao estimular contatos profissionais
EVERTON LOPES BATISTA DE SÃO PAULO Assistir às aulas e acompanhar os conteúdos de um MBA é apenas metade do curso. A outra parte vem com a prática do que se aprende e, principalmente, a possibilidade de fazer networking que o ambiente proporciona, dizem especialistas. "O aluno que entrar no MBA pensando apenas em aprender conteúdo do jeito tradicional pode se frustrar", afirma Jeferson Mola, coordenador dos cursos de MBA da área de negócios da Anhembi Morumbi. "O conhecimento é melhor aproveitado com as discussões nas aulas e as experiências de outros alunos", diz. Para Eduardo Endo, diretor acadêmico do MBA na Fiap (Faculdade de Informática e Administração Paulista), o networking é um dos itens essenciais no ecossistema desses cursos. "A maioria das vagas de recolocação no mercado, por exemplo, é preenchida com ajuda da rede de contatos. No MBA estão as pessoas que podem proporcionar isso." "Ao reunir pessoas com objetivos parecidos, o MBA colabora para formar um elo mais forte entre profissionais, mesmo entre aqueles que atuam em áreas diferentes", diz Silvye Ane Massaini, coordenadora de pós-graduação na Faap (Fundação Armando Alvares Penteado). Segundo Massaini, esse elo tem o poder de impulsionar novas realizações. "As oportunidades estão nas pessoas, não nas empresas. Quem tem mais contatos também tem mais poder para encontrar aquilo que procura", diz José Augusto Minarelli, presidente da Lens & Minarelli, empresa que presta assessoria em carreiras. Maria Ester Pires da Cruz, gerente do núcleo de carreiras do Insper, concorda. Para ela, o networking é uma fonte inesgotável de oportunidades, que amplia a visão ao colocar em contato pessoas com pensamentos e habilidades diferentes. "Quando conheço uma pessoa, tenho acesso aos contatos dela. Essas conexões podem ser ativadas em momentos de necessidade", diz João Baptista Brandão, coordenador do MBA em liderança e gestão de pessoas da FGV (Fundação Getulio Vargas). MANUTENÇÃO Mas, para que traga bons resultados, a rede de contatos precisa ser cuidada. "É preciso ter iniciativa para procurar, disponibilidade para ser procurado e não esquecer de manter a interação", lembra Minarelli. Maria Ester Cruz, do Insper, diz que o importante é dar continuidade à relação. "Informe ao colega quando descobrir algo que possa interessá-lo. Chame-o para conversar de vez em quando. O que não pode é lembrar apenas quando precisa de algo." Entenda o MBA * ONDE FAZER MBA EXECUTIVO ONDE Insper DURAÇÃO 24 meses VALOR R$ 58.147,70 (à vista) MBA EM ESTRATÉGIA DE MARKETING ONDE BSP (Business School São Paulo) DURAÇÃO 24 meses VALOR R$ 39.900 (à vista) MBA EM GESTÃO ESTRATÉGICA DE NEGÓCIOS ONDE FIAP DURAÇÃO 360 horas VALOR R$ 27.072,00 (divididos em 24 parcelas) MBA EXECUTIVO INTERNACIONAL ONDE FIA (Fundação Instituto de Administração) DURAÇÃO 18 meses VALOR R$ 59.600,00 (à vista)
sobretudo
Curso de MBA extrapola sala de aula ao estimular contatos profissionais EVERTON LOPES BATISTA DE SÃO PAULO Assistir às aulas e acompanhar os conteúdos de um MBA é apenas metade do curso. A outra parte vem com a prática do que se aprende e, principalmente, a possibilidade de fazer networking que o ambiente proporciona, dizem especialistas. "O aluno que entrar no MBA pensando apenas em aprender conteúdo do jeito tradicional pode se frustrar", afirma Jeferson Mola, coordenador dos cursos de MBA da área de negócios da Anhembi Morumbi. "O conhecimento é melhor aproveitado com as discussões nas aulas e as experiências de outros alunos", diz. Para Eduardo Endo, diretor acadêmico do MBA na Fiap (Faculdade de Informática e Administração Paulista), o networking é um dos itens essenciais no ecossistema desses cursos. "A maioria das vagas de recolocação no mercado, por exemplo, é preenchida com ajuda da rede de contatos. No MBA estão as pessoas que podem proporcionar isso." "Ao reunir pessoas com objetivos parecidos, o MBA colabora para formar um elo mais forte entre profissionais, mesmo entre aqueles que atuam em áreas diferentes", diz Silvye Ane Massaini, coordenadora de pós-graduação na Faap (Fundação Armando Alvares Penteado). Segundo Massaini, esse elo tem o poder de impulsionar novas realizações. "As oportunidades estão nas pessoas, não nas empresas. Quem tem mais contatos também tem mais poder para encontrar aquilo que procura", diz José Augusto Minarelli, presidente da Lens & Minarelli, empresa que presta assessoria em carreiras. Maria Ester Pires da Cruz, gerente do núcleo de carreiras do Insper, concorda. Para ela, o networking é uma fonte inesgotável de oportunidades, que amplia a visão ao colocar em contato pessoas com pensamentos e habilidades diferentes. "Quando conheço uma pessoa, tenho acesso aos contatos dela. Essas conexões podem ser ativadas em momentos de necessidade", diz João Baptista Brandão, coordenador do MBA em liderança e gestão de pessoas da FGV (Fundação Getulio Vargas). MANUTENÇÃO Mas, para que traga bons resultados, a rede de contatos precisa ser cuidada. "É preciso ter iniciativa para procurar, disponibilidade para ser procurado e não esquecer de manter a interação", lembra Minarelli. Maria Ester Cruz, do Insper, diz que o importante é dar continuidade à relação. "Informe ao colega quando descobrir algo que possa interessá-lo. Chame-o para conversar de vez em quando. O que não pode é lembrar apenas quando precisa de algo." Entenda o MBA * ONDE FAZER MBA EXECUTIVO ONDE Insper DURAÇÃO 24 meses VALOR R$ 58.147,70 (à vista) MBA EM ESTRATÉGIA DE MARKETING ONDE BSP (Business School São Paulo) DURAÇÃO 24 meses VALOR R$ 39.900 (à vista) MBA EM GESTÃO ESTRATÉGICA DE NEGÓCIOS ONDE FIAP DURAÇÃO 360 horas VALOR R$ 27.072,00 (divididos em 24 parcelas) MBA EXECUTIVO INTERNACIONAL ONDE FIA (Fundação Instituto de Administração) DURAÇÃO 18 meses VALOR R$ 59.600,00 (à vista)
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Morre Patricio Aylwin, primeiro presidente do Chile pós-Pinochet
Patricio Aylwin, o presidente que conduziu a transição democrática no Chile após a ditadura de Augusto Pinochet (1973-90), morreu em sua casa nesta terça (19), aos 97 anos, após a contínua piora de sua saúde desde dezembro, anunciou a família. Advogado e exímio negociador, o democrata-cristão foi o candidato único da coalizão de esquerda nas primeiras eleições livres no Chile após o regime e derrotou o economista e ex-ministro de Pinochet Hernán Büchi. "O Chile perdeu um grande democrata", afirmou a presidente chilena, Michelle Bachelet, que cancelou uma viagem aos EUA para participar do funeral de Estado, na sexta (22). O governo decretou três dias de luto oficial. Em sua gestão, Aylwin combinou crescimento econômico impulsionado pela abertura comercial ao restabelecimento da democracia, consolidando o Chile como o país mais estável da região. Na Presidência, pediu perdão às famílias das vítimas de uma ditadura militar que deixou mais de 3.000 mortos. "Atrevo-me a assumir a representação da nação para, em seu nome, pedir perdão aos familiares das vítimas", disse em 1991 ao entregar a conclusão da Comissão Nacional da Verdade e Reconciliação. Mas nos quatro anos de seu mandato, Augusto Pinochet continuou no comando do Exército, fazendo valer seu poder e influência e atraindo críticas ao presidente. Apesar da pressão, Aylwin manteve com o ex-ditador uma proximidade que classificou como "uma boa relação humana, mas não amizade nem confiança". Com as vítimas, instaurou uma política que chamou de "justiça na medida do possível".
mundo
Morre Patricio Aylwin, primeiro presidente do Chile pós-PinochetPatricio Aylwin, o presidente que conduziu a transição democrática no Chile após a ditadura de Augusto Pinochet (1973-90), morreu em sua casa nesta terça (19), aos 97 anos, após a contínua piora de sua saúde desde dezembro, anunciou a família. Advogado e exímio negociador, o democrata-cristão foi o candidato único da coalizão de esquerda nas primeiras eleições livres no Chile após o regime e derrotou o economista e ex-ministro de Pinochet Hernán Büchi. "O Chile perdeu um grande democrata", afirmou a presidente chilena, Michelle Bachelet, que cancelou uma viagem aos EUA para participar do funeral de Estado, na sexta (22). O governo decretou três dias de luto oficial. Em sua gestão, Aylwin combinou crescimento econômico impulsionado pela abertura comercial ao restabelecimento da democracia, consolidando o Chile como o país mais estável da região. Na Presidência, pediu perdão às famílias das vítimas de uma ditadura militar que deixou mais de 3.000 mortos. "Atrevo-me a assumir a representação da nação para, em seu nome, pedir perdão aos familiares das vítimas", disse em 1991 ao entregar a conclusão da Comissão Nacional da Verdade e Reconciliação. Mas nos quatro anos de seu mandato, Augusto Pinochet continuou no comando do Exército, fazendo valer seu poder e influência e atraindo críticas ao presidente. Apesar da pressão, Aylwin manteve com o ex-ditador uma proximidade que classificou como "uma boa relação humana, mas não amizade nem confiança". Com as vítimas, instaurou uma política que chamou de "justiça na medida do possível".
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Bahia afeta área rural para favorecer fornecimento de água em cidade
Em uma tentativa de normalizar o fornecimento de água da área urbana da terceira maior cidade da Bahia, a estatal responsável pelo abastecimento no Estado fechou a fonte de captação de caminhões-pipa, deixando comunidades rurais sem água há cerca de uma semana. "Tem local em que não vou há 15 dias. Não podemos pegar água em qualquer lugar, pois nossos veículos são rastreados e só pode ser feita coleta de água em local autorizado", afirma o pipeiro Vicente Teixeira Moreira, 53, que atua em Vitória da Conquista (a 509 km de Salvador). Cerca de 40 mil famílias de 130 comunidades rurais estão sendo prejudicadas. A Embasa alega que o abastecimento no município, com 336 mil habitantes, foi afetado por sucessivas falhas no fornecimento de energia elétrica. Afirma que vai manter fechada a fonte de captação dos caminhões-pipa para evitar um desabastecimento maior da zona urbana. Segundo Moreira, a falta de água é corriqueira. "Tem época que fica de dois a três dias sem cair água, e a gente sem poder trabalhar", afirma. No total, 37 caminhões-pipa (que atuam a serviço do Exército) estão parados. Eles coletavam cerca de 1 milhão de litros de água por dia para levar às comunidades, atendidas pela Operação Carro Pipa –parceria entre os ministérios da Integração Nacional e da Defesa para a distribuição emergencial de água potável a populações rurais atingidas pela seca. Procurado, o Exército informou que "a normalização da Operação Carro Pipa dependerá do retorno do fornecimento de água pela Embasa ou da indicação de um manancial alternativo pela prefeitura municipal". Em Vitória da Conquista, a operação é realizada desde 2007, com interrupções em épocas de chuva. O contrato com os pipeiros é firmado a cada três meses. Procurada, a prefeitura disse que só a Embasa pode resolver o problema. A zona urbana do município também registra problemas no abastecimento de água há pelo menos um ano. Os bairros mais atingidos são os mais novos, como os conjuntos habitacionais do programa federal Minha Casa, Minha Vida. Há casos em que falta água por dois meses, mesmo com o nível das barragens que abastecem a cidade em condições normais –atualmente, elas operam com 70% da capacidade.
cotidiano
Bahia afeta área rural para favorecer fornecimento de água em cidadeEm uma tentativa de normalizar o fornecimento de água da área urbana da terceira maior cidade da Bahia, a estatal responsável pelo abastecimento no Estado fechou a fonte de captação de caminhões-pipa, deixando comunidades rurais sem água há cerca de uma semana. "Tem local em que não vou há 15 dias. Não podemos pegar água em qualquer lugar, pois nossos veículos são rastreados e só pode ser feita coleta de água em local autorizado", afirma o pipeiro Vicente Teixeira Moreira, 53, que atua em Vitória da Conquista (a 509 km de Salvador). Cerca de 40 mil famílias de 130 comunidades rurais estão sendo prejudicadas. A Embasa alega que o abastecimento no município, com 336 mil habitantes, foi afetado por sucessivas falhas no fornecimento de energia elétrica. Afirma que vai manter fechada a fonte de captação dos caminhões-pipa para evitar um desabastecimento maior da zona urbana. Segundo Moreira, a falta de água é corriqueira. "Tem época que fica de dois a três dias sem cair água, e a gente sem poder trabalhar", afirma. No total, 37 caminhões-pipa (que atuam a serviço do Exército) estão parados. Eles coletavam cerca de 1 milhão de litros de água por dia para levar às comunidades, atendidas pela Operação Carro Pipa –parceria entre os ministérios da Integração Nacional e da Defesa para a distribuição emergencial de água potável a populações rurais atingidas pela seca. Procurado, o Exército informou que "a normalização da Operação Carro Pipa dependerá do retorno do fornecimento de água pela Embasa ou da indicação de um manancial alternativo pela prefeitura municipal". Em Vitória da Conquista, a operação é realizada desde 2007, com interrupções em épocas de chuva. O contrato com os pipeiros é firmado a cada três meses. Procurada, a prefeitura disse que só a Embasa pode resolver o problema. A zona urbana do município também registra problemas no abastecimento de água há pelo menos um ano. Os bairros mais atingidos são os mais novos, como os conjuntos habitacionais do programa federal Minha Casa, Minha Vida. Há casos em que falta água por dois meses, mesmo com o nível das barragens que abastecem a cidade em condições normais –atualmente, elas operam com 70% da capacidade.
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Romances de Mário de Andrade ganham versões desiguais
AMAR, VERBO INTRANSITIVO (regular) AUTORES Ivan Jaf e Eloar Guazzelli, baseado no livro de Mário de Andrade EDITORA Ática PREÇO R$ 45,50 (104 págs.) * MACUNAÍMA (muito bom) AUTORES Rodrigo Rosa, baseado no livro de Mário de Andrade EDITORA Ática PREÇO R$ 45,50 (88 págs.) * As obras do escritor Mário de Andrade (1893-1945) entraram em domínio público em 2016. Chegaram nos estertores da sanha editorial pelas adaptações de literatura para quadrinhos, motivada pelas compras do governo federal para bibliotecas públicas. O estímulo federal acabou, e agora espera-se que o gênero das adaptações se sustente pelas próprias pernas. São os dois únicos romances de Andrade, "Amar, Verbo Intransitivo" (1927) e "Macunaíma" (1928), que ressurgem em versão HQ. Tal como são distintos na prosa, ganharam adaptações bastante distintas, de estilo quase antagônico, nos quadrinhos. "Amar, Verbo Intransitivo" centra-se em Elza, jovem alemã contratada para ser governanta e professora dos filhos da abastada família Sousa Costa. Na verdade é um plano do patriarca Felisberto, que quer a iniciação sexual do primogênito, Carlos, com a professora. Criticando os costumes da elite paulista de cem anos atrás com boa dose de irreverência e almejando certo escândalo, o livro faz um estudo íntimo dos personagens principais. O narrador é o próprio Mário de Andrade, que se permite apartes para comentar gramática e sociologia ou fazer gracejos quanto à trama. Andrade também ganha suas páginas –desde a capa, aliás– como personagem na versão em HQ, assinada por Ivan Jaf (roteiro) e Guazzelli (arte). O quadrinho também centra-se em recordatórios e balões de pensamento para encontrar o íntimo de Elza, Felisberto e Carlos. Na fidelidade ao livro, contudo, pesa negativamente a pouca atenção a expressões faciais e linguagem corporal dos personagens. Muitas vezes estáticos por longas sequências, falando ou pensando no linguajar preservado da prosa, decisão que gera seções arrastadas. É como um filme com atores preguiçosos. Por outro lado, nas páginas sem palavras –tal como a de Carlos notando as pernas da professora no jardim – ou no movimento sutil da cena da família no trem, o álbum alcança sua devida expressão como quadrinho. Na contramão do estatismo de "Verbo Intransitivo", "Macunaíma" é ação e movimento. A aventura folclórico-fantasiosa-indígena sobre o herói sem caráter –já adaptada duas vezes para quadrinhos e bem conhecida na versão para cinema– é tratada como tal na adaptação de Rodrigo Rosa, que assina roteiro e arte. Rosa tomou, em primeiro lugar, uma decisão audaz: no traço, Macunaíma vira praticamente um gibi infantojuvenil, cruzando o estilo "narigudo" da franco-belga Escola de Marcinelle –que rendeu Asterix, Smurfs e outros– com as estilizações dos brasileiros Henfil e Canini. O resultado lembra alguma revista que se encontraria em banca no Brasil nos anos 1970. As cores, porém, não são os tons primários dos gibis, mas uma paleta tropical-terrosa inspirada em Tarsila do Amaral. O texto, assim como na versão original em prosa, segue o português do início do século 20, com gírias e termos indígenas dentro de grafia e gramática particulares a Mário de Andrade. Diferente de "Verbo Intransitivo", onde a adaptação pena para tomar o ritmo de HQ, "Macunaíma" é sobretudo uma HQ que se vê invadida pela fábula delirante de Mário de Andrade.
ilustrada
Romances de Mário de Andrade ganham versões desiguaisAMAR, VERBO INTRANSITIVO (regular) AUTORES Ivan Jaf e Eloar Guazzelli, baseado no livro de Mário de Andrade EDITORA Ática PREÇO R$ 45,50 (104 págs.) * MACUNAÍMA (muito bom) AUTORES Rodrigo Rosa, baseado no livro de Mário de Andrade EDITORA Ática PREÇO R$ 45,50 (88 págs.) * As obras do escritor Mário de Andrade (1893-1945) entraram em domínio público em 2016. Chegaram nos estertores da sanha editorial pelas adaptações de literatura para quadrinhos, motivada pelas compras do governo federal para bibliotecas públicas. O estímulo federal acabou, e agora espera-se que o gênero das adaptações se sustente pelas próprias pernas. São os dois únicos romances de Andrade, "Amar, Verbo Intransitivo" (1927) e "Macunaíma" (1928), que ressurgem em versão HQ. Tal como são distintos na prosa, ganharam adaptações bastante distintas, de estilo quase antagônico, nos quadrinhos. "Amar, Verbo Intransitivo" centra-se em Elza, jovem alemã contratada para ser governanta e professora dos filhos da abastada família Sousa Costa. Na verdade é um plano do patriarca Felisberto, que quer a iniciação sexual do primogênito, Carlos, com a professora. Criticando os costumes da elite paulista de cem anos atrás com boa dose de irreverência e almejando certo escândalo, o livro faz um estudo íntimo dos personagens principais. O narrador é o próprio Mário de Andrade, que se permite apartes para comentar gramática e sociologia ou fazer gracejos quanto à trama. Andrade também ganha suas páginas –desde a capa, aliás– como personagem na versão em HQ, assinada por Ivan Jaf (roteiro) e Guazzelli (arte). O quadrinho também centra-se em recordatórios e balões de pensamento para encontrar o íntimo de Elza, Felisberto e Carlos. Na fidelidade ao livro, contudo, pesa negativamente a pouca atenção a expressões faciais e linguagem corporal dos personagens. Muitas vezes estáticos por longas sequências, falando ou pensando no linguajar preservado da prosa, decisão que gera seções arrastadas. É como um filme com atores preguiçosos. Por outro lado, nas páginas sem palavras –tal como a de Carlos notando as pernas da professora no jardim – ou no movimento sutil da cena da família no trem, o álbum alcança sua devida expressão como quadrinho. Na contramão do estatismo de "Verbo Intransitivo", "Macunaíma" é ação e movimento. A aventura folclórico-fantasiosa-indígena sobre o herói sem caráter –já adaptada duas vezes para quadrinhos e bem conhecida na versão para cinema– é tratada como tal na adaptação de Rodrigo Rosa, que assina roteiro e arte. Rosa tomou, em primeiro lugar, uma decisão audaz: no traço, Macunaíma vira praticamente um gibi infantojuvenil, cruzando o estilo "narigudo" da franco-belga Escola de Marcinelle –que rendeu Asterix, Smurfs e outros– com as estilizações dos brasileiros Henfil e Canini. O resultado lembra alguma revista que se encontraria em banca no Brasil nos anos 1970. As cores, porém, não são os tons primários dos gibis, mas uma paleta tropical-terrosa inspirada em Tarsila do Amaral. O texto, assim como na versão original em prosa, segue o português do início do século 20, com gírias e termos indígenas dentro de grafia e gramática particulares a Mário de Andrade. Diferente de "Verbo Intransitivo", onde a adaptação pena para tomar o ritmo de HQ, "Macunaíma" é sobretudo uma HQ que se vê invadida pela fábula delirante de Mário de Andrade.
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Faith No More e grupo de Alice Cooper e Johnny Depp vêm ao Rock in Rio
As bandas americanas de rock Faith No More e Hollywood Vampires foram anunciadas como atrações do Rock in Rio nesta sexta (13). O festival, que comemora 30 anos de existência, ocorrerá nos dias 18, 19, 20, 24, 25, 26 e 27 de setembro no Rio. O Faith No More trará o seu disco novo, o primeiro de inéditas do grupo em 18 anos. O álbum tem lançamento marcado para maio. Conforme comunicado do festival, a banda tocará na mesma noite do grupo de metal Slipknot, que também foi anunciado nesta semana. Já o Hollywood Vampires é um "supergrupo" –expressão usada para chamar bandas compostas por famosos– formado pelo roqueiro Alice Cooper, pelo ator –e também guitarrista– Johnny Depp e por Joe Perry, guitarrista do Aerosmith. O nome Hollywood Vampires também já batizou, nos anos 1970, uma espécie de clube de músicos famosos que se reuniam para beber todas. Segundo Alice Cooper já contou em entrevistas, fizeram parte do "time" Keith Moon, John Lennon e Ringo Starr, entre outros. O show do "supergrupo" será na mesma noite em que se apresentam Queens of the Stone Age e System of a Down. Entre as atrações também já confirmadas para este Rock in Rio, estão a cantora pop Katy Perry e a banda A-Ha, que tocarão no palco Mundo. No palco Sunset, está escalado o cantor americano John Legend. Em novembro, cem mil ingressos colocados em venda antecipada se esgotaram em poucas horas. A venda de mais entradas ainda não foi anunciada.
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Faith No More e grupo de Alice Cooper e Johnny Depp vêm ao Rock in RioAs bandas americanas de rock Faith No More e Hollywood Vampires foram anunciadas como atrações do Rock in Rio nesta sexta (13). O festival, que comemora 30 anos de existência, ocorrerá nos dias 18, 19, 20, 24, 25, 26 e 27 de setembro no Rio. O Faith No More trará o seu disco novo, o primeiro de inéditas do grupo em 18 anos. O álbum tem lançamento marcado para maio. Conforme comunicado do festival, a banda tocará na mesma noite do grupo de metal Slipknot, que também foi anunciado nesta semana. Já o Hollywood Vampires é um "supergrupo" –expressão usada para chamar bandas compostas por famosos– formado pelo roqueiro Alice Cooper, pelo ator –e também guitarrista– Johnny Depp e por Joe Perry, guitarrista do Aerosmith. O nome Hollywood Vampires também já batizou, nos anos 1970, uma espécie de clube de músicos famosos que se reuniam para beber todas. Segundo Alice Cooper já contou em entrevistas, fizeram parte do "time" Keith Moon, John Lennon e Ringo Starr, entre outros. O show do "supergrupo" será na mesma noite em que se apresentam Queens of the Stone Age e System of a Down. Entre as atrações também já confirmadas para este Rock in Rio, estão a cantora pop Katy Perry e a banda A-Ha, que tocarão no palco Mundo. No palco Sunset, está escalado o cantor americano John Legend. Em novembro, cem mil ingressos colocados em venda antecipada se esgotaram em poucas horas. A venda de mais entradas ainda não foi anunciada.
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Será difícil para o governo tirar o Brasil do atoleiro, diz 'The Economist'
A revista britânica "The Economist" afirmou em editorial que a economia brasileira está "uma bagunça" e que será difícil para o governo tirar o país do "atoleiro". O desafio, de acordo com a publicação, é o maior desde o início dos anos 1990. Segundo a revista, o Brasil entrou em estagnação em 2013 -ano em que o PIB (Produto Interno Bruto) avançou 2,3%- e, agora, caminha para entrar em uma forte recessão, com inflação alta apertando salários e comprometendo o pagamento de dívidas. O investimento, diz, pode cair mais (está 8% abaixo de um ano atrás). O editorial está na capa da edição de 28 de fevereiro direcionada à América Latina. O escândalo de corrupção na Petrobras também é citado. A publicação afirma que as grandes construtoras manterão seus investimentos paralisados, pelo menos enquanto durarem as investigações. A revista britânica diz ainda que a base de apoio da presidente está se desintegrando e lembra a última pesquisa Datafolha, apontando que a popularidade de Dilma caiu de 42% em dezembro para 23% em fevereiro, atingida "tanto pela deterioração da economia quanto pelo escândalo na Petrobras". O editorial aponta que, em grande parte, os problemas do Brasil foram criados pelo próprio governo, devido à política econômica adotada no primeiro mandato, com frouxidão e manobras fiscais e medidas que minaram a competitividade da indústria. JOAQUIM LEVY Por outro lado, diz que a presidente, em seu novo mandato, reconheceu que o país precisa ser mais amigável aos negócios, o que a levou a colocar Joaquim Ley, um economista liberal treinado na escola de Chicago, como ministro da Fazenda. Para colocar a economia em ordem, porém, Levy tem de lidar com a "armadilha da recessão": aperto fiscal pela retirada do subsídio à eletricidade e volta da Cide (tributo incidente sobre os combustíveis), além da redução de empréstimos subsidiados pelo BNDES a setores e empresas determinados. "Os riscos são claros. Recessão e redução das receitas fiscais pode comprometer o ajuste", diz a britânica "The Economist", afirmando que qualquer retrocesso pode causar um rebaixamento na nota de risco de crédito do país, o que elevaria o custo de empréstimos para governo e empresas.
poder
Será difícil para o governo tirar o Brasil do atoleiro, diz 'The Economist'A revista britânica "The Economist" afirmou em editorial que a economia brasileira está "uma bagunça" e que será difícil para o governo tirar o país do "atoleiro". O desafio, de acordo com a publicação, é o maior desde o início dos anos 1990. Segundo a revista, o Brasil entrou em estagnação em 2013 -ano em que o PIB (Produto Interno Bruto) avançou 2,3%- e, agora, caminha para entrar em uma forte recessão, com inflação alta apertando salários e comprometendo o pagamento de dívidas. O investimento, diz, pode cair mais (está 8% abaixo de um ano atrás). O editorial está na capa da edição de 28 de fevereiro direcionada à América Latina. O escândalo de corrupção na Petrobras também é citado. A publicação afirma que as grandes construtoras manterão seus investimentos paralisados, pelo menos enquanto durarem as investigações. A revista britânica diz ainda que a base de apoio da presidente está se desintegrando e lembra a última pesquisa Datafolha, apontando que a popularidade de Dilma caiu de 42% em dezembro para 23% em fevereiro, atingida "tanto pela deterioração da economia quanto pelo escândalo na Petrobras". O editorial aponta que, em grande parte, os problemas do Brasil foram criados pelo próprio governo, devido à política econômica adotada no primeiro mandato, com frouxidão e manobras fiscais e medidas que minaram a competitividade da indústria. JOAQUIM LEVY Por outro lado, diz que a presidente, em seu novo mandato, reconheceu que o país precisa ser mais amigável aos negócios, o que a levou a colocar Joaquim Ley, um economista liberal treinado na escola de Chicago, como ministro da Fazenda. Para colocar a economia em ordem, porém, Levy tem de lidar com a "armadilha da recessão": aperto fiscal pela retirada do subsídio à eletricidade e volta da Cide (tributo incidente sobre os combustíveis), além da redução de empréstimos subsidiados pelo BNDES a setores e empresas determinados. "Os riscos são claros. Recessão e redução das receitas fiscais pode comprometer o ajuste", diz a britânica "The Economist", afirmando que qualquer retrocesso pode causar um rebaixamento na nota de risco de crédito do país, o que elevaria o custo de empréstimos para governo e empresas.
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Risco na prateleira
Quem ama cuida. E, via de regra, mima. O problema é quando o mimo vira uma arma. Estamos diante de uma tremenda ironia: em geral, os proprietários mais dedicados e preocupados com os pets são os que levam para casa os últimos lançamentos de brinquedos e acessórios para cães e gatos. A intenção é agradar o bicho, garantindo a ele conforto e enriquecimento ambiental, certo? Certíssimo. Movidos por essa intenção, donos compram mordedores feitos de fios, casinhas em forma de toca, brinquedos cheios de peças, pastas de vários sabores, ossos duros de roer. E o que era para ser uma diversão vira um pesadelo. No meio do ano passado, pipocaram nas redes sociais relatos de norte-americanos que encontraram seus filhotes mortos debaixo de casinhas em forma de toca que, por algum motivo, viraram sobre os animais. Nos últimos meses, ao menos dois filhotes teriam sido encontrados mortos sob essas casinhas no Brasil. Proprietários e fabricantes ainda enfrentarão uma longa batalha judicial. A questão de fundo, porém, não diz respeito às casinhas individualmente, mas à absoluta falta de regras desse mercado. Quem garante que o produto que está ali, na prateleira, destinado a cães, gatos e passarinhos, é seguro para o uso por animais domésticos? Trouxe dos Estados Unidos, mercado bem mais regulado do que o nosso, uma pasta com sabor de carne. A ideia é besuntar o interior dos brinquedos para distrair os cães. Lá em casa, a maioria teve diarreia. Nos hospitais veterinários não são raros casos de animais que quebraram dentes com ossos grandes e duros demais ou que aparecem em estado grave após engolir fios e pedaços de brinquedos supostamente adequados à espécie. No vácuo legal, resta aos proprietários desconfiar das novidades. O ideal é consultar um veterinário sobre os possíveis riscos do produto (todo pet shop deve ter um). E, se ainda restar dúvida, melhor deixar na prateleira.
colunas
Risco na prateleiraQuem ama cuida. E, via de regra, mima. O problema é quando o mimo vira uma arma. Estamos diante de uma tremenda ironia: em geral, os proprietários mais dedicados e preocupados com os pets são os que levam para casa os últimos lançamentos de brinquedos e acessórios para cães e gatos. A intenção é agradar o bicho, garantindo a ele conforto e enriquecimento ambiental, certo? Certíssimo. Movidos por essa intenção, donos compram mordedores feitos de fios, casinhas em forma de toca, brinquedos cheios de peças, pastas de vários sabores, ossos duros de roer. E o que era para ser uma diversão vira um pesadelo. No meio do ano passado, pipocaram nas redes sociais relatos de norte-americanos que encontraram seus filhotes mortos debaixo de casinhas em forma de toca que, por algum motivo, viraram sobre os animais. Nos últimos meses, ao menos dois filhotes teriam sido encontrados mortos sob essas casinhas no Brasil. Proprietários e fabricantes ainda enfrentarão uma longa batalha judicial. A questão de fundo, porém, não diz respeito às casinhas individualmente, mas à absoluta falta de regras desse mercado. Quem garante que o produto que está ali, na prateleira, destinado a cães, gatos e passarinhos, é seguro para o uso por animais domésticos? Trouxe dos Estados Unidos, mercado bem mais regulado do que o nosso, uma pasta com sabor de carne. A ideia é besuntar o interior dos brinquedos para distrair os cães. Lá em casa, a maioria teve diarreia. Nos hospitais veterinários não são raros casos de animais que quebraram dentes com ossos grandes e duros demais ou que aparecem em estado grave após engolir fios e pedaços de brinquedos supostamente adequados à espécie. No vácuo legal, resta aos proprietários desconfiar das novidades. O ideal é consultar um veterinário sobre os possíveis riscos do produto (todo pet shop deve ter um). E, se ainda restar dúvida, melhor deixar na prateleira.
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Flamengo vence o Cruzeiro e tira o São Paulo do G4 do Brasileiro
O Flamengo venceu o Cruzeiro por 2 a 0, no Maracanã, e entrou no G4 nesta quinta-feira (10). Com a vitória, o clube carioca ultrapassou o São Paulo na tabela do Campeonato Brasileiro e tirou a equipe paulista do grupo que garante vaga na Libertadores-2016. Os gols foram marcados por Alan Patrick, aos 45 min do primeiro tempo, e por Luiz Antônio, aos 23 min da segunda etapa. É a quinta vitória consecutiva do Flamengo na competição. No final de um primeiro tempo truncado, o meia Alan Patrick recebeu de Kayke e chutou de primeira para abrir o placar. O segundo gol do Flamengo foi um golaço: após escanteio, Luiz Antonio acertou um belo chute de fora da área para ampliar a vantagem. O resultado fez o Flamengo chegar a 38 pontos no Brasileiro. O São Paulo tem o mesmo número de pontos, mas perde no número de vitórias (12 a 11). Na quarta (9), a equipe treinada por Osorio perdeu o clássico para o Santos por 3 a 0, na Vila Belmiro. Na próxima rodada, o Flamengo enfrenta a Chapecoense, fora de casa. Já o Cruzeiro faz clássico contra o Atlético-MG, no Mineirão. EMPATE Joinville e Chapecoense ficaram no 0 a 0 no duelo catarinense da rodada. O tricolor está com 22 pontos, em 19º. O alviverde ocupa a 12ª posição, com 30.
esporte
Flamengo vence o Cruzeiro e tira o São Paulo do G4 do BrasileiroO Flamengo venceu o Cruzeiro por 2 a 0, no Maracanã, e entrou no G4 nesta quinta-feira (10). Com a vitória, o clube carioca ultrapassou o São Paulo na tabela do Campeonato Brasileiro e tirou a equipe paulista do grupo que garante vaga na Libertadores-2016. Os gols foram marcados por Alan Patrick, aos 45 min do primeiro tempo, e por Luiz Antônio, aos 23 min da segunda etapa. É a quinta vitória consecutiva do Flamengo na competição. No final de um primeiro tempo truncado, o meia Alan Patrick recebeu de Kayke e chutou de primeira para abrir o placar. O segundo gol do Flamengo foi um golaço: após escanteio, Luiz Antonio acertou um belo chute de fora da área para ampliar a vantagem. O resultado fez o Flamengo chegar a 38 pontos no Brasileiro. O São Paulo tem o mesmo número de pontos, mas perde no número de vitórias (12 a 11). Na quarta (9), a equipe treinada por Osorio perdeu o clássico para o Santos por 3 a 0, na Vila Belmiro. Na próxima rodada, o Flamengo enfrenta a Chapecoense, fora de casa. Já o Cruzeiro faz clássico contra o Atlético-MG, no Mineirão. EMPATE Joinville e Chapecoense ficaram no 0 a 0 no duelo catarinense da rodada. O tricolor está com 22 pontos, em 19º. O alviverde ocupa a 12ª posição, com 30.
