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Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Porque eis os seus acesos novamente Duma nobre vergonha e honroso fogo, Sobre qual mais com ânimo valente Perigos vencerá do Márcio jogo, Porfiam: tinge o ferro o sangue ardente; Rompem malhas primeiro, e peitos logo: Assim recebem junto e dão feridas, Como a quem já não dói perder as vidas.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"A muitos mandam ver o Estígio lago, Em cujo corpo a morte e o ferro entrava: O Mestre morre ali de Santiago, Que fortíssimamente pelejava; Morre também, fazendo grande estrago, Outro Mestre cruel de Calatrava; Os Pereiras também arrenegados Morrem, arrenegando o Céu e os fados.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Muitos também do vulgo vil sem nome Vão, e também dos nobres, ao profundo, Onde o trifauce Cão perpétua fome Tem das almas que passam deste mundo. E porque mais aqui se amanse e dome A soberba do amigo furibundo, A sublime bandeira Castelhana Foi derribada aos pés da Lusitana.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Aqui a fera batalha se encruece Com mortes, gritos, sangue e cutiladas; A multidão da gente que perece Tem as flores da própria cor mudadas; Já as costas dão e as vidas; já falece O furor e sobejam as lançadas; Já de Castela o Rei desbaratado Se vê, e de seu propósito mudado.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"O campo vai deixando ao vencedor, Contente de lhe não deixar a vida. Seguem-no os que ficaram, e o temor Lhe dá, não pés, mas asas à fugida. Encobrem no profundo peito a dor Da morte, da fazenda despendida, Da mágoa, da desonra, e triste nojo De ver outrem triunfar de seu despojo.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Alguns vão maldizendo e blasfemando Do primeiro que guerra fez no mundo; Outros a sede dura vão culpando Do peito cobiçoso e sitibundo, Que, por tomar o alheio, o miserando Povo aventura às penas do profundo, Deixando tantas mães, tantas esposas Sem filhos, sem maridos, desditosas.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"O vencedor Joane esteve os dias Costumados no campo, em grande glória; Com ofertas depois, e romarias, As graças deu a quem lhe deu vitória. Mas Nuno, que não quer por outras vias Entre as gentes deixar de si memória Senão por armas sempre soberanas, Para as terras se passa Transtaganas.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Ajuda-o seu destino de maneira Que fez igual o efeito ao pensamento, Porque a terra dos Vândalos fronteira Lhe concede o despojo e o vencimento. Já de Sevilha a Bética bandeira E de vários senhores num momento Se lhe derriba aos pés, sem ter defesa Obrigados da força Portuguesa.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Destas e outras vitórias longamente Eram os Castelhanos oprimidos, Quando a paz, desejada já da gente, Deram os vencedores aos vencidos, Depois que quis o Padre onipotente Dar os Reis inimigos por maridos As duas ilustríssimas Inglesas, Gentis, formosas, ínclitas princesas.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Não sofre o peito forte, usado à guerra, Não ter amigo já a quem faça dano; E assim não tendo a quem vencer na terra, Vai cometer as ondas do Oceano. Este é o primeiro Rei que se desterra Da Pátria, por fazer que o Africano Conheça, pelas armas, quanto excede A lei de Cristo à lei de Mafamede.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Eis mil nadantes aves pelo argento Da furiosa Tethys inquieta Abrindo as pandas asas vão ao vento, Para onde Alcides pôs a extrema meta. O monte Abila e o nobre fundamento De Ceita toma, e o torpe Mahometa Deita fora, e segura toda Espanha Da Juliana, má, e desleal manha.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Não consentiu a morte tantos anos Que de Herói tão ditoso se lograsse Portugal, mas os coros soberanos Do Céu supremo quis que povoasse. Mas para defensão dos Lusitanos Deixou, quem o levou quem governasse, E aumentasse a terra mais que dantes, Inclita geração, altos Infantes.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Não foi do Rei Duarte tão ditoso O tempo que ficou na suma alteza, Que assim vai alternando o tempo iroso O bem co'o mal, o gosto coa tristeza. Quem viu sempre um estado deleitoso? Ou quem viu em fortuna haver firmeza? Pois inda neste Reino e neste Rei Não ousou ela tanto desta lei.