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Com 138 milhões atendidos, ONG de Bangladesh é a melhor do mundo; veja
Após atingir a marca de mais de 138 milhões de pessoas atendidas, a Brac se tornou a melhor organização-não-governamental do mundo, segundo a publicação suíça NGO Advisor. O ranking pesquisa, avalia e classifica as melhores práticas e novas ideias do setor, dando destaque a inovações, impacto e maneiras de atuação. A seleção combina o trabalho de jornalistas e pesquisadores para mapear as transformações e difundir os valores do terceiro setor. Fundada em 1972 em Bangladesh, a Brac capacita pessoas em situação de pobreza e suas comunidades, combatendo o analfabetismo, as doenças e a injustiça social nos seguintes eixos: direitos humanos, empoderamento social e econômico, educação, saúde, desenvolvimento de empresas, sustentabilidade ambiental e preparação para desastres, entre outros Idealizada por Fazle Hasan Abed, a organização trabalha no Afeganistão, Bangladesh, Haiti, Libéria, Mianmar, Nepal, Paquistão, Filipinas, Serra Leoa, Sudão do Sul, Tanzânia e Uganda. Outros temas que se destacam nesta quarta edição são ajuda a refugiados, combate às desigualdades sociais e auxílio a vítimas de desastres naturais, minas terrestres, conflitos armados e outras situações de violência e violação dos direitos humanos. Segundo a NGO Advisor, este ano o levantamento traz nomes do terceiro setor que refletem amplamente a evolução dos desafios enfrentados pela sociedade civil global do nível local ao transnacional. De acordo com a publicação, as ONGs têm se distanciado cada vez mais do perfil de instituições de caridade e expandido para diversas áreas de atuação, muitas têm se transformado em negócios sociais, cultivando conhecimento acadêmico e buscando caminhos estratégicos para combater grandes obstáculos para o desenvolvimento. A Ashoka, organização sem fins lucrativos, pioneira no campo da inovação social, no trabalho e apoio a empreendedores sociais e parceira da Folha na realização do Diálogos Transformadores, é sexta maior ONG do mundo. A organização, que é a maior rede de empreendedores sociais do mundo e atua em 84 países, subiu 13 posições em relação à última edição. Veja a seguir as 10 melhores ONGs do Mundo, de acordo com a NGO Advisor:
empreendedorsocial
Com 138 milhões atendidos, ONG de Bangladesh é a melhor do mundo; vejaApós atingir a marca de mais de 138 milhões de pessoas atendidas, a Brac se tornou a melhor organização-não-governamental do mundo, segundo a publicação suíça NGO Advisor. O ranking pesquisa, avalia e classifica as melhores práticas e novas ideias do setor, dando destaque a inovações, impacto e maneiras de atuação. A seleção combina o trabalho de jornalistas e pesquisadores para mapear as transformações e difundir os valores do terceiro setor. Fundada em 1972 em Bangladesh, a Brac capacita pessoas em situação de pobreza e suas comunidades, combatendo o analfabetismo, as doenças e a injustiça social nos seguintes eixos: direitos humanos, empoderamento social e econômico, educação, saúde, desenvolvimento de empresas, sustentabilidade ambiental e preparação para desastres, entre outros Idealizada por Fazle Hasan Abed, a organização trabalha no Afeganistão, Bangladesh, Haiti, Libéria, Mianmar, Nepal, Paquistão, Filipinas, Serra Leoa, Sudão do Sul, Tanzânia e Uganda. Outros temas que se destacam nesta quarta edição são ajuda a refugiados, combate às desigualdades sociais e auxílio a vítimas de desastres naturais, minas terrestres, conflitos armados e outras situações de violência e violação dos direitos humanos. Segundo a NGO Advisor, este ano o levantamento traz nomes do terceiro setor que refletem amplamente a evolução dos desafios enfrentados pela sociedade civil global do nível local ao transnacional. De acordo com a publicação, as ONGs têm se distanciado cada vez mais do perfil de instituições de caridade e expandido para diversas áreas de atuação, muitas têm se transformado em negócios sociais, cultivando conhecimento acadêmico e buscando caminhos estratégicos para combater grandes obstáculos para o desenvolvimento. A Ashoka, organização sem fins lucrativos, pioneira no campo da inovação social, no trabalho e apoio a empreendedores sociais e parceira da Folha na realização do Diálogos Transformadores, é sexta maior ONG do mundo. A organização, que é a maior rede de empreendedores sociais do mundo e atua em 84 países, subiu 13 posições em relação à última edição. Veja a seguir as 10 melhores ONGs do Mundo, de acordo com a NGO Advisor:
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Pela primeira vez desde invasão dos EUA, peças no Iraque vão a Veneza
Nesta edição da Bienal de Veneza, em cartaz até novembro, o Iraque venceu uma longa batalha institucional, quebrando regime de 14 anos em que importantes peças de seu acervo arqueológico ficaram proibidas de passar pelas fronteiras do país. As restrições foram impostas por autoridades iraquianas pós-2003, ano da invasão americana, em decorrência de um saque de 15 mil peças do Museu Nacional do Iraque, em Bagdá, das quais cerca de um terço foi recuperado. Considerado um dos mais volumosos e valiosos da história, o saque foi atribuído a diferentes grupos iraquianos, que se aproveitaram de uma brecha de 36 horas entre o abandono do museu por autoridades nacionais, após a queda de Saddam Hussein (1937-2006), e a chegada de forças americanas. É a primeira vez, depois do episódio, que uma exposição fora do Iraque exibe peças arqueológicas do museu –40 delas, incluindo 4 dos objetos recuperados. Cercada por vitrines, estão à mostra um instrumento usado para medir massa, feito em pedra, datado de 2.000 a.C, reencontrado na Síria em 2008; uma figura neolítica de argila que, presume-se, representa uma deusa da fertilidade, datada de 6.500 a.C. e que retornou da Holanda em 2010; uma placa onde um homem segurando um instrumento musical é retratado, feita de argila, de 1.800 a.C, recuperado nos EUA; uma escultura de figura humana com barba e as mãos unidas em prece, datada de 3.000 a.C, recuperada da Síria também em 2008. A curadoria da mostra não informa sobre prisões de possíveis culpados, mas diz que as peças foram recuperadas principalmente pelos serviços de alfândega e das polícias que atuam na fronteira dos países de onde retornaram. A peça recuperada na Holanda foi encontrada pela polícia do país entre 69 outros itens arqueológicos que estavam à venda na internet, diz a cocuradora da mostra, Tamara Chalabi, à Folha. "Por causa da dificuldade e da situação política no Iraque nos últimos 30 anos, foi impossível fazer qualquer empréstimo para fora do país", reitera a historiadora. Além de regido por leis locais, o trânsito de peças do museu também sofria restrições e regulamentação da ONU. No Iraque, os vetos são até mais antigos. Data de 1988 a última permissão do Museu Nacional do Iraque para que uma peça de sua coleção deixasse território nacional, diz Chalabi. O museu ficou fechado por 12 anos após a pilhagem e reabriu em 2015. A curadora diz que a mostra também é significativa como resposta ao "genocídio cultural" provocado pelo Estado Islâmico no Iraque e na Síria. Ela se refere, em parte, à destruição de itens e sítios arqueológicos considerados patrimônios da humanidade, em Palmira (na Síria), e em Mossul e Nimrud (no Iraque). As peças exibidas não estão entre as raridades mais valiosas do museu, que guarda outras preciosidades da Mesopotâmia. Intitulada "Archaic", a mostra também reúne trabalhos contemporâneos, de oito artistas iraquianos.
ilustrada
Pela primeira vez desde invasão dos EUA, peças no Iraque vão a VenezaNesta edição da Bienal de Veneza, em cartaz até novembro, o Iraque venceu uma longa batalha institucional, quebrando regime de 14 anos em que importantes peças de seu acervo arqueológico ficaram proibidas de passar pelas fronteiras do país. As restrições foram impostas por autoridades iraquianas pós-2003, ano da invasão americana, em decorrência de um saque de 15 mil peças do Museu Nacional do Iraque, em Bagdá, das quais cerca de um terço foi recuperado. Considerado um dos mais volumosos e valiosos da história, o saque foi atribuído a diferentes grupos iraquianos, que se aproveitaram de uma brecha de 36 horas entre o abandono do museu por autoridades nacionais, após a queda de Saddam Hussein (1937-2006), e a chegada de forças americanas. É a primeira vez, depois do episódio, que uma exposição fora do Iraque exibe peças arqueológicas do museu –40 delas, incluindo 4 dos objetos recuperados. Cercada por vitrines, estão à mostra um instrumento usado para medir massa, feito em pedra, datado de 2.000 a.C, reencontrado na Síria em 2008; uma figura neolítica de argila que, presume-se, representa uma deusa da fertilidade, datada de 6.500 a.C. e que retornou da Holanda em 2010; uma placa onde um homem segurando um instrumento musical é retratado, feita de argila, de 1.800 a.C, recuperado nos EUA; uma escultura de figura humana com barba e as mãos unidas em prece, datada de 3.000 a.C, recuperada da Síria também em 2008. A curadoria da mostra não informa sobre prisões de possíveis culpados, mas diz que as peças foram recuperadas principalmente pelos serviços de alfândega e das polícias que atuam na fronteira dos países de onde retornaram. A peça recuperada na Holanda foi encontrada pela polícia do país entre 69 outros itens arqueológicos que estavam à venda na internet, diz a cocuradora da mostra, Tamara Chalabi, à Folha. "Por causa da dificuldade e da situação política no Iraque nos últimos 30 anos, foi impossível fazer qualquer empréstimo para fora do país", reitera a historiadora. Além de regido por leis locais, o trânsito de peças do museu também sofria restrições e regulamentação da ONU. No Iraque, os vetos são até mais antigos. Data de 1988 a última permissão do Museu Nacional do Iraque para que uma peça de sua coleção deixasse território nacional, diz Chalabi. O museu ficou fechado por 12 anos após a pilhagem e reabriu em 2015. A curadora diz que a mostra também é significativa como resposta ao "genocídio cultural" provocado pelo Estado Islâmico no Iraque e na Síria. Ela se refere, em parte, à destruição de itens e sítios arqueológicos considerados patrimônios da humanidade, em Palmira (na Síria), e em Mossul e Nimrud (no Iraque). As peças exibidas não estão entre as raridades mais valiosas do museu, que guarda outras preciosidades da Mesopotâmia. Intitulada "Archaic", a mostra também reúne trabalhos contemporâneos, de oito artistas iraquianos.
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Paulista fecha para carros mais tarde neste domingo de Fuvest
O QUE AFETA SUA VIDA A av. Paulista abre mais tarde para pedestres e ciclistas neste domingo (29), excepcionalmente a partir das 13h, para a realização das provas da Fuvest. A liberação segue normalmente até as 18h, entre a praça Osvaldo Cruz e a rua da Consolação. Além da Paulista, outras doze vias permanecem fechadas para carros, das 10h às 16h, em diversos pontos da cidade. Saiba mais. A rua Fiandeiras, no Itaim Bibi, será interditada, das 6h às 10h, para estacionamento de guindaste e içamento de materiais. O bloqueio será entre a av. Brigadeiro Faria Lima e a rua Chipre. Também no Itaim Bibi, a rua Iguatemi será totalmente interditada entre as ruas Tabapuã e José Gonçalves de Oliveira, das 7h às 19h, para estacionamento de guindaste e içamento de estrutura metálica. A interdição muda o trajeto de oito linhas de ônibus que atendem o local. A rua Venezuela, no Jardim América, será bloqueada entre a rua Guadalupe e a av. Brasil, das 7h às 18h. Agentes da CET monitoram o trânsito na região da Pompéia para o jogo entre Palmeiras e Coritiba, no Allianz Parque, às 18h. Das 8h às 21h30 pode haver interdições em trechos das ruas Palestra Itália, Diana, Cayowaá, Padre Antônio Tomás, e nas avenidas Francisco Matarazzo e Pompéia. Fique atento ao trânsito nas imediações do estádio. O jogo altera a rota de 27 linhas de ônibus que transitam pelo bairro. A ponte Estaiada será interditada, no sentido Jabaquara, das 4h às 12h, para evento da Stock Car. O bloqueio será entre as pistas expressa e local da marginal Pinheiros e o viaduto José Bonifácio Coutinho Nogueira. Até as 15h deste domingo (29), a o trânsito na praça da Luz será interditado entre as ruas Brigadeiro Tobias e o viaduto General Coutinho Magalhães para o culto ecumênico da Igreja Internacional da Graça de Deus. O público esperado é de 20 mil pessoas. Em função disso, a ciclofaixa de lazer Centro-Luz será desativada no entorno da praça da Luz. Vale lembrar: não há rodízio de veículos aos fins de semana. * TEMPO As temperaturas devem ter nova baixa, ficando entre 19ºC e 25ºC. O dia segue nublado com pancadas de chuva e trovoadas isoladas, segundo o Inmet. * CULTURA E LAZER Com as participações de Arnaldo Antunes e Mariana Aydar, Lenine faz show grátis no Ibirapuera neste domingo (29). Na semana em que se inicia a Conferência do Clima, em Paris, ele apresenta músicas do disco "Carbono". A apresentação terá, ainda, a presença do escritor Milton Hatoum e a atriz Letícia Sabatella como mestre de cerimônias. Ingr.: GRÁTIS Com direção de Gabriel Fontes Paiva, a peça"Uma Espécie de Alasca" em cartaz no Masp até segunda (30). A trama fala sobre uma mulher que, acometida por uma doença, dorme durante 29 anos. Ingr.: R$ 20 Chega ao fim neste domingo (29) o projeto Jameson Backyard, com show do duo Aldo, The Band, workshops de drinks e arte em garrafas Jameson. Ingr.: GRÁTIS Já conhece o São Paulo Tap House? O bar, que abriu as portas na Vila Madalena, na última semana, tem 40 torneiras de cervejas nacionais -entre elas a paulista Urbana, Burgman e Júpiter. * AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas às 21h. Coordenação: Ricardo Ampudia Reportagem: Amanda Massuela
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Paulista fecha para carros mais tarde neste domingo de FuvestO QUE AFETA SUA VIDA A av. Paulista abre mais tarde para pedestres e ciclistas neste domingo (29), excepcionalmente a partir das 13h, para a realização das provas da Fuvest. A liberação segue normalmente até as 18h, entre a praça Osvaldo Cruz e a rua da Consolação. Além da Paulista, outras doze vias permanecem fechadas para carros, das 10h às 16h, em diversos pontos da cidade. Saiba mais. A rua Fiandeiras, no Itaim Bibi, será interditada, das 6h às 10h, para estacionamento de guindaste e içamento de materiais. O bloqueio será entre a av. Brigadeiro Faria Lima e a rua Chipre. Também no Itaim Bibi, a rua Iguatemi será totalmente interditada entre as ruas Tabapuã e José Gonçalves de Oliveira, das 7h às 19h, para estacionamento de guindaste e içamento de estrutura metálica. A interdição muda o trajeto de oito linhas de ônibus que atendem o local. A rua Venezuela, no Jardim América, será bloqueada entre a rua Guadalupe e a av. Brasil, das 7h às 18h. Agentes da CET monitoram o trânsito na região da Pompéia para o jogo entre Palmeiras e Coritiba, no Allianz Parque, às 18h. Das 8h às 21h30 pode haver interdições em trechos das ruas Palestra Itália, Diana, Cayowaá, Padre Antônio Tomás, e nas avenidas Francisco Matarazzo e Pompéia. Fique atento ao trânsito nas imediações do estádio. O jogo altera a rota de 27 linhas de ônibus que transitam pelo bairro. A ponte Estaiada será interditada, no sentido Jabaquara, das 4h às 12h, para evento da Stock Car. O bloqueio será entre as pistas expressa e local da marginal Pinheiros e o viaduto José Bonifácio Coutinho Nogueira. Até as 15h deste domingo (29), a o trânsito na praça da Luz será interditado entre as ruas Brigadeiro Tobias e o viaduto General Coutinho Magalhães para o culto ecumênico da Igreja Internacional da Graça de Deus. O público esperado é de 20 mil pessoas. Em função disso, a ciclofaixa de lazer Centro-Luz será desativada no entorno da praça da Luz. Vale lembrar: não há rodízio de veículos aos fins de semana. * TEMPO As temperaturas devem ter nova baixa, ficando entre 19ºC e 25ºC. O dia segue nublado com pancadas de chuva e trovoadas isoladas, segundo o Inmet. * CULTURA E LAZER Com as participações de Arnaldo Antunes e Mariana Aydar, Lenine faz show grátis no Ibirapuera neste domingo (29). Na semana em que se inicia a Conferência do Clima, em Paris, ele apresenta músicas do disco "Carbono". A apresentação terá, ainda, a presença do escritor Milton Hatoum e a atriz Letícia Sabatella como mestre de cerimônias. Ingr.: GRÁTIS Com direção de Gabriel Fontes Paiva, a peça"Uma Espécie de Alasca" em cartaz no Masp até segunda (30). A trama fala sobre uma mulher que, acometida por uma doença, dorme durante 29 anos. Ingr.: R$ 20 Chega ao fim neste domingo (29) o projeto Jameson Backyard, com show do duo Aldo, The Band, workshops de drinks e arte em garrafas Jameson. Ingr.: GRÁTIS Já conhece o São Paulo Tap House? O bar, que abriu as portas na Vila Madalena, na última semana, tem 40 torneiras de cervejas nacionais -entre elas a paulista Urbana, Burgman e Júpiter. * AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas às 21h. Coordenação: Ricardo Ampudia Reportagem: Amanda Massuela
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Álbum de Viagem mostra espaços cheios de Berlim durante a primavera
A inexistência de um aeroporto internacional em Berlim "serve de filtro" para a capital da Alemanha, acredita o editor-adjunto da "TV Folha", André Felipe, que visitou a cidade em março. "As chances de um turista cair de paraquedas por ali, por causa de conexão aérea, são quase nulas." Com menos turistas nas ruas, fica mais fácil detectar e vivenciar a rotina local, "ao contrário do que acontece nas badaladíssimas Paris ou Londres, por exemplo", diz. Segundo Felipe, uma das melhores épocas para a viagem é justamente no fim de inverno e início da primavera. "Ver, de uma hora para a outra, moradores ocupando em massa espaços públicos foi fantástico. É só a primavera chegar que ruas e jardins ficam completamente tomados." Muitos desses lugares fazem referências ao período da Guerra Fria e da Segunda Guerra. A cidade faz questão de expor, a céu aberto, o conturbado passado recente. Manter de pé –e aberta para visitação– o que restou da torre da igreja Kaiser-Wilhelm, que foi parcialmente destruída em bombardeiros, é prova disso. "Qualquer outra cidade poderia ter optado pela reconstrução ou destruição total da igreja. A manutenção do que ficou de pé, no entanto, parece ser a melhor forma de manter viva a memória de uma capital marcada pela guerra e pelo regime nazista." * Veja outras edições do Álbum de Viagem: América Central, por Claudio Vitor Vaz Bolívia, por Rogério Fernandes Festas populares de Mato Grosso, por Rafael Coelho Cânions gaúchos, por Keiny Andrade Rostos no Peru e na Bolívia, por Maíra Cabral 'Safári' no Pantanal, por Ricardo Nogueira Japão, por Fernando Sciarra Arquipélago de Anavilhanas, por Flavia Braz Dia a dia de Havana, por Jorge Araújo Vaticano, por Paulo Pinto
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Álbum de Viagem mostra espaços cheios de Berlim durante a primaveraA inexistência de um aeroporto internacional em Berlim "serve de filtro" para a capital da Alemanha, acredita o editor-adjunto da "TV Folha", André Felipe, que visitou a cidade em março. "As chances de um turista cair de paraquedas por ali, por causa de conexão aérea, são quase nulas." Com menos turistas nas ruas, fica mais fácil detectar e vivenciar a rotina local, "ao contrário do que acontece nas badaladíssimas Paris ou Londres, por exemplo", diz. Segundo Felipe, uma das melhores épocas para a viagem é justamente no fim de inverno e início da primavera. "Ver, de uma hora para a outra, moradores ocupando em massa espaços públicos foi fantástico. É só a primavera chegar que ruas e jardins ficam completamente tomados." Muitos desses lugares fazem referências ao período da Guerra Fria e da Segunda Guerra. A cidade faz questão de expor, a céu aberto, o conturbado passado recente. Manter de pé –e aberta para visitação– o que restou da torre da igreja Kaiser-Wilhelm, que foi parcialmente destruída em bombardeiros, é prova disso. "Qualquer outra cidade poderia ter optado pela reconstrução ou destruição total da igreja. A manutenção do que ficou de pé, no entanto, parece ser a melhor forma de manter viva a memória de uma capital marcada pela guerra e pelo regime nazista." * Veja outras edições do Álbum de Viagem: América Central, por Claudio Vitor Vaz Bolívia, por Rogério Fernandes Festas populares de Mato Grosso, por Rafael Coelho Cânions gaúchos, por Keiny Andrade Rostos no Peru e na Bolívia, por Maíra Cabral 'Safári' no Pantanal, por Ricardo Nogueira Japão, por Fernando Sciarra Arquipélago de Anavilhanas, por Flavia Braz Dia a dia de Havana, por Jorge Araújo Vaticano, por Paulo Pinto
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Após decisão do STF, Justiça manda prender ex-governador de Roraima
Com base no novo entendimento do STF (Supremo Tribunal Federal) de que a condenação em segunda instância é suficiente para execução da prisão, a Justiça Federal de Roraima decretou a prisão do ex-governador Neudo Campos (PP). A decretação da prisão ocorreu após pedido feito pelo Ministério Público Federal em Roraima na quinta-feira (18). Segundo informações do órgão, até as 14h a prisão não havia sido cumprida porque Neudo não foi encontrado em sua residência nem no seu local de trabalho pelos policiais federais. Marido da governadora Suely Campos (PP), Neudo ocupa o cargo de consultor especial do governo de Roraima. Neudo havia sido condenado pelo envolvimento em um esquema de desvios de verbas públicas que consistia no cadastramento de funcionários fantasmas na folha de pagamento do Estado, para distribuição dos salários a deputados estaduais e outras autoridades em troca de apoio político, segundo o Ministério Público. Na segunda instância, a condenação foi parcialmente mantida em 2014 pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, resultando em uma condenação a dez anos e oito meses de reclusão em regime inicialmente fechado, por envolvimento no "escândalo dos gafanhotos". O suposto esquema desviou cerca de R$ 70 milhões de verbas do Estado através de funcionários fantasmas, entre 1998 e 2002. Os salários eram distribuídos a deputados e outras autoridades em troca de apoio político. Na época, a defesa recorreu da sentença no STF e no STJ, e o acusado permaneceu solto. De acordo com a Procuradoria, havia recursos pendentes no STJ (Superior Tribunal de Justiça) e no STF, por isso o ex-governador permanecia solto, já que era necessário o esgotamento de todos os recursos para decretar a prisão. Na quarta (17), porém, a maioria dos ministros do Supremo modificou o entendimento vigente e definiu que não seria mais necessário esgotar todos os recursos para começar a execução de uma prisão. "Com essa guinada jurisprudencial do STF é possível falar que chegou a hora de Neudo Ribeiro Campos cumprir a pena de prisão que lhe foi aplicada", diz a ação do MPF. Para o órgão, a mudança na jurisprudência "desestimula comportamentos abusivos como o que vem sendo adotado pela defesa de Neudo Campos neste e em diversos outros processos no qual ele figura como réu, com a interposição de dezenas de recursos manifestamente protelatórios a fim de tão somente adiar a execução das punições". OUTRO LADO Por meio de sua assessoria, o governo de Roraima confirmou que Neudo não foi trabalhar hoje e disse não saber onde o ex-governador está. Negou, ainda, que a Polícia Federal tenha estado no local, e afirmou que não vai se pronunciar sobre o caso porque não recebeu nenhuma notificação da Justiça a respeito do decreto de prisão. Procurada, a defesa do ex-governador não foi localizada nesta sexta. A reportagem entrou em contato com o secretário de Administração e sobrinho de Neudo Campos, Frederico Linhares, mas ele disse que não poderia falar sobre o assunto.
poder
Após decisão do STF, Justiça manda prender ex-governador de RoraimaCom base no novo entendimento do STF (Supremo Tribunal Federal) de que a condenação em segunda instância é suficiente para execução da prisão, a Justiça Federal de Roraima decretou a prisão do ex-governador Neudo Campos (PP). A decretação da prisão ocorreu após pedido feito pelo Ministério Público Federal em Roraima na quinta-feira (18). Segundo informações do órgão, até as 14h a prisão não havia sido cumprida porque Neudo não foi encontrado em sua residência nem no seu local de trabalho pelos policiais federais. Marido da governadora Suely Campos (PP), Neudo ocupa o cargo de consultor especial do governo de Roraima. Neudo havia sido condenado pelo envolvimento em um esquema de desvios de verbas públicas que consistia no cadastramento de funcionários fantasmas na folha de pagamento do Estado, para distribuição dos salários a deputados estaduais e outras autoridades em troca de apoio político, segundo o Ministério Público. Na segunda instância, a condenação foi parcialmente mantida em 2014 pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, resultando em uma condenação a dez anos e oito meses de reclusão em regime inicialmente fechado, por envolvimento no "escândalo dos gafanhotos". O suposto esquema desviou cerca de R$ 70 milhões de verbas do Estado através de funcionários fantasmas, entre 1998 e 2002. Os salários eram distribuídos a deputados e outras autoridades em troca de apoio político. Na época, a defesa recorreu da sentença no STF e no STJ, e o acusado permaneceu solto. De acordo com a Procuradoria, havia recursos pendentes no STJ (Superior Tribunal de Justiça) e no STF, por isso o ex-governador permanecia solto, já que era necessário o esgotamento de todos os recursos para decretar a prisão. Na quarta (17), porém, a maioria dos ministros do Supremo modificou o entendimento vigente e definiu que não seria mais necessário esgotar todos os recursos para começar a execução de uma prisão. "Com essa guinada jurisprudencial do STF é possível falar que chegou a hora de Neudo Ribeiro Campos cumprir a pena de prisão que lhe foi aplicada", diz a ação do MPF. Para o órgão, a mudança na jurisprudência "desestimula comportamentos abusivos como o que vem sendo adotado pela defesa de Neudo Campos neste e em diversos outros processos no qual ele figura como réu, com a interposição de dezenas de recursos manifestamente protelatórios a fim de tão somente adiar a execução das punições". OUTRO LADO Por meio de sua assessoria, o governo de Roraima confirmou que Neudo não foi trabalhar hoje e disse não saber onde o ex-governador está. Negou, ainda, que a Polícia Federal tenha estado no local, e afirmou que não vai se pronunciar sobre o caso porque não recebeu nenhuma notificação da Justiça a respeito do decreto de prisão. Procurada, a defesa do ex-governador não foi localizada nesta sexta. A reportagem entrou em contato com o secretário de Administração e sobrinho de Neudo Campos, Frederico Linhares, mas ele disse que não poderia falar sobre o assunto.
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Novo parlatório em presídio preocupa presos da Operação Lava Jato
A construção de um parlatório com três cabines telefônicas no CMP (Centro Médico Penal), presídio da região metropolitana de Curitiba (PR) que abriga a maior parte dos presos da Lava Jato, incluindo o ex-ministro José Dirceu e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari, preocupa advogados e detentos da operação. Inaugurado em 8 de abril, o espaço promete mudar a rotina de encontros entre criminalistas e seus clientes. Até então, as conversas aconteciam em uma sala cuja única separação era feita por meio de uma grade. Já no parlatório, eles estarão isolados por um vidro. A comunicação passa a ser feita por um interfone, como acontece na Superintendência da Polícia Federal, na capital paranaense. O principal receio dos presos é em relação à gravação de conversas telefônicas. Três advogados com clientes da Lava Jato no CMP relataram que essa é a maior preocupação dos acusados. Um deles mencionou uma decisão de 2010, quando um colegiado de juízes, incluindo Sergio Moro, responsável pela operação, autorizou a gravação de conversas de presos com advogados e familiares devido à presença de traficantes no presídio federal de Catanduvas (PR). Outro ponto controverso é o controle sobre documentos que interessam aos detentos. Segundo advogados ouvidos pela Folha, no esquema de conversas anterior, os clientes conseguiam analisar documentos, passados por meio das grades. A partir de agora, com a separação sendo feita por um vidro, a operação foi dificultada. Os presos também acreditam que podem ter o tempo com seus defensores reduzido, já que o número de cabines é pequeno. O presídio, que já tinha quatro unidades, agora tem ao todo sete para atender a população carcerária, que pode chegar a 750 pessoas quando alcança lotação máxima. Atualmente, não há um tempo fixado para advogados atenderem seus clientes, mas as conversas duram, em média, 40 minutos, de acordo com os criminalistas. Já na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, o limite é 30 minutos. REVIDE Para criminalistas ouvidos pela Folha, a ação é uma resposta às supostas regalias que presos da operação teriam recebido no local. Em reportagem publicada em 4 de abril, uma podóloga afirmou ter recebido R$ 2.000 da empreiteira Andrade Gutierrez para atender oito presos da Lava Jato, que também estariam recebendo "alimentação diferenciada" em relação à recebida pelos demais presos. Segundo a assessoria de imprensa do presídio, o parlatório foi construído para diminuir a fila de advogados. A demanda já existia, mas teria sido acelerada após a ida de réus da operação para o local, fato que intensificou a movimentação dos defensores no CMP.
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Novo parlatório em presídio preocupa presos da Operação Lava JatoA construção de um parlatório com três cabines telefônicas no CMP (Centro Médico Penal), presídio da região metropolitana de Curitiba (PR) que abriga a maior parte dos presos da Lava Jato, incluindo o ex-ministro José Dirceu e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari, preocupa advogados e detentos da operação. Inaugurado em 8 de abril, o espaço promete mudar a rotina de encontros entre criminalistas e seus clientes. Até então, as conversas aconteciam em uma sala cuja única separação era feita por meio de uma grade. Já no parlatório, eles estarão isolados por um vidro. A comunicação passa a ser feita por um interfone, como acontece na Superintendência da Polícia Federal, na capital paranaense. O principal receio dos presos é em relação à gravação de conversas telefônicas. Três advogados com clientes da Lava Jato no CMP relataram que essa é a maior preocupação dos acusados. Um deles mencionou uma decisão de 2010, quando um colegiado de juízes, incluindo Sergio Moro, responsável pela operação, autorizou a gravação de conversas de presos com advogados e familiares devido à presença de traficantes no presídio federal de Catanduvas (PR). Outro ponto controverso é o controle sobre documentos que interessam aos detentos. Segundo advogados ouvidos pela Folha, no esquema de conversas anterior, os clientes conseguiam analisar documentos, passados por meio das grades. A partir de agora, com a separação sendo feita por um vidro, a operação foi dificultada. Os presos também acreditam que podem ter o tempo com seus defensores reduzido, já que o número de cabines é pequeno. O presídio, que já tinha quatro unidades, agora tem ao todo sete para atender a população carcerária, que pode chegar a 750 pessoas quando alcança lotação máxima. Atualmente, não há um tempo fixado para advogados atenderem seus clientes, mas as conversas duram, em média, 40 minutos, de acordo com os criminalistas. Já na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, o limite é 30 minutos. REVIDE Para criminalistas ouvidos pela Folha, a ação é uma resposta às supostas regalias que presos da operação teriam recebido no local. Em reportagem publicada em 4 de abril, uma podóloga afirmou ter recebido R$ 2.000 da empreiteira Andrade Gutierrez para atender oito presos da Lava Jato, que também estariam recebendo "alimentação diferenciada" em relação à recebida pelos demais presos. Segundo a assessoria de imprensa do presídio, o parlatório foi construído para diminuir a fila de advogados. A demanda já existia, mas teria sido acelerada após a ida de réus da operação para o local, fato que intensificou a movimentação dos defensores no CMP.