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Viu ser cativo o santo irmão Fernando, Que a tão altas empresas aspirava, Que, por salvar o povo miserando Cercado, ao Sarraceno se entregava. Só por amor da pátria está passando A vida de senhora feita escrava, Por não se dar por ele a forte Ceita: Mais o público bem que o seu respeita.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Codro, porque o inimigo não vencesse, Deixou antes vencer da morte a vida; Régulo, porque a pátria não perdesse, Quis mais a liberdade ver perdida. Este, porque se Espanha não temesse, Ao cativeiro eterno se convida: Codro, nem Cúrcio, ouvido por espanto, Nem os Décios leais fizeram tanto.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Mas Afonso, do Reino único herdeiro, Nome em armas ditoso em nossa Hespéria, Que a soberba do bárbaro fronteira Tornou em baixa e humílima miséria, Fora por certo invicto cavaleiro, Se não quisera ir ver a terra Ibéria. Mas África dirá ser impossíbil Poder ninguém vencer o Rei terríbil.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Este pôde colher as maçãs de ouro, Que somente o Tiríntio colher pôde: Do jugo que lhe pôs, o bravo Mouro A cerviz inda agora não sacode. Na fronte a palma leva e o verde louro Das vitórias do Bárbaro, que acode A defender Alcácer, forte vila, Tângere populoso e a dura Arzila.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Porém elas enfim por força entradas, Os muros abaixaram de diamante As Portuguesas forças, costumadas A derribarem quanto acham diante. Maravilhas em armas estremadas, E de escritura dinas elegante, Fizeram cavaleiros nesta empresa, Mais afinando a fama Portuguesa.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Porém depois, tocado de ambição E glória de mandar, amara e bela, Vai cometer Fernando de Aragão, Sobre o potente Reino de Castela. Ajunta-se a inimiga multidão Das soberbas e várias gentes dela, Desde Cádis ao alto Pireneu, Que tudo ao Rei Fernando obedeceu.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Não quis ficar nos Reinos ocioso O mancebo Joane, e logo ordena De ir ajudar o pai ambicioso, Que então lhe foi ajuda não pequena. Saiu-se enfim do trance perigoso Com fronte não torvada, mas serena, Desbaratado o pai sanguinolento Mas ficou duvidoso o vencimento.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Porque o filho sublime e soberano, Gentil, forte, animoso cavaleiro, Nos contrários fazendo imenso dano, Todo um dia ficou no campo inteiro. Desta arte foi vencido Octaviano, E António vencedor, sem companheiro, Quando daqueles que César mataram Nos Filípicos campos se vingaram.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Porém depois que a escura noite eterna Afonso aposentou no Céu sereno, O Príncipe, que o Reino então governa, Foi Joane segundo e Rei trezeno. Este, por haver fama sempiterna, Mais do que tentar pode homem terreno Tentou, que foi buscar da roxa Aurora Os términos, que eu vou buscando agora.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Manda seus mensageiros, que passaram Espanha, França, Itália celebrada, E lá no ilustre porto se embarcaram Onde já foi Parténope enterra: Nápoles, onde os Xados se mostraram, Fazendo-a a várias gentes subjugada, Pola ilustrar no fim de tantos anos Co'o senhorio de ínclitos Hispanos.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Pelo mar alto Sículo navegam; Vão-se às praias de Rodes arenosas; E dali às ribeiras altas chegam, Que com morte de Magno são famosas; Vão a Mênfis e às terras, que se regam Das enchentes Nilóticas undosas; Sobem à Etiópia, sobre Egito, Que de Cristo lá guarda o santo rito.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Passam também as ondas Eritreias, Que o povo de Israel sem nau passou; Ficam-lhe atrás as serras Nabateias, Que o filho de Ismael co'o nome ornou. As costas odoríferas Sabeias, Que a mãe do belo Adónis tanto honrou, Cercam, com toda a Arábia descoberta Feliz, deixando a Pétrea e a Deserta.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Entram no estreito Pérsico, onde dura Da confusa Babel inda a memória; Ali co'o Tigre o Eufrates se mistura, Que as fontes onde nascem tem por glória. Dali vão em demanda da água pura, Que causa inda será de larga história, Do Indo, pelas ondas do Oceano, Onde não se atreveu passar Trajano.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Viram gentes incógnitas e estranhas Da Índia, da Carmânia e Gedrosia, Vendo vários costumes, várias manhas, Que cada região produze e cria. Mas de vias tão ásperas, tamanhas, Tornar-se facilmente não podia: Lá morreram enfim, e lá ficaram, Que à desejada pátria não tornaram.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Parece que guardava o claro Céu A Manuel, e seus merecimentos, Esta empresa tão árdua, que o moveu A subidos e ilustres movimentos: Manuel, que a Joane sucedeu No Reino e nos altivos pensamentos, Logo, corno tornou do Reino o cargo, Tomou mais a conquista do mar largo.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"O qual, como do nobre pensamento Daquela obrigação, que lhe ficara De seus antepassados, (cujo intento Foi sempre acrescentar a terra cara) Não deixasse de ser um só momento Conquistado: no tempo que a luz clara Foge, e as estrelas nítidas, que saem, A repouso convidam quando caem,
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Estando já deitado no áureo leito, Onde imaginações mais certas são? Revolvendo contino no conceito Seu ofício e sangue a obrigação, Os olhos lhe ocupou o sono aceito, Sem lhe desocupar o coração; Porque, tanto que lasso se adormece, Morfeu em várias formas lhe aparece.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Aqui se lhe apresenta que subia Tão alto, que tocava a prima Esfera, Donde diante vários mundos via, Nações de muita gente estranha e fera; E lá bem junto donde nasce o dia, Depois que os olhos longos estendera, Viu de antigos, longínquos e altos montes Nascerem duas claras e altas fontes.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Aves agrestes, feras e alimárias, Pelo monte selvático habitavam; Mil árvores silvestres e ervas várias O passo e o tracto às gentes atalhavam. Estas duras montanhas, adversárias De mais conversação, por si mostravam Que, desque Adão pecou aos nossos anos, Não as romperam nunca pés humanos.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Das águas se lhe antolha que saíam, Para ele os largos passos inclinando, Dois homens, que mui velhos pareciam, De aspecto, inda que agreste, venerando: Das pontas dos cabelos lhe caíam Gotas, que o corpo vão banhando; A cor da pele baça e denegrida, A barba hirsuta, intonsa, mas comprida.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Dambos de dois a fronte coroada Ramos não conhecidos e ervas tinha; Um deles a presença traz cansada, Como quem de mais longe ali caminha. E assim a água, com ímpeto alterada, Parecia que doutra parte vinha, Bem como Alfeu de Arcádia em Siracusa Vai buscar os abraços de Aretusa.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Este, que era o mais grave na pessoa, Destarte para o Rei de longe brada: --"Ó tu, a cujos reinos e coroa Grande parte do mundo está guardada, Nós outros, cuja fama tanto voa, Cuja cerviz bem nunca foi domada, Te avisamos que é tempo que já mandes A receber de nós tributos grandes.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
--"Eu sou o ilustre Ganges, que na terra Celeste tenho o berço verdadeiro; Estoutro é o Indo Rei que, nesta serra Que vês, seu nascimento tem primeiro. Custar-te-emos contudo dura guerra; Mas insistindo tu, por derradeiro, Com não vistas vitórias, sem receio, A quantas gentes vês, porás o freio."--
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Não disse mais o rio ilustre e santo, Mas ambos desaparecem num momento. Acorda Emanuel c'um novo espanto E grande alteração de pensamento. Estendeu nisto Febo o claro manto Pelo escuro Hemisfério sonolento; Veio a manhã no céu pintando as cores De pudibunda rosa e roxas flores.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Chama o Rei os senhores a conselho, E propõe-lhe as figuras da visão; As palavras lhe diz do santo velho, Que a todos foram grande admiração. Determinam o náutico aparelho, Para que com sublime coração Vá a gente que mandar cortando os mares A buscar novos climas, novos ares.