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Comédia dramática tem Tom Hanks colocando estereótipos árabes à prova
DE SÃO PAULO Tom Hanks vive um empresário que precisa vender uma tecnologia inovadora a um rei em "Negócio das Arábias", estreia da semana. A comédia com toques dramáticos é baseada no livro "Um Holograma para o Rei", de Dave Eggers, e dirigida pelo alemão Tom Tykwer, o mesmo do marcante "Corra, Lola, Corra" (1998). Na trama, Hanks interpreta Alan, um falido especialista em TI que precisa pagar a faculdade da filha. Ele aceita, então, uma trabalho desafiador: vender um sistema de hologramas para um rei, que planeja a construção de uma cidade na Arábia Saudita. Ao chegar no local, porém, Alan percebe que a missão não será mesmo fácil: sua equipe está alojada em uma tenda sem comida nem ar-condicionado; o empresário que deveria recebê-lo no país não está lá; e o próprio rei não aparece no lugar há meses. Entre seus esforços para fazer com que os negócios avancem, Alan conhece pessoas interessantes, como o motorista Yousef (Alexander Black), que lhe apresenta o cotidiano e a cultura árabes. Além das preocupações de trabalho, Alan é obrigado a cuidar da saúde. Ele tem um calombo nas costas, um possível tumor, que, de certa forma, representa o peso de seus problemas cotidianos. Quando trata da enfermidade, ele conhece a doutora Zahra -uma mulher médica, raridade no país, que está se divorciando. Assista ao trailer Saiba onde assistir * Assista ao trailer A Intrometida Marnie (interpretada por Susan Sarandon) é uma viúva que vive sufocando a filha, Lori (Rose Byrne). Quando a moça impõe limites, a protagonista procura outras pessoas para suprir sua carência. Ela encontra Zipper (J.K. Simmons), um policial que pode fazê-la abandonar o luto. Saiba onde assistir * Assista ao trailer A Loucura Entre Nós Durante três anos, a diretora Fernanda Vareille visitou o hospital psiquiátrico Juliano Moreira, onde o médico Marcelo Veras desenvolveu um projeto para acabar com o isolamento dos pacientes e inseri-los novamente na sociedade. O documentário retrata, principalmente, duas mulheres que passaram pela instituição. Saiba onde assistir * Assista ao trailer Esquadrão Suicida Para derrubar criminosos, a agente Amanda Waller (Viola Davis) decide fazer um acordo com vilões da cidade de Gotham. Ela recruta, então, um grupo de seres humanos desprezíveis, como Arlequina (Margot Robbie), Pistoleiro (Will Smith) e Diablo (Jay Hernandez). Eles precisam entrar em ação quando a bruxa Magia (Cara Delevingne), antes integrante do time, se rebela. Ao mesmo tempo, Coringa (Jared Leto) tenta resgatar a namorada, Arlequina. Saiba onde assistir * Assista ao trailer Fome Em preto e branco, o filme acompanha um morador de rua idoso (interpretado por Jean-Claude Bernardet) que vaga por São Paulo carregando apenas um carrinho de compras e alguns pertences. À medida que o homem conversa com pessoas, ele revela fatos de seu passado. Saiba onde assistir * Assista ao trailer O Monstro de Mil Cabeças Sonia Bonet luta para conseguir tratamento médico para o marido, que está muito doente. Diante da má vontade e da burocracia das seguradoras de saúde, ela decide resolver o problema por conta própria e enfrenta até as consequências mais extremas. Saiba onde assistir * Assista ao trailer Os Cavaleiros Brancos Jacques Arnault é presidente de uma ONG que auxilia crianças. Ele traça um plano ousado: resgatar 300 órfãos que sofrem com a guerra civil de um país africano e levá-los à França, onde serão adotados por famílias europeias. À medida que o resgate é executado, no entanto, Arnault e sua equipe enfrentam uma série de imprevistos. Saiba onde assistir * Assista ao trailer Um Amor à Altura Diane (Virgine Efira), uma advogada recém-divorciada, perde seu telefone. Ela recebe a ligação do homem que achou o aparelho e aceita jantar com ele. Quando o encontra, porém, descobre que o moço, Alexandre (Jean Dujardin), tem apenas 1,4 metro de altura. O filme francês é regravação do longa argentino "Coração de Leão" (2014). Saiba onde assistir * Assista ao trailer Vidas Partidas Graça (Naura Schneider) e Raul (Domingos Montagner) são casados e apaixonados. Porém, ele perde o emprego enquanto ela avança rapidamente na carreira. A tensão faz com que Raul se torne violento, e agressões passam a ser comuns. O filme é inspirado nas estatísticas de violência contra a mulher no Brasil e no mundo. Saiba onde assistir
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Comédia dramática tem Tom Hanks colocando estereótipos árabes à provaDE SÃO PAULO Tom Hanks vive um empresário que precisa vender uma tecnologia inovadora a um rei em "Negócio das Arábias", estreia da semana. A comédia com toques dramáticos é baseada no livro "Um Holograma para o Rei", de Dave Eggers, e dirigida pelo alemão Tom Tykwer, o mesmo do marcante "Corra, Lola, Corra" (1998). Na trama, Hanks interpreta Alan, um falido especialista em TI que precisa pagar a faculdade da filha. Ele aceita, então, uma trabalho desafiador: vender um sistema de hologramas para um rei, que planeja a construção de uma cidade na Arábia Saudita. Ao chegar no local, porém, Alan percebe que a missão não será mesmo fácil: sua equipe está alojada em uma tenda sem comida nem ar-condicionado; o empresário que deveria recebê-lo no país não está lá; e o próprio rei não aparece no lugar há meses. Entre seus esforços para fazer com que os negócios avancem, Alan conhece pessoas interessantes, como o motorista Yousef (Alexander Black), que lhe apresenta o cotidiano e a cultura árabes. Além das preocupações de trabalho, Alan é obrigado a cuidar da saúde. Ele tem um calombo nas costas, um possível tumor, que, de certa forma, representa o peso de seus problemas cotidianos. Quando trata da enfermidade, ele conhece a doutora Zahra -uma mulher médica, raridade no país, que está se divorciando. Assista ao trailer Saiba onde assistir * Assista ao trailer A Intrometida Marnie (interpretada por Susan Sarandon) é uma viúva que vive sufocando a filha, Lori (Rose Byrne). Quando a moça impõe limites, a protagonista procura outras pessoas para suprir sua carência. Ela encontra Zipper (J.K. Simmons), um policial que pode fazê-la abandonar o luto. Saiba onde assistir * Assista ao trailer A Loucura Entre Nós Durante três anos, a diretora Fernanda Vareille visitou o hospital psiquiátrico Juliano Moreira, onde o médico Marcelo Veras desenvolveu um projeto para acabar com o isolamento dos pacientes e inseri-los novamente na sociedade. O documentário retrata, principalmente, duas mulheres que passaram pela instituição. Saiba onde assistir * Assista ao trailer Esquadrão Suicida Para derrubar criminosos, a agente Amanda Waller (Viola Davis) decide fazer um acordo com vilões da cidade de Gotham. Ela recruta, então, um grupo de seres humanos desprezíveis, como Arlequina (Margot Robbie), Pistoleiro (Will Smith) e Diablo (Jay Hernandez). Eles precisam entrar em ação quando a bruxa Magia (Cara Delevingne), antes integrante do time, se rebela. Ao mesmo tempo, Coringa (Jared Leto) tenta resgatar a namorada, Arlequina. Saiba onde assistir * Assista ao trailer Fome Em preto e branco, o filme acompanha um morador de rua idoso (interpretado por Jean-Claude Bernardet) que vaga por São Paulo carregando apenas um carrinho de compras e alguns pertences. À medida que o homem conversa com pessoas, ele revela fatos de seu passado. Saiba onde assistir * Assista ao trailer O Monstro de Mil Cabeças Sonia Bonet luta para conseguir tratamento médico para o marido, que está muito doente. Diante da má vontade e da burocracia das seguradoras de saúde, ela decide resolver o problema por conta própria e enfrenta até as consequências mais extremas. Saiba onde assistir * Assista ao trailer Os Cavaleiros Brancos Jacques Arnault é presidente de uma ONG que auxilia crianças. Ele traça um plano ousado: resgatar 300 órfãos que sofrem com a guerra civil de um país africano e levá-los à França, onde serão adotados por famílias europeias. À medida que o resgate é executado, no entanto, Arnault e sua equipe enfrentam uma série de imprevistos. Saiba onde assistir * Assista ao trailer Um Amor à Altura Diane (Virgine Efira), uma advogada recém-divorciada, perde seu telefone. Ela recebe a ligação do homem que achou o aparelho e aceita jantar com ele. Quando o encontra, porém, descobre que o moço, Alexandre (Jean Dujardin), tem apenas 1,4 metro de altura. O filme francês é regravação do longa argentino "Coração de Leão" (2014). Saiba onde assistir * Assista ao trailer Vidas Partidas Graça (Naura Schneider) e Raul (Domingos Montagner) são casados e apaixonados. Porém, ele perde o emprego enquanto ela avança rapidamente na carreira. A tensão faz com que Raul se torne violento, e agressões passam a ser comuns. O filme é inspirado nas estatísticas de violência contra a mulher no Brasil e no mundo. Saiba onde assistir
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Leitoras comentam artigos de Aécio e Freixo sobre direitos da mulher
Em Patriarcado brasileiro, Marcelo Freixo desenha a realidade que nos cerca diante de forças que privilegiam o discurso dos que nos embrutecem quanto mais nos aprofundamos na burrice e na má-fé dos que defendem a bancada BBB (bíblia, boi e bala). A continuar assim, colocamos em risco a democracia no Brasil, pois lançamos o cidadão comum à barbárie. Sou mulher e, mesmo diante de uma sociedade patriarcal e embrutecida, ainda acredito na ação solitária e quixotesca de alguns cidadãos. MARIA CONSUELO APOCALYPSE JÓIA PAULINI (Ouro Fino, MG) * Lamentável a coluna Elas, do senador Aécio Neves. Após uma semana de extensos debates sobre a participação feminina no jornalismo, a Folha coloca um homem para falar sobre direitos das mulheres. Um homem associado ao partido que votou a favor do projeto de lei do estupro. Um homem que respondeu a queixa por agressão de uma ex-namorada. Um homem que usou o espaço para falar sobre o direito da mulher como palanque para um partidarismo infantil e inapropriado. FERNANDA BONANI, médica (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Leitoras comentam artigos de Aécio e Freixo sobre direitos da mulherEm Patriarcado brasileiro, Marcelo Freixo desenha a realidade que nos cerca diante de forças que privilegiam o discurso dos que nos embrutecem quanto mais nos aprofundamos na burrice e na má-fé dos que defendem a bancada BBB (bíblia, boi e bala). A continuar assim, colocamos em risco a democracia no Brasil, pois lançamos o cidadão comum à barbárie. Sou mulher e, mesmo diante de uma sociedade patriarcal e embrutecida, ainda acredito na ação solitária e quixotesca de alguns cidadãos. MARIA CONSUELO APOCALYPSE JÓIA PAULINI (Ouro Fino, MG) * Lamentável a coluna Elas, do senador Aécio Neves. Após uma semana de extensos debates sobre a participação feminina no jornalismo, a Folha coloca um homem para falar sobre direitos das mulheres. Um homem associado ao partido que votou a favor do projeto de lei do estupro. Um homem que respondeu a queixa por agressão de uma ex-namorada. Um homem que usou o espaço para falar sobre o direito da mulher como palanque para um partidarismo infantil e inapropriado. FERNANDA BONANI, médica (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Após fogo, Samsung suspende vendas e pede que usuários desliguem Galaxy Note 7
A Samsung vai pedir a todos seus parceiros globais que suspendam a venda e a troca do smartphone Galaxy Note 7, que tem apresentado problemas com a bateria. A empresa ainda não havia divulgado previsão de chegada do aparelho ao Brasil Em 2 de setembro, a Samsung anunciou um recall global de 2,5 milhões de Notes 7, porque baterias defeituosas do modelo fizeram algumas unidades pegarem fogo. A fim de investigar profundamente, a gigante sul-coreana também pediu a todos os consumidores que desliguem e parem de usar o aparelho. "Estamos comprometidos em trabalhar junto com as autoridades reguladoras para tomar todas as medidas necessárias para resolver a situação", disse a empresa. As principais operadoras de telefonia dos Estados Unidos e da Austrália suspenderam vendas ou trocas do modelo e grandes companhias aéreas seguem proibindo o Note 7. O principal motivo é o esvaziamento de um avião da Southwest Airlines nos EUA, após um aparelho que já tinha sido substituído emitir fumaça durante um voo. Companhias que atuam no Brasil também estão pedindo que passageiros mantenham esses celulares desligados durante voos. As empresas também não estão permitindo que esses smartphones sejam despachados como bagagem. De acordo com a agência Reuters, a Samsung também parou a produção do dispositivo. "Se a produção do Note 7 continuasse, isso levaria ao maior ato de auto-destruição de marca da história da tecnologia moderna", disse Eric Schiffer, especialista de marcas e presidente da Reputation Management Consultants. A empresa não havia comentado a suspensão. RECUPERAÇÃO Reuniões acaloradas, férias sacrificadas e equipes monitorando as redes sociais exaustivamente para rastrear quaisquer incêndios em telefones: a Samsung Electronics ainda está tentando desesperadamente limitar o dano de um recall global recorde. A crise é pior que qualquer outra que a empresa já enfrentou, disse um informante da Samsung, que não quis ser identificado devido à sensibilidade do assunto. "Ela impacta diretamente nossos produtos, nossas marcas e a confiança com os consumidores", disse esta pessoa. NO BRASIL A Samsung destaca que o produto ainda não foi comercializado no Brasil. Caso o consumidor tenha adquirido o Galaxy Note 7 fora do país e queira mais informações a respeito do tema, a empresa pede que entre em contato com a atendimento ao consumidor pelo telefone: 4004-0000 (capitais) e 0800-124-421 (demais cidades). Com agências de notícias
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Após fogo, Samsung suspende vendas e pede que usuários desliguem Galaxy Note 7A Samsung vai pedir a todos seus parceiros globais que suspendam a venda e a troca do smartphone Galaxy Note 7, que tem apresentado problemas com a bateria. A empresa ainda não havia divulgado previsão de chegada do aparelho ao Brasil Em 2 de setembro, a Samsung anunciou um recall global de 2,5 milhões de Notes 7, porque baterias defeituosas do modelo fizeram algumas unidades pegarem fogo. A fim de investigar profundamente, a gigante sul-coreana também pediu a todos os consumidores que desliguem e parem de usar o aparelho. "Estamos comprometidos em trabalhar junto com as autoridades reguladoras para tomar todas as medidas necessárias para resolver a situação", disse a empresa. As principais operadoras de telefonia dos Estados Unidos e da Austrália suspenderam vendas ou trocas do modelo e grandes companhias aéreas seguem proibindo o Note 7. O principal motivo é o esvaziamento de um avião da Southwest Airlines nos EUA, após um aparelho que já tinha sido substituído emitir fumaça durante um voo. Companhias que atuam no Brasil também estão pedindo que passageiros mantenham esses celulares desligados durante voos. As empresas também não estão permitindo que esses smartphones sejam despachados como bagagem. De acordo com a agência Reuters, a Samsung também parou a produção do dispositivo. "Se a produção do Note 7 continuasse, isso levaria ao maior ato de auto-destruição de marca da história da tecnologia moderna", disse Eric Schiffer, especialista de marcas e presidente da Reputation Management Consultants. A empresa não havia comentado a suspensão. RECUPERAÇÃO Reuniões acaloradas, férias sacrificadas e equipes monitorando as redes sociais exaustivamente para rastrear quaisquer incêndios em telefones: a Samsung Electronics ainda está tentando desesperadamente limitar o dano de um recall global recorde. A crise é pior que qualquer outra que a empresa já enfrentou, disse um informante da Samsung, que não quis ser identificado devido à sensibilidade do assunto. "Ela impacta diretamente nossos produtos, nossas marcas e a confiança com os consumidores", disse esta pessoa. NO BRASIL A Samsung destaca que o produto ainda não foi comercializado no Brasil. Caso o consumidor tenha adquirido o Galaxy Note 7 fora do país e queira mais informações a respeito do tema, a empresa pede que entre em contato com a atendimento ao consumidor pelo telefone: 4004-0000 (capitais) e 0800-124-421 (demais cidades). Com agências de notícias
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Maioria de imóveis na planta ou em obras em SP está na zona sul
ANAÏS FERNANDES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA A zona sul é a região com o maior número de empreendimentos na planta ou em construção, 93 dos 250, segundo dados da Geoimovel. Grande parte (45,8%) dos empreendimentos nessa etapa é de padrão médio alto com quatro dormitórios (37%) e uma vaga na garagem (33%). Maior oferta de terreno, localização estratégica e boa infraestrutura ajudam a explicar os números, principalmente na Vila Mariana e arredores, com 17 lançamentos. Em uma cidade sem praia como São Paulo, o parque Ibirapuera se torna um epicentro de valorização. A área é cercada por bairros de alto padrão, como a Vila Nova Conceição -que, de tão adensada, não via o lançamento de um prédio desde 2014 e terá, agora, um empreendimento da Setin. "Essa é a região, em tese, onde todo mundo gostaria de morar, só que nem todos podem. Então a pessoa vai se afastando um pouco dela, mas procurando outras conveniências", explica Bruno Vivanco, vice-presidente comercial da imobiliária Abyara Brasil Brokers. Mobilidade é uma delas. O eixo das ruas Vergueiro e Domingos de Morais liga a Vila Mariana à região da avenida Paulista e ao centro, além de concentrar três estações da linha 1-azul do metrô: Ana Rosa, Vila Mariana e Santa Cruz. Já a 23 de Maio conecta o bairro à marginal Tietê e às avenidas dos Bandeirantes (Congonhas) e Radial Leste. A consultora de RH Juliana Hidalgo, 29, e o marido apostaram na planta e na localização para comprar uma unidade com três suítes no Soberano, lançamento da Tajarb na Vila Mariana. "Estou morando no extremo da zona sul; o novo apartamento é mais central e tem uma planta que não inviabiliza os planos de longo prazo, como aumentar a família." Com o metro quadrado avaliado em cerca de R$ 10 mil, o Soberano oferece apartamentos de três e quatro dormitórios e até 300 m². Nos arredores do Ibirapuera, Moema e Itaim Bibi, bairros de alto padrão, veem sua oferta de terrenos ficar cada vez mais escassa e cara. As construtoras tiveram que olhar para os lados e encontraram nos vizinhos Campo Belo e Vila Olímpia oportunidades para investir. "Elas estão tentando migrar o modelo do Itaim, das proximidades da avenida Brigadeiro Faria Lima e da rua Leopoldo Couto de Magalhães, para a Vila Olímpia. E estão fazendo bem, porque são empreendimentos destinados a um público que não encontra mais produtos no Itaim", afirma Celso Amaral, diretor da Geoimovel. Na Vila Olímpia, entre os imóveis em construção predominam os de quatro dormitórios e quatro vagas, de 217 m² a mais de 550 m². A Cyrela tem dois empreendimentos de altíssimo padrão na região, que atendem um nicho de mercado. O One Sixty, com unidades de quatro dormitórios e m² avaliado em R$ 28 mil, e o Cyrela By Pininfarina, com imóveis de um quarto (R$ 30,6 mil/m²). Veja dicas "A estratégia é lançar produtos diferenciados ou em regiões muito demandadas. Nesses empreendimentos, conseguimos juntar os dois. O mercado de luxo não para", diz Eduardo Leite, diretor de incorporação da Cyrela. O Campo Belo, espécie de continuação de Moema, segue a linha do compacto de um dormitório (de olho nos executivos que trabalham na região da marginal Pinheiros e da Berrini), com o metro quadrado de R$ 12 mil a R$ 15 mil. Um pouco mais afastada, mas bem servida de metrô, está a região da Saúde, com a maioria dos lançamentos de dois quartos e uma vaga. A Tribo escolheu a região para lançar seu primeiro prédio, apartamentos de um e dois quartos, com 38 m² ou 60 m². Confira imóveis à venda em São Paulo
sobretudo
Maioria de imóveis na planta ou em obras em SP está na zona sul ANAÏS FERNANDES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA A zona sul é a região com o maior número de empreendimentos na planta ou em construção, 93 dos 250, segundo dados da Geoimovel. Grande parte (45,8%) dos empreendimentos nessa etapa é de padrão médio alto com quatro dormitórios (37%) e uma vaga na garagem (33%). Maior oferta de terreno, localização estratégica e boa infraestrutura ajudam a explicar os números, principalmente na Vila Mariana e arredores, com 17 lançamentos. Em uma cidade sem praia como São Paulo, o parque Ibirapuera se torna um epicentro de valorização. A área é cercada por bairros de alto padrão, como a Vila Nova Conceição -que, de tão adensada, não via o lançamento de um prédio desde 2014 e terá, agora, um empreendimento da Setin. "Essa é a região, em tese, onde todo mundo gostaria de morar, só que nem todos podem. Então a pessoa vai se afastando um pouco dela, mas procurando outras conveniências", explica Bruno Vivanco, vice-presidente comercial da imobiliária Abyara Brasil Brokers. Mobilidade é uma delas. O eixo das ruas Vergueiro e Domingos de Morais liga a Vila Mariana à região da avenida Paulista e ao centro, além de concentrar três estações da linha 1-azul do metrô: Ana Rosa, Vila Mariana e Santa Cruz. Já a 23 de Maio conecta o bairro à marginal Tietê e às avenidas dos Bandeirantes (Congonhas) e Radial Leste. A consultora de RH Juliana Hidalgo, 29, e o marido apostaram na planta e na localização para comprar uma unidade com três suítes no Soberano, lançamento da Tajarb na Vila Mariana. "Estou morando no extremo da zona sul; o novo apartamento é mais central e tem uma planta que não inviabiliza os planos de longo prazo, como aumentar a família." Com o metro quadrado avaliado em cerca de R$ 10 mil, o Soberano oferece apartamentos de três e quatro dormitórios e até 300 m². Nos arredores do Ibirapuera, Moema e Itaim Bibi, bairros de alto padrão, veem sua oferta de terrenos ficar cada vez mais escassa e cara. As construtoras tiveram que olhar para os lados e encontraram nos vizinhos Campo Belo e Vila Olímpia oportunidades para investir. "Elas estão tentando migrar o modelo do Itaim, das proximidades da avenida Brigadeiro Faria Lima e da rua Leopoldo Couto de Magalhães, para a Vila Olímpia. E estão fazendo bem, porque são empreendimentos destinados a um público que não encontra mais produtos no Itaim", afirma Celso Amaral, diretor da Geoimovel. Na Vila Olímpia, entre os imóveis em construção predominam os de quatro dormitórios e quatro vagas, de 217 m² a mais de 550 m². A Cyrela tem dois empreendimentos de altíssimo padrão na região, que atendem um nicho de mercado. O One Sixty, com unidades de quatro dormitórios e m² avaliado em R$ 28 mil, e o Cyrela By Pininfarina, com imóveis de um quarto (R$ 30,6 mil/m²). Veja dicas "A estratégia é lançar produtos diferenciados ou em regiões muito demandadas. Nesses empreendimentos, conseguimos juntar os dois. O mercado de luxo não para", diz Eduardo Leite, diretor de incorporação da Cyrela. O Campo Belo, espécie de continuação de Moema, segue a linha do compacto de um dormitório (de olho nos executivos que trabalham na região da marginal Pinheiros e da Berrini), com o metro quadrado de R$ 12 mil a R$ 15 mil. Um pouco mais afastada, mas bem servida de metrô, está a região da Saúde, com a maioria dos lançamentos de dois quartos e uma vaga. A Tribo escolheu a região para lançar seu primeiro prédio, apartamentos de um e dois quartos, com 38 m² ou 60 m². Confira imóveis à venda em São Paulo
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Cruzeiros temáticos que passarão pelo Brasil vão de literatura a terceira idade
Para quem gosta de dançar, malhar, ler ou curtir o Carnaval, esta temporada de cruzeiros tem navios para todos os gostos e idades. Confira as opções de viagens temáticas pela costa e pelos rios do país neste início de ano. * Dançando a Bordo Com uma aula especial, o coreógrafo Carlinhos de Jesus abre as atividades do cruzeiro. A bordo, os passageiros terão o auxílio de dançarinos profissionais e poderão experimentar diversos ritmos: samba carioca, salsa, forró, sertanejo, salsa, bachata, zouk, entre outros. Navio: Costa Fascinosa Saída: 4/2, de Santos Destinos: Rio de Janeiro, Salvador e Ilhabela Noites: 6 Preço: a partir de R$ 1.939 + taxas Informações: costacruzeiros.com Baila Comigo Com uma equipe de professores e dançarinos, a viagem oferecerá aulas de diferentes ritmos nos períodos da manhã e da tarde. Durante a noite, os hóspedes terão a oportunidade de mostar o que aprenderam nas festas temáticas, como a tropical e a dos anos 70. Navio: MSC Musica Saída: 12/3, de Santos Destinos: Punta del Este (Uruguai), Buenos Aires (Argentina), Montevidéu (Uruguai) Noites: 7 Preço: a partir de R$ 2.009 + taxas Informações: msccruzeiros.com.br - Bem-estar Na programação, estão previstas palestras sobre vida saudável e atividades de circo, balé, ioga, pilates e alongamento. Para quem quer aprender algumas noções de defesa pessoal, o cruzeiro oferecerá ainda aulas de luta com Mario Yamasaki, árbitro de UFC. Navio: Costa Fascinosa Saída: 10/2, de Santos Destinos: Buenos Aires (Argentina) e Montevidéu (Uruguai) Noites: 8 Preço: a partir de R$ 1.858 + taxas Informações: costacruzeiros.com Qualidade de vida Durante sete noites, especialistas irão ministrar palestras sobre diversos temas relacionados à qualidade de vida –como lidar com o estresse, emagrecer com saúde e gerenciar melhor o tempo, por exemplo. Também estão previstos workshops de massagem e aulas de ioga e treinamento funcional. Navio: MSC Preziosa Saída: 18/2, de Santos Destinos: Rio de Janeiro, Salvador, Ilhéus e Búzios Noites: 7 Preço: a partir de R$ 1.769 + taxas Informações: msccruzeiros.com.br Fitness Nesse cruzeiro, relaxar não está nos planos dos hóspedes. Serão mais de 150 atividades, entre palestras sobre nutrição e aulas diversas –ioga, pilates, spinning e até kangoo jumps (com calçados semelhantes ao patins, mas que, no lugar das rodinhas, tem uma espécie de mola). Como destaques, estão as aulas de ritmos tropicais (salsa, zouk, bachata e samba) e de "jinga fitness", treino funcional que mistura capoeira e dança. Navio: Costa Fascinosa Saída: 4/3, de Santos Destinos: Rio de Janeiro, Salvador e Ilhabela Noites: 6 Preço: a partir de R$ 1.781 + taxas Informações: costacruzeiros.com - Senior Destinado ao público acima dos 60 anos, o cruzeiro tem como madrinha Helô Pinheiro. A musa da canção "Garota de Ipanema" irá comandar atividades a bordo, incluindo o concurso "Garota Sênior". A viagem terá ainda aulas de ioga, dança e ginástica. Navio: Costa Fascinosa Saída: 18/2, de Santos Destinos: Rio de Janeiro, Salvador e Ilhabela Noites: 6 Preço: a partir de R$ 1.586 + taxas Informações: costacruzeiros.com - Carnaval Terá programação especial para os passageiros-foliões: festas na piscina e baile de máscaras. Além disso, o navio fará pernoite em Salvador, onde também será possível curtir o carnaval. O pacote inclui alimentação e bebidas alcoólicas e não-alcoólicas. Navio: Sovereign, da Pullmantur Saída: 25/2, de Santos Destinos: Rio de Janeiro, Salvador e Cabo Frio Noites: 7 Preço: a partir de R$ 4.377 Informações: cvc.com.br - Navegar é preciso Idealizado pela Livraria da Vila, propõe uma viagem literária pela rio Negro, no Amazonas. Durante cinco dias, serão realizados encontros com escritores e passeios para conhecer os encantos da região. Os convidados da edição 2017, a sétima do cruzeiro, são: Gregório Duvivier, João Paulo Cuenca, Beatriz Bracher, Monja Coen, Mario Prata e Chico César –que fará um show a bordo. Navio: Grand Amazon, da Iberostar Saída: 1º/5, de Manaus Destinos: Rio Negro Noites: 4 Preço: a partir de R$ 5.640 (sem aéreo) Informações: livrariadavila.com.br/navegar
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Cruzeiros temáticos que passarão pelo Brasil vão de literatura a terceira idadePara quem gosta de dançar, malhar, ler ou curtir o Carnaval, esta temporada de cruzeiros tem navios para todos os gostos e idades. Confira as opções de viagens temáticas pela costa e pelos rios do país neste início de ano. * Dançando a Bordo Com uma aula especial, o coreógrafo Carlinhos de Jesus abre as atividades do cruzeiro. A bordo, os passageiros terão o auxílio de dançarinos profissionais e poderão experimentar diversos ritmos: samba carioca, salsa, forró, sertanejo, salsa, bachata, zouk, entre outros. Navio: Costa Fascinosa Saída: 4/2, de Santos Destinos: Rio de Janeiro, Salvador e Ilhabela Noites: 6 Preço: a partir de R$ 1.939 + taxas Informações: costacruzeiros.com Baila Comigo Com uma equipe de professores e dançarinos, a viagem oferecerá aulas de diferentes ritmos nos períodos da manhã e da tarde. Durante a noite, os hóspedes terão a oportunidade de mostar o que aprenderam nas festas temáticas, como a tropical e a dos anos 70. Navio: MSC Musica Saída: 12/3, de Santos Destinos: Punta del Este (Uruguai), Buenos Aires (Argentina), Montevidéu (Uruguai) Noites: 7 Preço: a partir de R$ 2.009 + taxas Informações: msccruzeiros.com.br - Bem-estar Na programação, estão previstas palestras sobre vida saudável e atividades de circo, balé, ioga, pilates e alongamento. Para quem quer aprender algumas noções de defesa pessoal, o cruzeiro oferecerá ainda aulas de luta com Mario Yamasaki, árbitro de UFC. Navio: Costa Fascinosa Saída: 10/2, de Santos Destinos: Buenos Aires (Argentina) e Montevidéu (Uruguai) Noites: 8 Preço: a partir de R$ 1.858 + taxas Informações: costacruzeiros.com Qualidade de vida Durante sete noites, especialistas irão ministrar palestras sobre diversos temas relacionados à qualidade de vida –como lidar com o estresse, emagrecer com saúde e gerenciar melhor o tempo, por exemplo. Também estão previstos workshops de massagem e aulas de ioga e treinamento funcional. Navio: MSC Preziosa Saída: 18/2, de Santos Destinos: Rio de Janeiro, Salvador, Ilhéus e Búzios Noites: 7 Preço: a partir de R$ 1.769 + taxas Informações: msccruzeiros.com.br Fitness Nesse cruzeiro, relaxar não está nos planos dos hóspedes. Serão mais de 150 atividades, entre palestras sobre nutrição e aulas diversas –ioga, pilates, spinning e até kangoo jumps (com calçados semelhantes ao patins, mas que, no lugar das rodinhas, tem uma espécie de mola). Como destaques, estão as aulas de ritmos tropicais (salsa, zouk, bachata e samba) e de "jinga fitness", treino funcional que mistura capoeira e dança. Navio: Costa Fascinosa Saída: 4/3, de Santos Destinos: Rio de Janeiro, Salvador e Ilhabela Noites: 6 Preço: a partir de R$ 1.781 + taxas Informações: costacruzeiros.com - Senior Destinado ao público acima dos 60 anos, o cruzeiro tem como madrinha Helô Pinheiro. A musa da canção "Garota de Ipanema" irá comandar atividades a bordo, incluindo o concurso "Garota Sênior". A viagem terá ainda aulas de ioga, dança e ginástica. Navio: Costa Fascinosa Saída: 18/2, de Santos Destinos: Rio de Janeiro, Salvador e Ilhabela Noites: 6 Preço: a partir de R$ 1.586 + taxas Informações: costacruzeiros.com - Carnaval Terá programação especial para os passageiros-foliões: festas na piscina e baile de máscaras. Além disso, o navio fará pernoite em Salvador, onde também será possível curtir o carnaval. O pacote inclui alimentação e bebidas alcoólicas e não-alcoólicas. Navio: Sovereign, da Pullmantur Saída: 25/2, de Santos Destinos: Rio de Janeiro, Salvador e Cabo Frio Noites: 7 Preço: a partir de R$ 4.377 Informações: cvc.com.br - Navegar é preciso Idealizado pela Livraria da Vila, propõe uma viagem literária pela rio Negro, no Amazonas. Durante cinco dias, serão realizados encontros com escritores e passeios para conhecer os encantos da região. Os convidados da edição 2017, a sétima do cruzeiro, são: Gregório Duvivier, João Paulo Cuenca, Beatriz Bracher, Monja Coen, Mario Prata e Chico César –que fará um show a bordo. Navio: Grand Amazon, da Iberostar Saída: 1º/5, de Manaus Destinos: Rio Negro Noites: 4 Preço: a partir de R$ 5.640 (sem aéreo) Informações: livrariadavila.com.br/navegar
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Polêmica na lancheira
Creio que muita gente acompanhou ou soube de uma polêmica nas redes sociais que envolveu Bela Gil, nutricionista, orientadora alimentar e apresentadora de um programa de culinária natural. Ela postou a foto da lancheira que a filha levaria naquele dia para a escola. O lanche era composto de granola caseira, batata doce, banana da terra e água. Para muitos adultos, a merenda não parecia apetitosa para uma criança. Ocorreu, então, o que temos visto com muita frequência: ataques e defesas. Ponderação? Quase nenhuma. As críticas sugeriam a substituição do que foi mostrado por petiscos industrializados, doces, sucos e refrigerantes, uma vez que esses alimentos são considerados mais atraentes para uma criança. Vale a pena pensarmos sobre esse fato e tentarmos entender alguns pontos que estão por trás dele. Enfrentamos, no Brasil, uma grande contradição: se, por um lado, conseguimos superar o baixo peso infantil –apenas 1,9% das crianças com menos de cinco anos está nessa situação–, por outro vemos crescer o número de crianças e adolescentes com sobrepeso e obesidade –7,3% das crianças da mesma idade já estão nessa categoria. E tem mais: entre os cinco e os nove anos, a taxa alcança o preocupante índice de 33,5%. Sob a ideologia do consumo, a alimentação inadequada dos mais novos cresce assustadoramente. E somos nós, os adultos, os responsáveis por isso. Basta ler algumas das críticas feitas à merenda da filha de Bela Gil para constatar isso. Não é preciso ser adepta da alimentação natural, como é a apresentadora, para alimentar bem os filhos e a família. O programa –a que assisto regularmente, devido a meu interesse em culinária– deixa bem clara a linha alimentar seguida. E, como todos as outras atrações do gênero, mostra receitas que agradam a quem assiste e outras que não. Normal, não é? Mas um ponto da merenda foco da polêmica me chamou muito a atenção: era uma lancheira que eu gosto de chamar de "amorosa". Bela conhece a filha, dá a ela oportunidades de descobrir novos sabores segundo seus princípios alimentares e permite que ela explore o paladar, ao apresentar diversos tipos de alimentos, sem se render ao que consideramos "gosto infantil", tampouco ao consumismo de determinados alimentos e bebidas que experimentamos na atualidade. Criança não precisa de um cardápio diferente do dos adultos para se alimentar, como muitos restaurantes gostam de apresentar. A amorosidade aos filhos se mostra também na alimentação que oferecemos a eles. Quando cedemos aos caprichos deles, pensamos muito mais em nós do que neles. Sim: as crianças costumam saber o que querem; entretanto, como sempre repito, elas não sabem ainda se isso faz bem ou não a elas. Petiscos industrializados, refrigerantes, biscoitos, embutidos etc., consumidos regularmente, não fazem bem à criança, e sabemos muito bem disso. É nosso papel, portanto, colaborar para que os filhos tenham uma boa formação, para no futuro poder escolher, conhecer a cultura e a tradição alimentar da família à qual pertencem e, principalmente, expandir seu conhecimento do mundo. Afinal, comida é cultura, e oferecer comida boa aos filhos é ensinar-lhes o amor à vida!