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Eu, que bem mal cuidava que em efeito Se pusesse o que o peito me pedia, Que sempre grandes cousas deste jeito Pressago o coração me prometia, Não sei por que razão, por que respeito, Ou por que bom sinal que em mi se via, Me põe o ínclito Rei nas mãos a chave Deste cometimento grande e grave.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"E com rogo o palavras amorosas, Que é um mando nos Reis, que a mais obriga, Me disse:--"As cousas árduas e lustrosas Se alcançam com trabalho e com fadiga; Faz as pessoas altas e famosas A vida que se perde e que periga; Que, quando ao medo infame não se rende, Então, se menos dura, mais se estende.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
--"Eu vos tenho entre todos escolhido Para uma empresa, qual a vós se deve, Trabalho ilustre, duro e esclarecido, O que eu sei que por mi vos será leve."-- Não sofri mais, mas logo:--"Ó Rei subido, Aventurar-me a ferro, a fogo, a neve, É tão pouco por vós, que mais me pena Ser esta vida cousa tão pequena.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
--"Imaginai tamanhas aventuras, Quais Euristeu a Alcides inventava, O leão Cleoneu, Harpias duras, O porco de Erimanto, a Hidra brava, Descer enfim às sombras vãs e escuras Onde os campos de Dite a Estige lava; Porque a maior perigo, a mor afronta, Por vós, ó Rei, o espírito e a carne é pronta."
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Com mercês sumptuosas me agradece E com razões me louva esta vontade; Que a virtude louvada vive e cresce, E o louvor altos casos persuade. A acompanhar-me logo se oferece, Obrigado d'amor e d'amizade, Não menos cobiçoso de honra e fama, O caro meu irmão Paulo da Gama.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Mais se me ajunta Nicolau Coelho, De trabalhos mui grande sofredor; Ambos são de valia e de conselho, De experiência em armas e furor. Já de manceba gente me aparelho, Em que cresce o desejo do valor; Todos de grande esforço; e assim parece Quem a tamanhas cousas se oferece.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Foram de Emanuel remunerados, Porque com mais amor se apercebessem, E com palavras altas animados Para quantos trabalhos sucedessem. Assim foram os Mínias ajuntados, Para que o Véu dourado combatessem, Na fatídica Nau, que ousou primeira Tentar o mar Euxínio, aventureira.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"E já no porto da ínclita Ulisseia C'um alvoroço nobre, e é um desejo, (Onde o licor mistura e branca areia Co'o salgado Neptuno o doce Tejo) As naus prestes estão; e não refreia Temor nenhum o juvenil despejo, Porque a gente marítima e a de Marte Estão para seguir-me a toda parte.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Pelas praias vestidos os soldados De várias cores vêm e várias artes, E não menos de esforço aparelhados Para buscar do inundo novas partes. Nas fortes naus os ventos sossegados Ondeam os aéreos estandartes; Elas prometem, vendo os mares largos, De ser no Olimpo estrelas como a de Argos.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Depois de aparelhados desta sorte De quanto tal viagem pede e manda, Aparelhamos a alma para a morte, Que sempre aos nautas ante os olhos anda. Para o sumo Poder que a etérea corte Sustenta só coa vista veneranda, Imploramos favor que nos guiasse, E que nossos começos aspirasse.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Partimo-nos assim do santo templo Que nas praias do mar está assentado, Que o nome tem da terra, para exemplo, Donde Deus foi em carne ao mundo dado. Certifico-te, ó Rei, que se contemplo Como fui destas praias apartado, Cheio dentro de dúvida e receio, Que apenas nos meus olhos ponho o freio.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"A gente da cidade aquele dia, (Uns por amigos, outros por parentes, Outros por ver somente) concorria, Saudosos na vista e descontentes. E nós coa virtuosa companhia De mil Religiosos diligentes, Em procissão solene a Deus orando, Para os batéis viemos caminhando.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Em tão longo caminho e duvidoso Por perdidos as gentes nos julgavam; As mulheres c'um choro piedoso, Os homens com suspiros que arrancavam; Mães, esposas, irmãs, que o temeroso Amor mais desconfia, acrescentavam A desesperarão, e frio medo De já nos não tornar a ver tão cedo.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Qual vai dizendo:--"Ó filho, a quem eu tinha Só para refrigério, e doce amparo Desta cansada já velhice minha, Que em choro acabará, penoso e amaro, Por que me deixas, mísera e mesquinha? Por que de mim te vás, ó filho caro, A fazer o funéreo enterramento, Onde sejas de peixes mantimento!"--
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Qual em cabelo:--"Ó doce e amado esposo, Sem quem não quis Amor que viver possa, Por que is aventurar ao mar iroso Essa vida que é minha, e não é vossa? Como por um caminho duvidoso Vos esquece a afeição tão doce nossa? Nosso amor, nosso vão contentamento Quereis que com as velas leve o vento?"--
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Nestas e outras palavras que diziam De amor e de piedosa humanidade, Os velhos e os meninos os seguiam, Em quem menos esforço põe a idade. Os montes de mais perto respondiam, Quase movidos de alta piedade; A branca areia as lágrimas banhavam, Que em multidão com elas se igualavam.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Nós outros sem a vista alevantarmos Nem a mãe, nem a esposa, neste estado, Por nos não magoarmos, ou mudarmos Do propósito firme começado, Determinei de assim nos embarcarmos Sem o despedimento costumado, Que, posto que é de amor usança boa, A quem se aparta, ou fica, mais magoa.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Mas um velho d'aspeito venerando, Que ficava nas praias, entre a gente, Postos em nós os olhos, meneando Três vezes a cabeça, descontente, A voz pesada um pouco alevantando, Que nós no mar ouvimos claramente, C'um saber só de experiências feito, Tais palavras tirou do experto peito:
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
--"Ó glória de mandar! Ó vã cobiça Desta vaidade, a quem chamamos Fama! Ó fraudulento gosto, que se atiça C'uma aura popular, que honra se chama! Que castigo tamanho e que justiça Fazes no peito vão que muito te ama! Que mortes, que perigos, que tormentas, Que crueldades neles experimentas!
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
--"Dura inquietação d'alma e da vida, Fonte de desamparos e adultérios, Sagaz consumidora conhecida De fazendas, de reinos e de impérios: Chamam-te ilustre, chamam-te subida, Sendo dina de infames vitupérios; Chamam-te Fama e Glória soberana, Nomes com quem se o povo néscio engana!
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
--"A que novos desastres determinas De levar estes reinos e esta gente? Que perigos, que mortes lhe destinas Debaixo dalgum nome preminente? Que promessas de reinos, e de minas D'ouro, que lhe farás tão facilmente? Que famas lhe prometerás? que histórias? Que triunfos, que palmas, que vitórias?
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
--"Mas ó tu, geração daquele insano, Cujo pecado e desobediência, Não somente do reino soberano Te pôs neste desterro e triste ausência, Mas inda doutro estado mais que humano Da quieta e da simples inocência, Idade d'ouro, tanto te privou, Que na de ferro e d'armas te deitou:
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
--"Já que nesta gostosa vaidade Tanto enlevas a leve fantasia, Já que à bruta crueza e feridade Puseste nome esforço e valentia, Já que prezas em tanta quantidades O desprezo da vida, que devia De ser sempre estimada, pois que já Temeu tanto perdê-la quem a dá:
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
--"Não tens junto contigo o Ismaelita, Com quem sempre terás guerras sobejas? Não segue ele do Arábio a lei maldita, Se tu pela de Cristo só pelejas? Não tem cidades mil, terra infinita, Se terras e riqueza mais desejas? Não é ele por armas esforçado, Se queres por vitórias ser louvado?
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
--"Deixas criar às portas o inimigo, Por ires buscar outro de tão longe, Por quem se despovoe o Reino antigo, Se enfraqueça e se vá deitando a longe? Buscas o incerto e incógnito perigo Por que a fama te exalte e te lisonge, Chamando-te senhor, com larga cópia, Da Índia, Pérsia, Arábia e de Etiópia?