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Polêmica na lancheiraCreio que muita gente acompanhou ou soube de uma polêmica nas redes sociais que envolveu Bela Gil, nutricionista, orientadora alimentar e apresentadora de um programa de culinária natural. Ela postou a foto da lancheira que a filha levaria naquele dia para a escola. O lanche era composto de granola caseira, batata doce, banana da terra e água. Para muitos adultos, a merenda não parecia apetitosa para uma criança. Ocorreu, então, o que temos visto com muita frequência: ataques e defesas. Ponderação? Quase nenhuma. As críticas sugeriam a substituição do que foi mostrado por petiscos industrializados, doces, sucos e refrigerantes, uma vez que esses alimentos são considerados mais atraentes para uma criança. Vale a pena pensarmos sobre esse fato e tentarmos entender alguns pontos que estão por trás dele. Enfrentamos, no Brasil, uma grande contradição: se, por um lado, conseguimos superar o baixo peso infantil –apenas 1,9% das crianças com menos de cinco anos está nessa situação–, por outro vemos crescer o número de crianças e adolescentes com sobrepeso e obesidade –7,3% das crianças da mesma idade já estão nessa categoria. E tem mais: entre os cinco e os nove anos, a taxa alcança o preocupante índice de 33,5%. Sob a ideologia do consumo, a alimentação inadequada dos mais novos cresce assustadoramente. E somos nós, os adultos, os responsáveis por isso. Basta ler algumas das críticas feitas à merenda da filha de Bela Gil para constatar isso. Não é preciso ser adepta da alimentação natural, como é a apresentadora, para alimentar bem os filhos e a família. O programa –a que assisto regularmente, devido a meu interesse em culinária– deixa bem clara a linha alimentar seguida. E, como todos as outras atrações do gênero, mostra receitas que agradam a quem assiste e outras que não. Normal, não é? Mas um ponto da merenda foco da polêmica me chamou muito a atenção: era uma lancheira que eu gosto de chamar de "amorosa". Bela conhece a filha, dá a ela oportunidades de descobrir novos sabores segundo seus princípios alimentares e permite que ela explore o paladar, ao apresentar diversos tipos de alimentos, sem se render ao que consideramos "gosto infantil", tampouco ao consumismo de determinados alimentos e bebidas que experimentamos na atualidade. Criança não precisa de um cardápio diferente do dos adultos para se alimentar, como muitos restaurantes gostam de apresentar. A amorosidade aos filhos se mostra também na alimentação que oferecemos a eles. Quando cedemos aos caprichos deles, pensamos muito mais em nós do que neles. Sim: as crianças costumam saber o que querem; entretanto, como sempre repito, elas não sabem ainda se isso faz bem ou não a elas. Petiscos industrializados, refrigerantes, biscoitos, embutidos etc., consumidos regularmente, não fazem bem à criança, e sabemos muito bem disso. É nosso papel, portanto, colaborar para que os filhos tenham uma boa formação, para no futuro poder escolher, conhecer a cultura e a tradição alimentar da família à qual pertencem e, principalmente, expandir seu conhecimento do mundo. Afinal, comida é cultura, e oferecer comida boa aos filhos é ensinar-lhes o amor à vida!
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Confira dicas de cruzeiros temáticos para aproveitar o fim de ano em alto mar
PRISCILA CAMAZANO DE SÃO PAULO Navios apostam em viagens temáticas para o Natal e a virada do ano; temporada de férias traz eventos com shows e muita balada. Veja 10 dicas: NATAL Rio e Bahia Com Papai Noel e entrega de presentes para as crianças em alto-mar, o navio Sovereign, da Pullmantur, irá passar pela cidade maravilhosa, Búzios e pela capital baiana, Salvador. Além da decoração natalina, haverá um jantar especial e uma noite de gala. São sete noites em cabine interna dupla para toda a família com direito a refeições. CVC (cvc.com.br ), tel. 3003-9282. A partir de R$ 3.065 * Buenos Aires O cardápio será especial em todos os restaurantes do cruzeiro, que irá começar às vésperas do Natal e terminar nos primeiros dias de 2017. Não faltará decoração natalina e balões coloridos para entrar no clima de festa. No Réveillon, um telão fará a contagem regressiva. No roteiro está a capital argentina, Buenos Aires, e as cidades uruguaias, Punta del Este e Montevidéu. No Brasil, Ilhabela, Rio de Janeiro, Búzios e Angra dos Reis. São 14 noites, cabine dupla e pensão completa. Norwegian Cruise Line (ncl.com.br ), tel. 3253-7203. A partir de R$ 5.494 * ANO-NOVO Rio e Ilhéus Que tal assistir a uma das maiores queimas de fogos e ainda com vista privilegiada? Estamos falando do espetáculo pirotécnico na praia de Copacabana para celebrar a virada do ano. Do navio, os hóspedes terão a oportunidade de ver o céu sendo iluminado. O cruzeiro sai de Santos, passa pela capital fluminense, pelas cidades baianas, Salvador e Ilhéus e Ilhabela. Com pensão completa, são oito noites em cabine dupla. Abreutur (abreutur.com.br ), tel. 3702-1840. A partir de R$ 6.383 * Cingapura e Hong Kong Patrimônio da Humanidade, Halong Bay, no Vietnã, é o destino certo para quem na virada quer aproveitar a beleza de uma das sete maravilhas da natureza. Formada por milhares de ilhas e ilhotas calcárias, a baía atrai turistas do mundo todo. Não deixe de fazer um passeio em uma embarcação típica. As excursões em terra também são uma boa pedida. Serão 15 noites, entre Natal e anonovo, em cabine dupla e todas as refeições. Teresa Perez (teresaperez.com.br ), tel. 3799-4000. A partir de US$ 8.650 * Rio e Bahia Para dar boas-vindas ao ano-novo e começar 2017 com o pé direito, os cruzeiristas terão um cardápio de atrações e lugares. Em Salvador, haverá excursões pelos pontos turísticos mais famosos, como o Pelourinho e o Elevador Lacerda. No sul da Bahia, na cidade de Ilhéus, atrações históricas. Em Búzios, passeios de escuna e trilhas. Na noite da virada, o navio ficará atracado na praia de Copacabana para os hóspedes contemplarem a queima de fogos. Serão oito noites em cabine externa dupla com refeições. MSC Cruzeiros (msccruzeiros.com.br ), tel. 4003-1058. A partir de R$ 5.479 * Cuba É no último dia de 2016, para celebrar a chegada do ano-novo, que o cruzeiro parte da capital cubana, Havana, conhecida por, em 1959, ter sido palco da revolução que se instaurou no país. Em seguida, segue pelo mar do Caribe passando pelas Ilhas Cayman -território britânico-, Jamaica, conhecida por ser rodeada por um mar azul sem fim, e México, com suas exuberantes praias. Ao todo, são sete noites em cabine interna dupla, pensão completa (sem bebidas), entretenimento e diversão a bordo. Agaxtur (agaxturviagens.com.br ), tel. 3067-0900. A partir de R$ 3.179 * FÉRIAS DE VERÃO Caribe É um dos destinos mais procurados pelos brasileiros. São praias paradisíacas, de águas cristalinas, para você mergulhar ou simplesmente se esticar na areia. A temperatura agradável, a maior parte do ano, favorece a visita. Além do passeio, os hóspedes terão a oportunidade de assistir a um show da popstar Demi Lovato, no dia 28/12. São sete noites em cabine interna dupla. Celebrity Cruises (celebritycruises.com.br ), tel. 3090-7200. A partir de R$ 2.739 * Flórida e Caribe A viagem começa na Flórida e segue por República Dominicana, Jamaica, Honduras e México. O diferencial do cruzeiro são as aulas de dança de salão. Com a presença do dançarino Carlinhos de Jesus, de Carine Morais e de Rafael Barros, campeões mundiais de dança no Brasil, a festa a bordo será voltada tanto para quem já arrisca uns passinhos quanto para aqueles que desejam aprender. São dez noites em cabine externa dupla e todas as refeições. Dreamlines Cruzeiros (dreamlines.com.br ), tel. 0800-740-7407. A partir de R$ 9.356 * Oceano Índico O cruzeiro que parte das Maldivas, país insular com mais de mil ilhas, fará paradas pelo oceano Índico. Uma delas é em Seychelles, dona de praias de águas cristalinas. Outra é Moçambique, localizado no sudeste do continente africano. E Zanzibar, na Tanzânia, que é uma ilha exótica e charmosa. Em cada escala, haverá uma expedição terrestre, sempre com a presença de um especialista. São, ao todo, 17 noites em cabine dupla "all inclusive". Be Happy (behappyviagens.com.br ), tel 5041-1243. A partir de US$ 18.750 * Argentina e Uruguai A proposta do cruzeiro temático é "Bem-estar". O navio zarpa de Santos, litoral sul de São Paulo, passa pela capital argentina, Buenos Aires, e desemboca em Montevidéu. Os hóspedes poderão participar das aulas de luta e defesa pessoal, sob a batuta de Mario Yamasaki, árbitro brasileiro de UFC. Haverá ainda aulas de balé voltadas para a terceira idade, circo, ioga, alongamento, pilates e palestras sobre saúde e prevenção. Ao todo, serão oito noites em cabine interna dupla com as refeições inclusas. Costa Cruzeiros (costacruzeiros.com.br ), tel. 2123-3655. A partir de R$ 1.858
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Confira dicas de cruzeiros temáticos para aproveitar o fim de ano em alto marPRISCILA CAMAZANO DE SÃO PAULO Navios apostam em viagens temáticas para o Natal e a virada do ano; temporada de férias traz eventos com shows e muita balada. Veja 10 dicas: NATAL Rio e Bahia Com Papai Noel e entrega de presentes para as crianças em alto-mar, o navio Sovereign, da Pullmantur, irá passar pela cidade maravilhosa, Búzios e pela capital baiana, Salvador. Além da decoração natalina, haverá um jantar especial e uma noite de gala. São sete noites em cabine interna dupla para toda a família com direito a refeições. CVC (cvc.com.br ), tel. 3003-9282. A partir de R$ 3.065 * Buenos Aires O cardápio será especial em todos os restaurantes do cruzeiro, que irá começar às vésperas do Natal e terminar nos primeiros dias de 2017. Não faltará decoração natalina e balões coloridos para entrar no clima de festa. No Réveillon, um telão fará a contagem regressiva. No roteiro está a capital argentina, Buenos Aires, e as cidades uruguaias, Punta del Este e Montevidéu. No Brasil, Ilhabela, Rio de Janeiro, Búzios e Angra dos Reis. São 14 noites, cabine dupla e pensão completa. Norwegian Cruise Line (ncl.com.br ), tel. 3253-7203. A partir de R$ 5.494 * ANO-NOVO Rio e Ilhéus Que tal assistir a uma das maiores queimas de fogos e ainda com vista privilegiada? Estamos falando do espetáculo pirotécnico na praia de Copacabana para celebrar a virada do ano. Do navio, os hóspedes terão a oportunidade de ver o céu sendo iluminado. O cruzeiro sai de Santos, passa pela capital fluminense, pelas cidades baianas, Salvador e Ilhéus e Ilhabela. Com pensão completa, são oito noites em cabine dupla. Abreutur (abreutur.com.br ), tel. 3702-1840. A partir de R$ 6.383 * Cingapura e Hong Kong Patrimônio da Humanidade, Halong Bay, no Vietnã, é o destino certo para quem na virada quer aproveitar a beleza de uma das sete maravilhas da natureza. Formada por milhares de ilhas e ilhotas calcárias, a baía atrai turistas do mundo todo. Não deixe de fazer um passeio em uma embarcação típica. As excursões em terra também são uma boa pedida. Serão 15 noites, entre Natal e anonovo, em cabine dupla e todas as refeições. Teresa Perez (teresaperez.com.br ), tel. 3799-4000. A partir de US$ 8.650 * Rio e Bahia Para dar boas-vindas ao ano-novo e começar 2017 com o pé direito, os cruzeiristas terão um cardápio de atrações e lugares. Em Salvador, haverá excursões pelos pontos turísticos mais famosos, como o Pelourinho e o Elevador Lacerda. No sul da Bahia, na cidade de Ilhéus, atrações históricas. Em Búzios, passeios de escuna e trilhas. Na noite da virada, o navio ficará atracado na praia de Copacabana para os hóspedes contemplarem a queima de fogos. Serão oito noites em cabine externa dupla com refeições. MSC Cruzeiros (msccruzeiros.com.br ), tel. 4003-1058. A partir de R$ 5.479 * Cuba É no último dia de 2016, para celebrar a chegada do ano-novo, que o cruzeiro parte da capital cubana, Havana, conhecida por, em 1959, ter sido palco da revolução que se instaurou no país. Em seguida, segue pelo mar do Caribe passando pelas Ilhas Cayman -território britânico-, Jamaica, conhecida por ser rodeada por um mar azul sem fim, e México, com suas exuberantes praias. Ao todo, são sete noites em cabine interna dupla, pensão completa (sem bebidas), entretenimento e diversão a bordo. Agaxtur (agaxturviagens.com.br ), tel. 3067-0900. A partir de R$ 3.179 * FÉRIAS DE VERÃO Caribe É um dos destinos mais procurados pelos brasileiros. São praias paradisíacas, de águas cristalinas, para você mergulhar ou simplesmente se esticar na areia. A temperatura agradável, a maior parte do ano, favorece a visita. Além do passeio, os hóspedes terão a oportunidade de assistir a um show da popstar Demi Lovato, no dia 28/12. São sete noites em cabine interna dupla. Celebrity Cruises (celebritycruises.com.br ), tel. 3090-7200. A partir de R$ 2.739 * Flórida e Caribe A viagem começa na Flórida e segue por República Dominicana, Jamaica, Honduras e México. O diferencial do cruzeiro são as aulas de dança de salão. Com a presença do dançarino Carlinhos de Jesus, de Carine Morais e de Rafael Barros, campeões mundiais de dança no Brasil, a festa a bordo será voltada tanto para quem já arrisca uns passinhos quanto para aqueles que desejam aprender. São dez noites em cabine externa dupla e todas as refeições. Dreamlines Cruzeiros (dreamlines.com.br ), tel. 0800-740-7407. A partir de R$ 9.356 * Oceano Índico O cruzeiro que parte das Maldivas, país insular com mais de mil ilhas, fará paradas pelo oceano Índico. Uma delas é em Seychelles, dona de praias de águas cristalinas. Outra é Moçambique, localizado no sudeste do continente africano. E Zanzibar, na Tanzânia, que é uma ilha exótica e charmosa. Em cada escala, haverá uma expedição terrestre, sempre com a presença de um especialista. São, ao todo, 17 noites em cabine dupla "all inclusive". Be Happy (behappyviagens.com.br ), tel 5041-1243. A partir de US$ 18.750 * Argentina e Uruguai A proposta do cruzeiro temático é "Bem-estar". O navio zarpa de Santos, litoral sul de São Paulo, passa pela capital argentina, Buenos Aires, e desemboca em Montevidéu. Os hóspedes poderão participar das aulas de luta e defesa pessoal, sob a batuta de Mario Yamasaki, árbitro brasileiro de UFC. Haverá ainda aulas de balé voltadas para a terceira idade, circo, ioga, alongamento, pilates e palestras sobre saúde e prevenção. Ao todo, serão oito noites em cabine interna dupla com as refeições inclusas. Costa Cruzeiros (costacruzeiros.com.br ), tel. 2123-3655. A partir de R$ 1.858
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Enem da pior escola rica é quase igual ao da melhor pobre
A nota no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2014 da pior escola entre as mais ricas é praticamente igual à da escola com melhor média entre as mais pobres. O desempenho das escolas no exame de 2014 foi divulgado nesta quarta-feira (5) pelo Ministério da Educação. Para calcular a média dos colégios, a Folha considerou as quatro provas objetivas do Enem –linguagem, matemática, ciências humanas e da natureza. O colégio particular Rui Barbosa, de Jandira, na Grande São Paulo, teve a menor nota entre as escolas com nível socioeconômico "muito alto": 484,1. Clique na infografia: Nível socioeconômico no Enem 2014 Esse indicador socioeconômico, distribuído em sete níveis, é apurado com base em questionário respondido pelos alunos e que considera itens como escolaridade dos pais, posse de bens e renda familiar. O desempenho dessa escola paulista é apenas 1% superior ao da escola estadual Professora Odília de Sousa, que fica na zona rural de Minas Novas, em MG (a 500 km de Belo Horizonte). Melhor entre as mais pobres, a escola mineira teve média de 477,9 no Enem. Outros indicadores também destacam essa escola no grupo das mais pobres. O índice de formação adequada de seu corpo docente –professores com formação específica na disciplina que lecionam– é de 62%, enquanto nas outras escolas pobres a média é de 41%. Apenas 2,4% de seus alunos foram reprovados no ano passado –nas demais do mesmo grupo, o índice foi de 5,9%. Já os indicadores do colégio Rui Barbosa são de 54% (formação adequada dos professores, ante média de 67% no grupo das demais escolas ricas) e 1,4% (taxa de reprovação, ante 5,2% em seu grupo). Clique na infografia: Desempenho Enem 2014 IMPACTO O governo afirma que o contexto social dos estudantes "tem impacto direto sobre o desempenho escolar". "Os dados mostram que quanto mais alto o nível socioeconômico, melhores são as notas em todas as áreas de conhecimento avaliadas", diz o Inep, órgão do MEC responsável pelo Enem. Na elite do exame (10% com maiores notas), todas as escolas ficam do nível socioeconômico "médio" para cima. A maioria (75%) é classificada no estrato "muito alto". Na outra ponta da prova (10% com menores notas), a situação socioeconômica é mais heterogênea. Há duas escolas de nível "alto" e 53 de nível "muito baixo". A maioria delas, porém, fica no terceiro menor nível da escala, "médio baixo". Clique na infografia: Desempenho Enem 2014 AVALIAÇÃO A diretora do colégio Rui Barbosa, Tatiane Moraes, questiona a classificação socioeconômica do Inep. "Nossa escola não é rica, nosso público é humilde. Aqui não tem burguês, filho de empresário", diz. Ela afirma que a maior parte de seus alunos precisa trabalhar para ajudar a família, "que rala para dar uma melhor educação para os filhos". A mensalidade da escola está na faixa dos R$ 500. "Fazemos um bom trabalho, os professores são orientados sobre o Enem, aplicam simulados da prova. Temos alunos que passaram na USP, no Mackenzie. O ano passado fomos prejudicados porque poucos alunos fizeram a prova." Segundo os dados divulgados, a Rui Barbosa teve 16 participantes no Enem de 2014. Em 2013, foram 14 participantes, que tiveram nota média 494,5. O Inep classificava a escola no nível socioeconômico "alto", o segundo maior da escala. A Secretaria de Educação de Minas, responsável pela escola Professora Odília de Sousa, informou que ainda "está analisando os dados do Enem para se posicionar sobre os resultados das escolas estaduais".
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Enem da pior escola rica é quase igual ao da melhor pobreA nota no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2014 da pior escola entre as mais ricas é praticamente igual à da escola com melhor média entre as mais pobres. O desempenho das escolas no exame de 2014 foi divulgado nesta quarta-feira (5) pelo Ministério da Educação. Para calcular a média dos colégios, a Folha considerou as quatro provas objetivas do Enem –linguagem, matemática, ciências humanas e da natureza. O colégio particular Rui Barbosa, de Jandira, na Grande São Paulo, teve a menor nota entre as escolas com nível socioeconômico "muito alto": 484,1. Clique na infografia: Nível socioeconômico no Enem 2014 Esse indicador socioeconômico, distribuído em sete níveis, é apurado com base em questionário respondido pelos alunos e que considera itens como escolaridade dos pais, posse de bens e renda familiar. O desempenho dessa escola paulista é apenas 1% superior ao da escola estadual Professora Odília de Sousa, que fica na zona rural de Minas Novas, em MG (a 500 km de Belo Horizonte). Melhor entre as mais pobres, a escola mineira teve média de 477,9 no Enem. Outros indicadores também destacam essa escola no grupo das mais pobres. O índice de formação adequada de seu corpo docente –professores com formação específica na disciplina que lecionam– é de 62%, enquanto nas outras escolas pobres a média é de 41%. Apenas 2,4% de seus alunos foram reprovados no ano passado –nas demais do mesmo grupo, o índice foi de 5,9%. Já os indicadores do colégio Rui Barbosa são de 54% (formação adequada dos professores, ante média de 67% no grupo das demais escolas ricas) e 1,4% (taxa de reprovação, ante 5,2% em seu grupo). Clique na infografia: Desempenho Enem 2014 IMPACTO O governo afirma que o contexto social dos estudantes "tem impacto direto sobre o desempenho escolar". "Os dados mostram que quanto mais alto o nível socioeconômico, melhores são as notas em todas as áreas de conhecimento avaliadas", diz o Inep, órgão do MEC responsável pelo Enem. Na elite do exame (10% com maiores notas), todas as escolas ficam do nível socioeconômico "médio" para cima. A maioria (75%) é classificada no estrato "muito alto". Na outra ponta da prova (10% com menores notas), a situação socioeconômica é mais heterogênea. Há duas escolas de nível "alto" e 53 de nível "muito baixo". A maioria delas, porém, fica no terceiro menor nível da escala, "médio baixo". Clique na infografia: Desempenho Enem 2014 AVALIAÇÃO A diretora do colégio Rui Barbosa, Tatiane Moraes, questiona a classificação socioeconômica do Inep. "Nossa escola não é rica, nosso público é humilde. Aqui não tem burguês, filho de empresário", diz. Ela afirma que a maior parte de seus alunos precisa trabalhar para ajudar a família, "que rala para dar uma melhor educação para os filhos". A mensalidade da escola está na faixa dos R$ 500. "Fazemos um bom trabalho, os professores são orientados sobre o Enem, aplicam simulados da prova. Temos alunos que passaram na USP, no Mackenzie. O ano passado fomos prejudicados porque poucos alunos fizeram a prova." Segundo os dados divulgados, a Rui Barbosa teve 16 participantes no Enem de 2014. Em 2013, foram 14 participantes, que tiveram nota média 494,5. O Inep classificava a escola no nível socioeconômico "alto", o segundo maior da escala. A Secretaria de Educação de Minas, responsável pela escola Professora Odília de Sousa, informou que ainda "está analisando os dados do Enem para se posicionar sobre os resultados das escolas estaduais".
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Vendas de unidades de imóveis caem, mas receita global do setor aumenta
O número de imóveis residenciais vendidos na cidade de São Paulo caiu 4,5% em fevereiro deste ano na comparação com o mesmo mês de 2016, mas a receita global foi cerca de 13% maior. "Não houve valorização imobiliária dessa ordem. O que se conclui é que os imóveis vendidos são mais caros, com tíquete médio maior", diz Flavio Amary, presidente do Secovi-SP (sindicato da habitação), que fez a pesquisa. MENOS CASAS, MAIS DINHEIRO - Variação do número de unidades e receita com vendas O mercado atual tem uma presença proporcional mais forte de famílias se comparado do ao passado, afirma Antonio Setin, sócio da construtura que leva seu sobrenome. Isso é uma explicação para o aumento do tíquete médio, já que o outro tipo de comprador, o investidor, se interessa mais por apartamentos de poucos quartos. Até o fim do ano, com tendência de queda da taxa básica de juros, deve voltar a haver equilíbrio entre os dois tipos de compradores, diz. "O investidor é mais reativo aos juros e vai migrar de aplicações para produtos que geram renda e aluguel." O Secovi-SP passou a receber mais consultas de interessados em fazer negócios no mercado imobiliário brasileiro neste ano, inclusive por parte de fundos estrangeiros, afirma Amary. "A expectativa inicial de crescimento do setor para 2017 é de um número entre 5% e 10%, mas talvez até o fim do primeiro semestre a gente reveja as projeções para cima", diz ele. - Licença para exportar O governo pretende alterar as regras do regime de drawback –que desonera insumos e equipamentos usados na produção de bens exportados. Hoje, é preciso pedir uma autorização a cada operação. A ideia é criar uma concessão única, que daria mais agilidade às companhias com alto volume de exportações. "As grandes empresas entram com vários pedidos simultaneamente, o que é custoso e burocrático", diz Diego Bonomo, da área de comércio exterior da CNI (entidade das indústrias). As vendas por drawback representaram 22,8% das exportações do país em 2016. Em diversos segmentos, porém, a taxa chega a mais da metade do total, como o de carne de frango (66,5% do total), ou de automóveis de passageiros (58,5%). O modelo atual –de aprovação por compra– será mantido, segundo o Mdic (ministério da indústria e do comércio exterior). Não há um prazo para a mudança. Regime de drawback - Produtos mais exportados, em bilhões de US$ - Quero fazer um pedido A intenção do comércio de ampliar seus estoques teve, em abril, sua primeira alta anual desde 2014, segundo a CNC (confederação do setor). O aumento foi de 2% em relação ao mesmo mês de 2016. "Todos os demais indicadores de confiança já haviam tido uma recuperação, apenas o de estoques seguia negativo na comparação anual", afirma a economista da entidade, Izis Ferreira. Ainda assim, 31,6% dos comerciantes acreditam que suas reservas estão acima do adequado –a média histórica da taxa vai de 20% a 25%. "Essa melhora indica que o pior já passou, mas ainda faltam resultados mais concretos e uma redução do custo do crédito", diz ela. Entre novembro de 2016 e fevereiro deste ano, as vendas do comércio subiram 5%. Em abril, também cresceu a intenção dos comerciantes de investir na própria empresa –alta de 17,9% na comparação anual– e de contratar funcionários (28,8%). GALPÃO CHEIO - Intenção dos comerciantes de renovar seus estoques - Fuga de capital O Brasil foi o país que mais perdeu posições no ranking de atratividade para investidores estrangeiros em 2017, aponta a A.T. Kearney. O país caiu quatro colocações no levantamento da consultoria e ocupa o 16º lugar. Em 2015, estava em sexto. Os Estados Unidos seguem na liderança, à frente de Alemanha e China. Em 2016, estrangeiros injetaram US$ 50 bilhões (R$ 157,4 bilhões) em negócios brasileiros, contra US$ 65 bilhões (R$ 204,6 bilhões) no ano anterior. A queda é reflexo da crise econômica, mas uma nova piora não está descartada, diz Mark Essle, sócio-diretor da companhia no Brasil. "O investidor estratégico está muito receoso. Dos 25 países com maior intenção de investimento, 18 são economias maduras", afirma. "O ambiente de negócios precisa ser descomplicado. Sem uma reforma microeconômica, o país continuará caindo no ranking, mesmo se vier a crescer 1% ou 2%." - Dr. Robô O hospital Moriah investiu R$ 15 milhões em um sistema cirúrgico robótico. O objetivo é realizar cirurgias de forma menos invasiva. Ano de... A consultoria BDO pretende ampliar, neste ano, o valor destinado a aquisições. Em 2016, o total gasto foi de R$ 3,5 milhões. ...compras A companhia, que acaba de comprar uma auditoria no Rio e negocia outras duas, também planeja investir R$ 10 milhões em tecnologia. Limpo A fabricante de itens de limpeza Super Globo Química investirá R$ 16 milhões em sua planta de Minas para ampliar em 50% sua produção. - com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI
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Vendas de unidades de imóveis caem, mas receita global do setor aumentaO número de imóveis residenciais vendidos na cidade de São Paulo caiu 4,5% em fevereiro deste ano na comparação com o mesmo mês de 2016, mas a receita global foi cerca de 13% maior. "Não houve valorização imobiliária dessa ordem. O que se conclui é que os imóveis vendidos são mais caros, com tíquete médio maior", diz Flavio Amary, presidente do Secovi-SP (sindicato da habitação), que fez a pesquisa. MENOS CASAS, MAIS DINHEIRO - Variação do número de unidades e receita com vendas O mercado atual tem uma presença proporcional mais forte de famílias se comparado do ao passado, afirma Antonio Setin, sócio da construtura que leva seu sobrenome. Isso é uma explicação para o aumento do tíquete médio, já que o outro tipo de comprador, o investidor, se interessa mais por apartamentos de poucos quartos. Até o fim do ano, com tendência de queda da taxa básica de juros, deve voltar a haver equilíbrio entre os dois tipos de compradores, diz. "O investidor é mais reativo aos juros e vai migrar de aplicações para produtos que geram renda e aluguel." O Secovi-SP passou a receber mais consultas de interessados em fazer negócios no mercado imobiliário brasileiro neste ano, inclusive por parte de fundos estrangeiros, afirma Amary. "A expectativa inicial de crescimento do setor para 2017 é de um número entre 5% e 10%, mas talvez até o fim do primeiro semestre a gente reveja as projeções para cima", diz ele. - Licença para exportar O governo pretende alterar as regras do regime de drawback –que desonera insumos e equipamentos usados na produção de bens exportados. Hoje, é preciso pedir uma autorização a cada operação. A ideia é criar uma concessão única, que daria mais agilidade às companhias com alto volume de exportações. "As grandes empresas entram com vários pedidos simultaneamente, o que é custoso e burocrático", diz Diego Bonomo, da área de comércio exterior da CNI (entidade das indústrias). As vendas por drawback representaram 22,8% das exportações do país em 2016. Em diversos segmentos, porém, a taxa chega a mais da metade do total, como o de carne de frango (66,5% do total), ou de automóveis de passageiros (58,5%). O modelo atual –de aprovação por compra– será mantido, segundo o Mdic (ministério da indústria e do comércio exterior). Não há um prazo para a mudança. Regime de drawback - Produtos mais exportados, em bilhões de US$ - Quero fazer um pedido A intenção do comércio de ampliar seus estoques teve, em abril, sua primeira alta anual desde 2014, segundo a CNC (confederação do setor). O aumento foi de 2% em relação ao mesmo mês de 2016. "Todos os demais indicadores de confiança já haviam tido uma recuperação, apenas o de estoques seguia negativo na comparação anual", afirma a economista da entidade, Izis Ferreira. Ainda assim, 31,6% dos comerciantes acreditam que suas reservas estão acima do adequado –a média histórica da taxa vai de 20% a 25%. "Essa melhora indica que o pior já passou, mas ainda faltam resultados mais concretos e uma redução do custo do crédito", diz ela. Entre novembro de 2016 e fevereiro deste ano, as vendas do comércio subiram 5%. Em abril, também cresceu a intenção dos comerciantes de investir na própria empresa –alta de 17,9% na comparação anual– e de contratar funcionários (28,8%). GALPÃO CHEIO - Intenção dos comerciantes de renovar seus estoques - Fuga de capital O Brasil foi o país que mais perdeu posições no ranking de atratividade para investidores estrangeiros em 2017, aponta a A.T. Kearney. O país caiu quatro colocações no levantamento da consultoria e ocupa o 16º lugar. Em 2015, estava em sexto. Os Estados Unidos seguem na liderança, à frente de Alemanha e China. Em 2016, estrangeiros injetaram US$ 50 bilhões (R$ 157,4 bilhões) em negócios brasileiros, contra US$ 65 bilhões (R$ 204,6 bilhões) no ano anterior. A queda é reflexo da crise econômica, mas uma nova piora não está descartada, diz Mark Essle, sócio-diretor da companhia no Brasil. "O investidor estratégico está muito receoso. Dos 25 países com maior intenção de investimento, 18 são economias maduras", afirma. "O ambiente de negócios precisa ser descomplicado. Sem uma reforma microeconômica, o país continuará caindo no ranking, mesmo se vier a crescer 1% ou 2%." - Dr. Robô O hospital Moriah investiu R$ 15 milhões em um sistema cirúrgico robótico. O objetivo é realizar cirurgias de forma menos invasiva. Ano de... A consultoria BDO pretende ampliar, neste ano, o valor destinado a aquisições. Em 2016, o total gasto foi de R$ 3,5 milhões. ...compras A companhia, que acaba de comprar uma auditoria no Rio e negocia outras duas, também planeja investir R$ 10 milhões em tecnologia. Limpo A fabricante de itens de limpeza Super Globo Química investirá R$ 16 milhões em sua planta de Minas para ampliar em 50% sua produção. - com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI
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Coritiba comemora manutenção de recorde e recebe respostas racistas
Por meio de sua conta oficial no Twitter, o Coritiba comemorou a derrota do Real Madrid neste domingo (4) e agradeceu ao Valencia pela vitória sobre o adversário por 2 a 1 pelo Campeonato Espanhol. A alegria do clube e de seus torcedores deve-se à interrupção da sequência de 22 vitórias do time madrilenho, que começava a ameaçar o recorde mundial do Coritiba de 24 vitórias consecutivas. O clube postou mensagem no Twitter em que dizia "Coritiba, a equipe mais vitoriosa do mundo, agradece ao Valencia por ganhar do Real Madrid". O feito do time paranaense foi construído entre os dias 3 de fevereiro e 5 de maio de 2011, data em que goleou o Palmeiras por 6 a 0 pela Copa do Brasil daquele ano. A série de vitórias foi interrompida pelo próprio Palmeiras, no jogo de volta. PRECONCEITO No entanto, a comemoração em tom jocoso do Coritiba foi mal-recebida por alguns leitores, que responderam com mensagens preconceituosas. Em uma delas, os brasileiros são chamados de "símios de merda", "chimpanzés" que não deveriam jogar futebol.
esporte
Coritiba comemora manutenção de recorde e recebe respostas racistasPor meio de sua conta oficial no Twitter, o Coritiba comemorou a derrota do Real Madrid neste domingo (4) e agradeceu ao Valencia pela vitória sobre o adversário por 2 a 1 pelo Campeonato Espanhol. A alegria do clube e de seus torcedores deve-se à interrupção da sequência de 22 vitórias do time madrilenho, que começava a ameaçar o recorde mundial do Coritiba de 24 vitórias consecutivas. O clube postou mensagem no Twitter em que dizia "Coritiba, a equipe mais vitoriosa do mundo, agradece ao Valencia por ganhar do Real Madrid". O feito do time paranaense foi construído entre os dias 3 de fevereiro e 5 de maio de 2011, data em que goleou o Palmeiras por 6 a 0 pela Copa do Brasil daquele ano. A série de vitórias foi interrompida pelo próprio Palmeiras, no jogo de volta. PRECONCEITO No entanto, a comemoração em tom jocoso do Coritiba foi mal-recebida por alguns leitores, que responderam com mensagens preconceituosas. Em uma delas, os brasileiros são chamados de "símios de merda", "chimpanzés" que não deveriam jogar futebol.
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Cafeicultores se dedicam a produzir grãos especialmente para restaurantes
Os cafeicultores Hugo Wolff, da Fazenda Portal da Serra, de Ibiraci, Minas Gerais, e Mariano Martins, da Fazenda Santa Margarida, região sorocabana do estado de São Paulo, estão cada vez mais focados em desenvolver cafés personalizados para restaurantes e cafeterias. Wolff montou no ano passado uma pequena torrefação na zona norte da capital e já tem seus cafés servidos no restaurante Conceição Discos, e em cafeterias como King of the Fork, Beluga, Torra Clara e O Café. Martins diz que já criou dezenas de blends (combinações de grãos) para seus clientes. "Fazemos um desenvolvimento sensorial dirigido a cardápios específicos e perfil de público. No restaurante Oui, por exemplo, a ideia é que a bebida harmonize com a carta de sobremesas", diz. Recentemente ele passou a assinar cafés servidos no restaurante Vito, de André Mifano. Quem também se rendeu aos cafés de alta qualidade há algum tempo é Bel Coelho. A chef dedica um curso do seu menu-degustação de 12 tempos exclusivamente à bebida, no espaço Clandestino, em São Paulo. "Sirvo café coado da FAF [Fazenda Ambiental Fortaleza] acompanhado de queijos brasileiros e méis de abelhas nativas. A reação dos clientes é muito positiva, pois eles gostam de conhecer mais sobre café e muitas vezes aceitam a sugestão de não tomar com açúcar", afirma Bel, que já esteve três vezes na fazenda, em Mococa (a 262 km de São Paulo), uma delas para gravação de um programa de TV. Felipe Croce, da FAF, criou um estúdio no bairro do Sumaré, em São Paulo, onde torra seus próprios grãos e atende essa demanda, segundo ele, crescente, de restaurantes em busca de um café feito "sob medida". Para ele, o contato com chefs de cozinha é produtivo, pois há uma afinidade na linguagem, que envolve sensibilidade olfativa e gustativa, fundamental para criar uma bebida personalizada. Além de Bel Coelho, é seu cliente o francês Thierry Buffeteau, responsável pelos restaurantes do hotel Grand Hyatt em São Paulo, que se diz apaixonado pela filosofia do cafeicultor. "Além de oferecer os grãos que servimos em nosso restaurante C- Cultura Caseira, eles ajudam pequenos produtores da região com apoio à produção sustentável e colocação de seus produtos no mercado". Recentemente Croce recebeu a visita do chef Alberto Landgraf, do paulistano Epice, um dos brasileiros agraciados com uma estrela no guia "Michelin" neste ano. O chef diz que embora já utilize grãos orgânicos da Fazenda Nobre, de propriedade de seu sócio, está trabalhando para se diferenciar ainda mais no serviço de cafés, por isso visitou a FAF. "Quero ampliar variedades e formas de extração, hoje só sirvo a bebida no método espresso automatizado. Acho que tenho obrigação de oferecer opções diferentes aos meus clientes, pois vejo que uma parte deles já está interessada em cafés de qualidade." Dez lugares Confira endereços paulistanos que apostam em cafés com origem e assinatura Meats Hamburgueria r. dos Pinheiros, 320, Pinheiros; tel. (11) 2679-6323 Variedades Bourbon Amarelo, Catuaí Amarelo e Catuaí Vermelho, produzidos e torrados por Mariano Martins, da fazenda Santa Margarida, São Manuel, SP. Os aromas dominantes são de caramelo e baunilha e o café é preparado no coador e servido numa garrafa térmica que vai até a mesa do cliente Conceição Discos r. Imaculada Conceição, 151 - Vila Buarque A chef Talitha Barros serve café da variedade Caparaó Amarelo produzido a 1.200 metros de altitude, por Manoel Protazio de Abreu, no Espírito Santo, e torrado por Hugo Wolff em São Paulo. Na xícara, a bebida sugere notas de pitanga, especiarias e mel Oui r. Vupabussu, 71, Pinheiros; tel. (11)3360-4491 Café composto por variedades Bourbon Amarelo e Catuaí Vermelho da fazenda Santa Margarida, SP, produzidos e torrados por Mariano Martins. Bebida de corpo médio, com aroma que lembra frutas amarelas e boa potência na xícara Forquilha r. Vupabussu, 347, Pinheiros; tel. (11) 2371-7981 A mestre de torra do Sofá Café, Regina Machado, criou para o restaurante um blend das variedades Maragogipe e Bourbon Amarelo, da Fazenda Baú, MG, com bastante doçura, um toque azedinho e quase nenhum amargor Comedoria Gonzales r. Pedro Cristi, 89, Pinheiros (no Mercado de Pinheiros) O chef Checho Gonzales encomendou ao Sofá Café grãos da variedade Bourbon Vermelho da fazenda Baú, MG, e oferece cafés encorpados, com doçura natural à baixa acidez Kosushi r. Viradouro, 139, Itaim Bibi; tel. (11) 3167-7272 Variedade Bourbon Amarelo produzido pela fazenda Santa Alina em São Sebastião da Grama, SP, e torrados por Suplicy Cafés em São Paulo. Bebida com corpo suave, doçura marcante e leve acidez cítrica Cha-Cha r. Leopoldo Couto de Magalhães Júnior, 1.098, Itaim Bibi; tel. (11)2640-4004 A nova casa de Charlô Whately serve um blend do Suplicy Cafés composto pelas variedades Acaiá e Bourbon Amarelo da Fazenda Pinhal, Santo Antonio do Amparo, sul de Minas. Tem aroma frutado, paladar levemente cítrico e corpo balanceado La Central av. Ipiranga, 200 | Loja 53; tel. (11) 3214-5359 A casa usa grãos orgânicos da Fazenda Ambiental Fortaleza, Mococa, SP, torrados no estúdio Isso é Café, da FAF, em São Paulo. Notas de melaço de cana e açúcar mascavo compõem o blend que recebe o nome de Espresso22 Clandestino r. Medeiros de Albuquerque, 97, Vila Madalena; tel. (11) 96055-7700 Bel Coelho só atende sob-reserva e apresenta cafés da variedade Obatã, da FAF (Fazenda Ambiental Fortaleza). Segundo a chef, é excelente no método coado, pois revela notas de frutas cítricas e nuances de baunilha e açúcar mascavo Epice r. Haddock Lobo, 1.002, Jardim Paulista; tel. (11) 3062-0866 Alberto Landgraf serve grãos orgânicos da fazenda Nobre, Mococa, SP, que são torrados no estúdio Isso é Café, da FAF em São Paulo. A proposta é uma bebida equilibrada com doçura natural e toques de caramelo no paladar
comida
Cafeicultores se dedicam a produzir grãos especialmente para restaurantesOs cafeicultores Hugo Wolff, da Fazenda Portal da Serra, de Ibiraci, Minas Gerais, e Mariano Martins, da Fazenda Santa Margarida, região sorocabana do estado de São Paulo, estão cada vez mais focados em desenvolver cafés personalizados para restaurantes e cafeterias. Wolff montou no ano passado uma pequena torrefação na zona norte da capital e já tem seus cafés servidos no restaurante Conceição Discos, e em cafeterias como King of the Fork, Beluga, Torra Clara e O Café. Martins diz que já criou dezenas de blends (combinações de grãos) para seus clientes. "Fazemos um desenvolvimento sensorial dirigido a cardápios específicos e perfil de público. No restaurante Oui, por exemplo, a ideia é que a bebida harmonize com a carta de sobremesas", diz. Recentemente ele passou a assinar cafés servidos no restaurante Vito, de André Mifano. Quem também se rendeu aos cafés de alta qualidade há algum tempo é Bel Coelho. A chef dedica um curso do seu menu-degustação de 12 tempos exclusivamente à bebida, no espaço Clandestino, em São Paulo. "Sirvo café coado da FAF [Fazenda Ambiental Fortaleza] acompanhado de queijos brasileiros e méis de abelhas nativas. A reação dos clientes é muito positiva, pois eles gostam de conhecer mais sobre café e muitas vezes aceitam a sugestão de não tomar com açúcar", afirma Bel, que já esteve três vezes na fazenda, em Mococa (a 262 km de São Paulo), uma delas para gravação de um programa de TV. Felipe Croce, da FAF, criou um estúdio no bairro do Sumaré, em São Paulo, onde torra seus próprios grãos e atende essa demanda, segundo ele, crescente, de restaurantes em busca de um café feito "sob medida". Para ele, o contato com chefs de cozinha é produtivo, pois há uma afinidade na linguagem, que envolve sensibilidade olfativa e gustativa, fundamental para criar uma bebida personalizada. Além de Bel Coelho, é seu cliente o francês Thierry Buffeteau, responsável pelos restaurantes do hotel Grand Hyatt em São Paulo, que se diz apaixonado pela filosofia do cafeicultor. "Além de oferecer os grãos que servimos em nosso restaurante C- Cultura Caseira, eles ajudam pequenos produtores da região com apoio à produção sustentável e colocação de seus produtos no mercado". Recentemente Croce recebeu a visita do chef Alberto Landgraf, do paulistano Epice, um dos brasileiros agraciados com uma estrela no guia "Michelin" neste ano. O chef diz que embora já utilize grãos orgânicos da Fazenda Nobre, de propriedade de seu sócio, está trabalhando para se diferenciar ainda mais no serviço de cafés, por isso visitou a FAF. "Quero ampliar variedades e formas de extração, hoje só sirvo a bebida no método espresso automatizado. Acho que tenho obrigação de oferecer opções diferentes aos meus clientes, pois vejo que uma parte deles já está interessada em cafés de qualidade." Dez lugares Confira endereços paulistanos que apostam em cafés com origem e assinatura Meats Hamburgueria r. dos Pinheiros, 320, Pinheiros; tel. (11) 2679-6323 Variedades Bourbon Amarelo, Catuaí Amarelo e Catuaí Vermelho, produzidos e torrados por Mariano Martins, da fazenda Santa Margarida, São Manuel, SP. Os aromas dominantes são de caramelo e baunilha e o café é preparado no coador e servido numa garrafa térmica que vai até a mesa do cliente Conceição Discos r. Imaculada Conceição, 151 - Vila Buarque A chef Talitha Barros serve café da variedade Caparaó Amarelo produzido a 1.200 metros de altitude, por Manoel Protazio de Abreu, no Espírito Santo, e torrado por Hugo Wolff em São Paulo. Na xícara, a bebida sugere notas de pitanga, especiarias e mel Oui r. Vupabussu, 71, Pinheiros; tel. (11)3360-4491 Café composto por variedades Bourbon Amarelo e Catuaí Vermelho da fazenda Santa Margarida, SP, produzidos e torrados por Mariano Martins. Bebida de corpo médio, com aroma que lembra frutas amarelas e boa potência na xícara Forquilha r. Vupabussu, 347, Pinheiros; tel. (11) 2371-7981 A mestre de torra do Sofá Café, Regina Machado, criou para o restaurante um blend das variedades Maragogipe e Bourbon Amarelo, da Fazenda Baú, MG, com bastante doçura, um toque azedinho e quase nenhum amargor Comedoria Gonzales r. Pedro Cristi, 89, Pinheiros (no Mercado de Pinheiros) O chef Checho Gonzales encomendou ao Sofá Café grãos da variedade Bourbon Vermelho da fazenda Baú, MG, e oferece cafés encorpados, com doçura natural à baixa acidez Kosushi r. Viradouro, 139, Itaim Bibi; tel. (11) 3167-7272 Variedade Bourbon Amarelo produzido pela fazenda Santa Alina em São Sebastião da Grama, SP, e torrados por Suplicy Cafés em São Paulo. Bebida com corpo suave, doçura marcante e leve acidez cítrica Cha-Cha r. Leopoldo Couto de Magalhães Júnior, 1.098, Itaim Bibi; tel. (11)2640-4004 A nova casa de Charlô Whately serve um blend do Suplicy Cafés composto pelas variedades Acaiá e Bourbon Amarelo da Fazenda Pinhal, Santo Antonio do Amparo, sul de Minas. Tem aroma frutado, paladar levemente cítrico e corpo balanceado La Central av. Ipiranga, 200 | Loja 53; tel. (11) 3214-5359 A casa usa grãos orgânicos da Fazenda Ambiental Fortaleza, Mococa, SP, torrados no estúdio Isso é Café, da FAF, em São Paulo. Notas de melaço de cana e açúcar mascavo compõem o blend que recebe o nome de Espresso22 Clandestino r. Medeiros de Albuquerque, 97, Vila Madalena; tel. (11) 96055-7700 Bel Coelho só atende sob-reserva e apresenta cafés da variedade Obatã, da FAF (Fazenda Ambiental Fortaleza). Segundo a chef, é excelente no método coado, pois revela notas de frutas cítricas e nuances de baunilha e açúcar mascavo Epice r. Haddock Lobo, 1.002, Jardim Paulista; tel. (11) 3062-0866 Alberto Landgraf serve grãos orgânicos da fazenda Nobre, Mococa, SP, que são torrados no estúdio Isso é Café, da FAF em São Paulo. A proposta é uma bebida equilibrada com doçura natural e toques de caramelo no paladar
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O segredo da Islândia para que seus jovens deixassem de beber e fumar
Na Islândia, não é moda entre adolescentes consumir bebidas alcoólicas. E encontrar um jovem que fume tabaco ou maconha é até difícil. Os dados sobre o uso de substâncias que causam dependência expõem um cenário em que apenas 5% dos jovens entre 14 e 16 anos dizem ter consumido álcool no mês anterior. Além disso, apenas 3% dizem fumar tabaco diariamente e 7% consumiram maconha ao menos uma vez nos últimos 30 dias. Enquanto isso, a média europeia é de 47%, 13% e 7%, respectivamente. Na América Latina, 35% dos jovens entre 13 e 15 anos dizem ter consumido álcool no último mês e 17% fumam diariamente, segundo dados da Unicef. Mas a Islândia nem sempre foi um modelo a se seguir: no final dos anos 90, era um dos países europeus com maior incidência de consumo de álcool e tabaco entre jovens. Como foi possível transformar, em menos de duas décadas, os hábitos de adolescentes no território de pouco mais de 300 mil habitantes? PESQUISA DE COMPORTAMENTO As razões do êxito islandês estão no programa Youth in Iceland (Juventude na Islândia), iniciado em 1998, cujo pilar está na pesquisa contínua dos hábitos e preocupações dos adolescentes. "Se você fosse o diretor de uma empresa farmacêutica, você não lançaria um novo analgésico no mercado sem fazer uma pesquisa prévia", disse à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC, Jón Sígfusson, diretor do Centro Islandês para a Pesquisa e Análise Social, responsável pelo Youth in Iceland. "É o mesmo com qualquer setor, desde a agricultura à infraestrutura. Por que não seria assim quando se trata de jovens?", pergunta, retoricamente. "Muitas vezes se atua em função apenas de impressões. E isso é muito perigoso. É preciso ter informações que sejam confiáveis e, a partir disso, podem ser tomadas decisões", explica Sígfusson. Ele explica que o programa mapeia, por meio de questionários aplicados a cada dois anos, adolescentes de todas as escolas do país. Entre outras variáveis, são coletados dados sobre padrões de consumo, características das famílias, evasão escolar e problemas emocionais dos jovens. Com esses elementos, são elaborados informes específicos para cada distrito e escola. "Fazemos a coleta de dados e, dois meses depois, as escolas recebem os resultados novos", destaca o responsável pelo programa. RESPONSABILIDADE DOS ADULTOS O passo seguinte é analisar esses dados num trabalho conjunto entre escolas, comunidades e municípios, que identificam os principais fatores de risco e proteção contra o consumo de álcool e drogas. A partir daí, pensa-se em como fortalecer os segundos e enfraquecer os primeiros. "Nada aconteceu de um dia para o outro. Mas foi possível atuar porque os dados nos ensinavam, por exemplo, a grande importância do fator parental", indica Sígfusson. "Isso mostrou a necessidade de informar os pais e lhes explicar que eles são o principal fator preventivo para seus filhos: passar tempo com eles, apoiá-los, controlá-los, vigiá-los", explica. Segundo o diretor do Youth in Iceland, antes de começar o programa, uma das principais medidas preventivas que era ensinar às crianças os efeitos negativos do uso de drogas. Porém, essa ação sozinha não funcionava. Foi então que o enfoque sofreu uma drástica mudança. "Os responsáveis não são as crianças, e sim nós, adultos. Devemos criar um entorno onde eles fiquem bem e tenham a opção de preencher seu tempo com atividades positivas. Isso diminui a probabilidade de eles consumirem substâncias maléficas", afirma. Os estudos mostraram que a maior participação em atividades extracurriculares e o aumento do tempo passado com os pais diminuem o risco de se consumir álcool e outras substâncias. Por isso, a Islândia aumentou os recursos destinados à oferta de atividades para adolescentes, como esportes, música, teatro e dança. E desde 2002 foi proibido que, salvo exceções, as crianças menores de 12 anos e adolescentes de 13 a 16 anos andem sozinhos na rua depois das 20h e das 22h, respectivamente. PROJETO INTERNACIONAL Os resultados obtidos pela Islândia levaram à criação, em 2006, do programa Youth in Europe (Juventude na Europa), cujo objetivo é expandir a metodologia do país nórdico a outras localidades do continente. Em apenas dez anos, mais de 30 municípios europeus adotaram o projeto. "Nunca trabalhamos com países inteiros porque, por um lado, é muito difícil ter o apoio do governo nacional. E, sobretudo, porque este é um trabalho que deve ser desenvolvido a nível local", afirma Sígfussen, que também dirige o projeto europeu. Todas as cidades participantes conduzem os mesmos questionários. Assim elas têm uma ideia dos hábitos dos adolescentes e dos fatores de risco e proteção em cada lugar. "Essa metodologia é participativa, comunitária e se faz de baixo para cima, baseada em evidências científicas. É o que nós tentamos imitar do modelo da Islândia", aponta Patricia Ros, diretora do Serviço de Prevenção de Vício da Prefeitura de Terragona, que participa desde 2015 do Youth in Europe. Foram coletados dados de 2,5 mil jovens de escolas do município espanhol. "São coisas tão óbvias que todo mundo sabe", diz Ros. "O esporte, por exemplo. Qualquer criança de 5 anos entende que quem pratica esporte se droga menos. Mas o que não entendem é que quando a criança passa para ensino secundário [entre 12 e 16 anos], pelo menos em Terragona, não há mais atividades extracurriculares", afirma. "Então, claro que é o esporte. Mas temos que colocá-lo ao alcance da maioria desses adolescentes que, quando acabam as aulas, não têm muitas alternativas ao ócio", acrescenta. Como no caso islandês, as medidas tomadas após a análise dos dados dependerão de cada momento e de cada bairro. A exemplo do que acontece na cidade espanhola, cada município participante adota a metodologia islandesa para buscar suas próprias respostas. "Claro que as culturas são diferentes. Não podemos dizer que o que funciona na Islândia vai funcionar em outros lugares", diz Sigfusson. "Mas se estivermos num município, digamos, da América Latina, e trabalharmos com gente de lá que conhece como funciona seu sistema, o primeiro passo seria a realização de uma mapeamento para ver como é a situação. E partir daí, localizaríamos os fatores preventivos para se avançar", explica. "Alguns me dizem que é um enfoque quase ingênuo, porque é muito lógico. Mas é assim mesmo", conclui.
equilibrioesaude
O segredo da Islândia para que seus jovens deixassem de beber e fumarNa Islândia, não é moda entre adolescentes consumir bebidas alcoólicas. E encontrar um jovem que fume tabaco ou maconha é até difícil. Os dados sobre o uso de substâncias que causam dependência expõem um cenário em que apenas 5% dos jovens entre 14 e 16 anos dizem ter consumido álcool no mês anterior. Além disso, apenas 3% dizem fumar tabaco diariamente e 7% consumiram maconha ao menos uma vez nos últimos 30 dias. Enquanto isso, a média europeia é de 47%, 13% e 7%, respectivamente. Na América Latina, 35% dos jovens entre 13 e 15 anos dizem ter consumido álcool no último mês e 17% fumam diariamente, segundo dados da Unicef. Mas a Islândia nem sempre foi um modelo a se seguir: no final dos anos 90, era um dos países europeus com maior incidência de consumo de álcool e tabaco entre jovens. Como foi possível transformar, em menos de duas décadas, os hábitos de adolescentes no território de pouco mais de 300 mil habitantes? PESQUISA DE COMPORTAMENTO As razões do êxito islandês estão no programa Youth in Iceland (Juventude na Islândia), iniciado em 1998, cujo pilar está na pesquisa contínua dos hábitos e preocupações dos adolescentes. "Se você fosse o diretor de uma empresa farmacêutica, você não lançaria um novo analgésico no mercado sem fazer uma pesquisa prévia", disse à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC, Jón Sígfusson, diretor do Centro Islandês para a Pesquisa e Análise Social, responsável pelo Youth in Iceland. "É o mesmo com qualquer setor, desde a agricultura à infraestrutura. Por que não seria assim quando se trata de jovens?", pergunta, retoricamente. "Muitas vezes se atua em função apenas de impressões. E isso é muito perigoso. É preciso ter informações que sejam confiáveis e, a partir disso, podem ser tomadas decisões", explica Sígfusson. Ele explica que o programa mapeia, por meio de questionários aplicados a cada dois anos, adolescentes de todas as escolas do país. Entre outras variáveis, são coletados dados sobre padrões de consumo, características das famílias, evasão escolar e problemas emocionais dos jovens. Com esses elementos, são elaborados informes específicos para cada distrito e escola. "Fazemos a coleta de dados e, dois meses depois, as escolas recebem os resultados novos", destaca o responsável pelo programa. RESPONSABILIDADE DOS ADULTOS O passo seguinte é analisar esses dados num trabalho conjunto entre escolas, comunidades e municípios, que identificam os principais fatores de risco e proteção contra o consumo de álcool e drogas. A partir daí, pensa-se em como fortalecer os segundos e enfraquecer os primeiros. "Nada aconteceu de um dia para o outro. Mas foi possível atuar porque os dados nos ensinavam, por exemplo, a grande importância do fator parental", indica Sígfusson. "Isso mostrou a necessidade de informar os pais e lhes explicar que eles são o principal fator preventivo para seus filhos: passar tempo com eles, apoiá-los, controlá-los, vigiá-los", explica. Segundo o diretor do Youth in Iceland, antes de começar o programa, uma das principais medidas preventivas que era ensinar às crianças os efeitos negativos do uso de drogas. Porém, essa ação sozinha não funcionava. Foi então que o enfoque sofreu uma drástica mudança. "Os responsáveis não são as crianças, e sim nós, adultos. Devemos criar um entorno onde eles fiquem bem e tenham a opção de preencher seu tempo com atividades positivas. Isso diminui a probabilidade de eles consumirem substâncias maléficas", afirma. Os estudos mostraram que a maior participação em atividades extracurriculares e o aumento do tempo passado com os pais diminuem o risco de se consumir álcool e outras substâncias. Por isso, a Islândia aumentou os recursos destinados à oferta de atividades para adolescentes, como esportes, música, teatro e dança. E desde 2002 foi proibido que, salvo exceções, as crianças menores de 12 anos e adolescentes de 13 a 16 anos andem sozinhos na rua depois das 20h e das 22h, respectivamente. PROJETO INTERNACIONAL Os resultados obtidos pela Islândia levaram à criação, em 2006, do programa Youth in Europe (Juventude na Europa), cujo objetivo é expandir a metodologia do país nórdico a outras localidades do continente. Em apenas dez anos, mais de 30 municípios europeus adotaram o projeto. "Nunca trabalhamos com países inteiros porque, por um lado, é muito difícil ter o apoio do governo nacional. E, sobretudo, porque este é um trabalho que deve ser desenvolvido a nível local", afirma Sígfussen, que também dirige o projeto europeu. Todas as cidades participantes conduzem os mesmos questionários. Assim elas têm uma ideia dos hábitos dos adolescentes e dos fatores de risco e proteção em cada lugar. "Essa metodologia é participativa, comunitária e se faz de baixo para cima, baseada em evidências científicas. É o que nós tentamos imitar do modelo da Islândia", aponta Patricia Ros, diretora do Serviço de Prevenção de Vício da Prefeitura de Terragona, que participa desde 2015 do Youth in Europe. Foram coletados dados de 2,5 mil jovens de escolas do município espanhol. "São coisas tão óbvias que todo mundo sabe", diz Ros. "O esporte, por exemplo. Qualquer criança de 5 anos entende que quem pratica esporte se droga menos. Mas o que não entendem é que quando a criança passa para ensino secundário [entre 12 e 16 anos], pelo menos em Terragona, não há mais atividades extracurriculares", afirma. "Então, claro que é o esporte. Mas temos que colocá-lo ao alcance da maioria desses adolescentes que, quando acabam as aulas, não têm muitas alternativas ao ócio", acrescenta. Como no caso islandês, as medidas tomadas após a análise dos dados dependerão de cada momento e de cada bairro. A exemplo do que acontece na cidade espanhola, cada município participante adota a metodologia islandesa para buscar suas próprias respostas. "Claro que as culturas são diferentes. Não podemos dizer que o que funciona na Islândia vai funcionar em outros lugares", diz Sigfusson. "Mas se estivermos num município, digamos, da América Latina, e trabalharmos com gente de lá que conhece como funciona seu sistema, o primeiro passo seria a realização de uma mapeamento para ver como é a situação. E partir daí, localizaríamos os fatores preventivos para se avançar", explica. "Alguns me dizem que é um enfoque quase ingênuo, porque é muito lógico. Mas é assim mesmo", conclui.
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Com assistência de Douglas Costa e 2 gols de Müller, Bayern vence em casa
O Bayern de Munique alcançou a sua terceira vitória em três rodadas no Campeonato Alemão ao derrotar o Bayer Leverkusen neste sábado (29), por 3 a 0, em casa. O primeiro gol foi marcado por Müller, aos 25 min do primeiro tempo, apos uma assistência do brasileiro Douglas Costa. No dia em que atingiu a marca de 200 jogos pelo time alemão, Müller marcou o seu segundo gol na partida aos 15 min da segunda etapa. O último tento ficou por conta de Robben, em cobrança de pênalti, aos 25 min. Momentos antes, a bola havia batido no braço de Hilbert. Na próxima rodada, o Bayern de Munique enfrenta o Augsburg, no dia 12 de setembro. Já o Bayer Leverkusen joga contra o Darmstadt, no mesmo dia. CAMPEONATO ALEMÃO - 3ª RODADA Sexta-feira (28) Wolfsburg 3x0 Schalke 04 Sábado (29) Stuttgart 1 x 4 Eintracht Frankfurt Augsburg 0x1 Ingolstadt Colônia 2x1 Hamburgo Mainz 3x0 Hannover Darmstadt 0x0 Hoffenheim Bayern de Munique 3x0 Bayer Leverkusen Domingo (30) Borussia Dortmund x Hertha Berlim Werder Bremen x Borussia Mönchengladbach
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Com assistência de Douglas Costa e 2 gols de Müller, Bayern vence em casaO Bayern de Munique alcançou a sua terceira vitória em três rodadas no Campeonato Alemão ao derrotar o Bayer Leverkusen neste sábado (29), por 3 a 0, em casa. O primeiro gol foi marcado por Müller, aos 25 min do primeiro tempo, apos uma assistência do brasileiro Douglas Costa. No dia em que atingiu a marca de 200 jogos pelo time alemão, Müller marcou o seu segundo gol na partida aos 15 min da segunda etapa. O último tento ficou por conta de Robben, em cobrança de pênalti, aos 25 min. Momentos antes, a bola havia batido no braço de Hilbert. Na próxima rodada, o Bayern de Munique enfrenta o Augsburg, no dia 12 de setembro. Já o Bayer Leverkusen joga contra o Darmstadt, no mesmo dia. CAMPEONATO ALEMÃO - 3ª RODADA Sexta-feira (28) Wolfsburg 3x0 Schalke 04 Sábado (29) Stuttgart 1 x 4 Eintracht Frankfurt Augsburg 0x1 Ingolstadt Colônia 2x1 Hamburgo Mainz 3x0 Hannover Darmstadt 0x0 Hoffenheim Bayern de Munique 3x0 Bayer Leverkusen Domingo (30) Borussia Dortmund x Hertha Berlim Werder Bremen x Borussia Mönchengladbach
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Resposta do governo a protestos foi um 'desastre', diz Cunha
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), chamou de "desastrosa" a reação do governo às manifestações contra a administração da presidente Dilma Rousseff neste domingo (15). Questionado nesta segunda (16) sobre a atuação dos ministros José Eduardo Cardozo (justiça) e Miguel Rossetto (Secretaria-geral), Cunha foi rápido: "um desastre", disse, em alusão ao pronunciamento dos ministros na noite de domingo em resposta aos protestos. Cardozo e Rossetto avaliaram, em nome do governo, as manifestações como "democráticas" e "longe de golpismos". Como resposta aos atos, anunciaram que o Planalto encaminhará nos próximos dias ao Congresso propostas antigas de campanha para o combate à corrupção e à impunidade. Sem dar detalhes e indicar um prazo específico, o ministro indicou que um dos principais pontos será o fim do financiamento privado de campanhas eleitorais. A proposta não tem consenso no Congresso e deve enfrentar resistências, como do PMDB –partido do presidente da Câmara. O PT é o partido que defende com mais ênfase a medida. Cunha disse que não é com sectarismo que se responde aos movimentos de rua. Em entrevistas, ele minimizou o argumento de que a reforma política seria a saída para a crise. "Não vi ninguém na rua protestando pela reforma política. O protesto foi pela reforma do governo." Cunha se reuniu com empresários na Fiesp e foi aplaudido ao repetir uma máxima de sua campanha para a presidência da Câmara: "O PT não tem amigos. Tem servos", afirmou. "Quando falam que as ruas estão contra o Parlamento, quero dizer que nós somos representantes do povo e vamos fazer (reformas), tomamos posse agora apenas há 40 dias e temos que andar em consonância com eles. É bom deixar claro que a corrupção não está no Poder Legislativo, a corrupção está no Executivo. Se eventualmente alguém no Poder Legislativo se aproveitou da situação para dar suporte politico em troca de benefícios indevidos é porque esses benefícios existiram pela falta de governança do Poder Executivo, que permitiu que a corrupção avançasse", disse Cunha. Editoria de Arte/Folhapress
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Resposta do governo a protestos foi um 'desastre', diz CunhaO presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), chamou de "desastrosa" a reação do governo às manifestações contra a administração da presidente Dilma Rousseff neste domingo (15). Questionado nesta segunda (16) sobre a atuação dos ministros José Eduardo Cardozo (justiça) e Miguel Rossetto (Secretaria-geral), Cunha foi rápido: "um desastre", disse, em alusão ao pronunciamento dos ministros na noite de domingo em resposta aos protestos. Cardozo e Rossetto avaliaram, em nome do governo, as manifestações como "democráticas" e "longe de golpismos". Como resposta aos atos, anunciaram que o Planalto encaminhará nos próximos dias ao Congresso propostas antigas de campanha para o combate à corrupção e à impunidade. Sem dar detalhes e indicar um prazo específico, o ministro indicou que um dos principais pontos será o fim do financiamento privado de campanhas eleitorais. A proposta não tem consenso no Congresso e deve enfrentar resistências, como do PMDB –partido do presidente da Câmara. O PT é o partido que defende com mais ênfase a medida. Cunha disse que não é com sectarismo que se responde aos movimentos de rua. Em entrevistas, ele minimizou o argumento de que a reforma política seria a saída para a crise. "Não vi ninguém na rua protestando pela reforma política. O protesto foi pela reforma do governo." Cunha se reuniu com empresários na Fiesp e foi aplaudido ao repetir uma máxima de sua campanha para a presidência da Câmara: "O PT não tem amigos. Tem servos", afirmou. "Quando falam que as ruas estão contra o Parlamento, quero dizer que nós somos representantes do povo e vamos fazer (reformas), tomamos posse agora apenas há 40 dias e temos que andar em consonância com eles. É bom deixar claro que a corrupção não está no Poder Legislativo, a corrupção está no Executivo. Se eventualmente alguém no Poder Legislativo se aproveitou da situação para dar suporte politico em troca de benefícios indevidos é porque esses benefícios existiram pela falta de governança do Poder Executivo, que permitiu que a corrupção avançasse", disse Cunha. Editoria de Arte/Folhapress
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Filho de fundador do Cirque du Soleil morre em preparativo para espetáculo
O filho de um dos fundadores do Cirque du Soleil morreu após ser atingido na cabeça por um andaime na noite de terça-feira (29), informou a polícia de São Francisco, nos EUA. Um comunicado do grupo identificou a vítima como o canadense Olivier Rochette, 42, filho de Gilles Ste-Croix, um dos fundadores do Cirque du Soleil, e afirmou que o acidente fatal ocorreu durante os preparativos para o espetáculo "Luzia". A polícia atendeu ao chamado após ser comunicada sobre um "acidente industrial" na tenda do circo. Rochette chegou a ser resgatado, mas morreu no hospital. "É com imensa tristeza que reportamos um acidente fatal", afirmou Cirque du Soleil nas redes sociais. "Um de nossos funcionários, um técnico da apresentação, foi atingido por um andaime e faleceu por conta dos ferimentos", dizia a nota inicial, sem revelar o nome do funcionário ou qualquer outro detalhe sobre o ocorrido. Em seguida, a companhia emitiu uma nota de pesar confirmando o ocorrido e nome da vítima. "Estou com o coração partido. Desejo estender em meu nome e em nome de todos os funcionários do Cirque du Soleil minhas sinceras condolências e oferecer meu total apoio a Gilles e sua família", disse o CEO Daniel Lamarre na publicação. "Olivier sempre foi um integrante da nossa unida família e um colega verdadeiramente amado". As apresentações de terça e de quarta-feira foram canceladas.