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
--"Ó maldito o primeiro que no mundo Nas ondas velas pôs em seco lenho, Dino da eterna pena do profundo, Se é justa a justa lei, que sigo e tenho! Nunca juízo algum alto e profundo, Nem cítara sonora, ou vivo engenho, Te dê por isso fama nem memória, Mas contigo se acabe o nome e glória.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
--"Trouxe o filho de Jápeto do Céu O fogo que ajuntou ao peito humano, Fogo que o mundo em armas acendeu Em mortes, em desonras (grande engano). Quanto melhor nos fora, Prometeu, E quanto para o mundo menos dano, Que a tua estátua ilustre não tivera Fogo de altos desejos, que a movera!
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
--"Não cometera o moço miserando O carro alto do pai, nem o ar vazio O grande Arquiteto co'o filho, dando Um, nome ao mar, e o outro, fama ao rio. Nenhum cometimento alto e nefando, Por fogo, ferro, água, calma e frio, Deixa intentado a humana geração. Mísera sorte, estranha condição!"--
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Estas sentenças tais o velho honrado Vociferando estava, quando abrimos As asas ao sereno e sossegado Vento, e do porto amado nos partimos. E, como é já no mar costume usado, A vela desfraldando, o céu ferimos, Dizendo: "Boa viagem", logo o vento Nos troncos fez o usado movimento.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Entrava neste tempo o eterno lume No animal Nemeio truculento, E o mundo, que com tempo se consume, Na sexta idade andava enfermo e lento: Nela vê, como tinha por costume, Cursos do sol quatorze vezes cento, Com mais noventa e sete, em que corria, Quando no mar a armada se estendia.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Já a vista pouco e pouco se desterra Daqueles pátrios montes que ficavam; Ficava o caro Tejo, e a fresca serra De Sintra, e nela os olhos se alongavam. Ficava-nos também na amada terra O coração, que as mágoas lá deixavam; E já depois que toda se escondeu, Não vimos mais enfim que mar e céu.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Assim fomos abrindo aqueles mares, Que geração alguma não abriu, As novas ilhas vendo e os novos ares, Que o generoso Henrique descobriu; De Mauritânia os montes e lugares, Terra que Anteu num tempo possuiu, Deixando à mão esquerda; que à direita Não há certeza doutra, mas suspeita.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Passamos a grande Ilha da Madeira, Que do muito arvoredo assim se chama, Das que nós povoamos, a primeira, Mais célebre por nome que por fama: Mas nem por ser do mundo a derradeira Se lhe aventajam quantas Vénus ama, Antes, sendo esta sua, se esquecera De Cipro, Gnido, Pafos e Citera.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Deixamos de Massília a estéril costa, Onde seu gado os Azenegues pastam, Gente que as frescas águas nunca gosta Nem as ervas do campo bem lhe abastam: A terra a nenhum fruto enfim disposta, Onde as aves no ventre o ferro gastam, Padecendo de tudo extrema inópia, Que aparta a Barbaria de Etiópia.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Passamos o limite aonde chega O Sol, que para o Norte os carros guia, Onde jazem os povos a quem nega O filho de Climene a cor do dia. Aqui gentes estranhas lava e rega Do negro Sanagá a corrente fria, Onde o Cabo Arsinário o nome perde, Chamando-se dos nossos Cabo Verde.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Passadas tendo já as Canárias ilhas, Que tiveram por nome Fortunadas, Entramos, navegando, pelas filhas Do velho Hespério, Hespérides chamadas; Terras por onde novas maravilhas Andaram vendo já nossas armadas. Ali tomamos porto com bom vento, Por tomarmos da terra mantimento.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Aquela ilha apartamos, que tomou O nome do guerreiro Santiago, Santo que os Espanhóis tanto ajudou A fazerem nos Mouros bravo estrago. Daqui, tanto que Bóreas nos ventou, Tornamos a cortar o imenso lago Do salgado Oceano, e assim deixamos A terra onde o refresco doce achamos.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Por aqui rodeando a larga parte De África, que ficava ao Oriente, A província Jalofo, que reparte Por diversas nações a negra gente; A mui grande Mandinga, por cuja arte Logramos o metal rico e luzente, Que do curvo Gambeia as águas bebe, As quais o largo Atlântico recebe.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"As Dórcadas passamos, povoadas Das Irmãs, que outro tempo ali viviam, Que de vista total sendo privadas, Todas três dum só olho se serviam. Tu só, tu, cujas tranças encrespadas Netuno lá nas águas acendiam, Tornada já de todas a mais feia, De bívoras encheste a ardente areia.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Sempre enfim para o Austro a aguda proa No grandíssimo gólfão nos metemos, Deixando a serra aspérrima Leoa, Co'o cabo a quem das Palmas nome demos. O grande rio, onde batendo soa O mar nas praias notas que ali temos, Ficou, com a Ilha ilustre que tomou O nome dum que o lado a Deus tocou.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Ali o mui grande reino está de Congo, Por nós já convertido à fé de Cristo, Por onde o Zaire passa, claro e longo, Rio pelos antigos nunca visto. Por este largo mar enfim me alongo Do conhecido pólo de Calisto, Tendo o término ardente já passado, Onde o meio do mundo é limitado.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Já descoberto tínhamos diante, Lá no novo Hemisfério, nova estrela, Não vista de outra gente, que ignorante Alguns tempos esteve incerta dela. Vimos a parte menos rutilante, E, por falta de estrelas, menos bela, Do Pólo fixo, onde ainda se não sabe Que outra terra comece, ou mar acabe.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Assim passando aquelas regiões Por onde duas vezes passa Apolo, Dois invernos fazendo e dois verões, Enquanto corre dum ao outro Pólo, Por calmas, por tormentas e opressões, Que sempre f az no mar o irado Eolo, Vimos as Ursas, apesar de Juno, Banharem-se nas águas de Netuno.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Contar-te longamente as perigosas Coisas do mar, que os homens não entendem: Súbitas trovoadas temerosas, Relâmpados que o ar em fogo acendem, Negros chuveiros, noites tenebrosas, Bramidos de trovões que o mundo fendem, Não menos é trabalho, que grande erro, Ainda que tivesse a voz de ferro.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Os casos vi que os rudos marinheiros, Que têm por mestra a longa experiência, Contam por certos sempre e verdadeiros, Julgando as cousas só pela aparência, E que os que têm juízos mais inteiros, Que só por puro engenho e por ciência, Vêem do mundo os segredos escondidos, Julgam por falsos, ou mal entendidos.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Vi, claramente visto, o lume vivo Que a marítima gente tem por santo Em tempo de tormenta e vento esquivo, De tempestade escura e triste pranto. Não menos foi a todos excessivo Milagre, e coisa certo de alto espanto, Ver as nuvens do mar com largo cano Sorver as altas águas do Oceano.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Eu o vi certamente (e não presumo Que a vista me enganava) levantar-se No ar um vaporzinho e subtil fumo, E, do vento trazido, rodear-se: Daqui levado um cano ao pólo sumo Se via, tão delgado, que enxergar-se Dos olhos facilmente não podia: Da matéria das nuvens parecia.
Escreve uma estrofe ao estilo de Os Lusíadas
"Ia-se pouco e pouco acrescentando E mais que um largo masto se engrossava; Aqui se estreita, aqui se alarga, quando Os golpes grandes de água em si chupava; Estava-se coas ondas ondeando: Em cima dele uma nuvem se espessava, Fazendo-se maior, mais carregada Co'o cargo grande d'água em si tomada.
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"Qual roxa sanguessuga se veria Nos beiços da alimária (que imprudente, Bebendo a recolheu na fonte fria) Fartar co'o sangue alheio a sede ardente; Chupando mais e mais se engrossa e cria, Ali se enche e se alarga grandemente: Tal a grande coluna, enchendo, aumenta A si, e a nuvem negra que sustenta.
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"Mas depois que de todo se fartou, O pó que tem no mar a si recolhe, E pelo céu chovendo enfim voou, Porque coa água a jacente água molhe: As ondas torna as ondas que tomou, Mas o sabor do sal lhe tira e tolhe. Vejam agora os sábios na escritura, Que segredos são estes de Natura.