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Filho de fundador do Cirque du Soleil morre em preparativo para espetáculoO filho de um dos fundadores do Cirque du Soleil morreu após ser atingido na cabeça por um andaime na noite de terça-feira (29), informou a polícia de São Francisco, nos EUA. Um comunicado do grupo identificou a vítima como o canadense Olivier Rochette, 42, filho de Gilles Ste-Croix, um dos fundadores do Cirque du Soleil, e afirmou que o acidente fatal ocorreu durante os preparativos para o espetáculo "Luzia". A polícia atendeu ao chamado após ser comunicada sobre um "acidente industrial" na tenda do circo. Rochette chegou a ser resgatado, mas morreu no hospital. "É com imensa tristeza que reportamos um acidente fatal", afirmou Cirque du Soleil nas redes sociais. "Um de nossos funcionários, um técnico da apresentação, foi atingido por um andaime e faleceu por conta dos ferimentos", dizia a nota inicial, sem revelar o nome do funcionário ou qualquer outro detalhe sobre o ocorrido. Em seguida, a companhia emitiu uma nota de pesar confirmando o ocorrido e nome da vítima. "Estou com o coração partido. Desejo estender em meu nome e em nome de todos os funcionários do Cirque du Soleil minhas sinceras condolências e oferecer meu total apoio a Gilles e sua família", disse o CEO Daniel Lamarre na publicação. "Olivier sempre foi um integrante da nossa unida família e um colega verdadeiramente amado". As apresentações de terça e de quarta-feira foram canceladas.
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'Não há economia no mundo que suporte tanta corrupção', diz leitor
MALAS DE DINHEIRO Enquanto isso, o contribuinte sofre na fila da saúde pública, com ensino de último mundo, sem segurança e achando que corrupção é só um troço complicado que passa no jornal. FRANCISCO ASSIS AMANCIO (Campinas, SP) * Eis a razão da falência da Previdência, da União, dos Estados e dos municípios: a corrupção generalizada. Não há economia no mundo que suporte tanta corrupção. Eles tanto fizeram que quebraram o Brasil. O pior de tudo é que nós estamos pagando a conta. ROBERTO J. F. MOREIRA JR. (Rio de Janeiro, RJ) * Estou feliz, acabei de pagar o IPVA do meu carro. Em breve meu dinheirinho, que ganho honestamente, vai ser destinado a uma mala dessas. Estou fazendo a minha parte. PEDRO DE OLIVEIRA (Itumbiara, GO) - DELAÇÃO DA JBS O apressado come cru, diz um dito popular. Acho que todo esse imbróglio é consequência do açodamento do processo. PAULO RIVAIL ANDRADE (Ituiutaba, MG) * Independentemente de qualquer falha na delação, o importante é que as malas cheias de dinheiro foram escancaradas! Isso é fato, não é invenção de ninguém. ANTÔNIO CARLOS DE PAULA (Mogi Mirim, SP) * Janot deu prova cabal de sua lisura, competência e coragem. Quanto aos criminosos, pagarão por seus crimes e pelo mal causado ao povo brasileiro. Os maus políticos não devem temer tanto a Justiça quanto o nosso povo, pois seremos os supremos juízes a partir de 2018. Em cada rua, em cada cidade, de norte a sul e de leste a oeste deste país, milhões de olhos os observarão! O Brasil não se curvará à corrupção! EDSON MACHADO ALENCAR FILHO (Maceió, AL) - RIO-2016 As lágrimas da delegação do Brasil, quando foi anunciado o Rio como sede dos Jogos, pareceram de orgulho patriótico. Entretanto, diante do resultado da Operação Unfair Play, o choro parece ter sido de alegria pela expectativa das propinas olímpicas que viriam com as obras do evento. ENI MARIA MARTIN DE CARVALHO (Botucatu, SP) * Está mais do que óbvio que a Copa da Fifa e as Olimpíadas foram estruturadas e realizadas ao custo de muita corrupção. E a compra de votos pode muito bem ter sido parte disso. Se houver justiça de verdade, muita gente irá presa por conta desses dois eventos. Não só intermediários, mas também políticos. RODRIGO CAMPOS (São Paulo, SP) - REFORMA POLÍTICA A Folha concedeu espaço para Aécio Neves palpitar sobre reforma política. É uma afronta aos leitores honestos ("Última chance", Tendências/Debates, 5/9). AERAMIZ ALVES (Belo Horizonte, MG) - TERCEIRIZAÇÃO A reportagem "Terceirização não derruba os salários" induz a erro o leitor, porque apresenta conteúdo incoerente com o título. O estudo a rigor revela que os salários de terceirizados são reduzidos, ainda que em percentual menor que o indicado noutros estudos (DIEESE, 2011; IPEA, 2016): média de 2,3% de queda, chegando a 8,8% no telemarketing. Revela, mais, pelos próprios gráficos, que, se passam de terceirizados a contratados diretos, os obreiros têm um incremento salarial da ordem de 4,7% em média (e não o contrário, como se afirma). Os textos de chamada não refletem, portanto, a realidade do estudo. GUILHERME FELICIANO, juiz do Trabalho e professor da USP (São Paulo, SP), e RODRIGO CARELLI, procurador do Trabalho e professor da UFRJ (Rio de Janeiro, RJ) * Sobre a reportagem de que a "Terceirização não derruba os salários" e as cartas contradizendo-a, entendo que enquanto não houver, por parte das empresas (e da sociedade), a preocupação em ser cada vez mais produtiva, mais eficiente, essa exploração vai sempre existir. Mas quando esses conceitos começarem a ser trabalhados desde a educação básica, como parte fundamental da formação da cidadania, passaremos a ser um país mais civilizado, em todos os sentidos. VALERIANO D. DE OLIVEIRA (Belo Horizonte, MG) - COLUNISTAS Como alguém tão bem informado como Hélio Schwartsman faz ideia de como é difícil ser mulher, ignora os dados e estatísticas estarrecedores sobre o estupro, reduz-se a uma ótica masculina dos presídios, apoia-se em argumentos ultrapassados sobre decotes e saias e se dá por convencido com os pequenos avanços que tivemos nos últimos anos? Desanimador. DANIELA SCHERMANN (Belo Horizonte, MG) * Ok, Hélio Schwartsman, então fica combinado que no país do estupro não existe cultura do estupro. É incrível a resistência masculina para enxergar a trágica realidade da mulher. A história e seus avanços, como diz Schwartsman, parecem não alcançar a mentalidade do homem médio brasileiro. Ora, a cultura do estupro está mais evidente em nossa época tecnológica do que jamais esteve. ANA MARIA BEGHETTO PACHECO, professora (Curitiba, PR) * Sobre a coluna de Luiz Felipe Pondé, diariamente, no Brasil, há bêbados praticando crimes no trânsito e fora dele. Posso fumar 20 cigarros em duas horas que não vou ferir ou matar. Proibições, restrições e advertências contra o tabaco diminuíram em 30% o número de fumantes. Por que o álcool, muito mais deletério em todos os sentidos, não deveria sofrer as mesmíssimas sanções? Quantas vidas e uniões familiares seriam preservadas? MAURO FADUL KURBAN (São Paulo, SP) * Bacana, Pondé! São os famosos "zé regrinha", estão em todas as áreas. Dariam um prato cheio para Machado de Assis. FABIO SILVA NEVES SANTOS (Vila Velha, ES) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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'Não há economia no mundo que suporte tanta corrupção', diz leitorMALAS DE DINHEIRO Enquanto isso, o contribuinte sofre na fila da saúde pública, com ensino de último mundo, sem segurança e achando que corrupção é só um troço complicado que passa no jornal. FRANCISCO ASSIS AMANCIO (Campinas, SP) * Eis a razão da falência da Previdência, da União, dos Estados e dos municípios: a corrupção generalizada. Não há economia no mundo que suporte tanta corrupção. Eles tanto fizeram que quebraram o Brasil. O pior de tudo é que nós estamos pagando a conta. ROBERTO J. F. MOREIRA JR. (Rio de Janeiro, RJ) * Estou feliz, acabei de pagar o IPVA do meu carro. Em breve meu dinheirinho, que ganho honestamente, vai ser destinado a uma mala dessas. Estou fazendo a minha parte. PEDRO DE OLIVEIRA (Itumbiara, GO) - DELAÇÃO DA JBS O apressado come cru, diz um dito popular. Acho que todo esse imbróglio é consequência do açodamento do processo. PAULO RIVAIL ANDRADE (Ituiutaba, MG) * Independentemente de qualquer falha na delação, o importante é que as malas cheias de dinheiro foram escancaradas! Isso é fato, não é invenção de ninguém. ANTÔNIO CARLOS DE PAULA (Mogi Mirim, SP) * Janot deu prova cabal de sua lisura, competência e coragem. Quanto aos criminosos, pagarão por seus crimes e pelo mal causado ao povo brasileiro. Os maus políticos não devem temer tanto a Justiça quanto o nosso povo, pois seremos os supremos juízes a partir de 2018. Em cada rua, em cada cidade, de norte a sul e de leste a oeste deste país, milhões de olhos os observarão! O Brasil não se curvará à corrupção! EDSON MACHADO ALENCAR FILHO (Maceió, AL) - RIO-2016 As lágrimas da delegação do Brasil, quando foi anunciado o Rio como sede dos Jogos, pareceram de orgulho patriótico. Entretanto, diante do resultado da Operação Unfair Play, o choro parece ter sido de alegria pela expectativa das propinas olímpicas que viriam com as obras do evento. ENI MARIA MARTIN DE CARVALHO (Botucatu, SP) * Está mais do que óbvio que a Copa da Fifa e as Olimpíadas foram estruturadas e realizadas ao custo de muita corrupção. E a compra de votos pode muito bem ter sido parte disso. Se houver justiça de verdade, muita gente irá presa por conta desses dois eventos. Não só intermediários, mas também políticos. RODRIGO CAMPOS (São Paulo, SP) - REFORMA POLÍTICA A Folha concedeu espaço para Aécio Neves palpitar sobre reforma política. É uma afronta aos leitores honestos ("Última chance", Tendências/Debates, 5/9). AERAMIZ ALVES (Belo Horizonte, MG) - TERCEIRIZAÇÃO A reportagem "Terceirização não derruba os salários" induz a erro o leitor, porque apresenta conteúdo incoerente com o título. O estudo a rigor revela que os salários de terceirizados são reduzidos, ainda que em percentual menor que o indicado noutros estudos (DIEESE, 2011; IPEA, 2016): média de 2,3% de queda, chegando a 8,8% no telemarketing. Revela, mais, pelos próprios gráficos, que, se passam de terceirizados a contratados diretos, os obreiros têm um incremento salarial da ordem de 4,7% em média (e não o contrário, como se afirma). Os textos de chamada não refletem, portanto, a realidade do estudo. GUILHERME FELICIANO, juiz do Trabalho e professor da USP (São Paulo, SP), e RODRIGO CARELLI, procurador do Trabalho e professor da UFRJ (Rio de Janeiro, RJ) * Sobre a reportagem de que a "Terceirização não derruba os salários" e as cartas contradizendo-a, entendo que enquanto não houver, por parte das empresas (e da sociedade), a preocupação em ser cada vez mais produtiva, mais eficiente, essa exploração vai sempre existir. Mas quando esses conceitos começarem a ser trabalhados desde a educação básica, como parte fundamental da formação da cidadania, passaremos a ser um país mais civilizado, em todos os sentidos. VALERIANO D. DE OLIVEIRA (Belo Horizonte, MG) - COLUNISTAS Como alguém tão bem informado como Hélio Schwartsman faz ideia de como é difícil ser mulher, ignora os dados e estatísticas estarrecedores sobre o estupro, reduz-se a uma ótica masculina dos presídios, apoia-se em argumentos ultrapassados sobre decotes e saias e se dá por convencido com os pequenos avanços que tivemos nos últimos anos? Desanimador. DANIELA SCHERMANN (Belo Horizonte, MG) * Ok, Hélio Schwartsman, então fica combinado que no país do estupro não existe cultura do estupro. É incrível a resistência masculina para enxergar a trágica realidade da mulher. A história e seus avanços, como diz Schwartsman, parecem não alcançar a mentalidade do homem médio brasileiro. Ora, a cultura do estupro está mais evidente em nossa época tecnológica do que jamais esteve. ANA MARIA BEGHETTO PACHECO, professora (Curitiba, PR) * Sobre a coluna de Luiz Felipe Pondé, diariamente, no Brasil, há bêbados praticando crimes no trânsito e fora dele. Posso fumar 20 cigarros em duas horas que não vou ferir ou matar. Proibições, restrições e advertências contra o tabaco diminuíram em 30% o número de fumantes. Por que o álcool, muito mais deletério em todos os sentidos, não deveria sofrer as mesmíssimas sanções? Quantas vidas e uniões familiares seriam preservadas? MAURO FADUL KURBAN (São Paulo, SP) * Bacana, Pondé! São os famosos "zé regrinha", estão em todas as áreas. Dariam um prato cheio para Machado de Assis. FABIO SILVA NEVES SANTOS (Vila Velha, ES) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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'Não dá para legislar sobre o amor', diz fotógrafo de mostra contra homofobia
MARIANA AGUNZI DE SÃO PAULO Deborah Secco acha que homofobia é "démodé". Drauzio Varella, "coisa de imbecil". Para Marília Gabriela, "uó". Já o prefeito Fernando Haddad chegou a taxá-la de "obscurantismo". Em comemoração ao Dia Internacional do Orgulho LGBT (28 de junho), o Metrô de São Paulo espalhou cartazes em dez estações. Neles, celebridades completam a frase: "Homofobia é...". Expostas no metrô, no Conjunto Nacional e no Museu da Diversidade Sexual, as fotos foram clicadas por André Giorgi, 26. Ele recrutou, junto com Ana Ribeiro —jornalista e então editora-executiva do canal on-line iGay—, 50 personalidades que deram cara ao projeto "50 Vozes Contra a Homofobia". "Queria que meu trabalho tivesse cunho social", diz Giorgi, homossexual assumido desde os 16. "Antes de sair do armário, eu tinha medo." sãopaulo - Como você escolheu os 50 participantes do projeto? André Giorgi - Eu queria formadores de opinião e pessoas que se comunicam com todo tipo de público, desde Deborah Secco até Marçal Aquino. Antes de sair do armário, eu tinha medo, mal sabia que existiam outros gays. É muito importante que as crianças vejam que existem famosos apoiando, saberem que um dia as coisas vão ficar mais leves. A seleção foi bem pensada —a maioria dos participantes é heterossexual. Se fosse gay, acho que não teria a mesma força. Qual voz mais impressionou? Eu gosto muito da frase da Vera Holtz: "O avesso do avesso do avesso do avesso" [parafraseando Caetano Veloso]. É uma coisa bem tropicalista. Mas a que mais me toca é a do DJ Zé Pedro: "Homofobia é estar morto em tempos vivos". Eu pedi para cada um escrever numa folha o final da frase "Homofobia é...", e inseri a resposta na foto, com a própria letra da pessoa. Considera São Paulo homofóbica ou aberta à homossexualidade? Eu a considero homofóbica, mas existem níveis —não posso comparar a alguns lugares. No interior do Mato Grosso, as travestis são mortas, apedrejadas —e ninguém fica sabendo. Aqui, ainda conseguimos militar, ter nossas vidas. Conseguimos seguir por um caminho menos duro, ainda que uma hora essa janela de vidro possa se quebrar. A sua já se quebrou? Já, mas não em São Paulo. Em setembro do ano passado, sofri um atentado bem violento com meu namorado em Natal (RN). Isso deu mais força para o projeto. Para o André, homofobia é... Uma palavra que não deveria existir. É horrível a gente ter que conversar sobre isso ainda. Não dá para legislar sobre o amor de duas pessoas ou pedir para que elas sejam aceitas. Não se trata de aceitação. Temos que respeitar e incluir.
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'Não dá para legislar sobre o amor', diz fotógrafo de mostra contra homofobiaMARIANA AGUNZI DE SÃO PAULO Deborah Secco acha que homofobia é "démodé". Drauzio Varella, "coisa de imbecil". Para Marília Gabriela, "uó". Já o prefeito Fernando Haddad chegou a taxá-la de "obscurantismo". Em comemoração ao Dia Internacional do Orgulho LGBT (28 de junho), o Metrô de São Paulo espalhou cartazes em dez estações. Neles, celebridades completam a frase: "Homofobia é...". Expostas no metrô, no Conjunto Nacional e no Museu da Diversidade Sexual, as fotos foram clicadas por André Giorgi, 26. Ele recrutou, junto com Ana Ribeiro —jornalista e então editora-executiva do canal on-line iGay—, 50 personalidades que deram cara ao projeto "50 Vozes Contra a Homofobia". "Queria que meu trabalho tivesse cunho social", diz Giorgi, homossexual assumido desde os 16. "Antes de sair do armário, eu tinha medo." sãopaulo - Como você escolheu os 50 participantes do projeto? André Giorgi - Eu queria formadores de opinião e pessoas que se comunicam com todo tipo de público, desde Deborah Secco até Marçal Aquino. Antes de sair do armário, eu tinha medo, mal sabia que existiam outros gays. É muito importante que as crianças vejam que existem famosos apoiando, saberem que um dia as coisas vão ficar mais leves. A seleção foi bem pensada —a maioria dos participantes é heterossexual. Se fosse gay, acho que não teria a mesma força. Qual voz mais impressionou? Eu gosto muito da frase da Vera Holtz: "O avesso do avesso do avesso do avesso" [parafraseando Caetano Veloso]. É uma coisa bem tropicalista. Mas a que mais me toca é a do DJ Zé Pedro: "Homofobia é estar morto em tempos vivos". Eu pedi para cada um escrever numa folha o final da frase "Homofobia é...", e inseri a resposta na foto, com a própria letra da pessoa. Considera São Paulo homofóbica ou aberta à homossexualidade? Eu a considero homofóbica, mas existem níveis —não posso comparar a alguns lugares. No interior do Mato Grosso, as travestis são mortas, apedrejadas —e ninguém fica sabendo. Aqui, ainda conseguimos militar, ter nossas vidas. Conseguimos seguir por um caminho menos duro, ainda que uma hora essa janela de vidro possa se quebrar. A sua já se quebrou? Já, mas não em São Paulo. Em setembro do ano passado, sofri um atentado bem violento com meu namorado em Natal (RN). Isso deu mais força para o projeto. Para o André, homofobia é... Uma palavra que não deveria existir. É horrível a gente ter que conversar sobre isso ainda. Não dá para legislar sobre o amor de duas pessoas ou pedir para que elas sejam aceitas. Não se trata de aceitação. Temos que respeitar e incluir.
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Minha unha não para de encravar. O que posso fazer?
Unha encravada crônica tem cura? Ele encrava de dois em dois meses e a dor que sinto é horrível. R.M. O encravamento, um acontecimento bastante comum, ocorre quando a unha começa a penetrar na pele, o que causa dor e inflamação. Normalmente, a condição é causada pelo corte errado da unha, que cria pontas que posteriormente penetrarão na pele, ou pelo uso de sapatos apertados, que cria pressão entre pele e unha. "Não adianta só remover o canto, senão a unha volta a crescer e encrava", diz Glaysson Tassara, dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia. O quadro pode ser curado com uma cirurgia rápida que remove, até a raiz, a faixa de unha que encrava. Depois, essa mesma faixa é "morta" (matricectomia) na raiz. Um tratamento clínico possível é afastar a pele inflamada da unha e colocar na área um algodão para interromper o trauma. Esse algodão deve ser trocado constantemente e usado durante alguns meses, até que a unha cresça. Tassara afirma que a forma correta de cortar a unha é deixá-las quadradas, evitando-se cortar os cantos. - A cada semana, nas edições de sábado do jornal impresso, a editoria de Saúde da Folha responde a uma pergunta dos leitores sobre saúde. É dada preferência a questões mais gerais sobre doenças, cuidados com a saúde e hábitos saudáveis. Mande sua dúvida para o nosso Facebook, e-mail saude@grupofolha.com.br ou use #sdresp em alguma de suas redes sociais para falar sobre sua dúvida. Por carta, escreva para Editoria de Saúde, al. Barão de Limeira, 425, 4º. andar, CEP 01202-900, São Paulo-SP.
equilibrioesaude
Minha unha não para de encravar. O que posso fazer?Unha encravada crônica tem cura? Ele encrava de dois em dois meses e a dor que sinto é horrível. R.M. O encravamento, um acontecimento bastante comum, ocorre quando a unha começa a penetrar na pele, o que causa dor e inflamação. Normalmente, a condição é causada pelo corte errado da unha, que cria pontas que posteriormente penetrarão na pele, ou pelo uso de sapatos apertados, que cria pressão entre pele e unha. "Não adianta só remover o canto, senão a unha volta a crescer e encrava", diz Glaysson Tassara, dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia. O quadro pode ser curado com uma cirurgia rápida que remove, até a raiz, a faixa de unha que encrava. Depois, essa mesma faixa é "morta" (matricectomia) na raiz. Um tratamento clínico possível é afastar a pele inflamada da unha e colocar na área um algodão para interromper o trauma. Esse algodão deve ser trocado constantemente e usado durante alguns meses, até que a unha cresça. Tassara afirma que a forma correta de cortar a unha é deixá-las quadradas, evitando-se cortar os cantos. - A cada semana, nas edições de sábado do jornal impresso, a editoria de Saúde da Folha responde a uma pergunta dos leitores sobre saúde. É dada preferência a questões mais gerais sobre doenças, cuidados com a saúde e hábitos saudáveis. Mande sua dúvida para o nosso Facebook, e-mail saude@grupofolha.com.br ou use #sdresp em alguma de suas redes sociais para falar sobre sua dúvida. Por carta, escreva para Editoria de Saúde, al. Barão de Limeira, 425, 4º. andar, CEP 01202-900, São Paulo-SP.
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Por que o desemprego continua tão baixo?
O comportamento do desemprego tem intrigado analistas nos últimos meses. Apesar da clara desaceleração da economia, a taxa de desemprego continua declinando mês a mês. Por que será que isso está acontecendo? Esse fenômeno decorre de vários motivos. O primeiro é a queda no ritmo do crescimento da população. A taxa de expansão da população adulta declinou de cerca de 3% ao ano, na década de 1980, para os atuais 2% ao ano. E vai declinar ainda mais. Quanto aos jovens, a sua taxa de crescimento passou de 2%, no início da década de 1980, para taxas negativas entre 2007 e 2015. Ou seja, nos últimos anos o número absoluto de jovens caiu pela primeira vez em nossa história. A principal razão para essa desaceleração é a queda observada nas taxas de fecundidade. O número de filhos por mulher declinou abruptamente de 6, em 1960, para 3, em 1990, devido ao processo de aumento de escolaridade, migração do campo para as cidades e acesso à informação —inclusive à TV. Isso provocou um dos mais rápidos processos de transição demográfica dos quais temos notícia e que terá efeitos na nossa sociedade por um longo período ainda. A diminuição do número de jovens, em particular, impacta a taxa de desemprego de várias maneiras. Em primeiro lugar, porque 44% dos desempregados no Brasil são jovens. Em 2013, dos cerca de 6,7 milhões de desempregados no país, 3 milhões tinham menos de 25 anos de idade. Muitos jovens chegam ao mercado de trabalho e tendem a permanecer pouco tempo na mesma empresa, pois transitam muito entre situações de emprego e desemprego até encontrar a posição ideal. Portanto, uma redução no número de jovens diminui mais do que proporcionalmente o número de pessoas que procuram emprego. Além da redução na taxa de crescimento da população, a taxa de participação na força de trabalho também caiu nos últimos anos, especialmente entre as pessoas menos escolarizadas. Entre os mais velhos (acima de 50 anos) menos escolarizados, a taxa de participação caiu de 47%, em 1993, para 39%, em 2013. Entre os mais jovens (de 10 a 22 anos), ela declinou de 40% para apenas 11% entre os que estão no primeiro ciclo do ensino fundamental. Entre os que estão no segundo ciclo, a taxa passou de 48% para 26%. Já a taxa de atividade entre os jovens mais escolarizados (que cursam ou concluíram o ensino médio ou a faculdade) declinou mais recentemente, entre 2005 e 2013. Mas o que provocou essa retração na taxa de participação dos menos escolarizados? No período inicial (entre 1992 e 2005), os principais responsáveis foram o início dos programas de transferências condicionais de renda (Bolsa Família e Programa de Erradicação do Trabalho Infantil) e as reformas educacionais que permitiram a universalização do acesso à escola no Brasil. Além disso, a renda dos pais desses jovens também cresceu significativamente entre 1992 e 1999. No período mais recente, duas explicações predominam. Entre os jovens mais escolarizados, essa redução na oferta de trabalho pode estar relacionada com a flexibilização das regras para o financiamento estudantil (Fies) e com a expansão do ProUni. Vale notar, porém, que isso explica apenas uma pequena parte da redução da oferta de trabalho, pois só 8% dos jovens de 10 a 24 anos cursam o ensino superior. Dessa forma, a maior parte da redução de oferta entre os jovens no período recente está relacionada com o forte aumento da renda nas famílias chefiadas por trabalhadores menos qualificados. Entre 2003 e 2013, o salário mensal desses trabalhadores aumentou 50% em termos reais, ao passo que o salário dos trabalhadores com ensino superior subiu só 10%. Como grande parte dos jovens com baixa educação que ofertavam trabalho era formada por filhos de trabalhadores menos qualificados, isso trouxe um grande aumento da renda familiar desses jovens, permitindo que eles pudessem se dedicar integralmente aos estudos, assim como fazem os filhos das classes mais abastadas. Será que isso vai aumentar a produtividade desses jovens, já que agora eles têm mais tempo para estudar? Só se estiverem usando esse tempo livre para se dedicar ao estudo. De qualquer forma, seu bem-estar melhorou. O mesmo fenômeno parece explicar o comportamento das pessoas maduras com pouca educação. O aumento de renda familiar dos chefes de família, aliado aos programas de transferências de renda, parece ter feito com que essas pessoas deixassem de ter que aceitar empregos com baixos salários para poder ficar em casa cuidando dos netos. Isso melhora seu bem-estar e também pode impactar o investimento em capital humano dessas crianças. Em suma, como o número de jovens menos qualificados, que formavam grande parte do contingente de desempregados, diminui fortemente, o menor crescimento do PIB não tem se traduzido em aumento do desemprego. Isso é um fenômeno positivo, já que traz para as famílias mais pobres condições de uso do tempo parecidas com as das famílias mais ricas. E o futuro? Infelizmente, parece que essa situação não é sustentável no médio prazo, por várias razões. Em primeiro lugar, as projeções do IBGE indicam que o número de jovens vai começar a aumentar novamente a partir de 2015. Além disso, o aumento de salários no setor de serviços está sendo repassado para os preços, o que tem provocado aumentos seguidos das taxas de juros para desaquecer a economia. Se a geração de empregos estagnar por completo, os jovens que chegarem ao mercado ficarão desempregados, o que gerará pressões para redução dos salários. Se esse processo atingir o salário e o emprego dos adultos menos qualificados, seus filhos irão retornar para o mercado de trabalho, o que vai aumentar ainda mais a taxa de desemprego. Para evitar o desencadeamento desse processo, teríamos de aumentar rapidamente a produtividade no setor de serviços. Mas não há indicações de que isso irá ocorrer no Brasil no curto prazo. NAERCIO MENEZES FILHO é professor titular - Cátedra IFB e coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper e professor da FEA-USP. naercioamf@insper.edu.br
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Por que o desemprego continua tão baixo?O comportamento do desemprego tem intrigado analistas nos últimos meses. Apesar da clara desaceleração da economia, a taxa de desemprego continua declinando mês a mês. Por que será que isso está acontecendo? Esse fenômeno decorre de vários motivos. O primeiro é a queda no ritmo do crescimento da população. A taxa de expansão da população adulta declinou de cerca de 3% ao ano, na década de 1980, para os atuais 2% ao ano. E vai declinar ainda mais. Quanto aos jovens, a sua taxa de crescimento passou de 2%, no início da década de 1980, para taxas negativas entre 2007 e 2015. Ou seja, nos últimos anos o número absoluto de jovens caiu pela primeira vez em nossa história. A principal razão para essa desaceleração é a queda observada nas taxas de fecundidade. O número de filhos por mulher declinou abruptamente de 6, em 1960, para 3, em 1990, devido ao processo de aumento de escolaridade, migração do campo para as cidades e acesso à informação —inclusive à TV. Isso provocou um dos mais rápidos processos de transição demográfica dos quais temos notícia e que terá efeitos na nossa sociedade por um longo período ainda. A diminuição do número de jovens, em particular, impacta a taxa de desemprego de várias maneiras. Em primeiro lugar, porque 44% dos desempregados no Brasil são jovens. Em 2013, dos cerca de 6,7 milhões de desempregados no país, 3 milhões tinham menos de 25 anos de idade. Muitos jovens chegam ao mercado de trabalho e tendem a permanecer pouco tempo na mesma empresa, pois transitam muito entre situações de emprego e desemprego até encontrar a posição ideal. Portanto, uma redução no número de jovens diminui mais do que proporcionalmente o número de pessoas que procuram emprego. Além da redução na taxa de crescimento da população, a taxa de participação na força de trabalho também caiu nos últimos anos, especialmente entre as pessoas menos escolarizadas. Entre os mais velhos (acima de 50 anos) menos escolarizados, a taxa de participação caiu de 47%, em 1993, para 39%, em 2013. Entre os mais jovens (de 10 a 22 anos), ela declinou de 40% para apenas 11% entre os que estão no primeiro ciclo do ensino fundamental. Entre os que estão no segundo ciclo, a taxa passou de 48% para 26%. Já a taxa de atividade entre os jovens mais escolarizados (que cursam ou concluíram o ensino médio ou a faculdade) declinou mais recentemente, entre 2005 e 2013. Mas o que provocou essa retração na taxa de participação dos menos escolarizados? No período inicial (entre 1992 e 2005), os principais responsáveis foram o início dos programas de transferências condicionais de renda (Bolsa Família e Programa de Erradicação do Trabalho Infantil) e as reformas educacionais que permitiram a universalização do acesso à escola no Brasil. Além disso, a renda dos pais desses jovens também cresceu significativamente entre 1992 e 1999. No período mais recente, duas explicações predominam. Entre os jovens mais escolarizados, essa redução na oferta de trabalho pode estar relacionada com a flexibilização das regras para o financiamento estudantil (Fies) e com a expansão do ProUni. Vale notar, porém, que isso explica apenas uma pequena parte da redução da oferta de trabalho, pois só 8% dos jovens de 10 a 24 anos cursam o ensino superior. Dessa forma, a maior parte da redução de oferta entre os jovens no período recente está relacionada com o forte aumento da renda nas famílias chefiadas por trabalhadores menos qualificados. Entre 2003 e 2013, o salário mensal desses trabalhadores aumentou 50% em termos reais, ao passo que o salário dos trabalhadores com ensino superior subiu só 10%. Como grande parte dos jovens com baixa educação que ofertavam trabalho era formada por filhos de trabalhadores menos qualificados, isso trouxe um grande aumento da renda familiar desses jovens, permitindo que eles pudessem se dedicar integralmente aos estudos, assim como fazem os filhos das classes mais abastadas. Será que isso vai aumentar a produtividade desses jovens, já que agora eles têm mais tempo para estudar? Só se estiverem usando esse tempo livre para se dedicar ao estudo. De qualquer forma, seu bem-estar melhorou. O mesmo fenômeno parece explicar o comportamento das pessoas maduras com pouca educação. O aumento de renda familiar dos chefes de família, aliado aos programas de transferências de renda, parece ter feito com que essas pessoas deixassem de ter que aceitar empregos com baixos salários para poder ficar em casa cuidando dos netos. Isso melhora seu bem-estar e também pode impactar o investimento em capital humano dessas crianças. Em suma, como o número de jovens menos qualificados, que formavam grande parte do contingente de desempregados, diminui fortemente, o menor crescimento do PIB não tem se traduzido em aumento do desemprego. Isso é um fenômeno positivo, já que traz para as famílias mais pobres condições de uso do tempo parecidas com as das famílias mais ricas. E o futuro? Infelizmente, parece que essa situação não é sustentável no médio prazo, por várias razões. Em primeiro lugar, as projeções do IBGE indicam que o número de jovens vai começar a aumentar novamente a partir de 2015. Além disso, o aumento de salários no setor de serviços está sendo repassado para os preços, o que tem provocado aumentos seguidos das taxas de juros para desaquecer a economia. Se a geração de empregos estagnar por completo, os jovens que chegarem ao mercado ficarão desempregados, o que gerará pressões para redução dos salários. Se esse processo atingir o salário e o emprego dos adultos menos qualificados, seus filhos irão retornar para o mercado de trabalho, o que vai aumentar ainda mais a taxa de desemprego. Para evitar o desencadeamento desse processo, teríamos de aumentar rapidamente a produtividade no setor de serviços. Mas não há indicações de que isso irá ocorrer no Brasil no curto prazo. NAERCIO MENEZES FILHO é professor titular - Cátedra IFB e coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper e professor da FEA-USP. naercioamf@insper.edu.br