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"Se os antigos filósofos, que andaram Tantas terras, por ver segredos delas, As maravilhas que eu passei, passaram, A tão diversos ventos dando as velas, Que grandes escrituras que deixaram! Que influição de signos e de estrelas! Que estranhezas, que grandes qualidades! E tudo sem mentir, puras verdades.
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"Mas já o Planeta que no céu primeiro Habita, cinco vezes apressada, Agora meio rosto, agora inteiro Mostrara, enquanto o mar cortava a armada, Quando da etérea gávea um marinheiro, Pronto coa vista, "Terra! Terra!" brada. Salta no bordo alvoroçada a gente Co'os olhos no horizonte do Oriente.
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"A maneira de nuvens se começam A descobrir os montes que enxergamos; As âncoras pesadas se adereçam; As velas, já chegados, amainamos. E para que mais certas se conheçam As partes tão remotas onde estamos, Pelo novo instrumento do Astrolábio, Invenção de subtil juízo e sábio,
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"Desembarcamos logo na espaçosa, Parte, por onde a gente se espalhou, De ver eousas estranhas desejosa Da terra que outro povo não pisou; Porém eu co'os pilotos na arenosa Praia, por vermos em que parte estou, Me detenho em tomar do Sol a altura E compassar a universal pintura.
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"Achamos ter de todo já passado Do Semicapro peixe a grande meta, Estando entre ele e o círculo gelado Austral, parte do mundo mais secreta. Eis, de meus companheiros rodeado, Vejo um estranho vir de pele preta, Que tomaram por força, enquanto apanha De mel os doces favos na montanha.
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"Torvado vem na vista, como aquele Que não se vira nunca em tal extremo; Nem ele entende a nós, nem nós a ele, Selvagem mais que o bruto Polifemo. Começo-lhe a mostrar da rica pelo De Colcos o gentil metal supremo, A prata fina, a quente especiaria: A nada disto o bruto se movia.
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"Mando mostrar-lhe peças mais somenos: Contas de cristalino transparente, Alguns soantes cascavéis pequenos, Um barrete vermelho, cor contente. Vi logo, por sinais e por acenos, Que com isto se alegra grandemente. Mando-o soltar com tudo, e assim caminha Para a povoação que perto tinha.
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"Mas logo ao outro dia, seus parceiros, Todos nus, e da cor da escura treva, Descendo pelos ásperos outeiros, As peças vêm buscar que estoutro leva: Domésticos já tanto e companheiros Se nos mostram, que fazem que se atreva Fernão Veloso a ir ver da terra o trato E partir-se com eles pelo mato.
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"É Veloso no braço confiado, E de arrogante crê que vai seguro; Mas, sendo um grande espaço já passado, Em que algum bom sinal saber procuro, Estando, a vista alçada, co'o cuidado No aventureiro, eis pelo monto duro Aparece, e, segundo ao mar caminha, Mais apressado do que fora, vinha.
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"O batel de Coelho foi depressa Pelo tomar; mas, antes que chegasse, Um Etíope ousado se arremessa A ele, por que não se lhe escapasse; Outro e outro lhe saem; vê-se em pressa Veloso, sem que alguém lhe ali ajudasse; Acudo eu logo, e enquanto o remo aperto, Se mostra um bando negro descoberto.
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"Da espessa nuvem setas e pedradas Chovem sobre nós outros sem medida; E não foram ao vento em vão deitadas, Que esta perna trouxe eu dali ferida; Mas nós, como pessoas magoadas, A resposta lhe demos tão tecida, Que, em mais que nos barretes, se suspeita Que a cor vermelha levam desta feita.
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"E sendo já, Veloso em salvamento, Logo nos recolhemos para a armada, Vendo a malícia feia e rudo intento Da gente bestial, bruta e malvada, De quem nenhum melhor conhecimento Pudemos ter da índia desejada Que estarmos ainda muito longe dela; E assim tornei a dar ao vento a vela.