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Criadora do Guia Pet Friendly indica locais para curtir com seu cachorro
RAFAEL BAHIA DE SÃO PAULO Ella é quase uma celebridade da internet. Em seus vídeos, curte hotéis cinco estrelas, toma sorvete nos Jardins e encontra amigos em restaurantes da moda. Às vezes, ganha até ração e ossinho para roer. A sharpei é mascote da jornalista e fotógrafa Cris Berger, criadora do Guia Pet Friendly. Em São Paulo desde 2012, a gaúcha e sua fiel escudeira mapeiam os estabelecimentos da cidade que abrem as portas para os visitantes de quatro patas. "Em Porto Alegre, vim de uma família de gente 'cachorreira'", lembra. Quando se mudou para o sudeste, veio com o cocker spaniel Cozumel —nome em homenagem à ilha caribenha — com 12 anos na época. Para passar mais tempo com seu amigo já velhinho, Cris buscava lugares onde os acompanhantes caninos eram aceitos. Cozumel só viria a falecer dois anos depois, mas aproveitou bem sua estadia na cidade. Hoje com canal no YouTube, site e páginas em redes sociais, a autora de mais de 25 livros sobre turismo e lazer se prepara para lançar a versão carioca do "Guia Pet Friendly de Cris Berger - São Paulo". Para ela, a capital paulista é "super pet friendly". "O Brasil ainda dá seus primeiros passos, mas cidades como São Paulo têm uma grande variedade de lugares para passear com os pets. E o mercado é crescente." A pedido da sãopaulo, Cris e Ella elegeram locais para humanos e animais se divertirem juntos —e opções de hotéis na serra e na montanha. Confira: Bullguer A hamburgueria com filiais na Vila Nova Conceição e na Vila Madalena possui um espaço com varandas e mesinhas para sentar. Nesta área, é possível ficar com os pets. No cardápio, há sandubas com preços razoáveis. Rua Diogo Jácome, 606, Vila Nova Conceição, região sul, tel. 3044-2757, bullguer.com. * La Peruana O La Peruana está agradando os paulistanos por três bons motivos: os ceviches são de lamber os dedos, os preços não assustam e, no deck, a cachorrada é bem-vinda. A chef peruana radicada no Brasil desde 2002, Marisabel, tem três cachorros. Entre eles, o Vito, que volta e meia aparece por lá. Os pets ganham um pote de água fresquinha e as mesas têm cobertura. Alameda Campinas, 1357, Jardim Paulista, região oeste, tel. 3885-0148, laperuana.com.br. * Pina Quem quer comer um belo prato de massa sem abrir mão da companhia do pet deve ir ao Pina. A casa italiana fica em uma ruela do Itaim, tem algumas mesinhas na calçada e um cardápio de dar água na boca. Os pets ficam ao lado das mesas e podem contar com um pote de água. Rua Jucurici, 27, Itaim Bibi, região oeste, tel. 3071-2501. * O Melhor Pão de Queijo do Mundo A casa, onde o pão de queijo reina absoluto, é uma gra-ça! Parece de boneca. E os pets podem ficar em qualquer cantinho dela. Se seu cachorro for grande, recomenda-se escolher uma das mesas que ficam próximas à entrada. Peça pela degustação de pães de queijo com recheio. E guarde um espaço para provar os sabores doces. Eles oferecem água fresquinha para os hóspedes de quatro patas. Alameda Lorena, 1655, Jardim Paulista, região oeste, tel. 3567-6204. * La Botteghe di Leonardo Neste caso, o cardápio se estende ao seu melhor amigo também. Para você, o gelato italiano, que é delicioso. Para seu pet, o picolé Peppino, que é feito de iogurte natural, mel orgânico e frutas. Um balcão voltado para a calçada resolve o problema de o pet não poder entrar na parte interna. E o parklet na frente da gelateria é um bela opção para sentar. Rua Oscar Freire, 41, Jardim Paulista, região oeste, tel. 2528-2000, lebotteghedileonardo.com.br. * Le Pain Quotidien A padaria de origem belga, incrivelmente charmosa, também pensou nos seus clientes com pets e reservou um espaço especial para eles. No Itaim, o deque faz o tipo "pequeno que satisfaz", onde os dogs são aceitos e ainda ganham pote d'água e petisco. Rua Pais de Araújo, 178, Itaim Bibi, região oeste, tel. 3078-0383, lepainquotidien.com.br. * Hotel Unique O hotel é conhecido pelo serviço cinco estrelas que oferece. Tais mordomias, agora, também são desfrutadas pelo melhor amigo do homem (quer dizer, dos hóspedes). Sim, cachorros podem usufruir dos mimos do Unique, tais como caminha, potes d'água, comida e brinquedos. Isso sem falar nos cafunés. A equipe de concierge não gosta de cachorro: é louca por eles. Av. Brigadeiro Luis Antonio, 4.700, Jardim Paulista, região oesete, tel. 3055-4700, hotelunique.com.br. * La Cucina Piemontese Não exatamente em São Paulo, mas bem pertinho dela, em Alphaville, está o restaurante italiano La Cucina Piemontese, que serve fondue no inverno. O espaço é aconchegante e oferece a opção de sentar com o pet na parte de dentro ou de fora, o que é uma carta na manga para quando o tempo está demasiadamente quente ou chovendo. Os donos e chefs têm cachorros e adoram receber comensais acompanhados com clientes de quatro patas. Av. Valville, 550, Alphaville, tel. 4154-4617, lacucinapiemontese.com.br. * Pousada Pura Vida Quem disse que os finais de semana na praia têm que ocorrer sem seu amigo de todas as horas? Nada disso. Cada vez mais, há pousadas e hotéis que aceitam pets. E a Pousada Pura Vida, na praia de Maresias, se diferencia por aceitar todas as raças e de todos os portes. Os clientes com pets dominam as reservas. Rua Sebastião Romão Cesar, Maresias, São Sebastião, tel.(12) 3865-6402, puravidamaresias.com.br. * Pousada Encanto da Bocaina Os anfitriões, neste caso, são muitos: a Lu e o Wilson recebem os hóspedes com um time de primeira, formado por três cachorros que prometem interagir com os novos amigos que chegam. O lugar é lindo, os chalés são bem decorados e possuem todos os aparatos que se possa desejar. Inclusive, uma lareira aos pés da cama. Há trilhas e cachoeiras para entreter a cachorrada mais animada e cheia de energia. Estrada Francisca Mendes Ribeiro, km 7,5, São José do Barreiro, tel. (12) 99707-1180, encantodabocaina.com.br
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Criadora do Guia Pet Friendly indica locais para curtir com seu cachorroRAFAEL BAHIA DE SÃO PAULO Ella é quase uma celebridade da internet. Em seus vídeos, curte hotéis cinco estrelas, toma sorvete nos Jardins e encontra amigos em restaurantes da moda. Às vezes, ganha até ração e ossinho para roer. A sharpei é mascote da jornalista e fotógrafa Cris Berger, criadora do Guia Pet Friendly. Em São Paulo desde 2012, a gaúcha e sua fiel escudeira mapeiam os estabelecimentos da cidade que abrem as portas para os visitantes de quatro patas. "Em Porto Alegre, vim de uma família de gente 'cachorreira'", lembra. Quando se mudou para o sudeste, veio com o cocker spaniel Cozumel —nome em homenagem à ilha caribenha — com 12 anos na época. Para passar mais tempo com seu amigo já velhinho, Cris buscava lugares onde os acompanhantes caninos eram aceitos. Cozumel só viria a falecer dois anos depois, mas aproveitou bem sua estadia na cidade. Hoje com canal no YouTube, site e páginas em redes sociais, a autora de mais de 25 livros sobre turismo e lazer se prepara para lançar a versão carioca do "Guia Pet Friendly de Cris Berger - São Paulo". Para ela, a capital paulista é "super pet friendly". "O Brasil ainda dá seus primeiros passos, mas cidades como São Paulo têm uma grande variedade de lugares para passear com os pets. E o mercado é crescente." A pedido da sãopaulo, Cris e Ella elegeram locais para humanos e animais se divertirem juntos —e opções de hotéis na serra e na montanha. Confira: Bullguer A hamburgueria com filiais na Vila Nova Conceição e na Vila Madalena possui um espaço com varandas e mesinhas para sentar. Nesta área, é possível ficar com os pets. No cardápio, há sandubas com preços razoáveis. Rua Diogo Jácome, 606, Vila Nova Conceição, região sul, tel. 3044-2757, bullguer.com. * La Peruana O La Peruana está agradando os paulistanos por três bons motivos: os ceviches são de lamber os dedos, os preços não assustam e, no deck, a cachorrada é bem-vinda. A chef peruana radicada no Brasil desde 2002, Marisabel, tem três cachorros. Entre eles, o Vito, que volta e meia aparece por lá. Os pets ganham um pote de água fresquinha e as mesas têm cobertura. Alameda Campinas, 1357, Jardim Paulista, região oeste, tel. 3885-0148, laperuana.com.br. * Pina Quem quer comer um belo prato de massa sem abrir mão da companhia do pet deve ir ao Pina. A casa italiana fica em uma ruela do Itaim, tem algumas mesinhas na calçada e um cardápio de dar água na boca. Os pets ficam ao lado das mesas e podem contar com um pote de água. Rua Jucurici, 27, Itaim Bibi, região oeste, tel. 3071-2501. * O Melhor Pão de Queijo do Mundo A casa, onde o pão de queijo reina absoluto, é uma gra-ça! Parece de boneca. E os pets podem ficar em qualquer cantinho dela. Se seu cachorro for grande, recomenda-se escolher uma das mesas que ficam próximas à entrada. Peça pela degustação de pães de queijo com recheio. E guarde um espaço para provar os sabores doces. Eles oferecem água fresquinha para os hóspedes de quatro patas. Alameda Lorena, 1655, Jardim Paulista, região oeste, tel. 3567-6204. * La Botteghe di Leonardo Neste caso, o cardápio se estende ao seu melhor amigo também. Para você, o gelato italiano, que é delicioso. Para seu pet, o picolé Peppino, que é feito de iogurte natural, mel orgânico e frutas. Um balcão voltado para a calçada resolve o problema de o pet não poder entrar na parte interna. E o parklet na frente da gelateria é um bela opção para sentar. Rua Oscar Freire, 41, Jardim Paulista, região oeste, tel. 2528-2000, lebotteghedileonardo.com.br. * Le Pain Quotidien A padaria de origem belga, incrivelmente charmosa, também pensou nos seus clientes com pets e reservou um espaço especial para eles. No Itaim, o deque faz o tipo "pequeno que satisfaz", onde os dogs são aceitos e ainda ganham pote d'água e petisco. Rua Pais de Araújo, 178, Itaim Bibi, região oeste, tel. 3078-0383, lepainquotidien.com.br. * Hotel Unique O hotel é conhecido pelo serviço cinco estrelas que oferece. Tais mordomias, agora, também são desfrutadas pelo melhor amigo do homem (quer dizer, dos hóspedes). Sim, cachorros podem usufruir dos mimos do Unique, tais como caminha, potes d'água, comida e brinquedos. Isso sem falar nos cafunés. A equipe de concierge não gosta de cachorro: é louca por eles. Av. Brigadeiro Luis Antonio, 4.700, Jardim Paulista, região oesete, tel. 3055-4700, hotelunique.com.br. * La Cucina Piemontese Não exatamente em São Paulo, mas bem pertinho dela, em Alphaville, está o restaurante italiano La Cucina Piemontese, que serve fondue no inverno. O espaço é aconchegante e oferece a opção de sentar com o pet na parte de dentro ou de fora, o que é uma carta na manga para quando o tempo está demasiadamente quente ou chovendo. Os donos e chefs têm cachorros e adoram receber comensais acompanhados com clientes de quatro patas. Av. Valville, 550, Alphaville, tel. 4154-4617, lacucinapiemontese.com.br. * Pousada Pura Vida Quem disse que os finais de semana na praia têm que ocorrer sem seu amigo de todas as horas? Nada disso. Cada vez mais, há pousadas e hotéis que aceitam pets. E a Pousada Pura Vida, na praia de Maresias, se diferencia por aceitar todas as raças e de todos os portes. Os clientes com pets dominam as reservas. Rua Sebastião Romão Cesar, Maresias, São Sebastião, tel.(12) 3865-6402, puravidamaresias.com.br. * Pousada Encanto da Bocaina Os anfitriões, neste caso, são muitos: a Lu e o Wilson recebem os hóspedes com um time de primeira, formado por três cachorros que prometem interagir com os novos amigos que chegam. O lugar é lindo, os chalés são bem decorados e possuem todos os aparatos que se possa desejar. Inclusive, uma lareira aos pés da cama. Há trilhas e cachoeiras para entreter a cachorrada mais animada e cheia de energia. Estrada Francisca Mendes Ribeiro, km 7,5, São José do Barreiro, tel. (12) 99707-1180, encantodabocaina.com.br
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Mediterrâneo, nosso ovo de Páscoa
Tempo de Páscoa. Tempo em que tristeza e alegria se misturam. É também a semana em que teriam ocorrido, ao mesmo tempo, morte e ressurreição. Mas por que todo esse significado religioso se transformou em festa de ovos de chocolate? O ovo existe antes da vida, portanto, antes da chegada da morte. Ovo é vida. Presenteamos com ovos e logo depois choramos pela morte na cruz. Tudo de Sexta-Feira Santa a Domingo de Páscoa. Como é que o ovo de Páscoa entra nesse evento que ocorre bem na primavera no hemisfério norte? Curiosamente, é quando o menino Jesus teria sido concebido, já que nasceu em dezembro. Existe uma diferença entre vários seres vivos quanto à formação da vida. As aves chocam os seus ovos. Os répteis protegem os ovos em lugares seguros. A força dos mamíferos reside em manter no ventre o óvulo amadurecendo. Tudo depende de quanto tempo o óvulo leva para amadurecer. A ave nasce quase pronta, o réptil demanda um pouco mais de cuidado no seu amadurecimento. Os mamíferos nascem prontos, porém incapazes. A capacidade de existir dos mamíferos demora meses para aparecer. São histórias de nascimento, cada uma bonita a seu modo. O que existe de importante é a comemoração da Páscoa. Em torno deste fato, temos muitos mitos. A cultura ocidental irradia-se a partir do "Mare Nostrum", essa magnífica bacia mediterrânea que propiciou tantas trocas de lendas e também o estabelecimento de uma cultura que hoje já se faz milenar entre Egito, Roma e império Otomano. Tudo nas margens do Mediterrâneo. Nasce no Mediterrâneo o culto ao pensamento, às ideias, aos mitos. Portanto, uma boa parte da mística do planeta. A vida começa indefectivelmente num ovo, um óvulo que contém todo um futuro. Não é por acaso que a Páscoa coincide com a primavera, quando de fato começa o ano que está chegando. Por que janeiro? Porque o ano não começa na Páscoa? É uma questão que eu nunca soube responder, provavelmente é muita falta de cultura geral. Mas tudo começou em partes de um ovo (o Mediterrâneo parece um ovo). Isso permitiu a ligação entre tantos povos, nascendo aquilo de que mais nos orgulhamos: a cultura Ocidental. O judaísmo. O cristianismo. Claro que existe também a China. Claro que existe também a Índia. Eis o nosso ovo da Páscoa. Nosso ovo da primavera. A cultura oriental é riquíssima, ninguém põe em dúvida, mas seu conteúdo não se espalha como o ovo de Páscoa do nosso Mediterrâneo. ANNA VERONICA MAUTNER, 80, é psicanalista da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo e autora de "Cotidiano nas Entrelinhas" (ed. Ágora)
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Mediterrâneo, nosso ovo de PáscoaTempo de Páscoa. Tempo em que tristeza e alegria se misturam. É também a semana em que teriam ocorrido, ao mesmo tempo, morte e ressurreição. Mas por que todo esse significado religioso se transformou em festa de ovos de chocolate? O ovo existe antes da vida, portanto, antes da chegada da morte. Ovo é vida. Presenteamos com ovos e logo depois choramos pela morte na cruz. Tudo de Sexta-Feira Santa a Domingo de Páscoa. Como é que o ovo de Páscoa entra nesse evento que ocorre bem na primavera no hemisfério norte? Curiosamente, é quando o menino Jesus teria sido concebido, já que nasceu em dezembro. Existe uma diferença entre vários seres vivos quanto à formação da vida. As aves chocam os seus ovos. Os répteis protegem os ovos em lugares seguros. A força dos mamíferos reside em manter no ventre o óvulo amadurecendo. Tudo depende de quanto tempo o óvulo leva para amadurecer. A ave nasce quase pronta, o réptil demanda um pouco mais de cuidado no seu amadurecimento. Os mamíferos nascem prontos, porém incapazes. A capacidade de existir dos mamíferos demora meses para aparecer. São histórias de nascimento, cada uma bonita a seu modo. O que existe de importante é a comemoração da Páscoa. Em torno deste fato, temos muitos mitos. A cultura ocidental irradia-se a partir do "Mare Nostrum", essa magnífica bacia mediterrânea que propiciou tantas trocas de lendas e também o estabelecimento de uma cultura que hoje já se faz milenar entre Egito, Roma e império Otomano. Tudo nas margens do Mediterrâneo. Nasce no Mediterrâneo o culto ao pensamento, às ideias, aos mitos. Portanto, uma boa parte da mística do planeta. A vida começa indefectivelmente num ovo, um óvulo que contém todo um futuro. Não é por acaso que a Páscoa coincide com a primavera, quando de fato começa o ano que está chegando. Por que janeiro? Porque o ano não começa na Páscoa? É uma questão que eu nunca soube responder, provavelmente é muita falta de cultura geral. Mas tudo começou em partes de um ovo (o Mediterrâneo parece um ovo). Isso permitiu a ligação entre tantos povos, nascendo aquilo de que mais nos orgulhamos: a cultura Ocidental. O judaísmo. O cristianismo. Claro que existe também a China. Claro que existe também a Índia. Eis o nosso ovo da Páscoa. Nosso ovo da primavera. A cultura oriental é riquíssima, ninguém põe em dúvida, mas seu conteúdo não se espalha como o ovo de Páscoa do nosso Mediterrâneo. ANNA VERONICA MAUTNER, 80, é psicanalista da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo e autora de "Cotidiano nas Entrelinhas" (ed. Ágora)
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Juízes ainda se fiam na palavra isolada de policiais e testemunhas
A médica Virgínia Helena Soares de Souza foi presa com estardalhaço em fevereiro de 2013, acusada de provocar o óbito de sete pacientes internados na UTI do Hospital Evangélico de Curitiba. A "Doutora Morte" volta ao noticiário, com menos destaque, é verdade, por ter sido inocentada: em alguns casos, absolvição sumária, em outros o juiz não encontrou indícios suficientes para submetê-la a júri popular. Há danos irreparáveis. A reputação destruída, a carreira terminada, o confisco do tempo (dentro e fora da prisão), a angústia familiar, o estigma, o escândalo: "Vive quem eu quero, quem eu não quero eu deixo morrer", era o que dela se dizia com estrépito ou à boca pequena. Poucos meses depois de sua prisão, a revista "Piauí" publicaria reportagem de Daniela Pinheiro oferecendo um contraponto sóbrio e atento dos personagens e do processo. Virgínia foi defendida, desconstruiu "provas", recuperou a inocência Outro médico, Joaquim Ribeiro Filho, em mais um caso rumoroso, preso pela Polícia Federal em 2008, no Rio de Janeiro, acusado de fraudulentamente furar a fila única do transplante de fígado, também foi absolvido. Nove anos depois. Dirão que afinal a Justiça se fez, que os erros judiciários não se consumaram, apesar da demora, e que os dois episódios mostram traços de eficiência do sistema judicial. Não é bem assim. A maioria dos réus não tem meios de reagir ao rolo compressor da acusação criminal. A ausência de defesa e a invisibilidade geram material orgânico propício à proliferação de condenações erradas. Além de identificar casos concretos, o desafio da versão brasileira do "Innocence Project" (organização fundada nos EUA há 25 anos e com entidades afiliadas se espalhando por diversos países), presidida pela advogada Dora Cavalcanti, é procurar estratégias de prevenção. Pesquisas e estudos são essenciais para a compreensão da Justiça Criminal e para formulação de propostas de reforma. A polícia é despreparada. Despreza evidências e não preserva cena de crime. Só excepcionalmente o conhecimento científico está disponível para investigadores e investigados. Falta investimento. Corrupção de princípios, autoritarismo, preconceito. As defesas são formais, ineficazes. A lei está defasada. Formalidades cautelares foram sendo flexibilizadas e o reconhecimento de suspeitos, por exemplo, é invariavelmente frágil, inseguro. Em uma era marcada pela sofisticação tecnológica, juízes ainda se fiam na palavra isolada de policiais. A verdade da testemunha, ocular ou circunstancial, ainda é ponto determinante das decisões, ainda que a testemunha possa mentir ou se enganar, ver o que não viu ou acreditar que viu aquilo que gostaria de ter visto. O erro judiciário faz parte das regras do jogo processual. Parece inexorável. Aqui e no mundo inteiro: excessos, ineficiência, clamor, ódio político ou de classe, racismo. Por isso, a obrigação de indenizá-lo está presente nas declarações de direitos humanos, em tratados internacionais e nas constituições dos países. Ainda se vê a notícia da inocência de alguém condenado como um fait-divers, como algo extraordinário ou pitoresco. Mas é um sintoma grave e perturbador de fraqueza institucional.
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Juízes ainda se fiam na palavra isolada de policiais e testemunhasA médica Virgínia Helena Soares de Souza foi presa com estardalhaço em fevereiro de 2013, acusada de provocar o óbito de sete pacientes internados na UTI do Hospital Evangélico de Curitiba. A "Doutora Morte" volta ao noticiário, com menos destaque, é verdade, por ter sido inocentada: em alguns casos, absolvição sumária, em outros o juiz não encontrou indícios suficientes para submetê-la a júri popular. Há danos irreparáveis. A reputação destruída, a carreira terminada, o confisco do tempo (dentro e fora da prisão), a angústia familiar, o estigma, o escândalo: "Vive quem eu quero, quem eu não quero eu deixo morrer", era o que dela se dizia com estrépito ou à boca pequena. Poucos meses depois de sua prisão, a revista "Piauí" publicaria reportagem de Daniela Pinheiro oferecendo um contraponto sóbrio e atento dos personagens e do processo. Virgínia foi defendida, desconstruiu "provas", recuperou a inocência Outro médico, Joaquim Ribeiro Filho, em mais um caso rumoroso, preso pela Polícia Federal em 2008, no Rio de Janeiro, acusado de fraudulentamente furar a fila única do transplante de fígado, também foi absolvido. Nove anos depois. Dirão que afinal a Justiça se fez, que os erros judiciários não se consumaram, apesar da demora, e que os dois episódios mostram traços de eficiência do sistema judicial. Não é bem assim. A maioria dos réus não tem meios de reagir ao rolo compressor da acusação criminal. A ausência de defesa e a invisibilidade geram material orgânico propício à proliferação de condenações erradas. Além de identificar casos concretos, o desafio da versão brasileira do "Innocence Project" (organização fundada nos EUA há 25 anos e com entidades afiliadas se espalhando por diversos países), presidida pela advogada Dora Cavalcanti, é procurar estratégias de prevenção. Pesquisas e estudos são essenciais para a compreensão da Justiça Criminal e para formulação de propostas de reforma. A polícia é despreparada. Despreza evidências e não preserva cena de crime. Só excepcionalmente o conhecimento científico está disponível para investigadores e investigados. Falta investimento. Corrupção de princípios, autoritarismo, preconceito. As defesas são formais, ineficazes. A lei está defasada. Formalidades cautelares foram sendo flexibilizadas e o reconhecimento de suspeitos, por exemplo, é invariavelmente frágil, inseguro. Em uma era marcada pela sofisticação tecnológica, juízes ainda se fiam na palavra isolada de policiais. A verdade da testemunha, ocular ou circunstancial, ainda é ponto determinante das decisões, ainda que a testemunha possa mentir ou se enganar, ver o que não viu ou acreditar que viu aquilo que gostaria de ter visto. O erro judiciário faz parte das regras do jogo processual. Parece inexorável. Aqui e no mundo inteiro: excessos, ineficiência, clamor, ódio político ou de classe, racismo. Por isso, a obrigação de indenizá-lo está presente nas declarações de direitos humanos, em tratados internacionais e nas constituições dos países. Ainda se vê a notícia da inocência de alguém condenado como um fait-divers, como algo extraordinário ou pitoresco. Mas é um sintoma grave e perturbador de fraqueza institucional.
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Fuvest divulga caderno de prova do segundo dia do vestibular 2015; veja
A Fuvest divulgou o caderno de provas do segundo dia da segunda fase do vestibular 2015. Nesta segunda-feira (5), todos os candidatos tiveram que resolver 16 questões dissertativas de história, geografia, matemática, física, química, biologia e inglês, além de questões interdisciplinares. Veja aqui. Veja a correção do cursinho Objetivo Veja correção da Oficina do Estudante Veja a correção do Cursinho da Poli Veja a correção do cursinho Etapa Veja a correção feita pelo cursinho Anglo No domingo (4), os candidatos realizaram a primeira prova da segunda fase respondendo a dez questões de português e realizaram uma redação. Segundo professores ouvidos pela Folha, foi uma prova "quase temática" e sem surpresas. Na terça (6), a última prova terá 12 questões de duas ou três disciplinas, a depender da carreira escolhida. Ao todo, 29.698 pessoas foram selecionadas para a segunda etapa do vestibular, mas 8,4% não compareceram nesse segundo dia de prova. O maior índice de abstenção desta segunda foi registrado na cidade de Presidente Prudente, no interior de SP, onde ele chegou a 16,7%. Na capital paulista a ausência foi de 7,9%. A USP oferece nesta edição do vestibular 249 cursos de graduação distribuídos em oito campi no Estado de São Paulo, nas cidades de Bauru, Lorena, Piracicaba, Pirassununga, Ribeirão Preto, Santos, São Carlos e São Paulo. A nota de corte mais alta do vestibular deste ano foi para o curso de medicina com 72 pontos, seguido pelo curso de medicina em Ribeirão Preto (70), engenharia aeronáutica em São Carlos (68), engenharia civil em São Carlos (62) e engenharia na Escola Politécnica (61). Confira aqui a relação completa das notas de corte. A primeira chamada dos aprovados será feita no dia 31 de janeiro de 2015. A partir desta data, o candidato poderá ter acesso ao seu desempenho no vestibular no site da Fuvest.
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Fuvest divulga caderno de prova do segundo dia do vestibular 2015; vejaA Fuvest divulgou o caderno de provas do segundo dia da segunda fase do vestibular 2015. Nesta segunda-feira (5), todos os candidatos tiveram que resolver 16 questões dissertativas de história, geografia, matemática, física, química, biologia e inglês, além de questões interdisciplinares. Veja aqui. Veja a correção do cursinho Objetivo Veja correção da Oficina do Estudante Veja a correção do Cursinho da Poli Veja a correção do cursinho Etapa Veja a correção feita pelo cursinho Anglo No domingo (4), os candidatos realizaram a primeira prova da segunda fase respondendo a dez questões de português e realizaram uma redação. Segundo professores ouvidos pela Folha, foi uma prova "quase temática" e sem surpresas. Na terça (6), a última prova terá 12 questões de duas ou três disciplinas, a depender da carreira escolhida. Ao todo, 29.698 pessoas foram selecionadas para a segunda etapa do vestibular, mas 8,4% não compareceram nesse segundo dia de prova. O maior índice de abstenção desta segunda foi registrado na cidade de Presidente Prudente, no interior de SP, onde ele chegou a 16,7%. Na capital paulista a ausência foi de 7,9%. A USP oferece nesta edição do vestibular 249 cursos de graduação distribuídos em oito campi no Estado de São Paulo, nas cidades de Bauru, Lorena, Piracicaba, Pirassununga, Ribeirão Preto, Santos, São Carlos e São Paulo. A nota de corte mais alta do vestibular deste ano foi para o curso de medicina com 72 pontos, seguido pelo curso de medicina em Ribeirão Preto (70), engenharia aeronáutica em São Carlos (68), engenharia civil em São Carlos (62) e engenharia na Escola Politécnica (61). Confira aqui a relação completa das notas de corte. A primeira chamada dos aprovados será feita no dia 31 de janeiro de 2015. A partir desta data, o candidato poderá ter acesso ao seu desempenho no vestibular no site da Fuvest.
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Protesto de motoristas do aplicativo Uber em São Paulo tem baixa adesão
A paralisação de profissionais do Uber –aplicativo que conecta motoristas particulares a passageiros– nesta segunda -feira (28) teve baixa adesão na capital paulista. Segundo integrantes da direção da empresa, o serviço não foi prejudicado. Durante todo o dia, a Folha conseguiu localizar carros em diferentes bairros da cidade, nas regiões central e oeste. A espera pela modalidade mais luxuosa, o Uber Black, era de aproximadamente seis minutos. Na modalidade mais barata, Uber X, a demora estava entre dez e 11 minutos. Motoristas anunciaram na última semana que manteriam o aplicativo desligado das 5h desta segunda até as 5h de terça (29). Já a Amparu (Associação dos Motoristas Parceiros da Região Urbana do Brasil), diz que a adesão foi de 80% dos cerca de 6.000 cadastrados na cidade –são 10 mil no país. A entidade diz que o percentual se repetiu em outros estados. Alguns motoristas disseram que houve casos de pessoas que aderiram ao protesto e foram descredenciados. A Uber nega. Segundo o presidente da entidade, Nelson Bazolli, 56, a paralisação é para exigir o fim dos 15% de desconto na tarifa, oferecido desde o ano passado pela empresa. Segundo ele, os parceiros da Uber não estão vendo mais vantagem em atuar pelo aplicativo. "Quando começamos a trabalhar, tínhamos um lucro bom trabalhando 12 horas e rodando 220 km num dia. Após os descontos, o motorista precisa rodar 300 km durante 15 a 18 horas para valer a pena", afirmou. Bazolli diz que vem solicitando uma reunião com a direção da empresa para negociar mudanças no sistema de remuneração. "Já pedimos, mas não somos recebidos desde 28 de janeiro", disse. Em nota, a empresa diz que o protesto representa uma porcentagem pequena dos motoristas. "A Uber melhorou a experiência dos motoristas com flexibilidade, mais oportunidades econômicas e canais de comunicação. Qualquer um pode falar com a Uber, a qualquer momento e existe uma série de formas de os motoristas parceiros nos acionarem para falar de suas preocupações", diz a nota.
cotidiano
Protesto de motoristas do aplicativo Uber em São Paulo tem baixa adesãoA paralisação de profissionais do Uber –aplicativo que conecta motoristas particulares a passageiros– nesta segunda -feira (28) teve baixa adesão na capital paulista. Segundo integrantes da direção da empresa, o serviço não foi prejudicado. Durante todo o dia, a Folha conseguiu localizar carros em diferentes bairros da cidade, nas regiões central e oeste. A espera pela modalidade mais luxuosa, o Uber Black, era de aproximadamente seis minutos. Na modalidade mais barata, Uber X, a demora estava entre dez e 11 minutos. Motoristas anunciaram na última semana que manteriam o aplicativo desligado das 5h desta segunda até as 5h de terça (29). Já a Amparu (Associação dos Motoristas Parceiros da Região Urbana do Brasil), diz que a adesão foi de 80% dos cerca de 6.000 cadastrados na cidade –são 10 mil no país. A entidade diz que o percentual se repetiu em outros estados. Alguns motoristas disseram que houve casos de pessoas que aderiram ao protesto e foram descredenciados. A Uber nega. Segundo o presidente da entidade, Nelson Bazolli, 56, a paralisação é para exigir o fim dos 15% de desconto na tarifa, oferecido desde o ano passado pela empresa. Segundo ele, os parceiros da Uber não estão vendo mais vantagem em atuar pelo aplicativo. "Quando começamos a trabalhar, tínhamos um lucro bom trabalhando 12 horas e rodando 220 km num dia. Após os descontos, o motorista precisa rodar 300 km durante 15 a 18 horas para valer a pena", afirmou. Bazolli diz que vem solicitando uma reunião com a direção da empresa para negociar mudanças no sistema de remuneração. "Já pedimos, mas não somos recebidos desde 28 de janeiro", disse. Em nota, a empresa diz que o protesto representa uma porcentagem pequena dos motoristas. "A Uber melhorou a experiência dos motoristas com flexibilidade, mais oportunidades econômicas e canais de comunicação. Qualquer um pode falar com a Uber, a qualquer momento e existe uma série de formas de os motoristas parceiros nos acionarem para falar de suas preocupações", diz a nota.
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Claudio Lottenberg: Do apagão ao clarão na saúde
Um diagnóstico do Brasil neste momento mostra um paciente em estado grave. Sinais vitais da economia, como inflação, juros, taxa de desemprego e índice de crescimento recomendam cuidados. O maior patrimônio empresarial está debilitado pelo cancro da corrupção. A síndrome do apagão causa perturbações no cotidiano das famílias, das instituições que prestam serviços, da indústria e do comércio. A falta de ética contamina relações políticas e sociais. A ganância fiscal aumenta a obesidade de órgãos públicos esclerosados. A descrença na classe política dissemina uma apatia quase generalizada na sociedade brasileira. Na saúde, que já apresenta problemas crônicos, o prognóstico é preocupante. Embora o setor seja responsável pela movimentação de 9,3% do PIB nacional, o investimento per capita é proporcionalmente muito inferior ao que é gasto em outros países, chegando a pouco mais de US$ 1.000 por ano. Isso num cenário em que as despesas de saúde registram altas superlativas. De 2004 a 2013, por exemplo, cresceram 133,7%, mais que o dobro da variação do IPCA no mesmo período (60,1%). Pior que a escassez de recursos é o desperdício. Milhões e milhões de reais que deveriam servir para melhorar a assistência médica, a saúde e o bem-estar das pessoas, são drenados para sistemas viciados como gestão perdulária, ineficiência de processos, judicialização, corporativismo e regulação anacrônica. O aumento da população com mais idade, advento de novas drogas, mudanças no estilo de vida e inovações tecnológicas tornam mais complexa a gestão da saúde e sua sustentabilidade financeira. Em todo o mundo, autoridades públicas e representantes do setor privado buscam fórmulas para alcançar um modelo saudável. O Brasil, no entanto, persiste no erro de ministrar os paliativos programas compensatórios. Há outros sintomas graves, como o resultado do recente exame de avaliação do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo. De 2.411 formandos de 28 escolas médicas do Estado, 54,5% foram reprovados porque não conseguiram responder ao menos 60% das questões em nove áreas básicas sobre medicina. Como todo paciente em estado grave, o Brasil precisa de terapia intensiva com o apoio de todos que possam colaborar para sua recuperação. O hospital Albert Einstein, com 60 anos de história e liderança em saúde no Brasil, não poderia deixar de contribuir, e atua em várias frentes. No campo da formação, onde já mantém cursos técnicos, graduação, pós-graduação e MBA, com 3.500 alunos, o Einstein lançará em breve a sua faculdade de medicina. No âmbito de parcerias públicas, no primeiro semestre deve ser aberto um hospital público de alta complexidade em São Paulo para atuar, principalmente, na realização de transplante hepático para pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) –será o segundo sob gestão do Einstein na periferia da cidade. Os desafios presentes na área da saúde exigem visão multidisciplinar e novas abordagens. Neste sentido o Einstein, desde o ano passado, tem reunido alguns líderes e visionários de várias partes do mundo, para repensar saúde, debater a medicina do amanhã e, à luz de experiências internacionais bem sucedidas, encontrar novos elementos para oxigenar as discussões no nosso país. São iniciativas importantes que, isoladamente, não vão resolver os problemas de saúde no Brasil, principalmente considerando a conjuntura desfavorável do momento. Mas representam mais uma contribuição em busca de um cenário onde a sociedade brasileira possa vislumbrar algum clarão. Sob essa perspectiva é importante o compromisso com a atitude coerente de quem deseja melhorar nosso país. CLAUDIO LUIZ LOTTENBERG, 54, é presidente da Sociedade Beneficente Israelita Albert Einstein * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Claudio Lottenberg: Do apagão ao clarão na saúdeUm diagnóstico do Brasil neste momento mostra um paciente em estado grave. Sinais vitais da economia, como inflação, juros, taxa de desemprego e índice de crescimento recomendam cuidados. O maior patrimônio empresarial está debilitado pelo cancro da corrupção. A síndrome do apagão causa perturbações no cotidiano das famílias, das instituições que prestam serviços, da indústria e do comércio. A falta de ética contamina relações políticas e sociais. A ganância fiscal aumenta a obesidade de órgãos públicos esclerosados. A descrença na classe política dissemina uma apatia quase generalizada na sociedade brasileira. Na saúde, que já apresenta problemas crônicos, o prognóstico é preocupante. Embora o setor seja responsável pela movimentação de 9,3% do PIB nacional, o investimento per capita é proporcionalmente muito inferior ao que é gasto em outros países, chegando a pouco mais de US$ 1.000 por ano. Isso num cenário em que as despesas de saúde registram altas superlativas. De 2004 a 2013, por exemplo, cresceram 133,7%, mais que o dobro da variação do IPCA no mesmo período (60,1%). Pior que a escassez de recursos é o desperdício. Milhões e milhões de reais que deveriam servir para melhorar a assistência médica, a saúde e o bem-estar das pessoas, são drenados para sistemas viciados como gestão perdulária, ineficiência de processos, judicialização, corporativismo e regulação anacrônica. O aumento da população com mais idade, advento de novas drogas, mudanças no estilo de vida e inovações tecnológicas tornam mais complexa a gestão da saúde e sua sustentabilidade financeira. Em todo o mundo, autoridades públicas e representantes do setor privado buscam fórmulas para alcançar um modelo saudável. O Brasil, no entanto, persiste no erro de ministrar os paliativos programas compensatórios. Há outros sintomas graves, como o resultado do recente exame de avaliação do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo. De 2.411 formandos de 28 escolas médicas do Estado, 54,5% foram reprovados porque não conseguiram responder ao menos 60% das questões em nove áreas básicas sobre medicina. Como todo paciente em estado grave, o Brasil precisa de terapia intensiva com o apoio de todos que possam colaborar para sua recuperação. O hospital Albert Einstein, com 60 anos de história e liderança em saúde no Brasil, não poderia deixar de contribuir, e atua em várias frentes. No campo da formação, onde já mantém cursos técnicos, graduação, pós-graduação e MBA, com 3.500 alunos, o Einstein lançará em breve a sua faculdade de medicina. No âmbito de parcerias públicas, no primeiro semestre deve ser aberto um hospital público de alta complexidade em São Paulo para atuar, principalmente, na realização de transplante hepático para pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) –será o segundo sob gestão do Einstein na periferia da cidade. Os desafios presentes na área da saúde exigem visão multidisciplinar e novas abordagens. Neste sentido o Einstein, desde o ano passado, tem reunido alguns líderes e visionários de várias partes do mundo, para repensar saúde, debater a medicina do amanhã e, à luz de experiências internacionais bem sucedidas, encontrar novos elementos para oxigenar as discussões no nosso país. São iniciativas importantes que, isoladamente, não vão resolver os problemas de saúde no Brasil, principalmente considerando a conjuntura desfavorável do momento. Mas representam mais uma contribuição em busca de um cenário onde a sociedade brasileira possa vislumbrar algum clarão. Sob essa perspectiva é importante o compromisso com a atitude coerente de quem deseja melhorar nosso país. CLAUDIO LUIZ LOTTENBERG, 54, é presidente da Sociedade Beneficente Israelita Albert Einstein * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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São Paulo aguarda resposta de Ceni para renovar contrato até o fim do ano
O presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, afirmou que o São Paulo já fez uma proposta para o goleiro Rogério Ceni renovar seu contrato até o fim do ano. O clube agora só aguarda a resposta do ídolo são-paulino. "Nós estamos conversando. O Rogério tem uma história muito importante no São Paulo é importante a gente valorizar o Rogério nesses últimos jogos", afirmou o Aidar, que ressaltou que a renovação do goleiro aconteceria por motivos técnicos e não de marketing. Antes de responder à proposta da diretoria, Rogério afirmou que iria conversar com o novo técnico do clube, Juan Carlos Osorio. O que, segundo Milton Cruz, auxiliar técnico que comandou o time no lugar de Osorio na vitória por 3 a 2 sobre o Santos nesta quarta-feira (3), aconteceu no vestiário do Morumbi. "Os dois conversaram um tempo hoje, mas eu tenho quase certeza de que ele vai permanecer com a gente. Torço para que ele possa ficar com a gente até o fim do ano", disse Milton. Rogério falhou no segundo gol do Santos nesta quarta. Ricardo Oliveira chutou a bola em cima do goleiro são-paulino, que espalmou para dentro do gol. No entanto, ele se redimiu no fim do jogo, quando marcou de pênalti o tento da vitória são-paulina. Esse foi o 128º gol de Rogério pelo São Paulo, o que o coloca ao lado de Raí em décimo na lista dos maiores artilheiros da história do clube. Ceni
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São Paulo aguarda resposta de Ceni para renovar contrato até o fim do anoO presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, afirmou que o São Paulo já fez uma proposta para o goleiro Rogério Ceni renovar seu contrato até o fim do ano. O clube agora só aguarda a resposta do ídolo são-paulino. "Nós estamos conversando. O Rogério tem uma história muito importante no São Paulo é importante a gente valorizar o Rogério nesses últimos jogos", afirmou o Aidar, que ressaltou que a renovação do goleiro aconteceria por motivos técnicos e não de marketing. Antes de responder à proposta da diretoria, Rogério afirmou que iria conversar com o novo técnico do clube, Juan Carlos Osorio. O que, segundo Milton Cruz, auxiliar técnico que comandou o time no lugar de Osorio na vitória por 3 a 2 sobre o Santos nesta quarta-feira (3), aconteceu no vestiário do Morumbi. "Os dois conversaram um tempo hoje, mas eu tenho quase certeza de que ele vai permanecer com a gente. Torço para que ele possa ficar com a gente até o fim do ano", disse Milton. Rogério falhou no segundo gol do Santos nesta quarta. Ricardo Oliveira chutou a bola em cima do goleiro são-paulino, que espalmou para dentro do gol. No entanto, ele se redimiu no fim do jogo, quando marcou de pênalti o tento da vitória são-paulina. Esse foi o 128º gol de Rogério pelo São Paulo, o que o coloca ao lado de Raí em décimo na lista dos maiores artilheiros da história do clube. Ceni
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Ilha de Hvar, na Croácia, cansou da bagunça e dos turistas bêbados
A ilha de Hvar, na Croácia, tem uma mensagem para os turistas que chegam neste ano: comportem-se. Homens devem ficar de camisa, alertam cartazes expostos nas ruas da ilha –ou poderão ser multados em 500 euros (R$ 1.875). Comer, beber ou dormir em lugares públicos pode resultar em multa de 700 euros (R$ 2.626). Mensagens semelhantes foram incorporadas ao vídeo informativo exibido na balsa que conduz os visitantes do continente à ilha e também a folhetos distribuídos no cais. "Somos geneticamente inclinados ao turismo", diz Riki Novak, prefeito da principal cidade da ilha, também chamada Hvar. "Mas esse atual turismo de festa não é algo que desejávamos." O destino é buscado hoje principalmente por jovens que querem beber e comemorar, como uma Ibiza no mar Adriático. Prefeito e moradores reclamam dos barcos lotados que aportam na ilha, das casas noturnas que só fecham pela manhã e dos albergues repletos de mochileiros embriagados que perambulam pelo destino -uma ilha com população permanente de cerca de 11 mil pessoas. Os turistas responderam por cerca de 700 mil diárias nos hotéis de Hvar em 2016 e por mais de 280 mil visitas diurnas, sem o pernoite, o que injetou milhões de euros na economia local -em uma onda de turismo que vem crescendo entre 7% e 10% ao ano nos últimos cinco anos. Os primeiros sete meses de 2017 demonstraram alta de 20% na chegada de visitantes ante o mesmo período de 2016 e um aumento de 10% nas estadias de um dia ou mais. "O problema é que muitos de nossos hóspedes de temporadas mais longas, que costumavam vir em seus iates e alugavam grandes casas de férias, não apreciam mais a ilha. Estão buscando outras opções", diz Novak. Principalmente porque à noite a cidade pode se tornar uma balbúrdia cheia de gente embriagada, sem roupa, fazendo barulho até tarde. Há oito anos, não havia albergues para jovens na ilha, diz Paul Bradbury, britânico radicado no local. Hoje, existem mais de 30. "No passado havia galerias de arte ao longo do píer", conta. "Agora, só existem bares." A campanha contra o turismo desenfreado foi criada pela prefeitura e por proprietários de empresas locais e veiculada a partir de junho. Até agora, a polícia conseguiu manter a ordem por meio de advertências, afirma George Buj, membro do Conselho de Turismo de Hvar, e ninguém foi multado. A grande questão é o impacto dessas ações na economia da Croácia, cada vez mais dependente do turismo. Liubo Jurcic, presidente da Associação de Economistas Croatas, afirma que idealmente o turismo deveria responder por cerca de 10% do PIB (Produto Interno Bruto) do país. Estimativas recentes avaliam a participação em 18%. CORPOS CAÍDOS Foi em 1999 que Hvar entrou para o mapa do turismo, quando foi inaugurada a Carpe Diem, primeira casa noturna de luxo local, com uma praia privativa. A abertura de outras casas noturnas, que se espalharam pela cidade, fez com que a idade média dos visitantes da ilha começasse a reduzir, e os turistas se tornassem mais desordeiros. No evento Yacht Week, por exemplo, centenas de visitantes descem a costa da Dalmácia até Hvar três vezes por semana, sempre bebendo. "Eles chegam às 17h, em grupos de 300 ou 400 pessoas que passam o dia bebendo", lamenta Bradbury. "Bebem ainda mais quando chegam à cidade e saem vagueando pelas ruas. À meia noite, entram no barco e vão à Carpe Diem ou a alguma outra casa noturna." Katia Zaninovic Dawnay, 57, trabalha em uma agência de imóveis na ilha e reclama que no verão é desagradável caminhar pela cidade velha, onde não é raro tropeçar em corpos caídos pelas ruas, dormindo ou bêbados. "Ninguém quer acordar e descobrir que alguém urinou na soleira de sua porta", diz. VISITANTES FAMOSOS Hvar não é o único destino turístico europeu a repensar as imensas ondas de visitantes que as passagens aéreas de baixo preço passaram a levar a esses lugares. Veneza, por exemplo, limitou o número de navios de cruzeiro que a cidade recebe. Em Barcelona, o prefeito permitiu que La Boquería, o maior mercado de comida da cidade, recusasse a entrada de grandes grupos oriundos de excursões, o que acaba congestionando os corredores estreitos do local. Mas as multidões continuam a crescer na Croácia e em muitos desses destinos, talvez em parte porque ataques terroristas levaram alguns visitantes a abandonar resorts antes populares no norte da África e no Oriente Médio. Ondas recentes de refugiados também levaram alguns turistas europeus a evitar ou encarar com cautela os hotéis da Grécia e da Itália. "Por causa de alguns problemas de nossos vizinhos, muitos viajantes agora vêm para cá", diz Eduard Andric, 66, presidente da União de Turismo e Serviços da Croácia. "No ano passado, houve um recorde de visitas. Neste ano, parece que esse número será batido mais uma vez." A ilha foi por décadas um ponto de parada querido por iatistas de verão e celebridades de todo o planeta. Depois de abandonar o trono britânico por causa da mulher que amava, o ex-rei da Inglaterra Eduardo 8º (1894-1972) e sua companheira passaram por lá para nadar, em 1936. Jacqueline Onassis, mais conhecida como Jackie Kennedy (1929-1994), visitou a ilha pouco depois do assassinato do presidente americano John Kennedy, em 1963. O casal Jay-Z e Beyoncé, o ator Tom Cruise, o cineasta Orson Welles (1915-1985), o líder da banda U2, Bono Vox, e outros famosos também passaram por lá. Não que esse turismo de luxo tenha deixado de existir. No ano que vem, devem ser inaugurados três hotéis em Hvar, todos eles resorts cinco estrelas, os primeiros da ilha. É um movimento que vem desde a criação da Associação Higiênica de Hvar, em 1868, que estimulou uma rápida construção de hotéis, restaurantes e outras acomodações no local -que se tornou referência turística. Tanto que eventos como o Ultra Europe, um festival de música na vizinha Split, usa Hvar como base para as festas pós-shows e mantêm o arquipélago lotado nos meses de verão europeu. Só que Hvar começa a reconhecer que nem todas as formas de turismo são iguais. "A ideia é não ter tantas pessoas", diz Zaninovic Dawnay, 57, que trabalha em uma agência de imóveis. "O objetivo é ter menos pessoas, mas que gastem mais." "Quando alguém vem a Hvar, a expectativa é encontrar uma cidade culta, de qualidade", afirma Senka Halebic, 31, porta-voz do Hula Hula, um dos mais populares clubes de praia local. "Essa moçada dorme em albergues e bebe álcool direto da garrafa por toda cidade. Os hóspedes exclusivos que chegam em grandes iates não querem ver jovens bêbados dormindo no píer pela manhã." Tradução de PAULO MIGLIACCI * Onde fica Hvar, Croácia CAPITAL Zagreb (a cerca de 460 km de Hvar) MOEDA Kuna (1 = R$ 0,51) IDIOMAS Croata, sérvio, húngaro e italiano FUSO HORÁRIO + 4 horas em relação a Brasília (país está em horário de verão, o que aumenta a diferença em uma hora) POPULAÇÃO 4,3 milhões (2011)
turismo
Ilha de Hvar, na Croácia, cansou da bagunça e dos turistas bêbadosA ilha de Hvar, na Croácia, tem uma mensagem para os turistas que chegam neste ano: comportem-se. Homens devem ficar de camisa, alertam cartazes expostos nas ruas da ilha –ou poderão ser multados em 500 euros (R$ 1.875). Comer, beber ou dormir em lugares públicos pode resultar em multa de 700 euros (R$ 2.626). Mensagens semelhantes foram incorporadas ao vídeo informativo exibido na balsa que conduz os visitantes do continente à ilha e também a folhetos distribuídos no cais. "Somos geneticamente inclinados ao turismo", diz Riki Novak, prefeito da principal cidade da ilha, também chamada Hvar. "Mas esse atual turismo de festa não é algo que desejávamos." O destino é buscado hoje principalmente por jovens que querem beber e comemorar, como uma Ibiza no mar Adriático. Prefeito e moradores reclamam dos barcos lotados que aportam na ilha, das casas noturnas que só fecham pela manhã e dos albergues repletos de mochileiros embriagados que perambulam pelo destino -uma ilha com população permanente de cerca de 11 mil pessoas. Os turistas responderam por cerca de 700 mil diárias nos hotéis de Hvar em 2016 e por mais de 280 mil visitas diurnas, sem o pernoite, o que injetou milhões de euros na economia local -em uma onda de turismo que vem crescendo entre 7% e 10% ao ano nos últimos cinco anos. Os primeiros sete meses de 2017 demonstraram alta de 20% na chegada de visitantes ante o mesmo período de 2016 e um aumento de 10% nas estadias de um dia ou mais. "O problema é que muitos de nossos hóspedes de temporadas mais longas, que costumavam vir em seus iates e alugavam grandes casas de férias, não apreciam mais a ilha. Estão buscando outras opções", diz Novak. Principalmente porque à noite a cidade pode se tornar uma balbúrdia cheia de gente embriagada, sem roupa, fazendo barulho até tarde. Há oito anos, não havia albergues para jovens na ilha, diz Paul Bradbury, britânico radicado no local. Hoje, existem mais de 30. "No passado havia galerias de arte ao longo do píer", conta. "Agora, só existem bares." A campanha contra o turismo desenfreado foi criada pela prefeitura e por proprietários de empresas locais e veiculada a partir de junho. Até agora, a polícia conseguiu manter a ordem por meio de advertências, afirma George Buj, membro do Conselho de Turismo de Hvar, e ninguém foi multado. A grande questão é o impacto dessas ações na economia da Croácia, cada vez mais dependente do turismo. Liubo Jurcic, presidente da Associação de Economistas Croatas, afirma que idealmente o turismo deveria responder por cerca de 10% do PIB (Produto Interno Bruto) do país. Estimativas recentes avaliam a participação em 18%. CORPOS CAÍDOS Foi em 1999 que Hvar entrou para o mapa do turismo, quando foi inaugurada a Carpe Diem, primeira casa noturna de luxo local, com uma praia privativa. A abertura de outras casas noturnas, que se espalharam pela cidade, fez com que a idade média dos visitantes da ilha começasse a reduzir, e os turistas se tornassem mais desordeiros. No evento Yacht Week, por exemplo, centenas de visitantes descem a costa da Dalmácia até Hvar três vezes por semana, sempre bebendo. "Eles chegam às 17h, em grupos de 300 ou 400 pessoas que passam o dia bebendo", lamenta Bradbury. "Bebem ainda mais quando chegam à cidade e saem vagueando pelas ruas. À meia noite, entram no barco e vão à Carpe Diem ou a alguma outra casa noturna." Katia Zaninovic Dawnay, 57, trabalha em uma agência de imóveis na ilha e reclama que no verão é desagradável caminhar pela cidade velha, onde não é raro tropeçar em corpos caídos pelas ruas, dormindo ou bêbados. "Ninguém quer acordar e descobrir que alguém urinou na soleira de sua porta", diz. VISITANTES FAMOSOS Hvar não é o único destino turístico europeu a repensar as imensas ondas de visitantes que as passagens aéreas de baixo preço passaram a levar a esses lugares. Veneza, por exemplo, limitou o número de navios de cruzeiro que a cidade recebe. Em Barcelona, o prefeito permitiu que La Boquería, o maior mercado de comida da cidade, recusasse a entrada de grandes grupos oriundos de excursões, o que acaba congestionando os corredores estreitos do local. Mas as multidões continuam a crescer na Croácia e em muitos desses destinos, talvez em parte porque ataques terroristas levaram alguns visitantes a abandonar resorts antes populares no norte da África e no Oriente Médio. Ondas recentes de refugiados também levaram alguns turistas europeus a evitar ou encarar com cautela os hotéis da Grécia e da Itália. "Por causa de alguns problemas de nossos vizinhos, muitos viajantes agora vêm para cá", diz Eduard Andric, 66, presidente da União de Turismo e Serviços da Croácia. "No ano passado, houve um recorde de visitas. Neste ano, parece que esse número será batido mais uma vez." A ilha foi por décadas um ponto de parada querido por iatistas de verão e celebridades de todo o planeta. Depois de abandonar o trono britânico por causa da mulher que amava, o ex-rei da Inglaterra Eduardo 8º (1894-1972) e sua companheira passaram por lá para nadar, em 1936. Jacqueline Onassis, mais conhecida como Jackie Kennedy (1929-1994), visitou a ilha pouco depois do assassinato do presidente americano John Kennedy, em 1963. O casal Jay-Z e Beyoncé, o ator Tom Cruise, o cineasta Orson Welles (1915-1985), o líder da banda U2, Bono Vox, e outros famosos também passaram por lá. Não que esse turismo de luxo tenha deixado de existir. No ano que vem, devem ser inaugurados três hotéis em Hvar, todos eles resorts cinco estrelas, os primeiros da ilha. É um movimento que vem desde a criação da Associação Higiênica de Hvar, em 1868, que estimulou uma rápida construção de hotéis, restaurantes e outras acomodações no local -que se tornou referência turística. Tanto que eventos como o Ultra Europe, um festival de música na vizinha Split, usa Hvar como base para as festas pós-shows e mantêm o arquipélago lotado nos meses de verão europeu. Só que Hvar começa a reconhecer que nem todas as formas de turismo são iguais. "A ideia é não ter tantas pessoas", diz Zaninovic Dawnay, 57, que trabalha em uma agência de imóveis. "O objetivo é ter menos pessoas, mas que gastem mais." "Quando alguém vem a Hvar, a expectativa é encontrar uma cidade culta, de qualidade", afirma Senka Halebic, 31, porta-voz do Hula Hula, um dos mais populares clubes de praia local. "Essa moçada dorme em albergues e bebe álcool direto da garrafa por toda cidade. Os hóspedes exclusivos que chegam em grandes iates não querem ver jovens bêbados dormindo no píer pela manhã." Tradução de PAULO MIGLIACCI * Onde fica Hvar, Croácia CAPITAL Zagreb (a cerca de 460 km de Hvar) MOEDA Kuna (1 = R$ 0,51) IDIOMAS Croata, sérvio, húngaro e italiano FUSO HORÁRIO + 4 horas em relação a Brasília (país está em horário de verão, o que aumenta a diferença em uma hora) POPULAÇÃO 4,3 milhões (2011)
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'Game of Thrones' encerra temporada em meio a vazamentos e trama fraca
Fenômeno pop, a série "Game of Thrones" descarrilou duas vezes em sua sétima e penúltima temporada, que termina neste domingo (27). Nas redes houve grita em torno do roteiro mais capenga dos últimos episódios, que deixaram de lado nuances e intrigas para ceder a mais pirotecnias visuais. O jornal britânico "The Guardian" resumiu: "O melhor programa da TV se tornou o mais bobo". Houve também outro desvio de rota. A HBO, canal a cabo que produz a atração, foi vítima de seguidos hackeamentos e vazamentos -de roteiros, e-mails, dados dos artistas e, mais importante, episódios inteiros que acabaram na rede antes de irem ao ar. Na semana passada, o penúltimo capítulo da atual temporada foi transmitido acidentalmente pelo braço espanhol da HBO e vazou no resto do mundo. Quando o episódio foi ao ar na TV, no domingo, a audiência foi 4% menor do que a do anterior. Ainda assim, os números não deixaram de ser hiperbólicos. O capítulo "Beyond the Wall" teve 10,24 milhões de telespectadores nos EUA, segundo o site Deadline. O anterior, que foi ao ar na TV no último dia 13, foi visto por 10,72 milhões. Vazamentos como esses são a nova fronteira da pirataria, na opinião de Ygor Valerio, vice-presidente jurídico e de proteção a conteúdos para a América Latina da Motion Picture Association, órgão que reúne os maiores estúdios de cinema de Hollywood. "Como tudo hoje é on-line, invasões a sistemas internos vão ser cada vez mais comuns. Tem mais a ver com segurança da informação do que com pirataria", afirma. Ele cita o SonyLeaks -vazamento de 30 mil documentos e outros 173 mil e-mails da Sony, em novembro de 2014. Ataques hackers são cada vez mais comuns no mesmo momento em que estratégias antipirataria são bem-sucedidas em países como o Brasil. Nos últimos anos, o país, que é um dos campeões em crimes contra a propriedade intelectual, mudou a forma de reprimir esse tipo de infração. Mirou grandes sites que disponibilizam conteúdo pirata via streaming (uma preferência nacional), e não via P2P, formato que notabilizou estrangeiros como o Pirate Bay. Em outubro de 2016, a Polícia Federal deflagrou a operação Barba Negra contra sites de conteúdo pirata. Naquele ano, reunindo cerca de 8.000 títulos em seus respectivos acervos, as 152 maiores páginas do gênero tiveram 2 bilhões de visitas só no Brasil. Nem mesmo a popularização de serviços como Netflix contornava o panorama. Após a operação, com sites como Mega Filmes HD, Armagedon e Filmes Online Grátis saindo do ar, o número total de visitas a esse tipo de conteúdo caiu pela metade, diz Valerio. "As empresas do audiovisual precisam ser cada vez mais cuidadosas com as etapas de pós-produção", afirma. Etapas como a dublagem, a legendagem ou outros procedimentos de finalização facilitam esse roubo de conteúdo. "O trânsito dessas informações é o momento crucial." DRAGÕES E LOBOS Faltando poucas horas para o último episódio da temporada ir ao ar, circula na rede um suposto roteiro da oitava -e última- temporada. Fóruns virtuais se agitam tentando decifrar o título do episódio da noite deste domingo, "The Dragon and The Wolf" (o dragão e o lobo, respectivamente os símbolos das famílias dos personagens Daenerys Targaryen e Jon Snow). Seria um indício de união entre os dois? Ou o sinal de que o segundo descobrirá enfim suas verdadeiras origens e abraçar a sua outra metade? Tempo para revelações não vai faltar, já que o capítulo terá duração de 79 minutos e 43 segundos, a mais longa da história de "Game of Thrones". NA TV Game of Thrones Último episódio da 7ª temporada Quando HBO, às 22h * O QUE ACONTECEU NAS TEMPORADAS ANTERIORES 1ª temporada (2011) Ned Stark deixa Winterfell para servir como braço direito do rei Robert Baratheon. Mas os dois são mortos pelos Lannister. Perseguida, a família Stark declara guerra 2ª temporada (2012) Há guerra nos Sete Reinos, com muitos postulantes ao trono. Sansa Stark é obrigada a ficar noiva do rei sociopata Joffrey. Fora dali, os ovos de dragão de Daenerys eclodem 3ª temporada (2013) Tyrion ajuda Joffrey a derrotar Stannis. Winterfell é tomada por Theon. Daenerys conquista mais e mais territórios fora de Westeros. Robb é morto no casamento 4ª temporada (2014) Jon Snow se infiltra entre os selvagens. Margaery Tyrell, noiva de Joffrey, vai se tornar rainha, mas o rei morre envenenado, e Tyrion é acusado de ser o assassino 5ª temporada (2015) Sansa é obrigada a casar com o sádico Ramsay. Cersei fustiga uma seita de fanáticos religiosos, mas também acaba aprisionada por eles. Líder da Patrulha, Jon Snow é morto 6ª temporada (2016) Jon ressuscita e derrota Ramsay. Cersei implode os fanáticos religiosos. Bran Stark desenvolve o poder de ver o passado. E Daenerys se dirige para Westeros * PERGUNTAS SEM RESPOSTA DA 7ª TEMPORADA Como os Caminhantes Brancos entrarão em Westeros? Há uma muralha a barrá-los, mas como eles agora têm um dragão-zumbi, quem sabe? Os inimigos se reunirão contra o inimigo comum? Difícil ver as famílias Targaryen, Lannister e Stark reunidas, mas eles enfrentam uma ameaça maior O que Cersei Lannister está tramando? Ela pode realmente estar grávida do irmão Jaime ou aquilo não ser mais do que uma de suas tramoias Jon descobrirá a verdade sobre suas origens? Tudo indica que sim, mas não se sabe ainda como Daenerys irá reagir ao saber que é ele o herdeiro do trono tão almejado Como Tyrion Lannister vai reagir ao ver seus irmãos ameaçados? Tudo bem que ele penou na mão dos gêmeos, mas desalmado ele não é O que acontecerá com as irmãs Sansa e Arya Stark? As duas vivem uma guerra fria, mas precisam se unir contra as maquinações de Mindinho O que os senhores do Norte vão achar quando souberem que Jon Snow se curvou para Daenerys? Eles não deram procuração para que Snow se submetesse a ninguém Como os mortos acharam correntes para erguer o dragão debaixo d'água? Afinal, eles estavam no ermo... O dragão-zumbi cospe gelo ou fogo? O penúltimo episódio terminou com um dragão cooptado pelos Caminhantes Brancos, mas resta saber qual é o poder especial dele O plano de capturar um zumbi vai dar certo com Cersei? Todo o plano mirabolante teve por objetivo convencê-la a unir forças, mas ela não é do tipo que cede facilmente Afinal, qual o papel de Bran na trama? Guardador de segredos fundamentais sobre a sucessão do trono, ele está quietinho até agora Colaboraram LUCIANA COELHO, MARIA LUISA BARSANELLI, MAURICIO MEIRELES e NELSON DE SÁ *
ilustrada
'Game of Thrones' encerra temporada em meio a vazamentos e trama fracaFenômeno pop, a série "Game of Thrones" descarrilou duas vezes em sua sétima e penúltima temporada, que termina neste domingo (27). Nas redes houve grita em torno do roteiro mais capenga dos últimos episódios, que deixaram de lado nuances e intrigas para ceder a mais pirotecnias visuais. O jornal britânico "The Guardian" resumiu: "O melhor programa da TV se tornou o mais bobo". Houve também outro desvio de rota. A HBO, canal a cabo que produz a atração, foi vítima de seguidos hackeamentos e vazamentos -de roteiros, e-mails, dados dos artistas e, mais importante, episódios inteiros que acabaram na rede antes de irem ao ar. Na semana passada, o penúltimo capítulo da atual temporada foi transmitido acidentalmente pelo braço espanhol da HBO e vazou no resto do mundo. Quando o episódio foi ao ar na TV, no domingo, a audiência foi 4% menor do que a do anterior. Ainda assim, os números não deixaram de ser hiperbólicos. O capítulo "Beyond the Wall" teve 10,24 milhões de telespectadores nos EUA, segundo o site Deadline. O anterior, que foi ao ar na TV no último dia 13, foi visto por 10,72 milhões. Vazamentos como esses são a nova fronteira da pirataria, na opinião de Ygor Valerio, vice-presidente jurídico e de proteção a conteúdos para a América Latina da Motion Picture Association, órgão que reúne os maiores estúdios de cinema de Hollywood. "Como tudo hoje é on-line, invasões a sistemas internos vão ser cada vez mais comuns. Tem mais a ver com segurança da informação do que com pirataria", afirma. Ele cita o SonyLeaks -vazamento de 30 mil documentos e outros 173 mil e-mails da Sony, em novembro de 2014. Ataques hackers são cada vez mais comuns no mesmo momento em que estratégias antipirataria são bem-sucedidas em países como o Brasil. Nos últimos anos, o país, que é um dos campeões em crimes contra a propriedade intelectual, mudou a forma de reprimir esse tipo de infração. Mirou grandes sites que disponibilizam conteúdo pirata via streaming (uma preferência nacional), e não via P2P, formato que notabilizou estrangeiros como o Pirate Bay. Em outubro de 2016, a Polícia Federal deflagrou a operação Barba Negra contra sites de conteúdo pirata. Naquele ano, reunindo cerca de 8.000 títulos em seus respectivos acervos, as 152 maiores páginas do gênero tiveram 2 bilhões de visitas só no Brasil. Nem mesmo a popularização de serviços como Netflix contornava o panorama. Após a operação, com sites como Mega Filmes HD, Armagedon e Filmes Online Grátis saindo do ar, o número total de visitas a esse tipo de conteúdo caiu pela metade, diz Valerio. "As empresas do audiovisual precisam ser cada vez mais cuidadosas com as etapas de pós-produção", afirma. Etapas como a dublagem, a legendagem ou outros procedimentos de finalização facilitam esse roubo de conteúdo. "O trânsito dessas informações é o momento crucial." DRAGÕES E LOBOS Faltando poucas horas para o último episódio da temporada ir ao ar, circula na rede um suposto roteiro da oitava -e última- temporada. Fóruns virtuais se agitam tentando decifrar o título do episódio da noite deste domingo, "The Dragon and The Wolf" (o dragão e o lobo, respectivamente os símbolos das famílias dos personagens Daenerys Targaryen e Jon Snow). Seria um indício de união entre os dois? Ou o sinal de que o segundo descobrirá enfim suas verdadeiras origens e abraçar a sua outra metade? Tempo para revelações não vai faltar, já que o capítulo terá duração de 79 minutos e 43 segundos, a mais longa da história de "Game of Thrones". NA TV Game of Thrones Último episódio da 7ª temporada Quando HBO, às 22h * O QUE ACONTECEU NAS TEMPORADAS ANTERIORES 1ª temporada (2011) Ned Stark deixa Winterfell para servir como braço direito do rei Robert Baratheon. Mas os dois são mortos pelos Lannister. Perseguida, a família Stark declara guerra 2ª temporada (2012) Há guerra nos Sete Reinos, com muitos postulantes ao trono. Sansa Stark é obrigada a ficar noiva do rei sociopata Joffrey. Fora dali, os ovos de dragão de Daenerys eclodem 3ª temporada (2013) Tyrion ajuda Joffrey a derrotar Stannis. Winterfell é tomada por Theon. Daenerys conquista mais e mais territórios fora de Westeros. Robb é morto no casamento 4ª temporada (2014) Jon Snow se infiltra entre os selvagens. Margaery Tyrell, noiva de Joffrey, vai se tornar rainha, mas o rei morre envenenado, e Tyrion é acusado de ser o assassino 5ª temporada (2015) Sansa é obrigada a casar com o sádico Ramsay. Cersei fustiga uma seita de fanáticos religiosos, mas também acaba aprisionada por eles. Líder da Patrulha, Jon Snow é morto 6ª temporada (2016) Jon ressuscita e derrota Ramsay. Cersei implode os fanáticos religiosos. Bran Stark desenvolve o poder de ver o passado. E Daenerys se dirige para Westeros * PERGUNTAS SEM RESPOSTA DA 7ª TEMPORADA Como os Caminhantes Brancos entrarão em Westeros? Há uma muralha a barrá-los, mas como eles agora têm um dragão-zumbi, quem sabe? Os inimigos se reunirão contra o inimigo comum? Difícil ver as famílias Targaryen, Lannister e Stark reunidas, mas eles enfrentam uma ameaça maior O que Cersei Lannister está tramando? Ela pode realmente estar grávida do irmão Jaime ou aquilo não ser mais do que uma de suas tramoias Jon descobrirá a verdade sobre suas origens? Tudo indica que sim, mas não se sabe ainda como Daenerys irá reagir ao saber que é ele o herdeiro do trono tão almejado Como Tyrion Lannister vai reagir ao ver seus irmãos ameaçados? Tudo bem que ele penou na mão dos gêmeos, mas desalmado ele não é O que acontecerá com as irmãs Sansa e Arya Stark? As duas vivem uma guerra fria, mas precisam se unir contra as maquinações de Mindinho O que os senhores do Norte vão achar quando souberem que Jon Snow se curvou para Daenerys? Eles não deram procuração para que Snow se submetesse a ninguém Como os mortos acharam correntes para erguer o dragão debaixo d'água? Afinal, eles estavam no ermo... O dragão-zumbi cospe gelo ou fogo? O penúltimo episódio terminou com um dragão cooptado pelos Caminhantes Brancos, mas resta saber qual é o poder especial dele O plano de capturar um zumbi vai dar certo com Cersei? Todo o plano mirabolante teve por objetivo convencê-la a unir forças, mas ela não é do tipo que cede facilmente Afinal, qual o papel de Bran na trama? Guardador de segredos fundamentais sobre a sucessão do trono, ele está quietinho até agora Colaboraram LUCIANA COELHO, MARIA LUISA BARSANELLI, MAURICIO MEIRELES e NELSON DE SÁ *
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